Este documento contém várias poesias escritas por Daniel Amaral. As poesias abordam temas como a poesia, o amor, a tristeza, as mulheres e a passagem do tempo. O autor expressa seus sentimentos e visão de mundo através do uso da linguagem poética.
5. SOU POETA
Sou alguém que acredita,
Que ousa sonhar...
Desejar que a vida
Traga, além do luar,
A verdade risonha,
A felicidade querida.
Não a mentira medonha
Que a todos afronta.
Não a incompreensão
Que ao passado remonta.
Mas, aos sorrisos fartos
Abertos e felizes
De todas as cores e matizes
Inesperadas, soberbas e lindas…
Tão lindas, que nos façam
Chorar de alegria
E cantar a harmonia
De poder amar
Sem medo da ousadia.
Sou um poeta desgarrado e aturdido,
Neste mundo perdido,
Em busca da estrela tardia.
Daniel Amaral
30/08/2009
6. TRISTESSE
Hoje quando te vi triste, chorei.
Eu que te achava completa. Muralha
Impassível às ondas deste oceano vida,
Te vi então sofrida e aturdido aos céus
implorei:
Que uma luz te conduza de volta a
alegria.
Alegria que em ti eu sempre avistei.
Que aos teus olhos, de brilhante magia,
Cuja beleza sempre celebrei,
Volte o brilho sereno deste azul céu
Que é seu... Todo o resto é nostalgia...
Não sofras mais, poetisa, não chores...
Daniel Amaral
21/01/2010
7. ÀS MULHERES
Ah... As Mulheres
Agradeçamos aos céus com
gratidão...
Abençoadas sejam todas as mulheres!
Bem aventuradas! Amadas sejam
elas,…
Mães da vida e do amor incondicional.
Verdadeiras mulheres, divina criação...
Perseverem, permaneçam mulheres,
Nossas mães, nossas filhas, nossas
fêmeas
A preencher-nos de ternura o coração.
Daniel Amaral
28/02/2010
8. ALMA DE POESIA
Sinto saudades dos teus versos,
que me dizem tanto!
Quando os leio, de alegria eu canto
Canto à tua pena, magia incontida.
Canto a vida que há neles,
Pois não são rimas, simplesmente
São como a pérola única e iridescente
Que surge do teu oceano infinito
Nas praias dos teus versos
-Agradeço-te por este dia...
Tuas calmas ondas em torvelinho
Trazem-me paz e alegria
E tua pena me faz companhia.
Daniel Amaral
9. NÃO CHORES MAIS
Lágrimas, chamam lágrimas...
Não te deixes inundar de tristeza tanta.
Busque antes a beleza do sorriso
Que de festas te contagia e encanta.
Olha à tua volta, que existência fecunda!
Vês quantas alegrias te dá graciosa a vida...
Não temas a noite, que nos enche de presságios
E os nossos sonhos de temores inunda...
Procura em teu seio a fartura querida
Que, do teu lado a insuspeita vontade
Sempre te alcançará, enquanto não desistires
Da tua chama sequiosa e repleta de vida.
És tu o sol interior de tua vivência,
A tua chama alta linda e flamejante,
Com a qual te brindou a existência
Para completares sem medos a tua senda.
Daniel Amaral
28/12/2009
10. A Poesia
A poesia está em alta
todos falam dela,
todos a querem cantar.
Mas, minha alma triste,
por ela flutua, querendo chorar...
Por campos a fora,
Sem o teu perfume,
Sem os teus olhos
De um verde profundo,
Vão os meus ais
A um longínquo,
imaginário mundo.
A poesia de que tantos falam
Não é minha nem sua
A poesia é da lua
Que toda nua passeia a cantar
Uma canção de versos de luz,
Uma melodia que nos seduz
Com o coro das vozes do mar.
Daniel Amaral
01/08/2009
11. LETRAS MORTAS
Para onde vou neste momento vazio?
Em que direção volto os meus olhos?
As incertezas que vêm de mim mesmo,
Surgem das sombras do tempo, sorrateiras.
Tento mascara-las. Esconde-las
Sob o pano insofismável da verdade.
Mas aí, caem-me as cortinas da vida
Fecha-se o livro de minha história
Caio do casulo da memória
Sob o vazio do esquecimento
Lá, onde estão escondidos
Os meus idos, que impiedosos, desditos
Ceifaram de mim o meu vulto.
