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Pesq. agropec. bras., Brasília, v.34, n.11, p.2029-2036, nov. 1999
EFEITO DA ROTAÇÃO DE CULTURAS, ADUBAÇÃO VERDE E NITROGENADA 2029
EFEITO DA ROTAÇÃO DE CULTURAS, ADUBAÇÃO VERDE E NITROGENADA
SOBRE O RENDIMENTO DO FEIJÃO1
ORIVALDOARF2
, LUZIASALUSTIANO DA SILVA3
, SALATIÉR BUZETTI4
,
MARLENE CRISTINAALVES4
, MARCO EUSTÁQUIO DE SÁ2
,
RICARDOANTONIO FERREIRARODRIGUES4
e FERNANDO BRAZ TANGERINO HERNANDEZ4
RESUMO - O presente trabalho foi conduzido na região de Selvíria, MS, e teve como objetivo avaliar o
efeito da incorporação de mucuna-preta, lab-lab e restos culturais de milho no desenvolvimento e produ-
ção do feijão (Phaseolus vulgaris L.) de inverno. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso;
os tratamentos foram constituídos pela combinação do efeito da incorporação de restos culturais do milho,
mucuna-preta e lab-lab no desenvolvimento do feijoeiro, na presença e ausência de adubação nitrogenada
em cobertura. Pelos resultados obtidos nas condições experimentais, pode-se concluir que a incorporação
de mucuna-preta praticamente dobrou a produção de grãos de feijão em relação ao tratamento com
incorporação apenas de palhada de milho; as maiores produtividades foram obtidas nos tratamentos com
incorporação de mucuna-preta, lab-lab e milho + mucuna-preta semeada 100 dias após a semeadura do
milho, e a aplicação de 45 kg ha-1
de N aumentou em 17,8% a produtividade do feijoeiro.
Termos para indexação: restos culturais, aplicação de nitrogênio, sucessão de culturas.
EFFECTS OF CROP ROTATION, GREEN MANURE, AND NITROGEN FERTILIZER ON THE BEAN YIELD
ABSTRACT - The present work was carried out at Selvíria, MS, Brazil, with the objective of evaluating
the effects of velvetbean, lab-lab and corn crop residues on the development and yield of winter bean
(Phaseolus vulgaris L.) crops. The experimental design utilized was a randomized blocks obtained
through an arrangement between the incorporation of different organic residues, with and without nitro-
gen supply in the bean crop. Grain yield was higher when velvetbean was incorporated in rotation with
corn crop residues. The best yield was obtained in the treatments: velvetbean incorporation,
lab-lab and corn + velvetbean sowed 100 days after corn sowing. Application of 45 kg ha-1
of N fertilizer
(urea) increased the yield of winter bean crops in 17,8%.
Index terms: organic residues, nitrogen supply, bean crop rotation.
e simbiose com bactérias fixadoras de nitrogênio (Sil-
va et al., 1985). Já a rotação de culturas pode ser citada
como benéfica à melhoria das condições físicas, quí-
micas e biológicas do solo, ao controle de plantas
daninhas, bem como ao de doenças e pragas, à repo-
sição de restos orgânicos, e à proteção do solo con-
tra a ação dos agentes climáticos; é recomendável
usar espécies das plantas fixadoras de nitrogênio
com sistema radicular profundo ou abundante, es-
pécies capazes de aproveitar os fertilizantes residu-
ais das culturas comerciais; para o Paraná, indica-se
como cobertura vegetal o lab-lab, mucunas,
crotalárias e guandu para cultivos de verão (IAPAR,
1995). O manejo da matéria orgânica mediante
rotação de culturas, adubação verde e consorciação
1 Aceito para publicação em 10 de fevereiro de 1999.
Apoio financeiro da FAPESP e do CNPq.
2 Eng. Agr., Dr., Dep. de Fitotecnia, Economia e Sociologia
Rural, Faculdade de Engenharia, UNESP, Av. Brasil no 56,
Caixa Postal 31, CEP 15385-000 Ilha Solteira, SP. E-mail:
gd@adm.feis.unesp.br
3 Enga Agra, Faculdade de Engenharia, UNESP.
4 Eng.Agr., Dr., Dep. de Ciência do Solo e Engenharia Rural, Fa-
culdade de Engenharia, UNESP.
INTRODUÇÃO
A adubação verde com leguminosas proporcio-
na vantagens, como a economia com fertilizantes
nitrogenados, grande rendimento por área, sistema
radicular profundo, que ajuda a descompactar o solo,
Pesq. agropec. bras., Brasília, v.34, n.11, p.2029-2036, nov. 1999
O. ARF et al.2030
de culturas pode proporcionar melhor aproveitamen-
to de adubos químicos e possibilitar redução nos
custos com adubação nitrogenada mineral, uma vez
que propicia aumento da atividade biológica do solo
(Hernani et al., 1995).
Miyasaka et al. (1966), estudando o comporta-
mento de massa vegetal de leguminosas e gramíneas
em decomposição e alguns efeitos na cultura do
feijoeiro quando incorporadas ao solo antes da se-
meadura do feijão, verificaram várias vantagens da
incorporação, como maior retenção de umidade e
menor variabilidade térmica do solo, embora em
menor grau do que no solo com cobertura morta
(mulch), e aumento no teor de K nas folhas, no de-
senvolvimento da parte vegetativa e radicular, e na
produtividade do feijoeiro. Já Galeti (1973), cita-
do por Silva et al. (1985), sugere que a adubação
verde melhora o aproveitamento dos fertilizantes
minerais, proporcionando aumentos na produção,
porque o adubo verde mobiliza os nutrientes das
camadas mais profundas, tornando-os disponíveis
para as culturas subseqüentes. Kiehl (1985) afirma
que os adubos verdes, ao absorverem os nutrientes
do solo, contribuem para a redução das perdas por
lixiviação. O autor recomenda, ainda, não atrasar a
implantação da cultura comercial, pois os adubos
verdes após incorporação tendem a se decompor e a
liberar rapidamente os nutrientes. Já Alvarenga
et al. (1995) afirmam que o fato de uma espécie re-
ter grande quantidade de nutrientes não significa que
eles estejam prontamente disponíveis à cultura se-
guinte.
Um exemplo típico da deficiência de incorpora-
ção de restos vegetais para a cultura do feijoeiro,
segundo Bulisani et al. (1987), é observado em ex-
tensas áreas sob cerrado no Brasil Central e no Oes-
te Paulista, onde a produtividade das plantas é razo-
ável quando cultivadas em solos que tenham rece-
bido fitomassa, especialmente, leguminosas. Hernani
et al. (1995) sugerem ser a matéria orgânica capaz
de influenciar de forma positiva a retenção de nutri-
entes de plantas e diminuir as perdas por lixiviação;
mas, segundo o autor, o efeito mais importante da
decomposição de restos vegetais é a melhoria da
estrutura do solo, que, conseqüentemente, melhora
a relação água/ar, além de permitir aumentos da in-
filtração de água, da retenção de água e nutrientes
no solo, e desenvolvimento mais adequado das raízes.
Alémdisso,amelhorianaestruturaproporcionamaior
controle da erosão hídrica. Nascimento (1994), cita-
do por Donegá (1994), estudando mucuna-preta, lab-
lab e Crotalaria juncea na proteção do solo, con-
cluiu que as leguminosas apresentaram níveis dife-
rentes de proteção ao solo, sendo, no geral, mais
efetivas a partir dos 60 dias; contudo, a mucuna-
preta ofereceu melhor proteção do solo contra a ero-
são.
Na decomposição dos adubos verdes incorpora-
dos observam-se grandes reduções nas populações
dos patógenos fúngicos das plantas, auxiliando no
controle de doenças (Garret (1956, 1965), Stover
(1962) e Patrick & Tousson (1965), citados por
Sharma, 1982). Os autores constataram que a ma-
nutenção da matéria orgânica do solo é muito im-
portante para o controle de nematóides. Verifica-
ram também que todos os adubos verdes estudados
(crotalária, lab-lab, mucuna e outros) foram altamen-
te eficientes na redução da população ativa de
nematóides fitoparasitas e saprófagos, sendo que o
controle pareceu estar mais associado à produção
de toxinas pelos adubos verdes do que pela produ-
ção de massa seca; sugerem ser a adubação verde
um dos métodos mais baratos de controle de
nematóides. Segundo Ferraz et al. (1977), citados
por Tanaka et al. (1992), a mucuna-preta pode con-
trolar nematóides e algumas espécies de plantas da-
ninhas. Kramm et al. (1990) afirmam ser necessário
manter a cultura do feijoeiro livre de plantas dani-
nhas durante 30 dias após emergência; e o uso de
adubos verdes possibilita diminuir o uso de
herbicidas ou capinas (Chabaribery, 1988). Contu-
do, Abboud & Duque (1986) observaram que a
mucuna-preta aparentemente proporciona efeitos
alelopáticos negativos sobre o feijão, apesar de apre-
sentar efeitos benéficos sobre o milho. Mas, con-
vém ressaltar que o mais importante é que a aduba-
ção orgânica proporciona benefícios residuais.
