O documento descreve a anatomia e biomecânica da coluna vertebral, incluindo suas curvaturas, mobilidade por segmento e fáscia toracolombar. Também discute acometimentos comuns como radiculopatia, síndromes facetárias e cervicalgia, além de exames e tratamentos.
2. Organização:Conteúdo: Apoio:
INTRODUÇÃO
A coluna vertebral (Figura 1b) é formada por 33 vértebras, dispostas em cinco
segmentos: Coluna cervical, formada por sete vértebras; Coluna torácica formada
por 12 vértebras; Coluna lombar, formada por cinco vértebras; Sacro, formada por
cinco vértebras fundidas em uma peça única; Cóccix, formado por quatro vértebras
fundidas em uma peça única. A vértebra típica (Figura 1a) possui um corpo, dois
pedículos, duas lâminas, dois processos transversos, quatro facetas articulares
(duas superiores e duas inferiores) e um processo espinhoso (PE). Esta anatomia é
comum a todas as vértebras de C3 até a quinta e última vértebra lombar, L5
(DÂNGELO; FATTINI, 2007).
3. Organização:Conteúdo: Apoio:
INTRODUÇÃO
Além desta divisão, ressalta-se a importância das curvaturas vertebrais,
responsáveis por distribuir o peso do corpo, por manter o centro de gravidade ao
nível da segunda vértebra sacral (S2) quando o Ser humano se encontra na posição
anatômica e por definir a mobilidade da coluna vertebral de acordo com o
segmento. Estas curvaturas são divididas em primárias e secundárias, de acordo
com o período que surgem ao longo do desenvolvimento corporal. Assim, as
primárias correspondem à cifose, primeira curvatura a ser formada, ainda na vida
intrauterina. No adulto, permanecem as cifoses torácica e sacral, que apresentam
menor amplitude de movimento (ADM). As curvaturas secundárias, formadas ao
longo do processo de crescimento, correspondem à lordose cervical e lombar, que
apresentam a maior possibilidade motora ao longo da coluna vertebral (NORKIN;
LEVANGIE, 2001).
A mobilidade da coluna vertebral varia de acordo com o segmento, sendo maior na
cervical e lombar, restrito no tórax e ausente no sacro e cóccix. As articulações
zigoapofisárias conectam as vértebras de C2 até a primeira vértebra sacral (S1) e
permitem movimentos nos três eixos. Entre as vértebras que possuem esta
articulação, encontra-se o disco intervertebral (em preto na Figura 1b), responsável,
principalmente, por amortecer o estresse axial sobre a coluna e aumentar sua ADM
(NERURKAR et al, 2010).
4. Organização:Conteúdo:
Coluna Cervical
A coluna cervical possui duas vértebras
atípicas e cinco típicas. As atípicas
correspondem a C1 e C2, também
chamadas de atlas e axis,
respectivamente, e possuem esta
caracterização por seu formato singular
em relação às demais vértebras
(DÂNGELO; FATTINI, 2007), conforme
se observa na Figura 2. Entre elas, não
há disco intervertebral e há uma
articulação sinovial entre o dente do
áxis e a face anterior do arco do atlas, o
que as torna as principais responsáveis
pelos movimentos de rotação da coluna
cervical, as demais vértebras cervicais,
por sua vez, são as principais
responsáveis pelos movimentos de
flexão/extensão e flexão lateral. Além
destes, a cervical também realiza
protrusão e retração. O primeiro
corresponde a flexão da cervical baixa
(da sétima a quarta vértebra cervical –
C7 a C4) e extensão da cervical alta
(da terceira a primeira vértebra cervical
– C3 a C1), e o segundo equivale a
extensão da cervical baixa e flexão da
alta (PRUSHANSKY; DVIR, 2008).
Figura 10: a) Atlas (visão superior); b) Axis (visão frontal)
5. Organização:Conteúdo:
Coluna Cervical
O tórax (Figura 3) é limitado
posteriormente pela coluna torácica
(formada por 12 vértebras),
lateralmente pelas costelas (sete pares
de costelas verdadeiras, três pares de
costelas falsas e dois pares de costelas
flutuantes) e anteriormente pelo
esterno. Devido a esta conformação, a
coluna torácica possui uma mobilidade
restrita para os movimentos de flexão/
extensão, rotação e flexão lateral.
Desta forma, o principal movimento
nesta região é o de pequena ADM
realizado pelas costelas, fundamentais
para a mecânica respiratória
(GRAEBER; NAZIM, 2007).
