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Séries Temporais
Mr. Kleverton Saath
O que é uma série temporal?
Uma série temporal é um conjunto de
informações, dados, observados em
diferentes instantes e ordenados no
tempo, ou seja, são observações do
individuo ao longo do tempo;
Ex: preço de ações, PIB, consumo,
população.
Componentes de uma série
temporal
• Segundo o modelo clássico todas as séries temporais são compostas de
quatro padrões:
• - tendência (T), que é o comportamento de longo prazo da série, que
pode ser causada pelo crescimento demográfico, ou mudança gradual
de hábitos de consumo, ou qualquer outro aspecto que afete a variável
de interesse no longo prazo;
• - variações cíclicas ou ciclos (C), flutuações nos valores da variável
com duração superior a um ano, e que se repetem com certa
periodicidade , que podem ser resultado de variações da economia
como períodos de crescimento ou recessão.
Componentes de uma série
temporal
• - variações sazonais ou sazonalidade (S), flutuações nos valores da
variável com duração inferior a um ano, e que se repetem todos os
anos, geralmente em função das estações do ano (ou em função de
feriados ou festas populares, ou por exigências legais, como o período
para entrega da declaração de Imposto de Renda); se os dados forem
registrados anualmente NÃO haverá influência da sazonalidade na
série3 ;
• - variações irregulares (I), que são as flutuações inexplicáveis,
resultado de fatos fortuitos e inesperados como catástrofes naturais,
atentados terroristas, etc.
Modelos aditivos e
multiplicativos
Obs. No modelo multiplicativo o impacto da componente
cíclico-sazonal é maior quanto maior for o valor da tendência
Objetivo dos modelos de séries
temporais
• A partir de valores observados de uma
séries temporal, podemos identificar os
aspectos essenciais do processo gerador de
dados e realizar previsões (Y/X).
• As equações de diferenças estocásticas são
um instrumento eficaz para modelar
processo econômicos dinâmicos.
Tipos de séries temporais
Conceitos Chaves
• Processo estocástico
• Processo estacionário
• Ruído branco
• Raiz unitária (estabilidade)
• Cointegração
• “Ergodicidade”
Processo Estocástico
• Um Processo Estocástico pode ser definido como uma coleção de
variáveis aleatórias ordenadas no tempo xt, t  T ,onde T é um conjunto
ordenado de índices.
• Um processo estocástico fica caracterizado se definimos a função da
distribuição conjunta das variáveis aleatórias (z1,z2,.. z T) para qualquer valor
de T. Dizemos que conhecemos a estrutura probabilística de um processo
estocástico quando conhecemos estas distribuições
Estacionariedade
• Um processo estocástico y(t) é dito (fracamente)
estacionário se:
• E[y(t)] = 
• Var[y(t)] = E[y(t) - ]2 = 2
• E{[y(t) - )][y(t - k) - ]} = f(k)
Estacionariedade
• Uma série temporal é dita estacionária se suas
propriedades estatísticas não mudam com o tempo
• A série estacionária tem média e variância
constantes no tempo, e a covariância entre valores
defasados da série depende apenas da defasagem,
isto é, da “distância” temporal entre eles.
Cov(Yt,Yt-k) = k k
Estacionariedade
Cov(Yt,Yt-k) = k k
• significa que se, por exemplo, 1 > 0, então um
valor “alto” de Y no presente momento
provavelmente será seguido de um valor também
alto de Y no próximo momento.
• A hipótese de que os k sejam estáveis no tempo,
permite que se use essa informação para prever
valores futuros da série.
Não-estacionariedade
• No nível da média. A média varia ao longo
da série. Séries que apresentam tendências
temporais não têm média estacionária.
• Se a tendência for não-linear, as
covariâncias também se alterarão ao longo
do tempo
Mas afinal o que é
estacionariedade?
Ruído Branco
• Uma seqüência {εt} é dita ruído branco se
cada valor da série tiver média zero,
variância constante, e não apresentar
correlação serial.
Ruído Branco
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-2
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1 8 15 22 29 36 43 50 57 64 71 78 85 92 99
Ruído Branco
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• Condição necessária
• Condição suficiente
• Se algum ai = 1, o
processo tem raiz(es)
unitária(s), se o processo
tem raiz unitária ele é não
estacionário.


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i
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i
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Estabilidade e Estacionariedade
• Se yt é uma equação estocástica de
diferenças, então a condição de estabilidade é
uma condição necessária para que a série
temporal {yt} seja estacionária.
