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Educação lança SOS Água para estimular ações ambientais
1. Diário Oficial Poder Executivo - Seção III – São Paulo, 126 (68) quarta-feira, 13 de abril de 2016IV – São Paulo, 126 (68)
Educação lança plataforma para
estimular ações ambientais
Meta do recurso pedagógico
digital SOS Água é o
consumo consciente;
trabalho faz sucesso em
algumas escolas, caso da
EE Professor Tochichico
Yochicava, em Suzano
Tietê mais limpo
a Escola Estadual Professor Tochi-
chico Yochicava, em Suzano, a sus-
tentabilidade ambiental faz parte
do cotidiano de todos os alunos,
pois eles mesmos cuidam das ini-
ciativas desenvolvidas desde 2009
para a conscientização ecológica.
“Todo mundo quer participar
de tudo”, diz a diretora da escola,
a bióloga Ana Maria Dieguez, refe-
rindo-se às atividades relacionadas
ao reservatório que capta água da
chuva, à cisterna, ao cultivo hidro-
pônico de alfaces utilizadas nas
refeições da escola e ao Projeto
Renove, de recolhimento de óleo
de cozinha para evitar o descarte
indevido. Há ainda o monitora-
mento da água do Rio Tietê, rea-
lizado em conjunto com as ONGs
Bio-Bras e SOS Mata Atlântica.
Para incentivar e facilitar a rea-
lização de iniciativas desse tipo, a
Secretaria de Estado da Educação
acaba de lançar, em parceria com o
Instituto Akatu e a Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São
Paulo (Sabesp), a plataforma digital
SOS Água. O recurso pedagógico foi
criado com o objetivo de ajudar os
professores a trabalhar a questão do
consumo consciente de água com os
alunos do ensino fundamental.
Estruturado em um percur-
so que reproduz todo o processo
de captação em mananciais, trata-
mento e distribuição da água nas
cidades, o instrumento didático
trata de conceitos como a segu-
rança hídrica e a responsabilidade
compartilhada, ao mesmo tempo
em que propõe atividades pedagó-
gicas relacionadas a essas questões.
Incentivo – Para ter acesso
à ferramenta, disponível até o fim
do ano letivo, basta aos educado-
res fazer o cadastro no site Edukatu
(www.edukatu.org.br). As ativi-
dades podem ser trabalhadas de
forma interativa, para que os alunos, reuni-
dos em equipes, sejam incentivados a rea-
lizá-las por meio do acúmulo de pontos e o
recebimento de medalhas.
As ações propostas, entretanto, não
se restringem ao ambiente virtual. O SOS
também estimula o mapeamento dos locais
em que ocorrem perdas de água, tanto no
espaço escolar quanto no ambiente da casa
dos participantes e no entorno da unidade,
assim como a busca de soluções para resol-
ver esse problema.
Um workshop on-line realizado no final
de março pelo Instituto Akatu para mais de
200 professores de ciências, coordenado-
res pedagógicos e diretores de escola foi o
ponto de partida para a disseminação da
plataforma nas unidades da rede estadual.
A professora coordenadora do núcleo
pedagógico do programa Escola da Família,
Valdineia Vicentini, participou da primei-
ra formação. “Fomos orientados sobre os
recursos do SOS Água e replicaremos as
informações recebidas para que esse mate-
rial pedagógico seja utilizado pelos profes-
sores tanto na semana letiva quanto nas ati-
vidades de fim de semana”, informa.
Vinculada à Diretoria de Ensino de
Suzano, ela avalia que, com o material ofe-
recido, o trabalho que já ganhou espaço em
algumas escolas – e com sucesso –, caso da
Tochichico Yochicava, se alastrará na rede.
“Há desde planos de aula até estratégias
que facilitam a realização de projetos para
o uso consciente da água em toda a rede,
e para que esse pensamento seja levado da
escola para casa”, considera.
