1. D. Madalena de Vilhena -- Caracterização da personagem ao longo da obra
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Vou começar por abordar uma caracterização em geral da personagem.
D. Madalena era uma mulher nobre e culta de uma categoria de
sociedade elevada.
Era uma senhora muito apaixonada, pessimista, melancólica,
desesperada e aterrorizada pelo passado, sempremuito angustiada
e comum grande conflito interior.
É do género de pessoas queacredita em superstições, agoiros edias
fatais (sexta feira).
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Entrando agora no 1º ato e na 1ª cena. Vemos que D. Madalena começa a
obra por ler um pequeno excerto dos Lusíadas, nomeadamente uma
passagemdo episódio de D. Inês de Castro.
Partindo desta passagem retiramos a conclusão de que D. Madalena
era uma mulher nobree culta de uma categoria de sociedade
elevada, pois apenas uma pequena percentagem da alta sociedade
tinham acesso a um livro como os Lusíadas.
Podemos ainda retirar uma ligação de D. Madalena comD.Inês de
Castro, devido à sua relação amorosa, trágica.
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Apresentação da tabela
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Após esta leitura D. Madalena “acorda” de uma reflexão estando calma
até ao momento em que reflete sobreo que se passa ou poderá vir a
passar.... Após a reflexão D. Madalena entra num conflito interior, estando
bastante confusa e angústiada.
Tudo nas falas de D. Madalena remetem para um estado de espirito
triste, confuso, perturbado pelo passado.
- As interjeições (“oh!”)
- As frases exclamativas (“mas eu!”)
- As antíteses (“que amor,quefelicidade...que desgraça a
minha!”)
- As reticências que deixam a frasepor acabar (“Com paz e
alegria d’alma...”)
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Passando agora para a 2ª cena do 1º ato podemos reparar no facto de
D. Madalena ser uma pessoa supersticiosa. D.Madalena acredita que
2. D.Sebastião ainda possa estar vivo passados 14 anos após partir para a
Batalha de Alcacer Quibir.
D. Madalena ao acreditar nesta superstição tem de ter a consciência
de que se D. Sebastião estiver vivo a tese é igualmente plausível
para D. João que partiu no mesmo grupo de guerreiros para a
Batalha de Alcacer Quibir que D. Sebastião.
Um pecado como o que ela cometeu acabaria com a família que
criou comD. Manuel. O seu casamento ficaria completamente de
“rastos” pois, D. Madalena sabia que ao ter aquela relação estava a
trair Manuel e D.João ao mesmo tempo.
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Agora já na cena 3/4 podemos ver a preocupação de D. Madalena, mais
propriamente comos outros do que comela mesmo.
Para D. Madalena a família era tudo, principalmente Maria que era
uma menina mais frágil a nivel físico, devido à sua doença,
precisando assimde toda a atenção possível.
Uma fraseque pode demonstrar esta preocupação toda de D.
Madalena é a seguinte – (“Minha querida Maria, (...) Isso éo que
nos aflige, a teu pai e a mim; queria-te ver mais alegre, folgar mais,
e comcoisas menos...”)
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Saltando agora para a cena 7, D. Madalena recebe a informação de que
vai ter de mudar de casa pois está a haver uma invasão por parte dos
governadores.
D. Madalena fica admirada com tanta coragem por parte de D.
Manuel ao tomar esta decisão, até que recebe a informação que a
casa para onde vai é a sua antiga casa e de D. João.
Passagemtextual: (“Mas para onde iremos nós, de repente, a estas
horas?”/“Para a única parte para onde podemos ir: a casa não é
minha...mas é tua, Madalena”)
Viver com algo que a atormentava já não era bom, ainda mais agora
que vai ter de conviver diariamente com um ambiente onde existem
recordações, quelhe fazem relembrar o adultério que está a
cometer.
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3. Seguindo para a cena 12,a casa de D. Manuel é “iluminada”, isto é D.
Manuel incendeia a própria casa devido à invasão dos governadores.
Ao incendiar a casa tudo o que ainda estava na casa ardeu, inclusivé o
retrato de D. Manuel.
D. Madalena ficou aterrorizada com tal acontecimento.
Os gritos, a reação de desgosto de D. Madalena mostram o quanto
está afetada pelo passado, o quanto se sente insegura, com medo.