Daniel Amaral
25/04/2009
12. A POESIA E O POETA
O poeta sonha no alto do monte com uma flor.
Dela brota densa e sentida, translúcida lágrima,
Como um rio denso a desfazer-se no rosto,
Caindo doidejante por entre os sulcos da face.
(Cálido rosto coberto de desejos e de dor.)
Como tiras de seda, bordadas de fino ouro,
Dos olhos cerrados fluem imagens do tempo
Em que o brilho do dia era nítido, azul, cristalino
E as manhãs banhadas de sol, um tesouro.
Sempre lhe pertenceu, assim como o vento,
A virtude de ter tentado cem vezes, sem tréguas
Alcançar o véu fluídico da distante quimera
Que fizera do seu fardo de rimas um tormento.
Mas do vento, essa invisível figura onipresente,
Chama-lhe uma voz pelo nome: “Poeta... Poeta...”
"A voz dos rodamoinhos na mente simplória"
Do artista, que rima e canta versos somente.
(Daniel Amaral)
13. ACRÓSTICO
Incauta, a minha alma benfazeja
Voou na tua luz cálida e serena
Olhei-te e vi-te como que inteira
Nos escritos que me vieram de tua pena
Explícitos, como o canto que festeja...
Ante o teu brilho, sol dourado,
Louvei-te o canto com os meus olhos
Viagem linda, empreendi, sonho acordado
Encantado pelos faróis que iluminam
Sua presença de brilho transmutado
Saí, então, a cantarolar o teu nome
Obstinado em não perder o teu riso,
Lancei-me à busca de um megafone
Daniel Amaral
04/09/2009
14. PASSAGEM
No dia em que eu morri
Soprava um vento danado,
O frio fazia-me prostrado
A compungir-me o coração
Que cansado de tanta tristeza,
Caído sob os pés da vileza
Retrato da vida incerta
Que matou a emoção
Nostalgia...
Na noite tardia.
Passei-me... morri...
Mergulhei no vazio...
Do asceta simplório,
Vi o tempo perdido
De viver sempre aturdido
No despropósito inglório
Assim, me passei desapercebido...
Me esfumei consumido...
Lá fora só a noite se condoía
Em sons de lamúrias...
Sofridos...
Daniel Amaral 13/05/2010
15. ENERGÚMENOS
Nós, que meros macacos recentes
Párias, do acaso possuídos…
Energúmenos, seres sem alma!
Traidores do amor, de si mesmos!
Nós, que hipócritas lisonjeiros
Atados à ignomínia e à mentira
E aos desejos e instintos animais.
Nós, que perdidos,... sem sentidos,
Como cegos na noite primordial
Incapazes e limitados ao tato vago
Do que nos é permitido compreender...
Fomos, mesmo que vis, desprezíveis,
Premiados com um paraíso perdido
Na imensidão do Vácuo Infinito.
Nós, que destruímos este mundo
Nós, que não percebemos do céu
Nenhum vislumbre acalentador,
Do futuro temerosos... Insensatos,...
Matamos a vida, da natureza a flor
Desumanos, infiéis, deturpadores,
Insanos como o vírus devastador.
O que restará de nós no fim?
A poeira que o tempo não dissipa?
Uma vergonha e arrependimentos infinitos?
Daniel Amaral
16. LETRAS MORTAS
Para onde vou neste momento vazio?
Em que direção volto os meus olhos?
As incertezas que vêm de mim mesmo,
Surgem das sombras do tempo, sorrateiras.
Tento mascara-las. Esconde-las
Sob o pano insofismável da verdade.
Mas aí, caem-me as cortinas da vida
Fecha-se o livro de minha história
Caio do casulo da memória
Sob o vazio do esquecimento
Lá, onde estão escondidos
Os meus idos, que impiedosos, desditos
Ceifaram de mim o meu vulto.
Daniel Amaral
25/04/2009
17. LUA MINGUANTE
A lua minguava
E você nem ligava
A noite se ía
E eu confessava
À lua que minguava
A ela eu dizia
De um amor tão grande
Que você não percebia...
Mas, a lua que minguava
E as estrelas me diziam
Que a madrugada
E o frio da hora
Ainda te mostrariam...