Criatividade – A iniciativa que desen-
cadeou a filosofia de um ambiente escolar
empenhadoemalternativassustentáveisocor-
reu na escola Tochichico Yochicava em 2009,
com a colaboração dos professores. “Propu-
semos o uso de canecas individuais e squizees,
queproduzimos,paraevitaroenviodemaisde
200coposdescartáveisparaolixodiariamente,
e eles abraçaram a causa”, diz a diretora.
No ano seguinte, foi a vez de integrar
os alunos. “Como gostamos de trabalhar
com projetos, tivemos a ideia de fazer uma
horta, e a falta de espaço fez com que con-
ciliássemos a criatividade à economia de
água”, revela. “Aprendemos bastante com a
hidroponia, sobre várias disciplinas”, conta
a aluna do 8º ano Samyla Ferreira, de 13
anos, participante do grupo que cuida do
cultivo de alface.
Recursos do Programa de Implementa-
ção de Projetos Descentralizados (Prodesc),
da secretaria, permitiram a criação da estru-
tura suspensa, composta de canaletas e uma
pequena bomba que faz circular a água enri-
quecida com nutrientes responsável pelo
desenvolvimento dos vegetais. “Como a água
é sempre a mesma, o consumo é 30% menor
do que numa horta comum”, explica, orgu-
lhosa,aestudante,quedizsentirgrandesatis-
fação com o resultado. “Adoro ver as alfaces
que eu ajudei a cultivar crescerem.” Mensal-
mente, são cultivados 200 pés da verdura,
que rendem salada para 800 refeições.
Sem desperdício – A economia de
água na unidade é maior ainda graças a outra
iniciativa. Em 2013, mais uma vez a verba do
Prodesc foi aplicada para um fim ambiental,
com a construção de um sistema para a cap-
tação de água de reúso que permite a redução
de 2 mil litros no gasto diário.
Desde então, o reservatório conectado
à calha do telhado da quadra capta até 3
mil litros de água da chuva, que é usada na
limpeza dos banheiros e do pátio. “Temos
também uma cisterna doméstica”, avisa a
estudante do 7º ano, Nicole Martins, de 12
anos. Participante do projeto de reúso, ela
considera que sua ação ajuda a cuidar do
bem mais precioso. “A gente aprende a não
desperdiçar e passa a ensinar isso também.
O meu tio já fez a cisterna dele, e do jeito
certo, com uma redinha de proteção para
não entrar mosquito e proliferar doenças,
como a dengue”, ensina.
Simone de Marco
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial
N
Aluna do 8º ano, Rayane Cristina
Souza, de 13 anos, atua no projeto Renove,
inserido na Escola Estadual Tochichico
Yochicava em 2011. “Surgiu no meu pri-
meiro ano aqui e logo me interessei, por-
que era uma atividade que ia além dos
muros da escola”, lembra ela.
Realizado em conjunto com as ONGs
Bio-Bras e SOS Mata Atlântica, ele estimula
a comunidade a descartar óleo num barril
instalado na entrada da unidade, em vez de
jogar no ralo da pia. A conscientização eco-
lógica abrange a abordagem sobre a polui-
ção que o descarte incorreto da gordura
causa na cabeceira do Rio Tietê, na região
de Suzano. “Além de jogar no ralo, tinha
muita gente que guardava o óleo para fazer
sabão. Como aprendemos que isso também
polui, pudemos alertar as pessoas. Hoje, o
pessoal usa até menos óleo em função da
saúde”, relata, satisfeita, a estudante. Ela
ainda participa do monitoramento quin-
zenal do Rio Tietê feito com os reagentes
cedidos pelas ONGs e sob a orientação do
professor de Ciências. “A qualidade da água
tem melhorado, e fico feliz porque sei que
temos participação nisso. Cada detalhe faz
uma grande diferença”, conclui.
FOTOS:FERNANDESDIASPEREIRA
Samyla: “Aprendemos
bastante com a
hidroponia, sobre
várias disciplinas”
Ana Maria:
“Todo mundo
quer participar
de tudo”
Reservatório capta até 3 mil litros de água Nicole: “A gente aprende a não desperdiçar”
Rayane: “Cada detalhe faz grande diferença”
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quarta-feira, 13 de abril de 2016 às 02:16:39.