Segundo Fageria (1983), a capacidade intrínseca
de produção agrícola dos solos está íntima e direta-
mente relacionada com os seus teores de matéria
orgânica e N. Por outro lado, é difícil manter um
nível satisfatório dos dois componentes na maioria
dos solos cultivados. Assim, os métodos de adição
e de manutenção de matéria orgânica devem ser
Pesq. agropec. bras., Brasília, v.34, n.11, p.2029-2036, nov. 1999
EFEITO DA ROTAÇÃO DE CULTURAS, ADUBAÇÃO VERDE E NITROGENADA 2031
considerados com antecipação em todos os progra-
mas de manejo dos solos cultivados. A matéria or-
gânica pode ser adicionada aos solos cultivados de
diversos modos, como, por exemplo, mediante adu-
bação verde e restos de culturas.
O presente trabalho teve como objetivo avaliar o
efeito da adubação verde e nitrogenada sobre o ren-
dimento do feijão, na região de Selvíria, MS, em
solo originalmente sob vegetação de cerrado.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi instalado em área experimental perten-
cente à Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, UNESP,
localizada no município de Selvíria, MS, tendo como co-
ordenadas geográficas 51o 22' de longitude Oeste de
Greenwich e 20o 22' de latitude Sul, com altitude de
335 metros. O solo do local é do tipo Latossolo Verme-
lho-Escuro, epi-eutrófico álico, textura argilosa. A preci-
pitação média anual é de 1.370 mm, a temperatura média
anual é de 23,5oC, e a umidade relativa do ar está entre
60% e 70%.
Antes da instalação do experimento, foram coletadas
amostras de solo, para determinação das características
químicas. O preparo do solo foi realizado através de uma
aração e duas gradagens, sendo a primeira logo após a
aração, e a segunda, pouco antes da semeadura. A semea-
dura do milho foi realizada mecanicamente, no dia 7.12.94,
utilizando-se o espaçamento de 0,90 m entre linhas, e cerca
de 6 a 7 sementes m-1 de sulco, de maneira a obter, após a
emergência da cultura, uma população de aproximadamen-
te 50.000 plantas ha-1. O híbrido utilizado foi o Cargill 125.
A mucuna-preta e o lab-lab no sistema de cultivo soltei-
ro foram semeados sem adubação, também no espaçamento
de 0,90 m e utilizando-se 7 e 10 sementes viáveis m-1, res-
pectivamente. Posteriormente, aos 75 e 100 dias após a
emergência do milho, foram semeadas a mucuna-preta e o
lab-lab em suas entrelinhas, de maneira semelhante à do
cultivo solteiro.
Após a colheita do milho, na época de florescimento
pleno da mucuna-preta ou lab-lab, em cada tratamento, a
área foi roçada mecanicamente, e, posteriormente, quan-
do a mucuna-preta semeada aos 100 dias após a semeadu-
ra do milho atingiu a época de florescimento pleno, reali-
zou-se uma gradagem pesada na área, para incorporação
das plantas de milho, lab-lab e mucuna-preta (os valores
médios da matéria seca incorporada estão apresentados
na Tabela 1). Em seguida, o solo foi preparado com uma
aração e duas gradagens, sendo a primeira gradagem logo
após a aração, e a segunda, pouco antes da semeadura.
A semeadura do feijão, cultivar IAC Carioca, foi reali-
zada mecanicamente em 4.7.95, nas parcelas onde ante-
riormente existia milho, milho + mucuna-preta, milho + lab-
lab, mucuna-preta e, lab-lab. A adubação básica foi consti-
tuída por 280 kg ha-1 da formulação 4-30-10 + 0,4% Zn.
Utilizou-se o espaçamento de 0,50 m entrelinhas e cerca de
15 a 16 sementes m-1 de sulco, com o objetivo de se obter
posteriormente uma população de 250.000 plantas ha-1.
O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso,
e os tratamentos, constituídos pela combinação do efeito da
incorporação de restos culturais de milho, mucuna-preta e
lab-lab, no desenvolvimento do feijoeiro, na presença e au-
sência de adubação nitrogenada em cobertura. A aduba-
ção nitrogenada em cobertura foi realizada aos 24 dias após
a emergência das plantas, utilizando 45 kg ha-1 de N (uréia),
em parte da parcela. Portanto, cada parcela (tratamento
principal) constou de 18 linhas de feijão com 10 m de com-
primento e subdivididas no sentido longitudinal, em duas
subparcelas, ou seja, tratamento secundário constituído pela
aplicação, ou não, de N, na forma de uréia.
O controle de plantas daninhas foi realizado mediante
aplicação do herbicida pendimenthalin (1.000 g ha-1
do i.a.) em pré-emergência, e bentazon (720 g ha-1 do i.a.),
23 dias após a emergência das plantas.
Por ocasião do florescimento das plantas de feijão,
foram coletadas amostras de solo na profundidade de
0-20 cm na área útil das parcelas, para determinação das
características químicas, de acordo com a metodologia de
Raij & Quaggio (1983). As características físicas foram
avaliadas, com duas repetições por parcela, nas profundi-
dades de 0-10, 10-20, 20-30 e 30-40 cm, sendo usada a
metodologia de densidade (Blake & Hartge, 1986), e,
macro e microporosidade (Vomocil, 1965).
Durante o desenvolvimento da cultura foram realiza-
dos os demais tratos culturais e fitossanitários, recomen-
dados para a cultura do feijão.
Por ocasião do florescimento pleno das plantas, foram
coletadas, ao acaso, dez plantas da área útil de cada
subparcela, e levadas ao laboratório, acondicionadas em
sacos de papel devidamente identificados, e colocadas para
secagem em estufa de ventilação forçada à temperatura de
60-70oC, até atingir peso em equilíbrio.
Para avaliação dos teores de macronutrientes foram
utilizadas as folhas das plantas coletadas para a avaliação
anterior. Após a secagem em estufa de ventilação forçada,
o material foi submetido à moagem em moinho do tipoWilley
e, posteriormente, sofreu digestões sulfúrica e nitro-
perclórica, conforme metodologia proposta por Sarruge &
Haag (1974).
Por ocasião da colheita, foram coletadas dez plantas em
local predeterminado, na área útil de cada subparcela para
Pesq. agropec. bras., Brasília, v.34, n.11, p.2029-2036, nov. 1999
O. ARF et al.2032
determinação de: número de vagens/planta, determinado
pela relação número total de vagens/número de plantas;
número de grãos/planta, avaliado pela relação número total
de grãos/número de plantas; número de grãos/vagem, obti-
do pela relação número total de grãos/número total de va-
gens; peso de 100 grãos, determinado através da coleta ao
acaso e pesagem de duas amostras de 100 grãos de cada
subparcela.
As plantas da área útil de cada subparcela foram ar-
rancadas e deixadas para secagem a pleno sol. Após a se-
cagem, foram submetidas a trilhagem mecânica, e os grãos
obtidos foram pesados, e os dados, transformados em
kg ha-1 (13% base úmida).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos na análise das característi-
cas físicas das amostras de solo retiradas na época
de florescimento do feijão estão apresentados na
Tabela 2, onde pode ser observado que não houve
diferenças significativas entre os tratamentos nos
diversos parâmetros estudados. Entretanto, verifi-
ca-se que a porosidade total foi mais alta na profun-
didade de 0-10 cm, com ligeira queda nas profundi-
dades 10-20 e 20-30 cm, e posterior aumento na pro-
fundidade de 30-40 cm. Isto se deve, provavelmente,
à concentração das raízes do feijão nessas profundi-
dades (10-30 cm).
Os resultados obtidos na análise química de amos-
tras de solo retiradas na época de florescimento do
feijão estão apresentados na Tabela 3. Analisando o
parâmetro porcentagem de matéria orgânica, verifi-
ca-se que, apesar de terem sido incorporadas ao solo
diferentes quantidades de matéria seca (Tabela 1),
não houve diferenças significativas no seu teor, nos
diferentes tratamentos utilizados. As explicações
prováveis são de que houve a mineralização e poste-
rior consumo pela cultura, ou o tempo decorrido en-
tre a incorporação dos adubos verdes e a avaliação
realizada não foi suficiente para que ocorresse a ade-
quada decomposição do material orgânico. Por ou-
tro lado, Kiehl (1985) afirma que os adubos verdes,
após incorporados, tendem a se decompor e a liberar
rapidamente os nutrientes. Quanto aos demais
parâmetros de fertilidade do solo, de um modo geral,
não se observam diferenças entre os tratamentos
utilizados, com exceção do K, em que o tratamento
com milho apresentou o maior teor, os tratamentos
com adubos verdes (mucuna-preta ou lab-lab) obti-
veram valores menores, e os tratamentos com milho
+ adubo verde, teores intermediários. De maneira ge-
ral, pode-se dizer que as características químicas do
solo no momento de maior exigência em nutrientes,
ou seja, florescimento e frutificação da cultura, eram
favoráveis ao cultivo.
