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Curso Básico Para Observador de
Trabalhos a Quente
Curso Básico Para Observador de
Trabalhos a Quente
Macaé, RJ
ÍNDICE
1. DEFINIÇÕES..................................................................................... 11
1.1. TRABALHO A QUENTE................................................................... 12
1.2. LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA PARA OBSERVADORES DE TRABALHOS A
QUENTE ................................................................................................ 13
2. TEORIA DO FOGO ............................................................................. 14
2.1. ELEMENTOS DA COMBUSTÃO ........................................................ 16
2.2. CARACTERÍSTICAS DOS ELEMENTOS ............................................. 17
2.3. PONTOS NOTÁVEIS DA COMBUSTÃO .............................................. 20
2.4. LIMITE DE EXPLOSIVIDADE / INFLAMABILIDADE ............................. 22
2.5. ELETRICIDADE ESTÁTICA ............................................................. 24
3. MÉTODOS DE TRANSMISSÃO DE CALOR .............................................. 24
4. CLASSES DE FOGO............................................................................ 26
5. MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO ..................................................... 27
6. AGENTES EXTINTORES ...................................................................... 29
6.1. PROCEDIMENTOS DE MANUSEIO DE EXTINTOR DE INCÊNDIO........... 35
6.2. TIPOS DE EQUIPAMENTOS DE COMBATE À INCÊNDIO ...................... 35
6.3. ACESSÓRIOS............................................................................... 39
7. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA....................... 40
7.1. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) ............................. 40
7.2. NR 6 – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL......................... 42
7.3. EPC’S - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA ............................. 44
8. SISTEMAS DE ALARME E COMUNICAÇÃO ............................................. 44
8.1. ALERTA....................................................................................... 45
8.2. QUE DEVE FAZER O OBSERVADOR DE TRABALHO A QUENTE EM UMA
SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA?................................................................... 46
8.3. ANÁLISE DA SITUAÇÃO ................................................................ 48
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8.4. APOIO EXTERNO.......................................................................... 48
8.5. PRIMEIROS SOCORROS ................................................................ 49
8.6. ABANDONO DE ÁREA.................................................................... 49
8.7. ISOLAMENTO DA ÁREA ................................................................. 49
8.8. COMBATE À INCÊNDIO ................................................................. 50
8.9. ALARME DE INCÊNDIO.................................................................. 50
8.9.1. SISTEMA DE SPRINKLER E ALAGAMENTO................................... 50
8.9.2. CANHÕES DE ESPUMA ............................................................. 51
8.9.3. CANHÕES DE ÁGUA................................................................. 52
8.9.4. SISTEMA FIXO DE CO2............................................................. 52
9. SISTEMA DE DETECÇÃO DE INCÊNDIO ................................................ 53
10. ROTAS DE FUGA ............................................................................... 55
10.1. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA ............................... 56
11. CONCLUSÃO..................................................................................... 59
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 60
Curso Básico para Observadores de Trabalhos a Quente
Nome do Arquivo 20180427_AP_Observ.Trab.aQuente_PT_REV02
REGRAS
REGRAS FALCK
Respeite todos os sinais de advertência, avisos de segurança e instruções;
Roupas soltas, jóias, piercings etc. Não devem ser usados durante os
exercícios práticos;
Não é permitido o uso de camiseta sem manga, “shorts” ou mini-saias,
sendo obrigatório o uso de calças compridas e de calçados fechados;
Terão prioridade de acessar o refeitório, instrutores e assistentes;
Não transite pelas áreas de treinamento sem prévia autorização. Use o epi
nas áreas recomendadas;
Os treinandos são responsáveis por seus valores. Armários com cadeado e
chaves estão disponíveis e será avisado quando devem ser usados. A falck safety
services não se responsabiliza por quaisquer perdas ou danos;
O fumo é prejudicial a saúde. Só é permitido fumar em áreas previamente
demarcadas;
Indivíduos considerados sob efeito do consumo de álcool ou drogas ilícitas
serão desligados do treinamento e reencaminhados ao seu empregador;
Durante as instruções telefones celulares devem ser desligados;
Aconselha-se que as mulheres não façam o uso de sapato de salto fino;
Não são permitidas brincadeiras inconvenientes, empurrões, discussões e
discriminação de qualquer natureza;
Os treinandos devem seguir instruções dos funcionários da falck durante
todo o tempo;
É responsabilidade de todo treinando assegurar a segurança do
treinamento dentro das melhores condições possíveis. Condições ou atos
inseguros devem ser informados imediatamente aos instrutores;
Fotografias, filmagens ou qualquer imagem de propriedade da empresa,
somente poderá ser obtida com prévia autorização;
Gestantes não poderão realizar os treinamentos devido aos exercícios
práticos;
Se, por motivo de força maior, for necessário ausentar-se durante o
período de treinamento, solicite o formulário específico para autorização de saída.
Seu período de ausência será informado ao seu empregador e se extrapolar o
limite de 10% da carga horária da disciplina, será motivo para desligamento;
A falck safety services garante a segurança do transporte dos treinandos
durante a permanência na empresa em veículos por ela designados, não podendo
ser responsabilizada em caso de transporte em veículo particular;
Os certificados/carteiras serão entregues à empresa contratante. A entrega
ao portador somente mediante prévia autorização da empresa contratante.
Alunos particulares deverão aguardar o resultado das avaliações e, quando
aprovados, receberem a carteira do treinamento;
Pessoas que agirem em desacordo com essas regras ou que
intencionalmente subtraírem ou danificarem equipamentos serão
responsabilizadas e tomadas as providências que o caso venha a exigir.
DIRETRIZES GERAIS DO CURSO
• Quanto à estruturação do curso
O candidato, no ato da matrícula, deverá apresentar à instituição que vai
ministrar o curso, cópia e o original (para verificação) ou cópia autenticada dos
seguintes comprovantes:
✓ Atestado de boas condições de saúde física e mental;
✓ Rg e cpf originais.
• Quanto à frequência às aulas
A frequência às aulas e atividades práticas são obrigatórias.
O aluno deverá obter o mínimo de 90% de frequência no total das aulas
ministradas no curso.
Para efeito das alíneas descritas acima, será considerada falta: o não
comparecimento às aulas, o atraso superior a 10 minutos em relação ao início de
qualquer atividade programada ou a saída não autorizada durante o seu
desenvolvimento.
• Quanto à aprovação no curso
Será considerado aprovado o aluno que:
✓ Obtiver nota igual ou superior a 6,0 (seis) em uma escala de 0 a 10
(zero a dez) na avaliação teórica e alcançar o conceito satisfatório
nas atividades práticas.
✓ Tiver a frequência mínima exigida (90%).
Caso o aluno não cumpra as condições descritas nas alíneas acima, será
considerado reprovado.
INTRODUÇÃO
Para fins da Norma Regulamentadora 34 - Condições e Meio Ambiente de
Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval, considera- se trabalho a
quente as atividades de soldagem, goivagem, esmerilhamento, corte ou outras
que possam gerar fontes de ignição tais como aquecimento, centelha ou chama.
Trabalhos a quente tem sido a causa de um número significativo de
incêndios e explosões em instalações industriais e comerciais e respondem por
cerca de 5 a 10% desses sinistros. Tais incêndios frequentemente ocorrem
durante serviços de manutenção ou reforma da planta a cargo de empreiteiros
subcontratados ou da própria equipe de manutenção da empresa.
Os perigos de incêndio relativos aos trabalhos a quente podem ser
controlados de maneira eficaz, pelo empregado de um sistema de permissão para
trabalhos a quente. Medidas preventivas formalizadas devem ser observadas por
todos os funcionários da empresa bem como por todos os empreiteiros e
subcontratados, sempre que trabalhos a quente forem realizados em áreas que
tenham, ou recentemente tenham tido líquidos inflamáveis, gases, ou quaisquer
outros materiais que possam entrar em ignição, ou liberar vapores inflamáveis
quando aquecidos.
OBJETIVO DO CURSO
Apresentar os conhecimentos básicos necessários para observador de
trabalhos a quente conforme anexo I da NR 34 - Condições e Meio Ambiente de
Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval, NBR 14.777/2005:
Instalações e equipamentos para treinamento de combate a incêndio Requisitos,
NBR 15.808 Extintores de incêndio Portáteis.
A implementação de procedimentos para trabalhos a quente e sua
aplicação, reduzindo de maneira significativa os riscos inerentes a esses tipos de
trabalhos. Sua eficácia depende do compromisso de todos os colaboradores
desde a alta gerência, que deve assegurar aos seus funcionários e empresas
contratadas que obedeçam rigorosamente as regulamentações para trabalhos a
quente.
LEGISLAÇÃO
Observadores de trabalhos a quente obedecem às seguintes normas
nacionais:
Portaria SIT Nº 200/2011 - NR-34: Condições e meio ambiente de trabalho
na indústria da construção e reparação naval - Essa norma editada pelo
Ministério do Trabalho e Emprego NR estabelece os requisitos mínimos e as
medidas de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas
atividades da indústria de construção e reparação naval.
Portaria MTE Nº 3214/1978 - NR-06: Equipamento de Proteção Individual -
EPI - Essa norma editada pelo Ministério do Trabalho e Emprego estabelece
definições legais, forma de proteção, requisitos de comercialização e
responsabilidades quanto ao uso dos equipamentos de proteção individual.
Portaria MTE Nº 3214/1978 - NR-23: Proteção contra incêndios: Esta
norma estabelece as medidas de proteção contra incêndios de que devem dispor
os locais de trabalho, visando a prevenção da saúde e da integridade física dos
trabalhadores.
ABNT NBR 15.808:2013 - Extintores Portáteis de Incêndio - Esta norma
especifica os requisitos que garantam a segurança, confiabilidade e desempenho
dos extintores de incêndio portáteis do tipo recarregável e descartável.
Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente
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1. DEFINIÇÕES
❖ Trabalho a Quente
Qualquer operação temporária que envolva chama exposta ou que
produza calor ou faísca, podendo causar a ignição de combustíveis
sólidos, líquidos ou gasosos, incluindo corte com maçarico, solda
oxiacetilênica, solda por arco, aplicação de revestimento em teto com
chama aberta, lixamento, aquecimento ou cura com chama exposta
ou outro tipo de serviço que possa gerar fagulhas ou chamas.
❖ Vigilante Contra Incêndio
Pessoa devidamente treinada que tem a responsabilidade de observar
o local onde o Trabalho a Quente está sendo realizado com o objetivo
de evitar a ocorrência de algum princípio de incêndio e se o mesmo
ocorrer estar preparada para o combate inicial e a comunicação do
mesmo.
❖ Funcionário Autorizado para Emissão de Autorização de
Trabalho a Quente
Pessoa devidamente treinada e qualificada (Bombeiro, Técnico de
Segurança ou outro) para avaliar o local e as condições onde o
trabalho a quente será realizado, definir sobre a necessidade de
Vigilância Contra Incêndio e emitir uma autorização por escrito ao
executante.
❖ Combate à Incêndio
“Conjunto de ações táticas destinadas a extinguir ou isolar o princípio
de incêndio com uso de equipamentos manuais ou automáticos”.
(NBR 13.860/1997).
Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente
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❖ Prevenção de Incêndio
“Uma serie de medidas destinadas a evitar o surgimento de um
principio de um princípio de incêndio, dificultar sua propagação e
facilitar a sua extinção”. (NBR 14.276/2006).
❖ Brigada de Incêndio
“Grupo organizadas de pessoas preferencialmente voluntárias ou
indicadas, treinadas e capacitadas para atuar na prevenção e no
combate ao princípio de incêndio, abandono de área e primeiros-
socorros, dentro de uma área preestabelecida na planta”. (NBR
14.276/2006).
❖ Brigadista
“Pessoa pertencente à brigada de incêndio”. (NBR 14.276/2006).
1.1. TRABALHO A QUENTE
Trabalhos a quente tem sido a causa de um número significativo de
incêndios e explosões industriais e comerciais e respondem cerca de 5 a 10%
desses sinistros. Tais incêndios frequentemente ocorrem durante serviços de
manutenção ou reforma realizada no local de trabalho.
Incêndios causados por trabalhos a quente podem ser evitados. Um
gerenciamento de risco eficaz reduz o perigo representado por essas atividades e
garante o necessário nível de segurança às operações envolvendo tais trabalhos.
Este manual irá sintetizar os principais cuidados que devem ser tomados
antes e depois da execução de trabalhos a quente.
Os responsáveis pela segurança industrial da empresa devem estar cientes
dos seguintes perigos de incêndio inerentes a esse tipo de trabalho, como por
exemplo:
Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente
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• A dispersão de fagulhas, centelhas e fragmentos metálicos gerados
por operações de corte e solda podem atingir distâncias superiores a
10m;
• Técnicas de cobertura apenas proporcionam proteção limitada a
materiais combustíveis existentes na área onde estejam sendo
executados serviços de soldagem e/ou corte;
• Equipamentos danificados ou deteriorados, por exemplo, aparelho de
solda elétrica com cabos danificados, introduzem perigos adicionais à
operação;
• Metais podem transferir, por condução, calor de pontos quentes para
materiais combustíveis;
• Fagulhas produzidas por corte ou solda podem atingir locais ou
espaços confinados onde um incêndio poderia se desenvolver sem ser
detectado;
• Materiais inflamáveis existentes no lado oposto das divisórias onde
estejam sendo executados trabalhos a quente podem entrar em
ignição por irradiação ou condução de calor.
1.2. LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA PARA OBSERVADORES DE
TRABALHOS A QUENTE
Além das publicações já referidas no Cap. 4; é importante lembrar algumas
disposições definidas no capítulo V da CLT.
Art. 157 – Cabe às empresas:
I – cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do
trabalho;
II – instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às
precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças
ocupacionais;
Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente
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III – adotar as medidas que lhe sejam determinadas pelo órgão regional
competente;
IV – facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.
Art. 158 – Cabe aos empregados:
I – observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as
instruções de que trata o item II do artigo anterior;
II – colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo.
2. TEORIA DO FOGO
❖ O que é Fogo?
É um fenômeno natural. Antes de seu controle pelo homem somente
ocorria espontaneamente através de manifestações da natureza como raios,
erupções vulcânicas, etc. Após a sua descoberta o homem passou a utilizá- lo em
uma enorme gama de atividades, caseiras e profissionais.
Sua conceituação científica somente ocorreu no século XVIII com o químico
francês Antoine Lavoisier (1743-1794) que estabeleceu as bases do fenômeno da
combustão.
❖ Combustão
Lavoisier comprovou que a combustão é uma reação química chamada de
oxidação, onde um material combustível reage com a presença do Oxigênio
(comburente) e, ao ser exposta a uma fonte de calor resulta numa liberação de
energia na forma de chama aquecida, luminosidade e gases.
A partir do seu conhecimento científico, que permitiu ao homem produzir,
controlar e explorar o seu potencial, a sua aplicação passou a ocorrer em larga
escala, principalmente com o advento da Revolução Industrial. Todavia, devido
ainda não contar, àquela época, com um embasamento técnico para as medidas
de segurança (prevenção e combate), muitos acidentes começaram a surgir, o
que acabaram por permitir o nascimento da doutrina de prevenção e combate a
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incêndios, matéria essa obrigatória quando se fala em segurança do trabalho em
todos os seguimentos da indústria, tanto terrestre (onshore) quanto marítima
(offshore).
❖ Formas de Combustão
Para que haja combustão é necessário que o oxigênio contido no ar
atmosférico esteja em uma concentração entre o mínimo de 8% e o máximo de
21%. De 16 % a 21 % chamamos de Combustão Viva ou Completa ocorre o
desprendimento de LUZ e CALOR. O gás produto dessa reação é o Gás Carbônico
(CO2). De 8 % a 15 % chamamos de Combustão Lenta ou Incompleta, não
ocorre o desprendimento de LUZ. O gás produto dessa reação é o Monóxido de
Carbono (CO). De 0% a 8% não há combustão.
Exemplos:
➢ Combustão Viva:
• Gasolina em chamas;
• Fogo em papel, madeiras;
• Toda a forma de combustão em que haja CHAMA e CALOR.
➢ Combustão Lenta:
• Oxidação do ferro;
• Combustão de corpos em atmosfera contendo Oxigênio na faixa de
8 a 12%.
❖ Conceituação do Fogo
Já falamos que o fogo é um processo de combustão que se desenvolve em
alta velocidade acompanhado do desprendimento de energia sob forma de luz e
calor. Além disso, durante a reação química do fogo ocorre o desaparecimento de
uma ou mais substâncias, e o conseqüente aparecimento de outras com
características diferentes.
Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente
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Por exemplo, a combustão de um pedaço de madeira dá origem a cinzas e
a outra substância que se desprende sob forma de gás (dióxido de carbono).
A oxidação é uma reação química de uma substância com o oxigênio,
dando como resultado outra substância em cuja composição encontrasse o
oxigênio. Esta afirmação explica porque o gás carbônico e a água não queimam.
Tanto um quanto o outro são materiais oxidados, isto e, já passaram por um
processo de oxidação e não são mais capazes de reagir com o oxigênio.
❖ Produtos da Combustão
Retornando a Lavoisier: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se
transforma.” Quando duas substâncias reagem entre si, se transformam em
outras substâncias. Estes produtos finais resultantes da combustão, que ainda
dependerão do tipo de combustível, normalmente são: o Dióxido de Carbono
(CO2), o Monóxido de Carbono (CO), fuligem, cinzas, vapor d’água, mais calor e
energia luminosa. A importância de se destacar como produtos da combustão o
CO2 e o CO é medida pela exposição de riscos contra a saúde ou a vida do
brigadista que tais substâncias provocam. O CO2 é um gás asfixiante e o CO é um
gás intoxicante.
