SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 19
A carteira de meu tio,
Joaquim Manuel de Macedo
        Manoel Neves
MACEDO E O ROMANTISMO
                     uma arte a serviço da burguesia
                              romance urbano
          sentimental                                 de costumes

   História de amor impossível          Observação realista da vida social e política

      Narrativa tradicional                        Narrativa tradicional

O par amoroso supera dificuldades          Sátira às Instituições e aos Costumes

         A moreninha                              A carteira de meu tio

         O moço loiro                    Memórias de um sobrinho do meu tio

   As mulheres de mantilha                           A luneta mágica
O ESTILO DE MACEDO
       simplicidade e engajamento

                humor;
        descrições minuciosas;
        enredos mirabolantes;
caráter mais documental que ficcional.
MACEDO & A CRÍTICA LITERÁRIA I
                     “um admirável escritor superficial”
                         01. cronista demasiado ligado a seu tempo
                  02. não tem muita consciência do artesanato da escrita;
                      03. uso da linguagem coloquial e de trocadilhos;
          04. filósofo do óbvio: aprofunda-se em conceitos moralizantes e alegorias.

Os aspectos apontados acima, que conferem à escrita de Macedo um caráter despojado,
simples e corrente, afastam-no da dita Literatura Oficial [canônica], mas, paradoxalmente,
podem ser tomados como índices de modernidade, na medida em que, guardadas as
devidas proporções, o Modernismo de 1922 tinha por objetivo justamente a
construção de uma literatura simples, direta e coloquial.
MACEDO & A CRÍTICA LITERÁRIA II
                    três apontamentos de Antonio Candido
A realidade, em Macedo, ocorre, mas tão-somente nos dados iniciais; seus sonhos são de rédea curta e
a linguagem é familiar espraiada.
Vale-se de uma via de comunicação fácil, isto é, “sua força não provém da singularidade do que
exprimem, mas do fato de saberem fornecer ao leitor mais ou menos o que ele espera, ou é capaz de
esperar.
A visão da sociedade, nesse autor, era estreita e superficial, embora elementos do paternalismo
escravocrata do Segundo Reinado, por alguns momentos, devam ter marcado a sua sensibilidade.
A CARTEIRA DE MEU TIO
                                literatura e sátira social
                                       romance urbano de costumes
 1855            alegoria satírica dos costumes políticos brasileiros de meados do século XIX

                                       a alegoria
Trata-se de uma narrativa cujo enredo funciona como uma metáfora, ou seja, nela
temos distintos dois planos de significação: o primeiro, que resulta da significação dos
elementos formais da história que lemos, e o segundo, que é formado a partir da
leitura que se pode fazer dos significados construídos pelos campos semânticos
articulados pelo primeiro nível de significação.

                                     um exemplo
         tio                                        aristocracia agrária

      sobrinho              classe política [inescrupuloso, defende apadrinhamento e falcatrua]

Compadre Paciência                   elemento popular dotado de alguma consciência
FICÇÃO, HISTÓRIA & POLÍTICA
                                  em “A carteira de meu tio”
                      1824                                                  1853
    a I Constituição do Império é outorgada              primeiro gabinete de Conciliação do Império
                     Dom Pedro I                                         Marquês do Paraná

            texto de caráter ambivalente                 uma mesma elite agrária se articula em dois partidos

TRAÇO AUTORITÁRIO: concentra poder na mão do Imperador                CONSERVADOR: Saquaremas

     TRAÇO LIBERAL: liberdade de imprensa e de culto                        LIBERAL: Luzias


                                       política e literatura
Os dois partidos deste período, que congregavam os homens bons, representavam a
mesma aristocracia agrária [repressiva, conservadora e preconceituosa] e pouco se
distinguiam. Um político da época disse que o partido que sobe entrega ao partido que desce o
programa da oposição e dele recebe o programa de governo.
A CARTEIRA DE MEU TIO
                    apontamentos políticos de um “homem bom”
                            a ética do “bom selvagem”
              caráter conservador                               nostalgia da [velha] ordem

pensamento da classe média estabilizada do séc. XIX    mudanças políticas e urbanização ameaçam a moral

  homem comum, o homem bom, o bom católico             molda-se uma nova sociedade a partir de um modelo

essa é, segundo a crítica, a ética do “bom selvagem”       função moralizante do romance romântico
A CARTEIRA DE MEU TIO
                                     aspectos técnicos
                          analisando a narrativa
                                 romance de costumes
                               sátira à política do início do II Império

                                  narrativa de viagem
         o narrador-protagonista anota num caderno [carteira] suas impressões de viagem

                                  crônica de costumes
ao invés de ação, o que encontramos são impressões, digressões e opiniões; parte de eventos do real

                                   narrativa alegórica
o fato de as personagens não terem nome dá a elas um caráter coletivo [representa um grupo social]
A CARTEIRA DE MEU TIO
                                    aspectos técnicos
                               intertextualidades
                                          prólogo

             atribuído ao narrador, funciona como síntese de sua ideologia cínica:
Eu digo as coisas como elas são: há só uma verdade neste mundo, é o EU; isto de
pátria, filantropia, honra, dedicação, lealdade, tudo é peta, tudo é história, ficção,
parvoíce; ou (para me exprimir no dialeto dos grandes homens) tudo é poesia.
                         referências irônicas ao poeta e à poesia

  o pragmatismo pequeno-burguês e a mediocridade política são incompatíveis com a poesia;
                                          epígrafe

  as epígrafes que aparecem antes de cada um dos 4 capítulos resumem o enredo a ser visto;
                                          alusões

 referências aos escritores: Tasso, Cervantes, Gonzaga, Gonçalves Dias, Garret, Dumas e outros.
                            retomada das novelas de cavalaria

o sobrinho é um anti-quixote; as epígrafes antes de cada capítulo tb são oriundas desse gênero
A CARTEIRA DE MEU TIO
                                         enredo, capítulo 01
o sobrinho estudou em Paris às expensas do tio nunca frequentou uma biblioteca e decidiu ser político;
o tio estabelece uma condição: o sobrinho deveria viajar pelo país para conhecer os problemas nacionais

 a viagem seria feita num cavalo ruço, lento e em companhia de uma defunta [a Constituição de 1824];
 leva, tb, alguns livrinhos, as leis do Império, ridicularizadas durante a viagem; logo no início da viagem,

depara-se com estradas esburacadas e lamacentas; pensa que o presidente da província desconhece tais
condições; depois de ficar preso num atoleiro, outra personagem entra em cena; trata-se do Compadre

