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Resumo da obra
Era uma vez uma pequena semente de trigo chamada Sementinha, que
vivia numa pequena arca com outros bagos.
Certo dia, um Rouxinol, apaixonado por ela, roubou-a do tabuleiro onde
estava e levou-a para o seu ninho.
Passado algum tempo, a Sementinha foi novamente roubada por um Pardal,
da aula de música do Rouxinol. Cheio de medo de um espantalho, o Pardal
deixou-a cair nas terras do António Seareiro.
A Sementinha falou com os seus amigos Amarelo de Barba Preta e
Serrano, mas depois ficou sob o poder da Terra-Feiticeira. Aterrada, a
Sementinha pôs-se a trabalhar e começaram-lhe a crescer a raiz, o caule e as
folhas. Cresceu, cresceu e cresceu até que se tornou numa espiga amarela.
Depois a Sementinha foi arrancada , sendo esquartejada num laboratório.
Daí nasceram os seus filhos bagos de trigo, nomeadamente a Asa de Corvo,
que era muito curiosa tal como a mãe! O seu casamento foi de conveniência,
foi um casamento científico e os seus filhos seriam híbridos, novas plantas
feitas pela mão do homem.
A Asa de Corvo conseguiu vencer o Vento Suão e este feito glorioso foi
noticiado nos meios de comunicação e de todo o lado surgiram pedidos para a
estudarem e casarem com trigos doutras espécies.
Resumo dos capítulos
Falam os bagos de trigo
Os bagos de trigo tinham ficado na escuridão de uma velha arca durante
meses, pois António Seareiro tinha-os guardado lá para semente. Quando a
Maria Rita levantou a tampa da arca, eles ficaram muito alegres por finalmente
verem a luz do dia. Até o Serrano, um bago gordo e sempre resmungão, saltou
de alegria. Maria Rita sentou-se ao sol e colocou as sementes num tabuleiro.
A Sementinha ficou triste e indignada com a Despedida-de-Verão, uma flor
com pintinhas vermelhas, que muito vaidosa se gabou da sua beleza, gozando
com a Sementinha ao dizer que ela era feia. Quando a viu chorar, O Amarelo
de Barba Preta veio em seu auxílio, dizendo que a Sementinha era mais bonita
do que a flor, porque não era vaidosa. Entretanto, passou um passarico que
roubou a Sementinha, levando-a no seu bico.
O rapto da Sementinha
Inicialmente, a Sementinha pensou que iria viajar de avião. O seu raptor
era um Rouxinol vagabundo com plumagem cinzenta, muito ruiva por cima e
amarela por baixo. Ele era professor de Música dos pássaros sedentários e
raptara a Sementinha porque não tinha que comer. Quando ele se preparava
para a comer, a Sementinha foi inventando pretextos para afastar o pássaro da
ideia de a devorar, usando a sua voz muito meiga, fazendo com que este se
comovesse. Pediu-lhe que ele cantasse para poder avaliar os seus dotes
musicais. Mal ele iniciou o seu cântico, apareceu o Chapim alcoviteiro, dizendo
que era hora do ensaio geral. A Sementinha manifestou interesse em assistir
ao ensaio, conseguindo convencê-los. O Rouxinol e o Chapim Azul
desentenderam-se, porque ambos queriam transportar a Sementinha. Ela
acalmou-os, decidindo que o Rouxinol a levaria para o ensaio, enquanto o
Chapim Azul a traria para casa.
O milagre de um Rouxinol apaixonado
Quando O Rouxinol ordenou que o coro cantasse a Toada da Primavera,
todos recusaram porque não havia sol, não havia flores, estava frio e a coruja
queixou-se que estava rouca. O Rouxinol ficou irritado com a atitude dos
alunos e ameaçou abandonar o ensaio, mas com a insistência da Sementinha
acabou por cantar. Com o seu canto mágico e apaixonado a primavera
despertou prematuramente: o sol apareceu, as flores cresceram e vieram os
pássaros. Aproveitando a distração geral, um pardal esfomeado raptou a noiva
do Rouxinol. Um grito de terror encheu o bosque e matou a primavera.
O ladrão escapa-se e a Sementinha cai
Ao ver o Espantalho do António Seareiro, o Pardal ficou tão assustado que
largou a Sementinha do bico e fugiu. A Sementinha caiu nas terras do António
Seareiro, perdendo os sentidos. De manhã, acordou com o sol e o Amarelo de
Barba Preta a dar-lhe os bons-dias. Este decidiu contar a história dos seus
avós, que era bonita.
