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O FLORAL PERFUMADO 
POESIAS DE DANIEL D’AMARAL
APRESENTAÇÃO 
DANIEL AMARAL
O FLORAL POÉTICO 
POESIAS DE DANIEL AMARAL
SOU POETA 
Sou alguém que acredita, 
Que ousa sonhar... 
Desejar que a vida 
Traga, além do luar, 
A verdade risonha, 
A felicidade querida. 
Não a mentira medonha 
Que a todos afronta. 
Não a incompreensão 
Que ao passado remonta. 
Mas, aos sorrisos fartos 
Abertos e felizes 
De todas as cores e matizes 
Inesperadas, soberbas e lindas… 
Tão lindas, que nos façam 
Chorar de alegria 
E cantar a harmonia 
De poder amar 
Sem medo da ousadia. 
Sou um poeta desgarrado e aturdido, 
Neste mundo perdido, 
Em busca da estrela tardia. 
Daniel Amaral 
30/08/2009
TRISTESSE 
Hoje quando te vi triste, chorei. 
Eu que te achava completa. Muralha 
Impassível às ondas deste oceano vida, 
Te vi então sofrida e aturdido aos céus 
implorei: 
Que uma luz te conduza de volta a 
alegria. 
Alegria que em ti eu sempre avistei. 
Que aos teus olhos, de brilhante magia, 
Cuja beleza sempre celebrei, 
Volte o brilho sereno deste azul céu 
Que é seu... Todo o resto é nostalgia... 
Não sofras mais, poetisa, não chores... 
Daniel Amaral 
21/01/2010
ÀS MULHERES 
Ah... As Mulheres 
Agradeçamos aos céus com 
gratidão... 
Abençoadas sejam todas as mulheres! 
Bem aventuradas! Amadas sejam 
elas,… 
Mães da vida e do amor incondicional. 
Verdadeiras mulheres, divina criação... 
Perseverem, permaneçam mulheres, 
Nossas mães, nossas filhas, nossas 
fêmeas 
A preencher-nos de ternura o coração. 
Daniel Amaral 
28/02/2010
ALMA DE POESIA 
Sinto saudades dos teus versos, 
que me dizem tanto! 
Quando os leio, de alegria eu canto 
Canto à tua pena, magia incontida. 
Canto a vida que há neles, 
Pois não são rimas, simplesmente 
São como a pérola única e iridescente 
Que surge do teu oceano infinito 
Nas praias dos teus versos 
-Agradeço-te por este dia... 
Tuas calmas ondas em torvelinho 
Trazem-me paz e alegria 
E tua pena me faz companhia. 
Daniel Amaral
NÃO CHORES MAIS 
Lágrimas, chamam lágrimas... 
Não te deixes inundar de tristeza tanta. 
Busque antes a beleza do sorriso 
Que de festas te contagia e encanta. 
Olha à tua volta, que existência fecunda! 
Vês quantas alegrias te dá graciosa a vida... 
Não temas a noite, que nos enche de presságios 
E os nossos sonhos de temores inunda... 
Procura em teu seio a fartura querida 
Que, do teu lado a insuspeita vontade 
Sempre te alcançará, enquanto não desistires 
Da tua chama sequiosa e repleta de vida. 
És tu o sol interior de tua vivência, 
A tua chama alta linda e flamejante, 
Com a qual te brindou a existência 
Para completares sem medos a tua senda. 
Daniel Amaral 
28/12/2009
A Poesia 
A poesia está em alta 
todos falam dela, 
todos a querem cantar. 
Mas, minha alma triste, 
por ela flutua, querendo chorar... 
Por campos a fora, 
Sem o teu perfume, 
Sem os teus olhos 
De um verde profundo, 
Vão os meus ais 
A um longínquo, 
imaginário mundo. 
A poesia de que tantos falam 
Não é minha nem sua 
A poesia é da lua 
Que toda nua passeia a cantar 
Uma canção de versos de luz, 
Uma melodia que nos seduz 
Com o coro das vozes do mar. 
Daniel Amaral 
01/08/2009
LETRAS MORTAS 
Para onde vou neste momento vazio? 
Em que direção volto os meus olhos? 
As incertezas que vêm de mim mesmo, 
Surgem das sombras do tempo, sorrateiras. 
Tento mascara-las. Esconde-las 
Sob o pano insofismável da verdade. 
Mas aí, caem-me as cortinas da vida 
Fecha-se o livro de minha história 
Caio do casulo da memória 
Sob o vazio do esquecimento 
Lá, onde estão escondidos 
Os meus idos, que impiedosos, desditos 
Ceifaram de mim o meu vulto. 
Daniel Amaral 
25/04/2009
A POESIA E O POETA 
O poeta sonha no alto do monte com uma flor. 
Dela brota densa e sentida, translúcida lágrima, 
Como um rio denso a desfazer-se no rosto, 
Caindo doidejante por entre os sulcos da face. 
(Cálido rosto coberto de desejos e de dor.) 
Como tiras de seda, bordadas de fino ouro, 
Dos olhos cerrados fluem imagens do tempo 
Em que o brilho do dia era nítido, azul, cristalino 
E as manhãs banhadas de sol, um tesouro. 
Sempre lhe pertenceu, assim como o vento, 
A virtude de ter tentado cem vezes, sem tréguas 
Alcançar o véu fluídico da distante quimera 
Que fizera do seu fardo de rimas um tormento. 
Mas do vento, essa invisível figura onipresente, 
Chama-lhe uma voz pelo nome: “Poeta... Poeta...” 
"A voz dos rodamoinhos na mente simplória" 
Do artista, que rima e canta versos somente. 
(Daniel Amaral)
ACRÓSTICO 
Incauta, a minha alma benfazeja 
Voou na tua luz cálida e serena 
Olhei-te e vi-te como que inteira 
Nos escritos que me vieram de tua pena 
Explícitos, como o canto que festeja... 
Ante o teu brilho, sol dourado, 
Louvei-te o canto com os meus olhos 
Viagem linda, empreendi, sonho acordado 
Encantado pelos faróis que iluminam 
Sua presença de brilho transmutado 
Saí, então, a cantarolar o teu nome 
Obstinado em não perder o teu riso, 
Lancei-me à busca de um megafone 
Daniel Amaral 
04/09/2009
PASSAGEM 
No dia em que eu morri 
Soprava um vento danado, 
O frio fazia-me prostrado 
A compungir-me o coração 
Que cansado de tanta tristeza, 
Caído sob os pés da vileza 
Retrato da vida incerta 
Que matou a emoção 
Nostalgia... 
Na noite tardia. 
Passei-me... morri... 
Mergulhei no vazio... 
Do asceta simplório, 
Vi o tempo perdido 
De viver sempre aturdido 
No despropósito inglório 
Assim, me passei desapercebido... 
Me esfumei consumido... 
Lá fora só a noite se condoía 
Em sons de lamúrias... 
Sofridos... 
Daniel Amaral 13/05/2010
ENERGÚMENOS 
Nós, que meros macacos recentes 
Párias, do acaso possuídos… 
Energúmenos, seres sem alma! 
Traidores do amor, de si mesmos! 
Nós, que hipócritas lisonjeiros 
Atados à ignomínia e à mentira 
E aos desejos e instintos animais. 
Nós, que perdidos,... sem sentidos, 
Como cegos na noite primordial 
Incapazes e limitados ao tato vago 
Do que nos é permitido compreender... 
Fomos, mesmo que vis, desprezíveis, 
Premiados com um paraíso perdido 
Na imensidão do Vácuo Infinito. 
Nós, que destruímos este mundo 
Nós, que não percebemos do céu 
Nenhum vislumbre acalentador, 
Do futuro temerosos... Insensatos,... 
Matamos a vida, da natureza a flor 
Desumanos, infiéis, deturpadores, 
Insanos como o vírus devastador. 