2.1. ELEMENTOS DA COMBUSTÃO
❖ O Triângulo do Fogo
Para que haja fogo é necessária à combinação de três elementos básicos:
combustível, oxigênio e temperatura, representados pela figura geométrica que
chamamos “Triângulo do Fogo”.
• Corpo combustível;
• Comburente (oxigênio do ar);
• Calor (temperatura de ignição).
Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente
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A doutrina moderna já trabalha com um quarto elemento que é a reação
em cadeia, formando, então, o chamado “Tetraedro do Fogo”. Em estudos mais
complexos sobre a química do fogo, verificou-se que o fenômeno da combustão é
uma reação que se processa em cadeia. Após seu início, a combustão é
sustentada pelo calor produzido durante o processamento da reação. O calor
radiado agindo sobre o combustível provoca a sua decomposição em partículas
menores que ao se combinar com o oxigênio queimam-se, radiando outra vez
calor para o combustível, criando assim um ciclo autosustentável. E assim, o fogo
continua agindo em um corpo (combustível), decompondo-o em partes cada vez
menores.
Cada um dos três elementos tem que estar nesse processo obedecendo
rigorosamente as LEIS DAS PROPORÇÕES DEFINIDAS. A união indiscriminada
dos três elementos não produzira fogo.
2.2. CARACTERÍSTICAS DOS ELEMENTOS
❖ Combustível
É tudo aquilo capaz de pegar fogo, de queimar e alimentar a combustão.
Comumente são conhecidas como combustíveis as substâncias que queimam na
atmosfera, utilizando-se do oxigênio como comburente.
Quanto ao estado físico podem ser:
• Sólidos (madeira, papel, tecido, carvão, ferro, etc.)
Na sua maioria transformam-se em vapores e, então, reagem com o
oxigênio. Já os metais costumam primeiro transformar-se em líquidos
e, posteriormente, em gases para então se queimarem. Quanto maior
a superfície do sólido, mais rápido será o aquecimento do material;
• Líquidos (gasolina, óleo, álcool, querosene, etc.)
Devido as suas propriedades físicas dificultam a sua extinção.
Tomando como base o peso da água (1l = 1 kg), são classificados em
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leves e pesados. A maioria dos líquidos inflamáveis é leve, flutuam
sobre a água. Quanto à solubilidade, capacidade de se diluir com
água, existem os poucos solúveis (hidrocarbonetos) e os muito
solúveis (solventes polares, ex. álcool e acetona);
• Gasosos (butano, metano, etano, etc.)
Não possuem um volume definido, tendendo a ocupar todo o
recipiente em que estão armazenados. Com relação à densidade,
tomando por base a densidade do ar atmosférico = 1, os gases mais
leves tendem a subir e dissipar-se, enquanto que os mais pesados
tendem a permanecer próximo do solo e se deslocar na direção do
vento.
Quanto à volatilidade, ou seja, a sua facilidade de liberar vapores
podem ser:
• Voláteis (álcool, éter, benzina, etc.) – Em condições normais de
temperatura e pressão desprendem vapores capazes de se
inflamarem;
• Não voláteis (óleo combustível, óleo lubrificante, óleo de linhaça,
etc.) – Em condições normais de temperatura e pressão, desprendem
vapores inflamáveis após o aquecimento acima da temperatura
ambiente.
❖ Comburente (Oxigênio)
É todo elemento que alimenta a combustão. O comburente mais facilmente
encontrado na natureza É encontrado na atmosfera na porcentagem de 21%.
Todos os combustíveis para entrarem em combustão necessitam do
comburente.
Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente
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Alguns deles já trazem esse comburente incorporado à sua estrutura
molecular, logo não necessita recebê-lo para entrar em combustão. É o caso da
pólvora, dos nitratos, dos cloratos, do celulóide e dos metais pirofóricos (Titânio,
Magnésio, Lítio, Zircônio, etc.).
A função do oxigênio na combustão pode ser demonstrada pela experiência
abaixo, principalmente quanto se trata de situações de incêndios em locais
fechados, como por exemplo: salas, camarotes, galerias, depósitos, corredores,
salas, cozinhas, etc.
Na figura A, a vela queima porque o pavio embebido de cera foi aceso por
uma fonte externa de calor (fósforo). Permanece queimando porque o calor
gerado pela chama aquece o pavio à sua temperatura de ignição, fazendo-o
queimar para gerar mais calor, em um processo auto-alimentado. Neste
processo, o oxigênio está facilitando a combustão e sendo consumido por ela.
Na figura B, ao cobrirmos a vela com um copo, ela permanecerá queimando
por algum tempo graças ao oxigênio que havia no interior do copo.
Na figura C a chama começa a se extinguir, porque a presença do copo
impede o fornecimento de oxigênio para a combustão.
Na figura D, o oxigênio que havia no interior do copo foi consumido pela
combustão e, como conseqüência, a vela se apaga.
❖ Temperatura de Ignição
É a temperatura em que os combustíveis começam a emanar vapores que
em contato com o ar, podem iniciar e manter ou não a combustão.
Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente
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As fontes de ignição mais conhecidas são:
• Elétrica: Curtos circuitos em equipamentos. É a fonte de ignição mais
comum;
• Mecânica: Atritos;
• Química: Reação química exotérmica.
Uma importante diferença a destacar é aquela existente entre calor e
temperatura, às vezes muito confundida no estudo da química do fogo. Calor é a
quantidade de energia, geralmente expressa em [J] ou [cal]. Já temperatura é o
nível dessa energia, geralmente expresso em graus [C], [F] ou [K].
2.3. PONTOS NOTÁVEIS DA COMBUSTÃO
❖ Ponto de Fulgor
É a menor temperatura na qual um combustível começa a emanar vapores
em quantidades suficientes para formar com o ar uma mistura capaz de se
inflamar a exposição de uma fonte externa de calor, porém, afastando essa fonte
o fogo cessará devidos os vapores não serem suficientes. A chama surge,
contudo, logo se apaga.
❖ Ponto de Combustão
É a menor temperatura na qual um combustível começa a emanar vapores
em quantidades suficientes para formar com o comburente uma mistura ideal
capaz de se inflamar a exposição de uma fonte externa de calor e, após retirada
essa fonte, a queima continua.
❖ Ponto de Ignição
É a temperatura necessária para inflamar os gases que estejam se
desprendendo de um combustível, somente com a presença do comburente.
Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente
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A tabela abaixo apresenta o ponto de fulgor e de ignição de alguns dos
combustíveis mais conhecidos:
❖ Ponto de Autoignição
É a menor temperatura na qual os gases desprendidos de um corpo
combustível entram em combustão pelo contato com o oxigênio existente no ar,
isto é, independente da existência de fonte externa de calor.
❖ Combustão Espontânea
Fenômeno que ocorre em determinadas circunstâncias quando materiais
orgânicos, por si só, podem entrar em combustão devido à geração de calor e a
liberação de vapores em quantidades suficientes. Entre as substâncias mais
suscetíveis de combustão espontânea destacamos o carvão, a alfafa, óleo de
linhaça, óleo de milho, alguns fertilizantes agrícolas, etc. Alguns entram em
combustão quando expostos à temperatura ambiente, como por exemplo, o
fósforo branco.
❖ Explosão
Existem combustíveis que, por sua altíssima velocidade de queima e
enorme produção de gazes, quando inflamados dentro de um espaço confinado,
produzem o fenômeno da explosão.
COMBUSTÍVEL PONTO DE FULGOR (ºC) PONTO DE IGNIÇÃO (ºC)
Butano - 73,9 420
Gasolina - 42,8 257,2
Éter - 40 160
Álcool 12,8 371
Óleo diesel 43,3 257
Óleo lubrificante 168 417,2
Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente
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As explosões são caracterizadas pela liberação tão rápida de energia que
aparentemente podem ser consideradas como instantâneas. A explosão é um
efeito, não uma causa.
Analisando as causas, as explosões podem ser classificadas em quatro tipos
principais:
• Liberação de energia gerada por rápida oxidação. Ex: explosão de
mistura vapor de gasolina e ar;
• Liberação de energia gerada por rápida decomposição. Ex: explosão
de dinamite;
• Liberação de energia causada por pressão excessiva. Ex: explosão de
caldeira, ruptura de tambores, ou causadas pelo enfraquecimento de
um recipiente de pressão, tal qual o rompimento de um cilindro
contendo GLP devido ao impingimento de uma chama acima da
superfície liquida.
• Liberação de energia criada pela fissão ou fusão nuclear. Ex: explosão
de uma bomba de hidrogênio ou de urânio.
Os explosivos, tais como TNT, a nitroglicerina e outros mais, apresentam
enorme perigo quando ameaçados por um incêndio. A providência imediata a
tomar será sempre afastá-los das proximidades do fogo ou alagar com água os
locais onde se encontram armazenados.
2.4. LIMITE DE EXPLOSIVIDADE / INFLAMABILIDADE
Um gás ou o vapor inflamável desprendido de um combustível tem que se
misturar com o ar na proporção ideal para se transformar numa atmosfera
explosiva. Essa mistura que irá se incendiar é diferente para cada tipo de gás
inflamável.
O limite de explosividade mede a concentração mínima ou máxima de
gases/vapores desprendidos de uma determinada substância inflamável que
Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente
P á g i n a |23
misturados com o oxigênio na proporção ideal para criar uma atmosfera
explosiva.
Não haverá combustão se:
• Não houver a centelha (fonte de calor);
• Não houver combustível;
• A mistura Ar (comburente) + Combustível estiver rica ou pobre.
A importância do estudo do limite de explosividade é reconhecida quando
passamos a definir o LIE – Limite Inferior de Explosividade e o LSE – Limite
Superior de Explosividade.
O LIE é a menor concentração da mistura ar + combustível (gás / vapor)
suficiente para se tornar inflamável. Logo, se a mistura estiver abaixo, será
considerada pobre e não haverá combustão. Se a mistura estiver acima, será
considerada ideal ocorrendo então à combustão.
O LSE é a concentração em que a mistura possui um alto percentual de
gases / vapores, de modo que a quantidade de oxigênio é tão baixa que uma
eventual ignição não consegue se inflamar. Logo se a mistura estiver acima, será
considerada rica e não haverá combustão. Se a mistura estiver abaixo, será
considerada ideal ocorrendo à combustão.
A mistura ideal é aquela situada entre o LIE e o LSE. Todos os valores
indicados por esses limites são considerados sob condições normais de
temperatura e pressão.
Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente
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2.5. ELETRICIDADE ESTÁTICA
É o acúmulo de energia de um corpo em relação ao outro, geralmente em
relação a terra. Forma-se, na grande maioria dos casos, por atrito, sendo
praticamente impossível de ser eliminada. A providência que pode ser tomada é
impedir o seu acúmulo antes que atinja potenciais perigosos (capazes propiciar
um centelhamento), através do aterramento do equipamento a ela sujeito, isto é,
ligando-se a carcaça do equipamento a terra, por meio de um condutor. Quase
todos os equipamentos estão sujeitos a atrito e, portanto, a formação de
eletricidade estática.
3. MÉTODOS DE TRANSMISSÃO DE CALOR
O calor é uma forma de energia que se manifesta pela aceleração do
movimento das moléculas, e se traduz pelo aumento da temperatura do material
que absorve esta energia. A transmissão do calor ocorre
de três formas:
❖ Condução
É a transmissão de calor de molécula para
molécula quando colocamos em contato dois corpos
com temperaturas diferentes. O corpo mais aquecido
cede calor para o corpo menos aquecido, e ambos
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P á g i n a |25
iniciam um processo de trocas com o meio ambiente, que só termina quando
ambos atingem a temperatura ambiente. Ex. Vigas de aço, anteparas de aço, etc.
❖ Irradiação
O calor é transferido de um corpo para o outro por meio de raios caloríficos
através do espaço, de maneira muito semelhante à transferência de luz pelos
raios luminosos. As ondas de calor atingem os objetos, aquecendo-os. Ex: O
calor que vem do sol.
❖ Convecção
É o método de transmissão de calor característico
dos líquidos e gases. Consiste na propagação de calor
através de uma massa fluida (líquido ou gás), na qual se
formam correntes ascendentes no seio da massa fluida,
circulando e aquecendo objetos distantes nos
compartimentos. O ar aquecido dilata-se e se eleva, e
por essa razão a transferência de calor por convecção
faz-se, sobretudo, numa direção ascendente. Ex: Nas edificações, essas correntes
de convecção ocorrem através dos dutos de ventilação ou pelos vãos de
elevadores ou escadas, criando o chamado efeito chaminé. Muitas vezes, devido
à falta de providências, incêndios aparentemente inexplicáveis, longe do foco
principal, poderão se formar e inutilizar todo o trabalho de extinção realizado no
compartimento no qual o fogo se originou.
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4. CLASSES DE FOGO
A classificação dos incêndios é feita de acordo com os materiais envolvidos,
bem como a situação em que se encontram. É importante classificarmos os
incêndios para que possamos escolher o método de extinção e agente extintor
adequado. A classificação aqui no Brasil adotada, foi elaborada pela NFPA –
National Fire Protection Association.
❖ Classe A
São materiais de fácil combustão. Possuem a
característica de queimarem em sua superfície e em
profundidade (o fogo penetra no material
combustível). Deixam muitos resíduos (brasas ou
cinzas). Ex: madeira, papel, tecidos, borrachas, etc.
❖ Classe B
Possuem a característica de queimarem somente
em sua superfície, não deixando resíduos. O fogo
alastra-se por toda a sua superfície em grande
velocidade. Necessitam de grandes quantidades de
oxigênio para o seu desenvolvimento e geram bastante calor. Verificam-se no
caso dos líquidos inflamáveis. Ex: óleo, gasolina, álcool, querosene, graxas,
vernizes, tintas, acetona, cera e gases como butano, metano e propano.
❖ Classe C
São aqueles que ocorrem nos equipamentos
elétricos / eletrônicos energizados. Alguns aparelhos
permanecem com carga (energia) acumulada durante
algum tempo, mesmo que já tenha sido desligado.
Sendo assim, são denominados incêndios Classe C qualquer incêndio que envolva
equipamento elétrico / eletrônico, ainda que o mesmo já tenha sido desligado.
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❖ Classe D
São aqueles que ocorrem envolvendo materiais
pirofóricos (metais). É caracterizado por uma queima
em altas temperaturas e de intensa luminosidade.
Ex: magnésio, titânio, zircônio, sódio, lítio, cádmio,
etc.
5. MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO
São técnicas que se baseiam na remoção de um ou mais elementos que
constituem o “Triângulo do Fogo”. Porém, levando-se em consideração a
moderna teoria do “Tetraedro do Fogo”, a extinção pode ser de quatro maneiras:
resfriamento, abafamento, isolamento e quebra da reação em cadeia.
❖ Resfriamento
Consiste em reduzir a temperatura do material
abaixo da temperatura de ignição, ou até um ponto
determinado em que não ocorra a emanação de vapores
inflamáveis. Mais eficiente para os sólidos em geral.
❖ Abafamento
Consiste na supressão do oxigênio, na diminuição de
sua concentração nas proximidades do combustível para
um valor abaixo de 16%. Não havendo o comburente, não
haverá combustão, com exceção daquelas substâncias que
não possuem o oxigênio em sua composição molecular e
queima sem necessidade de oxigênio, como o fósforo
branco. Mais eficiente nos líquidos inflamáveis.
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❖ Isolamento
Consiste na retirada do combustível que está
alimentando a combustão, podendo ser parcial ou total,
diminuindo o tempo de duração do incêndio ou
extinguindo o incêndio. É o que ocorre quando fechamos
uma válvula ou interrompemos um vazamento de algum
produto inflamável.
❖ Quebra da Reação em Cadeia
Consiste na introdução de determinadas substâncias estranhas à reação
química da combustão com o propósito de inibi-lá. É criada uma condição
especial (por um agente que atua em nível molecular) em que o combustível e o
comburente perdem, ou têm em muito reduzida à capacidade de manter a cadeia
da reação. A reação somente permanece interrompida enquanto houver a efetiva
presença do agente extintor. Logo requer que ele seja mantido até o natural
resfriamento da área, ou que se proceda ao resfriamento por um dos meios
conhecidos.
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6. AGENTES EXTINTORES
Toda substância que, ao ser aplicado no incêndio, reage com o processo da
combustão provocando algum tipo de extinção. Podem ser portáteis ou fixos.
❖ Água
É o mais conhecido e o mais utilizado devido sua eficiência e baixo custo. A
água em contato com altas temperaturas reage se evaporando, e aumenta o seu
volume em cerca de 1.700 vezes. Com esse aumento cria-se um bolsão de vapor
d´água, deslocando-se no ar diminuindo a quantidade de oxigênio e resfriando o
material, daí sua principal propriedade extintora – resfriamento. Reduz a
temperatura para valores abaixo do ponto de fulgor, evitando a reignição do
incêndio. É indicado para incêndios Classe A. São encontrados nas redes de
incêndio, aparelhos portáteis e sistemas fixos (sprinklers). É um excelente
condutor de eletricidade, por isso nunca deverá ser usada nos incêndios Classe C.
Uso: Remover o extintor do suporte, suspendendo-o pela alça inferior.
Retirar a seguir o pino de segurança e pressionar o gatilho, dirigindo o jato para
a base das chamas. Depois de extinto o fogo, dirigir o jato sobre o material
incandescente até encharcá-lo.