Velhas histórias que convém saber melhor
Os antepassados do homem viviam em pequenos grupos. Enquanto os
homens se dedicavam à caça e à pesca, as mulheres colhiam frutos selvagens
e raízes ou apanhavam mariscos. Os avós dos bagos de trigo foram
descobertos entre as plantas selvagens que as mulheres iam encontrando, uns
na Mesopotâmia outros na Abissínia.
Sem se aperceberem, aproximaram-se uns bagos de trigo estranhos às
cores, oriundos do Afeganistão. Esses bagos contaram-lhes a história dos seus
antepassados, que foram invadidos por outro povo vindo do Ocidente.
Acabaram por derrotar os invasores e o trigo do Afeganistão viajou por todo o
mundo, ficando conhecido. De seguida, explicaram como os homens do seu
país souberam semear o trigo graças ao trabalho das mulheres. Por essa
razão, os homens passaram a adorar esculturas toscas de mulheres grávidas.
Também explicaram a origem e a evolução dos utensílios agrícolas e que cada
povo tinha os seus deuses da agricultura.
Entretanto, apareceu o António Seareiro com o boi Doirado e a Sementinha
ficou coberta por um manto negro, ficando às escuras.
Em poder da Feiticeira
Estava escuro e a Sementinha sentia-se presa… não percebia o que se
estava a passar. Passaram-se dias, a Sementinha começou a ficar irritada e
desatou a dar punhadas nas paredes que pareciam esmagá-la. Questionou-se
quem seria aquela feiticeira que lhe falara. Como se o pensamento tivesse voz,
a Terra respondeu-lhe e começaram uma longa conversa. A Sementinha
apercebeu-se que iria passar por muitas transformações e um Bicho de Conta
disse-lhe que ela se iria transformar na flor mais bela do mundo.
Depois de muitas dificuldades e várias transformações, conseguiu libertar-
-se e ver novamente a luz do sol. Emocionada agradeceu à Terra.
O grande mistério
A Sementinha começou a sofrer transformações no seu corpo, que
consistiam no ciclo da vida dos bagos de trigo. Entretanto começou a chover
intensamente, provocando inundações e deixando a seara do António Seareiro
quase afogada em água e condenada à morte certa.
Ressurreição
Com a ajuda do Sol e do Vento Bonançoso a seara e a Sementinha tinham
escapado de morte certa.
Dias depois, veio um rancho de raparigas fazer a monda. A Sementinha
tinha-se transformado numa espiga, por isso o seu amigo, o Chapim Azul, não
a reconheceu. Ele deu-lhe a notícia de que o Rouxinol nunca mais cantara,
devido à angústia de ter perdido a sua amada, tendo-se refugiado no seu
ninho. Segundo ele, o Rouxinol teria morrido de desgosto de amor.
Uma menina com tranças
A Sementinha parecia uma menina com tranças com caracóis verdes. O
Sol disse-lhe que as suas flores voltariam a ser bagos.
No dia seguinte, com o calor do Sol as suas tranças verdes começaram a
secar e a mudar de cor, ficando amareladas, loiras. Foi através da Sra.
Cegonha que ficou a saber que já não era uma semente, mas sim uma espiga
loira.
Entretanto, o Amarelo de Barba Preta informou a Sementinha que estava a
chegar a época da ceifa. As ceifeiras iriam cortar as espigas, que seriam
levadas para a eira, sendo aí debulhadas, dando origem ao trigo, que iria para
a moagem, donde sairia em farinha.
O Sr. Agrónomo escolheu levar a Sementinha, porque tinha amadurecido
primeiro e era um belo exemplar. Arrancou uma espiga dos braços da
Sementinha, desfez as palhas com os dedos e espalhou os bagos de trigo na
palma da mão.
A Sementinha ficou preocupada, sem perceber o que se estava a passar,
mas a Terra- Feiticeira sossegou-a, dizendo para ficar descansada porque ela
e os seus filhos tinham sido escolhidos para o destino mais belo que podem ter
os bagos de trigo.
A Sementinha é esquartejada
Após a colheita, a Sementinha foi levada para um sítio que nunca tinha
visto. Numa espécie de laboratório, a Sementinha foi esquartejada, dando
origem a dezenas de bagos de trigo, os seus filhos.