O que restará de nós no fim? 
A poeira que o tempo não dissipa? 
Uma vergonha e arrependimentos infinitos? 
Daniel Amaral
LETRAS MORTAS 
Para onde vou neste momento vazio? 
Em que direção volto os meus olhos? 
As incertezas que vêm de mim mesmo, 
Surgem das sombras do tempo, sorrateiras. 
Tento mascara-las. Esconde-las 
Sob o pano insofismável da verdade. 
Mas aí, caem-me as cortinas da vida 
Fecha-se o livro de minha história 
Caio do casulo da memória 
Sob o vazio do esquecimento 
Lá, onde estão escondidos 
Os meus idos, que impiedosos, desditos 
Ceifaram de mim o meu vulto. 
Daniel Amaral 
25/04/2009
LUA MINGUANTE 
A lua minguava 
E você nem ligava 
A noite se ía 
E eu confessava 
À lua que minguava 
A ela eu dizia 
De um amor tão grande 
Que você não percebia... 
Mas, a lua que minguava 
E as estrelas me diziam 
Que a madrugada 
E o frio da hora 
Ainda te mostrariam... 
Te diriam do meu amor 
Na madrugada sombria 
Falariam do meu calor 
Que você nem percebia 
Enquanto a lua minguava 
E eu te dizia 
Que, muito mais que a lua, 
Era a você que eu queria... 
Apenas o pensamento pedia 
Não haviam palavras 
Nada mais me valia 
Nem o brilho da lua 
Na madrugada fria, sombria... 
Pois o teu coração era mais frio 
E também minguava! 
Daniel Amaral 
Poesia escrita em 1994(Numa noite fria de luar intenso 
em Porto Seguro, na Bahia)
ODE A LISBOA 
Meu pensamento viaja no tempo passado, 
Quando caminho distraído e alegre, 
Pelas ruas e avenidas de jardins verdejantes 
Entre os prédios seculares da bela Lisboa 
Que me fazem viajar nas asas do tempo. 
Por vielas de calçadas e sombras, dou-me conta 
A cada detalhe onde ainda a história ressoa 
O grito heróico dos destemidos homens valentes 
Que te fizeram no mundo para sempre 
Cantando os seus versos a luz de Lisboa. 
Cidade peninsular de montanhas imponentes 
Onde cresceu um casario onde o passado ainda canta 
A Lisboa do Tejo, que sorrindo caloroso se espraia. 
És tu a cidade de histórias e lembranças tantas, 
Encantada Lisboa, em cada torre em cada praça. 
Eu, que vim de terras longínquas, 
Aprendi a te amar agradecido e carinhoso. 
Pois, as montanhas doaram-me a tua beleza 
E os meus olhos de amante simplório brilharam 
Com todo o gostar de um amor fervoroso, 
Enquanto os pardais a volta cantam e brincam... 
É assim este gostar: singelo, despretensioso 
Como do amante que a amar, vai docemente, 
Enquanto passam as estações e o coração se alegra 
Com o nascer das manhãs deste sol mensageiro 
Que traz mais um dia em que estarei contente.
LUA MINGUANTE 
A lua minguava 
E você nem ligava 
A noite se ía 
E eu confessava 
À lua que minguava 
A ela eu dizia 
De um amor tão grande 
Que você não percebia... 
Mas, a lua que minguava 
E as estrelas me diziam 
Que a madrugada 
E o frio da hora 
Ainda te mostrariam... 
Te diriam do meu amor 
Na madrugada sombria 
Falariam do meu calor 
Que você nem percebia 
Enquanto a lua minguava 
E eu te dizia 
Que, muito mais que a lua, 
Era a você que eu queria... 
Apenas o pensamento pedia 
Não haviam palavras 
Nada mais me valia 
Nem o brilho da lua 
Na madrugada fria, sombria... 
Pois o teu coração era mais frio 
E também minguava! 
Daniel Amaral 
Poesia escrita em 1994 
(Numa noite fria de luar intenso 
em Porto Seguro, na Bahia)
AO ARTISTA 
Como querer, pretender, 
Entender um artista genial? 
Eles nos surpreendem, 
Nos animam e nos espantam! 
Eles criam, inventam, 
Se reinventam, 
Extrapolam as convenções. 
Carregando em sua sina 
De seres únicos 
E aquinhoados de talentos 
Que, mais que instrumentos... De criação, 
São tormentos ao coração, 
Do que vai na alma, na visão 
Que, diferente da multidão, 
Que lhes seguem os passos 
Apontado as suas feridas 
Tristemente conseguidas 
No esforço brutal da criação. 
Por isso, quase sempre, 
Muito cedo eles se vão. 
Precisam descansar o seu espírito. 
Partem, como num grito, 
De repente. 
Escapando à solidão. 
Deles, para sempre ficam 
As marcas que nos indicam 
O caminho da redenção 
Onde reconhecemos 
O indelével toque de suas mãos... 
E, porque desafiam a impermanência, 
Deles, para sempre fica uma certeza, 
Uma verdade: 
Jamais morrerão. 
Antes, porém, ficarão 
Para sempre na eternidade 
De uma canção. 
'Bye, Michael. 
Daniel Amaral - 26/06/2009
A PARTIDA 
Como neve, frio era o teu olhar 
Quando dizias que ias partir. 
Tua vontade parecia tanta! 
Soava-me como um bradar de ondas 
Nas íngremes encostas do meu peito. 
Desconhecias os presentes estrelados, 
Negavas as pérolas que guardei para ti... 
As noites insones, pedindo um horizonte de luz 
Onde realizassem- se todas as vontades 
E, nesta sonata de desejos, 
Vi entre a névoa do sobrolho 
Que te foste de mim... 
E olhastes para trás... 
Apenas essa triste lembrança ficou: 
A visão dos teus olhos reticentes... 
D'onde uma lágrima hesitou, e caiu... 
Serpenteando pelas maçãs do teu rosto. 
Daniel Amaral 
28/05/2007
CONTRADITORIUM 
A singeleza que ora emano, 
Vem-me do coração. 
Não repare. Não é engano. 
Sou calmo como os campos do sertão... 
Mas não abuse, por engano 
Não vá contra a arrebentação 
Sou pura contradição 
Mas esforço-me por não sê-lo... 
Às vezes, basta-me um olhar enviesado, 
Um sorriso amarelado, 
Para eriçar-me o pelo. 
A singeleza que ora emano, 
Ledo engano, vem-me do fundo do coração. 
Mas, quando sinto a vileza, 
Bate-me no peito uma tristeza 
E reajo como um furacão. 
Daniel Amaral 
02/02/2009
CANTO AO OLHAR DA MOÇA RISONHA 
Um átimo do brilho 
Dos teus olhos desejo. 
Que me venha este sol 
A matar-me com um beijo! 
Um átimo do teu brilho 
Tu somente - em meu cantar... 
A tua figura no espelho 
E o som das ondas do mar. 
Um átimo do brilho 
Dos teus olhos persigo. 
Que me venha este amor 
No mais completo langor. 
E que com brisa suave 
Dos teus cabelos desbrave 
Este meu sonho de amador. 
Daniel Amaral 
24/10/2008
ENTERNECER 
Não sofras mais nas tristes passagens 
Não deixe pedras a marcar o caminho 
Sempre pensando na volta, presa do medo 
De abrir as asas e voar para fora do ninho 
Vês no horizonte à tua frente as miragens? 
Alcança-as e colhei delas as flores nas ramagens 
Indaga-lhes das novidades, do que te é mais caro, 
O que decerto e verdadeiramente te contagia... 
