3. DOIS IRMÃOS
literatura, imigração e identidade
2000
quarta geração do modernismo brasileiro [pós-modernismo]
imigração libanesa na Amazônia
um romance múltiplo
Nael, narrador-personagem, conta a história dos gêmeos Yaqub e Omar, num romance que
traça um perfil da imigração libanesa na região amazônica e que se configura de forma múlEpla
romance regional literatura do imigrante romance in1mista
4. ROMANCE REGIONAL
literatura, imigração e identidade
aspectos humanos
curumins, cunhatãs, peixeiros, caboclos;
aspectos geográficos
floresta, palafitas, frutas, rios
aspectos linguísticos
osga, piEú, cabocas, lagrimar, encafuados, jambu, mureru, mucura, cotoco
aspectos históricos
recorte histórico de aproximadamente 60 anos da história de Manaus e do Brasil [1910-1970]
painel múlEplo da região amazônica
5. ROMANCE INTIMISTA
literatura, imigração e identidade
a literatura inEmista, também chamada “de análise psicológica” focaliza a paisagem interior
galeria de perfis
análise da mente e da moEvação das personagens por intermédio do relato de eventos relevantes
realismo exterior
ao contar a “história da família”, Nael forja, progressivamente, sua idenEdade aos olhos do leitor
a “história da família” é, em úlEma instância, sua própria história;
tipos de discurso na narrativa
apesar de não haver discurso indireto livre e de a história ser contada de um único ponto de vista,
o narrador constrói personagens com densidade psicológica e revela suas moEvações existenciais
6. LITERATURA DO IMIGRANTE
literatura, imigração e identidade
a narraEva de Hatoum aproxima-se da chamada “vertente transcultural” ou “transculturação”
a transculturação
Em Dois irmãos, a busca da idenEdade corresponde à busca pela expressão nacional; de um
lado, registra-se que a cultura presente na comunidade manauara, em permanente mutação,
compõe-se de valores parEculares, historicamente elaborados: são os elementos indígenas, os
mesEços e os resultantes dos vários fluxos migratórios; de outro, corrobora-se a energia
criadores que move essa cultura, fazendo-a muito mais do que um simples conjunto de normas,
comportamentos, crenças, culinária e objetos, pois se trata der uma força poderosa que cria
nexos profundos e originais no interior das narraEvas.
PELLEGRINI, Tânia. Milton Hatoum e o regionalismo revisitado. Project muse. Disponível em: hep://muse.jhu.edu.
7. LITERATURA DO IMIGRANTE
literatura, imigração e identidade
na busca por sua idenEdade, o narrador acaba por se transformar, ele mesmo, numa metáfora
da região amazônica, que se revela ao leitor mesEça, manaura, libanesa, brasileira e ameríndia
Eu não sabia nada de mim, como vim ao mundo, de onde Enha vindo. A origem: as origens. Meu
passado, de alguma forma palpitando na vida dos meus antepassados, nada disso eu sabia.
Minha infância, sem nenhum sinal de origem. É como esquecer uma criança dentro de um barco
num rio deserto, até que uma das margens o acolhe.
HATOUM, Milton. Dois irmãos. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
No Mercado Municipal, escolhia uma pescada, um tucunaré ou matrixã, recheava com farofa e
azeitonas, assava-o no forno de lenha e servia-o com molho de gergelim.
HATOUM, Milton. Dois irmãos. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
9. O ENREDO, 01
Dois irmãos, de Milton Hatoum
A história se inicia com a volta de Yaqub, que, por ordem do pai, fora enviado, com treze anos,
ao sul do Líbano um ano antes da 2ª Guerra, no intuito de aliviar os atritos entre os irmãos.
