O documento descreve revoltas anticoloniais no século XVIII inspiradas pelas ideias iluministas, incluindo a Inconfidência Mineira de 1789 e a Conjuração Baiana de 1798 no Brasil. A Inconfidência Mineira visava a independência de Minas Gerais em relação a Portugal, enquanto a Conjuração Baiana continha elementos populares contra o domínio senhorial além de influências das revoluções na França e no Haiti. Ambos os movimentos foram esmagados, com Tiradentes sendo o único executado.
2. Iluminismo, Reforma e Revolução
▪ Ao longo do século XVIII, eclodiram
diversos movimentos inspirados nas
ideias liberais da Revolução Gloriosa
(1689) nos textos dos filósofos –
principalmente franceses – críticos do
absolutismo e da Igreja Católica .
3. O caso exemplar: a Independência das 13
Colônias
▪ A Declaração de Independência das
Treze Colônias inglesas, dando origem
aos EUA em 1776 foi, até aquele
momento, o maior símbolo de
movimento baseado nas ideias
Iluministas.
▪ O novo país (apesar da escravidão),
declarava os princípios de igualdade e
liberdade no que surgia como a
primeira grande república da história
moderna
4. A Inconfidência Mineira (1789) e a
Conjuração Baiana (1798)
▪ Inspirados na
Independência
dos EUA (e, no
caso baiano, na
Revolução
Francesa) dois
famosos
movimentos se
iniciaram na
América
Portuguesa do
século XVIII.
▪ Os movimentos apresentam
descontentamentos locais
(como a cobrança dos impostos
portugueses) e a circulação de
ideais de um debate político do
“mundo atlântico “
5. A Inconfidência Mineira: “a revolução
que não foi”
▪ Celebrado como herói (e feriado!) nacional apenas um século
após à sua morte, já na República, Tiradentes e o movimento do
qual tomou parte tiveram mais impacto como construção
narrativa política no fim do XIX e início do século XX do que
como acontecimento histórico em sua época.
▪ Nessa narrativa, a busca de um herói local, republicano e não
português (apesar de branco) a partir de 1889 ajuda a entender a
escolha porTirandentes como herói e símbolo da nação.
6. A Inconfidência Mineira: origens e
pautas
▪ A insatisfação política nas Minas Gerais tinha se agravado desde a
administração pombalina, que instituiu a derrama.
▪ Ao mesmo tempo, a elite local entrava em contato com o debate
iluminista que dominava as discussões do mundo Atlântico naquele
momento.
▪ Assim surgiu a conspiração de um grupo da elite local que tramava
sequestrar o governador português em Vila Rica (Ouro Preto) no dia
da cobrança da derrama, iniciando uma rebelião que terminaria
com a independência – se não de todo o Brasil, ao menos das Minas
Gerais – e o surgimento de uma República nos moldes dos EUA
▪ A abolição da escravidão não era uma das pautas da conspiração,
apoiada por muitos senhores de escravos.
▪ Às vésperas de seu início, porém, o movimento foi denunciado por
um de seus próprios membros que buscava, assim, o perdão de
suas dívidas junto ao governo português.
8. A Inconfidência Mineira: a devassa
▪ Os líderes do movimento foram presos e tiveram sua
pena de morte convertida em exílio, por decreto da
Rainha Maria (a Pia, em Portugal, a “Louca”, no
Brasil).
▪ Com a exceção de Tiradentes. Dentista e militar de
baixa patente, não era um dos principais líderes do
movimento, mas um eloquente porta-voz de suas
ideias nas cidades mineiras.
▪ Sua pena de morte cumpriu os rituais exemplares
comuns no Antigo Regime: em praça pública, com o
corpo esquartejado exposto na cidade.
9. Conjuração Baiana/Revolta dos alfaiates/Búzios
(1798):origens e pautas
▪ Ideias iluministas e influência das
Revolução no Haiti (1791) e na França;
▪ Insatisfação da elite (reunida na
maçonaria) com as transformações
geradas pela mudança da capital para o
Rio de Janeiro;
▪ Insatisfação popular com a retomada das
grandes propriedades de açúcar e as
dificuldades vividas pela pequena
propriedade, o que originou uma série de
saques nos anos anteriores.
▪ Maior apelo popular e presença de pautas
contrárias ao domínio senhorial: a
Revolta dos “Alfaiates”