1) Weber analisou como o Estado alemão estava fundamentado nos setores militares, proprietários de terras, industriais e burocracia.
2) Ele afirmou que o poder estatal verdadeiro está nas mãos da burocracia militar e civil.
3) Weber definou três formas de dominação legítima: tradicional, carismática e legal.
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
Max weber livro
1.
2. Cinqüenta anos depois da publicação do
Manifesto comunista, por Marx e Engels,
num momento em que o capitalismo
estava mais desenvolvido e
burocratizado, Weber escreveu sobre as
questões do poder de da política.
Questionava: como será possível o
individuo manter sua independência
diante dessa total burocratização na
vida? Esse foi o tema central da
Sociologia política weberiana.
3. Se Durkheim tinha como foca a
sociedade francesa, Weber
manifestava uma preocupação
especifica com a estrutura política
alemã, mas levava em conta também
o sistema político dos Estados
Unidos e da Inglaterra. Além disso,
estava atento ao que acontecia na
Rússia, principalmente após a
revolução de 1905.
4. Para ele, na Alemanha unificada por Otto
Von Bismarck, o Estado era
fundamentado nos seguintes setores da
sociedade: o Exército, os junkers (grandes
proprietários de terrar), os grandes
industriais e a elite do serviço publico
(alta burocracia). Em 1917, escrevendo
sobre o Bismarck, dizia que este havia
deixado uma nação sem educação e sem
vontade politica, acostumada a aceitar
que o grande líder decidisse por ela.
5. Ao analisar o Estado alemão, Weber
afirma que o verdadeiro poder estatal
está nas mãos da burocracia militar e
civil. Portanto, para ele, o “Estado é uma
relação de homens dominando homens”
mediante, a violência considerada
legitima, e uma “associação compulsória
que organiza a dominação”.
6. Para que essa relação
exista, é necessário
que os dominados
obedeçam à
autoridade dos que
detêm o poder.
Mas o que legitima
esse domínio? Para
Weber há três formas
de dominação
legitima: a tradicional,
a carismática e a legal.
7. A dominação tradicional é legitima pelos
costumes, normas e valores tradicionais e
pela “orientação habitual para o
conformismo”. É exercida pelo patriarca
ou pelos príncipes patrimoniais.
8. A dominação carismática esta fundada
na autoridade do carisma pessoas (o
“dom da graça”), da confiança na
revelação, do heroísmo ou de qualquer
qualidade de liderança individual. É
exercida pelos profetas das religiões,
lideres militares, heróis revolucionários e
lideres de um partido.
9. A dominação legal é legitimada pela
legalidade que decorre de um estatuto,
da competência funcional e de regras
racionalmente criadas. Está presente no
comportamento dos “servidores do
Estado”.
Para Max Weber, portanto, o Estado é
uma organização sem conteúdo inerente;
apenas mais uma das muitas
organizações burocratas da sociedade.
10. O que é um estado? Sociologicamente, o
estado não pode ser definido em termos
de seus fins. Dificilmente haverá
qualquer tarefa que uma associação
política não tenha tomado em suas mãos,
e não há tarefa que não se possa dizer
que tenha sido sempre, exclusivamente e
peculiarmente, das associações
designadas como políticas.
11. Hoje o estado, ou, historicamente, as
associações que foram predecessores do
estado moderno. Em última análise, só
podemos definir o estado moderno
sociologicamente em termos dos meios
específicos peculiares a ele, como
peculiares a toda associação política, ou
seja, o uso da força física.
12. ‘Todo Estado se funda na força’, disse
Trotski em Brest-Litovsk. Isso é
realmente certo. Se não existissem
instituições sociais que conhecessem o
uso da violência, então o conceito de
‘Estado’ seria eliminado, e surgiria uma
situação que poderíamos designar como
‘anarquia’, no sentido específico da
palavra.
13. É claro que a força não é meio normal, nem o
único do estado – ninguém o afirma – mais um
meio especifico ao estado. Hoje, as relações
entre o estado e a violência são especialmente
intimas. [...] porem, temos de dizer que o
estado é uma comunidade humana que
pretende, com este êxito, o monopólio do uso
legitimo da força física dentro de um
determinado território. [...] Especialmente, no
momento presente, direito de usar força física é
atribuído a outras instituições ou pessoas
apenas na medida em que o estado o permite.
14. O estado é considerado como a única
fonte de “direito” de usar a violência. Daí
“policia”, para nós, significa a
participação do poder ou a luta para
influir na distribuição de poder, seja
entre estados ou entre grupos dentro de
um estado.