Considerado frágil e demasiadamente problemáEco, Omar fica no Brasil, solidificando-se, assim,
a superproteção iniciada na infância. Por meio da memória de Domingas, explicita-se o evento que
originou o envio de Yaqub para o Líbano (quando Enha 13 anos) e a cicatriz que passou a carregar
no rosto. Na disputa por Lívia, uma garota loira que flertava com ambos, Omar cortou o rosto do
irmão com um esElhaço de garrafa, deixando-lhe a tal cicatriz. Vendo que a relação dos dois
se tornara perigosíssima, Halim resolvera então mandar Yaqub para o Líbano. Cinco anos mais
tarde, a volta de Yaqub marca a existência de uma nova pessoa: um jovem calado e cheio de
mistérios que escondiam os segredos de sua permanência fora do país. Sozinho, sem possibilidade
irmão, segue para São Paulo, onde, recusando a ajuda financeira dos pais, forma-se em Engenharia
Civil, ascendendo socialmente, e se casando de forma misteriosa (com Lívia), comunicando a
a família por meio de um telegrama. Enquanto Yaqub trilhava os caminhos do sucesso, Omar se
perdia em bebedeiras, noitadas e sucessivos escândalos. Ao ser enviado a São Paulo para tentar
10. O ENREDO, 02
Dois irmãos, de Milton Hatoum
obter o êxito do irmão, ou que sabe amenizar as diferenças, descobre que ele se casou justamente
com a jovem Lívia, paixão de ambos desde a infância e causadora da briga que gerou a cicatriz em
Yaqub. Faz desenhos obscenos nas fotos do álbum de casamento do irmão, apertando ainda mais
os laços de inimizade entre os dois. Em seguida, rouba dinheiro do irmão e foge para os Estados
Unidos. Morre Halim e, pouco tempo depois, Omar faz amizade com o indiano Rochiram, que
pretendia construir um hotel em Manaus. Zana, na tentaEva de unir os filhos e desejosa de que
abrissem uma construtora, escreve a Yaqub, pedindo uma espécie de perdão ao filho e propondo
o negócio, ocultando-lhe a parEcipação do irmão. Ao senEr-se traído, quando a irmã Rânia lhe
mostra a carta da mãe à Yaqub, Omar fica tomado por um ódio incontrolável e espanca o irmão,
mandando-o para o hospital. Inicia-se, então, uma verdadeira caçada que se encerra com a prisão
e condenação do Caçula a dois anos e sete meses de reclusão. O indiano Rochiram, vendo seus
negócios fracassarem, exige que a irmã dos gêmeos, Rânia, venda a casa em que vivem para
pagamento das dívidas. Surge, assim, no local, a Casa Rochiram, uma loja de quinquilharias
importadas de Miami e Panamá. Nael fica com um pequeno quadrado no quintal, ao qual Rânia
11. O ENREDO, 03
Dois irmãos, de Milton Hatoum
denominou a herança. Durante todo o desenrolar da história, Nael lutava ao lado da mãe,
assoberbado, sem muito tempo para os estudos. Sente-se, com isso, injusEçado. Nunca desisEu de
arracar dos membros da família a idenEdade de seu pai, que sabia estar em um dos gêmeos. No
jogo de interditos, juntando os cacos do passado, Nael se empenha em descobrir a verdade. O
livro se encerra com um encontro mudo entre Nael e Omar, numa tarde escura e de chuva
torrencial em Manaus. Nael espera que o possível pai ou Eo peça perdão por todo sofrimento que
causou à família, de quem Nael é, de alguma maneira, o herdeiro. Espera também que Omar lhe
dê alguma explicação para o fato de ter estuprado sua mãe. Mas, tudo termina com o silêncio de
Omar, como se ele, de repente, Evesse se acovardado.
13. O FOCO NARRATIVO
Dois irmãos, de Milton Hatoum
narrador personagem
testemunha, narra, em primeira pessoa, os acontecimentos
um narrador distanciado
apresenta eventos a parEr de uma visão periférica [não pertence ao núcleo principal da história];
seu nome só é revelado ao leitor depois da página 100;
o fato de ser agregado e fruto de um estupro reforça sua condição periférica na família/narraEva.
Podia frequentar o interior da casa, sentar no sofá cinzento e nas cadeiras de palha da sala. Era
raro eu sentar à mesa com os donos da casa, mas podia comer a comida deles, beber tudo, eles
não se importavam. Quando não estava na escola, trabalhava em casa, ajudava na faxina,
limpava o quintal, ensacava as folhas secas e consertava a cerca dos fungos. Saía a qualquer
hora para fazer compras, tentava poupar minha mãe, que também não parava um minuto.