Cuidados no manuseio:
• Quando utilizada em jato sólido, pode avariar
equipamentos;
• Pode originar acidentes se, sob a forma de jato
sólido for dirigida sobre o pessoal;
• Se dirigida sobre equipamentos elétricos
energizados pode causar choque elétrico no
pessoal.
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❖ Dióxido de Carbono (CO2)
É um gás inerte, mais pesado que o ar e não condutor de eletricidade. Não
é um agente tóxico, mas sim um gás asfixiante, devendo ter muito cuidado ao
ser empregado em compartimentos fechados. Seu método de extinção é agir por
abafamento, ou seja, retira o oxigênio das proximidades do incêndio. È chamado
de agente limpo, ou seja, não deixa resíduo. É um excelente agente indicado
para incêndios Classe C, podendo também ser utilizado em líquidos inflamáveis,
incêndios Classe B. É encontrado em aparelhos portáteis (cilindros pressurizados
de alta pressão) e em sistemas fixos.
Uso: Sempre segurar o difusor pela empunhadura e nunca pela mangueira
ou o próprio difusor. A descarga deve ser dirigida para a base das chamas e,
após sua extinção, deve ser mantido o jato para se prevenir um possível
ressurgimento do fogo.
Cuidados no manuseio:
• Pode causar acidentes por asfixia em ambientes
fechados;
• Pode causar queimadura na pele e nos olhos,
em face de sua baixa temperatura.
❖ Espuma
Formada por pequenas bolhas aderentes entre si, constituindo-se num
verdadeiro cobertor que, ao ser aplicado, repousa sob a superfície do material
incendiado, impedindo o fornecimento do oxigênio necessário para a continuação
da combustão.
Também é conhecida como espuma mecânica, uma espuma proporcionada
por aparelhos especiais tais como, esguichos, extintores portáteis ou sistemas
fixos. São encontradas em concentrações que variam de 1% a 6%. Existem três
tipos de espuma: o AFFF, um composto sintético, o AFP, uma proteína a base de
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flúor, e o ARC/ATC, um composto resistente ao álcool desenvolvido para esses
tipos de líquidos inflamáveis solúveis em água.
A espuma é o melhor agente extintor indicado para incêndios Classe B
envolvendo os líquidos inflamáveis. A sua propriedade extintora principal ocorre
por abafamento. Todavia, se prestarmos a atenção, a espuma age,
adicionalmente, por resfriamento já que em sua composição (mistura) contém
cerca de 94% a 99% de água, outro agente extintor cujas as características já
falamos.
As características da espuma são:
• Previne a radiação de calor, pois as chamas ficam separadas do
combustível;
• A viscosidade da massa de espuma
evita a formação de vapores logo
acima do líquido;
• Adere facilmente para a formação de
uma cobertura;
• Estabilidade;
• Resistente ao calor;
• Intolerância com líquidos
combustíveis.
Uso: São operados à semelhança dos extintores de água pressurizada.
Cuidados no manuseio:
• Reduz a resistência de isolamento de equipamentos e circuitos;
• Alguns tipos possuem propriedades corrosivas sobre diversos
materiais; Produz irritação na pele, e principalmente nos olhos.
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❖ Pó Químico Seco
É um pó composto de partículas finíssimas, produzido a base de
bicarbonato de sódio ou bicarbonato de potássio. Em contato com o material
aquecido parte do pó se decompõe o que acaba auxiliando na extinção do fogo.
Porém sua real propriedade extintora ocorre por quebra da reação em cadeia. È o
agente mais indicado para incêndios Classe B, líquidos inflamáveis. Em razão de
o pó químico ser um mal condutor elétrico também poderá ser, alternativamente,
utilizado nos incêndios classe C podendo, contudo, danificar os equipamentos
devido aos resíduos que ele deixa sobre o material. Também pode ser utilizado
nos incêndios Classe A, dependendo do material combustível. Não será muito
eficaz, pois não possui propriedades de resfriamento. É encontrado nos aparelhos
portáteis (cilindros) e em sistemas fixos.
Uso: O jato deve ser dirigido para as bases da chama, movimentando-se o
esguicho rapidamente de um lado para o outro.
Cuidados no manuseio:
• Podem causar acidentes por asfixia quando
utilizados em compartimentos fechados e
sem ventilação;
• Podem dar origem a maus contatos e baixa
de isolamento em equipamentos elétricos. No
caso do Pó ABC, os danos aos equipamentos
serão menores.
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❖ Pó ABC
Popularmente conhecido com Pó ABC, esse tipo
de pó atua da mesma maneira do que o PQS. Todavia,
como o próprio nome já indica, pode ser empregado
nas 3 classes de incêndio A, B e C. Portanto, age por
quebra da reação em cadeia e também por
resfriamento. É composto a base de Fosfato de
Monoamônia, produto largamente utilizado como
fertilizante agrícola. É encontrado em aparelhos
portáteis (cilindros). A tendência é que comecem a
substituir o tradicional PQS, todavia ainda possui um
custo mais alto.
❖ Pó Químico Classe D
É um pó químico feito à base de Cloreto de Sódio e indicado para os
Incêndios Classe D, metais pirofóricos. Também atua por quebra da reação em
cadeia. São encontrados nos aparelhos portáteis (cilindros). O mais utilizado nos
meios navais é o METLX composto a base de Cloreto de Sódio com Fosfato Tri
cálcio, aditivo termoplástico e metal estearato. Não é tóxico, não é condutor e
não é abrasivo. O pó forma uma camada sólida sobre o metal impedindo o seu
contato com o oxigênio. Adere às superfícies quentes, envolvendo até perfis
irregulares e fundidos.
Uso: Utilizados em incêndios da Classe D.
Cuidados no manuseio:
• Os mesmos para os demais tipos de agentes
extintores a base de pó.
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❖ Agentes Halogenados (Halon, FM200, FE13, FE36, Halotron)
O halon é feito de carbono e de um ou mais elementos halógenos: Flúor,
cloro, bromo e iodo. Dois tipos de halon são utilizados em combate à incêndio: o
BTM (Bromotrifluormetano) conhecido como HALON 1301 e o BFC
(Bromoclorodifluormetano) conhecido como HALON 1211. O HALON 1301 é
armazenado como líquido sob pressão.
Quando liberado na área protegida, ele vaporiza em um gás sem cheiro e
sem cor e é levado para o fogo pela pressão armazenada.
O HALON 1301 não conduz eletricidade. O HALON 1211 também é sem cor,
mas tem um cheiro doce suave. O Halon 1211 é armazenado como líquido e
pressurizado por gás nitrogênio. A pressurização é necessária já que a pressão de
vapor do Halon 1211 é muito baixa para levá- lo a área do fogo. O Halon 1211
não conduz eletricidade.
Proibição:
Em virtude dos prazos, limites e restrições criadas a partir do Protocolo de
Montreal (1987), este agente teve a sua utilização proibida e drasticamente
reduzida até a sua eliminação/ substituição total devido seus efeitos danosos à
camada de ozônio. Para os casos de extinção de incêndio, o Halon encontra- se
em uso restrito apenas para incêndios em embarcações ou instalações offshore e
em aeronaves.
Os agentes halogenados são efetivamente
muito eficientes, pelo que, relativamente aos gases
inertes, por exemplo, requerem um volume muito
menor de gás para a instalação fixa, permitindo
baterias de cilindros menores, em espaços mais
reduzidos. Por outro lado, o seu custo é muito
superior ao dos gases inertes. Exemplos de agentes
halogenados são os produtos genericamente designados por FM-200 e FE13.
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6.1. PROCEDIMENTOS DE MANUSEIO DE EXTINTOR DE INCÊNDIO
6.2. TIPOS DE EQUIPAMENTOS DE COMBATE À INCÊNDIO
Além dos extintores de incêndio, podendo ser de Água (AP - 10L), de
espuma (ESM-9 e 10 litros), CO2 (CO2 - 6KG), de Pó Químico Seco ( PP - 6KG),
Pó Químico ABC (PP - 6KG), Pó Químico - Classe D (PP - 9KG), pode-se citar
outros equipamentos de combate à incêndio como segue:
❖ Caixas de Incêndio
São abrigos na forma paralelepipedal com as dimensões mínimas de 70cm
(setenta centímetros) de altura, 50cm (cinquenta centímetros) de largura e 25cm
(vinte e cinco centímetros) de profundidade; porta com vidro de 3mm (três
milímetros), com inscrição INCÊNDIO, em letras vermelhas com o traço de 1cm
(um centímetro), em moldura de 7cm (sete centímetros) de largura; contendo 01
(um) registro de gaveta de 65 mm (2.½”) de diâmetro, com redução para união
tipo “STORZ” de 40mm (1.½”) de diâmetro, onde será estabelecida a Lina de
mangueiras.
As linhas de mangueiras, com o máximo de 2 (duas) seções
permanentemente unidas com juntas STORZ, prontas para uso imediato, de jato
regulável.
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❖ Hidrantes
São as tomadas de incêndio instaladas nas tubulações
da rede de incêndio ou nas extremidades das derivações
verticais. Geralmente essas tomadas são de 2.½ polegadas de
diâmetro, reduzidas, quando necessário para 1.½ polegadas.
❖ Esguichos
Os esguichos são peças feitas de metal
antifaíscante (bronze ou latão) ou carbono
possuindo variados modelos de acordo com sua
aplicação específica. A sua vazão é variável e
pode ser utilizado para a aplicação de jato sólido
(mais indicado para trabalhos de resfriamento),
para aplicação de neblina de alta velocidade ou
aplicação de espuma. São encontrados nos diâmetros de 1 ½ e de 2 ½
polegadas.
❖ Mangueiras
As mangueiras adotadas em edificações são as de borracha com capa em
lona, Tipo II, nos diâmetros de 1.1/2” ou de 2.1/2”. Para plantas industriais são
utilizadas as do Tipo III e IV. As seções são de 15,25 m de comprimento com
união de engate rápido.
As mangueiras deverão ser conservadas
limpas, não sendo, porém indicado laválas, a não
ser no caso de ficarem sujas de óleo ou graxa, que
atacam a borracha. Nesses casos, deverão ser
lavadas com água doce, escova macia (nylon) e
sabão ou detergente neutro. Após a lavagem,
deverão ser enxaguadas e postas estendidas para
secar a temperatura ambiente.
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Todas as mangueiras devem ser inspecionadas semanalmente, a fim de se
verificar presença de umidade, e retiradas das caixas, pelo menos uma vez por
mês, e novamente enroladas para evitar dobras.
Acondicionamento é a forma em que encontramos as mangueiras, em
função do seu local de guarda. Podemos encontrá-las nas seguintes formas:
➢ Espiral
Também conhecido como método alemão.
Própria somente para armazenamento e
apresenta uma dobra suave que evita o
desgaste do material. Não recomendável
para operações de combate a incêndio
devido à demora para desdobrá-la.
➢ Aduchada
É o mais indicado para operações de combate
devido o seu manuseio e transporte. Também
apresenta um baixo desgaste do material,
pois só utiliza uma dobra.
O aduchamento de uma mangueira é uma tarefa melhor desempenhada
por dois brigadista:
• 1º Passo: Preparamos a mangueira deixandoa totalmente esticada
sob o piso, tirando todas as torções por ventura existentes. Uma das
extremidades deve ser levada e colocada de modos que fique uma
parte da mangueira sob a outra, mantendo uma distância de 1 metro
entre as duas conexões.
• 2º Passo: Enrolar começando pela dobra tentando manter o maior
ajuste possível. O segundo tripulante auxiliar de forma a evitar folgas
na parte interna. Parar de enrolar quando atingir a conexão da parte
interna, trazendo a outra conexão sobre a mangueira aduchada.
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Para desenrolar uma mangueira basta colocá-la sob o piso, pisar na parte
externa não enrolada, segurar na conexão da parte interna ainda enrolada e
puxá-la para cima. Este movimento pode se efetuado parado ou caminhando em
direção a uma tomada ou a outro lance de mangueira.
A mangueira aduchada pode ser transportada de duas formas. Embaixo do
braço, com a conexão para baixo e voltado para trás, ou em cima dos ombros
com a conexão para baixo e voltado para frente. Talvez esta última maneira
apresente algumas limitações quanto a limitações na visibilidade do lado em que
o brigadista estiver carregando a mangueira.
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❖ Reduções
As válvulas normalmente instaladas na rede de
incêndio são as de interceptação, redutora e de
segurança.
As válvulas de interceptação são encontradas na
própria rede e nas suas derivações verticais ou
horizontais. Têm como finalidade permitir a segregação
da rede em partes independentes e o isolamento de
seções avariadas, visando o reparo e o contorno. As válvulas redutoras são
instaladas nas derivações da rede de incêndio que alimentam a rede sanitária. A
pressão normal na rede sanitária é de 35 lb/pol.
2
, sendo as válvulas redutoras
ajustadas para esse valor.
❖ Manta Antichama
Manta antichamas também é conhecida
como um agente extintor. É fabricada em
aramida. A sua aplicação é indicada para
princípios de incêndio em cozinhas envolvendo
incidentes com fritadeiras.
6.3. ACESSÓRIOS
Para montagem e operação com mangueiras iremos contar com alguns
acessórios que otimizem o seu alcance.
O derivante ou redução Y é indicado para manobras em que será
necessário o emprego de duas ou três linhas de mangueiras. Sempre reduz de
um diâmetro de 2.½ para 1.½ polegada.
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As reduções são aplicadas para reduzir o diâmetro de uma mangueira de
2.½ para outra de 1.½ polegada, nunca ao contrário.
Embora, a grande maioria das conexões de mangueiras seja de engate
rápido, ainda contamos com as chaves de mangueira ou chave “storz”. O real
motivo de ainda existirem se deve a sensibilidade do bronze ou do latão a
impactos físicos. É um excelente material para combate a incêndio por não
produzir faíscas quando sofrer algum tipo de atrito, contudo é fácil de se
amassar. Sendo assim, é importante termos o maior cuidado com todos os
assessórios.
Também devemos preservar esses equipamentos quanto a sujeiras,
contaminação e corrosão, principalmente após a sua utilização com espumas.
7. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA
7.1. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)
Todo EPI é selecionado de acordo com o risco identificado em determinada
operação. Ao se combater um incêndio a primeira preocupação é a proteção
contra queimaduras e altas temperaturas.
Todavia, não podemos deixar de esquecer que a proteção respiratória e a
proteção contra impactos na cabeça são tão importantes quanto à primeira.
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❖ Proteção Básica
Na ausência de roupas especiais, o uso de vestimentas a base de algodão
anti-chamas oferecem proteção significativa contra o calor radiante de um
incêndio. O uso de roupas de baixo (cuecas, meias e camisetas) em algodão
também é recomendável, na medida em que tecidos sintéticos poderão queimar
e grudar na pele quando submetidos ao calor. Como complementos para proteção
das mãos e cabeça, utilizam-se as luvas e capuzes resistentes ao calor, com
considerável grau de impermeabilidade e confeccionados em algodão cru.
❖ Capacetes
Devem ser utilizados os capacetes com viseiras e proteção contra impactos
e anti-chamas.
❖ Ruídos Excessivos
Os altos índices de ruído são comuns no ambiente de trabalho dos
soldadores. A utilização de esmeris, lixadeiras, martelos e as próprias fontes de
soldagem, são vilãs da audição dos mesmos.
O uso de protetores auriculares tipo plug, concha, capacetes, para soldador
entre outros, é obrigatório em ambientes com ruídos acima de 80 decibéis.
Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente
P á g i n a |42
Os protetores auriculares não eliminam completamente os ruídos
dependendo do modelo e das informações técnicas do EPI, os índices de redução
podem variar.
A poluição sonora em muitas indústrias ou em linhas de produção obriga
em alguns casos a utilização de até dois pares de protetor auricular
simultaneamente, sendo um tipo Plug e o outro do tipo Concha.
7.2. NR 6 – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Segundo a NR 6, no item 6.1encontramos a definição de Equipamento de
Proteção Individual (EPI). Segundo texto da norma: “Para os fins de aplicação
desta Norma Regulamentadora – NR, considera-se Equipamento de Proteção
Individual – EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo
trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e
a saúde no trabalho.”
“6.2. O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou
importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do
Certificado de Aprovação – CA, expedido pelo órgão nacional competente em
matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.
6.3. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI
adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas
seguintes circunstâncias:
a) Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa
proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e
do trabalho;
Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente
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b) Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo
implantadas; e,
c) Para atender a situações de emergência.
6.6. Responsabilidades do empregador.
6.6.1. Cabe ao empregador quanto ao EPI;
a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
b) exigir seu uso;
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e
conservação;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada;
h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados
livros, fichas ou sistema eletrônico.
6.7. Responsabilidades dos trabalhadores.
6.7.1. Cabe ao empregado quanto ao EPI:
a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
b) Responsabilizar-se pela guarda e conservação;
c) Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio
para uso; e,
d) Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.”
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7.3. EPC’S - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA
Para proteger as pessoas ao redor e o ambiente de radiações e respingos, é
utilizado biombos de material não inflamável, ou cortinas próprias para essa
utilização.
As cortinas vêm ganhando espaço na indústria pelo fato delas favorecerem
a visibilidade do trabalho realizado pelo soldador sem afetar a saúde visual das
pessoas próximas
Suas cores podem variar conforme a aplicação do serviço.
8. SISTEMAS DE ALARME E COMUNICAÇÃO
Conforme a Norma Regulamentadora NR - 34, o observador de trabalho a
quente deve receber treinamento ministrado por trabalhador capacitado em
prevenção e combate a incêndio, com conteúdo programático e carga horária
mínima conforme o item 1 do Anexo I desta Norma.