Paciência, amigo do tio do narrador, que ajuda o protagonista, indicando-lhe um atalho; conforme visto
 anteriormente, esta personagem se opõe ao narrador-protagonista; conversam sobre política e o novo

 personagem critica as assembleias provinciais, cujas leis não eram cumpridas; o sobrinho acredita que
       o compadre era republicano; criticam os partidos políticos da época [Luzias e Saquaremas]
A CARTEIRA DE MEU TIO
                                       enredo, capítulo 02
depois de sair do atoleiro e falar sobre atalho, desvio e estrada real, o locutor chega à casa de colonos
que estava pegando fogo; o responsável pela ação foi o próprio dono da fazenda; fizera aquilo porque

  o morador não votara na chapa do governo; depois, na casa de um inspetor de quarteirão, a dupla
  encontra uma criança que lê um trecho da Constituição que fala que a casa é um asilo inviolável.
o Compadre Paciência expõe uma alegoria acerca da política: vários porcos disputam o mesmo cocho

Quero dizer, repito, que a razão da gritaria e do espalhafato que fazem esses e outros que
tais glutões políticos, está em ser o cocho pequeno, e não poderem todos comer ao mesmo
tempo dentro dele. Em uma palavra, compadre, quero dizer que há entre nós uma certa
qualidade de gente para quem a política é o milho, a pátria é o milho, o futuro e a glória é o
milho; e está acabada da história.

        cocho                                         Assembléia ou Câmara

       políticos                                              porcos

        milho                                                 verbas
MORAL: há pessoas que não veem a política como a busca do bem comum, mas como meio de vida
A CARTEIRA DE MEU TIO
                                        enredo, capítulo 03
valendo-se da ironia, o narrador diz ser a constituição um poema em oito cantos, com cento e sessenta
   e nove estrofes de metrificação variada que serve para entretenimento nas horas vagas; falam da

Política de Conciliação – vista como inútil; o único objetivo dos políticos era encher a barriga; e por falar
    em encher a barriga, a dupla chega à estalagem do Sr. Constante [alegoria, governista ferrenho];

  o sobrinho finge ser oposicionista; o estalajadeiro enrola-o e, quando traz a comida, ela é intragável;
 faz-se então a conciliação – o narrador se diz governista e é bem atendido e bem alimentado; devido
    ao fato de haver comido muito, o protagonista tem um pesadelo; trata-se de mais uma alegoria:
A CARTEIRA DE MEU TIO
                                    enredo, capítulo 03
                               alegoria da progresso material

Pareceu-me que me achava em um lugar tão alto, que me considerei transportado ao
mundo da Lua, ou pelo menos encarapitado em cima da pedra do Corcovado; era enfim
um lugar muito alto, como a presunção e a vaidade daqueles que sendo há poucos anos
muito pouca coisa, transformaram-se em grandes coisas, por graça da Constituição, de
quem juram agora fazer a desgraça [...] e por diante de meus olhos foi passando
vagarosamente um vasto e rico império, como a esfera terrestre rodando ao olhar de um
estudante de geografia. Que império era esse? [...] Parecia-se com o Império do Brasil. [...]
Vi a impudência em pé, o servilismo de cócoras, o mérito atirado nos cantos. Vi a
imoralidade política vestida de casaca e a honra coberta de farrapos. Vi a corrupção armada
de uma espada de ouro espatifando grandes bandeiras, [...] vi o predomínio do
individualismo substituindo a luta dos princípios, e o poder das ideias. [...]
       Engodo                                 defensor do progresso material

garotas provocadoras [levam bandeiras] Estradas de Ferro, Navegação a Vapor, Cia. de Iluminação
 outras personagens          Agiotagem, Hipocrisia, Imoralidade, Traição, Escândalo, Covardia
    para Paciência, o progresso material deveria vir acompanhado de progresso moral e político
A CARTEIRA DE MEU TIO
                                        enredo, capítulo 04
   no início da madrugada, os protagonistas discutem política; falam da necessidade de acordar cedo;
    Paciëncia diz: quem mais cedo anda, depressa chega; o sobrinho, para contestar, cita Tiradentes:

  apressou-se em libertar a pátria e morreu enforcado; antes de partirem, ouvem o estalajadeiro fazer
um discurso em defesa do progresso material; o protagonista conta seu sonho a Paciência, este afirmar

   ser aquela visão um quadro fiel da realidade; defende, ainda, o progresso moral; para provar que o
governo só age quando lhe convém, cita a proibição ao tráfico escravo; o sobrinho defende o nepotismo
  e o despotismo da polícia; chegam a outra cidadezinha, param numa estalagem e ficam sabendo que

haverá um júri naquele dia; os viajantes visitam a cadeia, onde cada preso respirava por sua vez a porção
de ar j[a respirado mil vezes por todos os outros; Paciência faz um discurso contra a imunda carceragem

 q, segundo ele, estraga o homem, o protagonista tropeça nas leis atiradas no chão da cadeia; lê, então,
 as cadeias serão seguras, limpas e bem arejadas [dá-lhe verossimilhança!!!]; Paciëncia defende o júri

   e deseja assistir à disputa; o sobrinho diz ser o júri uma lei estúpida; diz, ainda, que o bom senso é
  raro e relativo; começa o julgamento; segundo o locutor, cada um dos presentes estava preocupado

com questões pessoais: o juiz querendo fumar, o promotor desenhava ou escrevia versos, todos estavam
A CARTEIRA DE MEU TIO
                                      enredo, capítulo 04
 descontentes; eis que o escrivão toma a palavra e xinga o júri; Paciëncia desanca-o, afirmando ser tal
   instituição uma das mais sagradas do país; o culpado da impunidade não era o júri, era o governo:

A causa da impunidade é a mania de fazer deputados e senadores que têm o governo: olhe,
meu caro escrivão, se quer que eu lhe conceda que o júri é mau; há de me conceder
primeiro que o nosso governo é péssimo.
 ante isso, o escrivão brada morra o júri e esmurra o Compadre Paciência; os dois se atracam; aparece
o subdelegado e prende o Compadre Paciência, que é escarnecido pelo escrivão ao ser preso; o narrador
        nada faz para defender o companheiro de viagem, pois acha que o castigo foi merecido:

Os tais senhores liberais e preconizadores do progresso são verdadeiros condutores da
peste, e devem por isso mesmo ser recolhidos à cadeia, espécie de lazaretos muito
convenientes para se guardarem em quarentena os patriotas.
o conservador protagonista que terá de dar soltura ao seu vetusto companheiro antes de seguir viagem
faz ainda um último comentário: além dos poderes instituídos, o Império possui mais três: o Patronato,
                                          o Fisco e a Polícia.
A CARTEIRA DE MEU TIO
                                    aspectos técnicos
                                       narrador
                   narrador-protagonista, de primeira pessoa, não-confiável

                                     personagens
  planas, previsíveis e caricaturais, como se pode constatar pela apresentação do estalajadeiro

Era um marquinha-de-judas, de pés pequenos, enorme barriga saliente, cabeça enterrada
entre os ombros, cara chata e vermelha, boca rasgada e sempre a rir, bochechudo, olhos
vesgos, nariz piramidal, tendo o ápice da pirâmide coroado por um volumoso calombo cor
de camarão torrado: testa de menos de polegada, e abundante cabeladura muito
desprezada.

