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A VERDADEIRA RELIGIÃO
BORTOLINE, José - Roteiros Homiléticos Anos A, B, C Festas e Solenidades - Paulus, 2007
* LIÇÃO DA SÉRIE: LECIONÁRIO DOMINICAL *
ANO: B – TEMPO LITÚRGICO: 22° DOM. COMUM - COR: VERDE
I. INTRODUÇÃO GERAL
1. O povo de Deus exilado na Babilônia ouvia com freqüência a
pergunta irônica: “Onde está o Deus de vocês?” (Sl 115,2). A
partir daí cresce a consciência de que Deus se revela e se mostra
próximo mediante uma legislação justa. Praticando-a, o povo se
torna grande nação, com leis sábias e inteligentes (1ª leitura Dt
4,1-2.6-8).
2. Jesus é o que anula as tradições humanas que distorcem a
vontade divina. Anulando os preceitos humanos, aponta para um
novo tipo de moralidade na qual a impureza que afasta de Deus
não depende de condições externas, mas das opções de vida das
pessoas. Relacionar-se com Deus não é fazer uma série de ritos de
purificação, e sim fazer opção profunda pelo seu projeto (Evan-
gelho Mc 7,1-8.14-15.21-23).
3. As comunidades cristãs no final do I século sentiam a tenta-
ção de fazer da religião um relacionamento com Deus separado
dos compromissos de solidariedade e justiça. A carta de Tiago
vem iluminar essa questão (2ª leitura Tg 1,17-18.21b-22.27).
II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
1ª leitura (Dt 4,1-2.6-8): Uma legislação justa que contagie o
mundo todo
4. O capítulo 4 do Deuteronômio é um acréscimo ao livro (na
forma atual, pertence ao primeiro discurso de Moisés – 1-4), que
serve de introdução ao Decálogo. Com grande probabilidade, esse
capítulo surgiu durante o exílio na Babilônia como subsídio para
reerguer o povo e devolver-lhe esperança.
5. O tema central desse capítulo pode ser sintetizado no primei-
ro mandamento: cultuar Javé, excluindo conseqüentemente toda
forma de idolatria. Na teoria, isso podia parecer fácil; mas não o
era para o povo exilado, longe da terra e do templo onde Javé
recebia, no culto, o reconhecimento de ser o único Deus de Israel.
O que fazer, então? Ciente dessas dificuldades, o autor desse
capítulo procura um novo modo para o povo se relacionar com
Deus, sentindo-o presente na vida e nas dificuldades. Como, pois,
sentir Javé próximo? Como relacionar-se com ele? Como cultuá-
lo?
6. A resposta a essas perguntas está nos versículos que lemos
hoje. A nova forma de experimentar Deus numa terra de exílio e
sofrimento é manter-se fiel à aliança, traduzida nas leis e decretos
que daí surgiram, sem nada tirar ou acrescentar (vv. 1-2). Essas
tinham sido as condições do êxodo. Por elas o povo havia encon-
trado vida e tomado posse da terra.
7. Essas mesmas condições são repropostas agora ao povo
exilado. Mantendo-se fiel a elas, o povo sentirá a proximidade de
Deus (v. 7). Mais ainda: esse fato servirá de propaganda: a legis-
lação de Israel será reconhecida internacionalmente como legisla-
ção justa. Aí está o privilégio ou responsabilidade do Israel exila-
do: ser portador de legislação sábia que contagie internacional-
mente (vv. 6.8). Em outras palavras, o relacionamento povo-Deus
não passa em primeiro lugar pelo culto (que não existia de forma
oficial e regular no exílio), mas por uma prática de justiça em
nível nacional com repercussões internacionais. É neste ponto que
o povo de Deus se distinguirá das demais nações: por uma legis-
lação sábia e inteligente que promova a justiça. Conseqüentemen-
te, esse código de leis será capaz de fazer ruir as demais legisla-
ções e os cultos alienantes que não promovem a justiça entre os
povos. É aí que o Deus verdadeiro se revela, é aí que se relaciona
pessoalmente com seu povo (cf. v. 7). É aí que Israel se torna
grande nação, reconhecida no mundo todo como nação sábia e
inteligente: mediante suas leis justas.