No ano seguinte, seriam semeados e passariam pelo mesmo trajeto da
Sementinha, desde semente, bagos de trigo, até se transformarem em farinha.
As meninas sementinhas vão à escola
As meninas sementinhas estavam entusiasmadas por irem para a escola,
especialmente a Asa de Corvo, que era morena como a mãe e também muito
curiosa. O homem de bata branca explicou-lhes que a escola era uma espécie
de ginásio, onde as sementes iriam aprender a desenvolver-se mais depressa
e a resistir em regiões que precisavam de trigo. A filha da sementinha ficou a
saber que iria para o Alentejo.
A Asa de Corvo casa-se como os chineses
Até ali, a fecundação das suas avós e da sua mãe fizera-se ao acaso. Eram
noivados feitos com quem aparecia. Mas agora os homens de bata branca
queriam escolher o seu par, tal como antigamente os chineses casavam com
noivas escolhidas por outrem. De igual modo, o seu casamento foi de
conveniência, foi um casamento científico e os seus filhos seriam híbridos,
novas plantas feitas pela mão do homem.
A Asa de Corvo conseguiu vencer o Vento Suão e este feito glorioso foi
noticiado nos meios de comunicação e de todo o lado surgiram pedidos para a
estudarem e casarem com trigos doutras espécies.
Um viveiro de sementes e de histórias
No último capítulo, o narrador acredita que a Ciência pode ajudar a mudar o
mundo e dá os exemplos de Carleton, que fez dos Estados Unidos da América
um celeiro prodigioso de trigo e de pão, e de Mitchurin, que, com o cruzamento
de espécies de frutos do seu pomar, inventou as escolas de sementes, como a
que frequentaram as filhas da Sementinha.
Carleton e Mitchurin foram dois investigadores que tiveram um papel
importante na luta contra a fome.
Neste capítulo, Alves Redol, através da voz do narrador, apresenta-nos
algumas das ideias em que mais acreditava. Através do aumento da produção
de cereais, há a esperança de se conseguir eliminar a fome no mundo. A
Humanidade deve continuar a lutar para pôr fim à fome e às desigualdades
sociais. A Ciência tem um papel muito importante na melhoria das condições
de vida das sociedades, sendo através da Ciência e do conhecimento que os
sonhos da Humanidade se vão realizando.

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A história da pequena sementinha

  • 1. Resumo da obra Era uma vez uma pequena semente de trigo chamada Sementinha, que vivia numa pequena arca com outros bagos. Certo dia, um Rouxinol, apaixonado por ela, roubou-a do tabuleiro onde estava e levou-a para o seu ninho. Passado algum tempo, a Sementinha foi novamente roubada por um Pardal, da aula de música do Rouxinol. Cheio de medo de um espantalho, o Pardal deixou-a cair nas terras do António Seareiro. A Sementinha falou com os seus amigos Amarelo de Barba Preta e Serrano, mas depois ficou sob o poder da Terra-Feiticeira. Aterrada, a Sementinha pôs-se a trabalhar e começaram-lhe a crescer a raiz, o caule e as folhas. Cresceu, cresceu e cresceu até que se tornou numa espiga amarela. Depois a Sementinha foi arrancada , sendo esquartejada num laboratório. Daí nasceram os seus filhos bagos de trigo, nomeadamente a Asa de Corvo, que era muito curiosa tal como a mãe! O seu casamento foi de conveniência, foi um casamento científico e os seus filhos seriam híbridos, novas plantas feitas pela mão do homem. A Asa de Corvo conseguiu vencer o Vento Suão e este feito glorioso foi noticiado nos meios de comunicação e de todo o lado surgiram pedidos para a estudarem e casarem com trigos doutras espécies.