TABELA 1. Valores médios da matéria seca do milho, mucuna-preta e lab-lab em cultivo solteiro ou consorci-
ado, na região de Selvíria, MS, 1994/951.
Tratamento Milho Mucuna-preta ou lab-lab Matéria seca total
(g planta-1
) (kg ha-1
) (kg ha-1
) (kg ha-1
)
Milho 83,63 4.290 - 4.290d
Milho + mucuna-preta aos 75 DAS2
93,47 4.795 6.321a 11.116a
Milho + mucuna-preta aos 100 DAS 91,15 4.676 3.695b 8.372b
Milho + lab-lab aos 75 DAS 91,76 4.707 973c 5.555cd
Milho + lab-lab aos 100 DAS 83,17 4.266 123c 4.390d
Lab-lab - - 7.340a 7.340bc
Mucuna-preta - - 7.974a 7.974b
C.V. (%) 11,74 11,74 17,61 14,12
1 Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
2 Dias após a semeadura do milho.
Pesq. agropec. bras., Brasília, v.34, n.11, p.2029-2036, nov. 1999
EFEITO DA ROTAÇÃO DE CULTURAS, ADUBAÇÃO VERDE E NITROGENADA 2033
TABELA 2. Características físicas de amostras de solo retiradas na época de florescimento do feijão, em decor-
rência da incorporação dos restos culturais de milho, mucuna-preta e lab-lab, na região de Selvíria,
MS, 1995.
Tratamento Profundidade (cm)
0-10 10-20 20-30 30-40 0-10 10-20 20-30 30-40
------- Macroporosidade (%) -------- ------- Microporosidade (%) ---------
Milho 15,97 12,88 10,82 12,68 35,44 33,55 33,61 34,73
Milho + mucuna-preta aos 75 DAS1
16,46 8,87 10,59 13,11 34,57 36,67 34,01 34,45
Milho + mucuna-preta aos 100 DAS 16,18 7,35 9,67 11,03 35,82 35,93 33,91 35,24
Milho + lab-lab aos 75 DAS 19,01 11,88 7,12 11,79 33,71 37,07 34,37 34,55
Milho + lab-lab aos 100 DAS 18,96 8,70 9,34 12,32 34,14 38,05 34,32 35,52
Lab-lab 18,32 12,02 10,39 12,15 33,40 36,29 34,57 35,39
Mucuna-preta 16,36 10,51 8,86 11,20 36,51 38,51 35,52 35,80
C.V. (%) 29,04 35,05 37,25 20,35 7,97 6,12 5,15 3,33
--------- Porosidade total (%) -------- ---------- Densidade (g cm-3
) ---------
Milho 51,41 46,44 44,42 48,16 1,24 1,39 1,41 1,31
Milho + mucuna-preta aos 75 DAS 51,03 45,54 44,60 47,60 1,22 1,42 1,41 1,34
Milho + mucuna-preta aos 100 DAS 52,00 43,27 43,58 46,18 1,25 1,48 1,45 1,35
Milho + lab-lab aos 75 DAS 52,71 48,95 41,49 46,34 1,20 1,36 1,47 1,35
Milho + lab-lab aos 100 DAS 53,10 46,74 44,68 47,97 1,17 1,38 1,44 1,33
Lab-lab 51,72 48,49 44,96 47,53 1,21 1,37 1,40 1,34
Mucuna-preta 52,15 48,50 44,88 47,61 1,26 1,37 1,39 1,31
C.V. (%) 6,03 7,32 7,88 5,06 8,42 7,67 5,79 3,32
1 Dias após a semeadura do milho.
TABELA 3. Características químicas de amostras de solo retiradas na época de florescimento do feijão, em
decorrência da incorporação dos restos culturais de milho, mucuna-preta e lab-lab, na região e
Selvíria, MS, 19951.
Tratamento M.O. pH P-resina K Ca Mg V
(g kg-1
) (CaCl2) (mg dm-3
) ---------- (mmolc dm-3
) ---------- (%)
Milho 25,7 5,2 24 1,5a 29,0 12,3 58
Milho + mucuna-preta aos 75 DAS2
25,5 5,1 17 1,2abc 25,5 13,5 55
Milho + mucuna-preta aos 100 DAS 25,0 5,2 17 1,3ab 29,5 14,7 59
Milho + lab-lab aos 75 DAS 23,2 5,1 24 1,2abc 27,5 12,0 55
Milho + lab-lab aos 100 DAS 24,0 5,0 16 1,4ab 23,5 13,0 55
Lab-lab 24,5 5,2 19 0,9bc 27,0 16,7 59
Mucuna-preta 23,0 5,0 19 0,8c 24,5 12,0 54
C.V. (%) 7,61 3,73 37,58 16,06 14,01 27,53 8,7
1 Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
2 Dias após a semeadura do milho.
Pesq. agropec. bras., Brasília, v.34, n.11, p.2029-2036, nov. 1999
O. ARF et al.2034
Os resultados obtidos na avaliação da matéria seca
de plantas e teores de macronutrientes nas folhas do
feijoeiro estão apresentados na Tabela 4. Por esses
dados, observa-se que houve efeito significativo de
restos culturais, e os tratamentos com adubos ver-
des (lab-lab e mucuna-preta) propiciaram a obtenção
de maior quantidade de matéria seca. Quanto aos
teores de nutrientes, houve efeito significativo da
adubação nitrogenada e de restos culturais em rela-
ção ao nitrogênio, e da adubação nitrogenada, em
relação ao S. Apesar de a adubação em cobertura
com 45 kg ha-1 de N não interferir na produção de
matéria seca das plantas, propiciou aumento no teor
do nutriente nas folhas. Quanto aos restos culturais,
os maiores teores foram encontrados nos tratamen-
tos com mucuna-preta e lab-lab, com teores de 32,32
e 27,91 g kg-1, respectivamente. Nos demais trata-
mentos, o teor variou de 21,44 a 22,84 g kg-1. Quanto
ao S, observa-se que a ausência da adubação
nitrogenada com uréia propiciou a obtenção de mai-
or teor do nutriente nas folhas do feijoeiro; talvez
tenha ocorrido a diluição do nutriente nas plantas
que receberam adubação com N.
No presente trabalho, não foi observada variação nos
teores de K em face dos tratamentos utilizados.
Já Miyasaka et al. (1966), estudando o comporta-
mento de leguminosas e gramíneas em decomposi-
ção, verificaram aumento no teor de K nas folhas do
feijoeiro cultivado em sucessão.
Os valores obtidos na avaliação das característi-
cas agronômicas do feijoeiro estão apresentados
na Tabela 5, onde se pode observar efeito significa-
tivo da incorporação de restos culturais sobre o
número de vagens e de grãos e os tratamentos com
adubação verde em cultivo solteiro propiciaram a
obtenção dos maiores valores.
Já o peso de 100 grãos sofreu influência apenas
da adubação nitrogenada, onde a aplicação de
45 kg ha-1 de N em cobertura propiciou a obtenção
de grãos mais pesados.
Quanto à produção de grãos, houve efeito signi-
ficativo da adubação em cobertura e também dos
restos culturais. Quanto à adubação nitrogenada,
apesar de não ter sido observado efeito sobre o nú-
mero de vagens, grãos e grãos/vagem, o peso de
100 grãos foi influenciado, ou seja, o fornecimen-
to de N propiciou a obtenção de grãos mais pesa-
dos, e, conseqüentemente, maior produção de grãos.
Quanto aos restos culturais, o maior rendimento de
grãos foi obtido no tratamento com incorporação
de mucuna-preta (2.407 kg/ha), o que está em desa-
cordo com Abboud & Duque (1986), que observa-
ram efeito alelopático aparente da mucuna-preta so-
TABELA 4. Matéria seca de plantas e teores de nutrientes na parte aérea do feijoeiro, em decorrência da incor-
poração dos restos culturais de milho, mucuna-preta e lab-lab e da adubação nitrogenada em
cobertura, na região de Selvíria, MS, 19951.