Estas existirão sempre, se caminhas e procuras 
Mas não virão das noites lacrimosas, fugidias 
Onde grassam, amiúde, degenerescências obscuras, 
Nem do deserto, que vive de lembranças tardias 
Mas sim da beleza das tardes a enternecer 
Que se vão, dando lugar ao salpicar de diamantes 
Onde antes brilhava um sol de raios reluzentes 
Que sempre promete te visitar no outro dia 
Nascendo do breu onde pungiram estrelas cadentes... 
Acredita que és capaz de mudar a tua sina 
Desfaz-te desta tua imagem distorcida. 
Busca sem medo aquela fonte cristalina 
De onde jorra o néctar que te alimenta, 
Te levanta, te apruma, que te dá vida! 
Daniel Amaral 
20/09/2009
SE O TEMPO PARASSE 
Ah. Se o tempo parasse... 
e o vento soprasse 
nos ouvidos da gente, 
n'alguma insólita catarse, 
uma frase qualquer…benfazeja. 
Que nos despertasse uma voz 
que em clamor sussurrasse 
aos ouvidos uma melodia cantasse 
e num rumor a visão despertasse 
Deste tempo futuro tão atroz 
fizesse cair a barreira 
que se impõe brutal, derradeira 
nos cortando em lamento a voz. 
Ah. Se o tempo parasse... 
Daniel Amaral 
03/01/2009
FLOR DO CAMPO 
Onde estás, flor de rara beleza? 
Ninfa de tons virginais que cativas, 
Por que escondes de mim tuas pétalas? 
Oh! Não leves de mim tua singeleza... 
Odorífera corola de vivas cores... 
Busco-te pelo jardim florido 
Mas não vejo os teus ramos... 
Espio por entre os rocios 
Na relva calma dos campos 
Buscando-te com um leve fastio, 
Com olhos desesperançados 
Mas mesmo assim, entretanto 
Guardo de ti o perfume a quietude 
Que traz a lembrança de alegria, o pranto 
Num lindo momento de paz e virtude 
Me aquece a certeza de que terei, 
Mesmo na busca que tarda, dolorosa, 
Mesmo nas teias das vicissitudes,... 
Virá até mim sorridente o momento 
Em que te encontrarei linda, airosa 
Minha flor do campo, jóia rara 
Viverás sempre em mim... gloriosa! 
Daniel Amaral 
10/05/2009
FLOR DO DIA 
A flor que te deseja o meu coração 
Ofereço-te como uma dádiva predita. 
Nos cabelos ponho-te uma pétala infinita 
E a te cobrir os cílios, um lampejo de emoção. 
Essa flor contida, caprichosa, prestativa, 
Vem salvar-me dos horrores imponderáveis 
Da solidão do teu corpo que me ofereces em abrigo 
Às minhas mãos em estertores miseráveis 
Mas, vem de mim essa rosa que cativas 
Habita os nefastos desertos do meu peito 
E tu repousas a cabeça no meu leito, 
Enquanto voam de mim pétalas furtivas. 
Se não te ofereço mais rosas cativantes 
É porque sou ermo e desolado coração... 
Já não brotam dos meus pés na viagem angustiante 
Os desejos que pensava ter guardados num salão. 
Onde hoje tremula uma cortina negra e maldita 
Que dá ao jardim onde as ervas predominam 
E os lírios que imaginei, há muito de mim fugiram 
Sem a água salvadora do rio que em ti habita 
Daniel Amaral 
15-03-2008
APAIXONADO CORAÇÃO 
Teus beijos 
São deliciosos tragos 
que sorvo no céu da tua boca 
Tua pele perfumada 
povoa os meus sonhos 
Minha companheira, 
és a miga e amada, 
que desejo eterna e minha, 
pois sem ti sou viajante 
sem rumo, sem alento. 
Vivo na sua ausência 
o tormento dos apaixonados… 
Mas, quando abarcas o meu corpo, 
como se um raio me transpassasse, 
Volto à vida como se num milagre! 
Daniel Amaral 
15-03-2008
INTRUSOS 
Se a tristeza é tanta a transbordar dos olhos, 
Que até espanta o mais sofrido num alarido sem causa, 
É porque te falta a pausa que transmutada de ti foge... 
Foge com medo… 
E se vai em segredo pelo verde arvoredo 
e pelos desvãos dos dedos... 
Sem sentido, o amargurado Se sentindo apedrejado 
cai ao chão, dizendo não à vida que lhe fora dada. 
Nenhum sentido há na tristeza que não é tua 
Em triste choramingar Sem uma luz que atenua 
Dos teus medos, à tristeza... Peça ao vento, diga a lua: 
“quero me livrar dessa tristeza” 
Pegue então os seus temores, e os entregues a correnteza. 
Daniel Amaral 17-09-2014
A POESIA ORVALHADA 
Ana 
Você foi a minha melhor companhia. 
Queria mais da tua presença. Vontade tenho ainda! 
Mas do que me vale a vontade, 
Se na verdade tu me negastes um beijo? 
Que de tanto desejo, ardente busquei em teus lábios. 
Você chorou lágrimas doídas 
Como se o coração hesitasse… 
Vai, meu amor, com olhos marejados 
Buscar a esperança! 
Vai, minha flor! 
Vou regar-te as pétalas com o orvalho da manhã, 
Para te refrescar a saudade! 
Daniel Amaral
ANTES QUE SE ACABE O MUNDO 
Quero te oferecer um bem precioso 
A estrela mais brilhante do firmamento! 
Assim fazer-te mais feliz num momento, 
Tocando a tua alma, 
num gesto carinhoso... 
Ver brilhar o teu lindo rosto 
num sorriso, 
Apertar-te a mão pequena, calorosa e macia 
Sentir a felicidade e abraçar-te sem aviso 
Dar-te o melhor do amor e da alegria... 
Quero ofertar-te o bem mais valioso! 
Para que livre o teu âmago e repleto 
Da eterna e desejada paz de espírito, 
Tenhas o mais divino Um amor completo 
A inundar teu coração com este amor infindo 
Para que assim, ao despertarmos deste sonho, 
qual amantes numa eternidade prazerosa, 
Possamos livres estar do esgar medonho 
Das vidas desperdiçadas sem sentido. 
(Daniel Amaral)
HELENA 
Helena, trago na mão uma pena, 
para escrever o seu nome 
"Helena"... Com essa mesma pena, 
roçarei as melenas, dos teus cabelos, 
e sussurrarei o seu nome: 
"Helena". 
E nas tuas mãos pequenas, 
macias e serenas, calmo, como a brisa da tarde 
amena, pintarei numa tela uma cena, 
onde serás a pequena flor de lótus, 
" Helena". 
(Daniel Amaral)
UMA NOITE DE VERÃO 
Boa noite de sono, 
Sono tranqüilo e sereno 
Te desejo sincero neste momento pleno, 
Em que desejas companhia... Mas estando 
sozinha, sonhas Que a noite te abarca a agonia 
E te aconchegas nas fronhas. 
Dormes sozinha e completa. O teu semblante 
descansas Nas macias cobertas do leito 
Onde flutuas alegre e repleta 
Depois do gozo que aplacas... 
Como quisera, ó musa, Doar-te o meu calor 
festeiro 
Neste escuro diáfano. Estar contigo em carícias 
A aquecer-te o o corpo inteiro 
Dormes, que a manhã Já canta nas matas A 
chamar o teu nome: 
"Princesa!" 
(Daniel Amaral)
AO SOM DA CHUVA 
(Com uma música de fundo) 
Duma nuvem caem pingos d'água 
Para que te lembres de mim 
E os meus olhos, sem mágoa 
Lacrimejam saudosos assim 
Não é tristeza, É saudade 
Que sinto dos teus versos e de ti 
Que de tão longe arrebatas 
O meu coração que chora e sorri. 
Chora a tristeza da distância 
Deste oceano que nos separa... 