Teste ADF
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No caso abaixo, não rejeitamos H0,
neste caso tem raiz unitário e o processo é não estacionário.
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neste caso não tem raiz unitário e o processo é estacionário.
Pelo teste KPSS
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Cointegração
• Segundo Harris (1995, p.22), se uma série
deve ser diferenciada d vezes antes de
tornar-se estacionária, então ela é dita ser
integrada de ordem d, denotada I(d).
Considere duas séries de tempo yt e xt,
ambas I(d), em geral, qualquer combinação
linear dessas duas séries também será I(d).
Por exemplo, os resíduos obtidos da
regressão de yt contra xt serão I(d).
E agora?
• Vimos que os modelos de séries temporais são
amplamente utilizados nas áreas do conhecimento
e sua aplicabilidade depende de alguns
pressupostos.
• Além disso, são inúmeros os modelos de séries
temporais. Cito alguns: AR (p), ARMA (p,q),
ARIMA (p,d,q), VEC, VAR, SARIMA (p,q),
ARCH (p,q), GARCH(p,d,q), suavização
exponencial.
• Mas qual desses modelos devo usar?
Definindo o modelo!
• A escolha do modelo matemático é uma das
partes mais importantes.
A escolha do modelo é caracterizado pelo
uso de pré-testes, análise da série, análise de
literatura.
Passos na análise de série de
tempo
• Passo 1: Identificação
• Passo 1.1: Teste de estacionariedade
• Passo 1.2: Identificação do modelo
• Passo 2: estimação
• Passo 3: Diagnóstico e ajuste
• Passo 4: Previsão
Modelos Auto regressivos
Os modelos auto regressivos como o próprio
nome sugere seu valor presente depende
exclusivamente dos valores passados e
choques exógenos.
Esta modelagem é muito usual no mercado
financeiro e tem forte respaldo na literatura
através da teoria dos mercados eficientes de
FAMA.
Modelo autoregressivo de primeira
ordem AR(p)
• Onde p é a ordem: Para facilitar vamos usar
a ordem 1, ou seja, p=1.
• É representado como:
Yt = a1 Yt-1 + t
• significa que o valor de Y em t depende do
valor de Y no período anterior mais uma
perturbação aleatória.
• Note que se tomou a0 = 0.
Média do modelo AR(1)
E(yt) = a0/(1 – a1)
Variância do modelo AR(1)
Var(yt) = 2/[1 – (a1)2]
Covariância do modelo AR(1)
Cov(yt, yt-s) = 2(a1)s/[1 – (a1)2]= γs
Portanto γ0 é a variância de yt
Autocorrelação
• Para uma série estacionária pode-se definir
a autocorrelação entre yt e yt-s como:
s = γs /γ0
• A função de autocorrelação (FAC) mostra
os valores de s para valores crescentes de s.
Restrições para estacionariedade do
AR(1)
• Seja Yt = a0 + a1 Yt-1 + t
• Dada a condição inicial y = y0 para t = 0, a
solução da equação é:
Yt = a0i=0
t-1 a1
i + a1
t Y0 + i=0
t-1 t-i
Restrições (continuação)
• Ao tomar o valor esperado de y para os
instantes t e t+s observa-se que:
E (yt)  E(yt+s)
• Isto é, a média não seria constante e,
portanto o AR(1) não seria estacionário
Restrições (conclusão)
• Esta restrição é contornada ao se tomar o valor
limite de yt:
lim yt = a0/(1 – a1) + i=0
∞ t-i = a0/(1 – a1)
• Portanto a estacionariedade requer |a1| < 1, e
requer também que o número de observações seja
grande, ou que o processo esteja ocorrendo ahá
um tempo infinitamente longo
• Portanto é necessário cuidado ao trabalhar com
séries originárias de processos recentes, pois
podem não ser estacionárias.
Autocorrelação parcial
• Mede a intensidade da relação entre duas
observações da série, controlando
(mantendo constante) o efeito das demais
Yt = 11Y1 + t  11= 11
Yt = 11Y1 + 22Y2 + t  22= 22
Yt = k1Y1 + k2Y2 + ...+ kkYk + t  kk= kk
• a seqüência de pares (k, kk) constitui a função de
autocorrelação parcial
Interpretação
• Se, por exemplo, numa série mensal, os
valores de Yt forem altamente
correlacionados com os valores de Yt-12,
então a função de autocorrelação parcial
deveria exibir um pico na defasagem 12, e
nenhum valor significativo nas demais.