Uma série de competências será realizada ao constatar um princípio de
incêndio, não ficando restrita apenas ao combate a incêndio propriamente dito.
Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente
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É necessária a realização de ações preventivas, ações corretivas, uso
efetivo das comunicações, organização do abandono de área, as técnicas de
combate a incêndio de diversos tipos, entre outras, sendo esses exemplos citados
alguns dos procedimentos distribuídos para os membros da brigada, que será
acionada pelo observador de trabalho a quente.
8.1. ALERTA
Ao constatar a existência de um incêndio, a primeira providência a tomar
será dar o ALARME GERAL. Somente após, deverá começar a combatê-lo com os
meios disponíveis mais próximos do local do incêndio. O observador de trabalho a
quente ao detectar a emergência, irá acionar a Brigada de Incêndio e todo
pessoal treinado, para que possam executar suas funções.
É de suma importância um plano de emergência, que deve contemplar
como o alerta será dado (alarme, telefone, rádio ou outro meio) e como serão
avisadas a brigada, a população e as demais organizações.
Ao soar o alarme de incêndio, o pessoal que irá combatê-lo deverá saber
algumas características do incêndio, para combatê-lo de maneira eficaz, tais
como:
• Qual o local do incêndio?
• O que está queimando? (para a determinação da classe de incêndio)
• Qual a extensão do incêndio?
• Quais os combustíveis que existem nas proximidades?
• Qual a melhor maneira de:
• Evitar o alastramento do fogo;
• Extinguir o incêndio.
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8.2. QUE DEVE FAZER O OBSERVADOR DE TRABALHO A QUENTE
EM UMA SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA?
• Se notar fogo no local onde está sendo executado o serviço, acione
imediatamente o alarme e avise a brigada;
• Alerte os demais ocupantes em voz alta e bata à suas portas, se
estiverem fechadas;
• Sempre acate as orientações dos brigadistas;
• Nos casos de evacuação não perca a calma, mas atue com pressa.
Ajude a acalmar os demais ocupantes do local;
• Sempre caminhe em ordem e sem atropelos;
• Em primeiro lugar a brigada deve ser acionada conforme descrito,
porém sendo o observador de trabalho a quente um profissional
treinado e que sabe usar equipamentos de extinção, este combate
poderá ser realizado. Avalie a situação e escolha o extintor
apropriado à classe do incêndio deflagrado;
• Se sentir cheiro de gás não ascender ou apagar as luzes;
• Se for possível, desligue o sistema elétrico;
• Afaste-se da área se a brigada foi acionada, facilitando a ação da
mesma;
• Não tente salvar objetos, salve sua vida;
• Jamais use o elevador! Procure alcançar o térreo usando a escada
mais próxima;
• Abandone o local rapidamente fechando portas, porém sem trancá-
las;
• Ao deixar a área de risco, procure se apresentar as pessoas que
estiverem coordenando os trabalhos de salvamento. Dessa forma,
elas saberão que você não esta mais em perigo.
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P á g i n a |47
• Atire fora pela janela qualquer objeto que poderá servir como
material combustível. Porém, tome cuidado para não machucar
alguém;
• Se houver fumaça no recinto, estiver sentindo dificuldades para
respirar, abaixe-se e procure permanecer junto ao piso. Se houver
uma janela abra-a, ou até mesmo quebre-a, para que o ambiente
seja ventilado;
• Mantenha-se vestido, pois a roupa poderá protegê-lo contra calor e
desidratação;
• Se o fogo atingir a sua roupa, não corra. Deite no chão e role para
abafá-lo. Quando você corre o fogo aumenta, alimentado pelo
oxigênio.
• Caso a roupa de um colega esteja em chamas, procure abafá-las,
envolvendo-o, com uma jaqueta, tapete, manta, etc.
• Não se tranque em qualquer sala. Em breve a madeira da porta será
consumida e você poderá ser atingido;
• Se ficar preso em meio à fumaça, ponha um pano molhado no nariz e
ande agachado, pois o ar perto do chão é mais respirável. Mantenha-
se vestido e procure molhar suas roupas;
• Se estiver preso, tente arrombar paredes com o impacto de qualquer
objeto que seja resistente;
• Antes de abrir uma porta, toque-a com a mão. Se estiver fria, abra-a
com cuidado, protegendo-se por trás dela. Se estiver quente não a
abra, busque outra saída. Aplique toalhas molhadas nas fendas e
aberturas da mesma. Verifique se existe sinal de fumaça saindo por
seus orifícios;
• Se não puder sair, mantenha-se junto ao chão e próximo de uma
janela. Abra-a janela e coloque perto de si um móvel para servir de
anteparo contra as ondas de calor;
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P á g i n a |48
• Não fique parado na janela sem nenhuma defesa: o fogo procura
espaço para queimar e irá buscá-lo se você não estiver protegido;
• Se encontrar todas as vias de fuga bloqueadas, refugie-se em um
banheiro, molhando a porta e vedando-a com panos e papéis; e
• Procure sempre uma posição favorável ao vento. Nunca fique contra
ao vento.
8.3. ANÁLISE DA SITUAÇÃO
Deve-se realizar a análise da situação, desde a deflagração da emergência,
e desencadear todos os procedimentos necessários, acionando a brigada para
executar sua responsabilidade de acordo com o tamanho da equipe e recursos
operacionais disponíveis. Confirmada a emergência, nesse momento já deverá
estar definido quem a brigada irá se reportar adiante no andamento das ações.
8.4. APOIO EXTERNO
O plano deve identificar o responsável pelo acionamento do Corpo de
Bombeiros, Polícia e demais organizações (hospitais, órgãos administrativos, etc.)
e os meios de acionamento.
A notificação da emergência deverá conter, no mínimo, as seguintes
informações:
• Nome do Solicitante e o número do telefone utilizado;
• Local da emergência (endereço e referências);
• Características, localização precisa da ocorrência e a existência de
eventuais vítimas e seus estados.
• Para o recebimento das forças de apoio externo, um brigadista,
preferencialmente, deverá ser indicado para recebê-los e fornecer as
informações necessárias para o início dos procedimentos operacionais
de responsabilidade daquelas organizações.
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P á g i n a |49
8.5. PRIMEIROS SOCORROS
O plano de emergência deve identificar as pessoas responsáveis pelo
primeiro atendimento das vítimas do sinistro. Devem prestar os primeiros -
socorros mantendo ou estabilizando as funções vitais das vítimas, como por
exemplo, SBV – Suporte Básico da Vida ou RCP – Ressuscitação Cardiopulmonar,
até a chegada no local da emergência da equipe de resgate médico especializado.
Tão logo as vítimas tenham recebido o primeiro atendimento e sejam
conhecidos os detalhes dos seus estados clínicos, devem ser transferidas para as
unidades de atendimento médico especializado e adequadas a cada tipo de
situação.
8.6. ABANDONO DE ÁREA
Essa tarefa será de responsabilidade da brigada que deverá efetuar o
abandono da área parcial ou total, quando necessário, conforme a comunicação
recebida, conduzindo a população fixa e flutuante daquela área para o ponto de
encontro, ali permanecendo até a emergência ser definitivamente sanada.
Uma atenção especial deve ser dada às pessoas portadoras de deficiência
física permanente ou temporária e às pessoas que precisam de auxílio especial,
como por exemplo, idosos, obesos, gestantes, entre outros. A NBR 14.276 os
chama de pessoas com mobilidade reduzida.
Quem determina a ordem de abandono é o responsável máximo da brigada
de incêndio identificado no plano de emergência, devendo priorizar os locais
sinistrados, os pavimentos superiores a estes, os setores próximos e os locais de
maior risco.
8.7. ISOLAMENTO DA ÁREA
A brigada deverá estabelecer um perímetro de segurança inicial até a
chegada do Corpo de Bombeiros e demais forças auxiliares. Essa medida tem por
objetivo isolar a área sinistrada de modo a garantir a execução dos demais
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P á g i n a |50
procedimentos de emergência tais como abandono de área e atendimento das
vítimas. Também evita que pessoas que não autorizadas venham adentrar
inadvertidamente no local sinistrado.
8.8. COMBATE À INCÊNDIO
Obedecendo ao seu nível de treinamento determinado pela sua empresa, a
brigada deverá proceder ao combate a incêndio inicial até o restabelecimento da
normalidade ou a chegada do reforço do Corpo de Bombeiro.
8.9. ALARME DE INCÊNDIO
Equipamentos instalados com a finalidade de alertar a tripulação para a
deflagração de um estado de emergência a bordo. Os alarmes podem ser sonoros
(através de toques ou mensagens) ou luminosos, indicados para locais onde a
escuta do alarme seja de difícil percepção.
Normalmente os sistemas de detecção e de alarme estão interligados com
os sistemas de combate a incêndio, como por exemplo, o sistema de sprinkler.
8.9.1. SISTEMA DE SPRINKLER E ALAGAMENTO
Destinam-se, genericamente, a proteger a área contra o fogo e, quando
operando automaticamente, possuem a vantagem de atuar logo no início do
incêndio, impedindo assim que o fogo alcance maiores proporções.
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P á g i n a |51
Alguns sistemas modernos podem ser
operados automaticamente, sendo a válvula de
controle atuada por um sistema de servo-
comando, sensível ao aumento de temperatura.
Sistemas semelhantes, de operação manual,
dotados de controle local e comando a distância,
são instalados em locais que se constituem em
áreas potencialmente perigosas. Podem ser dotados de pulverizadores destinados
a formação de neblina de baixa velocidade, ou do tipo “chuveiro”, em forma de
cortina d’água.
Toda a rede instalada no compartimento protegido por esse sistema é
mantida pressurizada. Ao indício de uma fonte de calor, o chuveiro abre
independentemente de acionamento manual. Logo, somente aqueles expostos a
uma fonte de calor é que serão ativados. No instante de seu acionamento, o
sistema faz disparar o alarme de incêndio. O projeto da rede de combate a
incêndio deverá assegurar que os sistemas fixos não reduzam materialmente o
volume de água disponível e nem produzam uma queda de pressão na rede.
8.9.2. CANHÕES DE ESPUMA
A espuma é um agente indicado para extinção de incêndios da classe “B”,
em especial os de grande vulto envolvendo hidrocarbonetos. Quando o incêndio
ocorrer com líquidos derramados torna-se mais eficiente represar o líquido com a
própria espuma, empurrando-a aos poucos sobre o líquido inflamado.
Existe também a possibilidade de empregar
neblina de espuma, altamente eficiente nesses tipos
de incêndio. A espuma pode ser encontrada sob várias
formas nas plantas como, por exemplo, reservatórios
especiais ou sistemas geradores.
É lançada através de esguichos especiais ou por
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P á g i n a |52
canhões monitores. Abaixo ilustramos com a imagem de um sistema fixo gerador
de espuma.
8.9.3. CANHÕES DE ÁGUA
Sistema dotado de pés e garras para
fixação, possuindo um sistema para
movimentos rotativos e direcionamento do jato.
Utilizado fixo ao solo, ou em viaturas para
lançamento do jato compacto a grandes
distâncias. Este canhão é utilizado em sistemas
fixos de combate a incêndios em conjunto com
esguichos de água. Quando em operação com
esguichos de água, destina-se na maioria dos casos ao resfriamento de
estruturas expostas ao calor.
8.9.4. SISTEMA FIXO DE CO2
Dentre os agentes limpos, o mais conhecido é o
gás carbônico (CO2), o qual é recomendado para
proteção de áreas desocupadas, devido ao risco
potencial de axfixia, entretanto, podem ser utilizados
em áreas ocupadas, desde que haja sistema de retardo,
possibilitando, assim, a saída das pessoas. Os sistemas
à base de CO2 podem ser projetados em baixa e alta
pressão. Os de baixa pressão são utilizados para
proteção de grandes áreas, empregando um tanque de
grande volume isolado termicamente; enquanto que os
de alta pressão são utilizados para proteção de pequenas áreas, empregando
cilindros de tamanho variáveis, sendo mais usual o de 50Kg de CO2 em fase
líquida.
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P á g i n a |53
9. SISTEMA DE DETECÇÃO DE INCÊNDIO
É aquele constituído de conjuntos de elementos planejadamente dispostos
e adequadamente interligados, que fornecem informações de princípio de
incêndios, por meio de indicações sonoras e visuais localizadas em uma central
de controle, além de, quando projetados para tal, controlarem os dispositivos de
segurança e de combate automáticos instalados na edificação.
❖ Detector de calor (Temperatura)
Seu princípio de funcionamento baseia- se na transmissão de corrente
elétrica gerada por intermédio do aumento rápido do gradiente de calor, em um
espectro ainda invisível aos sentidos humanos, a uma central de alarme. Os mais
utilizados são:
• Térmicos: Instalados em ambientes onde a ultrapassagem de
determinada temperatura indique, seguramente, um princípio de
incêndio.
• Termovelocimétricos: Instalados em ambientes onde a rapidez no
aumento da temperatura indique, inequivocamente, um princípio de
incêndio.
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P á g i n a |54
❖ Detector De Fumaça
Seu princípio de funcionamento baseia- se na transmissão de corrente
elétrica gerada por intermédio da presença de radiação luminosa, em um
espectro ainda invisível aos sentidos humanos, a uma central de alarme.
São instalados em ambientes onde a primeira conseqüência imediata de um
princípio de incêndio seja a produção de chamas. Sua instalação deve ser
efetuada de forma que seu campo de utilização não seja prejudicado por
obstáculos.
❖ Detector de chamas
Seu princípio de funcionamento baseia- se na transmissão de corrente
elétrica gerada por intermédio da passagem de partículas oriundas da
combustão, em um espectro ainda invisível aos sentidos humanos, a uma central
de alarme.
Os tipos mais utilizados são:
• Iônicos: Instalados em ambientes onde, num princípio de incêndio,
haja formação de combustão ou fumaça, antes da deflagração do
incêndio propriamente dito.
• Óticos: Instalados em ambientes onde, num princípio de incêndio,
haja expectativa de formação de fumaça, antes da deflagração do
incêndio propriamente dito.
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10. ROTAS DE FUGA
Ninguém espera um incêndio. Mas é muito importante ter um plano de fuga
no caso de um sinistro. O incêndio pode acontecer em qualquer lugar: na sua
casa/apartamento ou local de trabalho. No caso de Incêndio, não entre em pânico
e nem tome atitude precipitada. Pense antes de agir. Os incêndios não
acontecem só com os outros. Se o local onde você mora ou trabalha tiver os
sistemas preventivos contra incêndio previstos nas Normas de Segurança Contra
Incêndios (NR - 23 Proteção Contra Incêndios) do MTE; (NBR-9077 Saídas de
Emergência em Edifícios e NBR -13434 Sinalização de Segurança Contra Incêndio
e Pânico); Código Estadual de Prevenção de Incêndios e outras que venham a
facilitara saída dos indivíduos dos locais atingidos) pode ter certeza que suas
chances são grandes de sair ileso, mas senão, seja prudente, e planeje a sua
fuga do ambiente. Inicialmente você deve mentalizar as portas de saídas, se
todas estão abertas e para onde levam. Preocupe-se com o pavimento que você
se encontra. Caso você utilizou o elevador, procure saber qual é a localização das
escadas. Guarde também na mente onde estão localizados os extintores.
Lembre-se que, via de regra, todo incêndio começa pequeno, e se não for
controlado no início, pode atingir proporções que o próprio Corpo de Bombeiros
terá dificuldade em controlá-lo.
É de suma importância que durante a ocorrência de incêndios ou
emergências todos saiam do local onde trabalham, moram ou se encontram em
visita, com a maior rapidez, mas também de uma forma organizada, para evitar
o pânico que pode prejudicar todo o combate a ser realizado.
As rotas de fuga fazem parte desta organização, sendo caminhos que
proporcionam a saída segura das pessoas do interior de uma edificação, sendo
seu local de trabalho ou não. São mapas que representam, através de símbolos
apropriados, o trajeto a ser seguido pelo indivíduo no caso de necessidade
urgente de evacuação do local.
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P á g i n a |56
10.1. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
❖ Conjunto de Escape/ Máscara de Fuga
Muitas pessoas estão convencidas de que as máscaras de fuga as protege
contra a fumaça e gases perigosos. Embora as máscaras contenham um filtro,
permanece dependente da quantidade de oxigênio dentro de uma determinada
área. Se a porcentagem de oxigênio tiver diminuído para menos de 17%, uma
máscara de fuga não terá função alguma.
Outro problema é que não há nenhum medidor na máscara que indique
quanto tempo você ainda está seguro. Em outras palavras, dependendo da
quantidade de gás e fumaça, em certo momento, o filtro ficará saturado com
vapores tóxicos. A máscara não oferecerá mais nenhuma proteção.
Desse modo, é muito importante que as pessoas saibam que uma máscara
de fuga só é adequada para uma fuga rápida. Se você tiver que fugir usando uma
máscara de fuga, leve em consideração os itens abaixo:
Caminhando:
• Coloque o peso no pé de trás;
• Mantenha a sua mão na parede; e
• Mantenha a mão no ângulo de visão (proteção).
Subindo escadas:
• Fique do lado da parede (se possível);
• Sinta os degraus.
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P á g i n a |57
Descendo escadas:
• Fique do lado da parede (se possível);
• De costas;
• Sinta os degraus.
Abertura de Portas:
• Mantenha-se abaixado perto da porta;
• Proteja-se atrás da porta / parede.