E sorri dos momentos na lembrança 
Do mais lindo que de nós ficara 
Pingos d'água incontáveis 
Trazem a chuva promissora 
Que nos une e nos afaga Enquanto cai suave, 
redentora. 
(Daniel Amaral)
AO LUAR PRATEADO 
As ondas prateadas pelo luar 
Brilhavam num luzidio ameno 
Da noite que ia linda a sonhar, 
Enquanto o mar cantava sereno. 
Emocionado pela beleza explícita 
Daquele mágico momento, 
Veio-me ao peito um sentimento 
De alegria total e intensa. 
Numa tela quis guardar esse instante 
Tão breve e tão belo... Totalmente 
Pois as ondas ressoavam mansinho 
A pedir num murmúrio sussurrante 
"Pinta-me este luar eternamente?" 
Busquei os pincéis e o cavalete 
Deixei fluir solta a incontida emoção 
E fixei os olhos transbordantes, 
Enquanto a lua conduzia a minha mão. 
Foi assim que numa noite 
Em que a lua passava a cantar 
Que eu pintei essa tela, afoito, 
Desejoso do teu coração apaixonar. 
(Daniel Amaral)
A POESIA E O POETA 
O poeta sonha no alto do monte com uma flor. 
Dela brota densa e sentida, translúcida lágrima, 
Como um rio denso a desfazer-se no rosto, 
Caindo doidejante por entre os sulcos da face. 
(Cálido rosto coberto de desejos e de dor.) 
Como tiras de seda, bordadas de fino ouro, 
Dos olhos cerrados fluem imagens do tempo 
Em que o brilho do dia era nítido, azul, cristalino 
E as manhãs banhadas de sol, um tesouro. 
Sempre lhe pertenceu, assim como o vento, 
A virtude de ter tentado cem vezes, sem tréguas 
Alcançar o véu fluídico da distante quimera 
Que fizera do seu fardo de rimas um tormento. 
Mas do vento, essa invisível figura onipresente, 
Chama-lhe uma voz pelo nome: 
“Poeta... Poeta...” 
"A voz dos rodamoinhos na mente simplória" 
Do artista, que rima e canta versos somente. 
(Daniel Amaral)
VITÓRIA, A ILHA DO MEL 
O que dizer de uma cidade que é toda linda...? 
Que mais que não fora ainda dito dignamente? 
Vitória, nome de mulher de valor definitivo, 
Teu nome te cai perfeito, cabe em ti lindamente. 
Sinuosas as tuas formas de criação perfeita. 
És do menestrel a purpúrea rima preciosa. 
Nos meus recordares, mãe boníssima, 
Vêm-me a infância em tua mão bondosa. 
Guardo em meu peito a saudade 
Este sentimento de dor,… inimigo, 
de quem a mão seguro arduamente, 
Pois, embora longe dos teus braços, 
Jamais esqueço que as sementes 
Impregnadas na minha alma 
Vêm de ti e estarão sempre comigo. 
O que devo então dizer-te? 
Parti,... e partido o coração... 
Ousado, quero agora pedir-te 
-Perdão,... Perdoa-me. 
Daniel Amaral 06-08-2011
ALMA DE POESIA 
Sinto saudades dos teus versos, 
que me dizem tanto! 
Quando os leio, de alegria eu canto 
Canto à tua pena, magia incontida. 
Canto a vida que há neles, 
Pois não são rimas, simplesmente 
São como a pérola única e iridescente 
Que surge do teu oceano infinito 
Nas praias dos teus versos 
-Agradeço-te por este dia... 
Tuas calmas ondas em torvelinho 
Trazem-me paz e alegria 
E tua pena me faz companhia. 
Daniel Amaral
• 
O AMOR 
Ah... O amor!! 
Esse sentimento 
que, universal, 
mesmo assim ainda 
tão pouco compreendido, 
ainda persiste, 
subsiste, 
permanece, 
apesar da nossa ambigüidade… 
O sentimento que mantém de pé 
a nossa tão combalida existência! 
Mas saibas… 
Que ao amor, tudo é possível. 
Ele é filho do céu! 
(Daniel Amaral)
• 
Sunny Love 
Sunny, 
(voce me lembra aquela música),... 
A ensolarada poesia que escorre 
Por entre os teus dedos é plena de be-leza. 
Deves ser mesmo assim, irradiante 
pessoa. 
O teu brilho resplandece e percorre 
Os caminhos belos da natureza. 
Uma homenagem a amiga poeta Sunny Lora. 
06/08/2011- (Daniel Amaral)
• 
Beijo na boca (da noite). 
Boa noite de descanso!- Diz-me a noite... 
Não vá, ó deusa dos véus esvoaçantes, 
fica comigo só mais essa noite, 
para que possa sonhar em estar contigo 
outra vez, esta vez! 
Ó musa dos meus sonhos de amor! 
Embala-me em teus braços, 
Mornos como a ensolarada tarde 
e acende em mim o desejo 
de um amor infinito 
Como a noite mais esplêndida! 
Continue aqui comigo, Ó amada, 
mais sonhada e desejada que o dia! 
O último dos dias... 
Quem sabe se aqui estarei amanhã? 
Talvez aqui tu já não mais me veja! 
Ó, minha esperança. Não se desvaneça, amada! 
A ingrata noite mulher que me maltrata 
Um coração cheio de esperança... 
E que ainda canta! 
"És poesia que imediata Maltrata 
e também Inspira-me 
com a tua presença!" 
Supliquei em vão... 
"Vou ter que partir" - repetiu em voz baixa. 
E eu Aturdido: Vai, Ó desespero!. 
Não maltrates mais este co- ração! Vai-te,... e não digas 
que não acreditas... Serás para mim como o bem mais 
desejado O bem que não consegui ter... 
Ó sina! 
"Boa noite, amor meu!", 
disse-lhe. "Durma com os an- jos celestiais 
e que eles te conduzam ao sonho mais belo!” 
(Daniel Amaral)
• 
UM POEMA PARA A AMADA 
É importante que não te esqueças 
Que eu moveria uma montanha 
Viajaria a uma terra estranha 
Só para ter um vislumbre de ti. 
Ainda que no mundo hajam tantas, 
Vivo por sua presença bem amado 
Pois antevejo o carinho que me encanta 
Neste belo sorriso, por mim adorado 
Toda vez que te chegas de mansinho 
Até o meu aconchego perfumado 
Me sento dentre os homens, abençoado 
Pelo amor que me deu a esperança 
De que sempre estarás no meu caminho 
(Daniel Amaral)
• 
BRINDE AO AMOR 
Bebendo da tua boca, os teus beijos sorvendo 
No arfar dos dos teus seios, 
e dos seus ternos abraços, 
vôo na maciês dos teus braços 
e ao teu corpo sucumbo 
depois do êxtase e do prazer, 
como se morrendo... 
No prazer mais plácido, divino, manso, sereno... 
Da tua beleza amena, me sinto possuidor 
És o tesouro perfeito 
e tens o corpo moreno 
Como que se banhada pelo sol do amor 
"Quanto desejo do teu corpo exala! 
O perfume sublime dos 
teus lábios ... Carnudos, 
molhados de lascívia 
Que beijo em murmúrios e estalos." 
O tempo inexiste nesse momento 
Duradouro, Eterno 
Cúmplice perfeito. 
Somos amantes na entrega total 
E nos seus braços me sinto refeito. 
O prazer que nos propiciamos, é divino! 
Encontro feliz de corpos apaixonados 
abençoados pelos deuses do amor 
Dando prazer aos nossos corpos suados... 
Exalando o inebriante perfume abrasador. 
Dois amantes felizes não têm fim nem morte,... 
tem sorte! 
©Daniel Amaral 10-05-2013
• 
Minha História 
Nasci em Vitória, no Espírito Santo, região sudeste do Brasil. 