                                         tempo
início da segunda metade do século XIX, tempo do Gabinete de Conciliação do Marquês do Paraná

                                         espaço
                  interior do país, nas proximidades da capital do Império [RJ]
A CARTEIRA DE MEU TIO
                                     aspectos técnicos
                                     a linguagem
                       diálogos pontuados pela ironia e pelo sarcasmo

– O que queres ser então?
– Político, meu tio.
Com efeito, do mesmo modo que sucede a todos os vadios de certa classe, a primeira ideia
que me sorria, tinha sido a política!
– Mas olha que a política não é meio de vida – observou o velho.
– Engano, meu tio! A pátria deve pagar bem a quem quer fazer o enorme sacrifício de viver
à custa dela.
                          linguagem coloquial, adágios e provérbios

     ficar de orelha em pé                rua da amargura                 dente de coelho

     dizer cobras e lagartos        andar de Herodes para Pilatos       lá nas botas de Judas

  chorar pelas cebolas do Egito              dar cavaco                   tempo do onça
A CARTEIRA DE MEU TIO
                                        aspectos técnicos
                                        a linguagem
                                             alegorias

                                          alegoria dos porcos

                                    alegoria do progresso material

                                       alegoria do acordar cedo

                                         metalinguagem

Vou descrever este importante animal, mas, bem entendido, há de ser em prosa,
primeiramente, porque abomino a poesia, e dou ao diabo os poetas; e em segundo lugar,
porque, a despeito de todo o meu desmarcado gênio, este miserável cavalo não seria capaz
de me inspirar mesmo um verso de pé quebrado!
                                              símiles

a Constituição é comparada a uma defunta e a sorvete      suas montarias são dois animais conservadores

                                            trocadilhos

         Descartes descartou-se com asseverar que a alma estava encarapitada na glândula pineal.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Tipos de texto caracteristicas
Tipos de texto   caracteristicasTipos de texto   caracteristicas
Tipos de texto caracteristicasRebeca Kaus
 
6 ANO_2_CADEIAALIMENTAR.pptx
6 ANO_2_CADEIAALIMENTAR.pptx6 ANO_2_CADEIAALIMENTAR.pptx
6 ANO_2_CADEIAALIMENTAR.pptxJulianaSala3
 
Formação do imperativo
Formação do imperativoFormação do imperativo
Formação do imperativoTainá Alves
 
Flor – Morfologia E Anatomia
Flor – Morfologia E AnatomiaFlor – Morfologia E Anatomia
Flor – Morfologia E Anatomiaprofatatiana
 
Pronomes demonstrativos - este, esse e aquele
Pronomes demonstrativos - este, esse e aquelePronomes demonstrativos - este, esse e aquele
Pronomes demonstrativos - este, esse e aquelePedro Valadares
 
E book - gêneros textuais - com-pub
E book - gêneros textuais - com-pubE book - gêneros textuais - com-pub
E book - gêneros textuais - com-pubHilsa Mota
 
Introdução à literatura
Introdução à literaturaIntrodução à literatura
Introdução à literaturaSeduc/AM
 
Relacao inseto-planta.pdf
Relacao inseto-planta.pdfRelacao inseto-planta.pdf
Relacao inseto-planta.pdfNdiaOliveira40
 
Gêneros Textuais - Fala e Escrita
Gêneros Textuais - Fala e EscritaGêneros Textuais - Fala e Escrita
Gêneros Textuais - Fala e EscritaIanka Targino
 
Flexão de Grau dos Adjetivos
Flexão de Grau dos AdjetivosFlexão de Grau dos Adjetivos
Flexão de Grau dos Adjetivosaninhalm
 
Planejamento de biologia 1º ano antonio carlos carneiro barroso
Planejamento de biologia 1º ano antonio carlos carneiro barrosoPlanejamento de biologia 1º ano antonio carlos carneiro barroso
Planejamento de biologia 1º ano antonio carlos carneiro barrosoAntonio Carneiro
 

Mais procurados (20)

Tipos de texto caracteristicas
Tipos de texto   caracteristicasTipos de texto   caracteristicas
Tipos de texto caracteristicas
 
Literatura 02-2ºb-textoteatral
Literatura 02-2ºb-textoteatralLiteratura 02-2ºb-textoteatral
Literatura 02-2ºb-textoteatral
 
Diagramas de hofler
Diagramas de hoflerDiagramas de hofler
Diagramas de hofler
 
6 ANO_2_CADEIAALIMENTAR.pptx
6 ANO_2_CADEIAALIMENTAR.pptx6 ANO_2_CADEIAALIMENTAR.pptx
6 ANO_2_CADEIAALIMENTAR.pptx
 
Formação do imperativo
Formação do imperativoFormação do imperativo
Formação do imperativo
 
Flor – Morfologia E Anatomia
Flor – Morfologia E AnatomiaFlor – Morfologia E Anatomia
Flor – Morfologia E Anatomia
 
Tecidos de condução
Tecidos de condução Tecidos de condução
Tecidos de condução
 
Artigo aula 8
Artigo   aula 8Artigo   aula 8
Artigo aula 8
 
Câmbio vascular
 Câmbio vascular  Câmbio vascular
Câmbio vascular
 
Sistema excretor - Animais invertebrados e vertebrados
Sistema excretor - Animais invertebrados e vertebradosSistema excretor - Animais invertebrados e vertebrados
Sistema excretor - Animais invertebrados e vertebrados
 
Pronomes demonstrativos - este, esse e aquele
Pronomes demonstrativos - este, esse e aquelePronomes demonstrativos - este, esse e aquele
Pronomes demonstrativos - este, esse e aquele
 
E book - gêneros textuais - com-pub
E book - gêneros textuais - com-pubE book - gêneros textuais - com-pub
E book - gêneros textuais - com-pub
 
Uma Visão Geral da Célula
Uma Visão Geral da CélulaUma Visão Geral da Célula
Uma Visão Geral da Célula
 
Gêneros textuais
Gêneros textuaisGêneros textuais
Gêneros textuais
 
Reino plantae
Reino plantaeReino plantae
Reino plantae
 
Introdução à literatura
Introdução à literaturaIntrodução à literatura
Introdução à literatura
 
Relacao inseto-planta.pdf
Relacao inseto-planta.pdfRelacao inseto-planta.pdf
Relacao inseto-planta.pdf
 
Gêneros Textuais - Fala e Escrita
Gêneros Textuais - Fala e EscritaGêneros Textuais - Fala e Escrita
Gêneros Textuais - Fala e Escrita
 
Flexão de Grau dos Adjetivos
Flexão de Grau dos AdjetivosFlexão de Grau dos Adjetivos
Flexão de Grau dos Adjetivos
 
Planejamento de biologia 1º ano antonio carlos carneiro barroso
Planejamento de biologia 1º ano antonio carlos carneiro barrosoPlanejamento de biologia 1º ano antonio carlos carneiro barroso
Planejamento de biologia 1º ano antonio carlos carneiro barroso
 

