O documento descreve a vida e carreira do escultor português António Fernandes de Sá. Ele nasceu em Avintes em 1874 e estudou na Escola de Belas-Artes do Porto, onde se destacou. Mais tarde, mudou-se para Paris para continuar seus estudos artísticos. Lá, produziu várias obras notáveis como "O Rapto de Ganímedes" e "A Vaga" que foram exibidas em exposições universais em Paris. Fernandes de Sá teve uma carreira de sucesso como escultor tanto em
2. António Fernandes de Sá,
um escultor de Avintes.
António Fernandes de Sá viu a luz do dia em Avintes, a 7 de Novembro de 1874,
no lugar do Magarão.
Frequentou a Escola de Belas-Artes do Porto. Tinha então 15 anos.
As principais disciplinas eram as de desenho e arquitetura.
Nessa escola, tem Desenho Histórico com Marques de Oliveira e fica em primeiro
lugar num importante concurso artístico.
Durante os anos do curso, o artista saía das aulas a altas horas da noite e
calcorreava todo o percurso às escuras até Avintes, por caminhos bastante perigosos.
Os malfeitores abundavam na época, a luz elétrica ainda não existia. Esperava-o
sempre, a pé, a sua mãe, por quem ele nutria um amor filial imenso! Podemos ver o
busto dela (feito por ele) que se encontra no cemitério de Avintes.
3. Busto da Mãe de Fernandes de Sá
(Cemitério de Avintes)
4. Ainda adolescente, Fernandes de Sá manifesta ao seu pai o desejo de
seguir para Paris. O pai consultou a esposa e presenteou o filho com
mil escudos para ele gastar em Paris, o que era muito dinheiro na
época. Como é natural, Fernandes de Sá ficou alvoroçado com tal
presente, já que a maior ambição de todo o artista era de completar a
sua educação artística na Cidade das luzes.
“Concordo consigo, para se ser pintor é necessário ficar em Paris”
escrevia Miró a Picasso em Junho de 1920.
A pedido de Marques de Oliveira e dos outros professores, Fernandes
de Sá regressa a Portugal, passados três meses, a fim de concorrer a
uma bolsa do Estado. Terminadas as provas, Fernandes de Sá alcança o
primeiro prémio com “O Atirador do Arco”. Passa a frequentar a
Academia Julien com grande entusiasmo e é admitido na Escola de
Belas Artes, ao mesmo tempo que frequenta, à noite a Academia
Colarossi.
Paris era dominada artisticamente por dois grandes vultos: Cézane, na
pintura e Rodin, na escultura.
5. O Rapto de Ganímedes
Em 1898, nascia a primeira obra de Fernandes de Sá, “O Rapto de
Ganímedes”, uma prova admirável de assimilação do espírito da arte
francesa de então, ensinada pelos Mestres Falguiére e Puech, dois
vanguardistas de oposição ao revolucionismo estético de Rodin.
“Serviu-me de modelo para o Ganímedes um lindo rapazinho italiano.
Trabalhei dias e dias com todo o ardor e toda a vontade. Por vezes,
esquecia-me de comer e ia almoçar às três e quatro horas da tarde. Ah,
mas valeu a pena! O Rapto de Ganímedes, para deslumbramento dos meus
23 anos, foi admitido no Salon, na Exposição Universal de Paris (1900) e na
Exposição da Sociedade de Belas-Artes de Lisboa (1902).”
6. Em 1890, produziu “A Vaga”, um nu feminino de encantadora elegância
que é soerguido nas ondas, numa inclinação graciosa, que mereceu a
honra de figurar na Exposição Universal de Paris (1900), ali mesmo ao
lado do “Pensador” de Rodin.
A Vaga
7. Cabeça de Velha
É ainda desse mesmo ano a “Cabeça de Velha”, em mármore,
que pertence ao Museu Nacional de Soares dos Reis. Figurou na
exposição Universal de Paris (1900). O Governo Francês adquiriu
esta escultura.
8. Camões depois do Naufrágio
Em 1904, recebe uma encomenda do Museu de artilharia para realizar
a peça “O Camões depois do naufrágio”, atualmente no Museu da Técnica
e da Ciência em Coimbra.
9. Faleceu a 26 de Novembro de 1959.
“Tenho a impressão que isto está no fim. Os meus vaticínios não têm
falhado. De forma que, desta vez, também devem bater certo. Estou
cansado da vida e por isso encaro as coisas com frieza e sem arrelias. Mais
uns retoques e pronto. Não quero que participem da minha morte a
ninguém. Os criados do Tio Jacinto serão suficientes para me
acompanharem até à última morada, junto dos meus pais.”