Vivi do mangue, do mato e da roça. Meus avós eram pequenos agricultores de subsistência e nós 
vivíamos daquilo que colhíamos e dos animais que caçávamos e criávamos, como as capivaras, que 
eram presas nas armadilhas colocadas nas plantações de milho, feijão, batatas e de mandioca pelo meu 
avô. 
Haviam também muitos tatus e cotias, além de um rio piscoso, do qual trazíamos samburás cheios, 
quando estávamos numa ilhota do rio Santa Maria onde passávamos muito tempo. 
Nessa ilha, havia uma pequena cabana tosca feita de varas de mato e barro vermelho do rio. Era coberta 
com sapê (folha de palmeira, de fácil manuseio). Meu avô, um negro magro e de baixa estatura, 
descendente de escravos, era quem sabia um pouco de tudo no que respeitava a sobre- viver no mato e 
com pouco ou nenhum recurso financeiro. 
Quando estávamos nessa ilhota do rio Santa Maria, raramente passávamos fome. Havia sempre peixe 
salgado a secar ao sol em cima da palha seca da cabana e uma capivara pendurada ao lado e acima do 
fogão de lenha. 
O rio costumava encher além das medidas na época das chuvas. Esse era o melhor momento para a 
pesca com os espinheis (feixe de anzóis) para pegar jacarés e também para colocar os samburás - 
(armadilhas para peixes feita de bambu e cipós) na boca da vazante do rio). 
Daniel D’Amaral 
http://www.amorepoesia.org/2009/10/amorepoesia82-minha-historia.html
DIRETOR DE ARTE, CRIATIVO, 
ILUSTRADOR, PINTOR, LOCUTOR… E 
POETA. 
http://www.recantodasletras.com.br/autores/DanielAmaral
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OBRIGADO POR ASSISTIR

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  • 1.
  • 2. O FLORAL PERFUMADO POESIAS DE DANIEL D’AMARAL
  • 4. O FLORAL POÉTICO POESIAS DE DANIEL AMARAL
  • 5. SOU POETA Sou alguém que acredita, Que ousa sonhar... Desejar que a vida Traga, além do luar, A verdade risonha, A felicidade querida. Não a mentira medonha Que a todos afronta. Não a incompreensão Que ao passado remonta. Mas, aos sorrisos fartos Abertos e felizes De todas as cores e matizes Inesperadas, soberbas e lindas… Tão lindas, que nos façam Chorar de alegria E cantar a harmonia De poder amar Sem medo da ousadia. Sou um poeta desgarrado e aturdido, Neste mundo perdido, Em busca da estrela tardia. Daniel Amaral 30/08/2009
  • 6. TRISTESSE Hoje quando te vi triste, chorei. Eu que te achava completa. Muralha Impassível às ondas deste oceano vida, Te vi então sofrida e aturdido aos céus implorei: Que uma luz te conduza de volta a alegria. Alegria que em ti eu sempre avistei. Que aos teus olhos, de brilhante magia, Cuja beleza sempre celebrei, Volte o brilho sereno deste azul céu Que é seu... Todo o resto é nostalgia... Não sofras mais, poetisa, não chores... Daniel Amaral 21/01/2010
  • 7. ÀS MULHERES Ah... As Mulheres Agradeçamos aos céus com gratidão... Abençoadas sejam todas as mulheres! Bem aventuradas! Amadas sejam elas,… Mães da vida e do amor incondicional. Verdadeiras mulheres, divina criação... Perseverem, permaneçam mulheres, Nossas mães, nossas filhas, nossas fêmeas A preencher-nos de ternura o coração. Daniel Amaral 28/02/2010
  • 8. ALMA DE POESIA Sinto saudades dos teus versos, que me dizem tanto! Quando os leio, de alegria eu canto Canto à tua pena, magia incontida. Canto a vida que há neles, Pois não são rimas, simplesmente São como a pérola única e iridescente Que surge do teu oceano infinito Nas praias dos teus versos -Agradeço-te por este dia... Tuas calmas ondas em torvelinho Trazem-me paz e alegria E tua pena me faz companhia. Daniel Amaral
  • 9. NÃO CHORES MAIS Lágrimas, chamam lágrimas... Não te deixes inundar de tristeza tanta. Busque antes a beleza do sorriso Que de festas te contagia e encanta. Olha à tua volta, que existência fecunda! Vês quantas alegrias te dá graciosa a vida... Não temas a noite, que nos enche de presságios E os nossos sonhos de temores inunda... Procura em teu seio a fartura querida Que, do teu lado a insuspeita vontade Sempre te alcançará, enquanto não desistires Da tua chama sequiosa e repleta de vida. És tu o sol interior de tua vivência, A tua chama alta linda e flamejante, Com a qual te brindou a existência Para completares sem medos a tua senda. Daniel Amaral 28/12/2009
  • 10. A Poesia A poesia está em alta todos falam dela, todos a querem cantar. Mas, minha alma triste, por ela flutua, querendo chorar... Por campos a fora, Sem o teu perfume, Sem os teus olhos De um verde profundo, Vão os meus ais A um longínquo, imaginário mundo. A poesia de que tantos falam Não é minha nem sua A poesia é da lua Que toda nua passeia a cantar Uma canção de versos de luz, Uma melodia que nos seduz Com o coro das vozes do mar. Daniel Amaral 01/08/2009
  • 11. LETRAS MORTAS Para onde vou neste momento vazio? Em que direção volto os meus olhos? As incertezas que vêm de mim mesmo, Surgem das sombras do tempo, sorrateiras. Tento mascara-las. Esconde-las Sob o pano insofismável da verdade. Mas aí, caem-me as cortinas da vida Fecha-se o livro de minha história Caio do casulo da memória Sob o vazio do esquecimento Lá, onde estão escondidos Os meus idos, que impiedosos, desditos Ceifaram de mim o meu vulto. Daniel Amaral 25/04/2009
  • 12. A POESIA E O POETA O poeta sonha no alto do monte com uma flor. Dela brota densa e sentida, translúcida lágrima, Como um rio denso a desfazer-se no rosto, Caindo doidejante por entre os sulcos da face. (Cálido rosto coberto de desejos e de dor.) Como tiras de seda, bordadas de fino ouro, Dos olhos cerrados fluem imagens do tempo Em que o brilho do dia era nítido, azul, cristalino E as manhãs banhadas de sol, um tesouro. Sempre lhe pertenceu, assim como o vento, A virtude de ter tentado cem vezes, sem tréguas Alcançar o véu fluídico da distante quimera Que fizera do seu fardo de rimas um tormento. Mas do vento, essa invisível figura onipresente, Chama-lhe uma voz pelo nome: “Poeta... Poeta...” "A voz dos rodamoinhos na mente simplória" Do artista, que rima e canta versos somente. (Daniel Amaral)
  • 13. ACRÓSTICO Incauta, a minha alma benfazeja Voou na tua luz cálida e serena Olhei-te e vi-te como que inteira Nos escritos que me vieram de tua pena Explícitos, como o canto que festeja... Ante o teu brilho, sol dourado, Louvei-te o canto com os meus olhos Viagem linda, empreendi, sonho acordado Encantado pelos faróis que iluminam Sua presença de brilho transmutado Saí, então, a cantarolar o teu nome Obstinado em não perder o teu riso, Lancei-me à busca de um megafone Daniel Amaral 04/09/2009
  • 14. PASSAGEM No dia em que eu morri Soprava um vento danado, O frio fazia-me prostrado A compungir-me o coração Que cansado de tanta tristeza, Caído sob os pés da vileza Retrato da vida incerta Que matou a emoção Nostalgia... Na noite tardia. Passei-me... morri... Mergulhei no vazio... Do asceta simplório, Vi o tempo perdido De viver sempre aturdido No despropósito inglório Assim, me passei desapercebido... Me esfumei consumido... Lá fora só a noite se condoía Em sons de lamúrias... Sofridos... Daniel Amaral 13/05/2010