Figura 3: Tórax (adaptado de GRAEBER; NAZIM, 2007)
6. Organização:Conteúdo:
A coluna lombar possui cinco vértebras e realiza os movimentos de flexão/extensão,
rotação e flexão lateral. O sacro e o cóccix, por serem peças fundidas, não possuem
uma ADM considerável (XIA et al, 2010). Devido a este arranjo anatômico e
biomecânico, as cargas mais lesivas sobre os discos intervertebrais lombares
envolvem o excesso de flexão, rotação e absorção de vibrações (McKENZIE, 1997)
Coluna Lombar
7. Organização:Conteúdo:
A fáscia toracolombar auxilia na
estabilização da coluna vertebral,
manutenção da postura, distribuição de
cargas dinâmicas e estáticas e no
processo de respiração (BARWICK et
al, 2012). Ela é formada por tecido
conectivo (fibras colágeno com
direcionamento irregular) e
aponeuroses (com direcionamento
regular do colágeno), que, no conjunto
de suas camadas, separam os
músculos paravertebrais dos músculos
da parede abdominal posterior –
quadrado lombar e iliopsoas
(DÂNGELO; FATTINI, 2007).
Sua atuação dinâmica transfere forças
da coluna, pelve e membros inferiores
(MMII), permitindo a estabilização da
coluna lombar, da articulação
sacroilíaca e da pelve, em especial
durante a rotação de tronco. Este
mecanismo complexo envolve o glúteo
máximo e o longuíssimo do dorso, que
conduzem forças contralaterais através
da camada posterior da fáscia
toracolombar durante rotações. Esta
transferência de força, na sequência,
envolve transverso abdominal e
oblíquos aumentando a pressão intra-
abdominal e a rigidez da coluna lombar,
causando maior força no fechamento
da sacroilíaca e estabilizando a pelve.
Por outro lado, durante a flexão, o
aumento da tensão desta fáscia diminui
sua dimensão lateral, aumentando o
momento extensor da coluna lombar
(WILLARD et al, 2012).
No entanto, esta atuação fica falha
quando há falta fraqueza de multífidos,
tido como o principal estabilizadores
das articulações zigoapofisárias
lombares (NORKIN; LEVANGIE, 2001).
Fáscia Toracolombar
8. Organização:Conteúdo:
Os acometimentos envolvendo a coluna vertebral são muito comuns. Espera-se que
mais de 60% da população economicamente ativa experimente um episódio de
lombalgia ao menos uma vez na vida. Normalmente tais episódios apresentam
melhora espontânea em período inferior a 8 semanas. No entanto, não havendo o
tratamento adequado, a recidiva atinge a maioria dos acometidos e, com o tempo e
a falta de tratamento, os episódios ficam cada vez mais próximos, dando a ideia de
que a dor não cessa (McKENZIE, 1997).
Acometimentos da Coluna Vertebral
9. Organização:Conteúdo:
A radiculopatia, que é a dor que irradia na distribuição de uma dada raiz nervosa,
seguindo seu dermátomo (Quadro 1) e causando fraqueza em seu miótomo
(Quadro 2), é a complicação mais comum. Seu início é insidioso, e sua causa está
relacionada à compressão intermitente da raiz nervosa. Na coluna cervical esta
compressão está relacionada ao estreitamento do forâmen intervertebral causado
pela presença de osteófitos. Na coluna lombar, a causa mais comum é a herniação
do disco intervertebral. Outras possibilidades envolvem infecções vertebrais,
neoplasmas, lesões traumáticas e neuropatias periféricas (SALTER, 2001).
A sintomatologia começa com alterações de sensibilidade, normalmente dor,
parestesia, dormência e formigamento, posteriormente podem surgir sintomas
motores, que são equivalentes à compressão de motoneurônios inferiores. Entre os
fatores que causam exacerbação dos sintomas, tem-se movimentos que causam
aumento da compressão da raiz nervosa ou da tensão neural. Na coluna cervical e
torácica estes movimentos são flexão e rotação contralateral à lesão. Na coluna
lombar são flexão e flexão lateral ipsilateral à lesão. A tosse ou o espirro, por
aumentar a pressão intra-abdominal, também pode causar piora da dor.