  • 2. Resumo dos capítulos Falam os bagos de trigo Os bagos de trigo tinham ficado na escuridão de uma velha arca durante meses, pois António Seareiro tinha-os guardado lá para semente. Quando a Maria Rita levantou a tampa da arca, eles ficaram muito alegres por finalmente verem a luz do dia. Até o Serrano, um bago gordo e sempre resmungão, saltou de alegria. Maria Rita sentou-se ao sol e colocou as sementes num tabuleiro. A Sementinha ficou triste e indignada com a Despedida-de-Verão, uma flor com pintinhas vermelhas, que muito vaidosa se gabou da sua beleza, gozando com a Sementinha ao dizer que ela era feia. Quando a viu chorar, O Amarelo de Barba Preta veio em seu auxílio, dizendo que a Sementinha era mais bonita do que a flor, porque não era vaidosa. Entretanto, passou um passarico que roubou a Sementinha, levando-a no seu bico. O rapto da Sementinha Inicialmente, a Sementinha pensou que iria viajar de avião. O seu raptor era um Rouxinol vagabundo com plumagem cinzenta, muito ruiva por cima e amarela por baixo. Ele era professor de Música dos pássaros sedentários e raptara a Sementinha porque não tinha que comer. Quando ele se preparava para a comer, a Sementinha foi inventando pretextos para afastar o pássaro da ideia de a devorar, usando a sua voz muito meiga, fazendo com que este se comovesse. Pediu-lhe que ele cantasse para poder avaliar os seus dotes musicais. Mal ele iniciou o seu cântico, apareceu o Chapim alcoviteiro, dizendo que era hora do ensaio geral. A Sementinha manifestou interesse em assistir ao ensaio, conseguindo convencê-los. O Rouxinol e o Chapim Azul desentenderam-se, porque ambos queriam transportar a Sementinha. Ela acalmou-os, decidindo que o Rouxinol a levaria para o ensaio, enquanto o Chapim Azul a traria para casa. O milagre de um Rouxinol apaixonado Quando O Rouxinol ordenou que o coro cantasse a Toada da Primavera, todos recusaram porque não havia sol, não havia flores, estava frio e a coruja queixou-se que estava rouca. O Rouxinol ficou irritado com a atitude dos alunos e ameaçou abandonar o ensaio, mas com a insistência da Sementinha acabou por cantar. Com o seu canto mágico e apaixonado a primavera despertou prematuramente: o sol apareceu, as flores cresceram e vieram os pássaros. Aproveitando a distração geral, um pardal esfomeado raptou a noiva do Rouxinol. Um grito de terror encheu o bosque e matou a primavera.
  • 3. O ladrão escapa-se e a Sementinha cai Ao ver o Espantalho do António Seareiro, o Pardal ficou tão assustado que largou a Sementinha do bico e fugiu. A Sementinha caiu nas terras do António Seareiro, perdendo os sentidos. De manhã, acordou com o sol e o Amarelo de Barba Preta a dar-lhe os bons-dias. Este decidiu contar a história dos seus avós, que era bonita. Velhas histórias que convém saber melhor Os antepassados do homem viviam em pequenos grupos. Enquanto os homens se dedicavam à caça e à pesca, as mulheres colhiam frutos selvagens e raízes ou apanhavam mariscos. Os avós dos bagos de trigo foram descobertos entre as plantas selvagens que as mulheres iam encontrando, uns na Mesopotâmia outros na Abissínia. Sem se aperceberem, aproximaram-se uns bagos de trigo estranhos às cores, oriundos do Afeganistão. Esses bagos contaram-lhes a história dos seus antepassados, que foram invadidos por outro povo vindo do Ocidente. Acabaram por derrotar os invasores e o trigo do Afeganistão viajou por todo o mundo, ficando conhecido. De seguida, explicaram como os homens do seu país souberam semear o trigo graças ao trabalho das mulheres. Por essa razão, os homens passaram a adorar esculturas toscas de mulheres grávidas. Também explicaram a origem e a evolução dos utensílios agrícolas e que cada povo tinha os seus deuses da agricultura. Entretanto, apareceu o António Seareiro com o boi Doirado e a Sementinha ficou coberta por um manto negro, ficando às escuras. Em poder da Feiticeira Estava escuro e a Sementinha sentia-se presa… não percebia o que se estava a passar. Passaram-se dias, a Sementinha começou a ficar irritada e desatou a dar punhadas nas paredes que pareciam esmagá-la. Questionou-se quem seria aquela feiticeira que lhe falara. Como se o pensamento tivesse voz, a Terra respondeu-lhe e começaram uma longa conversa. A Sementinha apercebeu-se que iria passar por muitas transformações e um Bicho de Conta disse-lhe que ela se iria transformar na flor mais bela do mundo. Depois de muitas dificuldades e várias transformações, conseguiu libertar- -se e ver novamente a luz do sol. Emocionada agradeceu à Terra.