  • 15. ENERGÚMENOS Nós, que meros macacos recentes Párias, do acaso possuídos… Energúmenos, seres sem alma! Traidores do amor, de si mesmos! Nós, que hipócritas lisonjeiros Atados à ignomínia e à mentira E aos desejos e instintos animais. Nós, que perdidos,... sem sentidos, Como cegos na noite primordial Incapazes e limitados ao tato vago Do que nos é permitido compreender... Fomos, mesmo que vis, desprezíveis, Premiados com um paraíso perdido Na imensidão do Vácuo Infinito. Nós, que destruímos este mundo Nós, que não percebemos do céu Nenhum vislumbre acalentador, Do futuro temerosos... Insensatos,... Matamos a vida, da natureza a flor Desumanos, infiéis, deturpadores, Insanos como o vírus devastador. O que restará de nós no fim? A poeira que o tempo não dissipa? Uma vergonha e arrependimentos infinitos? Daniel Amaral
  • 16. LETRAS MORTAS Para onde vou neste momento vazio? Em que direção volto os meus olhos? As incertezas que vêm de mim mesmo, Surgem das sombras do tempo, sorrateiras. Tento mascara-las. Esconde-las Sob o pano insofismável da verdade. Mas aí, caem-me as cortinas da vida Fecha-se o livro de minha história Caio do casulo da memória Sob o vazio do esquecimento Lá, onde estão escondidos Os meus idos, que impiedosos, desditos Ceifaram de mim o meu vulto. Daniel Amaral 25/04/2009
  • 17. LUA MINGUANTE A lua minguava E você nem ligava A noite se ía E eu confessava À lua que minguava A ela eu dizia De um amor tão grande Que você não percebia... Mas, a lua que minguava E as estrelas me diziam Que a madrugada E o frio da hora Ainda te mostrariam... Te diriam do meu amor Na madrugada sombria Falariam do meu calor Que você nem percebia Enquanto a lua minguava E eu te dizia Que, muito mais que a lua, Era a você que eu queria... Apenas o pensamento pedia Não haviam palavras Nada mais me valia Nem o brilho da lua Na madrugada fria, sombria... Pois o teu coração era mais frio E também minguava! Daniel Amaral Poesia escrita em 1994(Numa noite fria de luar intenso em Porto Seguro, na Bahia)
  • 18. ODE A LISBOA Meu pensamento viaja no tempo passado, Quando caminho distraído e alegre, Pelas ruas e avenidas de jardins verdejantes Entre os prédios seculares da bela Lisboa Que me fazem viajar nas asas do tempo. Por vielas de calçadas e sombras, dou-me conta A cada detalhe onde ainda a história ressoa O grito heróico dos destemidos homens valentes Que te fizeram no mundo para sempre Cantando os seus versos a luz de Lisboa. Cidade peninsular de montanhas imponentes Onde cresceu um casario onde o passado ainda canta A Lisboa do Tejo, que sorrindo caloroso se espraia. És tu a cidade de histórias e lembranças tantas, Encantada Lisboa, em cada torre em cada praça. Eu, que vim de terras longínquas, Aprendi a te amar agradecido e carinhoso. Pois, as montanhas doaram-me a tua beleza E os meus olhos de amante simplório brilharam Com todo o gostar de um amor fervoroso, Enquanto os pardais a volta cantam e brincam... É assim este gostar: singelo, despretensioso Como do amante que a amar, vai docemente, Enquanto passam as estações e o coração se alegra Com o nascer das manhãs deste sol mensageiro Que traz mais um dia em que estarei contente.
  • 19. LUA MINGUANTE A lua minguava E você nem ligava A noite se ía E eu confessava À lua que minguava A ela eu dizia De um amor tão grande Que você não percebia... Mas, a lua que minguava E as estrelas me diziam Que a madrugada E o frio da hora Ainda te mostrariam... Te diriam do meu amor Na madrugada sombria Falariam do meu calor Que você nem percebia Enquanto a lua minguava E eu te dizia Que, muito mais que a lua, Era a você que eu queria... Apenas o pensamento pedia Não haviam palavras Nada mais me valia Nem o brilho da lua Na madrugada fria, sombria... Pois o teu coração era mais frio E também minguava! Daniel Amaral Poesia escrita em 1994 (Numa noite fria de luar intenso em Porto Seguro, na Bahia)
  • 20. AO ARTISTA Como querer, pretender, Entender um artista genial? Eles nos surpreendem, Nos animam e nos espantam! Eles criam, inventam, Se reinventam, Extrapolam as convenções. Carregando em sua sina De seres únicos E aquinhoados de talentos Que, mais que instrumentos... De criação, São tormentos ao coração, Do que vai na alma, na visão Que, diferente da multidão, Que lhes seguem os passos Apontado as suas feridas Tristemente conseguidas No esforço brutal da criação. Por isso, quase sempre, Muito cedo eles se vão. Precisam descansar o seu espírito. Partem, como num grito, De repente. Escapando à solidão. Deles, para sempre ficam As marcas que nos indicam O caminho da redenção Onde reconhecemos O indelével toque de suas mãos... E, porque desafiam a impermanência, Deles, para sempre fica uma certeza, Uma verdade: Jamais morrerão. Antes, porém, ficarão Para sempre na eternidade De uma canção. 'Bye, Michael. Daniel Amaral - 26/06/2009
  • 21. A PARTIDA Como neve, frio era o teu olhar Quando dizias que ias partir. Tua vontade parecia tanta! Soava-me como um bradar de ondas Nas íngremes encostas do meu peito. Desconhecias os presentes estrelados, Negavas as pérolas que guardei para ti... As noites insones, pedindo um horizonte de luz Onde realizassem- se todas as vontades E, nesta sonata de desejos, Vi entre a névoa do sobrolho Que te foste de mim... E olhastes para trás... Apenas essa triste lembrança ficou: A visão dos teus olhos reticentes... D'onde uma lágrima hesitou, e caiu... Serpenteando pelas maçãs do teu rosto. Daniel Amaral 28/05/2007
  • 22. CONTRADITORIUM A singeleza que ora emano, Vem-me do coração. Não repare. Não é engano. Sou calmo como os campos do sertão... Mas não abuse, por engano Não vá contra a arrebentação Sou pura contradição Mas esforço-me por não sê-lo... Às vezes, basta-me um olhar enviesado, Um sorriso amarelado, Para eriçar-me o pelo. A singeleza que ora emano, Ledo engano, vem-me do fundo do coração. Mas, quando sinto a vileza, Bate-me no peito uma tristeza E reajo como um furacão. Daniel Amaral 02/02/2009
  • 23. CANTO AO OLHAR DA MOÇA RISONHA Um átimo do brilho Dos teus olhos desejo. Que me venha este sol A matar-me com um beijo! Um átimo do teu brilho Tu somente - em meu cantar... A tua figura no espelho E o som das ondas do mar. Um átimo do brilho Dos teus olhos persigo. Que me venha este amor No mais completo langor. E que com brisa suave Dos teus cabelos desbrave Este meu sonho de amador. Daniel Amaral 24/10/2008
