O documento discute como as tentações e imperfeições humanas podem nos ajudar a progredir espiritualmente. A sabedoria divina permite até mesmo os maus contribuírem para o bem comum de todos. Ao enfrentarmos nossas fraquezas, podemos nos conhecer melhor e corrigir nossos defeitos.
3. A sabedoria divina organiza tudo com
tanta perfeição que, não só os bons,
mas também os maus, concorrem
para a mesma finalidade:
O bem comum e a felicidade de
todos.
4. Não devemos só aos espíritos
elevados (nossos protetores)
o nosso progresso.
Devemo-lo também aos que nos
tentam, molestam e atribulam.
5. A psicologia da tentação funda-se
nas falhas e senões do nosso
caráter.
Cada um de nós é tentado através
das fraquezas próprias a cada um.
6. Se fossemos perfeitos estaríamos
inacessíveis pelas tentações.
Mesmo as pessoas que, aparentemente,
não demonstram ter defeitos, são
envolvidas pelos espíritos
“indesejáveis”, que descobrem a
brecha, e atingem certeiramente o alvo.
7. Até mesmo os rinocerontes, quase
invulneráveis às armas de fogo,
possuem um ponto vulnerável,
descoberto pelos caçadores = o
focinho.
8. Assim procedem os tentadores do
espaço, quando querem fazer suas
caçadas entre nós.
Eles pressentem nossas fraquezas
como as aves da rapina farejam, de
longe, a carne em decomposição.
9. O espíritos sem esclarecimento, no
entanto, nos dão a oportunidade de
nos inteirarmos e convencermos de
que somos realmente portadores de
tais ou quais imperfeições.
10. Os “indesejáveis” procedem como
os caricaturistas, com a diferença
de que estes exageram os senões
físicos, enquanto eles exageram os
senões
morais ou psíquicos.
Fazendo um paralelo aos caricaturistas...
11. Os “caricaturistas espirituais”
acirram nossas tendências
pecaminosas, incitam e fomentam
tudo que podem encontrar em nós
de inconfessável e vil.
Dando às nossas paixões egoísticas
desmesurada expansão.
Fazendo um paralelo aos caricaturistas...
12. Não há rinoceronte sem focinho e
nem Aquiles sem calcanhar.
Quando nos apercebemos, já é tarde:
caímos na tentação.
Basta duvidar do conselho do Mestre:
Orai e Vigiai, para que tal nos
aconteça.
13. Passada a tormenta, serenado o
nosso ânimo e acalmada a fúria das
paixões, ficamos confusos e
envergonhados da figura que
fizemos, vendo, refletida no
espelho da consciência, a nossa
caricatura moral !
14. E tantas vezes sucede, que
acabamos por conhecermos a nós
mesmos, condição essa essencial
para a obra de nossa regeneração e
aperfeiçoamento.
15. Iniciamos então, a corrigir as
desarmonias de caráter, a fim de
não sermos mais atingidos pelos
“indesejáveis”, que, pretendendo
tentar-nos, acabam por nos prestar
um dos mais relevantes serviços.
16. Oremos, pois, em favor dos nossos
caricaturistas, e louvemos ao
Senhor que tudo organizou e
dispôs, visando ao nosso bem e ao
nosso progresso.
17. Jesus sempre ensinou através de
parábolas, a fim de melhor
interessar e impressionar aos seus
ouvintes.
E o nosso progresso deve ser buscado em
todos os momentos...
18. Da mesma forma que para
saborearmos os frutos despojamo-
los de seus respectivos envoltórios,
da mesma sorte para envolver o
espírito ao entendimento das
parábolas, temos que despojá-lo da
letra que a envolve.
E o nosso progresso deve ser buscado em
todos os momentos...
19. Jamais se viu alguém pretender
que o trabalho em descascar o
fruto, não compense o proveito que
dele tiramos, já como alimento e já
como portador de vitaminas
essenciais a saúde e a vida do
corpo.
E o nosso progresso deve ser buscado em
todos os momentos...
20. Outros há, extravagantes, que
comem qualquer fruta com casca, e
querem convencer os outros de que
é assim que devem comê-la.
E o nosso progresso deve ser buscado em
todos os momentos...
21. Estas pessoas desprezam o espírito
que vivifica e pregam a letra que mata.
Ainda não experimentaram o legítimo
paladar das parábolas de Jesus, cheias
de doçura e aroma, visto como
insistem em comer qualquer fruta
com casca!
E o nosso progresso deve ser buscado em
todos os momentos...
22. Errar é humano.
Permanecer, porém, no erro,
tornar-se contumaz nesta ou
naquela falta, escravizar-se aos
maus hábitos é, realmente, uma
desonra para o homem.
E qual é a necessidade do momento?
23. Não é, portanto, o erro que nos
degrada: é a submissão ao seu
domínio.
Deixar de reagir contra as próprias
imperfeições é sinal evidente de
fraqueza moral.
E qual é a necessidade do momento?
24. Ser tentado não é vergonha.
O que afeta a nossa dignidade é cair
na tentação.
A tentação nobremente vencida
contribui para a consolidação do
caráter, porque desenvolve as
energias anímicas.
E qual é a necessidade do momento?
25. O mal não está propriamente na
tentação, mas na queda.
Caso contrário ter-nos-ia Ele nos
ensinado a suplicar que a
Providência nos eximisse de
tentações.
E qual é a necessidade do momento?
26. O homem progride e melhora,
agindo, lutando.
Impedir-lhe o passo, nesse terreno,
é um crime.
É preciso deixá-lo errar, para que
aprenda a acertar.
E qual é a necessidade do momento?
27. Se Deus quisesse, teria criado o
homem perfeito, mas não o fez.
Criou-o perfectível, facultando-lhe
meios e oportunidade de
aperfeiçoar-se.
E qual é a necessidade do momento?
28. A História da Humanidade tem sido
a eterna luta de raça contra raça,
nacionalidade contra
nacionalidade, povo contra povo,
igreja contra igreja, indivíduo
contra indivíduo.
29. Este problema angustioso só tem
uma solução, que é aquela
apontada por Jesus ao seus
primitivos discípulos e da qual Ele
deu o mais edificante exemplo:
a renúncia de si mesmo pelo bem
coletivo.
30. Só a responsabilidade com nossa
própria vida resolve
satisfatoriamente os problemas
capitais de nossa existência.