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Tarefa 4.1- Práticas pedagógicas na escola<br />Escola de animais<br />Estes cartuns me remetem ao livro A águia e a galinha, de Leonardo Boff. Nele, assim como nos cartuns, consta uma fábula em que as personagens são animais comparados aos alunos. Segundo Boff: “Cada um hospeda dentro de si uma águia. Sente-se portador de um projeto infinito. Quer romper os limites... Há movimentos na política, na educação e no processo de mundialização que pretendem reduzir-nos a simples galinhas, confinados aos limites do terreiro.” Dessa forma ocorreu minha formação como aluna, tentaram, e por algumas vezes, conseguiram cortar minhas asas, impedir meus voos. Aulas tradicionais as quais não me permitiam ser águia, mas sim papagaio. O bom aluno decorava, repetia e falava aquilo que o professor queria ouvir; por vezes, boiava e não me manifestava visto que argumentar era sinônimo de rebeldia. Hoje compreendo o valor da argumentação, saber falar, expor pontos de vista é tão importante como saber escrever. Muitas vezes ouvi e disse a repetida expressão “Não quero ouvir um pio”, ou seja, o aluno não pode questionar ou emitir opinião. Outra situação que se repete são os alunos boiando, como bem ilustra o cartum. O professor finge que dá aula, o aluno finge que aprende. Se compilarmos os cinco cartuns, chegaremos à conclusão de que em vez de estimular a expressão em todas as suas formas, o educador tolhe o aluno. Voltando aos meus tempos de escola, lembro-me bem dos professores repressores, mas, por sorte, tive também professores que fizeram a diferença, em especial os de Língua Portuguesa. Nas aulas de Português havia música, teatro, declamação de poemas, artes, era um universo que me permitia criar. Atualmente, busco estimular, desafiar e encorajar meus alunos a expressar, aguçar a imaginação, aflorar emoções e exercitar o espírito crítico. Para tornar as aulas mais prazerosas e significativas e, assim, fazer com que o aluno seja atuante, não mero espectador, ofereço variados gêneros e suportes textuais. Embora haja tantos avanços científicos e tecnológicos, contraditoriamente, a educação, em alguns aspectos, anda na contramão. Professores que insistem em práticas tradicionais, que renegam o novo, que exaltam o aluno calado, obediente e passivo; enquanto taxam os alunos-águias de indisciplinados. Espero o dia em que os profissionais da educação (diretores, coordenadores, professores) permitam ao aluno: crescer, vencer barreiras, expressar e ser feliz.<br />Maria Cléria Fernandes<br />16/05/11 <br />

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Tarefa 4

  • 1. Tarefa 4.1- Práticas pedagógicas na escola<br />Escola de animais<br />Estes cartuns me remetem ao livro A águia e a galinha, de Leonardo Boff. Nele, assim como nos cartuns, consta uma fábula em que as personagens são animais comparados aos alunos. Segundo Boff: “Cada um hospeda dentro de si uma águia. Sente-se portador de um projeto infinito. Quer romper os limites... Há movimentos na política, na educação e no processo de mundialização que pretendem reduzir-nos a simples galinhas, confinados aos limites do terreiro.” Dessa forma ocorreu minha formação como aluna, tentaram, e por algumas vezes, conseguiram cortar minhas asas, impedir meus voos. Aulas tradicionais as quais não me permitiam ser águia, mas sim papagaio. O bom aluno decorava, repetia e falava aquilo que o professor queria ouvir; por vezes, boiava e não me manifestava visto que argumentar era sinônimo de rebeldia. Hoje compreendo o valor da argumentação, saber falar, expor pontos de vista é tão importante como saber escrever. Muitas vezes ouvi e disse a repetida expressão “Não quero ouvir um pio”, ou seja, o aluno não pode questionar ou emitir opinião. Outra situação que se repete são os alunos boiando, como bem ilustra o cartum. O professor finge que dá aula, o aluno finge que aprende. Se compilarmos os cinco cartuns, chegaremos à conclusão de que em vez de estimular a expressão em todas as suas formas, o educador tolhe o aluno. Voltando aos meus tempos de escola, lembro-me bem dos professores repressores, mas, por sorte, tive também professores que fizeram a diferença, em especial os de Língua Portuguesa. Nas aulas de Português havia música, teatro, declamação de poemas, artes, era um universo que me permitia criar. Atualmente, busco estimular, desafiar e encorajar meus alunos a expressar, aguçar a imaginação, aflorar emoções e exercitar o espírito crítico. Para tornar as aulas mais prazerosas e significativas e, assim, fazer com que o aluno seja atuante, não mero espectador, ofereço variados gêneros e suportes textuais. Embora haja tantos avanços científicos e tecnológicos, contraditoriamente, a educação, em alguns aspectos, anda na contramão. Professores que insistem em práticas tradicionais, que renegam o novo, que exaltam o aluno calado, obediente e passivo; enquanto taxam os alunos-águias de indisciplinados. Espero o dia em que os profissionais da educação (diretores, coordenadores, professores) permitam ao aluno: crescer, vencer barreiras, expressar e ser feliz.<br />Maria Cléria Fernandes<br />16/05/11 <br />