  • 24. ENTERNECER Não sofras mais nas tristes passagens Não deixe pedras a marcar o caminho Sempre pensando na volta, presa do medo De abrir as asas e voar para fora do ninho Vês no horizonte à tua frente as miragens? Alcança-as e colhei delas as flores nas ramagens Indaga-lhes das novidades, do que te é mais caro, O que decerto e verdadeiramente te contagia... Estas existirão sempre, se caminhas e procuras Mas não virão das noites lacrimosas, fugidias Onde grassam, amiúde, degenerescências obscuras, Nem do deserto, que vive de lembranças tardias Mas sim da beleza das tardes a enternecer Que se vão, dando lugar ao salpicar de diamantes Onde antes brilhava um sol de raios reluzentes Que sempre promete te visitar no outro dia Nascendo do breu onde pungiram estrelas cadentes... Acredita que és capaz de mudar a tua sina Desfaz-te desta tua imagem distorcida. Busca sem medo aquela fonte cristalina De onde jorra o néctar que te alimenta, Te levanta, te apruma, que te dá vida! Daniel Amaral 20/09/2009
  • 25. SE O TEMPO PARASSE Ah. Se o tempo parasse... e o vento soprasse nos ouvidos da gente, n'alguma insólita catarse, uma frase qualquer…benfazeja. Que nos despertasse uma voz que em clamor sussurrasse aos ouvidos uma melodia cantasse e num rumor a visão despertasse Deste tempo futuro tão atroz fizesse cair a barreira que se impõe brutal, derradeira nos cortando em lamento a voz. Ah. Se o tempo parasse... Daniel Amaral 03/01/2009
  • 26. FLOR DO CAMPO Onde estás, flor de rara beleza? Ninfa de tons virginais que cativas, Por que escondes de mim tuas pétalas? Oh! Não leves de mim tua singeleza... Odorífera corola de vivas cores... Busco-te pelo jardim florido Mas não vejo os teus ramos... Espio por entre os rocios Na relva calma dos campos Buscando-te com um leve fastio, Com olhos desesperançados Mas mesmo assim, entretanto Guardo de ti o perfume a quietude Que traz a lembrança de alegria, o pranto Num lindo momento de paz e virtude Me aquece a certeza de que terei, Mesmo na busca que tarda, dolorosa, Mesmo nas teias das vicissitudes,... Virá até mim sorridente o momento Em que te encontrarei linda, airosa Minha flor do campo, jóia rara Viverás sempre em mim... gloriosa! Daniel Amaral 10/05/2009
  • 27. FLOR DO DIA A flor que te deseja o meu coração Ofereço-te como uma dádiva predita. Nos cabelos ponho-te uma pétala infinita E a te cobrir os cílios, um lampejo de emoção. Essa flor contida, caprichosa, prestativa, Vem salvar-me dos horrores imponderáveis Da solidão do teu corpo que me ofereces em abrigo Às minhas mãos em estertores miseráveis Mas, vem de mim essa rosa que cativas Habita os nefastos desertos do meu peito E tu repousas a cabeça no meu leito, Enquanto voam de mim pétalas furtivas. Se não te ofereço mais rosas cativantes É porque sou ermo e desolado coração... Já não brotam dos meus pés na viagem angustiante Os desejos que pensava ter guardados num salão. Onde hoje tremula uma cortina negra e maldita Que dá ao jardim onde as ervas predominam E os lírios que imaginei, há muito de mim fugiram Sem a água salvadora do rio que em ti habita Daniel Amaral 15-03-2008
  • 28. APAIXONADO CORAÇÃO Teus beijos São deliciosos tragos que sorvo no céu da tua boca Tua pele perfumada povoa os meus sonhos Minha companheira, és a miga e amada, que desejo eterna e minha, pois sem ti sou viajante sem rumo, sem alento. Vivo na sua ausência o tormento dos apaixonados… Mas, quando abarcas o meu corpo, como se um raio me transpassasse, Volto à vida como se num milagre! Daniel Amaral 15-03-2008
  • 29. INTRUSOS Se a tristeza é tanta a transbordar dos olhos, Que até espanta o mais sofrido num alarido sem causa, É porque te falta a pausa que transmutada de ti foge... Foge com medo… E se vai em segredo pelo verde arvoredo e pelos desvãos dos dedos... Sem sentido, o amargurado Se sentindo apedrejado cai ao chão, dizendo não à vida que lhe fora dada. Nenhum sentido há na tristeza que não é tua Em triste choramingar Sem uma luz que atenua Dos teus medos, à tristeza... Peça ao vento, diga a lua: “quero me livrar dessa tristeza” Pegue então os seus temores, e os entregues a correnteza. Daniel Amaral 17-09-2014
  • 30. A POESIA ORVALHADA Ana Você foi a minha melhor companhia. Queria mais da tua presença. Vontade tenho ainda! Mas do que me vale a vontade, Se na verdade tu me negastes um beijo? Que de tanto desejo, ardente busquei em teus lábios. Você chorou lágrimas doídas Como se o coração hesitasse… Vai, meu amor, com olhos marejados Buscar a esperança! Vai, minha flor! Vou regar-te as pétalas com o orvalho da manhã, Para te refrescar a saudade! Daniel Amaral
  • 31. ANTES QUE SE ACABE O MUNDO Quero te oferecer um bem precioso A estrela mais brilhante do firmamento! Assim fazer-te mais feliz num momento, Tocando a tua alma, num gesto carinhoso... Ver brilhar o teu lindo rosto num sorriso, Apertar-te a mão pequena, calorosa e macia Sentir a felicidade e abraçar-te sem aviso Dar-te o melhor do amor e da alegria... Quero ofertar-te o bem mais valioso! Para que livre o teu âmago e repleto Da eterna e desejada paz de espírito, Tenhas o mais divino Um amor completo A inundar teu coração com este amor infindo Para que assim, ao despertarmos deste sonho, qual amantes numa eternidade prazerosa, Possamos livres estar do esgar medonho Das vidas desperdiçadas sem sentido. (Daniel Amaral)
  • 32. HELENA Helena, trago na mão uma pena, para escrever o seu nome "Helena"... Com essa mesma pena, roçarei as melenas, dos teus cabelos, e sussurrarei o seu nome: "Helena". E nas tuas mãos pequenas, macias e serenas, calmo, como a brisa da tarde amena, pintarei numa tela uma cena, onde serás a pequena flor de lótus, " Helena". (Daniel Amaral)
  • 33. UMA NOITE DE VERÃO Boa noite de sono, Sono tranqüilo e sereno Te desejo sincero neste momento pleno, Em que desejas companhia... Mas estando sozinha, sonhas Que a noite te abarca a agonia E te aconchegas nas fronhas. Dormes sozinha e completa. O teu semblante descansas Nas macias cobertas do leito Onde flutuas alegre e repleta Depois do gozo que aplacas... Como quisera, ó musa, Doar-te o meu calor festeiro Neste escuro diáfano. Estar contigo em carícias A aquecer-te o o corpo inteiro Dormes, que a manhã Já canta nas matas A chamar o teu nome: "Princesa!" (Daniel Amaral)
  • 34. AO SOM DA CHUVA (Com uma música de fundo) Duma nuvem caem pingos d'água Para que te lembres de mim E os meus olhos, sem mágoa Lacrimejam saudosos assim Não é tristeza, É saudade Que sinto dos teus versos e de ti Que de tão longe arrebatas O meu coração que chora e sorri. Chora a tristeza da distância Deste oceano que nos separa... E sorri dos momentos na lembrança Do mais lindo que de nós ficara Pingos d'água incontáveis Trazem a chuva promissora Que nos une e nos afaga Enquanto cai suave, redentora. (Daniel Amaral)
  • 35. AO LUAR PRATEADO As ondas prateadas pelo luar Brilhavam num luzidio ameno Da noite que ia linda a sonhar, Enquanto o mar cantava sereno. Emocionado pela beleza explícita Daquele mágico momento, Veio-me ao peito um sentimento De alegria total e intensa. Numa tela quis guardar esse instante Tão breve e tão belo... Totalmente Pois as ondas ressoavam mansinho A pedir num murmúrio sussurrante "Pinta-me este luar eternamente?" Busquei os pincéis e o cavalete Deixei fluir solta a incontida emoção E fixei os olhos transbordantes, Enquanto a lua conduzia a minha mão. Foi assim que numa noite Em que a lua passava a cantar Que eu pintei essa tela, afoito, Desejoso do teu coração apaixonar. (Daniel Amaral)