8. O povo de Deus no exílio ouvia freqüentemente a pergunta
irônica: “Onde está o Deus de vocês?” (cf. Sl 115,2). A resposta
que o texto de hoje fornece é esta: nosso Deus está presente no
seu povo que conserva a aliança e que é portador de uma legisla-
ção justa, capaz de angariar fama internacional. Esse povo é gran-
de nação, e sua lei é sábia e inteligente. Assim o povo cultua
Deus, e este se mostra próximo e presente.
9. Esse texto nos inquieta profundamente. Não é tempo de
sentirmos a proximidade e presença de Deus numa legislação
nacional justa, que promova a vida e a posse da terra para todos?
Não é tempo de sentirmos Deus próximo e presente numa legisla-
ção internacional justa, que promova a vida de todos os povos?
Até quando continuaremos a ouvir a pergunta irônica: “Onde está
o Deus de vocês?”
Evangelho (Mc 7,1-8.14-15.21-23): A nova moralidade trazida
por Jesus
10. O Evangelho de Marcos tem como objetivo principal formar
as pessoas em vista da opção vital em favor de Jesus. Esse evan-
gelho tem como fio condutor a pergunta Quem é Jesus? Em su-
cessivas etapas, e a partir de situações concretas, Marcos respon-
de a essa pergunta, mostrando, ao mesmo tempo, o que é ser
discípulo.
a. Jesus é o que suprime as falsas tradições (vv. 1-8)
11. O texto inicia-se situando Jesus em meio aos conflitos que
sua prática provoca. Há uma espécie de comissão oficial de in-
quérito vinda de Jerusalém, sede do poder central, para investigar
a prática de Jesus. As intenções dessa comissão, composta de
fariseus e doutores da Lei (v. l), não são boas, pois se suspeita que
Jesus e seus discípulos estejam transgredindo a tradição (para
melhor entender esse aspecto seria interessante rever o que Mar-
cos fala dos confrontos anteriores de Jesus com esses dois gru-
pos). Por trás de fariseus e doutores da Lei esconde-se, evidente-
mente, o Sinédrio, o tribunal que irá condenar Jesus à morte. Para
os inquisidores, a tradição consistia na Torá e também nas inúme-
ras prescrições orais. É o que conhecemos como tradição oral dos
fariseus. Para aos fariseus, ambas têm o mesmo valor e provêm de
Deus. Para eles, Jesus não tem direito de mexer no enorme apara-
to legal, legalista e casuísta montado ao longo do tempo. Mudar a
tradição seria opor-se ou igualar-se a Deus.
12. O ponto de discussão com Jesus diz respeito à lavagem ritual
(cf. Lv 15,11). Não lavar as mãos antes das refeições é desrespei-
tar as tradições farisaicas (v. 2). Os vv. 3-4 discorrem sobre esse
costume. No tempo de Jesus, tudo o que se comprava no mercado
devia ser purificado, em base à hipótese de estar contaminado por
contágio com alguma pessoa ritualmente impura, como o “povo
da terra” ou os pagãos (cf. Lv 15). Jesus, enquanto Mestre, é
responsável pelo comportamento de seus discípulos. Para os
inquisidores, ele não tem autoridade para promover normas reli-
giosas (v. 5).
13. Os vv. 3-4 mostram, ainda, que o Evangelho de Marcos se
dirigia a pagãos dispostos à adesão a Jesus. Por isso é que esses
versículos explicam a prática farisaica da purificação ritual. Na
ótica do evangelista, e em base ao ensinamento de Jesus, a tradi-
ção farisaica criava tabus, preconceitos e barreiras em relação aos
pagãos, suspeitos de contínua impureza ritual. Além disso, Mar-
cos, no cap. 7, situa boa parte da atividade de Jesus em território
pagão, mostrando que sua lei anula os tabus, suprime os precon-
ceitos e derruba as barreiras que privilegiam grupos em detrimen-
to e marginalização de pessoas.
14. A resposta de Jesus (vv. 6-8) é a abolição da diferença entre
puro e impuro enquanto barreira entre judeus e pagãos. Jesus cita
Is 29,13 e chama os inquisidores de hipócritas. Hipócrita é o
injusto que, com seu agir, se afasta de Deus: crê-se temente a
Deus mas, sob essa aparência, pratica a injustiça. Hipócrita era o
ator antigo de teatro. Como os atores de hoje, representam sem
estar vivendo. Jesus chama os doutores da Lei e fariseus de hipó-
critas porque transformam as aparências no elemento mais impor-
tante da religião. É oportuno perguntar, numa situação dessas,
quem são as maiores vítimas.