Tratamento N P K Ca Mg SMatéria seca
de plantas
(g planta-1
)
----------------------------- (g kg
-1
) ------------------------------
Adubação em 0 kg ha
-1
de N 7,53 22,26b 3,46 26,35 20,80 7,22 2,46a
cobertura 45 kg ha-1
de N 8,28 26,49a 3,73 28,05 21,61 6,75 2,13b
Restos Milho 7,17ab 21,52c 3,50 26,77 19,65 6,45 2,36
culturais Milho + mucuna-preta aos 75 DAS
2
6,68b 22,75c 3,50 26,99 21,05 7,11 2,19
Milho + mucuna-preta aos 100 DAS 8,07ab 21,44c 4,05 26,56 21,00 7,08 2,40
Milho + lab-lab aos 75 DAS 7,07b 21,83c 3,54 26,77 20,65 7,08 2,50
Milho + lab-lab aos 100 DAS 7,27ab 22,84c 3,52 25,56 20,75 6,18 2,25
Lab-lab 9,54a 27,91b 3,45 27,20 22,50 7,02 2,22
Mucuna-preta 9,52a 32,32a 3,62 29,54 22,85 7,98 2,09
C.V. (%) 19,96 11,26 22,47 12,63 11,96 18,79 12,47
1 Médias seguidas de mesma letra, na coluna para cada parâmetro estudado (adubação em cobertura ou restos culturais), não diferem estatisticamente
entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
2 Dias após a semeadura do milho.
Pesq. agropec. bras., Brasília, v.34, n.11, p.2029-2036, nov. 1999
EFEITO DA ROTAÇÃO DE CULTURAS, ADUBAÇÃO VERDE E NITROGENADA 2035
bre o feijão, não diferindo significativamente do tra-
tamentocomlab-lab(2.149kgha-1)emilho+mucuna-
preta aos 100 dias (1.981 kg ha-1). A menor produção
de grãos foi observada nos tratamentos com milho
solteiro (1.189 kg ha-1) e milho + lab-lab, aos 75 DAS
(1.167 kg ha-1). Portanto, o tratamento com incorpo-
ração de mucuna-preta produziu praticamente o do-
bro de grãos de feijão em relação ao tratamento com
incorporação apenas de palhada de milho. Tais da-
dos são confirmados por Chagas et al. (1992), cita-
dos por Chagas (1994), que observaram que o culti-
vo do feijão após mucuna e milho proporcionou au-
mento de 39,2 e 10,9% no rendimento, respectiva-
mente.
É interessante mencionar que foi detectada a pre-
sença de nematóides formadores de galhas na área
de cultivo. Durante a colheita, pôde-se observar que
os tratamentos com incorporação, principalmente de
mucuna-preta e lab-lab em cultivo solteiro, apresen-
tavam plantas de feijão com menor dano no sistema
radicular. Sharma (1982) também verificou que os
adubos verdes crotalária, lab-lab, mucuna e outros
foram altamente eficientes na redução da população
ativa de nematóides fitoparasitas e saprófagos.Tam-
bém Ferraz et al. (1977), citados por Tanaka
et al. (1992), verificaram que a mucuna-preta pode
controlar nematóides e algumas espécies de plantas
daninhas.
CONCLUSÕES
1. O tratamento com incorporação de mucuna-pre-
ta produz praticamente o dobro de grãos de feijão em
relação ao tratamento com incorporação apenas de
palhada de milho.
2. As maiores produtividades são obtidas nos tra-
tamentos com incorporação de mucuna-preta, lab-
lab e milho + mucuna-preta semeada 100 dias após
a semeadura do milho.
3. A aplicação de 45 kg ha-1 de N aumenta em
17,8% a produtividade média do feijoeiro.
REFERÊNCIAS
ABBOUD, A.C. de S.; DUQUE, F.F. Efeitos de materiais
orgânicos e vermiculita sobre a seqüência feijão-mi-
lho-feijão. Pesquisa Agropecuária Brasileira,
Brasília, v.21, n.3, p.227-236, 1986.
ALVARENGA, R.C.; COSTA, L.M. da; MOURA
FILHO, W.; REGAZZI, A.D. Características de al-
guns adubos verdes de interesse para a conservação
e recuperação de solos. Pesquisa Agropecuária Bra-
sileira, Brasília, v.30, n.2, p.175-185, 1995.
BLAKE, G.R.; HARTGE, K.H. Bulk density. In: KLUTE,
A. (Ed.). Methods of soil analysis: physical and
mineralogical methods. 2.ed. Madison: Am. Soc.
Agron., 1986. p.363-382.
TABELA 5. Características agronômicas do feijoeiro, decorrentes da incorporação dos restos culturais de mi-
lho e/ou mucuna-preta e lab-lab e da adubação nitrogenada em cobertura, na região de Selvíria,
MS, 19951.
Tratamento No
de vagens
planta-1
No
de grãos
planta-1
No
de grãos
vagem-1
Peso de 100
grãos (g)
Produção de
grãos (kg ha-1
)
Adubação em 0 kg ha
-1
de N 9,35 45,53 4,82 22,11b 1.550b
cobertura 45 kg ha-1
de N 10,29 48,90 4,71 23,29a 1.827a
Restos Milho 8,19c 38,86b 4,71ab 22,25 1.189c
culturais Milho + mucuna-preta aos 75 DAS2
8,52c 37,98b 4,46ab 22,52 1.463bc
Milho + mucuna-preta aos 100 DAS 10,76abc 53,16ab 4,98ab 22,94 1.981ab
Milho + lab-lab aos 75 DAS 8,82bc 37,98b 4,21b 22,19 1.167c
Milho + lab-lab aos 100 DAS 8,01c 39,49b 4,95ab 22,16 1.464bc
Lab-lab 12,56a 60,62a 4,78ab 23,50 2.149ab
Mucuna-preta 11,86ab 62,44a 5,27a 23,37 2.407a
C.V. (%) 21,77 28,38 11,88 4,67 26,80
1 Médias seguidas de mesma letra, na coluna para cada parâmetro estudado (adubação em cobertura ou restos culturais), não diferem estatisticamente
entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
2 Dias após a semeadura do milho.
Pesq. agropec. bras., Brasília, v.34, n.11, p.2029-2036, nov. 1999
O. ARF et al.2036
BULISANI, E.A.; ALMEIDA, L.D’A.; ROSTON, A.J.
A cultura do feijoeiro no Estado de São Paulo. In:
BULISANI, E.A. (Coord.). Feijão: fatores de pro-
dução e qualidade. Campinas: Fundação Cargill, 1987.
p.29-88.
CHABARIBERY, D. Tecnologia socialmente apropri-
ada: adubação verde. São Paulo: Instituto de Econo-
mia Agrícola , 1988. 26p. (Relatório de Pesquisa,
1/88).
CHAGAS, J.M. Considerações sobre a cultura do feijão
no inverno em Minas Gerais. Feijão no inverno. In-
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DONEGÁ, I.M. Comportamento de leguminosas adu-
bos verdes cultivadas no outono/inverno, em três
populações de plantas. Ilha Solteira: UNESP/FEIS,
1994. 75p.
FAGERIA, N.K. Manejo químico do solo. In: FERREIRA,
M.E.; YAMADA, T.; MALAVOLTA, E. (Eds.).
Cultura do arroz de sequeiro: fatores afetando a
produtividade. Piracicaba: Instituto da Potassa e do
Fosfato - Instituto Internacional da Potassa, 1983.
p.239-260.
HERNANI, L.C.; ENDRES, V.C.; PITOL, C.; SALTON,
J.C. Adubos verdes de outono/inverno no Mato
Grosso do Sul. Dourados: Embrapa-CPAO, 1995.
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IAPAR. Recomendações técnicas para a cultura do
trigo no Paraná. Londrina: IAPAR, 1995. 98p. (Cir-
cular, 86).
KIEHL, E.J. Fertilizantes orgânicos. Piracicaba: Agro-
nômica Ceres, 1985. 492p.
KRAMM, V.E.M.; VIEIRA, C.; SILVA, J.F.; CARDO-
SO, A.A. Efeitos da competição com plantas dani-
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MIYASAKA, S.; CAMARGO, A.P.; INFORZATO, R.;
IGUE, T. Efeitos da cobertura e da incorporação ao
solo, imediatamente antes do plantio, de diferentes
formas de matéria orgânica não decomposta, na cul-
tura do feijoeiro. Bragantia, v.25, p.349-363, 1966.
RAIJ, B. van; QUAGGIO, J.A. Métodos de análise de
solo para fins de fertilidade. Campinas: Instituto
Agronômico, 1983. 31p. (Boletim técnico, 81).
SARRUGE, J.R.; HAAG, H.P. Análises químicas em
plantas. Piracicaba: USP-ESALQ, 1974. 56p.
SHARMA, R.D. Eficiência de adubos verdes no con-
trole de nematóides associados à soja nos cerra-
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SILVA, E.M.R.; ALMEIDA, D.L. de; FRANCO, A.A.;
DÖBEREINER, J. Adubação verde no aproveita-
mento do fosfato em solo ácido. Revista Brasileira
de Ciência do Solo, v.9, p.85-88, 1985.
