1) As relações pessoais acabam muitas vezes em conflito devido a falta de competências para lidar com problemas, como comunicação e resolução de problemas, e as distorções cognitivas que levam a pensamentos negativos;
2) Estas distorções cognitivas incluem pensamento todo-ou-nada, generalizações excessivas, filtro mental, não valorização do positivo, conclusões precipitadas, maximização/minimização, tornar emoções em realidade, declarações "tenho de...", rotular os outros, e culpabilização;
3) Deve-se
1. As distorções cognitivas pensamentos e atitudes que levam ao conflito:
Todos nós desejamos relações pessoais, familiares, conjugais, felizes e sem conflitos. Então
porque acabam elas muitas vezes por se transformar no oposto?
Alguns estudiosos do comportamento defendem que isto acontece porque não aprendemos as
competências para lidar com as dificuldades e os problemas que podem surgir numa relação.
Outros dizem que isto acontece porque procuramos isso, porque na realidade, por vezes,
queremos que isso aconteça.
A grande maioria dos técnicos de saúde mental, clínicos e investigadores defende a primeira
teoria, ou seja, provocamos a guerra porque não sabemos amar, porque nos faltam as
competências necessárias: comunicação, resolução de problemas e também a forma como
pensamos e agimos sobre as coisas. Ou seja, não são as coisas diretamente que nos afetam,
mas sim a forma como as olhamos e pensamos sobre elas. Ficamos aborrecidos devido à forma
como pensamos sobre o acontecimento e não devido ao acontecimento em si. Quando não
estamos bem, os pensamentos negativos aparecem e parecem extremamente válidos.
Contudo, eles contêm uma variedade de erros de pensamento ou distorções cognitivas, sobre
as quais vale a pena refletir:
1. Pensamento Tudo-ou-Nada: O indivíduo tende a olhar para o conflito, ou para a pessoa com
quem se tem dificuldade de relacionamento, de uma forma absoluta, numa categoria Preto ou
Branco onde não existem cinzentos pelo meio. Por exemplo: Se a sua relação falhou, vai
considerar que foi um fracasso total, não olhando aos momentos/ aspectos positivos.
2. Generalização excessiva/Sobre-Generalização: O indivíduo vê o problema presente como
um padrão sem fim de conflito, frustração e derrota. Diz a si próprio. "Isto será sempre assim!"
3. Filtro Mental: Existe uma tendência da pessoa catalogar os defeitos dos outros, baseados
nos aspectos ou nas coisas negativas que o outro alguma vez lhe tenha feito, filtrando ou
ignorando as suas qualidades. Um bom exemplo são afirmações como: "Já é a milésima vez
que te digo para...".
4. Não valorização do Positivo: O individuo insiste que as qualidades ou as boas acções do
outro, com quem tem dificuldades ou conflitos, não contam. Por exemplo, quando a outra
pessoa faz algo de positivo, pensa que é só para o manipular.
5. Tirar conclusões Precipitadas. Tira conclusões precipitadas que podem não ser suportadas
pelos factos. Existem 3 formas de o fazer: 1)"Leitura da Mente"- Assume que sabe
exactamente o que o outro pensa ou sente em relação a si; 2) "Leitura da Mente reversiva" -
Diz a si próprio que o outro tem de saber o que você quer, pensa ou sente sem ter de lhe dizer;
3) Destino - Diz a si próprio que não há nada a fazer, e que a situação será sempre assim
independentemente do que fizer.
2. 6. Maximização e Minimização: Dá uma dimensão exagerada aos defeitos ou acções do outro e
minimiza as suas qualidades ou acções positivas. Por exemplo, durante uma discussão pode
dizer " Eu não posso acreditar como podes ser tão idiota!".
7. Tornar a emoção uma realidade ("Eu sinto isto logo é assim"). Racionaliza a partir do que
sente, assume que os seus sentimentos reflectem aquilo que as coisas são na realidade. Por
exemplo, sente que o outro é um falhado e conclui que é mesmo.
8. Declarações "Tenho de...": Critica-se a si próprio ou aos outros com expressões de "tenho
de..." , "não tenho de...". Diz a si próprio que os outros "Têm de" sentir-se ou agir de
determinada forma, e que devem ser da forma como espera que sejam. Também diz a si
próprio que "não poderia ter" feito algo de determinada maneira ou "não poderia ter-se
sentido...". Por exemplo, podem surgir expressões como "Eu não tenho o direito de sentir-me
assim!", ou "Não podias ter dito isso. Não é justo!"
9. Rotular o outro: Rotular os outros de "idiota" ou pior. Ver toda a essência do outro como
negativa sem possibilidade de melhoria. "Ele é um idiota!"
10. Culpabilizar: Em vez de identificar a causa do problema, assume uma culpa de duas
possíveis formas: 1) Auto-culpabilização - culpabiliza-se pelo problema e sente-se inútil,
mesmo que não tenha sido totalmente responsável. Gasta a energia "batendo" em si próprio,
não procurando saber como o outro se está a sentir e tentar resolver o problema; 2)
Culpabiliza os outros negando o seu próprio papel ou responsabilidade na situação e sente-se
zangado, frustrado e ressentido.
Faça um exercício de auto-analise dos seus pensamentos e atitudes, descubra as distorções
que estão a alimentar os seus conflitos e trabalhe no sentido de mudar o seu olhar sobre as
coisas, para a resolução das suas dificuldades.