Radiculopatia
10. Organização:Conteúdo:
Exames de Movimento
Quadro 1: Dermátomos por raiz nervosa
• C1 Abóbada craniana
• C2 Abóbada craniana e face
• C3 Lateral de pescoço
• C4 Lateral dos ombros
• C5 Lateral de ombro, braço e antebraço até eminência tênar
• C6 Lateral de ombro, braço, antebraço e, na mão, envolve os dois primeiros dedos
• C7 Posterior de ombro, braço, antebraço e dos três primeiros dedos
• C8 Anteromedial de mão e dois últimos dedos
• T1 Medial de antebraço
• T2 a L2 Alternam dermátomos no tronco e abdome, as raízes pares à esquerda, as
ímpares à direita
• L3 Anterolateral de coxa até o joelho
• L4 Posteromedial de coxa, perna e pé, até o I dedo
• L5 Anterolateral de perna e 4 últimos dedos
• S1 Lateral de perna e pé e sola do pé
• S2 Sola do calcanhar
11. Organização:Conteúdo:
Exames de Movimento
Quadro 2: Miótomos por raiz nervosa
• C1-C2 Flexão de pescoço
• C3 Flexão lateral de pescoço
• C4 Elevação de ombros
• C5 Abdução de ombros
• C6 Flexão de cotovelo e extensão de punho
• C7 Extensão de cotovelo e flexão de punho
• C8 Extensão do polegar e desvio ulnar
• T1 Abdução de dedos
• T2 a T12 Músculos torácicos e abdominais, exceto o diafragma
• L1 – L2 Flexão de quadril
• L3 Extensão de joelho
• L4 Dorsiflexão
• L5 Extensão do polegar
• S1 Flexão plantar
• S2 – S3 Flexão de joelho
Por outro lado, McKenzie descreve movimentos que podem descomprimir a raiz
nervosa. Na coluna cervical são os movimentos de retração associada ou não à
extensão. Na coluna torácica é a extensão (McKENZIE, 1998). Na coluna lombar os
movimentos são extensão e desvio lateral da pelve contralateral ao sintoma
(McKENZIE, 1997).
12. Organização:Conteúdo:
As síndromes facetarias são a inflamação ou edema das estruturas das articulações
zigoapofisárias, em qualquer um dos segmentos da coluna vertebral. Seu
tratamento envolve correção da postura para reduzir o estresse na região lombar e
na cervical, modificação da atividade, Fisioterapia e medicamentos. A cirurgia de
bloqueio facetário é efetiva, mas possui até 50% de recidiva (SILVA et al, 2011).
Síndromes facetarias
13. Organização:Conteúdo:
Cervicalgia é a dor local na coluna
cervical, podendo ir até o ângulo inferior
da escápula. A cervicobraquialgia é a
dor na coluna cervical que irradia para
o membro superior (MS), atingindo
regiões distais, abaixo do cotovelo
(McKENZIE, 1998).
Na ausência de traumas, má
formações, infecções e episódios
agudos de travamento articular, tais
acometimentos podem surgir em
qualquer momento do processo de
degeneração articular da coluna
cervical, principalmente nos níveis C5/6
e C6/7. Durante este processo,
ocorrem, nesta ordem, os seguintes
eventos (SALTER, 2001): 1.
Degeneração inicial do núcleo pulposo;
2. Instabilidade segmentar; 3.
Estreitamento segmentar; 4. Doença
degenerativa articular nas articulações
facetárias posteriores; 5. Espondilose
(degeneração do disco ou da coluna
vertebral); 6. Espondilólise (fratura do
pedículo vertebral); 7. Espondilolistese
(fratura do pedículo vertebral com
deslocamento).
Mas, não apenas condições articulares
e do disco intervertebral são geradoras
de dor, lesões de partes moles, como
distensões e tendinoses podem ser
causadoras de cervicalgias. Da mesma
forma, condições psicossociais podem
influenciar em sua intensidade
(MAGEE, 2010).
A partir do momento em que ocorre a
instabilidade da articulação o corpo
reage com a formação de oteófitos, que
podem ou não estar associados à dor,
embora nunca sejam a fonte desta
(SALTER, 2001).
Além da dor, os sintomas podem
envolver limitação de movimento,
principalmente rotação e flexão lateral,
crepitações e possibilidade de
comprometimento neurológico de MS.
No entanto, é importante que se exclua
as possibilidades de lesões de vias
aéreas superiores e esôfago, angina,
infarto do miocárdio, oclusão da artéria
carótida, neoplasias e compressão do
nervo ulnar no cotovelo e do mediano
no punho (MAGEE, 2010).