ARMA (p,q)
• Quando os dados possuem além do fator
AR(p) uma relação com as médias móveis
estimamos um modelo ARMA(p,q):
ARIMA (p,d,q)
• Os modelos ARIMA (p,d,q) são uma
extensão dos modelos ARMA (p,q) o termo
d é o fator de diferenciação, ou seja, ordem
de estacionariedade. Dizemos que:
• ARMA(p,q) = ARIMA (p,0,q)
• ARMA(p,0) = AR(p)
• ARMA(0,q)= MA(q)
Modelos ARCH (Autoregressive
Conditional Heterocedasticity)
• Os modelos ARCH seguem as hipóteses dos
modelos de séries temporais
(estacionariedade, etc), mas sua
aplicabilidade é no resido dos modelos
regressivos. Buscando assim, analisar a
volatilidade das séries.
Modelos multivariado
Fonte: Portal Action
Modelos multivariado
Fonte: Portal Action
Modelos suavização exponencial
Fonte:Gujarati
• Modelos de suavização é uma grande classe de métodos de previsão
que se baseiam na ideia de que observações passadas contêm
informações sobre o padrão da série temporal. O propósito dos
métodos é distinguir um padrão de comportamento de qualquer outro
ruído que possa estar contido nas observações da série e então usar
esse padrão para prever
• valores futuros da série.
• Além desses modelos existe uma infinidade
de ajustes, com diferentes aplicações, que
são resultados da otimização como o
modelo SARIMA (onde são introduzido
analise de sazonalidade no modelo
ARIMA(p,q)). Além disso, temos
tratamentos analise de tendência nas séries
temporais filtro HP e decomposição de
variância
Contato
Consultorias: análise de informação,
pesquisa de mercado, modelos de previsão
Contato: (48) 9 9685-7656 | (48) 98812-5885
klevertonsaath@gmail.com
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  • 2. O que é uma série temporal? Uma série temporal é um conjunto de informações, dados, observados em diferentes instantes e ordenados no tempo, ou seja, são observações do individuo ao longo do tempo; Ex: preço de ações, PIB, consumo, população.
  • 3. Componentes de uma série temporal • Segundo o modelo clássico todas as séries temporais são compostas de quatro padrões: • - tendência (T), que é o comportamento de longo prazo da série, que pode ser causada pelo crescimento demográfico, ou mudança gradual de hábitos de consumo, ou qualquer outro aspecto que afete a variável de interesse no longo prazo; • - variações cíclicas ou ciclos (C), flutuações nos valores da variável com duração superior a um ano, e que se repetem com certa periodicidade , que podem ser resultado de variações da economia como períodos de crescimento ou recessão.
  • 4. Componentes de uma série temporal • - variações sazonais ou sazonalidade (S), flutuações nos valores da variável com duração inferior a um ano, e que se repetem todos os anos, geralmente em função das estações do ano (ou em função de feriados ou festas populares, ou por exigências legais, como o período para entrega da declaração de Imposto de Renda); se os dados forem registrados anualmente NÃO haverá influência da sazonalidade na série3 ; • - variações irregulares (I), que são as flutuações inexplicáveis, resultado de fatos fortuitos e inesperados como catástrofes naturais, atentados terroristas, etc.
  • 5. Modelos aditivos e multiplicativos Obs. No modelo multiplicativo o impacto da componente cíclico-sazonal é maior quanto maior for o valor da tendência
  • 6. Objetivo dos modelos de séries temporais • A partir de valores observados de uma séries temporal, podemos identificar os aspectos essenciais do processo gerador de dados e realizar previsões (Y/X). • As equações de diferenças estocásticas são um instrumento eficaz para modelar processo econômicos dinâmicos.