TANAKA, R.T.; MASCARENHAS, H.A.A.; DIAS, O.S.;
CAMPIDELLI, C.; BULISANI, E.A. Cultivo da soja
após incorporação de adubo verde e orgânico. Pes-
quisaAgropecuária Brasileira, Brasília, v.27, n.11,
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VOMOCIL, J.A. Porosity. In: BLACK, C.A. (Ed.).
Methods of soil analysis. Madison: American
Society of Agronomy, 1965. pt.1, p.299-314.

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Efeito da rotação de culturas, adubação verde e nitrogenada no rendimento do feijão

  • 1. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.34, n.11, p.2029-2036, nov. 1999 EFEITO DA ROTAÇÃO DE CULTURAS, ADUBAÇÃO VERDE E NITROGENADA 2029 EFEITO DA ROTAÇÃO DE CULTURAS, ADUBAÇÃO VERDE E NITROGENADA SOBRE O RENDIMENTO DO FEIJÃO1 ORIVALDOARF2 , LUZIASALUSTIANO DA SILVA3 , SALATIÉR BUZETTI4 , MARLENE CRISTINAALVES4 , MARCO EUSTÁQUIO DE SÁ2 , RICARDOANTONIO FERREIRARODRIGUES4 e FERNANDO BRAZ TANGERINO HERNANDEZ4 RESUMO - O presente trabalho foi conduzido na região de Selvíria, MS, e teve como objetivo avaliar o efeito da incorporação de mucuna-preta, lab-lab e restos culturais de milho no desenvolvimento e produ- ção do feijão (Phaseolus vulgaris L.) de inverno. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso; os tratamentos foram constituídos pela combinação do efeito da incorporação de restos culturais do milho, mucuna-preta e lab-lab no desenvolvimento do feijoeiro, na presença e ausência de adubação nitrogenada em cobertura. Pelos resultados obtidos nas condições experimentais, pode-se concluir que a incorporação de mucuna-preta praticamente dobrou a produção de grãos de feijão em relação ao tratamento com incorporação apenas de palhada de milho; as maiores produtividades foram obtidas nos tratamentos com incorporação de mucuna-preta, lab-lab e milho + mucuna-preta semeada 100 dias após a semeadura do milho, e a aplicação de 45 kg ha-1 de N aumentou em 17,8% a produtividade do feijoeiro. Termos para indexação: restos culturais, aplicação de nitrogênio, sucessão de culturas. EFFECTS OF CROP ROTATION, GREEN MANURE, AND NITROGEN FERTILIZER ON THE BEAN YIELD ABSTRACT - The present work was carried out at Selvíria, MS, Brazil, with the objective of evaluating the effects of velvetbean, lab-lab and corn crop residues on the development and yield of winter bean (Phaseolus vulgaris L.) crops. The experimental design utilized was a randomized blocks obtained through an arrangement between the incorporation of different organic residues, with and without nitro- gen supply in the bean crop. Grain yield was higher when velvetbean was incorporated in rotation with corn crop residues. The best yield was obtained in the treatments: velvetbean incorporation, lab-lab and corn + velvetbean sowed 100 days after corn sowing. Application of 45 kg ha-1 of N fertilizer (urea) increased the yield of winter bean crops in 17,8%. Index terms: organic residues, nitrogen supply, bean crop rotation. e simbiose com bactérias fixadoras de nitrogênio (Sil- va et al., 1985). Já a rotação de culturas pode ser citada como benéfica à melhoria das condições físicas, quí- micas e biológicas do solo, ao controle de plantas daninhas, bem como ao de doenças e pragas, à repo- sição de restos orgânicos, e à proteção do solo con- tra a ação dos agentes climáticos; é recomendável usar espécies das plantas fixadoras de nitrogênio com sistema radicular profundo ou abundante, es- pécies capazes de aproveitar os fertilizantes residu- ais das culturas comerciais; para o Paraná, indica-se como cobertura vegetal o lab-lab, mucunas, crotalárias e guandu para cultivos de verão (IAPAR, 1995). O manejo da matéria orgânica mediante rotação de culturas, adubação verde e consorciação 1 Aceito para publicação em 10 de fevereiro de 1999. Apoio financeiro da FAPESP e do CNPq. 2 Eng. Agr., Dr., Dep. de Fitotecnia, Economia e Sociologia Rural, Faculdade de Engenharia, UNESP, Av. Brasil no 56, Caixa Postal 31, CEP 15385-000 Ilha Solteira, SP. E-mail: gd@adm.feis.unesp.br 3 Enga Agra, Faculdade de Engenharia, UNESP. 4 Eng.Agr., Dr., Dep. de Ciência do Solo e Engenharia Rural, Fa- culdade de Engenharia, UNESP. INTRODUÇÃO A adubação verde com leguminosas proporcio- na vantagens, como a economia com fertilizantes nitrogenados, grande rendimento por área, sistema radicular profundo, que ajuda a descompactar o solo,
  • 2. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.34, n.11, p.2029-2036, nov. 1999 O. ARF et al.2030 de culturas pode proporcionar melhor aproveitamen- to de adubos químicos e possibilitar redução nos custos com adubação nitrogenada mineral, uma vez que propicia aumento da atividade biológica do solo (Hernani et al., 1995). Miyasaka et al. (1966), estudando o comporta- mento de massa vegetal de leguminosas e gramíneas em decomposição e alguns efeitos na cultura do feijoeiro quando incorporadas ao solo antes da se- meadura do feijão, verificaram várias vantagens da incorporação, como maior retenção de umidade e menor variabilidade térmica do solo, embora em menor grau do que no solo com cobertura morta (mulch), e aumento no teor de K nas folhas, no de- senvolvimento da parte vegetativa e radicular, e na produtividade do feijoeiro. Já Galeti (1973), cita- do por Silva et al. (1985), sugere que a adubação verde melhora o aproveitamento dos fertilizantes minerais, proporcionando aumentos na produção, porque o adubo verde mobiliza os nutrientes das camadas mais profundas, tornando-os disponíveis para as culturas subseqüentes. Kiehl (1985) afirma que os adubos verdes, ao absorverem os nutrientes do solo, contribuem para a redução das perdas por lixiviação. O autor recomenda, ainda, não atrasar a implantação da cultura comercial, pois os adubos verdes após incorporação tendem a se decompor e a liberar rapidamente os nutrientes. Já Alvarenga et al. (1995) afirmam que o fato de uma espécie re- ter grande quantidade de nutrientes não significa que eles estejam prontamente disponíveis à cultura se- guinte. Um exemplo típico da deficiência de incorpora- ção de restos vegetais para a cultura do feijoeiro, segundo Bulisani et al. (1987), é observado em ex- tensas áreas sob cerrado no Brasil Central e no Oes- te Paulista, onde a produtividade das plantas é razo- ável quando cultivadas em solos que tenham rece- bido fitomassa, especialmente, leguminosas. Hernani et al. (1995) sugerem ser a matéria orgânica capaz de influenciar de forma positiva a retenção de nutri- entes de plantas e diminuir as perdas por lixiviação; mas, segundo o autor, o efeito mais importante da decomposição de restos vegetais é a melhoria da estrutura do solo, que, conseqüentemente, melhora a relação água/ar, além de permitir aumentos da in- filtração de água, da retenção de água e nutrientes no solo, e desenvolvimento mais adequado das raízes. Alémdisso,amelhorianaestruturaproporcionamaior controle da erosão hídrica. Nascimento (1994), cita- do por Donegá (1994), estudando mucuna-preta, lab- lab e Crotalaria juncea na proteção do solo, con- cluiu que as leguminosas apresentaram níveis dife- rentes de proteção ao solo, sendo, no geral, mais efetivas a partir dos 60 dias; contudo, a mucuna- preta ofereceu melhor proteção do solo contra a ero- são. Na decomposição dos adubos verdes incorpora- dos observam-se grandes reduções nas populações dos patógenos fúngicos das plantas, auxiliando no controle de doenças (Garret (1956, 1965), Stover (1962) e Patrick & Tousson (1965), citados por Sharma, 1982). Os autores constataram que a ma- nutenção da matéria orgânica do solo é muito im- portante para o controle de nematóides. Verifica- ram também que todos os adubos verdes estudados (crotalária, lab-lab, mucuna e outros) foram altamen- te eficientes na redução da população ativa de nematóides fitoparasitas e saprófagos, sendo que o controle pareceu estar mais associado à produção de toxinas pelos adubos verdes do que pela produ- ção de massa seca; sugerem ser a adubação verde um dos métodos mais baratos de controle de nematóides. Segundo Ferraz et al. (1977), citados por Tanaka et al. (1992), a mucuna-preta pode con- trolar nematóides e algumas espécies de plantas da- ninhas. Kramm et al. (1990) afirmam ser necessário manter a cultura do feijoeiro livre de plantas dani- nhas durante 30 dias após emergência; e o uso de adubos verdes possibilita diminuir o uso de herbicidas ou capinas (Chabaribery, 1988). Contu- do, Abboud & Duque (1986) observaram que a mucuna-preta aparentemente proporciona efeitos alelopáticos negativos sobre o feijão, apesar de apre- sentar efeitos benéficos sobre o milho. Mas, con- vém ressaltar que o mais importante é que a aduba- ção orgânica proporciona benefícios residuais. Segundo Fageria (1983), a capacidade intrínseca de produção agrícola dos solos está íntima e direta- mente relacionada com os seus teores de matéria orgânica e N. Por outro lado, é difícil manter um nível satisfatório dos dois componentes na maioria dos solos cultivados. Assim, os métodos de adição e de manutenção de matéria orgânica devem ser