Cervicalgia
14. Organização:Conteúdo:
A partir do momento em que ocorre a
instabilidade da articulação o corpo
reage com a formação de oteófitos, que
podem ou não estar associados à dor,
embora nunca sejam a fonte desta
(SALTER, 2001).
Além da dor, os sintomas podem
envolver limitação de movimento,
principalmente rotação e flexão lateral,
crepitações e possibilidade de
comprometimento neurológico de MS.
No entanto, é importante que se exclua
as possibilidades de lesões de vias
aéreas superiores e esôfago, angina,
infarto do miocárdio, oclusão da artéria
carótida, neoplasias e compressão do
nervo ulnar no cotovelo e do mediano
no punho (MAGEE, 2010).
Para Magee (2010), durante a
avaliação alguns pontos de seu
histórico são relevantes, em especial o
mecanismo associado ao surgimento
da dor, sua severidade, as atividades
laborais e recreativas que ele pratica,
movimentos que aumentam ou
diminuem os sintomas, se há dor na
cabeça, dificuldade para dormir,
respirar ou deglutir. Na observação,
deve se atentar para a postura
assentada e em pé, de forma a
identificar assimetrias.
Acompanhar o trajeto da dor e os locais
em que ela tem maior intensidade pode
ajudar a identificar uma radiculopatia.
Neste caso, a dor será abaixo do
cotovelo, com maior intensidade distal,
e, muito provavelmente, seguindo os
dermátomos das raízes C5 a C7. A dor
de cabeça cervicogênica também é
mais intensa na cabeça que na cervical,
e envolve as raízes C1 a C4.
O exame clínico deve abranger os
movimentos ativos de rotação, flexão e
extensão, seguidos de retração. Caso
não haja mudança de sintomas com a
execução repetida de movimentos de
retração, deve-se tentar o movimento
de protrusão. Caso o trainee esteja
apresentando episódio de torcicolo
agudo, a posição deitada em prono
com hiperextensão da cervical pode ser
benéfica (McKEZIE, 1998).
Cervicalgia
15. Organização:Conteúdo:
Não havendo nenhum tipo de alívio
nestes movimentos, o trainee deve ser
encaminhado para avaliação de um
Fisioterapeuta e/ou Ortopedista. Sob
nenhuma circunstância a manipulação
da coluna cervical, ou seja, sua
movimentação forçada e rápida em
pequena amplitude (MAITLAND et al,
2007), deve ser executada por uma
pessoa que não tenha o treinamento
necessário. Esta manobra, sem os
devidos testes especiais preliminares
pode, inclusive, desencadear
sangramento ou hipóxia intracraniana
(MAKOFSKY; TARANTO, 2006).
Por fim, o Profissional de Educação
Física tem plenas condições de verificar
se a origem da dor é realmente a
Coluna Cervical! Para isto, ele tem de
verificar a possibilidade de
acometimento da articulação
temporomandibular (ATM), que se
evidencia quando há abertura
assimétrica da boca; do ombro, que se
evidencia com alterações do ritmo
escapuloumeral. Sintomas distais,
envolvendo cotovelo e complexo punho
mão, são excluídos de causadores de
sintomas quando o movimento do
pescoço altera o padrão e intensidade
da dor (MAGEE, 2010).
Cervicalgia
16. Organização:Conteúdo:
Desequilíbrio causado pela hiperativação de trapézio superior, peitorais, elevador de
escápula e esternocleidomastoideo. Na observação o trainee pode apresentar
protrusão de ombros e cabeça e rotação medial de ombros (NORKIN; LEVANGIE,
2001). Pode gerar dor na cervical com foco em trapézio superior, principalmente por
causa das alterações do ritmo escapuloumeral.
Síndrome cruzada de ombros
17. Organização:Conteúdo:
Lombalgia é a dor local na coluna
lombar, podendo ir até o ângulo inferior
da escápula. A lombociatalgia é a dor
na coluna lombar que irradia para o
membro inferior (MI), atingindo regiões
distais, abaixo do joelho (McKENZIE,
1997). O principal mecanismo é a
espondilose, degeneração da
articulação zigoapofisária e disfunções
musculares (MAGEE, 2010).
No caso da espondilose, seu auge é a
hérnia de disco, em seus diferentes
níveis: 1. Protrusão, deslocamento do
núcleo pulposo para dentro do anel
fibroso; 2. Prolapso, deslocamento do
núcleo pulposo para o canal medular
sem a ruptura do anel fibroso; 3.