❖ Capuz de Fumaça
Tem sido provado que a maioria das vítimas durante
circunstâncias traumáticas devido a incêndios não se
acidenta com calor ou chamas, mas com a fumaça e
gases. O capuz de fumaça é especialmente projetado para
proteger as pessoas em perigo de fumaças e gases
gerados por fogo. O mais perigoso de todos é o monóxido
de carbono. Este equipamento proporciona uma proteção
eficaz para os olhos, cabeça e especialmente para as vias
respiratórias, e assim as pessoas podem escapar por si
próprias ou serem resgatadas com pouco risco.
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P á g i n a |58
❖ Conjunto Autônomo
O Equipamento Autônomo de Respiração possui as seguintes
características:
• Independe da concentração do contaminante;
• Indicado também para ausência de oxigênio;
• Proporciona maior mobilidade ao usuário; Pressão positiva;
• Alarme sonoro;
• Tempo limitado (cerca de 30 minutos);
• Peso incômodo.
Também é comum ser chamado simplesmente de máscara autônoma. É o
equipamento no qual o usuário transporta seu próprio suprimento de ar
respirável através de um suporte anatômico, o qual é independente da atmosfera
ambiente. O conjunto autônomo normalmente consiste de uma máscara
facialconectada a uma mangueira, a uma válvula reguladora de pressão e a um
cilindro de ar comprimido. Esses cilindros fornecem 30 (trinta) ou 60 (sessente)
minutos de ar, dependendo do seu tamanho. Os conjuntos autônomos têm um
fornecimento de ar limitado, são volumosos, pesados (mesmo com cilindros de
compósito) e aumentam a chance do estresse físico.
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P á g i n a |59
11. CONCLUSÃO
Podemos afirmar, com segurança, que o mais eficiente método de
combater incêndios é a prevenção. Devemos nos esforçar ao máximo, não só o
observador de trabalho a quente, pessoal da segurança, e não somente a brigada
de incêndio, como também toda os colaboradores executantes do serviço deve
desenvolver esforços para que os incêndios não tenham inicio.
A grande maioria de ocorrências de incêndios é derivada de falhas
humanas, pela não observância dos cuidados na utilização do material, pela
manutenção deficiente dos equipamentos e pelo desconhecimento das
precauções de segurança. O elemento humano é muito frequentemente a causa
de acidentes; portanto uma grande atenção deve ser dada aos colaboradores
executantes de trabalho a quente. Educá-los sobre as causas de incêndios e
procedimentos de trabalho irá ajudar a reduzir o risco e frequência de incêndios.
Itens construídos tais como construções resistentes ao fogo; ventilação,
combustível e controles elétricos; e sistemas de combate a incêndio são áreas-
chave de conhecimentos necessários pelos colaboradores para controlar um
incêndio.
Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente
P á g i n a |60
REFERÊNCIAS
Os seguintes documentos foram usados como fonte de informação durante
a preparação deste manual de referência:
• Ministério do Trabalho e Emprego NR-34: Condições e Meio Ambiente
de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval;
• Ministério do Trabalho e Emprego NR-06: Equipamento de Proteção
Individual;
• NBR 14.777: Instalações e equipamentos para treinamento de
combate a incêndio Requisitos;
• NBR 14.808: Extintores de incêndio Portáteis;
• NBR 13.434: Sinalização de Segurança Contra Incêndio e Pânico;
• NBR 9.077: Saídas de Emergência em Edifícios.

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  • 1. Curso Básico Para Observador de Trabalhos a Quente
  • 2. Curso Básico Para Observador de Trabalhos a Quente Macaé, RJ
  • 3. ÍNDICE 1. DEFINIÇÕES..................................................................................... 11 1.1. TRABALHO A QUENTE................................................................... 12 1.2. LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA PARA OBSERVADORES DE TRABALHOS A QUENTE ................................................................................................ 13 2. TEORIA DO FOGO ............................................................................. 14 2.1. ELEMENTOS DA COMBUSTÃO ........................................................ 16 2.2. CARACTERÍSTICAS DOS ELEMENTOS ............................................. 17 2.3. PONTOS NOTÁVEIS DA COMBUSTÃO .............................................. 20 2.4. LIMITE DE EXPLOSIVIDADE / INFLAMABILIDADE ............................. 22 2.5. ELETRICIDADE ESTÁTICA ............................................................. 24 3. MÉTODOS DE TRANSMISSÃO DE CALOR .............................................. 24 4. CLASSES DE FOGO............................................................................ 26 5. MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO ..................................................... 27 6. AGENTES EXTINTORES ...................................................................... 29 6.1. PROCEDIMENTOS DE MANUSEIO DE EXTINTOR DE INCÊNDIO........... 35 6.2. TIPOS DE EQUIPAMENTOS DE COMBATE À INCÊNDIO ...................... 35 6.3. ACESSÓRIOS............................................................................... 39 7. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA....................... 40 7.1. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) ............................. 40 7.2. NR 6 – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL......................... 42 7.3. EPC’S - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA ............................. 44 8. SISTEMAS DE ALARME E COMUNICAÇÃO ............................................. 44 8.1. ALERTA....................................................................................... 45 8.2. QUE DEVE FAZER O OBSERVADOR DE TRABALHO A QUENTE EM UMA SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA?................................................................... 46 8.3. ANÁLISE DA SITUAÇÃO ................................................................ 48
  • 4. P á g i n a |4 8.4. APOIO EXTERNO.......................................................................... 48 8.5. PRIMEIROS SOCORROS ................................................................ 49 8.6. ABANDONO DE ÁREA.................................................................... 49 8.7. ISOLAMENTO DA ÁREA ................................................................. 49 8.8. COMBATE À INCÊNDIO ................................................................. 50 8.9. ALARME DE INCÊNDIO.................................................................. 50 8.9.1. SISTEMA DE SPRINKLER E ALAGAMENTO................................... 50 8.9.2. CANHÕES DE ESPUMA ............................................................. 51 8.9.3. CANHÕES DE ÁGUA................................................................. 52 8.9.4. SISTEMA FIXO DE CO2............................................................. 52 9. SISTEMA DE DETECÇÃO DE INCÊNDIO ................................................ 53 10. ROTAS DE FUGA ............................................................................... 55 10.1. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA ............................... 56 11. CONCLUSÃO..................................................................................... 59 REFERÊNCIAS .......................................................................................... 60
  • 5. Curso Básico para Observadores de Trabalhos a Quente Nome do Arquivo 20180427_AP_Observ.Trab.aQuente_PT_REV02
  • 6. REGRAS REGRAS FALCK Respeite todos os sinais de advertência, avisos de segurança e instruções; Roupas soltas, jóias, piercings etc. Não devem ser usados durante os exercícios práticos; Não é permitido o uso de camiseta sem manga, “shorts” ou mini-saias, sendo obrigatório o uso de calças compridas e de calçados fechados; Terão prioridade de acessar o refeitório, instrutores e assistentes; Não transite pelas áreas de treinamento sem prévia autorização. Use o epi nas áreas recomendadas; Os treinandos são responsáveis por seus valores. Armários com cadeado e chaves estão disponíveis e será avisado quando devem ser usados. A falck safety services não se responsabiliza por quaisquer perdas ou danos; O fumo é prejudicial a saúde. Só é permitido fumar em áreas previamente demarcadas; Indivíduos considerados sob efeito do consumo de álcool ou drogas ilícitas serão desligados do treinamento e reencaminhados ao seu empregador; Durante as instruções telefones celulares devem ser desligados; Aconselha-se que as mulheres não façam o uso de sapato de salto fino; Não são permitidas brincadeiras inconvenientes, empurrões, discussões e discriminação de qualquer natureza; Os treinandos devem seguir instruções dos funcionários da falck durante todo o tempo; É responsabilidade de todo treinando assegurar a segurança do treinamento dentro das melhores condições possíveis. Condições ou atos inseguros devem ser informados imediatamente aos instrutores; Fotografias, filmagens ou qualquer imagem de propriedade da empresa, somente poderá ser obtida com prévia autorização;
  • 7. Gestantes não poderão realizar os treinamentos devido aos exercícios práticos; Se, por motivo de força maior, for necessário ausentar-se durante o período de treinamento, solicite o formulário específico para autorização de saída. Seu período de ausência será informado ao seu empregador e se extrapolar o limite de 10% da carga horária da disciplina, será motivo para desligamento; A falck safety services garante a segurança do transporte dos treinandos durante a permanência na empresa em veículos por ela designados, não podendo ser responsabilizada em caso de transporte em veículo particular; Os certificados/carteiras serão entregues à empresa contratante. A entrega ao portador somente mediante prévia autorização da empresa contratante. Alunos particulares deverão aguardar o resultado das avaliações e, quando aprovados, receberem a carteira do treinamento; Pessoas que agirem em desacordo com essas regras ou que intencionalmente subtraírem ou danificarem equipamentos serão responsabilizadas e tomadas as providências que o caso venha a exigir. DIRETRIZES GERAIS DO CURSO • Quanto à estruturação do curso O candidato, no ato da matrícula, deverá apresentar à instituição que vai ministrar o curso, cópia e o original (para verificação) ou cópia autenticada dos seguintes comprovantes: ✓ Atestado de boas condições de saúde física e mental; ✓ Rg e cpf originais. • Quanto à frequência às aulas A frequência às aulas e atividades práticas são obrigatórias. O aluno deverá obter o mínimo de 90% de frequência no total das aulas ministradas no curso.
  • 8. Para efeito das alíneas descritas acima, será considerada falta: o não comparecimento às aulas, o atraso superior a 10 minutos em relação ao início de qualquer atividade programada ou a saída não autorizada durante o seu desenvolvimento. • Quanto à aprovação no curso Será considerado aprovado o aluno que: ✓ Obtiver nota igual ou superior a 6,0 (seis) em uma escala de 0 a 10 (zero a dez) na avaliação teórica e alcançar o conceito satisfatório nas atividades práticas. ✓ Tiver a frequência mínima exigida (90%). Caso o aluno não cumpra as condições descritas nas alíneas acima, será considerado reprovado. INTRODUÇÃO Para fins da Norma Regulamentadora 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval, considera- se trabalho a quente as atividades de soldagem, goivagem, esmerilhamento, corte ou outras que possam gerar fontes de ignição tais como aquecimento, centelha ou chama. Trabalhos a quente tem sido a causa de um número significativo de incêndios e explosões em instalações industriais e comerciais e respondem por cerca de 5 a 10% desses sinistros. Tais incêndios frequentemente ocorrem durante serviços de manutenção ou reforma da planta a cargo de empreiteiros subcontratados ou da própria equipe de manutenção da empresa. Os perigos de incêndio relativos aos trabalhos a quente podem ser controlados de maneira eficaz, pelo empregado de um sistema de permissão para trabalhos a quente. Medidas preventivas formalizadas devem ser observadas por todos os funcionários da empresa bem como por todos os empreiteiros e subcontratados, sempre que trabalhos a quente forem realizados em áreas que tenham, ou recentemente tenham tido líquidos inflamáveis, gases, ou quaisquer
  • 9. outros materiais que possam entrar em ignição, ou liberar vapores inflamáveis quando aquecidos. OBJETIVO DO CURSO Apresentar os conhecimentos básicos necessários para observador de trabalhos a quente conforme anexo I da NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval, NBR 14.777/2005: Instalações e equipamentos para treinamento de combate a incêndio Requisitos, NBR 15.808 Extintores de incêndio Portáteis. A implementação de procedimentos para trabalhos a quente e sua aplicação, reduzindo de maneira significativa os riscos inerentes a esses tipos de trabalhos. Sua eficácia depende do compromisso de todos os colaboradores desde a alta gerência, que deve assegurar aos seus funcionários e empresas contratadas que obedeçam rigorosamente as regulamentações para trabalhos a quente.
  • 10. LEGISLAÇÃO Observadores de trabalhos a quente obedecem às seguintes normas nacionais: Portaria SIT Nº 200/2011 - NR-34: Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção e reparação naval - Essa norma editada pelo Ministério do Trabalho e Emprego NR estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da indústria de construção e reparação naval. Portaria MTE Nº 3214/1978 - NR-06: Equipamento de Proteção Individual - EPI - Essa norma editada pelo Ministério do Trabalho e Emprego estabelece definições legais, forma de proteção, requisitos de comercialização e responsabilidades quanto ao uso dos equipamentos de proteção individual. Portaria MTE Nº 3214/1978 - NR-23: Proteção contra incêndios: Esta norma estabelece as medidas de proteção contra incêndios de que devem dispor os locais de trabalho, visando a prevenção da saúde e da integridade física dos trabalhadores. ABNT NBR 15.808:2013 - Extintores Portáteis de Incêndio - Esta norma especifica os requisitos que garantam a segurança, confiabilidade e desempenho dos extintores de incêndio portáteis do tipo recarregável e descartável.
  • 11. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |11 1. DEFINIÇÕES ❖ Trabalho a Quente Qualquer operação temporária que envolva chama exposta ou que produza calor ou faísca, podendo causar a ignição de combustíveis sólidos, líquidos ou gasosos, incluindo corte com maçarico, solda oxiacetilênica, solda por arco, aplicação de revestimento em teto com chama aberta, lixamento, aquecimento ou cura com chama exposta ou outro tipo de serviço que possa gerar fagulhas ou chamas. ❖ Vigilante Contra Incêndio Pessoa devidamente treinada que tem a responsabilidade de observar o local onde o Trabalho a Quente está sendo realizado com o objetivo de evitar a ocorrência de algum princípio de incêndio e se o mesmo ocorrer estar preparada para o combate inicial e a comunicação do mesmo. ❖ Funcionário Autorizado para Emissão de Autorização de Trabalho a Quente Pessoa devidamente treinada e qualificada (Bombeiro, Técnico de Segurança ou outro) para avaliar o local e as condições onde o trabalho a quente será realizado, definir sobre a necessidade de Vigilância Contra Incêndio e emitir uma autorização por escrito ao executante. ❖ Combate à Incêndio “Conjunto de ações táticas destinadas a extinguir ou isolar o princípio de incêndio com uso de equipamentos manuais ou automáticos”. (NBR 13.860/1997).
  • 12. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |12 ❖ Prevenção de Incêndio “Uma serie de medidas destinadas a evitar o surgimento de um principio de um princípio de incêndio, dificultar sua propagação e facilitar a sua extinção”. (NBR 14.276/2006). ❖ Brigada de Incêndio “Grupo organizadas de pessoas preferencialmente voluntárias ou indicadas, treinadas e capacitadas para atuar na prevenção e no combate ao princípio de incêndio, abandono de área e primeiros- socorros, dentro de uma área preestabelecida na planta”. (NBR 14.276/2006). ❖ Brigadista “Pessoa pertencente à brigada de incêndio”. (NBR 14.276/2006). 1.1. TRABALHO A QUENTE Trabalhos a quente tem sido a causa de um número significativo de incêndios e explosões industriais e comerciais e respondem cerca de 5 a 10% desses sinistros. Tais incêndios frequentemente ocorrem durante serviços de manutenção ou reforma realizada no local de trabalho. Incêndios causados por trabalhos a quente podem ser evitados. Um gerenciamento de risco eficaz reduz o perigo representado por essas atividades e garante o necessário nível de segurança às operações envolvendo tais trabalhos. Este manual irá sintetizar os principais cuidados que devem ser tomados antes e depois da execução de trabalhos a quente. Os responsáveis pela segurança industrial da empresa devem estar cientes dos seguintes perigos de incêndio inerentes a esse tipo de trabalho, como por exemplo:
  • 13. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |13 • A dispersão de fagulhas, centelhas e fragmentos metálicos gerados por operações de corte e solda podem atingir distâncias superiores a 10m; • Técnicas de cobertura apenas proporcionam proteção limitada a materiais combustíveis existentes na área onde estejam sendo executados serviços de soldagem e/ou corte; • Equipamentos danificados ou deteriorados, por exemplo, aparelho de solda elétrica com cabos danificados, introduzem perigos adicionais à operação; • Metais podem transferir, por condução, calor de pontos quentes para materiais combustíveis; • Fagulhas produzidas por corte ou solda podem atingir locais ou espaços confinados onde um incêndio poderia se desenvolver sem ser detectado; • Materiais inflamáveis existentes no lado oposto das divisórias onde estejam sendo executados trabalhos a quente podem entrar em ignição por irradiação ou condução de calor. 1.2. LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA PARA OBSERVADORES DE TRABALHOS A QUENTE Além das publicações já referidas no Cap. 4; é importante lembrar algumas disposições definidas no capítulo V da CLT. Art. 157 – Cabe às empresas: I – cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; II – instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais;
  • 14. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |14 III – adotar as medidas que lhe sejam determinadas pelo órgão regional competente; IV – facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. Art. 158 – Cabe aos empregados: I – observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que trata o item II do artigo anterior; II – colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo. 2. TEORIA DO FOGO ❖ O que é Fogo? É um fenômeno natural. Antes de seu controle pelo homem somente ocorria espontaneamente através de manifestações da natureza como raios, erupções vulcânicas, etc. Após a sua descoberta o homem passou a utilizá- lo em uma enorme gama de atividades, caseiras e profissionais. Sua conceituação científica somente ocorreu no século XVIII com o químico francês Antoine Lavoisier (1743-1794) que estabeleceu as bases do fenômeno da combustão. ❖ Combustão Lavoisier comprovou que a combustão é uma reação química chamada de oxidação, onde um material combustível reage com a presença do Oxigênio (comburente) e, ao ser exposta a uma fonte de calor resulta numa liberação de energia na forma de chama aquecida, luminosidade e gases. A partir do seu conhecimento científico, que permitiu ao homem produzir, controlar e explorar o seu potencial, a sua aplicação passou a ocorrer em larga escala, principalmente com o advento da Revolução Industrial. Todavia, devido ainda não contar, àquela época, com um embasamento técnico para as medidas de segurança (prevenção e combate), muitos acidentes começaram a surgir, o que acabaram por permitir o nascimento da doutrina de prevenção e combate a
  • 15. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |15 incêndios, matéria essa obrigatória quando se fala em segurança do trabalho em todos os seguimentos da indústria, tanto terrestre (onshore) quanto marítima (offshore). ❖ Formas de Combustão Para que haja combustão é necessário que o oxigênio contido no ar atmosférico esteja em uma concentração entre o mínimo de 8% e o máximo de 21%. De 16 % a 21 % chamamos de Combustão Viva ou Completa ocorre o desprendimento de LUZ e CALOR. O gás produto dessa reação é o Gás Carbônico (CO2). De 8 % a 15 % chamamos de Combustão Lenta ou Incompleta, não ocorre o desprendimento de LUZ. O gás produto dessa reação é o Monóxido de Carbono (CO). De 0% a 8% não há combustão. Exemplos: ➢ Combustão Viva: • Gasolina em chamas; • Fogo em papel, madeiras; • Toda a forma de combustão em que haja CHAMA e CALOR. ➢ Combustão Lenta: • Oxidação do ferro; • Combustão de corpos em atmosfera contendo Oxigênio na faixa de 8 a 12%. ❖ Conceituação do Fogo Já falamos que o fogo é um processo de combustão que se desenvolve em alta velocidade acompanhado do desprendimento de energia sob forma de luz e calor. Além disso, durante a reação química do fogo ocorre o desaparecimento de uma ou mais substâncias, e o conseqüente aparecimento de outras com características diferentes.