Te diriam do meu amor
Na madrugada sombria
Falariam do meu calor
Que você nem percebia
Enquanto a lua minguava
E eu te dizia
Que, muito mais que a lua,
Era a você que eu queria...
Apenas o pensamento pedia
Não haviam palavras
Nada mais me valia
Nem o brilho da lua
Na madrugada fria, sombria...
Pois o teu coração era mais frio
E também minguava!
Daniel Amaral
Poesia escrita em 1994(Numa noite fria de luar intenso
em Porto Seguro, na Bahia)
18. ODE A LISBOA
Meu pensamento viaja no tempo passado,
Quando caminho distraído e alegre,
Pelas ruas e avenidas de jardins verdejantes
Entre os prédios seculares da bela Lisboa
Que me fazem viajar nas asas do tempo.
Por vielas de calçadas e sombras, dou-me conta
A cada detalhe onde ainda a história ressoa
O grito heróico dos destemidos homens valentes
Que te fizeram no mundo para sempre
Cantando os seus versos a luz de Lisboa.
Cidade peninsular de montanhas imponentes
Onde cresceu um casario onde o passado ainda canta
A Lisboa do Tejo, que sorrindo caloroso se espraia.
És tu a cidade de histórias e lembranças tantas,
Encantada Lisboa, em cada torre em cada praça.
Eu, que vim de terras longínquas,
Aprendi a te amar agradecido e carinhoso.
Pois, as montanhas doaram-me a tua beleza
E os meus olhos de amante simplório brilharam
Com todo o gostar de um amor fervoroso,
Enquanto os pardais a volta cantam e brincam...
É assim este gostar: singelo, despretensioso
Como do amante que a amar, vai docemente,
Enquanto passam as estações e o coração se alegra
Com o nascer das manhãs deste sol mensageiro
Que traz mais um dia em que estarei contente.
19. LUA MINGUANTE
A lua minguava
E você nem ligava
A noite se ía
E eu confessava
À lua que minguava
A ela eu dizia
De um amor tão grande
Que você não percebia...
Mas, a lua que minguava
E as estrelas me diziam
Que a madrugada
E o frio da hora
Ainda te mostrariam...
Te diriam do meu amor
Na madrugada sombria
Falariam do meu calor
Que você nem percebia
Enquanto a lua minguava
E eu te dizia
Que, muito mais que a lua,
Era a você que eu queria...
Apenas o pensamento pedia
Não haviam palavras
Nada mais me valia
Nem o brilho da lua
Na madrugada fria, sombria...
Pois o teu coração era mais frio
E também minguava!
Daniel Amaral
Poesia escrita em 1994
(Numa noite fria de luar intenso
em Porto Seguro, na Bahia)
20. AO ARTISTA
Como querer, pretender,
Entender um artista genial?
Eles nos surpreendem,
Nos animam e nos espantam!
Eles criam, inventam,
Se reinventam,
Extrapolam as convenções.
Carregando em sua sina
De seres únicos
E aquinhoados de talentos
Que, mais que instrumentos... De criação,
São tormentos ao coração,
Do que vai na alma, na visão
Que, diferente da multidão,
Que lhes seguem os passos
Apontado as suas feridas
Tristemente conseguidas
No esforço brutal da criação.
Por isso, quase sempre,
Muito cedo eles se vão.
Precisam descansar o seu espírito.
Partem, como num grito,
De repente.
Escapando à solidão.
Deles, para sempre ficam
As marcas que nos indicam
O caminho da redenção
Onde reconhecemos
O indelével toque de suas mãos...
E, porque desafiam a impermanência,
Deles, para sempre fica uma certeza,
Uma verdade:
Jamais morrerão.
Antes, porém, ficarão
Para sempre na eternidade
De uma canção.
'Bye, Michael.
Daniel Amaral - 26/06/2009
21. A PARTIDA
Como neve, frio era o teu olhar
Quando dizias que ias partir.
Tua vontade parecia tanta!
Soava-me como um bradar de ondas
Nas íngremes encostas do meu peito.
Desconhecias os presentes estrelados,
Negavas as pérolas que guardei para ti...
As noites insones, pedindo um horizonte de luz
Onde realizassem- se todas as vontades
E, nesta sonata de desejos,
Vi entre a névoa do sobrolho
Que te foste de mim...
E olhastes para trás...
Apenas essa triste lembrança ficou:
A visão dos teus olhos reticentes...