Conseguimos ver a mulher desequilibrada em que se tornou.
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Entrando no 2º ato da obra e seguindo já para a cena 5.
D. Madalena mais uma vez encontra-seconfusa, está com um
sentimento contraditório. Ao mesmo tempo está feliz pelo facto de
Maria estar bem, e por poder estar outra vez com D. Manuel sem a
presença dos governadores, mas esta sente-setriste pelo facto de
eles se irem embora e a deixarem sozinha, ainda mais na sexta-feira
dia que D. João partiu para a batalha e nunca mais voltou.
Sente medo de ficar sozinha. Podemos ver este medo através de
este pequeno excerto (“Logo hoje!Este dia de hoje é o pior. Se
fosseamanhã, se fossepassado hoje!E quando estarás de volta?”)
(Oh Maria, Maria também tu me queres deixar! Também tu me
desamparas e hoje!!”)
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Para introduzir a cena 7 do 2º ato vou começar por ler uma passagem
textual. (“Porquenunca assim estive. Vão, vão, adeus! Adeus esposo do
meu coração!Maria, minha filha, toma sentido no ar, não te resfries. Eo
sol. Não saias do toldo no bergantim”)
Podemos ver através desta fala a preocupação que ela tem para
com a sua filha, uma boa mãe, tendo um amor incondicional por
ela. Apesar deste amor podemos ver que este que tem pela sua
filha não supera o seu amor por Manuel. Nesta passagem podemos
ver que a despedida de D. Manuel é feita em primeiro lugar e só
seguidamente se despede da filha.
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Entrando agora no desenlace do segundo ato, D. Madalena diz quais as
razões para aquele dia ser um dia fatal.
Passo a citar (“Hoje...Hoje!, (...) éum dia fatal para mim, faz anos
que... casei a 1ª vez, faz anos que se perdeu D. Sebastião e faz anos
4. também que vipela primeira vez D. Manuel.”)(“Conto. Esteamor
que hoje está santificado e bendito no céu, porqueManuel de
Sousa é meu marido, começou com um crime, porqueeu amei-o
assimque o vi, e quando o vi, hoje, hoje, foi em tal dia como hoje,
D. João ainda era vivo.”)(“Permitiu Deus...quem sabepara me
tentar? Que naquela funesta batalha de alcacer quibir, ficasse
também D.João.”)
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D. Madalena deixa-se dominar por agouros e crenças que só aumentam a
sua infelicidade.
A vinda do Romeiro trouxe consigo a desgraça de D. Madalena e da
sua família. Quando D. Madalena descobreque D.João está vivo
esta fica apavorada e o seu pior pesadelo tornara-serealidade, não
havia mais nada que pudessefazer. Era o fim.
D. Madalena com a confusão queestava dentro dela nem conseguiu
reconhecer D. João quando esteve a falar com o Romeiro. Só
quando as coisas já não podiam ser mudadas é que esta percebeu o
sentido das palavras do Romeiro.
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Chegando agora ao 3º ato o destino de D. Madalena só tem um sentido.
Esta paixão cometida em pecado arrasta D. Madalena e D. Manuel
para uma situação de adultério ainda que pela parte de D. Manuel
tenha sido involuntário.
D. Madalena ainda tenta remover a ideia da cabeça de D. Manuel,
dizendo que o Romeiro poderia ser um impostor, mas D. Manuel só
vê uma solução que é continuar a sua vida para o sacerdócio
Por fim Maria morre de desgosto (tuberculose), vendo assim apenas
a solução de D. Madalena e D. Manuel deixarem de ser casados e
cada um ingressarno convento (refúgio na religião).
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Para concluir vou fazer a caracterização final de D. Madalena
D. Madalena é uma mulher romântica comum estado de espirito
conflituoso e complicado.
Revela-se ao longo da obra uma mulher desequilibrada a nivel
emocional, irracional, os sentimentos de culpa torturam-na, não a
5. deixando viver o presente. Vivendo assim um paralelismo com
D. Inês de Castro.
Há um idealismo da felicidade pessoale familiar
Os sentimentos de tristeza, angústia, terror, culpa e medo dominam
a razão
A linguagem onde ppdemos ver que D. Madalena é uma mulher
bastante emotiva é o facto de esta usar bastantes