  • 16. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |16 Por exemplo, a combustão de um pedaço de madeira dá origem a cinzas e a outra substância que se desprende sob forma de gás (dióxido de carbono). A oxidação é uma reação química de uma substância com o oxigênio, dando como resultado outra substância em cuja composição encontrasse o oxigênio. Esta afirmação explica porque o gás carbônico e a água não queimam. Tanto um quanto o outro são materiais oxidados, isto e, já passaram por um processo de oxidação e não são mais capazes de reagir com o oxigênio. ❖ Produtos da Combustão Retornando a Lavoisier: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.” Quando duas substâncias reagem entre si, se transformam em outras substâncias. Estes produtos finais resultantes da combustão, que ainda dependerão do tipo de combustível, normalmente são: o Dióxido de Carbono (CO2), o Monóxido de Carbono (CO), fuligem, cinzas, vapor d’água, mais calor e energia luminosa. A importância de se destacar como produtos da combustão o CO2 e o CO é medida pela exposição de riscos contra a saúde ou a vida do brigadista que tais substâncias provocam. O CO2 é um gás asfixiante e o CO é um gás intoxicante. 2.1. ELEMENTOS DA COMBUSTÃO ❖ O Triângulo do Fogo Para que haja fogo é necessária à combinação de três elementos básicos: combustível, oxigênio e temperatura, representados pela figura geométrica que chamamos “Triângulo do Fogo”. • Corpo combustível; • Comburente (oxigênio do ar); • Calor (temperatura de ignição).
  • 17. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |17 A doutrina moderna já trabalha com um quarto elemento que é a reação em cadeia, formando, então, o chamado “Tetraedro do Fogo”. Em estudos mais complexos sobre a química do fogo, verificou-se que o fenômeno da combustão é uma reação que se processa em cadeia. Após seu início, a combustão é sustentada pelo calor produzido durante o processamento da reação. O calor radiado agindo sobre o combustível provoca a sua decomposição em partículas menores que ao se combinar com o oxigênio queimam-se, radiando outra vez calor para o combustível, criando assim um ciclo autosustentável. E assim, o fogo continua agindo em um corpo (combustível), decompondo-o em partes cada vez menores. Cada um dos três elementos tem que estar nesse processo obedecendo rigorosamente as LEIS DAS PROPORÇÕES DEFINIDAS. A união indiscriminada dos três elementos não produzira fogo. 2.2. CARACTERÍSTICAS DOS ELEMENTOS ❖ Combustível É tudo aquilo capaz de pegar fogo, de queimar e alimentar a combustão. Comumente são conhecidas como combustíveis as substâncias que queimam na atmosfera, utilizando-se do oxigênio como comburente. Quanto ao estado físico podem ser: • Sólidos (madeira, papel, tecido, carvão, ferro, etc.) Na sua maioria transformam-se em vapores e, então, reagem com o oxigênio. Já os metais costumam primeiro transformar-se em líquidos e, posteriormente, em gases para então se queimarem. Quanto maior a superfície do sólido, mais rápido será o aquecimento do material; • Líquidos (gasolina, óleo, álcool, querosene, etc.) Devido as suas propriedades físicas dificultam a sua extinção. Tomando como base o peso da água (1l = 1 kg), são classificados em
  • 18. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |18 leves e pesados. A maioria dos líquidos inflamáveis é leve, flutuam sobre a água. Quanto à solubilidade, capacidade de se diluir com água, existem os poucos solúveis (hidrocarbonetos) e os muito solúveis (solventes polares, ex. álcool e acetona); • Gasosos (butano, metano, etano, etc.) Não possuem um volume definido, tendendo a ocupar todo o recipiente em que estão armazenados. Com relação à densidade, tomando por base a densidade do ar atmosférico = 1, os gases mais leves tendem a subir e dissipar-se, enquanto que os mais pesados tendem a permanecer próximo do solo e se deslocar na direção do vento. Quanto à volatilidade, ou seja, a sua facilidade de liberar vapores podem ser: • Voláteis (álcool, éter, benzina, etc.) – Em condições normais de temperatura e pressão desprendem vapores capazes de se inflamarem; • Não voláteis (óleo combustível, óleo lubrificante, óleo de linhaça, etc.) – Em condições normais de temperatura e pressão, desprendem vapores inflamáveis após o aquecimento acima da temperatura ambiente. ❖ Comburente (Oxigênio) É todo elemento que alimenta a combustão. O comburente mais facilmente encontrado na natureza É encontrado na atmosfera na porcentagem de 21%. Todos os combustíveis para entrarem em combustão necessitam do comburente.
  • 19. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |19 Alguns deles já trazem esse comburente incorporado à sua estrutura molecular, logo não necessita recebê-lo para entrar em combustão. É o caso da pólvora, dos nitratos, dos cloratos, do celulóide e dos metais pirofóricos (Titânio, Magnésio, Lítio, Zircônio, etc.). A função do oxigênio na combustão pode ser demonstrada pela experiência abaixo, principalmente quanto se trata de situações de incêndios em locais fechados, como por exemplo: salas, camarotes, galerias, depósitos, corredores, salas, cozinhas, etc. Na figura A, a vela queima porque o pavio embebido de cera foi aceso por uma fonte externa de calor (fósforo). Permanece queimando porque o calor gerado pela chama aquece o pavio à sua temperatura de ignição, fazendo-o queimar para gerar mais calor, em um processo auto-alimentado. Neste processo, o oxigênio está facilitando a combustão e sendo consumido por ela. Na figura B, ao cobrirmos a vela com um copo, ela permanecerá queimando por algum tempo graças ao oxigênio que havia no interior do copo. Na figura C a chama começa a se extinguir, porque a presença do copo impede o fornecimento de oxigênio para a combustão. Na figura D, o oxigênio que havia no interior do copo foi consumido pela combustão e, como conseqüência, a vela se apaga. ❖ Temperatura de Ignição É a temperatura em que os combustíveis começam a emanar vapores que em contato com o ar, podem iniciar e manter ou não a combustão.
  • 20. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |20 As fontes de ignição mais conhecidas são: • Elétrica: Curtos circuitos em equipamentos. É a fonte de ignição mais comum; • Mecânica: Atritos; • Química: Reação química exotérmica. Uma importante diferença a destacar é aquela existente entre calor e temperatura, às vezes muito confundida no estudo da química do fogo. Calor é a quantidade de energia, geralmente expressa em [J] ou [cal]. Já temperatura é o nível dessa energia, geralmente expresso em graus [C], [F] ou [K]. 2.3. PONTOS NOTÁVEIS DA COMBUSTÃO ❖ Ponto de Fulgor É a menor temperatura na qual um combustível começa a emanar vapores em quantidades suficientes para formar com o ar uma mistura capaz de se inflamar a exposição de uma fonte externa de calor, porém, afastando essa fonte o fogo cessará devidos os vapores não serem suficientes. A chama surge, contudo, logo se apaga. ❖ Ponto de Combustão É a menor temperatura na qual um combustível começa a emanar vapores em quantidades suficientes para formar com o comburente uma mistura ideal capaz de se inflamar a exposição de uma fonte externa de calor e, após retirada essa fonte, a queima continua. ❖ Ponto de Ignição É a temperatura necessária para inflamar os gases que estejam se desprendendo de um combustível, somente com a presença do comburente.
  • 21. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |21 A tabela abaixo apresenta o ponto de fulgor e de ignição de alguns dos combustíveis mais conhecidos: ❖ Ponto de Autoignição É a menor temperatura na qual os gases desprendidos de um corpo combustível entram em combustão pelo contato com o oxigênio existente no ar, isto é, independente da existência de fonte externa de calor. ❖ Combustão Espontânea Fenômeno que ocorre em determinadas circunstâncias quando materiais orgânicos, por si só, podem entrar em combustão devido à geração de calor e a liberação de vapores em quantidades suficientes. Entre as substâncias mais suscetíveis de combustão espontânea destacamos o carvão, a alfafa, óleo de linhaça, óleo de milho, alguns fertilizantes agrícolas, etc. Alguns entram em combustão quando expostos à temperatura ambiente, como por exemplo, o fósforo branco. ❖ Explosão Existem combustíveis que, por sua altíssima velocidade de queima e enorme produção de gazes, quando inflamados dentro de um espaço confinado, produzem o fenômeno da explosão. COMBUSTÍVEL PONTO DE FULGOR (ºC) PONTO DE IGNIÇÃO (ºC) Butano - 73,9 420 Gasolina - 42,8 257,2 Éter - 40 160 Álcool 12,8 371 Óleo diesel 43,3 257 Óleo lubrificante 168 417,2
  • 22. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |22 As explosões são caracterizadas pela liberação tão rápida de energia que aparentemente podem ser consideradas como instantâneas. A explosão é um efeito, não uma causa. Analisando as causas, as explosões podem ser classificadas em quatro tipos principais: • Liberação de energia gerada por rápida oxidação. Ex: explosão de mistura vapor de gasolina e ar; • Liberação de energia gerada por rápida decomposição. Ex: explosão de dinamite; • Liberação de energia causada por pressão excessiva. Ex: explosão de caldeira, ruptura de tambores, ou causadas pelo enfraquecimento de um recipiente de pressão, tal qual o rompimento de um cilindro contendo GLP devido ao impingimento de uma chama acima da superfície liquida. • Liberação de energia criada pela fissão ou fusão nuclear. Ex: explosão de uma bomba de hidrogênio ou de urânio. Os explosivos, tais como TNT, a nitroglicerina e outros mais, apresentam enorme perigo quando ameaçados por um incêndio. A providência imediata a tomar será sempre afastá-los das proximidades do fogo ou alagar com água os locais onde se encontram armazenados. 2.4. LIMITE DE EXPLOSIVIDADE / INFLAMABILIDADE Um gás ou o vapor inflamável desprendido de um combustível tem que se misturar com o ar na proporção ideal para se transformar numa atmosfera explosiva. Essa mistura que irá se incendiar é diferente para cada tipo de gás inflamável. O limite de explosividade mede a concentração mínima ou máxima de gases/vapores desprendidos de uma determinada substância inflamável que
  • 23. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |23 misturados com o oxigênio na proporção ideal para criar uma atmosfera explosiva. Não haverá combustão se: • Não houver a centelha (fonte de calor); • Não houver combustível; • A mistura Ar (comburente) + Combustível estiver rica ou pobre. A importância do estudo do limite de explosividade é reconhecida quando passamos a definir o LIE – Limite Inferior de Explosividade e o LSE – Limite Superior de Explosividade. O LIE é a menor concentração da mistura ar + combustível (gás / vapor) suficiente para se tornar inflamável. Logo, se a mistura estiver abaixo, será considerada pobre e não haverá combustão. Se a mistura estiver acima, será considerada ideal ocorrendo então à combustão. O LSE é a concentração em que a mistura possui um alto percentual de gases / vapores, de modo que a quantidade de oxigênio é tão baixa que uma eventual ignição não consegue se inflamar. Logo se a mistura estiver acima, será considerada rica e não haverá combustão. Se a mistura estiver abaixo, será considerada ideal ocorrendo à combustão. A mistura ideal é aquela situada entre o LIE e o LSE. Todos os valores indicados por esses limites são considerados sob condições normais de temperatura e pressão.
  • 24. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |24 2.5. ELETRICIDADE ESTÁTICA É o acúmulo de energia de um corpo em relação ao outro, geralmente em relação a terra. Forma-se, na grande maioria dos casos, por atrito, sendo praticamente impossível de ser eliminada. A providência que pode ser tomada é impedir o seu acúmulo antes que atinja potenciais perigosos (capazes propiciar um centelhamento), através do aterramento do equipamento a ela sujeito, isto é, ligando-se a carcaça do equipamento a terra, por meio de um condutor. Quase todos os equipamentos estão sujeitos a atrito e, portanto, a formação de eletricidade estática. 3. MÉTODOS DE TRANSMISSÃO DE CALOR O calor é uma forma de energia que se manifesta pela aceleração do movimento das moléculas, e se traduz pelo aumento da temperatura do material que absorve esta energia. A transmissão do calor ocorre de três formas: ❖ Condução É a transmissão de calor de molécula para molécula quando colocamos em contato dois corpos com temperaturas diferentes. O corpo mais aquecido cede calor para o corpo menos aquecido, e ambos
  • 25. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |25 iniciam um processo de trocas com o meio ambiente, que só termina quando ambos atingem a temperatura ambiente. Ex. Vigas de aço, anteparas de aço, etc. ❖ Irradiação O calor é transferido de um corpo para o outro por meio de raios caloríficos através do espaço, de maneira muito semelhante à transferência de luz pelos raios luminosos. As ondas de calor atingem os objetos, aquecendo-os. Ex: O calor que vem do sol. ❖ Convecção É o método de transmissão de calor característico dos líquidos e gases. Consiste na propagação de calor através de uma massa fluida (líquido ou gás), na qual se formam correntes ascendentes no seio da massa fluida, circulando e aquecendo objetos distantes nos compartimentos. O ar aquecido dilata-se e se eleva, e por essa razão a transferência de calor por convecção faz-se, sobretudo, numa direção ascendente. Ex: Nas edificações, essas correntes de convecção ocorrem através dos dutos de ventilação ou pelos vãos de elevadores ou escadas, criando o chamado efeito chaminé. Muitas vezes, devido à falta de providências, incêndios aparentemente inexplicáveis, longe do foco principal, poderão se formar e inutilizar todo o trabalho de extinção realizado no compartimento no qual o fogo se originou.
  • 26. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |26 4. CLASSES DE FOGO A classificação dos incêndios é feita de acordo com os materiais envolvidos, bem como a situação em que se encontram. É importante classificarmos os incêndios para que possamos escolher o método de extinção e agente extintor adequado. A classificação aqui no Brasil adotada, foi elaborada pela NFPA – National Fire Protection Association. ❖ Classe A São materiais de fácil combustão. Possuem a característica de queimarem em sua superfície e em profundidade (o fogo penetra no material combustível). Deixam muitos resíduos (brasas ou cinzas). Ex: madeira, papel, tecidos, borrachas, etc. ❖ Classe B Possuem a característica de queimarem somente em sua superfície, não deixando resíduos. O fogo alastra-se por toda a sua superfície em grande velocidade. Necessitam de grandes quantidades de oxigênio para o seu desenvolvimento e geram bastante calor. Verificam-se no caso dos líquidos inflamáveis. Ex: óleo, gasolina, álcool, querosene, graxas, vernizes, tintas, acetona, cera e gases como butano, metano e propano. ❖ Classe C São aqueles que ocorrem nos equipamentos elétricos / eletrônicos energizados. Alguns aparelhos permanecem com carga (energia) acumulada durante algum tempo, mesmo que já tenha sido desligado. Sendo assim, são denominados incêndios Classe C qualquer incêndio que envolva equipamento elétrico / eletrônico, ainda que o mesmo já tenha sido desligado.
  • 27. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |27 ❖ Classe D São aqueles que ocorrem envolvendo materiais pirofóricos (metais). É caracterizado por uma queima em altas temperaturas e de intensa luminosidade. Ex: magnésio, titânio, zircônio, sódio, lítio, cádmio, etc. 5. MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO São técnicas que se baseiam na remoção de um ou mais elementos que constituem o “Triângulo do Fogo”. Porém, levando-se em consideração a moderna teoria do “Tetraedro do Fogo”, a extinção pode ser de quatro maneiras: resfriamento, abafamento, isolamento e quebra da reação em cadeia. ❖ Resfriamento Consiste em reduzir a temperatura do material abaixo da temperatura de ignição, ou até um ponto determinado em que não ocorra a emanação de vapores inflamáveis. Mais eficiente para os sólidos em geral. ❖ Abafamento Consiste na supressão do oxigênio, na diminuição de sua concentração nas proximidades do combustível para um valor abaixo de 16%. Não havendo o comburente, não haverá combustão, com exceção daquelas substâncias que não possuem o oxigênio em sua composição molecular e queima sem necessidade de oxigênio, como o fósforo branco. Mais eficiente nos líquidos inflamáveis.