D'onde uma lágrima hesitou, e caiu...
Serpenteando pelas maçãs do teu rosto.
Daniel Amaral
28/05/2007
22. CONTRADITORIUM
A singeleza que ora emano,
Vem-me do coração.
Não repare. Não é engano.
Sou calmo como os campos do sertão...
Mas não abuse, por engano
Não vá contra a arrebentação
Sou pura contradição
Mas esforço-me por não sê-lo...
Às vezes, basta-me um olhar enviesado,
Um sorriso amarelado,
Para eriçar-me o pelo.
A singeleza que ora emano,
Ledo engano, vem-me do fundo do coração.
Mas, quando sinto a vileza,
Bate-me no peito uma tristeza
E reajo como um furacão.
Daniel Amaral
02/02/2009
23. CANTO AO OLHAR DA MOÇA RISONHA
Um átimo do brilho
Dos teus olhos desejo.
Que me venha este sol
A matar-me com um beijo!
Um átimo do teu brilho
Tu somente - em meu cantar...
A tua figura no espelho
E o som das ondas do mar.
Um átimo do brilho
Dos teus olhos persigo.
Que me venha este amor
No mais completo langor.
E que com brisa suave
Dos teus cabelos desbrave
Este meu sonho de amador.
Daniel Amaral
24/10/2008
24. ENTERNECER
Não sofras mais nas tristes passagens
Não deixe pedras a marcar o caminho
Sempre pensando na volta, presa do medo
De abrir as asas e voar para fora do ninho
Vês no horizonte à tua frente as miragens?
Alcança-as e colhei delas as flores nas ramagens
Indaga-lhes das novidades, do que te é mais caro,
O que decerto e verdadeiramente te contagia...
Estas existirão sempre, se caminhas e procuras
Mas não virão das noites lacrimosas, fugidias
Onde grassam, amiúde, degenerescências obscuras,
Nem do deserto, que vive de lembranças tardias
Mas sim da beleza das tardes a enternecer
Que se vão, dando lugar ao salpicar de diamantes
Onde antes brilhava um sol de raios reluzentes
Que sempre promete te visitar no outro dia
Nascendo do breu onde pungiram estrelas cadentes...
Acredita que és capaz de mudar a tua sina
Desfaz-te desta tua imagem distorcida.
Busca sem medo aquela fonte cristalina
De onde jorra o néctar que te alimenta,
Te levanta, te apruma, que te dá vida!
Daniel Amaral
20/09/2009
25. SE O TEMPO PARASSE
Ah. Se o tempo parasse...
e o vento soprasse
nos ouvidos da gente,
n'alguma insólita catarse,
uma frase qualquer…benfazeja.
Que nos despertasse uma voz
que em clamor sussurrasse
aos ouvidos uma melodia cantasse
e num rumor a visão despertasse
Deste tempo futuro tão atroz
fizesse cair a barreira
que se impõe brutal, derradeira
nos cortando em lamento a voz.
Ah. Se o tempo parasse...
Daniel Amaral
03/01/2009
26. FLOR DO CAMPO
Onde estás, flor de rara beleza?
Ninfa de tons virginais que cativas,
Por que escondes de mim tuas pétalas?
Oh! Não leves de mim tua singeleza...
Odorífera corola de vivas cores...
Busco-te pelo jardim florido
Mas não vejo os teus ramos...
Espio por entre os rocios
Na relva calma dos campos
Buscando-te com um leve fastio,
Com olhos desesperançados
Mas mesmo assim, entretanto
Guardo de ti o perfume a quietude
Que traz a lembrança de alegria, o pranto
Num lindo momento de paz e virtude
Me aquece a certeza de que terei,
Mesmo na busca que tarda, dolorosa,
Mesmo nas teias das vicissitudes,...
Virá até mim sorridente o momento
Em que te encontrarei linda, airosa
Minha flor do campo, jóia rara
Viverás sempre em mim... gloriosa!
Daniel Amaral
10/05/2009
27. FLOR DO DIA
A flor que te deseja o meu coração
Ofereço-te como uma dádiva predita.
Nos cabelos ponho-te uma pétala infinita
E a te cobrir os cílios, um lampejo de emoção.
