Eusebiozinho teve uma educação excessivamente teórica e protegida que o deixou fraco, sem iniciativa e sem preparação para a vida real. Ao longo da vida, ele sempre se sentiu inferior e foi humilhado por outros como Carlos, que o dominou e agrediu desde a infância. Ele também mostrou falta de caráter ao se envolver com prostitutas e se submeter a elas.
2. Educação de Eusebiozinho
Educação tradicional portuguesa:
Proteção excessiva
Mimos exagerados
Preparação teórica e não prática
Fortemente religiosa
Preparação da alma e não do corpo
3. Educação de Eusebiozinho
Capítulo III – pág. 77 a 82
‘’De repente, porém, de um salto, precipitou-se sobre o Eusebiozinho.(…)
…quando a mamã acudiu aterrada :
- Não, com o Eusebiozinho não, meu filho. Não tem saúde para essas
cavalgadas…
Mas a um repelão mais forte , rolara no chão, soltando gritos medonhos. (…)
A mãe, trémula (…) punha-o de pé sobre as perninhas moles, limpando-lhe as
grossas lágrimas (…) quase a chorar também. ‘’
Criança sem
robustez, sem
força, mole,
fraca
Proteção
excessiva
romantismo
4. Educação de Eusebiozinho
‘’Ó filho, diz tu aqui ao sr. Vilaça aqueles lindos versos que sabes… Não sejas
atado, anda… Vá, Eusebiozinho, filho, sê bonito…
Mas o menino, molengão e tristonho, não se descolava das saias da titi: teve
ela de o pôr de pé, ampará-lo, para que o tenro prodígio não aluísse sobre as
perninhas flácidas. E a mamã prometeu lhe que, se dissesse os versinhos,
dormia essa noite com ela…
(…) abriu a boca, e como de uma torneira lassa veio de lá escorrendo, num fio
de voz, um recitativo lento e babujado…
Criança fraca,
sem vida, sem
energia
ironia
Não sabe o que
está a dizer,
ensinava-se a
decorar e não a
saber : CRÍTICA
Excesso de
mimos
Sem
iniciativa
5. Educação de Eusebiozinho
‘’Disse-a toda – sem se mexer, com as mãozinhas pendentes, os olhos mortiços,
pregados na titi.(…)
- Muito bem, muito bem ! – exclamou o Vilaça, impressionado, quando o
Eusebiozinho findou coberto de suor. – Que memória, que memória… É um
prodígio ! ‘’
Sempre nervoso,
sempre ansioso, não
estava preparado para
a prática
CRÍTICA:
estavam
deliciados com
aquela recitação
inútil, davam
importância à
teórica
Não há a
animação
típica de
criança
Recorrência a
diminutivos
para
caracterizar
Eusébiozinho
6. Educação de Eusebiozinho
Cena antes da procissão, o Eusebiozinho ia de anjo e o Carlos ‘’apodera-se dele’’
e este aparece a Afonso ‘’aos berros pela titi, todo desfrisado, sem uma asa, com
a outra a bater-lhe nos calcanhares(…) a vestimenta toda em frangalhos’’
‘’Tinha três ou quatro meses mais que Carlos, mas estava enfezado, estiolado,
por uma educação à portuguesa: daquela idade ainda dormia no choco com as
criadas, nunca o lavavam para o não constiparem (…) passava os dias nas saias
da titi a decorar versos… E assim lhe estavam arranjando uma almazinha.’’
Desde criança, sempre a
‘apanhar’ de Carlos:
inferioridade, fraqueza
ironia
CRÍTICA: à educação de
Eusébiozinho (tradicional
portuguesa)
CRÍTICA
7. Eusebiozinho e a prostituição
Capítulo VIII – pág. 230 a 234
• ‘’Eusebiozinho!
Carlos correu, olhou… Era ele, o viúvo, acabando de almoçar, com duas
raparigas espanholas.
(…) estava diante de uns restos de pudim e de pratos de fruta, amarelado,
despenteado, carregado de luto…
Uma das espanholas era um mulherão trigueiro, com sinais de bexigas na
cara, a outra, muito franzina, tinha uma roseta de febre… Ambras vestiam de
cetim preto e fumavam cigarro.
Prostitutas
Realismo
Caracterização
típica associada a
prostitutas
ironia
Diminutivo
8. Eusebiozinho e a prostituição
‘’ E na luz da frescura que entrava pela janela, pareciam mais gastas, mais
moles, ainda pegajosas de lentura morna dos colchões e cheirando a bafio de
alcova’’
‘’ Durante um momento, Eusebiozinho ficou interdito, com o garfo no ar…
E nunca parecera tão fúnebre, tão reles, como resmungando estas coisas
hipócritas, encolhido à sombra de Carlos.’’
• ‘’-Fizeste bem Eusebiozinho – disse Carlos por fim, batendo-lhe no ombro. –
Lisboa está um horror, e o amor é coisa doce.
Personagem
sem caráter,
que tem
vergonha das
suas próprias
ações
Inferioridade
desde a infância
Ironia
9. Eusebiozinho e a prostituição
‘’E ainda ele mascava as últimas palavras, quando Concha, (…) atirou um
murro à borda da mesa e, com os olhos chamejantes, desafiou Eusébio a que
repetisse aquilo. Queria que ele dissesse se tinha vergonha dela, e de dizer que
a tinha trazido a Sintra , (…) , ela atirou –lhe os piores nomes, dando sempre
punhadas na mesa , (…) chamou-lhe porco, acusou-o de forreta, usou-o como
um trapo vil.’’
‘’ Eusebiozinho (…) lá partia a passos lentos pelo corredor a pedir perdão à
Concha’’
Eusebiozinho é humilhado e
rebaixado por homens e
mulheres, toda a vida.
Inferioridade sempre.
Submissão relativamente à
mulher prostituta
Inferioridade, humilhado por
todos - Ironia
10. 2ª Sova de Carlos a Eusebiozinho
Capítulo XVI – pág. 615
• ‘’… o Eusébio, encolhido, balbuciou atarantadamente: ‘’Olá, por aqui…’’
-Ouve cá estupor – rugiu Carlos – Então também andaste metido nessa
maroteira da ‘’Corneta’’ ? Eu devia rachar-te os ossos um a um !
Agarrando-lhe o braço (…) sentiu na sua mão de forte aquela carne molenga e
trémula, ressurgiu nele uma aversão nunca apagada – que já em pequeno o
fazia saltar sobre o Eusebiozinho e esfrangalhá-lo. (…) E então abanou-o, como
outrora, furiosamente, gozando o seu furor. O pobre viúvo (…) dançava,
escanifrado e desengonçado.
-Acudam ! – rouquejou o desgraçado !’’
Já em criança era mole
e fraco e, agora adulto,
continua sem robustez
Desde pequeno que
apanhava de Carlos
que sempre o
detestara
Inferioridade relativamente a
Carlos, como sempre
11. Eusebiozinho
Resumindo….
Educação estritamente teórica que não o preparou para a vida
Constante inferioridade
Fraqueza de corpo e espírito
Falta de caráter e personalidade
Humilhado e rebaixado por todos
Corrupto
Covarde
Sempre Eusebiozinho nunca Eusébio, sempre menino nunca homem