  • 28. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |28 ❖ Isolamento Consiste na retirada do combustível que está alimentando a combustão, podendo ser parcial ou total, diminuindo o tempo de duração do incêndio ou extinguindo o incêndio. É o que ocorre quando fechamos uma válvula ou interrompemos um vazamento de algum produto inflamável. ❖ Quebra da Reação em Cadeia Consiste na introdução de determinadas substâncias estranhas à reação química da combustão com o propósito de inibi-lá. É criada uma condição especial (por um agente que atua em nível molecular) em que o combustível e o comburente perdem, ou têm em muito reduzida à capacidade de manter a cadeia da reação. A reação somente permanece interrompida enquanto houver a efetiva presença do agente extintor. Logo requer que ele seja mantido até o natural resfriamento da área, ou que se proceda ao resfriamento por um dos meios conhecidos.
  • 29. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |29 6. AGENTES EXTINTORES Toda substância que, ao ser aplicado no incêndio, reage com o processo da combustão provocando algum tipo de extinção. Podem ser portáteis ou fixos. ❖ Água É o mais conhecido e o mais utilizado devido sua eficiência e baixo custo. A água em contato com altas temperaturas reage se evaporando, e aumenta o seu volume em cerca de 1.700 vezes. Com esse aumento cria-se um bolsão de vapor d´água, deslocando-se no ar diminuindo a quantidade de oxigênio e resfriando o material, daí sua principal propriedade extintora – resfriamento. Reduz a temperatura para valores abaixo do ponto de fulgor, evitando a reignição do incêndio. É indicado para incêndios Classe A. São encontrados nas redes de incêndio, aparelhos portáteis e sistemas fixos (sprinklers). É um excelente condutor de eletricidade, por isso nunca deverá ser usada nos incêndios Classe C. Uso: Remover o extintor do suporte, suspendendo-o pela alça inferior. Retirar a seguir o pino de segurança e pressionar o gatilho, dirigindo o jato para a base das chamas. Depois de extinto o fogo, dirigir o jato sobre o material incandescente até encharcá-lo. Cuidados no manuseio: • Quando utilizada em jato sólido, pode avariar equipamentos; • Pode originar acidentes se, sob a forma de jato sólido for dirigida sobre o pessoal; • Se dirigida sobre equipamentos elétricos energizados pode causar choque elétrico no pessoal.
  • 30. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |30 ❖ Dióxido de Carbono (CO2) É um gás inerte, mais pesado que o ar e não condutor de eletricidade. Não é um agente tóxico, mas sim um gás asfixiante, devendo ter muito cuidado ao ser empregado em compartimentos fechados. Seu método de extinção é agir por abafamento, ou seja, retira o oxigênio das proximidades do incêndio. È chamado de agente limpo, ou seja, não deixa resíduo. É um excelente agente indicado para incêndios Classe C, podendo também ser utilizado em líquidos inflamáveis, incêndios Classe B. É encontrado em aparelhos portáteis (cilindros pressurizados de alta pressão) e em sistemas fixos. Uso: Sempre segurar o difusor pela empunhadura e nunca pela mangueira ou o próprio difusor. A descarga deve ser dirigida para a base das chamas e, após sua extinção, deve ser mantido o jato para se prevenir um possível ressurgimento do fogo. Cuidados no manuseio: • Pode causar acidentes por asfixia em ambientes fechados; • Pode causar queimadura na pele e nos olhos, em face de sua baixa temperatura. ❖ Espuma Formada por pequenas bolhas aderentes entre si, constituindo-se num verdadeiro cobertor que, ao ser aplicado, repousa sob a superfície do material incendiado, impedindo o fornecimento do oxigênio necessário para a continuação da combustão. Também é conhecida como espuma mecânica, uma espuma proporcionada por aparelhos especiais tais como, esguichos, extintores portáteis ou sistemas fixos. São encontradas em concentrações que variam de 1% a 6%. Existem três tipos de espuma: o AFFF, um composto sintético, o AFP, uma proteína a base de
  • 31. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |31 flúor, e o ARC/ATC, um composto resistente ao álcool desenvolvido para esses tipos de líquidos inflamáveis solúveis em água. A espuma é o melhor agente extintor indicado para incêndios Classe B envolvendo os líquidos inflamáveis. A sua propriedade extintora principal ocorre por abafamento. Todavia, se prestarmos a atenção, a espuma age, adicionalmente, por resfriamento já que em sua composição (mistura) contém cerca de 94% a 99% de água, outro agente extintor cujas as características já falamos. As características da espuma são: • Previne a radiação de calor, pois as chamas ficam separadas do combustível; • A viscosidade da massa de espuma evita a formação de vapores logo acima do líquido; • Adere facilmente para a formação de uma cobertura; • Estabilidade; • Resistente ao calor; • Intolerância com líquidos combustíveis. Uso: São operados à semelhança dos extintores de água pressurizada. Cuidados no manuseio: • Reduz a resistência de isolamento de equipamentos e circuitos; • Alguns tipos possuem propriedades corrosivas sobre diversos materiais; Produz irritação na pele, e principalmente nos olhos.
  • 32. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |32 ❖ Pó Químico Seco É um pó composto de partículas finíssimas, produzido a base de bicarbonato de sódio ou bicarbonato de potássio. Em contato com o material aquecido parte do pó se decompõe o que acaba auxiliando na extinção do fogo. Porém sua real propriedade extintora ocorre por quebra da reação em cadeia. È o agente mais indicado para incêndios Classe B, líquidos inflamáveis. Em razão de o pó químico ser um mal condutor elétrico também poderá ser, alternativamente, utilizado nos incêndios classe C podendo, contudo, danificar os equipamentos devido aos resíduos que ele deixa sobre o material. Também pode ser utilizado nos incêndios Classe A, dependendo do material combustível. Não será muito eficaz, pois não possui propriedades de resfriamento. É encontrado nos aparelhos portáteis (cilindros) e em sistemas fixos. Uso: O jato deve ser dirigido para as bases da chama, movimentando-se o esguicho rapidamente de um lado para o outro. Cuidados no manuseio: • Podem causar acidentes por asfixia quando utilizados em compartimentos fechados e sem ventilação; • Podem dar origem a maus contatos e baixa de isolamento em equipamentos elétricos. No caso do Pó ABC, os danos aos equipamentos serão menores.
  • 33. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |33 ❖ Pó ABC Popularmente conhecido com Pó ABC, esse tipo de pó atua da mesma maneira do que o PQS. Todavia, como o próprio nome já indica, pode ser empregado nas 3 classes de incêndio A, B e C. Portanto, age por quebra da reação em cadeia e também por resfriamento. É composto a base de Fosfato de Monoamônia, produto largamente utilizado como fertilizante agrícola. É encontrado em aparelhos portáteis (cilindros). A tendência é que comecem a substituir o tradicional PQS, todavia ainda possui um custo mais alto. ❖ Pó Químico Classe D É um pó químico feito à base de Cloreto de Sódio e indicado para os Incêndios Classe D, metais pirofóricos. Também atua por quebra da reação em cadeia. São encontrados nos aparelhos portáteis (cilindros). O mais utilizado nos meios navais é o METLX composto a base de Cloreto de Sódio com Fosfato Tri cálcio, aditivo termoplástico e metal estearato. Não é tóxico, não é condutor e não é abrasivo. O pó forma uma camada sólida sobre o metal impedindo o seu contato com o oxigênio. Adere às superfícies quentes, envolvendo até perfis irregulares e fundidos. Uso: Utilizados em incêndios da Classe D. Cuidados no manuseio: • Os mesmos para os demais tipos de agentes extintores a base de pó.
  • 34. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |34 ❖ Agentes Halogenados (Halon, FM200, FE13, FE36, Halotron) O halon é feito de carbono e de um ou mais elementos halógenos: Flúor, cloro, bromo e iodo. Dois tipos de halon são utilizados em combate à incêndio: o BTM (Bromotrifluormetano) conhecido como HALON 1301 e o BFC (Bromoclorodifluormetano) conhecido como HALON 1211. O HALON 1301 é armazenado como líquido sob pressão. Quando liberado na área protegida, ele vaporiza em um gás sem cheiro e sem cor e é levado para o fogo pela pressão armazenada. O HALON 1301 não conduz eletricidade. O HALON 1211 também é sem cor, mas tem um cheiro doce suave. O Halon 1211 é armazenado como líquido e pressurizado por gás nitrogênio. A pressurização é necessária já que a pressão de vapor do Halon 1211 é muito baixa para levá- lo a área do fogo. O Halon 1211 não conduz eletricidade. Proibição: Em virtude dos prazos, limites e restrições criadas a partir do Protocolo de Montreal (1987), este agente teve a sua utilização proibida e drasticamente reduzida até a sua eliminação/ substituição total devido seus efeitos danosos à camada de ozônio. Para os casos de extinção de incêndio, o Halon encontra- se em uso restrito apenas para incêndios em embarcações ou instalações offshore e em aeronaves. Os agentes halogenados são efetivamente muito eficientes, pelo que, relativamente aos gases inertes, por exemplo, requerem um volume muito menor de gás para a instalação fixa, permitindo baterias de cilindros menores, em espaços mais reduzidos. Por outro lado, o seu custo é muito superior ao dos gases inertes. Exemplos de agentes halogenados são os produtos genericamente designados por FM-200 e FE13.
  • 35. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |35 6.1. PROCEDIMENTOS DE MANUSEIO DE EXTINTOR DE INCÊNDIO 6.2. TIPOS DE EQUIPAMENTOS DE COMBATE À INCÊNDIO Além dos extintores de incêndio, podendo ser de Água (AP - 10L), de espuma (ESM-9 e 10 litros), CO2 (CO2 - 6KG), de Pó Químico Seco ( PP - 6KG), Pó Químico ABC (PP - 6KG), Pó Químico - Classe D (PP - 9KG), pode-se citar outros equipamentos de combate à incêndio como segue: ❖ Caixas de Incêndio São abrigos na forma paralelepipedal com as dimensões mínimas de 70cm (setenta centímetros) de altura, 50cm (cinquenta centímetros) de largura e 25cm (vinte e cinco centímetros) de profundidade; porta com vidro de 3mm (três milímetros), com inscrição INCÊNDIO, em letras vermelhas com o traço de 1cm (um centímetro), em moldura de 7cm (sete centímetros) de largura; contendo 01 (um) registro de gaveta de 65 mm (2.½”) de diâmetro, com redução para união tipo “STORZ” de 40mm (1.½”) de diâmetro, onde será estabelecida a Lina de mangueiras. As linhas de mangueiras, com o máximo de 2 (duas) seções permanentemente unidas com juntas STORZ, prontas para uso imediato, de jato regulável.
  • 36. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |36 ❖ Hidrantes São as tomadas de incêndio instaladas nas tubulações da rede de incêndio ou nas extremidades das derivações verticais. Geralmente essas tomadas são de 2.½ polegadas de diâmetro, reduzidas, quando necessário para 1.½ polegadas. ❖ Esguichos Os esguichos são peças feitas de metal antifaíscante (bronze ou latão) ou carbono possuindo variados modelos de acordo com sua aplicação específica. A sua vazão é variável e pode ser utilizado para a aplicação de jato sólido (mais indicado para trabalhos de resfriamento), para aplicação de neblina de alta velocidade ou aplicação de espuma. São encontrados nos diâmetros de 1 ½ e de 2 ½ polegadas. ❖ Mangueiras As mangueiras adotadas em edificações são as de borracha com capa em lona, Tipo II, nos diâmetros de 1.1/2” ou de 2.1/2”. Para plantas industriais são utilizadas as do Tipo III e IV. As seções são de 15,25 m de comprimento com união de engate rápido. As mangueiras deverão ser conservadas limpas, não sendo, porém indicado laválas, a não ser no caso de ficarem sujas de óleo ou graxa, que atacam a borracha. Nesses casos, deverão ser lavadas com água doce, escova macia (nylon) e sabão ou detergente neutro. Após a lavagem, deverão ser enxaguadas e postas estendidas para secar a temperatura ambiente.
  • 37. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |37 Todas as mangueiras devem ser inspecionadas semanalmente, a fim de se verificar presença de umidade, e retiradas das caixas, pelo menos uma vez por mês, e novamente enroladas para evitar dobras. Acondicionamento é a forma em que encontramos as mangueiras, em função do seu local de guarda. Podemos encontrá-las nas seguintes formas: ➢ Espiral Também conhecido como método alemão. Própria somente para armazenamento e apresenta uma dobra suave que evita o desgaste do material. Não recomendável para operações de combate a incêndio devido à demora para desdobrá-la. ➢ Aduchada É o mais indicado para operações de combate devido o seu manuseio e transporte. Também apresenta um baixo desgaste do material, pois só utiliza uma dobra. O aduchamento de uma mangueira é uma tarefa melhor desempenhada por dois brigadista: • 1º Passo: Preparamos a mangueira deixandoa totalmente esticada sob o piso, tirando todas as torções por ventura existentes. Uma das extremidades deve ser levada e colocada de modos que fique uma parte da mangueira sob a outra, mantendo uma distância de 1 metro entre as duas conexões. • 2º Passo: Enrolar começando pela dobra tentando manter o maior ajuste possível. O segundo tripulante auxiliar de forma a evitar folgas na parte interna. Parar de enrolar quando atingir a conexão da parte interna, trazendo a outra conexão sobre a mangueira aduchada.
  • 38. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |38 Para desenrolar uma mangueira basta colocá-la sob o piso, pisar na parte externa não enrolada, segurar na conexão da parte interna ainda enrolada e puxá-la para cima. Este movimento pode se efetuado parado ou caminhando em direção a uma tomada ou a outro lance de mangueira. A mangueira aduchada pode ser transportada de duas formas. Embaixo do braço, com a conexão para baixo e voltado para trás, ou em cima dos ombros com a conexão para baixo e voltado para frente. Talvez esta última maneira apresente algumas limitações quanto a limitações na visibilidade do lado em que o brigadista estiver carregando a mangueira.
  • 39. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |39 ❖ Reduções As válvulas normalmente instaladas na rede de incêndio são as de interceptação, redutora e de segurança. As válvulas de interceptação são encontradas na própria rede e nas suas derivações verticais ou horizontais. Têm como finalidade permitir a segregação da rede em partes independentes e o isolamento de seções avariadas, visando o reparo e o contorno. As válvulas redutoras são instaladas nas derivações da rede de incêndio que alimentam a rede sanitária. A pressão normal na rede sanitária é de 35 lb/pol. 2 , sendo as válvulas redutoras ajustadas para esse valor. ❖ Manta Antichama Manta antichamas também é conhecida como um agente extintor. É fabricada em aramida. A sua aplicação é indicada para princípios de incêndio em cozinhas envolvendo incidentes com fritadeiras. 6.3. ACESSÓRIOS Para montagem e operação com mangueiras iremos contar com alguns acessórios que otimizem o seu alcance. O derivante ou redução Y é indicado para manobras em que será necessário o emprego de duas ou três linhas de mangueiras. Sempre reduz de um diâmetro de 2.½ para 1.½ polegada.
  • 40. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |40 As reduções são aplicadas para reduzir o diâmetro de uma mangueira de 2.½ para outra de 1.½ polegada, nunca ao contrário. Embora, a grande maioria das conexões de mangueiras seja de engate rápido, ainda contamos com as chaves de mangueira ou chave “storz”. O real motivo de ainda existirem se deve a sensibilidade do bronze ou do latão a impactos físicos. É um excelente material para combate a incêndio por não produzir faíscas quando sofrer algum tipo de atrito, contudo é fácil de se amassar. Sendo assim, é importante termos o maior cuidado com todos os assessórios. Também devemos preservar esses equipamentos quanto a sujeiras, contaminação e corrosão, principalmente após a sua utilização com espumas. 7. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA 7.1. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) Todo EPI é selecionado de acordo com o risco identificado em determinada operação. Ao se combater um incêndio a primeira preocupação é a proteção contra queimaduras e altas temperaturas. Todavia, não podemos deixar de esquecer que a proteção respiratória e a proteção contra impactos na cabeça são tão importantes quanto à primeira.
  • 41. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |41 ❖ Proteção Básica Na ausência de roupas especiais, o uso de vestimentas a base de algodão anti-chamas oferecem proteção significativa contra o calor radiante de um incêndio. O uso de roupas de baixo (cuecas, meias e camisetas) em algodão também é recomendável, na medida em que tecidos sintéticos poderão queimar e grudar na pele quando submetidos ao calor. Como complementos para proteção das mãos e cabeça, utilizam-se as luvas e capuzes resistentes ao calor, com considerável grau de impermeabilidade e confeccionados em algodão cru. ❖ Capacetes Devem ser utilizados os capacetes com viseiras e proteção contra impactos e anti-chamas. ❖ Ruídos Excessivos Os altos índices de ruído são comuns no ambiente de trabalho dos soldadores. A utilização de esmeris, lixadeiras, martelos e as próprias fontes de soldagem, são vilãs da audição dos mesmos. O uso de protetores auriculares tipo plug, concha, capacetes, para soldador entre outros, é obrigatório em ambientes com ruídos acima de 80 decibéis.