HATOUM, Milton. Dois irmãos. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
14. O FOCO NARRATIVO
Dois irmãos, de Milton Hatoum
um bricoleur
a narraEva de Nael, apesar de bastante coesa, é construída através da técnica da bricolagem;
os eventos que se apresentam ao leitor foram relatados a Nael por Halim, Zana e Domingas;
pouco do que se conta foi vivido por Nael, sua função é colar os discursos e dar unidade a eles.
16. O TEMPO
Dois irmãos, de Milton Hatoum
psicológico
a narração de faz do futuro para o passado [ficção memorialista];
a construção [enunciação] do relato dá-se 30 anos após ocorridos os úlEmos eventos relatados.
histórico
o romance tem por pano de fundo a modernização da Amazônia no século XX;
a construção [enunciação] do relato dá-se 30 anos após ocorridos os úlEmos eventos relatados;
os eventos transcorridos situam-se entre 1910 e 1970;
há referências ao fim da II Guerra Mundial, à Inauguração de Brasília e ao Golpe de 1964;
uma metáfora
a história do Brasil aparece circunscrita a um pequeno universo que acaba por refleEr aspectos
universas do drama humano
[o homem arrancado de sua pátria que tenta plantar suas raízes em outro país]
18. O ESPAÇO
Dois irmãos, de Milton Hatoum
ponto de encontro
Manaus, Porto dos Remédios, centro comercial
na Manaus retratada, coexistem o indígena e o imigrante o migrante de outras regiões
O Café Mocambo fechara, a praça das Acácias estava virando um bazar. Sozinho à mesa, ele ia
contando suas andanças pela cidade. A novidade mais triste de todas: o lupanar lilás, também
fora fechado. "Manaus está cheia de estrangeiros, mama. Indianos, coreanos, chineses… O
centro virou um formigueiro de gente do interior… Tudo está mudado em Manaus.
HATOUM, Milton. Dois irmãos. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
19. O ESPAÇO
Dois irmãos, de Milton Hatoum
a Amazônia de Hatoum
ponto de encontro de povos diversos que para ali vieram atraídos pela promessa de riqueza;
as várias levas de migração/imigração são decorrentes dos ciclos de desenvolvimento por que
passa a região [Ciclo da Borracha, Urbanização de Manaus, Instalação da Zona Franca...]:
Note-se que os beneycios da modernização da cidade não alcançam todos [casas são demolidas,
a vegetação é destruída, a paisagem é alterada, a opressão econômico-social toca Domingas e
Perna de Sapo] e são vistos de negaEvamente tanto pelo narrador como pelas personagens,
como se nota no episódio da demolição da Cidade Flutuante; a desagregação, referida na
epígrafe do romance, aEnge a cidade, aEnge a casa, aEnge os costumes; ao final, tudo
desmorona – ficam apenas ruínas; tal decomposição [principal temáEca do romance] é,
entretanto, paradoxal, na medida em que ela aparece desde os primeiros momentos históricos
referidos no romance [década de 1910] que conta como os imigrantes corroboram
posiEvamente no processo de construção de uma idenEdade plural e mesEça nas terras
brasileiras.
20. O ESPAÇO
Dois irmãos, de Milton Hatoum
o espaço do imigrante
Dividido entre o Líbano e a Amazônia, o imigrante é um desterrado que se vai deixando ficar,
mas que, paradoxalmente, mantém-se fiel à sua origem por intermédio da comida, da bebida,
do uso do árabe, dos temperos, da afinidade com a cultura e a matemáEca, e, ao mesmo
tempo, vai-se adaptando ao novo país, à nova cultura, à nova gente.