  • 4. O grande mistério A Sementinha começou a sofrer transformações no seu corpo, que consistiam no ciclo da vida dos bagos de trigo. Entretanto começou a chover intensamente, provocando inundações e deixando a seara do António Seareiro quase afogada em água e condenada à morte certa. Ressurreição Com a ajuda do Sol e do Vento Bonançoso a seara e a Sementinha tinham escapado de morte certa. Dias depois, veio um rancho de raparigas fazer a monda. A Sementinha tinha-se transformado numa espiga, por isso o seu amigo, o Chapim Azul, não a reconheceu. Ele deu-lhe a notícia de que o Rouxinol nunca mais cantara, devido à angústia de ter perdido a sua amada, tendo-se refugiado no seu ninho. Segundo ele, o Rouxinol teria morrido de desgosto de amor. Uma menina com tranças A Sementinha parecia uma menina com tranças com caracóis verdes. O Sol disse-lhe que as suas flores voltariam a ser bagos. No dia seguinte, com o calor do Sol as suas tranças verdes começaram a secar e a mudar de cor, ficando amareladas, loiras. Foi através da Sra. Cegonha que ficou a saber que já não era uma semente, mas sim uma espiga loira. Entretanto, o Amarelo de Barba Preta informou a Sementinha que estava a chegar a época da ceifa. As ceifeiras iriam cortar as espigas, que seriam levadas para a eira, sendo aí debulhadas, dando origem ao trigo, que iria para a moagem, donde sairia em farinha. O Sr. Agrónomo escolheu levar a Sementinha, porque tinha amadurecido primeiro e era um belo exemplar. Arrancou uma espiga dos braços da Sementinha, desfez as palhas com os dedos e espalhou os bagos de trigo na palma da mão. A Sementinha ficou preocupada, sem perceber o que se estava a passar, mas a Terra- Feiticeira sossegou-a, dizendo para ficar descansada porque ela e os seus filhos tinham sido escolhidos para o destino mais belo que podem ter os bagos de trigo. A Sementinha é esquartejada Após a colheita, a Sementinha foi levada para um sítio que nunca tinha visto. Numa espécie de laboratório, a Sementinha foi esquartejada, dando origem a dezenas de bagos de trigo, os seus filhos. No ano seguinte, seriam semeados e passariam pelo mesmo trajeto da Sementinha, desde semente, bagos de trigo, até se transformarem em farinha.
  • 5. As meninas sementinhas vão à escola As meninas sementinhas estavam entusiasmadas por irem para a escola, especialmente a Asa de Corvo, que era morena como a mãe e também muito curiosa. O homem de bata branca explicou-lhes que a escola era uma espécie de ginásio, onde as sementes iriam aprender a desenvolver-se mais depressa e a resistir em regiões que precisavam de trigo. A filha da sementinha ficou a saber que iria para o Alentejo. A Asa de Corvo casa-se como os chineses Até ali, a fecundação das suas avós e da sua mãe fizera-se ao acaso. Eram noivados feitos com quem aparecia. Mas agora os homens de bata branca queriam escolher o seu par, tal como antigamente os chineses casavam com noivas escolhidas por outrem. De igual modo, o seu casamento foi de conveniência, foi um casamento científico e os seus filhos seriam híbridos, novas plantas feitas pela mão do homem. A Asa de Corvo conseguiu vencer o Vento Suão e este feito glorioso foi noticiado nos meios de comunicação e de todo o lado surgiram pedidos para a estudarem e casarem com trigos doutras espécies. Um viveiro de sementes e de histórias No último capítulo, o narrador acredita que a Ciência pode ajudar a mudar o mundo e dá os exemplos de Carleton, que fez dos Estados Unidos da América um celeiro prodigioso de trigo e de pão, e de Mitchurin, que, com o cruzamento de espécies de frutos do seu pomar, inventou as escolas de sementes, como a que frequentaram as filhas da Sementinha. Carleton e Mitchurin foram dois investigadores que tiveram um papel importante na luta contra a fome. Neste capítulo, Alves Redol, através da voz do narrador, apresenta-nos algumas das ideias em que mais acreditava. Através do aumento da produção de cereais, há a esperança de se conseguir eliminar a fome no mundo. A Humanidade deve continuar a lutar para pôr fim à fome e às desigualdades sociais. A Ciência tem um papel muito importante na melhoria das condições de vida das sociedades, sendo através da Ciência e do conhecimento que os sonhos da Humanidade se vão realizando.