Extrusão, deslocamento do núcleo
pulposo para o canal medular com
ruptura do anel fibroso; 4. Sequestro,
cicatrização de fragmento do disco
intervertebral dentro do canal medular
(SALTER, 2001). Por muito tempo
acreditou-se que a redução do
deslocamento do núcleo pulposo era a
chave do tratamento para as hérnias
(McKENZIE, 1997), no entanto, hoje
sabe-se que o mecanismo está mais
relacionado a alterações de pontos de
maior sensibilidade dolorosa e a
melhora da estabilização lombopélvica
e do core (STANDAERT; HERRING,
2007).
Além da dor, a lombalgia pode estar
associada à limitação de movimento,
principalmente flexão e flexão lateral,
crepitações e possibilidade de
comprometimento neurológico de MI
(MAGEE, 2010).
Tal qual a avaliação da cervicalgia,
Magee (2010) sugere pontos de maior
relevância no histórico, em especial o
mecanismo associado ao surgimento
da dor, sua severidade, as atividades
laborais e recreativas que ele pratica,
movimentos que aumentam ou
diminuem os sintomas, se há dor
bilateral, dificuldade para dormir,
evacuar ou urinar. Na observação, deve
se atentar para o biótipo, marcha,
postura assentada e em pé e presença
de assimetrias.
Lombalgia
18. Organização:Conteúdo:
Caso o trainee, na observação, apresente algum desvio lateral de coluna lombar e/
ou torácica, torna-se necessário que se observe se tal escoliose é estrutural ou
funcional. Tal avaliação, feita através da verificação da gibosidade, indica se a
escoliose é passível de tratamento, ou seja, funcional, ou não, ou seja, estrutural
(NORKIN; LEVANGIE, 2001)
O exame clínico deve abranger os movimentos ativos de flexão e extensão. Caso
não haja mudança de sintomas com a execução repetida de movimentos de
extensão, deve-se tentar o movimento de deslocamento lateral da pelve na direção
contralateral à dor (McKEZIE, 1997).
O Profissional de Educação Física tem plenas condições de verificar se a origem da
dor é realmente a Coluna Lombar! Para isto, ele tem de verificar a possibilidade de
acometimento da articulação sacroilíca, que se evidencia quando há instabilidade
no ritmo lombopélvico; do quadril, joelho ou tornozelo-pé que se evidenciam com a
perda de ADM (MAGEE, 2010).
Lombalgia
19. Organização:Conteúdo:
Causada pela hiperatividade de flexores de quadril e extensores lombares
associado à inibição de extensores de quadril e abdominais. Implica em
hiperlordose associada à anteversão pélvica (NORKIN; LEVANGIE, 2001). Pode
causar dor em decorrência das alterações do ritmo lombopélvico e do excesso de
compressão no aspecto anterior do disco intervertebral lombar.
Síndrome pélvica cruzada
20. Organização:Conteúdo:
Caracteriza-se por hiperatividade de adutores de quadril, tensor da fáscia lata e
quadrado lombar, associado à inibição de glúteo médio e rotadores laterais de
quadril. Durante a observação, o trainee pode apresentar anteroversão pélvica,
elevação da pelve do lado afetado, rotação medial de quadril e pronação do pé,
mais acentuada contralateral à síndrome (LIMA, 2017).
Síndrome de abdução do quadril
21. Organização:Conteúdo:
Tratamento: perspectivas para o
Profissional de Educação Física
Independente do acometimento ser
cervical ou lombar, o primeiro ponto que
o Profissional de Educação Física deve
se atentar é ao repouso relativo, ou
seja, suspender as atividades e
movimentos que causam os sintomas
(SALTER, 2001).
McGill (2017) apresentou um guia para
o tratamento da dor de coluna por
Profissionais de Educação Física. Tal
guia inicia-se com a premissa de que o
trainee, mesmo com dor, pode ser
treinado, desde que respeitado o
repouso relativo. A avaliação cinética
funcional deve levar o Profissional a
estabelecer as alterações de
movimento e postura que estão
relacionadas à dor. Como o tratamento
destas alterações estão relacionadas a
inibição de músculos hiperativos e
ativação e fortalecimento de músculos
inibidos, ele pode e deve ser executado
pelo Profissional de Educação Física.
Com isto, é possível propor uma
sequência de atividades com
movimentos que não são dolorosos,
bem como estabelecer como progredir
tais atividades.