  • 7. Tipos de séries temporais
  • 8. Conceitos Chaves • Processo estocástico • Processo estacionário • Ruído branco • Raiz unitária (estabilidade) • Cointegração • “Ergodicidade”
  • 9. Processo Estocástico • Um Processo Estocástico pode ser definido como uma coleção de variáveis aleatórias ordenadas no tempo xt, t  T ,onde T é um conjunto ordenado de índices. • Um processo estocástico fica caracterizado se definimos a função da distribuição conjunta das variáveis aleatórias (z1,z2,.. z T) para qualquer valor de T. Dizemos que conhecemos a estrutura probabilística de um processo estocástico quando conhecemos estas distribuições
  • 10. Estacionariedade • Um processo estocástico y(t) é dito (fracamente) estacionário se: • E[y(t)] =  • Var[y(t)] = E[y(t) - ]2 = 2 • E{[y(t) - )][y(t - k) - ]} = f(k)
  • 11. Estacionariedade • Uma série temporal é dita estacionária se suas propriedades estatísticas não mudam com o tempo • A série estacionária tem média e variância constantes no tempo, e a covariância entre valores defasados da série depende apenas da defasagem, isto é, da “distância” temporal entre eles. Cov(Yt,Yt-k) = k k
  • 12. Estacionariedade Cov(Yt,Yt-k) = k k • significa que se, por exemplo, 1 > 0, então um valor “alto” de Y no presente momento provavelmente será seguido de um valor também alto de Y no próximo momento. • A hipótese de que os k sejam estáveis no tempo, permite que se use essa informação para prever valores futuros da série.
  • 13. Não-estacionariedade • No nível da média. A média varia ao longo da série. Séries que apresentam tendências temporais não têm média estacionária. • Se a tendência for não-linear, as covariâncias também se alterarão ao longo do tempo
  • 14. Mas afinal o que é estacionariedade?
  • 15.
  • 16. Ruído Branco • Uma seqüência {εt} é dita ruído branco se cada valor da série tiver média zero, variância constante, e não apresentar correlação serial.
  • 17. Ruído Branco -3 -2 -1 0 1 2 3 1 8 15 22 29 36 43 50 57 64 71 78 85 92 99
  • 18. Ruído Branco E(εt) = E(εt) = ... = 0 Var(εt) = Var(εt) = ... = 2 E(εt.εt-s) = 0 para todo s  0
  • 19. Raízes e estabilidade • As raízes características determinam se a série é estável (convergente) ou instável (divergente)
  • 20. -3,00 -2,00 -1,00 0,00 1,00 2,00 3,00 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 Série convergente (estável)
  • 22. Condições de Estabilidade • Condição necessária • Condição suficiente • Se algum ai = 1, o processo tem raiz(es) unitária(s), se o processo tem raiz unitária ele é não estacionário.   n i ia 1 1   n i ia 1 1
  • 23. Estabilidade e Estacionariedade • Se yt é uma equação estocástica de diferenças, então a condição de estabilidade é uma condição necessária para que a série temporal {yt} seja estacionária.
  • 24. Teste ADF Hipótese do teste ADF No caso abaixo, não rejeitamos H0, neste caso tem raiz unitário e o processo é não estacionário.
  • 25. Teste KPSS Hipótese do teste KPSS é inversa do ADF No caso abaixo, não rejeitamos H0, neste caso não tem raiz unitário e o processo é estacionário. Pelo teste KPSS KPSSADF
  • 26. Cointegração • Segundo Harris (1995, p.22), se uma série deve ser diferenciada d vezes antes de tornar-se estacionária, então ela é dita ser integrada de ordem d, denotada I(d). Considere duas séries de tempo yt e xt, ambas I(d), em geral, qualquer combinação linear dessas duas séries também será I(d). Por exemplo, os resíduos obtidos da regressão de yt contra xt serão I(d).
  • 27. E agora? • Vimos que os modelos de séries temporais são amplamente utilizados nas áreas do conhecimento e sua aplicabilidade depende de alguns pressupostos. • Além disso, são inúmeros os modelos de séries temporais. Cito alguns: AR (p), ARMA (p,q), ARIMA (p,d,q), VEC, VAR, SARIMA (p,q), ARCH (p,q), GARCH(p,d,q), suavização exponencial. • Mas qual desses modelos devo usar?
  • 28. Definindo o modelo! • A escolha do modelo matemático é uma das partes mais importantes. A escolha do modelo é caracterizado pelo uso de pré-testes, análise da série, análise de literatura.
  • 29. Passos na análise de série de tempo • Passo 1: Identificação • Passo 1.1: Teste de estacionariedade • Passo 1.2: Identificação do modelo • Passo 2: estimação • Passo 3: Diagnóstico e ajuste • Passo 4: Previsão
  • 30. Modelos Auto regressivos Os modelos auto regressivos como o próprio nome sugere seu valor presente depende exclusivamente dos valores passados e choques exógenos. Esta modelagem é muito usual no mercado financeiro e tem forte respaldo na literatura através da teoria dos mercados eficientes de FAMA.