Essa flor contida, caprichosa, prestativa,
Vem salvar-me dos horrores imponderáveis
Da solidão do teu corpo que me ofereces em abrigo
Às minhas mãos em estertores miseráveis
Mas, vem de mim essa rosa que cativas
Habita os nefastos desertos do meu peito
E tu repousas a cabeça no meu leito,
Enquanto voam de mim pétalas furtivas.
Se não te ofereço mais rosas cativantes
É porque sou ermo e desolado coração...
Já não brotam dos meus pés na viagem angustiante
Os desejos que pensava ter guardados num salão.
Onde hoje tremula uma cortina negra e maldita
Que dá ao jardim onde as ervas predominam
E os lírios que imaginei, há muito de mim fugiram
Sem a água salvadora do rio que em ti habita
Daniel Amaral
15-03-2008
28. APAIXONADO CORAÇÃO
Teus beijos
São deliciosos tragos
que sorvo no céu da tua boca
Tua pele perfumada
povoa os meus sonhos
Minha companheira,
és a miga e amada,
que desejo eterna e minha,
pois sem ti sou viajante
sem rumo, sem alento.
Vivo na sua ausência
o tormento dos apaixonados…
Mas, quando abarcas o meu corpo,
como se um raio me transpassasse,
Volto à vida como se num milagre!
Daniel Amaral
15-03-2008
29. INTRUSOS
Se a tristeza é tanta a transbordar dos olhos,
Que até espanta o mais sofrido num alarido sem causa,
É porque te falta a pausa que transmutada de ti foge...
Foge com medo…
E se vai em segredo pelo verde arvoredo
e pelos desvãos dos dedos...
Sem sentido, o amargurado Se sentindo apedrejado
cai ao chão, dizendo não à vida que lhe fora dada.
Nenhum sentido há na tristeza que não é tua
Em triste choramingar Sem uma luz que atenua
Dos teus medos, à tristeza... Peça ao vento, diga a lua:
“quero me livrar dessa tristeza”
Pegue então os seus temores, e os entregues a correnteza.
Daniel Amaral 17-09-2014
30. A POESIA ORVALHADA
Ana
Você foi a minha melhor companhia.
Queria mais da tua presença. Vontade tenho ainda!
Mas do que me vale a vontade,
Se na verdade tu me negastes um beijo?
Que de tanto desejo, ardente busquei em teus lábios.
Você chorou lágrimas doídas
Como se o coração hesitasse…
Vai, meu amor, com olhos marejados
Buscar a esperança!
Vai, minha flor!
Vou regar-te as pétalas com o orvalho da manhã,
Para te refrescar a saudade!
Daniel Amaral
31. ANTES QUE SE ACABE O MUNDO
Quero te oferecer um bem precioso
A estrela mais brilhante do firmamento!
Assim fazer-te mais feliz num momento,
Tocando a tua alma,
num gesto carinhoso...
Ver brilhar o teu lindo rosto
num sorriso,
Apertar-te a mão pequena, calorosa e macia
Sentir a felicidade e abraçar-te sem aviso
Dar-te o melhor do amor e da alegria...
Quero ofertar-te o bem mais valioso!
Para que livre o teu âmago e repleto
Da eterna e desejada paz de espírito,
Tenhas o mais divino Um amor completo
A inundar teu coração com este amor infindo
Para que assim, ao despertarmos deste sonho,
qual amantes numa eternidade prazerosa,
Possamos livres estar do esgar medonho
Das vidas desperdiçadas sem sentido.
(Daniel Amaral)
32. HELENA
Helena, trago na mão uma pena,
para escrever o seu nome
"Helena"... Com essa mesma pena,
roçarei as melenas, dos teus cabelos,
e sussurrarei o seu nome:
"Helena".
E nas tuas mãos pequenas,
macias e serenas, calmo, como a brisa da tarde
amena, pintarei numa tela uma cena,
onde serás a pequena flor de lótus,
" Helena".
(Daniel Amaral)
33. UMA NOITE DE VERÃO
Boa noite de sono,
Sono tranqüilo e sereno
Te desejo sincero neste momento pleno,
Em que desejas companhia... Mas estando
sozinha, sonhas Que a noite te abarca a agonia
E te aconchegas nas fronhas.
Dormes sozinha e completa. O teu semblante
descansas Nas macias cobertas do leito
Onde flutuas alegre e repleta
Depois do gozo que aplacas...