  • 3. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.34, n.11, p.2029-2036, nov. 1999 EFEITO DA ROTAÇÃO DE CULTURAS, ADUBAÇÃO VERDE E NITROGENADA 2031 considerados com antecipação em todos os progra- mas de manejo dos solos cultivados. A matéria or- gânica pode ser adicionada aos solos cultivados de diversos modos, como, por exemplo, mediante adu- bação verde e restos de culturas. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da adubação verde e nitrogenada sobre o ren- dimento do feijão, na região de Selvíria, MS, em solo originalmente sob vegetação de cerrado. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi instalado em área experimental perten- cente à Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, UNESP, localizada no município de Selvíria, MS, tendo como co- ordenadas geográficas 51o 22' de longitude Oeste de Greenwich e 20o 22' de latitude Sul, com altitude de 335 metros. O solo do local é do tipo Latossolo Verme- lho-Escuro, epi-eutrófico álico, textura argilosa. A preci- pitação média anual é de 1.370 mm, a temperatura média anual é de 23,5oC, e a umidade relativa do ar está entre 60% e 70%. Antes da instalação do experimento, foram coletadas amostras de solo, para determinação das características químicas. O preparo do solo foi realizado através de uma aração e duas gradagens, sendo a primeira logo após a aração, e a segunda, pouco antes da semeadura. A semea- dura do milho foi realizada mecanicamente, no dia 7.12.94, utilizando-se o espaçamento de 0,90 m entre linhas, e cerca de 6 a 7 sementes m-1 de sulco, de maneira a obter, após a emergência da cultura, uma população de aproximadamen- te 50.000 plantas ha-1. O híbrido utilizado foi o Cargill 125. A mucuna-preta e o lab-lab no sistema de cultivo soltei- ro foram semeados sem adubação, também no espaçamento de 0,90 m e utilizando-se 7 e 10 sementes viáveis m-1, res- pectivamente. Posteriormente, aos 75 e 100 dias após a emergência do milho, foram semeadas a mucuna-preta e o lab-lab em suas entrelinhas, de maneira semelhante à do cultivo solteiro. Após a colheita do milho, na época de florescimento pleno da mucuna-preta ou lab-lab, em cada tratamento, a área foi roçada mecanicamente, e, posteriormente, quan- do a mucuna-preta semeada aos 100 dias após a semeadu- ra do milho atingiu a época de florescimento pleno, reali- zou-se uma gradagem pesada na área, para incorporação das plantas de milho, lab-lab e mucuna-preta (os valores médios da matéria seca incorporada estão apresentados na Tabela 1). Em seguida, o solo foi preparado com uma aração e duas gradagens, sendo a primeira gradagem logo após a aração, e a segunda, pouco antes da semeadura. A semeadura do feijão, cultivar IAC Carioca, foi reali- zada mecanicamente em 4.7.95, nas parcelas onde ante- riormente existia milho, milho + mucuna-preta, milho + lab- lab, mucuna-preta e, lab-lab. A adubação básica foi consti- tuída por 280 kg ha-1 da formulação 4-30-10 + 0,4% Zn. Utilizou-se o espaçamento de 0,50 m entrelinhas e cerca de 15 a 16 sementes m-1 de sulco, com o objetivo de se obter posteriormente uma população de 250.000 plantas ha-1. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, e os tratamentos, constituídos pela combinação do efeito da incorporação de restos culturais de milho, mucuna-preta e lab-lab, no desenvolvimento do feijoeiro, na presença e au- sência de adubação nitrogenada em cobertura. A aduba- ção nitrogenada em cobertura foi realizada aos 24 dias após a emergência das plantas, utilizando 45 kg ha-1 de N (uréia), em parte da parcela. Portanto, cada parcela (tratamento principal) constou de 18 linhas de feijão com 10 m de com- primento e subdivididas no sentido longitudinal, em duas subparcelas, ou seja, tratamento secundário constituído pela aplicação, ou não, de N, na forma de uréia. O controle de plantas daninhas foi realizado mediante aplicação do herbicida pendimenthalin (1.000 g ha-1 do i.a.) em pré-emergência, e bentazon (720 g ha-1 do i.a.), 23 dias após a emergência das plantas. Por ocasião do florescimento das plantas de feijão, foram coletadas amostras de solo na profundidade de 0-20 cm na área útil das parcelas, para determinação das características químicas, de acordo com a metodologia de Raij & Quaggio (1983). As características físicas foram avaliadas, com duas repetições por parcela, nas profundi- dades de 0-10, 10-20, 20-30 e 30-40 cm, sendo usada a metodologia de densidade (Blake & Hartge, 1986), e, macro e microporosidade (Vomocil, 1965). Durante o desenvolvimento da cultura foram realiza- dos os demais tratos culturais e fitossanitários, recomen- dados para a cultura do feijão. Por ocasião do florescimento pleno das plantas, foram coletadas, ao acaso, dez plantas da área útil de cada subparcela, e levadas ao laboratório, acondicionadas em sacos de papel devidamente identificados, e colocadas para secagem em estufa de ventilação forçada à temperatura de 60-70oC, até atingir peso em equilíbrio. Para avaliação dos teores de macronutrientes foram utilizadas as folhas das plantas coletadas para a avaliação anterior. Após a secagem em estufa de ventilação forçada, o material foi submetido à moagem em moinho do tipoWilley e, posteriormente, sofreu digestões sulfúrica e nitro- perclórica, conforme metodologia proposta por Sarruge & Haag (1974). Por ocasião da colheita, foram coletadas dez plantas em local predeterminado, na área útil de cada subparcela para
  • 4. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.34, n.11, p.2029-2036, nov. 1999 O. ARF et al.2032 determinação de: número de vagens/planta, determinado pela relação número total de vagens/número de plantas; número de grãos/planta, avaliado pela relação número total de grãos/número de plantas; número de grãos/vagem, obti- do pela relação número total de grãos/número total de va- gens; peso de 100 grãos, determinado através da coleta ao acaso e pesagem de duas amostras de 100 grãos de cada subparcela. As plantas da área útil de cada subparcela foram ar- rancadas e deixadas para secagem a pleno sol. Após a se- cagem, foram submetidas a trilhagem mecânica, e os grãos obtidos foram pesados, e os dados, transformados em kg ha-1 (13% base úmida). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos na análise das característi- cas físicas das amostras de solo retiradas na época de florescimento do feijão estão apresentados na Tabela 2, onde pode ser observado que não houve diferenças significativas entre os tratamentos nos diversos parâmetros estudados. Entretanto, verifi- ca-se que a porosidade total foi mais alta na profun- didade de 0-10 cm, com ligeira queda nas profundi- dades 10-20 e 20-30 cm, e posterior aumento na pro- fundidade de 30-40 cm. Isto se deve, provavelmente, à concentração das raízes do feijão nessas profundi- dades (10-30 cm). Os resultados obtidos na análise química de amos- tras de solo retiradas na época de florescimento do feijão estão apresentados na Tabela 3. Analisando o parâmetro porcentagem de matéria orgânica, verifi- ca-se que, apesar de terem sido incorporadas ao solo diferentes quantidades de matéria seca (Tabela 1), não houve diferenças significativas no seu teor, nos diferentes tratamentos utilizados. As explicações prováveis são de que houve a mineralização e poste- rior consumo pela cultura, ou o tempo decorrido en- tre a incorporação dos adubos verdes e a avaliação realizada não foi suficiente para que ocorresse a ade- quada decomposição do material orgânico. Por ou- tro lado, Kiehl (1985) afirma que os adubos verdes, após incorporados, tendem a se decompor e a liberar rapidamente os nutrientes. Quanto aos demais parâmetros de fertilidade do solo, de um modo geral, não se observam diferenças entre os tratamentos utilizados, com exceção do K, em que o tratamento com milho apresentou o maior teor, os tratamentos com adubos verdes (mucuna-preta ou lab-lab) obti- veram valores menores, e os tratamentos com milho + adubo verde, teores intermediários. De maneira ge- ral, pode-se dizer que as características químicas do solo no momento de maior exigência em nutrientes, ou seja, florescimento e frutificação da cultura, eram favoráveis ao cultivo. TABELA 1. Valores médios da matéria seca do milho, mucuna-preta e lab-lab em cultivo solteiro ou consorci- ado, na região de Selvíria, MS, 1994/951. Tratamento Milho Mucuna-preta ou lab-lab Matéria seca total (g planta-1 ) (kg ha-1 ) (kg ha-1 ) (kg ha-1 ) Milho 83,63 4.290 - 4.290d Milho + mucuna-preta aos 75 DAS2 93,47 4.795 6.321a 11.116a Milho + mucuna-preta aos 100 DAS 91,15 4.676 3.695b 8.372b Milho + lab-lab aos 75 DAS 91,76 4.707 973c 5.555cd Milho + lab-lab aos 100 DAS 83,17 4.266 123c 4.390d Lab-lab - - 7.340a 7.340bc Mucuna-preta - - 7.974a 7.974b C.V. (%) 11,74 11,74 17,61 14,12 1 Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. 2 Dias após a semeadura do milho.
