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Motivação e aprendizagem em contexto
escolar)
ADILSON RODRIGUES
LUIZ HENRIQUE MAGNAVITA
Resumo
O presente artigo procura salientar a importância da motivação nos processos de aprendizagem e no
sucesso dos alunos em contexto escolar. O envolvimento dos alunos nas disciplinas curriculares
parece variar em função de diversos factores, individuais e de contexto, ligados à motivação. As
actuais teorias cognitivas da motivação consideram que algumas alternativas para conseguir o
envolvimento dos estudantes são representadas pela motivação intrínseca e pelas formas de
auto-regulação da motivação extrínseca. Esta reflexão pretende apontar algumas orientações para a
prática educativa.
Palavras-chave: Motivação; aprendizagem; contexto escolar
Introdução
A palavra “motivação” é, actualmente, uma das mais usadas pelos professores e outros responsáveis
pela educação, em particular a educação formal, para justificar quer o insucesso quer o sucesso dos
alunos, em particular no ensino e na aprendizagem da ciência escolar. Muitos professores colocam a
alegada “falta de motivação” dos alunos como primeiro obstáculo à compreensão e aprendizagem dos
conteúdos escolares. Curiosamente, grande parte das dificuldades do professor tem também origem
na sua motivação para o desenvolvimento de um sólido conhecimento profissional, susceptível de o
ajudar na difícil tarefa de diagnosticar os interesses e necessidades dos alunos e de ter em conta as
diferenças individuais e outros problemas e condicionantes de aprendizagem (Campos, 1986).
Muitos modelos tradicionais de aprendizagem das ciências, como os emergentes das perspectivas de
autores como Ausubel, Piaget ou Driver, atribuíam as dificuldades dos alunos sobretudo a
características estruturais e funcionais a eles intrínsecas, dominantemente cognitivas.
Motivação extrínseca e motivação intrínseca
Na motivação extrínseca, o controlo da conduta é decisivamente influenciado pelo meio exterior, não
sendo os factores motivacionais inerentes nem ao sujeito nem à tarefa, mas simplesmente o resultado
da interacção entre ambos. Na motivação intrínseca, ao contrário, o controlo da conduta depende
sobretudo do sujeito em si, dos seus próprios interesses e disposições.
A motivação extrínseca está assim relacionada, tal como reforça Tapia (1997), com metas externas, ou
seja, com situações em que a conduta se produz com a finalidade de apenas se receber uma
recompensa ou se evitar qualquer punição ou castigo. Nessas situações, o sujeito preocupa-se
sobretudo com a sua imagem, com o seu “eu”. A motivação intrínseca corresponde, por seu turno, a
situações em que não há necessariamente recompensa deliberada, ou seja, relaciona-se com tarefas
que satisfazem por si só o sujeito; correspondem-lhe, por isso, metas internas. Vários autores
identificam as metas externas como metas de rendimento e as metas internas como metas de
aprendizagem (Arias, 2004).
Motivação na sala de aula
Quando os alunos têm como objectivo pessoal o domínio dos conteúdos, e não apenas a conclusão de
tarefas ou o conseguir nota suficiente, irão empenhar-se, investir tempo e energia psíquica em
determinadas actividades mentais. Esta postura activa do aluno deve ser reforçada pelo professor,
nomeadamente com o uso de estratégias cognitivas e metacognitivas, que incluem desde métodos
que levem à compreensão de um texto, como fazer resumos, esquemas ou levantar questões, até à
gestão do tempo disponível para o estudo (Boruchovitch, 1999; Pintrich, 2003).
A importância de fazer interagir as dimensões cognitiva e afectiva na aquisição de conhecimentos será
mais pertinente na modificação de atitudes e valores do que propriamente na obtenção de melhores
resultados. A modificação de atitudes e valores favorece, no entanto, por si só melhores
conhecimentos. A tomada de consciência da natureza do saber e do facto de cada um ter um potencial
para aprender que pode aumentar com o envolvimento da sua própria personalidade suscita nos
alunos a auto-confiança e a valorização de si próprios, necessárias a qualquer desenvolvimento e
aprendizagem. .
Referências bibliográficas
Arias, J. F. (2004). Perspectivas recientes en el estúdio de la motivación: la teoría de la orientación de meta. Revista Electrónica de
Investigación Psicoeducativa, 2 (1), 35-62.
Disponível em: http://www.investigacion-psicopedagogica.org
Boruchovitch, E. (1999). Estratégias de aprendizagem e desempenho escolar: Considerações para a prática educacional.
Psicologia: Reflexão e Crítica, 12 (2), 361- 367.
Boruchovitch, E. (2009). A motivação do aluno (4.ª ed.). Rio de Janeiro: Editora Vozes.
Bzuneck, J.A. (2001). O esforço nas aprendizagens escolares: mais do que um problema motivacional do aluno. Revista Educação
e Ensino – USF, 6, 7-18.
Campos, D. (1986). Psicologia da aprendizagem. Petrópilis
Cavenaghi, A. R. (2009). Uma perspectiva autodeterminada da motivação para aprender língua estrangeira no contexto escolar.
Ciências & Cognição, 14 (2), 248-261.