Destaque

τα χριστουγεννιατικα δεντρα των ταξεων 2015
τα χριστουγεννιατικα δεντρα των ταξεων 2015τα χριστουγεννιατικα δεντρα των ταξεων 2015
τα χριστουγεννιατικα δεντρα των ταξεων 2015Vivi Arv
 
Mi crecimiento con tit@
Mi crecimiento con tit@Mi crecimiento con tit@
Mi crecimiento con tit@gloemar2012
 
Infasta buisness proposal
Infasta buisness proposalInfasta buisness proposal
Infasta buisness proposalShiva Kumar
 
Yeni microsoft power point sunusu
Yeni microsoft power point sunusuYeni microsoft power point sunusu
Yeni microsoft power point sunusuglfdn_1987
 
Queres aprender a lingua telegu
Queres aprender a lingua teleguQueres aprender a lingua telegu
Queres aprender a lingua telegusatelite1
 
Ceramic tableware booth no. 10.4 f11f 2017 ambiente fair invitation happy go
Ceramic tableware booth no. 10.4 f11f 2017 ambiente fair invitation  happy goCeramic tableware booth no. 10.4 f11f 2017 ambiente fair invitation  happy go
Ceramic tableware booth no. 10.4 f11f 2017 ambiente fair invitation happy goHappy Go-Tina Shen
 
Un cuento en clase. misterio del chocolate en la nevera y otros cuentos
Un cuento en clase. misterio del chocolate en la nevera y otros cuentosUn cuento en clase. misterio del chocolate en la nevera y otros cuentos
Un cuento en clase. misterio del chocolate en la nevera y otros cuentospcromero
 
SETTLEMENT OF INDUSTRIAL CONFLICTS
SETTLEMENT OF INDUSTRIAL CONFLICTSSETTLEMENT OF INDUSTRIAL CONFLICTS
SETTLEMENT OF INDUSTRIAL CONFLICTSSreejith Sreenivasan
 
Andy Jassy Illuminates Amazon Web Services
Andy Jassy Illuminates Amazon Web ServicesAndy Jassy Illuminates Amazon Web Services
Andy Jassy Illuminates Amazon Web ServicesMichael Skok
 
Período Composto: coordenação e subordinação
Período Composto: coordenação e subordinaçãoPeríodo Composto: coordenação e subordinação
Período Composto: coordenação e subordinaçãoma.no.el.ne.ves
 
Portugues 5ª série vol 1
Portugues 5ª série vol 1Portugues 5ª série vol 1
Portugues 5ª série vol 1nicholasfavaro
 
811 Health Evluation Strategy
811 Health Evluation Strategy811 Health Evluation Strategy
811 Health Evluation StrategySteve Iduye
 

Destaque (12)

τα χριστουγεννιατικα δεντρα των ταξεων 2015
τα χριστουγεννιατικα δεντρα των ταξεων 2015τα χριστουγεννιατικα δεντρα των ταξεων 2015
τα χριστουγεννιατικα δεντρα των ταξεων 2015
 
Mi crecimiento con tit@
Mi crecimiento con tit@Mi crecimiento con tit@
Mi crecimiento con tit@
 
Infasta buisness proposal
Infasta buisness proposalInfasta buisness proposal
Infasta buisness proposal
 
Yeni microsoft power point sunusu
Yeni microsoft power point sunusuYeni microsoft power point sunusu
Yeni microsoft power point sunusu
 
Queres aprender a lingua telegu
Queres aprender a lingua teleguQueres aprender a lingua telegu
Queres aprender a lingua telegu
 
Ceramic tableware booth no. 10.4 f11f 2017 ambiente fair invitation happy go
Ceramic tableware booth no. 10.4 f11f 2017 ambiente fair invitation  happy goCeramic tableware booth no. 10.4 f11f 2017 ambiente fair invitation  happy go
Ceramic tableware booth no. 10.4 f11f 2017 ambiente fair invitation happy go
 
Un cuento en clase. misterio del chocolate en la nevera y otros cuentos
Un cuento en clase. misterio del chocolate en la nevera y otros cuentosUn cuento en clase. misterio del chocolate en la nevera y otros cuentos
Un cuento en clase. misterio del chocolate en la nevera y otros cuentos
 
SETTLEMENT OF INDUSTRIAL CONFLICTS
SETTLEMENT OF INDUSTRIAL CONFLICTSSETTLEMENT OF INDUSTRIAL CONFLICTS
SETTLEMENT OF INDUSTRIAL CONFLICTS
 
Andy Jassy Illuminates Amazon Web Services
Andy Jassy Illuminates Amazon Web ServicesAndy Jassy Illuminates Amazon Web Services
Andy Jassy Illuminates Amazon Web Services
 
Período Composto: coordenação e subordinação
Período Composto: coordenação e subordinaçãoPeríodo Composto: coordenação e subordinação
Período Composto: coordenação e subordinação
 
Portugues 5ª série vol 1
Portugues 5ª série vol 1Portugues 5ª série vol 1
Portugues 5ª série vol 1
 
811 Health Evluation Strategy
811 Health Evluation Strategy811 Health Evluation Strategy
811 Health Evluation Strategy
 

Semelhante a Análise de "A carteira de meu tio", de Joaquim Manuel de Macedo

Ficha de apoio_ queda_anjo
Ficha de apoio_ queda_anjoFicha de apoio_ queda_anjo
Ficha de apoio_ queda_anjoJoão Teixeira
 
Felizmente há luar
Felizmente há luarFelizmente há luar
Felizmente há luarAna Helena
 
A cartomante - conto de misterio.pptx
A cartomante - conto de misterio.pptxA cartomante - conto de misterio.pptx
A cartomante - conto de misterio.pptxProfGihAlves
 
Memórias de um sargento de milícias (Versão detalhada)
Memórias de um sargento de milícias (Versão detalhada)Memórias de um sargento de milícias (Versão detalhada)
Memórias de um sargento de milícias (Versão detalhada)Matheus Boniatti
 
[SLIDES] Aula 19 - Pré-modernismo.pptx
[SLIDES] Aula 19 - Pré-modernismo.pptx[SLIDES] Aula 19 - Pré-modernismo.pptx
[SLIDES] Aula 19 - Pré-modernismo.pptxGabrielLessa19
 
O retrato real da sociedade burguesa no século XIX pela percepção do Movimen...
O retrato real da sociedade burguesa  no século XIX pela percepção do Movimen...O retrato real da sociedade burguesa  no século XIX pela percepção do Movimen...
O retrato real da sociedade burguesa no século XIX pela percepção do Movimen...Doutora em Linguística Aplicada pela PUC-SP
 
Texto 1 amando fontes
Texto 1 amando fontesTexto 1 amando fontes
Texto 1 amando fontesjoseana1405
 
|Introdução ao PRE-MODERNISMO - apresentação
|Introdução ao PRE-MODERNISMO - apresentação|Introdução ao PRE-MODERNISMO - apresentação
|Introdução ao PRE-MODERNISMO - apresentaçãomorgananogueira2
 