  • 36. A POESIA E O POETA O poeta sonha no alto do monte com uma flor. Dela brota densa e sentida, translúcida lágrima, Como um rio denso a desfazer-se no rosto, Caindo doidejante por entre os sulcos da face. (Cálido rosto coberto de desejos e de dor.) Como tiras de seda, bordadas de fino ouro, Dos olhos cerrados fluem imagens do tempo Em que o brilho do dia era nítido, azul, cristalino E as manhãs banhadas de sol, um tesouro. Sempre lhe pertenceu, assim como o vento, A virtude de ter tentado cem vezes, sem tréguas Alcançar o véu fluídico da distante quimera Que fizera do seu fardo de rimas um tormento. Mas do vento, essa invisível figura onipresente, Chama-lhe uma voz pelo nome: “Poeta... Poeta...” "A voz dos rodamoinhos na mente simplória" Do artista, que rima e canta versos somente. (Daniel Amaral)
  • 37. VITÓRIA, A ILHA DO MEL O que dizer de uma cidade que é toda linda...? Que mais que não fora ainda dito dignamente? Vitória, nome de mulher de valor definitivo, Teu nome te cai perfeito, cabe em ti lindamente. Sinuosas as tuas formas de criação perfeita. És do menestrel a purpúrea rima preciosa. Nos meus recordares, mãe boníssima, Vêm-me a infância em tua mão bondosa. Guardo em meu peito a saudade Este sentimento de dor,… inimigo, de quem a mão seguro arduamente, Pois, embora longe dos teus braços, Jamais esqueço que as sementes Impregnadas na minha alma Vêm de ti e estarão sempre comigo. O que devo então dizer-te? Parti,... e partido o coração... Ousado, quero agora pedir-te -Perdão,... Perdoa-me. Daniel Amaral 06-08-2011
  • 38. ALMA DE POESIA Sinto saudades dos teus versos, que me dizem tanto! Quando os leio, de alegria eu canto Canto à tua pena, magia incontida. Canto a vida que há neles, Pois não são rimas, simplesmente São como a pérola única e iridescente Que surge do teu oceano infinito Nas praias dos teus versos -Agradeço-te por este dia... Tuas calmas ondas em torvelinho Trazem-me paz e alegria E tua pena me faz companhia. Daniel Amaral
  • 39. • O AMOR Ah... O amor!! Esse sentimento que, universal, mesmo assim ainda tão pouco compreendido, ainda persiste, subsiste, permanece, apesar da nossa ambigüidade… O sentimento que mantém de pé a nossa tão combalida existência! Mas saibas… Que ao amor, tudo é possível. Ele é filho do céu! (Daniel Amaral)
  • 40. • Sunny Love Sunny, (voce me lembra aquela música),... A ensolarada poesia que escorre Por entre os teus dedos é plena de be-leza. Deves ser mesmo assim, irradiante pessoa. O teu brilho resplandece e percorre Os caminhos belos da natureza. Uma homenagem a amiga poeta Sunny Lora. 06/08/2011- (Daniel Amaral)
  • 41. • Beijo na boca (da noite). Boa noite de descanso!- Diz-me a noite... Não vá, ó deusa dos véus esvoaçantes, fica comigo só mais essa noite, para que possa sonhar em estar contigo outra vez, esta vez! Ó musa dos meus sonhos de amor! Embala-me em teus braços, Mornos como a ensolarada tarde e acende em mim o desejo de um amor infinito Como a noite mais esplêndida! Continue aqui comigo, Ó amada, mais sonhada e desejada que o dia! O último dos dias... Quem sabe se aqui estarei amanhã? Talvez aqui tu já não mais me veja! Ó, minha esperança. Não se desvaneça, amada! A ingrata noite mulher que me maltrata Um coração cheio de esperança... E que ainda canta! "És poesia que imediata Maltrata e também Inspira-me com a tua presença!" Supliquei em vão... "Vou ter que partir" - repetiu em voz baixa. E eu Aturdido: Vai, Ó desespero!. Não maltrates mais este co- ração! Vai-te,... e não digas que não acreditas... Serás para mim como o bem mais desejado O bem que não consegui ter... Ó sina! "Boa noite, amor meu!", disse-lhe. "Durma com os an- jos celestiais e que eles te conduzam ao sonho mais belo!” (Daniel Amaral)
  • 42. • UM POEMA PARA A AMADA É importante que não te esqueças Que eu moveria uma montanha Viajaria a uma terra estranha Só para ter um vislumbre de ti. Ainda que no mundo hajam tantas, Vivo por sua presença bem amado Pois antevejo o carinho que me encanta Neste belo sorriso, por mim adorado Toda vez que te chegas de mansinho Até o meu aconchego perfumado Me sento dentre os homens, abençoado Pelo amor que me deu a esperança De que sempre estarás no meu caminho (Daniel Amaral)
  • 43. • BRINDE AO AMOR Bebendo da tua boca, os teus beijos sorvendo No arfar dos dos teus seios, e dos seus ternos abraços, vôo na maciês dos teus braços e ao teu corpo sucumbo depois do êxtase e do prazer, como se morrendo... No prazer mais plácido, divino, manso, sereno... Da tua beleza amena, me sinto possuidor És o tesouro perfeito e tens o corpo moreno Como que se banhada pelo sol do amor "Quanto desejo do teu corpo exala! O perfume sublime dos teus lábios ... Carnudos, molhados de lascívia Que beijo em murmúrios e estalos." O tempo inexiste nesse momento Duradouro, Eterno Cúmplice perfeito. Somos amantes na entrega total E nos seus braços me sinto refeito. O prazer que nos propiciamos, é divino! Encontro feliz de corpos apaixonados abençoados pelos deuses do amor Dando prazer aos nossos corpos suados... Exalando o inebriante perfume abrasador. Dois amantes felizes não têm fim nem morte,... tem sorte! ©Daniel Amaral 10-05-2013
  • 44. • Minha História Nasci em Vitória, no Espírito Santo, região sudeste do Brasil. Vivi do mangue, do mato e da roça. Meus avós eram pequenos agricultores de subsistência e nós vivíamos daquilo que colhíamos e dos animais que caçávamos e criávamos, como as capivaras, que eram presas nas armadilhas colocadas nas plantações de milho, feijão, batatas e de mandioca pelo meu avô. Haviam também muitos tatus e cotias, além de um rio piscoso, do qual trazíamos samburás cheios, quando estávamos numa ilhota do rio Santa Maria onde passávamos muito tempo. Nessa ilha, havia uma pequena cabana tosca feita de varas de mato e barro vermelho do rio. Era coberta com sapê (folha de palmeira, de fácil manuseio). Meu avô, um negro magro e de baixa estatura, descendente de escravos, era quem sabia um pouco de tudo no que respeitava a sobre- viver no mato e com pouco ou nenhum recurso financeiro. Quando estávamos nessa ilhota do rio Santa Maria, raramente passávamos fome. Havia sempre peixe salgado a secar ao sol em cima da palha seca da cabana e uma capivara pendurada ao lado e acima do fogão de lenha. O rio costumava encher além das medidas na época das chuvas. Esse era o melhor momento para a pesca com os espinheis (feixe de anzóis) para pegar jacarés e também para colocar os samburás - (armadilhas para peixes feita de bambu e cipós) na boca da vazante do rio). Daniel D’Amaral http://www.amorepoesia.org/2009/10/amorepoesia82-minha-historia.html
  • 45. DIRETOR DE ARTE, CRIATIVO, ILUSTRADOR, PINTOR, LOCUTOR… E POETA. http://www.recantodasletras.com.br/autores/DanielAmaral
  • 46.
  • 47. THANK YOU FOR WATCHING OBRIGADO POR ASSISTIR