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Maria Teresa Horta


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   Mulheres de Abril
          somos
      mãos unidas
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   Juntas formamos
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    ninguém calará
         a nossa
            voz.
   Mulheres de Abril
          somos
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Bocage – Sonetos à Liberdade

   Liberdade, onde estás? Quem te demora

       Liberdade, onde estás? Quem te demora?
       Quem faz que o teu influxo em nós não Caia?
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       Oh! Venha... Oh! Venha, e trémulo descaia
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       E em fingir, por temor, empenha estudo.

       Movam nossos grilhões tua piedade;
       Nosso númen tu és, e glória, e tudo,
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      Liberdade querida e suspirada

       Liberdade querida e suspirada,
       Que o Despotismo acérrimo condena;
       Liberdade, a meus olhos mais serena,
       Que o sereno clarão da madrugada!

       Atende à minha voz, que geme e brada
       Por ver-te, por gozar-te a face amena;
       Liberdade gentil, desterra a pena
       Em que esta alma infeliz jaz sepultada;

       Vem, oh deusa imortal, vem, maravilha,
       Vem, oh consolação da humanidade,
       Cujo semblante mais que os astros brilha;

       Vem, solta-me o grilhão da adversidade;
       Dos céus descende, pois dos Céus és filha,
       Mãe dos prazeres, doce Liberdade!
Sidónio Muralha

SONETO IMPERFEITO DA CAMINHADA PERFEITA




   Já não há mordaças, nem ameaças, nem algemas
      que possam perturbar a nossa caminhada,
  em que os poetas são os próprios versos dos poemas
   e onde cada poema é uma bandeira desfraldada.



         Ninguém fala em parar ou regressar.
       Ninguém teme as mordaças ou algemas.
           - O braço que bater há-de cansar
    e os poetas são os próprios versos dos poemas.



      Versos brandos...Ninguém mos peça agora.
         Eu já não me pertenço: Sou da hora.
    E não há mordaças, nem ameaças, nem algemas



      que possam perturbar a nossa caminhada,
    onde cada poema é uma bandeira desfraldada
    e os poetas são os próprios versos dos poemas.



            Sidónio Muralha (1920 - 1982)
João Apolinário
      "É preciso avisar..."




  É preciso avisar toda a gente

  dar notícias informar prevenir

 que por cada flor estrangulada

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  É preciso avisar toda a gente

  segredar a palavra e a senha

 engrossando a verdade corrente

  duma força que nada detenha.


  É preciso avisar toda a gente

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  É preciso avisar toda a gente

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Poemas de Abril

  • 1. Maria Teresa Horta Mulheres de Abril Mulheres de Abril somos mãos unidas certeza já acesa em todas nós. Juntas formamos fileiras decididas ninguém calará a nossa voz. Mulheres de Abril somos mãos unidas na construção operária do país. Nos ventres férteis a vontade erguida de um Portugal que o povo quis.
  • 2. Bocage – Sonetos à Liberdade Liberdade, onde estás? Quem te demora Liberdade, onde estás? Quem te demora? Quem faz que o teu influxo em nós não Caia? Porque (triste de mim!) porque não raia Já na esfera de Lísia a tua aurora? Da santa redenção é vinda a hora A esta parte do mundo que desmaia. Oh! Venha... Oh! Venha, e trémulo descaia Despotismo feroz, que nos devora! Eia! Acode ao mortal, que, frio e mudo, Oculta o pátrio amor, torce a vontade, E em fingir, por temor, empenha estudo. Movam nossos grilhões tua piedade; Nosso númen tu és, e glória, e tudo, Mãe do génio e prazer, oh Liberdade! Liberdade querida e suspirada Liberdade querida e suspirada, Que o Despotismo acérrimo condena; Liberdade, a meus olhos mais serena, Que o sereno clarão da madrugada! Atende à minha voz, que geme e brada Por ver-te, por gozar-te a face amena; Liberdade gentil, desterra a pena Em que esta alma infeliz jaz sepultada; Vem, oh deusa imortal, vem, maravilha, Vem, oh consolação da humanidade, Cujo semblante mais que os astros brilha; Vem, solta-me o grilhão da adversidade; Dos céus descende, pois dos Céus és filha, Mãe dos prazeres, doce Liberdade!
  • 3. Sidónio Muralha SONETO IMPERFEITO DA CAMINHADA PERFEITA Já não há mordaças, nem ameaças, nem algemas que possam perturbar a nossa caminhada, em que os poetas são os próprios versos dos poemas e onde cada poema é uma bandeira desfraldada. Ninguém fala em parar ou regressar. Ninguém teme as mordaças ou algemas. - O braço que bater há-de cansar e os poetas são os próprios versos dos poemas. Versos brandos...Ninguém mos peça agora. Eu já não me pertenço: Sou da hora. E não há mordaças, nem ameaças, nem algemas que possam perturbar a nossa caminhada, onde cada poema é uma bandeira desfraldada e os poetas são os próprios versos dos poemas. Sidónio Muralha (1920 - 1982)
  • 4. João Apolinário "É preciso avisar..." É preciso avisar toda a gente dar notícias informar prevenir que por cada flor estrangulada há milhões de sementes a florir É preciso avisar toda a gente segredar a palavra e a senha engrossando a verdade corrente duma força que nada detenha. É preciso avisar toda a gente que há fogo no meio da floresta e que os mortos apontam em frente o caminho da esperança que resta É preciso avisar toda a gente transmitindo este morse de dores É preciso imperioso e urgente mais flores mais flores mais flores