Romantismo no Brasil - Prosa
Romantismo no Brasil - ProsaRomantismo no Brasil - Prosa
Romantismo no Brasil - ProsaCynthia Funchal
 
Contos completos de lima barret lima barreto
Contos completos de lima barret   lima barretoContos completos de lima barret   lima barreto
Contos completos de lima barret lima barretofernelio
 
Romantismo no brasil
Romantismo no brasilRomantismo no brasil
Romantismo no brasilMonica Burgos
 
A literatura brasileira de protesto destaque vidas secas, de graciliano ramos
A literatura brasileira de protesto destaque vidas secas, de graciliano ramosA literatura brasileira de protesto destaque vidas secas, de graciliano ramos
A literatura brasileira de protesto destaque vidas secas, de graciliano ramosMariaPiedadeSILVA
 
Resumo das escola literárias.
Resumo das escola literárias.Resumo das escola literárias.
Resumo das escola literárias.Ajudar Pessoas
 

Semelhante a Análise de "A carteira de meu tio", de Joaquim Manuel de Macedo (20)

Ficha de apoio_ queda_anjo
Ficha de apoio_ queda_anjoFicha de apoio_ queda_anjo
Ficha de apoio_ queda_anjo
 
A prosa modernista
A prosa modernista A prosa modernista
A prosa modernista
 
Gêneros literários
Gêneros literáriosGêneros literários
Gêneros literários
 
Felizmente há luar
Felizmente há luarFelizmente há luar
Felizmente há luar
 
A cartomante - conto de misterio.pptx
A cartomante - conto de misterio.pptxA cartomante - conto de misterio.pptx
A cartomante - conto de misterio.pptx
 
Romantismo
RomantismoRomantismo
Romantismo
 
Memórias de um sargento de milícias (Versão detalhada)
Memórias de um sargento de milícias (Versão detalhada)Memórias de um sargento de milícias (Versão detalhada)
Memórias de um sargento de milícias (Versão detalhada)
 
[SLIDES] Aula 19 - Pré-modernismo.pptx
[SLIDES] Aula 19 - Pré-modernismo.pptx[SLIDES] Aula 19 - Pré-modernismo.pptx
[SLIDES] Aula 19 - Pré-modernismo.pptx
 
O retrato real da sociedade burguesa no século XIX pela percepção do Movimen...
O retrato real da sociedade burguesa  no século XIX pela percepção do Movimen...O retrato real da sociedade burguesa  no século XIX pela percepção do Movimen...
O retrato real da sociedade burguesa no século XIX pela percepção do Movimen...
 
Pre modernismo
Pre modernismoPre modernismo
Pre modernismo
 
Texto 1 amando fontes
Texto 1 amando fontesTexto 1 amando fontes
Texto 1 amando fontes
 
|Introdução ao PRE-MODERNISMO - apresentação
|Introdução ao PRE-MODERNISMO - apresentação|Introdução ao PRE-MODERNISMO - apresentação
|Introdução ao PRE-MODERNISMO - apresentação
 
Lista romantismo
Lista romantismoLista romantismo
Lista romantismo
 
Pré-modernismo
Pré-modernismoPré-modernismo
Pré-modernismo
 
Realismo (3)
Realismo (3)Realismo (3)
Realismo (3)
 
Romantismo no Brasil - Prosa
Romantismo no Brasil - ProsaRomantismo no Brasil - Prosa
Romantismo no Brasil - Prosa
 
Contos completos de lima barret lima barreto
Contos completos de lima barret   lima barretoContos completos de lima barret   lima barreto
Contos completos de lima barret lima barreto
 
Romantismo no brasil
Romantismo no brasilRomantismo no brasil
Romantismo no brasil
 
A literatura brasileira de protesto destaque vidas secas, de graciliano ramos
A literatura brasileira de protesto destaque vidas secas, de graciliano ramosA literatura brasileira de protesto destaque vidas secas, de graciliano ramos
A literatura brasileira de protesto destaque vidas secas, de graciliano ramos
 
Resumo das escola literárias.
Resumo das escola literárias.Resumo das escola literárias.
Resumo das escola literárias.
 

Mais de ma.no.el.ne.ves

Segunda aplicação do ENEM-2019: Literatura
Segunda aplicação do ENEM-2019: LiteraturaSegunda aplicação do ENEM-2019: Literatura
Segunda aplicação do ENEM-2019: Literaturama.no.el.ne.ves
 
Segunda aplicação do ENEM-2019: Internet e tecnologias
Segunda aplicação do ENEM-2019: Internet e tecnologiasSegunda aplicação do ENEM-2019: Internet e tecnologias
Segunda aplicação do ENEM-2019: Internet e tecnologiasma.no.el.ne.ves
 
Segunda aplicação do ENEM-2019: Identidades brasileiras
Segunda aplicação do ENEM-2019: Identidades brasileirasSegunda aplicação do ENEM-2019: Identidades brasileiras
Segunda aplicação do ENEM-2019: Identidades brasileirasma.no.el.ne.ves
 
Segunda aplicação do ENEM-2019: Educação Física
Segunda aplicação do ENEM-2019: Educação FísicaSegunda aplicação do ENEM-2019: Educação Física
Segunda aplicação do ENEM-2019: Educação Físicama.no.el.ne.ves
 
Segunda aplicação do ENEM-2019: Compreensão textual
Segunda aplicação do ENEM-2019: Compreensão textualSegunda aplicação do ENEM-2019: Compreensão textual
Segunda aplicação do ENEM-2019: Compreensão textualma.no.el.ne.ves
 
Segunda aplicação do ENEM-2019: Aspectos gramaticais
Segunda aplicação do ENEM-2019: Aspectos gramaticaisSegunda aplicação do ENEM-2019: Aspectos gramaticais
Segunda aplicação do ENEM-2019: Aspectos gramaticaisma.no.el.ne.ves
 
Segunda aplicação do ENEM-2019: Artes
Segunda aplicação do ENEM-2019: ArtesSegunda aplicação do ENEM-2019: Artes
Segunda aplicação do ENEM-2019: Artesma.no.el.ne.ves
 
ENEM-2019: Internet e Tecnologias
ENEM-2019: Internet e TecnologiasENEM-2019: Internet e Tecnologias
ENEM-2019: Internet e Tecnologiasma.no.el.ne.ves
 
ENEM-2019: Identidades brasileiras
ENEM-2019: Identidades brasileirasENEM-2019: Identidades brasileiras
ENEM-2019: Identidades brasileirasma.no.el.ne.ves
 
ENEM-2019: Aspectos Gramaticais
ENEM-2019: Aspectos GramaticaisENEM-2019: Aspectos Gramaticais
ENEM-2019: Aspectos Gramaticaisma.no.el.ne.ves
 
ENEM-2019: Educação Física
ENEM-2019: Educação FísicaENEM-2019: Educação Física
ENEM-2019: Educação Físicama.no.el.ne.ves
 
ENEM-2019: Compreensão Textual
ENEM-2019: Compreensão TextualENEM-2019: Compreensão Textual
ENEM-2019: Compreensão Textualma.no.el.ne.ves
 