15. A citação de Is 29,13 contrapõe lábios a coração, exterior e
interior, aparências e coerência. O culto prestado a Deus não é
questão de palavras, mas uma prática que revele o ser de Deus.
Tradição dos homens, preceitos humanos, ritos, leis, burocracias
sufocam a vontade de Deus.
b. Jesus ensina a nova moralidade (vv. 14-15.21-23)
16. No v. 14 Marcos apresenta Jesus convocando a multidão para
perto de si, a fim de receber o novo que ele apresenta. O que
segue, portanto, tem sabor de novidade. Contudo, a novidade de
Jesus não é isenta de discernimento: “Escutem e compreendam!”
Compreender requer discernimento e disponibilidade em aceitar a
novidade de Jesus (cf. 4,11-13). Mais ainda: é preciso posicionar-
se do lado dele e de seu projeto, passar de fora para dentro (cf.
4,11) para deixar de ser hipócrita, ou seja, injusto.
17. A novidade de Jesus contrapõe justamente fora e dentro. Para
o casuísmo farisaico, a impureza estava fora, nos objetos, coisas
ou pessoas impuras. Para Jesus, a impureza é conseqüência das
opções de vida das pessoas; vinda de dentro, do coração – para os
semitas é a sede das opções vitais e da consciência – torna impu-
ras as pessoas (vv. 15.23).
18. Os vv. 21-22 apresentam um catálogo de treze vícios: más
intenções, imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, ambições
desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgu-
lho, falta de juízo. Há, nesse elenco, uma espécie de síntese de
tudo o que de ruim o ser humano é capaz de fazer contra si pró-
prio e contra os outros. Alguns vícios são muito evidentes; outros
são mais sutis, como a inveja. Lida à luz de todo o contexto, a
inveja (literalmente “olho mau”, cf. Mt 20,15) é atitude de crítica
e hostilidade em relação ao projeto de Deus, exatamente como
faziam os fariseus e doutores da Lei que foram investigar a práti-
ca de Jesus. O mesmo se diga da falta de juízo, último vício da
súmula catecumenal: é a estupidez de quem se preocupa com
comportamentos externos. Finalmente, o orgulho. No Magnificat,
Maria proclama que Deus dispersou os corações orgulhosos (cf.
Lc 1,5l).
19. Esses vícios velados tornam-se evidentes no dia-a-dia das
pessoas pelo fato de orientarem a atividade do ser humano: das
intenções veladas passa-se à concretização: roubos, assassínios,
adultérios, fraudes etc. Jesus garante que a impureza não é forne-
cida pela natureza; ao contrário, é questão de opção. Daí decorre a
seguinte pergunta: Como seriam as relações sociais se as pessoas
optassem pela justiça? Continuariam existindo privilegiados e
marginalizados, opressores e oprimidos?
2ª leitura (Tg 1,17-18.21b-22.27): A verdadeira religião
20. A partir de hoje até o 26º domingo, a segunda leitura oferece
as passagens mais significativas da carta de Tiago. Trata-se de
“escrito de caráter sapiencial, isto é, mostra a sabedoria do discer-
nimento cristão diante das situações. Dirige-se a todas as comuni-
dades cristãs, simbolizadas pelas ‘doze tribos' do novo povo de
Deus. Esta carta reduz toda a Lei judaica ao mandamento do amor
ao próximo (1,25; 2,8.12). Pode-se dizer que é a explicação das
exigências desse mandamento em diversas circunstâncias: igual-
dade cristã (2,1-4), preferência pelos pobres (2,5-7), amor ativo
(2,14-17). Esse amor exclui a exploração, e nesta carta encontra-
mos a mais violenta passagem do Novo Testamento contra os
ricos (5,1-6). A fé aqui é vista como dinamismo que produz ação
e que só é madura quando se expressa em atos concretos (2,20-
26); é fé que rejeita qualquer espiritualidade ou religiosidade
individualista e intimista (1,13-16)” (Bíblia Sagrada – Edição
Pastoral, Paulus, p. 1561).
21. A carta de Tiago se opõe a um tipo de religião que foge dos
compromissos existenciais para se refugiar no ritualismo, justifi-
cando as injustiças ou fechando os olhos diante delas. Os poucos
versículos pinçados do cap. 1 comprovam isso. Em primeiro
lugar, o texto demonstra que todos os dons vêm de Deus. Entre
esses dons está a vocação cristã. Ora, em Deus não há variação
nem sombra de mudança (v. 17). Por isso, pertencer a Deus en-
quanto criatura e, mais ainda, como cristão, comporta coerência e
continuidade com o projeto divino, animado pelo Espírito (cf. Mt
7,11).