  • 31. Modelo autoregressivo de primeira ordem AR(p) • Onde p é a ordem: Para facilitar vamos usar a ordem 1, ou seja, p=1. • É representado como: Yt = a1 Yt-1 + t • significa que o valor de Y em t depende do valor de Y no período anterior mais uma perturbação aleatória. • Note que se tomou a0 = 0.
  • 32. Média do modelo AR(1) E(yt) = a0/(1 – a1)
  • 33. Variância do modelo AR(1) Var(yt) = 2/[1 – (a1)2]
  • 34. Covariância do modelo AR(1) Cov(yt, yt-s) = 2(a1)s/[1 – (a1)2]= γs Portanto γ0 é a variância de yt
  • 35. Autocorrelação • Para uma série estacionária pode-se definir a autocorrelação entre yt e yt-s como: s = γs /γ0 • A função de autocorrelação (FAC) mostra os valores de s para valores crescentes de s.
  • 36. Restrições para estacionariedade do AR(1) • Seja Yt = a0 + a1 Yt-1 + t • Dada a condição inicial y = y0 para t = 0, a solução da equação é: Yt = a0i=0 t-1 a1 i + a1 t Y0 + i=0 t-1 t-i
  • 37. Restrições (continuação) • Ao tomar o valor esperado de y para os instantes t e t+s observa-se que: E (yt)  E(yt+s) • Isto é, a média não seria constante e, portanto o AR(1) não seria estacionário
  • 38. Restrições (conclusão) • Esta restrição é contornada ao se tomar o valor limite de yt: lim yt = a0/(1 – a1) + i=0 ∞ t-i = a0/(1 – a1) • Portanto a estacionariedade requer |a1| < 1, e requer também que o número de observações seja grande, ou que o processo esteja ocorrendo ahá um tempo infinitamente longo • Portanto é necessário cuidado ao trabalhar com séries originárias de processos recentes, pois podem não ser estacionárias.
  • 39. Autocorrelação parcial • Mede a intensidade da relação entre duas observações da série, controlando (mantendo constante) o efeito das demais Yt = 11Y1 + t  11= 11 Yt = 11Y1 + 22Y2 + t  22= 22 Yt = k1Y1 + k2Y2 + ...+ kkYk + t  kk= kk • a seqüência de pares (k, kk) constitui a função de autocorrelação parcial
  • 40. Interpretação • Se, por exemplo, numa série mensal, os valores de Yt forem altamente correlacionados com os valores de Yt-12, então a função de autocorrelação parcial deveria exibir um pico na defasagem 12, e nenhum valor significativo nas demais.
  • 41. ARMA (p,q) • Quando os dados possuem além do fator AR(p) uma relação com as médias móveis estimamos um modelo ARMA(p,q):
  • 42. ARIMA (p,d,q) • Os modelos ARIMA (p,d,q) são uma extensão dos modelos ARMA (p,q) o termo d é o fator de diferenciação, ou seja, ordem de estacionariedade. Dizemos que: • ARMA(p,q) = ARIMA (p,0,q) • ARMA(p,0) = AR(p) • ARMA(0,q)= MA(q)
  • 43. Modelos ARCH (Autoregressive Conditional Heterocedasticity) • Os modelos ARCH seguem as hipóteses dos modelos de séries temporais (estacionariedade, etc), mas sua aplicabilidade é no resido dos modelos regressivos. Buscando assim, analisar a volatilidade das séries.
  • 46. Modelos suavização exponencial Fonte:Gujarati • Modelos de suavização é uma grande classe de métodos de previsão que se baseiam na ideia de que observações passadas contêm informações sobre o padrão da série temporal. O propósito dos métodos é distinguir um padrão de comportamento de qualquer outro ruído que possa estar contido nas observações da série e então usar esse padrão para prever • valores futuros da série.
  • 47. • Além desses modelos existe uma infinidade de ajustes, com diferentes aplicações, que são resultados da otimização como o modelo SARIMA (onde são introduzido analise de sazonalidade no modelo ARIMA(p,q)). Além disso, temos tratamentos analise de tendência nas séries temporais filtro HP e decomposição de variância
  • 48. Contato Consultorias: análise de informação, pesquisa de mercado, modelos de previsão Contato: (48) 9 9685-7656 | (48) 98812-5885 klevertonsaath@gmail.com
  • 49. Vamos praticar no software? ...