Como quisera, ó musa, Doar-te o meu calor
festeiro
Neste escuro diáfano. Estar contigo em carícias
A aquecer-te o o corpo inteiro
Dormes, que a manhã Já canta nas matas A
chamar o teu nome:
"Princesa!"
(Daniel Amaral)
34. AO SOM DA CHUVA
(Com uma música de fundo)
Duma nuvem caem pingos d'água
Para que te lembres de mim
E os meus olhos, sem mágoa
Lacrimejam saudosos assim
Não é tristeza, É saudade
Que sinto dos teus versos e de ti
Que de tão longe arrebatas
O meu coração que chora e sorri.
Chora a tristeza da distância
Deste oceano que nos separa...
E sorri dos momentos na lembrança
Do mais lindo que de nós ficara
Pingos d'água incontáveis
Trazem a chuva promissora
Que nos une e nos afaga Enquanto cai suave,
redentora.
(Daniel Amaral)
35. AO LUAR PRATEADO
As ondas prateadas pelo luar
Brilhavam num luzidio ameno
Da noite que ia linda a sonhar,
Enquanto o mar cantava sereno.
Emocionado pela beleza explícita
Daquele mágico momento,
Veio-me ao peito um sentimento
De alegria total e intensa.
Numa tela quis guardar esse instante
Tão breve e tão belo... Totalmente
Pois as ondas ressoavam mansinho
A pedir num murmúrio sussurrante
"Pinta-me este luar eternamente?"
Busquei os pincéis e o cavalete
Deixei fluir solta a incontida emoção
E fixei os olhos transbordantes,
Enquanto a lua conduzia a minha mão.
Foi assim que numa noite
Em que a lua passava a cantar
Que eu pintei essa tela, afoito,
Desejoso do teu coração apaixonar.
(Daniel Amaral)
36. A POESIA E O POETA
O poeta sonha no alto do monte com uma flor.
Dela brota densa e sentida, translúcida lágrima,
Como um rio denso a desfazer-se no rosto,
Caindo doidejante por entre os sulcos da face.
(Cálido rosto coberto de desejos e de dor.)
Como tiras de seda, bordadas de fino ouro,
Dos olhos cerrados fluem imagens do tempo
Em que o brilho do dia era nítido, azul, cristalino
E as manhãs banhadas de sol, um tesouro.
Sempre lhe pertenceu, assim como o vento,
A virtude de ter tentado cem vezes, sem tréguas
Alcançar o véu fluídico da distante quimera
Que fizera do seu fardo de rimas um tormento.
Mas do vento, essa invisível figura onipresente,
Chama-lhe uma voz pelo nome:
“Poeta... Poeta...”
"A voz dos rodamoinhos na mente simplória"
Do artista, que rima e canta versos somente.
(Daniel Amaral)
37. VITÓRIA, A ILHA DO MEL
O que dizer de uma cidade que é toda linda...?
Que mais que não fora ainda dito dignamente?
Vitória, nome de mulher de valor definitivo,
Teu nome te cai perfeito, cabe em ti lindamente.
Sinuosas as tuas formas de criação perfeita.
És do menestrel a purpúrea rima preciosa.
Nos meus recordares, mãe boníssima,
Vêm-me a infância em tua mão bondosa.
Guardo em meu peito a saudade
Este sentimento de dor,… inimigo,
de quem a mão seguro arduamente,
Pois, embora longe dos teus braços,
Jamais esqueço que as sementes
Impregnadas na minha alma
Vêm de ti e estarão sempre comigo.
O que devo então dizer-te?
Parti,... e partido o coração...
Ousado, quero agora pedir-te
-Perdão,... Perdoa-me.
Daniel Amaral 06-08-2011
38. ALMA DE POESIA
Sinto saudades dos teus versos,
que me dizem tanto!
Quando os leio, de alegria eu canto
Canto à tua pena, magia incontida.
Canto a vida que há neles,
Pois não são rimas, simplesmente
São como a pérola única e iridescente
Que surge do teu oceano infinito
Nas praias dos teus versos
-Agradeço-te por este dia...
Tuas calmas ondas em torvelinho
Trazem-me paz e alegria
E tua pena me faz companhia.
Daniel Amaral
39. •
O AMOR
Ah... O amor!!
Esse sentimento
que, universal,
mesmo assim ainda
tão pouco compreendido,
ainda persiste,
subsiste,
permanece,
apesar da nossa ambigüidade…
O sentimento que mantém de pé
a nossa tão combalida existência!