22. O anúncio do evangelho – Palavra da verdade – que provo-
cou mudança na vida cristã a ponto de as pessoas terem abraçado
o Batismo, faz com que os cristãos sejam os primeiros frutos da
nova sociedade que nasce da prática de Jesus e do compromisso
dos que aderem a ele (v. 18).
23. Em base a isso, Tiago convida a acolher a Palavra e a pôr em
prática o que ela determina (vv. 21b-22) para merecer o nome de
cristão. Isso está em estreita relação com as exigências que Jesus
fez a seus discípulos (cf. Mt 7,24-26).
24. No tempo em que essa carta foi escrita, as comunidades
cristãs arriscavam fechar-se em si mesmas, sem compromisso
com a transformação da sociedade. Tiago insiste que “a religião
pura e sem mancha diante de Deus Pai é esta: assistir os órfãos e
as viúvas em suas tribulações e guardar-se livre da corrupção do
mundo” (v. 27). Em síntese, religião é solidariedade com os mar-
ginalizados (órfãos e viúvas) e ruptura com as estruturas de peca-
do que geram marginalização (guardar-se da corrupção do mun-
do). Mais uma vez, Deus nada pede para si. O autêntico relacio-
namento com ele passa pelo caminho necessário da fraternidade e
da justiça.
III. PISTAS PARA REFLEXÃO
25. As leituras deste domingo giram em torno do tema A verdadeira religião. Sentir
Deus próximo e presente nas lutas do povo para conseguir vida, terra, moradia, leis justas
que promovam a vida para todos. “Onde está o Deus de vocês?” (1ª leitura Dt 4,1-2.6-8).
26. Jesus acaba com barreiras, preconceitos e tabus, mostrando como agradar a Deus
(Evangelho Mc 7,1-8.14-15.21-23). Quais são as impurezas da nossa sociedade e das
comunidades cristãs? Quais ritualismos e tradicionalismos impedem o cumprimento da
vontade de Deus?
27. A verdadeira religião é solidariedade com os marginalizados e ruptura com as estru-
turas de pecado. Como obter maior fraternidade e justiça em nossas comunidades? (2ª lei-
tura Tg 1,17-18.21b-22.27).

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A verdadeira religião segundo Jesus

  • 1. A VERDADEIRA RELIGIÃO BORTOLINE, José - Roteiros Homiléticos Anos A, B, C Festas e Solenidades - Paulus, 2007 * LIÇÃO DA SÉRIE: LECIONÁRIO DOMINICAL * ANO: B – TEMPO LITÚRGICO: 22° DOM. COMUM - COR: VERDE I. INTRODUÇÃO GERAL 1. O povo de Deus exilado na Babilônia ouvia com freqüência a pergunta irônica: “Onde está o Deus de vocês?” (Sl 115,2). A partir daí cresce a consciência de que Deus se revela e se mostra próximo mediante uma legislação justa. Praticando-a, o povo se torna grande nação, com leis sábias e inteligentes (1ª leitura Dt 4,1-2.6-8). 2. Jesus é o que anula as tradições humanas que distorcem a vontade divina. Anulando os preceitos humanos, aponta para um novo tipo de moralidade na qual a impureza que afasta de Deus não depende de condições externas, mas das opções de vida das pessoas. Relacionar-se com Deus não é fazer uma série de ritos de purificação, e sim fazer opção profunda pelo seu projeto (Evan- gelho Mc 7,1-8.14-15.21-23). 3. As comunidades cristãs no final do I século sentiam a tenta- ção de fazer da religião um relacionamento com Deus separado dos compromissos de solidariedade e justiça. A carta de Tiago vem iluminar essa questão (2ª leitura Tg 1,17-18.21b-22.27). II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS 1ª leitura (Dt 4,1-2.6-8): Uma legislação justa que contagie o mundo todo 4. O capítulo 4 do Deuteronômio é um acréscimo ao livro (na forma atual, pertence ao primeiro discurso de Moisés – 1-4), que serve de introdução ao Decálogo. Com grande probabilidade, esse capítulo surgiu durante o exílio na Babilônia como subsídio para reerguer o povo e devolver-lhe esperança. 