Terceira aplicação do ENEM-2017: Tecnologias e Internet
Terceira aplicação do ENEM-2017: Tecnologias e InternetTerceira aplicação do ENEM-2017: Tecnologias e Internet
Terceira aplicação do ENEM-2017: Tecnologias e Internetma.no.el.ne.ves
 
Terceira aplicação do ENEM-2017: Literatura
Terceira aplicação do ENEM-2017: LiteraturaTerceira aplicação do ENEM-2017: Literatura
Terceira aplicação do ENEM-2017: Literaturama.no.el.ne.ves
 
Terceira aplicação do ENEM-2017: Educação Física
Terceira aplicação do ENEM-2017: Educação FísicaTerceira aplicação do ENEM-2017: Educação Física
Terceira aplicação do ENEM-2017: Educação Físicama.no.el.ne.ves
 
Terceira aplicação do ENEM-2017: Compreensão Textual
Terceira aplicação do ENEM-2017: Compreensão TextualTerceira aplicação do ENEM-2017: Compreensão Textual
Terceira aplicação do ENEM-2017: Compreensão Textualma.no.el.ne.ves
 
Terceira aplicação do ENEM-2017: Artes
Terceira aplicação do ENEM-2017: ArtesTerceira aplicação do ENEM-2017: Artes
Terceira aplicação do ENEM-2017: Artesma.no.el.ne.ves
 
Análise da Prova de Redação da UERJ-2010
Análise da Prova de Redação da UERJ-2010Análise da Prova de Redação da UERJ-2010
Análise da Prova de Redação da UERJ-2010ma.no.el.ne.ves
 

Mais de ma.no.el.ne.ves (20)

Segunda aplicação do ENEM-2019: Literatura
Segunda aplicação do ENEM-2019: LiteraturaSegunda aplicação do ENEM-2019: Literatura
Segunda aplicação do ENEM-2019: Literatura
 
Segunda aplicação do ENEM-2019: Internet e tecnologias
Segunda aplicação do ENEM-2019: Internet e tecnologiasSegunda aplicação do ENEM-2019: Internet e tecnologias
Segunda aplicação do ENEM-2019: Internet e tecnologias
 
Segunda aplicação do ENEM-2019: Identidades brasileiras
Segunda aplicação do ENEM-2019: Identidades brasileirasSegunda aplicação do ENEM-2019: Identidades brasileiras
Segunda aplicação do ENEM-2019: Identidades brasileiras
 
Segunda aplicação do ENEM-2019: Educação Física
Segunda aplicação do ENEM-2019: Educação FísicaSegunda aplicação do ENEM-2019: Educação Física
Segunda aplicação do ENEM-2019: Educação Física
 
Segunda aplicação do ENEM-2019: Compreensão textual
Segunda aplicação do ENEM-2019: Compreensão textualSegunda aplicação do ENEM-2019: Compreensão textual
Segunda aplicação do ENEM-2019: Compreensão textual
 
Segunda aplicação do ENEM-2019: Aspectos gramaticais
Segunda aplicação do ENEM-2019: Aspectos gramaticaisSegunda aplicação do ENEM-2019: Aspectos gramaticais
Segunda aplicação do ENEM-2019: Aspectos gramaticais
 
Segunda aplicação do ENEM-2019: Artes
Segunda aplicação do ENEM-2019: ArtesSegunda aplicação do ENEM-2019: Artes
Segunda aplicação do ENEM-2019: Artes
 
ENEM-2019: Literatura
ENEM-2019: LiteraturaENEM-2019: Literatura
ENEM-2019: Literatura
 
ENEM-2019: Internet e Tecnologias
ENEM-2019: Internet e TecnologiasENEM-2019: Internet e Tecnologias
ENEM-2019: Internet e Tecnologias
 
ENEM-2019: Identidades brasileiras
ENEM-2019: Identidades brasileirasENEM-2019: Identidades brasileiras
ENEM-2019: Identidades brasileiras
 
ENEM-2019: Aspectos Gramaticais
ENEM-2019: Aspectos GramaticaisENEM-2019: Aspectos Gramaticais
ENEM-2019: Aspectos Gramaticais
 
ENEM-2019: Educação Física
ENEM-2019: Educação FísicaENEM-2019: Educação Física
ENEM-2019: Educação Física
 
ENEM-2019: Compreensão Textual
ENEM-2019: Compreensão TextualENEM-2019: Compreensão Textual
ENEM-2019: Compreensão Textual
 
ENEM-2019: Artes
ENEM-2019: ArtesENEM-2019: Artes
ENEM-2019: Artes
 
Terceira aplicação do ENEM-2017: Tecnologias e Internet
Terceira aplicação do ENEM-2017: Tecnologias e InternetTerceira aplicação do ENEM-2017: Tecnologias e Internet
Terceira aplicação do ENEM-2017: Tecnologias e Internet
 
Terceira aplicação do ENEM-2017: Literatura
Terceira aplicação do ENEM-2017: LiteraturaTerceira aplicação do ENEM-2017: Literatura
Terceira aplicação do ENEM-2017: Literatura
 
Terceira aplicação do ENEM-2017: Educação Física
Terceira aplicação do ENEM-2017: Educação FísicaTerceira aplicação do ENEM-2017: Educação Física
Terceira aplicação do ENEM-2017: Educação Física
 
Terceira aplicação do ENEM-2017: Compreensão Textual
Terceira aplicação do ENEM-2017: Compreensão TextualTerceira aplicação do ENEM-2017: Compreensão Textual
Terceira aplicação do ENEM-2017: Compreensão Textual
 
Terceira aplicação do ENEM-2017: Artes
Terceira aplicação do ENEM-2017: ArtesTerceira aplicação do ENEM-2017: Artes
Terceira aplicação do ENEM-2017: Artes
 
Análise da Prova de Redação da UERJ-2010
Análise da Prova de Redação da UERJ-2010Análise da Prova de Redação da UERJ-2010
Análise da Prova de Redação da UERJ-2010
 

Último

Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaronaldojacademico
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfAlissonMiranda22
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfjanainadfsilva
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.Vitor Mineiro
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptxMarlene Cunhada
 

Último (20)

Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
 

Análise de "A carteira de meu tio", de Joaquim Manuel de Macedo

  • 1. A carteira de meu tio, Joaquim Manuel de Macedo Manoel Neves
  • 2. MACEDO E O ROMANTISMO uma arte a serviço da burguesia romance urbano sentimental de costumes História de amor impossível Observação realista da vida social e política Narrativa tradicional Narrativa tradicional O par amoroso supera dificuldades Sátira às Instituições e aos Costumes A moreninha A carteira de meu tio O moço loiro Memórias de um sobrinho do meu tio As mulheres de mantilha A luneta mágica
  • 3. O ESTILO DE MACEDO simplicidade e engajamento humor; descrições minuciosas; enredos mirabolantes; caráter mais documental que ficcional.
  • 4. MACEDO & A CRÍTICA LITERÁRIA I “um admirável escritor superficial” 01. cronista demasiado ligado a seu tempo 02. não tem muita consciência do artesanato da escrita; 03. uso da linguagem coloquial e de trocadilhos; 04. filósofo do óbvio: aprofunda-se em conceitos moralizantes e alegorias. Os aspectos apontados acima, que conferem à escrita de Macedo um caráter despojado, simples e corrente, afastam-no da dita Literatura Oficial [canônica], mas, paradoxalmente, podem ser tomados como índices de modernidade, na medida em que, guardadas as devidas proporções, o Modernismo de 1922 tinha por objetivo justamente a construção de uma literatura simples, direta e coloquial.
  • 5. MACEDO & A CRÍTICA LITERÁRIA II três apontamentos de Antonio Candido A realidade, em Macedo, ocorre, mas tão-somente nos dados iniciais; seus sonhos são de rédea curta e a linguagem é familiar espraiada. Vale-se de uma via de comunicação fácil, isto é, “sua força não provém da singularidade do que exprimem, mas do fato de saberem fornecer ao leitor mais ou menos o que ele espera, ou é capaz de esperar. A visão da sociedade, nesse autor, era estreita e superficial, embora elementos do paternalismo escravocrata do Segundo Reinado, por alguns momentos, devam ter marcado a sua sensibilidade.
  • 6. A CARTEIRA DE MEU TIO literatura e sátira social romance urbano de costumes 1855 alegoria satírica dos costumes políticos brasileiros de meados do século XIX a alegoria Trata-se de uma narrativa cujo enredo funciona como uma metáfora, ou seja, nela temos distintos dois planos de significação: o primeiro, que resulta da significação dos elementos formais da história que lemos, e o segundo, que é formado a partir da leitura que se pode fazer dos significados construídos pelos campos semânticos articulados pelo primeiro nível de significação. um exemplo tio aristocracia agrária sobrinho classe política [inescrupuloso, defende apadrinhamento e falcatrua] Compadre Paciência elemento popular dotado de alguma consciência
  • 7. FICÇÃO, HISTÓRIA & POLÍTICA em “A carteira de meu tio” 1824 1853 a I Constituição do Império é outorgada primeiro gabinete de Conciliação do Império Dom Pedro I Marquês do Paraná texto de caráter ambivalente uma mesma elite agrária se articula em dois partidos TRAÇO AUTORITÁRIO: concentra poder na mão do Imperador CONSERVADOR: Saquaremas TRAÇO LIBERAL: liberdade de imprensa e de culto LIBERAL: Luzias política e literatura Os dois partidos deste período, que congregavam os homens bons, representavam a mesma aristocracia agrária [repressiva, conservadora e preconceituosa] e pouco se distinguiam. Um político da época disse que o partido que sobe entrega ao partido que desce o programa da oposição e dele recebe o programa de governo.
  • 8. A CARTEIRA DE MEU TIO apontamentos políticos de um “homem bom” a ética do “bom selvagem” caráter conservador nostalgia da [velha] ordem pensamento da classe média estabilizada do séc. XIX mudanças políticas e urbanização ameaçam a moral homem comum, o homem bom, o bom católico molda-se uma nova sociedade a partir de um modelo essa é, segundo a crítica, a ética do “bom selvagem” função moralizante do romance romântico
  • 9. A CARTEIRA DE MEU TIO aspectos técnicos analisando a narrativa romance de costumes sátira à política do início do II Império narrativa de viagem o narrador-protagonista anota num caderno [carteira] suas impressões de viagem crônica de costumes ao invés de ação, o que encontramos são impressões, digressões e opiniões; parte de eventos do real narrativa alegórica o fato de as personagens não terem nome dá a elas um caráter coletivo [representa um grupo social]
  • 10. A CARTEIRA DE MEU TIO aspectos técnicos intertextualidades prólogo atribuído ao narrador, funciona como síntese de sua ideologia cínica: Eu digo as coisas como elas são: há só uma verdade neste mundo, é o EU; isto de pátria, filantropia, honra, dedicação, lealdade, tudo é peta, tudo é história, ficção, parvoíce; ou (para me exprimir no dialeto dos grandes homens) tudo é poesia. referências irônicas ao poeta e à poesia o pragmatismo pequeno-burguês e a mediocridade política são incompatíveis com a poesia; epígrafe as epígrafes que aparecem antes de cada um dos 4 capítulos resumem o enredo a ser visto; alusões referências aos escritores: Tasso, Cervantes, Gonzaga, Gonçalves Dias, Garret, Dumas e outros. retomada das novelas de cavalaria o sobrinho é um anti-quixote; as epígrafes antes de cada capítulo tb são oriundas desse gênero
  • 11. A CARTEIRA DE MEU TIO enredo, capítulo 01 o sobrinho estudou em Paris às expensas do tio nunca frequentou uma biblioteca e decidiu ser político; o tio estabelece uma condição: o sobrinho deveria viajar pelo país para conhecer os problemas nacionais a viagem seria feita num cavalo ruço, lento e em companhia de uma defunta [a Constituição de 1824]; leva, tb, alguns livrinhos, as leis do Império, ridicularizadas durante a viagem; logo no início da viagem, depara-se com estradas esburacadas e lamacentas; pensa que o presidente da província desconhece tais condições; depois de ficar preso num atoleiro, outra personagem entra em cena; trata-se do Compadre Paciência, amigo do tio do narrador, que ajuda o protagonista, indicando-lhe um atalho; conforme visto anteriormente, esta personagem se opõe ao narrador-protagonista; conversam sobre política e o novo personagem critica as assembleias provinciais, cujas leis não eram cumpridas; o sobrinho acredita que o compadre era republicano; criticam os partidos políticos da época [Luzias e Saquaremas]
  • 12. A CARTEIRA DE MEU TIO enredo, capítulo 02 depois de sair do atoleiro e falar sobre atalho, desvio e estrada real, o locutor chega à casa de colonos que estava pegando fogo; o responsável pela ação foi o próprio dono da fazenda; fizera aquilo porque o morador não votara na chapa do governo; depois, na casa de um inspetor de quarteirão, a dupla encontra uma criança que lê um trecho da Constituição que fala que a casa é um asilo inviolável. o Compadre Paciência expõe uma alegoria acerca da política: vários porcos disputam o mesmo cocho Quero dizer, repito, que a razão da gritaria e do espalhafato que fazem esses e outros que tais glutões políticos, está em ser o cocho pequeno, e não poderem todos comer ao mesmo tempo dentro dele. Em uma palavra, compadre, quero dizer que há entre nós uma certa qualidade de gente para quem a política é o milho, a pátria é o milho, o futuro e a glória é o milho; e está acabada da história. cocho Assembléia ou Câmara políticos porcos milho verbas MORAL: há pessoas que não veem a política como a busca do bem comum, mas como meio de vida