  • 5. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.34, n.11, p.2029-2036, nov. 1999 EFEITO DA ROTAÇÃO DE CULTURAS, ADUBAÇÃO VERDE E NITROGENADA 2033 TABELA 2. Características físicas de amostras de solo retiradas na época de florescimento do feijão, em decor- rência da incorporação dos restos culturais de milho, mucuna-preta e lab-lab, na região de Selvíria, MS, 1995. Tratamento Profundidade (cm) 0-10 10-20 20-30 30-40 0-10 10-20 20-30 30-40 ------- Macroporosidade (%) -------- ------- Microporosidade (%) --------- Milho 15,97 12,88 10,82 12,68 35,44 33,55 33,61 34,73 Milho + mucuna-preta aos 75 DAS1 16,46 8,87 10,59 13,11 34,57 36,67 34,01 34,45 Milho + mucuna-preta aos 100 DAS 16,18 7,35 9,67 11,03 35,82 35,93 33,91 35,24 Milho + lab-lab aos 75 DAS 19,01 11,88 7,12 11,79 33,71 37,07 34,37 34,55 Milho + lab-lab aos 100 DAS 18,96 8,70 9,34 12,32 34,14 38,05 34,32 35,52 Lab-lab 18,32 12,02 10,39 12,15 33,40 36,29 34,57 35,39 Mucuna-preta 16,36 10,51 8,86 11,20 36,51 38,51 35,52 35,80 C.V. (%) 29,04 35,05 37,25 20,35 7,97 6,12 5,15 3,33 --------- Porosidade total (%) -------- ---------- Densidade (g cm-3 ) --------- Milho 51,41 46,44 44,42 48,16 1,24 1,39 1,41 1,31 Milho + mucuna-preta aos 75 DAS 51,03 45,54 44,60 47,60 1,22 1,42 1,41 1,34 Milho + mucuna-preta aos 100 DAS 52,00 43,27 43,58 46,18 1,25 1,48 1,45 1,35 Milho + lab-lab aos 75 DAS 52,71 48,95 41,49 46,34 1,20 1,36 1,47 1,35 Milho + lab-lab aos 100 DAS 53,10 46,74 44,68 47,97 1,17 1,38 1,44 1,33 Lab-lab 51,72 48,49 44,96 47,53 1,21 1,37 1,40 1,34 Mucuna-preta 52,15 48,50 44,88 47,61 1,26 1,37 1,39 1,31 C.V. (%) 6,03 7,32 7,88 5,06 8,42 7,67 5,79 3,32 1 Dias após a semeadura do milho. TABELA 3. Características químicas de amostras de solo retiradas na época de florescimento do feijão, em decorrência da incorporação dos restos culturais de milho, mucuna-preta e lab-lab, na região e Selvíria, MS, 19951. Tratamento M.O. pH P-resina K Ca Mg V (g kg-1 ) (CaCl2) (mg dm-3 ) ---------- (mmolc dm-3 ) ---------- (%) Milho 25,7 5,2 24 1,5a 29,0 12,3 58 Milho + mucuna-preta aos 75 DAS2 25,5 5,1 17 1,2abc 25,5 13,5 55 Milho + mucuna-preta aos 100 DAS 25,0 5,2 17 1,3ab 29,5 14,7 59 Milho + lab-lab aos 75 DAS 23,2 5,1 24 1,2abc 27,5 12,0 55 Milho + lab-lab aos 100 DAS 24,0 5,0 16 1,4ab 23,5 13,0 55 Lab-lab 24,5 5,2 19 0,9bc 27,0 16,7 59 Mucuna-preta 23,0 5,0 19 0,8c 24,5 12,0 54 C.V. (%) 7,61 3,73 37,58 16,06 14,01 27,53 8,7 1 Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. 2 Dias após a semeadura do milho.
  • 6. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.34, n.11, p.2029-2036, nov. 1999 O. ARF et al.2034 Os resultados obtidos na avaliação da matéria seca de plantas e teores de macronutrientes nas folhas do feijoeiro estão apresentados na Tabela 4. Por esses dados, observa-se que houve efeito significativo de restos culturais, e os tratamentos com adubos ver- des (lab-lab e mucuna-preta) propiciaram a obtenção de maior quantidade de matéria seca. Quanto aos teores de nutrientes, houve efeito significativo da adubação nitrogenada e de restos culturais em rela- ção ao nitrogênio, e da adubação nitrogenada, em relação ao S. Apesar de a adubação em cobertura com 45 kg ha-1 de N não interferir na produção de matéria seca das plantas, propiciou aumento no teor do nutriente nas folhas. Quanto aos restos culturais, os maiores teores foram encontrados nos tratamen- tos com mucuna-preta e lab-lab, com teores de 32,32 e 27,91 g kg-1, respectivamente. Nos demais trata- mentos, o teor variou de 21,44 a 22,84 g kg-1. Quanto ao S, observa-se que a ausência da adubação nitrogenada com uréia propiciou a obtenção de mai- or teor do nutriente nas folhas do feijoeiro; talvez tenha ocorrido a diluição do nutriente nas plantas que receberam adubação com N. No presente trabalho, não foi observada variação nos teores de K em face dos tratamentos utilizados. Já Miyasaka et al. (1966), estudando o comporta- mento de leguminosas e gramíneas em decomposi- ção, verificaram aumento no teor de K nas folhas do feijoeiro cultivado em sucessão. Os valores obtidos na avaliação das característi- cas agronômicas do feijoeiro estão apresentados na Tabela 5, onde se pode observar efeito significa- tivo da incorporação de restos culturais sobre o número de vagens e de grãos e os tratamentos com adubação verde em cultivo solteiro propiciaram a obtenção dos maiores valores. Já o peso de 100 grãos sofreu influência apenas da adubação nitrogenada, onde a aplicação de 45 kg ha-1 de N em cobertura propiciou a obtenção de grãos mais pesados. Quanto à produção de grãos, houve efeito signi- ficativo da adubação em cobertura e também dos restos culturais. Quanto à adubação nitrogenada, apesar de não ter sido observado efeito sobre o nú- mero de vagens, grãos e grãos/vagem, o peso de 100 grãos foi influenciado, ou seja, o fornecimen- to de N propiciou a obtenção de grãos mais pesa- dos, e, conseqüentemente, maior produção de grãos. Quanto aos restos culturais, o maior rendimento de grãos foi obtido no tratamento com incorporação de mucuna-preta (2.407 kg/ha), o que está em desa- cordo com Abboud & Duque (1986), que observa- ram efeito alelopático aparente da mucuna-preta so- TABELA 4. Matéria seca de plantas e teores de nutrientes na parte aérea do feijoeiro, em decorrência da incor- poração dos restos culturais de milho, mucuna-preta e lab-lab e da adubação nitrogenada em cobertura, na região de Selvíria, MS, 19951. Tratamento N P K Ca Mg SMatéria seca de plantas (g planta-1 ) ----------------------------- (g kg -1 ) ------------------------------ Adubação em 0 kg ha -1 de N 7,53 22,26b 3,46 26,35 20,80 7,22 2,46a cobertura 45 kg ha-1 de N 8,28 26,49a 3,73 28,05 21,61 6,75 2,13b Restos Milho 7,17ab 21,52c 3,50 26,77 19,65 6,45 2,36 culturais Milho + mucuna-preta aos 75 DAS 2 6,68b 22,75c 3,50 26,99 21,05 7,11 2,19 Milho + mucuna-preta aos 100 DAS 8,07ab 21,44c 4,05 26,56 21,00 7,08 2,40 Milho + lab-lab aos 75 DAS 7,07b 21,83c 3,54 26,77 20,65 7,08 2,50 Milho + lab-lab aos 100 DAS 7,27ab 22,84c 3,52 25,56 20,75 6,18 2,25 Lab-lab 9,54a 27,91b 3,45 27,20 22,50 7,02 2,22 Mucuna-preta 9,52a 32,32a 3,62 29,54 22,85 7,98 2,09 C.V. (%) 19,96 11,26 22,47 12,63 11,96 18,79 12,47 1 Médias seguidas de mesma letra, na coluna para cada parâmetro estudado (adubação em cobertura ou restos culturais), não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. 2 Dias após a semeadura do milho.