5. O tema central desse capítulo pode ser sintetizado no primei- ro mandamento: cultuar Javé, excluindo conseqüentemente toda forma de idolatria. Na teoria, isso podia parecer fácil; mas não o era para o povo exilado, longe da terra e do templo onde Javé recebia, no culto, o reconhecimento de ser o único Deus de Israel. O que fazer, então? Ciente dessas dificuldades, o autor desse capítulo procura um novo modo para o povo se relacionar com Deus, sentindo-o presente na vida e nas dificuldades. Como, pois, sentir Javé próximo? Como relacionar-se com ele? Como cultuá- lo? 6. A resposta a essas perguntas está nos versículos que lemos hoje. A nova forma de experimentar Deus numa terra de exílio e sofrimento é manter-se fiel à aliança, traduzida nas leis e decretos que daí surgiram, sem nada tirar ou acrescentar (vv. 1-2). Essas tinham sido as condições do êxodo. Por elas o povo havia encon- trado vida e tomado posse da terra. 7. Essas mesmas condições são repropostas agora ao povo exilado. Mantendo-se fiel a elas, o povo sentirá a proximidade de Deus (v. 7). Mais ainda: esse fato servirá de propaganda: a legis- lação de Israel será reconhecida internacionalmente como legisla- ção justa. Aí está o privilégio ou responsabilidade do Israel exila- do: ser portador de legislação sábia que contagie internacional- mente (vv. 6.8). Em outras palavras, o relacionamento povo-Deus não passa em primeiro lugar pelo culto (que não existia de forma oficial e regular no exílio), mas por uma prática de justiça em nível nacional com repercussões internacionais. É neste ponto que o povo de Deus se distinguirá das demais nações: por uma legis- lação sábia e inteligente que promova a justiça. Conseqüentemen- te, esse código de leis será capaz de fazer ruir as demais legisla- ções e os cultos alienantes que não promovem a justiça entre os povos. É aí que o Deus verdadeiro se revela, é aí que se relaciona pessoalmente com seu povo (cf. v. 7). É aí que Israel se torna grande nação, reconhecida no mundo todo como nação sábia e inteligente: mediante suas leis justas. 8. O povo de Deus no exílio ouvia freqüentemente a pergunta irônica: “Onde está o Deus de vocês?” (cf. Sl 115,2). A resposta que o texto de hoje fornece é esta: nosso Deus está presente no seu povo que conserva a aliança e que é portador de uma legisla- ção justa, capaz de angariar fama internacional. Esse povo é gran- de nação, e sua lei é sábia e inteligente. Assim o povo cultua Deus, e este se mostra próximo e presente. 9. Esse texto nos inquieta profundamente. Não é tempo de sentirmos a proximidade e presença de Deus numa legislação nacional justa, que promova a vida e a posse da terra para todos? Não é tempo de sentirmos Deus próximo e presente numa legisla- ção internacional justa, que promova a vida de todos os povos? Até quando continuaremos a ouvir a pergunta irônica: “Onde está o Deus de vocês?” Evangelho (Mc 7,1-8.14-15.21-23): A nova moralidade trazida por Jesus 10. O Evangelho de Marcos tem como objetivo principal formar as pessoas em vista da opção vital em favor de Jesus. Esse evan- gelho tem como fio condutor a pergunta Quem é Jesus? Em su- cessivas etapas, e a partir de situações concretas, Marcos respon- de a essa pergunta, mostrando, ao mesmo tempo, o que é ser discípulo. a. Jesus é o que suprime as falsas tradições (vv. 1-8) 11. O texto inicia-se situando Jesus em meio aos conflitos que sua prática provoca. Há uma espécie de comissão oficial de in- quérito vinda de Jerusalém, sede do poder central, para investigar a prática de Jesus. As intenções dessa comissão, composta de fariseus e doutores da Lei (v. l), não são boas, pois se suspeita que Jesus e seus discípulos estejam transgredindo a tradição (para melhor entender esse aspecto seria interessante rever o que Mar- cos fala dos confrontos anteriores de Jesus com esses dois gru- pos). Por trás de fariseus e doutores da Lei esconde-se, evidente- mente, o Sinédrio, o tribunal que irá condenar Jesus à morte. Para os inquisidores, a tradição consistia na Torá e também nas inúme- ras prescrições orais. É o que conhecemos como tradição oral dos fariseus. Para aos fariseus, ambas têm o mesmo valor e provêm de Deus. Para eles, Jesus não tem direito de mexer no enorme apara- to legal, legalista e casuísta montado ao longo