Disponível em: http://www.cienciasecogniçao.org
Fonte
http://www.cefopna.edu.pt/revista/revista_03/es_05_03_FR.htm

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Motivação e aprendizagem em contexto escolar

  • 1. Motivação e aprendizagem em contexto escolar) ADILSON RODRIGUES LUIZ HENRIQUE MAGNAVITA
  • 2. Resumo O presente artigo procura salientar a importância da motivação nos processos de aprendizagem e no sucesso dos alunos em contexto escolar. O envolvimento dos alunos nas disciplinas curriculares parece variar em função de diversos factores, individuais e de contexto, ligados à motivação. As actuais teorias cognitivas da motivação consideram que algumas alternativas para conseguir o envolvimento dos estudantes são representadas pela motivação intrínseca e pelas formas de auto-regulação da motivação extrínseca. Esta reflexão pretende apontar algumas orientações para a prática educativa. Palavras-chave: Motivação; aprendizagem; contexto escolar
  • 3. Introdução A palavra “motivação” é, actualmente, uma das mais usadas pelos professores e outros responsáveis pela educação, em particular a educação formal, para justificar quer o insucesso quer o sucesso dos alunos, em particular no ensino e na aprendizagem da ciência escolar. Muitos professores colocam a alegada “falta de motivação” dos alunos como primeiro obstáculo à compreensão e aprendizagem dos conteúdos escolares. Curiosamente, grande parte das dificuldades do professor tem também origem na sua motivação para o desenvolvimento de um sólido conhecimento profissional, susceptível de o ajudar na difícil tarefa de diagnosticar os interesses e necessidades dos alunos e de ter em conta as diferenças individuais e outros problemas e condicionantes de aprendizagem (Campos, 1986). Muitos modelos tradicionais de aprendizagem das ciências, como os emergentes das perspectivas de autores como Ausubel, Piaget ou Driver, atribuíam as dificuldades dos alunos sobretudo a características estruturais e funcionais a eles intrínsecas, dominantemente cognitivas.
  • 4. Motivação extrínseca e motivação intrínseca Na motivação extrínseca, o controlo da conduta é decisivamente influenciado pelo meio exterior, não sendo os factores motivacionais inerentes nem ao sujeito nem à tarefa, mas simplesmente o resultado da interacção entre ambos. Na motivação intrínseca, ao contrário, o controlo da conduta depende sobretudo do sujeito em si, dos seus próprios interesses e disposições. A motivação extrínseca está assim relacionada, tal como reforça Tapia (1997), com metas externas, ou seja, com situações em que a conduta se produz com a finalidade de apenas se receber uma recompensa ou se evitar qualquer punição ou castigo. Nessas situações, o sujeito preocupa-se sobretudo com a sua imagem, com o seu “eu”. A motivação intrínseca corresponde, por seu turno, a situações em que não há necessariamente recompensa deliberada, ou seja, relaciona-se com tarefas que satisfazem por si só o sujeito; correspondem-lhe, por isso, metas internas. Vários autores identificam as metas externas como metas de rendimento e as metas internas como metas de aprendizagem (Arias, 2004).
  • 5. Motivação na sala de aula Quando os alunos têm como objectivo pessoal o domínio dos conteúdos, e não apenas a conclusão de tarefas ou o conseguir nota suficiente, irão empenhar-se, investir tempo e energia psíquica em determinadas actividades mentais. Esta postura activa do aluno deve ser reforçada pelo professor, nomeadamente com o uso de estratégias cognitivas e metacognitivas, que incluem desde métodos que levem à compreensão de um texto, como fazer resumos, esquemas ou levantar questões, até à gestão do tempo disponível para o estudo (Boruchovitch, 1999; Pintrich, 2003). A importância de fazer interagir as dimensões cognitiva e afectiva na aquisição de conhecimentos será mais pertinente na modificação de atitudes e valores do que propriamente na obtenção de melhores resultados. A modificação de atitudes e valores favorece, no entanto, por si só melhores conhecimentos. A tomada de consciência da natureza do saber e do facto de cada um ter um potencial para aprender que pode aumentar com o envolvimento da sua própria personalidade suscita nos alunos a auto-confiança e a valorização de si próprios, necessárias a qualquer desenvolvimento e aprendizagem. .
  • 6. Referências bibliográficas Arias, J. F. (2004). Perspectivas recientes en el estúdio de la motivación: la teoría de la orientación de meta. Revista Electrónica de Investigación Psicoeducativa, 2 (1), 35-62. Disponível em: http://www.investigacion-psicopedagogica.org Boruchovitch, E. (1999). Estratégias de aprendizagem e desempenho escolar: Considerações para a prática educacional. Psicologia: Reflexão e Crítica, 12 (2), 361- 367. Boruchovitch, E. (2009). A motivação do aluno (4.ª ed.). Rio de Janeiro: Editora Vozes. Bzuneck, J.A. (2001). O esforço nas aprendizagens escolares: mais do que um problema motivacional do aluno. Revista Educação e Ensino – USF, 6, 7-18. Campos, D. (1986). Psicologia da aprendizagem. Petrópilis Cavenaghi, A. R. (2009). Uma perspectiva autodeterminada da motivação para aprender língua estrangeira no contexto escolar. Ciências & Cognição, 14 (2), 248-261. Disponível em: http://www.cienciasecogniçao.org