21. O ESPAÇO
Dois irmãos, de Milton Hatoum
outros espaços
Líbano
espaço de origem para o qual não se quer [Zana] ou não se pode voltar [Halim]
São Paulo
espaço associado ao trabalho, ao frio, ao luxo e à oportunidade de ascensão financeira e social
Brasília
símbolo da modernidade que se curva ante ao brutal Golpe Militar de 1964
Miami
referida rapidamente: espaço para onde foge Omar depois de furtar o irmão
Biblos
o nome do restaurante de Galib é uma homenagem a uma importante cidade do Líbano
23. INTERTEXTUALIDADES
Dois irmãos, de Milton Hatoum
a epígrafe
o texto que Drummond que serve de pórEco à obra antecipa as temáEcas a serem abordadas
a memória o enraizamento a degradação da família
24. INTERTEXTUALIDADES
Dois irmãos, de Milton Hatoum
matrizes [inter]textuais
é possível idenEficar três fontes intertextuais para o livro de Milton Hatoum
Caim e Abel [Bíblia] Esaú e Jacó [Machado de Assis]Esaú e Jacó [Bíblia]
25. INTERTEXTUALIDADES
Dois irmãos, de Milton Hatoum
Abel e Caim
A primeira história de rivalidade entre irmãos se dá com Caim e Abel. Caim, o irmão mais velho,
é lavrador; Abel é pastor de ovelhas. O despeito entre um e outro se dá quando Deus não aceita
a oferta de Caim, que Lhe oferece produtos de sua lavoura e aceita a de Abel que lhe oferece
uma ovelhinha.
PAIVA, Roginei. Análise de Dois irmãos. Disponível em: http://www.roginei.com.br
26. INTERTEXTUALIDADES
Dois irmãos, de Milton Hatoum
a história de Esaú e Jacó na “Bíblia”
Já Esaú e Jacó, filhos de Isaac e Rebeca nascem a pedido do pai que clama a Deus a dádiva dos
filhos, já que a esposa era estéril. Ainda na barriga, as duas crianças brigam e Rebeca tem a
revelação, pela boca de Javé, de que eles representam a briga entre duas nações que se
separam em suas entranhas. Um povo vencerá o outro, e o mais velho servirá ao mais novo.
Esaú se tornou um caçador e Jacó preferia a tranquilidade, vivendo sob tendas. Isaac se
idenEficava com Esaú; Rebeca preferia Jacó. Jacó ambicionava ser o primogênito, direito que
dava a Esaú, como o primeiro a sair da barriga da mãe, ter a autoridade patriarcal sobre os
irmãos. Esaú, voltando do campo esgotado de fome, só recebe a comida de Jacó quando lhe
concede o direito à primogenitura.
PAIVA, Roginei. Análise de Dois irmãos. Disponível em: http://www.roginei.com.br
27. INTERTEXTUALIDADES
Dois irmãos, de Milton Hatoum
Esaú e Jacó, de Machado de Assis
Já o romance Esaú e Jacó, Machado de Assis deixa clara, a parEr do |tulo, a intertextualidade
com o Gênesis, quando já carrega no próprio |tulo o nome dos gêmeos bíblicos. Pedro e Paulo,
filhos tão desejados como os de Isaac e Rebeca, são também gêmeos, têm personalidades
diferentes e desenvolvem, desde cedo, uma rivalidade sem explicação. Quando NaEvidade vai à
´Cabocla´ para saber sobre o desEno deles, ela pergunta se eles brigaram em seu ventre. A mãe
então lembra que não teve uma gestação sossegada, Enha movimentos extraordinários,
repeEdos, e dores, e insônias...
Segundo o narrador, o Conselheiro Aires, os dois irmãos representavam os dois lados da
verdade. Paulo é extremamente impulsivo, age sempre de forma arrebatada; já Pedro é
dissimulado e tem uma mente conservadora. Quando se tornam adultos, assumem posições
políEcas diferentes: Paulo é republicano e Pedro monarquista. A mãe e o pai sofrem com a
constante compeEção, mas não conseguem aplacar o desejo que um tem de contrariar o outro.
Os dois se apaixonam pela mesma mulher, uma moça retraída, simples, de nome Flora. Ela, não
conseguindo encontrar em um só deles a completude do seu desejo, deixa entrever que um
completaria o outro. Na impossibilidade de ter os dois, ela morre. Eles juram reconciliação junto
ao túmulo dela, mas, ao elegerem-se deputados, conEnuam a brigar na tribuna. Novo
juramento de paz é feito no leito de morte da mãe.
PAIVA, Roginei. Análise de Dois irmãos. Disponível em: http://www.roginei.com.br
29. PERSONAGENS
Dois irmãos, de Milton Hatoum
Halim
Halim: Pai de Rânia e dos gêmeos Yaqub e Omar; esposo de Zana. Quando jovem, era mascate
nas ruas de Manaus. Melhorou de vida ao se casar com Zana. Aos poucos, foi perdendo o amor
da esposa para o Caçula (Omar), gêmeo que nasceu logo depois de Yaqub.