do tempo. Mudar a tradição seria opor-se ou igualar-se a Deus. 12. O ponto de discussão com Jesus diz respeito à lavagem ritual (cf. Lv 15,11). Não lavar as mãos antes das refeições é desrespei- tar as tradições farisaicas (v. 2). Os vv. 3-4 discorrem sobre esse costume. No tempo de Jesus, tudo o que se comprava no mercado devia ser purificado, em base à hipótese de estar contaminado por contágio com alguma pessoa ritualmente impura, como o “povo da terra” ou os pagãos (cf. Lv 15). Jesus, enquanto Mestre, é responsável pelo comportamento de seus discípulos. Para os inquisidores, ele não tem autoridade para promover normas reli- giosas (v. 5). 13. Os vv. 3-4 mostram, ainda, que o Evangelho de Marcos se dirigia a pagãos dispostos à adesão a Jesus. Por isso é que esses versículos explicam a prática farisaica da purificação ritual. Na ótica do evangelista, e em base ao ensinamento de Jesus, a tradi- ção farisaica criava tabus, preconceitos e barreiras em relação aos pagãos, suspeitos de contínua impureza ritual. Além disso, Mar- cos, no cap. 7, situa boa parte da atividade de Jesus em território pagão, mostrando que sua lei anula os tabus, suprime os precon- ceitos e derruba as barreiras que privilegiam grupos em detrimen- to e marginalização de pessoas. 14. A resposta de Jesus (vv. 6-8) é a abolição da diferença entre puro e impuro enquanto barreira entre judeus e pagãos. Jesus cita
  • 2. Is 29,13 e chama os inquisidores de hipócritas. Hipócrita é o injusto que, com seu agir, se afasta de Deus: crê-se temente a Deus mas, sob essa aparência, pratica a injustiça. Hipócrita era o ator antigo de teatro. Como os atores de hoje, representam sem estar vivendo. Jesus chama os doutores da Lei e fariseus de hipó- critas porque transformam as aparências no elemento mais impor- tante da religião. É oportuno perguntar, numa situação dessas, quem são as maiores vítimas. 15. A citação de Is 29,13 contrapõe lábios a coração, exterior e interior, aparências e coerência. O culto prestado a Deus não é questão de palavras, mas uma prática que revele o ser de Deus. Tradição dos homens, preceitos humanos, ritos, leis, burocracias sufocam a vontade de Deus. b. Jesus ensina a nova moralidade (vv. 14-15.21-23) 16. No v. 14 Marcos apresenta Jesus convocando a multidão para perto de si, a fim de receber o novo que ele apresenta. O que segue, portanto, tem sabor de novidade. Contudo, a novidade de Jesus não é isenta de discernimento: “Escutem e compreendam!” Compreender requer discernimento e disponibilidade em aceitar a novidade de Jesus (cf. 4,11-13). Mais ainda: é preciso posicionar- se do lado dele e de seu projeto, passar de fora para dentro (cf. 4,11) para deixar de ser hipócrita, ou seja, injusto. 17. A novidade de Jesus contrapõe justamente fora e dentro. Para o casuísmo farisaico, a impureza estava fora, nos objetos, coisas ou pessoas impuras. Para Jesus, a impureza é conseqüência das opções de vida das pessoas; vinda de dentro, do coração – para os semitas é a sede das opções vitais e da consciência – torna impu- ras as pessoas (vv. 15.23). 18. Os vv. 21-22 apresentam um catálogo de treze vícios: más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgu- lho, falta de juízo. Há, nesse elenco, uma espécie de síntese de tudo o que de ruim o ser humano é capaz de fazer contra si pró- prio e contra os outros. Alguns vícios são muito evidentes; outros são mais sutis, como a inveja. Lida à luz de todo o contexto, a inveja (literalmente “olho mau”, cf. Mt 20,15) é atitude de crítica e hostilidade em relação ao projeto de Deus, exatamente como faziam os fariseus e doutores da Lei que foram investigar a práti- ca de Jesus. O mesmo se diga da falta de juízo, último vício da súmula catecumenal: é a estupidez de quem se preocupa com comportamentos externos. Finalmente, o orgulho. No Magnificat, Maria proclama que Deus dispersou os corações orgulhosos (cf. Lc 1,5l). 