Mas saibas…
Que ao amor, tudo é possível.
Ele é filho do céu!
(Daniel Amaral)
40. •
Sunny Love
Sunny,
(voce me lembra aquela música),...
A ensolarada poesia que escorre
Por entre os teus dedos é plena de be-leza.
Deves ser mesmo assim, irradiante
pessoa.
O teu brilho resplandece e percorre
Os caminhos belos da natureza.
Uma homenagem a amiga poeta Sunny Lora.
06/08/2011- (Daniel Amaral)
41. •
Beijo na boca (da noite).
Boa noite de descanso!- Diz-me a noite...
Não vá, ó deusa dos véus esvoaçantes,
fica comigo só mais essa noite,
para que possa sonhar em estar contigo
outra vez, esta vez!
Ó musa dos meus sonhos de amor!
Embala-me em teus braços,
Mornos como a ensolarada tarde
e acende em mim o desejo
de um amor infinito
Como a noite mais esplêndida!
Continue aqui comigo, Ó amada,
mais sonhada e desejada que o dia!
O último dos dias...
Quem sabe se aqui estarei amanhã?
Talvez aqui tu já não mais me veja!
Ó, minha esperança. Não se desvaneça, amada!
A ingrata noite mulher que me maltrata
Um coração cheio de esperança...
E que ainda canta!
"És poesia que imediata Maltrata
e também Inspira-me
com a tua presença!"
Supliquei em vão...
"Vou ter que partir" - repetiu em voz baixa.
E eu Aturdido: Vai, Ó desespero!.
Não maltrates mais este co- ração! Vai-te,... e não digas
que não acreditas... Serás para mim como o bem mais
desejado O bem que não consegui ter...
Ó sina!
"Boa noite, amor meu!",
disse-lhe. "Durma com os an- jos celestiais
e que eles te conduzam ao sonho mais belo!”
(Daniel Amaral)
42. •
UM POEMA PARA A AMADA
É importante que não te esqueças
Que eu moveria uma montanha
Viajaria a uma terra estranha
Só para ter um vislumbre de ti.
Ainda que no mundo hajam tantas,
Vivo por sua presença bem amado
Pois antevejo o carinho que me encanta
Neste belo sorriso, por mim adorado
Toda vez que te chegas de mansinho
Até o meu aconchego perfumado
Me sento dentre os homens, abençoado
Pelo amor que me deu a esperança
De que sempre estarás no meu caminho
(Daniel Amaral)
44. •
Minha História
Nasci em Vitória, no Espírito Santo, região sudeste do Brasil.
Vivi do mangue, do mato e da roça. Meus avós eram pequenos agricultores de subsistência e nós
vivíamos daquilo que colhíamos e dos animais que caçávamos e criávamos, como as capivaras, que
eram presas nas armadilhas colocadas nas plantações de milho, feijão, batatas e de mandioca pelo meu
avô.
Haviam também muitos tatus e cotias, além de um rio piscoso, do qual trazíamos samburás cheios,
quando estávamos numa ilhota do rio Santa Maria onde passávamos muito tempo.
Nessa ilha, havia uma pequena cabana tosca feita de varas de mato e barro vermelho do rio. Era coberta
com sapê (folha de palmeira, de fácil manuseio). Meu avô, um negro magro e de baixa estatura,
descendente de escravos, era quem sabia um pouco de tudo no que respeitava a sobre- viver no mato e
com pouco ou nenhum recurso financeiro.
Quando estávamos nessa ilhota do rio Santa Maria, raramente passávamos fome. Havia sempre peixe
salgado a secar ao sol em cima da palha seca da cabana e uma capivara pendurada ao lado e acima do
fogão de lenha.
O rio costumava encher além das medidas na época das chuvas. Esse era o melhor momento para a
pesca com os espinheis (feixe de anzóis) para pegar jacarés e também para colocar os samburás -
(armadilhas para peixes feita de bambu e cipós) na boca da vazante do rio).
Daniel D’Amaral
http://www.amorepoesia.org/2009/10/amorepoesia82-minha-historia.html
45. DIRETOR DE ARTE, CRIATIVO,
ILUSTRADOR, PINTOR, LOCUTOR… E
POETA.
http://www.recantodasletras.com.br/autores/DanielAmaral