Zana
Mãe dos gêmeos Yaqub e Omar; esposa de Halim. Era filha de Galib, dono do restaurante Biblos.
À medida que a história evolui, ela vai-se mostrando dominadora, moldando o desEno do
marido e dos filhos. As mulheres de Hatoum são fortes, dominadoras e regem o desEno da
família.
Galib
Pai de Zana. Tinha um restaurante no térreo da própria casa. Quando a filha se casou com
Halim, voltou para o Líbano e lá morreu.
30. PERSONAGENS
Dois irmãos, de Milton Hatoum
Omar
É o beberrão boêmio, mimado, conquistador e revolucionário. O outro herói da história. Tem os
mesmos traços ysicos do irmão, mas caráter e comportamento opostos. Desde criança,
mostrava-se mais arrojado e corajoso. Com o excesso de proteção da mãe, tornou-se vadio e
rival do pai e do irmão gêmeo. Seu nome é um anagrama de “amor”.
Yaqub
O engenheiro que construiu sua vida independente de ajuda, magoado com a família, |mido,
conservador e que se muda de Manaus para São Paulo. É visto pelo narrador [e pelo leitor]
como herói. Rapaz vistoso e alto, rosto anguloso, olhos castanhos e graúdos, cabelo ondulado e
preto.
Rânia
Irmã que mantém uma platônica relação incestuosa com os gêmeos; nunca se relacionou com
um pretendente porque esperava alguém que Evesse os atributos dos dois gêmeos. Corpo
esbelto, alongado por uma pose alEva. O queixo levemente empinado que lhe dava um ar
autoconfiante e talvez anEpáEco. Preocupava-se e hipnoEzava-se na presença de seus irmãos.
31. PERSONAGENS
Dois irmãos, de Milton Hatoum
Domingas
Órfã que veio do interior trazida por uma freira. Enfrentou dois anos de orfanato. Depois, foi
morar na casa de Halim e Zana, tornando-se empregada. Mãe de Nael, o narrador da história. O
próprio narrador diz que Domingas não teve a liberdade de escolher nada na vida.
Nael
Narrador-personagem. Filho de Domingas, empregada da família [com Omar]. Tem enorme
admiração por Yaqub.
Lívia
Moça que provocou a primeira briga séria entre os gêmeos. Por causa dela, Omar cortou a face
de Yaqub com uma garrafa quebrada. Lívia foi embora para São Paulo e, às escondidas, casou-se
com Yaqub.
32. PERSONAGENS
Dois irmãos, de Milton Hatoum
Pau Mulato
Mulher alta, forte, bem escura, por quem Omar se apaixonou e com quem fugiu de casa. O
romance foi desfeito por Zana, e o Caçula voltou a ser mimado pela mãe e pela irmã.
Dália
Dançarina que mantém uma relação amorosa com Omar.
Antenor Laval
Professor de francês responsável pela formação literária dos rapazes da região. Envolve-se em
aEvidades subversivas. É espancado e morto pela polícia no início da Ditadura.
Rochiram
Indiano com quem Zana tenta fazer um úlEmo negócio para reconciliar os gêmeos, na área da
construção civil. Com o fracasso da empreitada, o indiano acaba ficando com o armazém [único
negócio] da família. Assim, a casa e o negócio passam ao indiano, restando a anel um pequeno
terreno no fundo da construção.
34. CONCLUSÃO
Dois irmãos, de Milton Hatoum
De acordo com Luiz Costa Lima, a relação dos irmãos não é maniqueísta, apesar de eles serem
duplos opostos [enquanto um gravita predominantemente no polo da ordem e do bom senso o
outro sedia-se no polo da desordem e da transgressão] e complementares [são gêmeos
idênEcos e representam duas faces da imigração]. Mesmo tendo a simpaEa do narrador [e do
leitor?], Yaqub, na ânsia de se vingar do irmão, acaba por apressar a destruição da família,
destruição essa simbolizada na transformação da casa num bazar; paradoxalmente é o gêmeo
mais velho que garante a permanência da família, na medida em que, ao assegurar um lugar
para que o filho de Domingas viva, acaba por garanEr não só a conEnuidade sanguínea da
família, mas a permanência da memória.
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