  • 7. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.34, n.11, p.2029-2036, nov. 1999 EFEITO DA ROTAÇÃO DE CULTURAS, ADUBAÇÃO VERDE E NITROGENADA 2035 bre o feijão, não diferindo significativamente do tra- tamentocomlab-lab(2.149kgha-1)emilho+mucuna- preta aos 100 dias (1.981 kg ha-1). A menor produção de grãos foi observada nos tratamentos com milho solteiro (1.189 kg ha-1) e milho + lab-lab, aos 75 DAS (1.167 kg ha-1). Portanto, o tratamento com incorpo- ração de mucuna-preta produziu praticamente o do- bro de grãos de feijão em relação ao tratamento com incorporação apenas de palhada de milho. Tais da- dos são confirmados por Chagas et al. (1992), cita- dos por Chagas (1994), que observaram que o culti- vo do feijão após mucuna e milho proporcionou au- mento de 39,2 e 10,9% no rendimento, respectiva- mente. É interessante mencionar que foi detectada a pre- sença de nematóides formadores de galhas na área de cultivo. Durante a colheita, pôde-se observar que os tratamentos com incorporação, principalmente de mucuna-preta e lab-lab em cultivo solteiro, apresen- tavam plantas de feijão com menor dano no sistema radicular. Sharma (1982) também verificou que os adubos verdes crotalária, lab-lab, mucuna e outros foram altamente eficientes na redução da população ativa de nematóides fitoparasitas e saprófagos.Tam- bém Ferraz et al. (1977), citados por Tanaka et al. (1992), verificaram que a mucuna-preta pode controlar nematóides e algumas espécies de plantas daninhas. CONCLUSÕES 1. O tratamento com incorporação de mucuna-pre- ta produz praticamente o dobro de grãos de feijão em relação ao tratamento com incorporação apenas de palhada de milho. 2. As maiores produtividades são obtidas nos tra- tamentos com incorporação de mucuna-preta, lab- lab e milho + mucuna-preta semeada 100 dias após a semeadura do milho. 3. A aplicação de 45 kg ha-1 de N aumenta em 17,8% a produtividade média do feijoeiro. REFERÊNCIAS ABBOUD, A.C. de S.; DUQUE, F.F. Efeitos de materiais orgânicos e vermiculita sobre a seqüência feijão-mi- lho-feijão. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.21, n.3, p.227-236, 1986. ALVARENGA, R.C.; COSTA, L.M. da; MOURA FILHO, W.; REGAZZI, A.D. Características de al- guns adubos verdes de interesse para a conservação e recuperação de solos. Pesquisa Agropecuária Bra- sileira, Brasília, v.30, n.2, p.175-185, 1995. BLAKE, G.R.; HARTGE, K.H. Bulk density. In: KLUTE, A. (Ed.). Methods of soil analysis: physical and mineralogical methods. 2.ed. Madison: Am. Soc. Agron., 1986. p.363-382. TABELA 5. Características agronômicas do feijoeiro, decorrentes da incorporação dos restos culturais de mi- lho e/ou mucuna-preta e lab-lab e da adubação nitrogenada em cobertura, na região de Selvíria, MS, 19951. Tratamento No de vagens planta-1 No de grãos planta-1 No de grãos vagem-1 Peso de 100 grãos (g) Produção de grãos (kg ha-1 ) Adubação em 0 kg ha -1 de N 9,35 45,53 4,82 22,11b 1.550b cobertura 45 kg ha-1 de N 10,29 48,90 4,71 23,29a 1.827a Restos Milho 8,19c 38,86b 4,71ab 22,25 1.189c culturais Milho + mucuna-preta aos 75 DAS2 8,52c 37,98b 4,46ab 22,52 1.463bc Milho + mucuna-preta aos 100 DAS 10,76abc 53,16ab 4,98ab 22,94 1.981ab Milho + lab-lab aos 75 DAS 8,82bc 37,98b 4,21b 22,19 1.167c Milho + lab-lab aos 100 DAS 8,01c 39,49b 4,95ab 22,16 1.464bc Lab-lab 12,56a 60,62a 4,78ab 23,50 2.149ab Mucuna-preta 11,86ab 62,44a 5,27a 23,37 2.407a C.V. (%) 21,77 28,38 11,88 4,67 26,80 1 Médias seguidas de mesma letra, na coluna para cada parâmetro estudado (adubação em cobertura ou restos culturais), não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. 2 Dias após a semeadura do milho.
  • 8. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.34, n.11, p.2029-2036, nov. 1999 O. ARF et al.2036 BULISANI, E.A.; ALMEIDA, L.D’A.; ROSTON, A.J. A cultura do feijoeiro no Estado de São Paulo. In: BULISANI, E.A. (Coord.). Feijão: fatores de pro- dução e qualidade. Campinas: Fundação Cargill, 1987. p.29-88. CHABARIBERY, D. Tecnologia socialmente apropri- ada: adubação verde. São Paulo: Instituto de Econo- mia Agrícola , 1988. 26p. (Relatório de Pesquisa, 1/88). CHAGAS, J.M. Considerações sobre a cultura do feijão no inverno em Minas Gerais. Feijão no inverno. In- forme Agropecuário, v.17, p.5-8, 1994. DONEGÁ, I.M. Comportamento de leguminosas adu- bos verdes cultivadas no outono/inverno, em três populações de plantas. Ilha Solteira: UNESP/FEIS, 1994. 75p. FAGERIA, N.K. Manejo químico do solo. In: FERREIRA, M.E.; YAMADA, T.; MALAVOLTA, E. (Eds.). Cultura do arroz de sequeiro: fatores afetando a produtividade. Piracicaba: Instituto da Potassa e do Fosfato - Instituto Internacional da Potassa, 1983. p.239-260. HERNANI, L.C.; ENDRES, V.C.; PITOL, C.; SALTON, J.C. Adubos verdes de outono/inverno no Mato Grosso do Sul. Dourados: Embrapa-CPAO, 1995. 93p. IAPAR. Recomendações técnicas para a cultura do trigo no Paraná. Londrina: IAPAR, 1995. 98p. (Cir- cular, 86). KIEHL, E.J. Fertilizantes orgânicos. Piracicaba: Agro- nômica Ceres, 1985. 492p. KRAMM, V.E.M.; VIEIRA, C.; SILVA, J.F.; CARDO- SO, A.A. Efeitos da competição com plantas dani- nhas sobre a cultura do feijão (Phaseolus vulgaris L.). Revista Ceres, v.37, p.345-361, 1990. MIYASAKA, S.; CAMARGO, A.P.; INFORZATO, R.; IGUE, T. Efeitos da cobertura e da incorporação ao solo, imediatamente antes do plantio, de diferentes formas de matéria orgânica não decomposta, na cul- tura do feijoeiro. Bragantia, v.25, p.349-363, 1966. RAIJ, B. van; QUAGGIO, J.A. Métodos de análise de solo para fins de fertilidade. Campinas: Instituto Agronômico, 1983. 31p. (Boletim técnico, 81). SARRUGE, J.R.; HAAG, H.P. Análises químicas em plantas. Piracicaba: USP-ESALQ, 1974. 56p. SHARMA, R.D. Eficiência de adubos verdes no con- trole de nematóides associados à soja nos cerra- dos. Planaltina: Embrapa-CPAC, 1982. 30p. SILVA, E.M.R.; ALMEIDA, D.L. de; FRANCO, A.A.; DÖBEREINER, J. Adubação verde no aproveita- mento do fosfato em solo ácido. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.9, p.85-88, 1985. TANAKA, R.T.; MASCARENHAS, H.A.A.; DIAS, O.S.; CAMPIDELLI, C.; BULISANI, E.A. Cultivo da soja após incorporação de adubo verde e orgânico. Pes- quisaAgropecuária Brasileira, Brasília, v.27, n.11, p.1477-1483, 1992. VOMOCIL, J.A. Porosity. In: BLACK, C.A. (Ed.). Methods of soil analysis. Madison: American Society of Agronomy, 1965. pt.1, p.299-314.