19. Esses vícios velados tornam-se evidentes no dia-a-dia das pessoas pelo fato de orientarem a atividade do ser humano: das intenções veladas passa-se à concretização: roubos, assassínios, adultérios, fraudes etc. Jesus garante que a impureza não é forne- cida pela natureza; ao contrário, é questão de opção. Daí decorre a seguinte pergunta: Como seriam as relações sociais se as pessoas optassem pela justiça? Continuariam existindo privilegiados e marginalizados, opressores e oprimidos? 2ª leitura (Tg 1,17-18.21b-22.27): A verdadeira religião 20. A partir de hoje até o 26º domingo, a segunda leitura oferece as passagens mais significativas da carta de Tiago. Trata-se de “escrito de caráter sapiencial, isto é, mostra a sabedoria do discer- nimento cristão diante das situações. Dirige-se a todas as comuni- dades cristãs, simbolizadas pelas ‘doze tribos' do novo povo de Deus. Esta carta reduz toda a Lei judaica ao mandamento do amor ao próximo (1,25; 2,8.12). Pode-se dizer que é a explicação das exigências desse mandamento em diversas circunstâncias: igual- dade cristã (2,1-4), preferência pelos pobres (2,5-7), amor ativo (2,14-17). Esse amor exclui a exploração, e nesta carta encontra- mos a mais violenta passagem do Novo Testamento contra os ricos (5,1-6). A fé aqui é vista como dinamismo que produz ação e que só é madura quando se expressa em atos concretos (2,20- 26); é fé que rejeita qualquer espiritualidade ou religiosidade individualista e intimista (1,13-16)” (Bíblia Sagrada – Edição Pastoral, Paulus, p. 1561). 21. A carta de Tiago se opõe a um tipo de religião que foge dos compromissos existenciais para se refugiar no ritualismo, justifi- cando as injustiças ou fechando os olhos diante delas. Os poucos versículos pinçados do cap. 1 comprovam isso. Em primeiro lugar, o texto demonstra que todos os dons vêm de Deus. Entre esses dons está a vocação cristã. Ora, em Deus não há variação nem sombra de mudança (v. 17). Por isso, pertencer a Deus en- quanto criatura e, mais ainda, como cristão, comporta coerência e continuidade com o projeto divino, animado pelo Espírito (cf. Mt 7,11). 22. O anúncio do evangelho – Palavra da verdade – que provo- cou mudança na vida cristã a ponto de as pessoas terem abraçado o Batismo, faz com que os cristãos sejam os primeiros frutos da nova sociedade que nasce da prática de Jesus e do compromisso dos que aderem a ele (v. 18). 23. Em base a isso, Tiago convida a acolher a Palavra e a pôr em prática o que ela determina (vv. 21b-22) para merecer o nome de cristão. Isso está em estreita relação com as exigências que Jesus fez a seus discípulos (cf. Mt 7,24-26). 24. No tempo em que essa carta foi escrita, as comunidades cristãs arriscavam fechar-se em si mesmas, sem compromisso com a transformação da sociedade. Tiago insiste que “a religião pura e sem mancha diante de Deus Pai é esta: assistir os órfãos e as viúvas em suas tribulações e guardar-se livre da corrupção do mundo” (v. 27). Em síntese, religião é solidariedade com os mar- ginalizados (órfãos e viúvas) e ruptura com as estruturas de peca- do que geram marginalização (guardar-se da corrupção do mun- do). Mais uma vez, Deus nada pede para si. O autêntico relacio- namento com ele passa pelo caminho necessário da fraternidade e da justiça. III. PISTAS PARA REFLEXÃO 25. As leituras deste domingo giram em torno do tema A verdadeira religião. Sentir Deus próximo e presente nas lutas do povo para conseguir vida, terra, moradia, leis justas que promovam a vida para todos. “Onde está o Deus de vocês?” (1ª leitura Dt 4,1-2.6-8). 26. Jesus acaba com barreiras, preconceitos e tabus, mostrando como agradar a Deus (Evangelho Mc 7,1-8.14-15.21-23). Quais são as impurezas da nossa sociedade e das comunidades cristãs? Quais ritualismos e tradicionalismos impedem o cumprimento da vontade de Deus? 27. A verdadeira religião é solidariedade com os marginalizados e ruptura com as estru- turas de pecado. Como obter maior fraternidade e justiça em nossas comunidades? (2ª lei- tura Tg 1,17-18.21b-22.27).