  • 13. A CARTEIRA DE MEU TIO enredo, capítulo 03 valendo-se da ironia, o narrador diz ser a constituição um poema em oito cantos, com cento e sessenta e nove estrofes de metrificação variada que serve para entretenimento nas horas vagas; falam da Política de Conciliação – vista como inútil; o único objetivo dos políticos era encher a barriga; e por falar em encher a barriga, a dupla chega à estalagem do Sr. Constante [alegoria, governista ferrenho]; o sobrinho finge ser oposicionista; o estalajadeiro enrola-o e, quando traz a comida, ela é intragável; faz-se então a conciliação – o narrador se diz governista e é bem atendido e bem alimentado; devido ao fato de haver comido muito, o protagonista tem um pesadelo; trata-se de mais uma alegoria:
  • 14. A CARTEIRA DE MEU TIO enredo, capítulo 03 alegoria da progresso material Pareceu-me que me achava em um lugar tão alto, que me considerei transportado ao mundo da Lua, ou pelo menos encarapitado em cima da pedra do Corcovado; era enfim um lugar muito alto, como a presunção e a vaidade daqueles que sendo há poucos anos muito pouca coisa, transformaram-se em grandes coisas, por graça da Constituição, de quem juram agora fazer a desgraça [...] e por diante de meus olhos foi passando vagarosamente um vasto e rico império, como a esfera terrestre rodando ao olhar de um estudante de geografia. Que império era esse? [...] Parecia-se com o Império do Brasil. [...] Vi a impudência em pé, o servilismo de cócoras, o mérito atirado nos cantos. Vi a imoralidade política vestida de casaca e a honra coberta de farrapos. Vi a corrupção armada de uma espada de ouro espatifando grandes bandeiras, [...] vi o predomínio do individualismo substituindo a luta dos princípios, e o poder das ideias. [...] Engodo defensor do progresso material garotas provocadoras [levam bandeiras] Estradas de Ferro, Navegação a Vapor, Cia. de Iluminação outras personagens Agiotagem, Hipocrisia, Imoralidade, Traição, Escândalo, Covardia para Paciência, o progresso material deveria vir acompanhado de progresso moral e político
  • 15. A CARTEIRA DE MEU TIO enredo, capítulo 04 no início da madrugada, os protagonistas discutem política; falam da necessidade de acordar cedo; Paciëncia diz: quem mais cedo anda, depressa chega; o sobrinho, para contestar, cita Tiradentes: apressou-se em libertar a pátria e morreu enforcado; antes de partirem, ouvem o estalajadeiro fazer um discurso em defesa do progresso material; o protagonista conta seu sonho a Paciência, este afirmar ser aquela visão um quadro fiel da realidade; defende, ainda, o progresso moral; para provar que o governo só age quando lhe convém, cita a proibição ao tráfico escravo; o sobrinho defende o nepotismo e o despotismo da polícia; chegam a outra cidadezinha, param numa estalagem e ficam sabendo que haverá um júri naquele dia; os viajantes visitam a cadeia, onde cada preso respirava por sua vez a porção de ar j[a respirado mil vezes por todos os outros; Paciência faz um discurso contra a imunda carceragem q, segundo ele, estraga o homem, o protagonista tropeça nas leis atiradas no chão da cadeia; lê, então, as cadeias serão seguras, limpas e bem arejadas [dá-lhe verossimilhança!!!]; Paciëncia defende o júri e deseja assistir à disputa; o sobrinho diz ser o júri uma lei estúpida; diz, ainda, que o bom senso é raro e relativo; começa o julgamento; segundo o locutor, cada um dos presentes estava preocupado com questões pessoais: o juiz querendo fumar, o promotor desenhava ou escrevia versos, todos estavam
  • 16. A CARTEIRA DE MEU TIO enredo, capítulo 04 descontentes; eis que o escrivão toma a palavra e xinga o júri; Paciëncia desanca-o, afirmando ser tal instituição uma das mais sagradas do país; o culpado da impunidade não era o júri, era o governo: A causa da impunidade é a mania de fazer deputados e senadores que têm o governo: olhe, meu caro escrivão, se quer que eu lhe conceda que o júri é mau; há de me conceder primeiro que o nosso governo é péssimo. ante isso, o escrivão brada morra o júri e esmurra o Compadre Paciência; os dois se atracam; aparece o subdelegado e prende o Compadre Paciência, que é escarnecido pelo escrivão ao ser preso; o narrador nada faz para defender o companheiro de viagem, pois acha que o castigo foi merecido: Os tais senhores liberais e preconizadores do progresso são verdadeiros condutores da peste, e devem por isso mesmo ser recolhidos à cadeia, espécie de lazaretos muito convenientes para se guardarem em quarentena os patriotas. o conservador protagonista que terá de dar soltura ao seu vetusto companheiro antes de seguir viagem faz ainda um último comentário: além dos poderes instituídos, o Império possui mais três: o Patronato, o Fisco e a Polícia.
  • 17. A CARTEIRA DE MEU TIO aspectos técnicos narrador narrador-protagonista, de primeira pessoa, não-confiável personagens planas, previsíveis e caricaturais, como se pode constatar pela apresentação do estalajadeiro Era um marquinha-de-judas, de pés pequenos, enorme barriga saliente, cabeça enterrada entre os ombros, cara chata e vermelha, boca rasgada e sempre a rir, bochechudo, olhos vesgos, nariz piramidal, tendo o ápice da pirâmide coroado por um volumoso calombo cor de camarão torrado: testa de menos de polegada, e abundante cabeladura muito desprezada. tempo início da segunda metade do século XIX, tempo do Gabinete de Conciliação do Marquês do Paraná espaço interior do país, nas proximidades da capital do Império [RJ]
  • 18. A CARTEIRA DE MEU TIO aspectos técnicos a linguagem diálogos pontuados pela ironia e pelo sarcasmo – O que queres ser então? – Político, meu tio. Com efeito, do mesmo modo que sucede a todos os vadios de certa classe, a primeira ideia que me sorria, tinha sido a política! – Mas olha que a política não é meio de vida – observou o velho. – Engano, meu tio! A pátria deve pagar bem a quem quer fazer o enorme sacrifício de viver à custa dela. linguagem coloquial, adágios e provérbios ficar de orelha em pé rua da amargura dente de coelho dizer cobras e lagartos andar de Herodes para Pilatos lá nas botas de Judas chorar pelas cebolas do Egito dar cavaco tempo do onça
  • 19. A CARTEIRA DE MEU TIO aspectos técnicos a linguagem alegorias alegoria dos porcos alegoria do progresso material alegoria do acordar cedo metalinguagem Vou descrever este importante animal, mas, bem entendido, há de ser em prosa, primeiramente, porque abomino a poesia, e dou ao diabo os poetas; e em segundo lugar, porque, a despeito de todo o meu desmarcado gênio, este miserável cavalo não seria capaz de me inspirar mesmo um verso de pé quebrado! símiles a Constituição é comparada a uma defunta e a sorvete suas montarias são dois animais conservadores trocadilhos Descartes descartou-se com asseverar que a alma estava encarapitada na glândula pineal.