Adicionalmente, ressalta-se que
atividades muito específicas para o
tratamento da coluna vertebral têm sido
questionadas pela literatura. Isto vale
tanto para movimentos específicos para
a coluna cervical (PRUSHANSKY;
DVIR, 2008), quanto para atividades
voltadas exclusivamente para a
estabilização do core no tratamento da
coluna lombar (EKSTROM et al, 2007).
Assim, nada melhor do que avaliar o
seu trainee sob uma perspectiva global,
de forma a localizar os problemas
locais, corrigi-los e verificar qual foi o
impacto sobre o todo de tal correção,
ou seja, use o conceito de global-local-
global (LIMA, 2017).
22. Organização:Conteúdo:
Referências
BARWICK, A. SMITH, J. CHUTER, V. The relationship between foot motion and
lumbopelvic–hip function: A review of the literature. The Foot, v. 22, p. 224-231,
2012.
DÂNGELO, J. G. FATTINI, C. A. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar, 3ed.
Brasil, Atheneu, 2007.
EKSTROM, R. A. DONATELLI, R. A. CARP, K. C. Electromyographic analysis of
core trunk, hip, and thigh muscles during 9 rehabilitation exercises. Journal of
Orthopaedic & Sports Physical Therapy, v. 37, n. 12, p. 754-762, 2007.
GRAEBER, G. M. NAZIM, M. “The anatomy of the ribs and the sternum and their
relationship to chest wall structure and function”. Thoracic Surgery Clinics, v. 17, n.
4, p. 473-489, 2007.
LIMA, E. Bases Organizacionais da Preparação Esportiva: Identificação e Correção
de Padrões Alterados de Movimento. Personafit, 2017
MAGEE, D. J. Avaliação musculoesquelética, 5. ed. Manole, 2010.
MAKOFSKY, H. W. TARANTO, G. Coluna Vertebral: Terapia Manual. Guanabara
Koogan, 2006
MAITLAND, G. HENGEVELD, E. BANKS, K. et al. Manipulação vertebral de
Maitland, 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
NORKIN, C. C. LEVANGIE, P. K. Articulações Estrutura e Função, 2 ed. Brasil,
Revinter, 2001.
23. Organização:Conteúdo:
Referências
McGILL, S. El Papel de los Entrenadores con el Cliente con Dolor de Espalda.
International Journal of Physical Exercise and Health Science for Trainers.
2017. Disponível em http://g-se.com/es/journals/ijpehs-trainers/articulos/el-papel-de-
los-entrenadores-con-el-cliente-con-dolor-de-espalda-2262
McKENZIE, R. W. Lumbar Spine, 7. ed. Spine, 1997.
McKENZIE, R. W. Cervical Spine, 5. ed. Spine, 1998.
NERURKAR, N. L. ELLIOTT, D. M. MAUCK, R. L. “Mechanical design criteria for
intervertebral disc tissue engineering”. Journal of Biomechanics, v. 43, p.
1017-1030, 2010.
PRUSHANSKY, T. DVIR, Z. “Cervical motion testing: methodology and clinical
implications”. Journal of Manipulative and Physiological Therapeutics, v. 31, n.
7, p. 503-508, 2008.
SALTER, R. B. Distúrbios e Lesões do Sistema Musculoesquelético 3. ed. Medsi,
2001.
SILVA, T. M. S. COUTINHO FILHO, B. R. BARSOTTI, C. E. G. et al. Avaliação
clínica da infiltração facetaria no tratamento da dor lombar crônica por síndrome
facetaria - estudo prospectivo, Coluna, v. 10, n. 4, p. 332-335, 2011.
STANDAERT, C. J. HERRING, S. A. Expert opinion and controversies in
musculoskeletal and sports medicine: core stabilization as a treatment for low back
pain. Archives of Physical Medicine Rehabilitation, v. 88, p. 1734-1736, 2007.
24. Organização:Conteúdo:
Referências
WILLARD, F. H. VLEEMING, A. SCHUENKE, M. D. The thoracolumbar fascia:
anatomy, function and clinical considerations. Journal of Anatomy, v. 221, p. 507–
536, 2012.
XIA, Q. WANG, S. KOZANEK, M. et al. “In-vivo motion characteristics of lumbar
vertebrae in sagittal and transverse planes”. Journal of Biomechanics, v. 43, p.
1905-1909, 2010.