  • 42. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |42 Os protetores auriculares não eliminam completamente os ruídos dependendo do modelo e das informações técnicas do EPI, os índices de redução podem variar. A poluição sonora em muitas indústrias ou em linhas de produção obriga em alguns casos a utilização de até dois pares de protetor auricular simultaneamente, sendo um tipo Plug e o outro do tipo Concha. 7.2. NR 6 – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL Segundo a NR 6, no item 6.1encontramos a definição de Equipamento de Proteção Individual (EPI). Segundo texto da norma: “Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora – NR, considera-se Equipamento de Proteção Individual – EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.” “6.2. O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação – CA, expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. 6.3. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: a) Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;
  • 43. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |43 b) Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e, c) Para atender a situações de emergência. 6.6. Responsabilidades do empregador. 6.6.1. Cabe ao empregador quanto ao EPI; a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade; b) exigir seu uso; c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação; e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada; h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico. 6.7. Responsabilidades dos trabalhadores. 6.7.1. Cabe ao empregado quanto ao EPI: a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina; b) Responsabilizar-se pela guarda e conservação; c) Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e, d) Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.”
  • 44. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |44 7.3. EPC’S - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA Para proteger as pessoas ao redor e o ambiente de radiações e respingos, é utilizado biombos de material não inflamável, ou cortinas próprias para essa utilização. As cortinas vêm ganhando espaço na indústria pelo fato delas favorecerem a visibilidade do trabalho realizado pelo soldador sem afetar a saúde visual das pessoas próximas Suas cores podem variar conforme a aplicação do serviço. 8. SISTEMAS DE ALARME E COMUNICAÇÃO Conforme a Norma Regulamentadora NR - 34, o observador de trabalho a quente deve receber treinamento ministrado por trabalhador capacitado em prevenção e combate a incêndio, com conteúdo programático e carga horária mínima conforme o item 1 do Anexo I desta Norma. Uma série de competências será realizada ao constatar um princípio de incêndio, não ficando restrita apenas ao combate a incêndio propriamente dito.
  • 45. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |45 É necessária a realização de ações preventivas, ações corretivas, uso efetivo das comunicações, organização do abandono de área, as técnicas de combate a incêndio de diversos tipos, entre outras, sendo esses exemplos citados alguns dos procedimentos distribuídos para os membros da brigada, que será acionada pelo observador de trabalho a quente. 8.1. ALERTA Ao constatar a existência de um incêndio, a primeira providência a tomar será dar o ALARME GERAL. Somente após, deverá começar a combatê-lo com os meios disponíveis mais próximos do local do incêndio. O observador de trabalho a quente ao detectar a emergência, irá acionar a Brigada de Incêndio e todo pessoal treinado, para que possam executar suas funções. É de suma importância um plano de emergência, que deve contemplar como o alerta será dado (alarme, telefone, rádio ou outro meio) e como serão avisadas a brigada, a população e as demais organizações. Ao soar o alarme de incêndio, o pessoal que irá combatê-lo deverá saber algumas características do incêndio, para combatê-lo de maneira eficaz, tais como: • Qual o local do incêndio? • O que está queimando? (para a determinação da classe de incêndio) • Qual a extensão do incêndio? • Quais os combustíveis que existem nas proximidades? • Qual a melhor maneira de: • Evitar o alastramento do fogo; • Extinguir o incêndio.
  • 46. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |46 8.2. QUE DEVE FAZER O OBSERVADOR DE TRABALHO A QUENTE EM UMA SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA? • Se notar fogo no local onde está sendo executado o serviço, acione imediatamente o alarme e avise a brigada; • Alerte os demais ocupantes em voz alta e bata à suas portas, se estiverem fechadas; • Sempre acate as orientações dos brigadistas; • Nos casos de evacuação não perca a calma, mas atue com pressa. Ajude a acalmar os demais ocupantes do local; • Sempre caminhe em ordem e sem atropelos; • Em primeiro lugar a brigada deve ser acionada conforme descrito, porém sendo o observador de trabalho a quente um profissional treinado e que sabe usar equipamentos de extinção, este combate poderá ser realizado. Avalie a situação e escolha o extintor apropriado à classe do incêndio deflagrado; • Se sentir cheiro de gás não ascender ou apagar as luzes; • Se for possível, desligue o sistema elétrico; • Afaste-se da área se a brigada foi acionada, facilitando a ação da mesma; • Não tente salvar objetos, salve sua vida; • Jamais use o elevador! Procure alcançar o térreo usando a escada mais próxima; • Abandone o local rapidamente fechando portas, porém sem trancá- las; • Ao deixar a área de risco, procure se apresentar as pessoas que estiverem coordenando os trabalhos de salvamento. Dessa forma, elas saberão que você não esta mais em perigo.
  • 47. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |47 • Atire fora pela janela qualquer objeto que poderá servir como material combustível. Porém, tome cuidado para não machucar alguém; • Se houver fumaça no recinto, estiver sentindo dificuldades para respirar, abaixe-se e procure permanecer junto ao piso. Se houver uma janela abra-a, ou até mesmo quebre-a, para que o ambiente seja ventilado; • Mantenha-se vestido, pois a roupa poderá protegê-lo contra calor e desidratação; • Se o fogo atingir a sua roupa, não corra. Deite no chão e role para abafá-lo. Quando você corre o fogo aumenta, alimentado pelo oxigênio. • Caso a roupa de um colega esteja em chamas, procure abafá-las, envolvendo-o, com uma jaqueta, tapete, manta, etc. • Não se tranque em qualquer sala. Em breve a madeira da porta será consumida e você poderá ser atingido; • Se ficar preso em meio à fumaça, ponha um pano molhado no nariz e ande agachado, pois o ar perto do chão é mais respirável. Mantenha- se vestido e procure molhar suas roupas; • Se estiver preso, tente arrombar paredes com o impacto de qualquer objeto que seja resistente; • Antes de abrir uma porta, toque-a com a mão. Se estiver fria, abra-a com cuidado, protegendo-se por trás dela. Se estiver quente não a abra, busque outra saída. Aplique toalhas molhadas nas fendas e aberturas da mesma. Verifique se existe sinal de fumaça saindo por seus orifícios; • Se não puder sair, mantenha-se junto ao chão e próximo de uma janela. Abra-a janela e coloque perto de si um móvel para servir de anteparo contra as ondas de calor;
  • 48. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |48 • Não fique parado na janela sem nenhuma defesa: o fogo procura espaço para queimar e irá buscá-lo se você não estiver protegido; • Se encontrar todas as vias de fuga bloqueadas, refugie-se em um banheiro, molhando a porta e vedando-a com panos e papéis; e • Procure sempre uma posição favorável ao vento. Nunca fique contra ao vento. 8.3. ANÁLISE DA SITUAÇÃO Deve-se realizar a análise da situação, desde a deflagração da emergência, e desencadear todos os procedimentos necessários, acionando a brigada para executar sua responsabilidade de acordo com o tamanho da equipe e recursos operacionais disponíveis. Confirmada a emergência, nesse momento já deverá estar definido quem a brigada irá se reportar adiante no andamento das ações. 8.4. APOIO EXTERNO O plano deve identificar o responsável pelo acionamento do Corpo de Bombeiros, Polícia e demais organizações (hospitais, órgãos administrativos, etc.) e os meios de acionamento. A notificação da emergência deverá conter, no mínimo, as seguintes informações: • Nome do Solicitante e o número do telefone utilizado; • Local da emergência (endereço e referências); • Características, localização precisa da ocorrência e a existência de eventuais vítimas e seus estados. • Para o recebimento das forças de apoio externo, um brigadista, preferencialmente, deverá ser indicado para recebê-los e fornecer as informações necessárias para o início dos procedimentos operacionais de responsabilidade daquelas organizações.
  • 49. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |49 8.5. PRIMEIROS SOCORROS O plano de emergência deve identificar as pessoas responsáveis pelo primeiro atendimento das vítimas do sinistro. Devem prestar os primeiros - socorros mantendo ou estabilizando as funções vitais das vítimas, como por exemplo, SBV – Suporte Básico da Vida ou RCP – Ressuscitação Cardiopulmonar, até a chegada no local da emergência da equipe de resgate médico especializado. Tão logo as vítimas tenham recebido o primeiro atendimento e sejam conhecidos os detalhes dos seus estados clínicos, devem ser transferidas para as unidades de atendimento médico especializado e adequadas a cada tipo de situação. 8.6. ABANDONO DE ÁREA Essa tarefa será de responsabilidade da brigada que deverá efetuar o abandono da área parcial ou total, quando necessário, conforme a comunicação recebida, conduzindo a população fixa e flutuante daquela área para o ponto de encontro, ali permanecendo até a emergência ser definitivamente sanada. Uma atenção especial deve ser dada às pessoas portadoras de deficiência física permanente ou temporária e às pessoas que precisam de auxílio especial, como por exemplo, idosos, obesos, gestantes, entre outros. A NBR 14.276 os chama de pessoas com mobilidade reduzida. Quem determina a ordem de abandono é o responsável máximo da brigada de incêndio identificado no plano de emergência, devendo priorizar os locais sinistrados, os pavimentos superiores a estes, os setores próximos e os locais de maior risco. 8.7. ISOLAMENTO DA ÁREA A brigada deverá estabelecer um perímetro de segurança inicial até a chegada do Corpo de Bombeiros e demais forças auxiliares. Essa medida tem por objetivo isolar a área sinistrada de modo a garantir a execução dos demais
  • 50. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |50 procedimentos de emergência tais como abandono de área e atendimento das vítimas. Também evita que pessoas que não autorizadas venham adentrar inadvertidamente no local sinistrado. 8.8. COMBATE À INCÊNDIO Obedecendo ao seu nível de treinamento determinado pela sua empresa, a brigada deverá proceder ao combate a incêndio inicial até o restabelecimento da normalidade ou a chegada do reforço do Corpo de Bombeiro. 8.9. ALARME DE INCÊNDIO Equipamentos instalados com a finalidade de alertar a tripulação para a deflagração de um estado de emergência a bordo. Os alarmes podem ser sonoros (através de toques ou mensagens) ou luminosos, indicados para locais onde a escuta do alarme seja de difícil percepção. Normalmente os sistemas de detecção e de alarme estão interligados com os sistemas de combate a incêndio, como por exemplo, o sistema de sprinkler. 8.9.1. SISTEMA DE SPRINKLER E ALAGAMENTO Destinam-se, genericamente, a proteger a área contra o fogo e, quando operando automaticamente, possuem a vantagem de atuar logo no início do incêndio, impedindo assim que o fogo alcance maiores proporções.
  • 51. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |51 Alguns sistemas modernos podem ser operados automaticamente, sendo a válvula de controle atuada por um sistema de servo- comando, sensível ao aumento de temperatura. Sistemas semelhantes, de operação manual, dotados de controle local e comando a distância, são instalados em locais que se constituem em áreas potencialmente perigosas. Podem ser dotados de pulverizadores destinados a formação de neblina de baixa velocidade, ou do tipo “chuveiro”, em forma de cortina d’água. Toda a rede instalada no compartimento protegido por esse sistema é mantida pressurizada. Ao indício de uma fonte de calor, o chuveiro abre independentemente de acionamento manual. Logo, somente aqueles expostos a uma fonte de calor é que serão ativados. No instante de seu acionamento, o sistema faz disparar o alarme de incêndio. O projeto da rede de combate a incêndio deverá assegurar que os sistemas fixos não reduzam materialmente o volume de água disponível e nem produzam uma queda de pressão na rede. 8.9.2. CANHÕES DE ESPUMA A espuma é um agente indicado para extinção de incêndios da classe “B”, em especial os de grande vulto envolvendo hidrocarbonetos. Quando o incêndio ocorrer com líquidos derramados torna-se mais eficiente represar o líquido com a própria espuma, empurrando-a aos poucos sobre o líquido inflamado. Existe também a possibilidade de empregar neblina de espuma, altamente eficiente nesses tipos de incêndio. A espuma pode ser encontrada sob várias formas nas plantas como, por exemplo, reservatórios especiais ou sistemas geradores. É lançada através de esguichos especiais ou por
  • 52. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |52 canhões monitores. Abaixo ilustramos com a imagem de um sistema fixo gerador de espuma. 8.9.3. CANHÕES DE ÁGUA Sistema dotado de pés e garras para fixação, possuindo um sistema para movimentos rotativos e direcionamento do jato. Utilizado fixo ao solo, ou em viaturas para lançamento do jato compacto a grandes distâncias. Este canhão é utilizado em sistemas fixos de combate a incêndios em conjunto com esguichos de água. Quando em operação com esguichos de água, destina-se na maioria dos casos ao resfriamento de estruturas expostas ao calor. 8.9.4. SISTEMA FIXO DE CO2 Dentre os agentes limpos, o mais conhecido é o gás carbônico (CO2), o qual é recomendado para proteção de áreas desocupadas, devido ao risco potencial de axfixia, entretanto, podem ser utilizados em áreas ocupadas, desde que haja sistema de retardo, possibilitando, assim, a saída das pessoas. Os sistemas à base de CO2 podem ser projetados em baixa e alta pressão. Os de baixa pressão são utilizados para proteção de grandes áreas, empregando um tanque de grande volume isolado termicamente; enquanto que os de alta pressão são utilizados para proteção de pequenas áreas, empregando cilindros de tamanho variáveis, sendo mais usual o de 50Kg de CO2 em fase líquida.
  • 53. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |53 9. SISTEMA DE DETECÇÃO DE INCÊNDIO É aquele constituído de conjuntos de elementos planejadamente dispostos e adequadamente interligados, que fornecem informações de princípio de incêndios, por meio de indicações sonoras e visuais localizadas em uma central de controle, além de, quando projetados para tal, controlarem os dispositivos de segurança e de combate automáticos instalados na edificação. ❖ Detector de calor (Temperatura) Seu princípio de funcionamento baseia- se na transmissão de corrente elétrica gerada por intermédio do aumento rápido do gradiente de calor, em um espectro ainda invisível aos sentidos humanos, a uma central de alarme. Os mais utilizados são: • Térmicos: Instalados em ambientes onde a ultrapassagem de determinada temperatura indique, seguramente, um princípio de incêndio. • Termovelocimétricos: Instalados em ambientes onde a rapidez no aumento da temperatura indique, inequivocamente, um princípio de incêndio.
  • 54. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |54 ❖ Detector De Fumaça Seu princípio de funcionamento baseia- se na transmissão de corrente elétrica gerada por intermédio da presença de radiação luminosa, em um espectro ainda invisível aos sentidos humanos, a uma central de alarme. São instalados em ambientes onde a primeira conseqüência imediata de um princípio de incêndio seja a produção de chamas. Sua instalação deve ser efetuada de forma que seu campo de utilização não seja prejudicado por obstáculos. ❖ Detector de chamas Seu princípio de funcionamento baseia- se na transmissão de corrente elétrica gerada por intermédio da passagem de partículas oriundas da combustão, em um espectro ainda invisível aos sentidos humanos, a uma central de alarme. Os tipos mais utilizados são: • Iônicos: Instalados em ambientes onde, num princípio de incêndio, haja formação de combustão ou fumaça, antes da deflagração do incêndio propriamente dito. • Óticos: Instalados em ambientes onde, num princípio de incêndio, haja expectativa de formação de fumaça, antes da deflagração do incêndio propriamente dito.
  • 55. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |55 10. ROTAS DE FUGA Ninguém espera um incêndio. Mas é muito importante ter um plano de fuga no caso de um sinistro. O incêndio pode acontecer em qualquer lugar: na sua casa/apartamento ou local de trabalho. No caso de Incêndio, não entre em pânico e nem tome atitude precipitada. Pense antes de agir. Os incêndios não acontecem só com os outros. Se o local onde você mora ou trabalha tiver os sistemas preventivos contra incêndio previstos nas Normas de Segurança Contra Incêndios (NR - 23 Proteção Contra Incêndios) do MTE; (NBR-9077 Saídas de Emergência em Edifícios e NBR -13434 Sinalização de Segurança Contra Incêndio e Pânico); Código Estadual de Prevenção de Incêndios e outras que venham a facilitara saída dos indivíduos dos locais atingidos) pode ter certeza que suas chances são grandes de sair ileso, mas senão, seja prudente, e planeje a sua fuga do ambiente. Inicialmente você deve mentalizar as portas de saídas, se todas estão abertas e para onde levam. Preocupe-se com o pavimento que você se encontra. Caso você utilizou o elevador, procure saber qual é a localização das escadas. Guarde também na mente onde estão localizados os extintores. Lembre-se que, via de regra, todo incêndio começa pequeno, e se não for controlado no início, pode atingir proporções que o próprio Corpo de Bombeiros terá dificuldade em controlá-lo. É de suma importância que durante a ocorrência de incêndios ou emergências todos saiam do local onde trabalham, moram ou se encontram em visita, com a maior rapidez, mas também de uma forma organizada, para evitar o pânico que pode prejudicar todo o combate a ser realizado. As rotas de fuga fazem parte desta organização, sendo caminhos que proporcionam a saída segura das pessoas do interior de uma edificação, sendo seu local de trabalho ou não. São mapas que representam, através de símbolos apropriados, o trajeto a ser seguido pelo indivíduo no caso de necessidade urgente de evacuação do local.
  • 56. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |56 10.1. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA ❖ Conjunto de Escape/ Máscara de Fuga Muitas pessoas estão convencidas de que as máscaras de fuga as protege contra a fumaça e gases perigosos. Embora as máscaras contenham um filtro, permanece dependente da quantidade de oxigênio dentro de uma determinada área. Se a porcentagem de oxigênio tiver diminuído para menos de 17%, uma máscara de fuga não terá função alguma. Outro problema é que não há nenhum medidor na máscara que indique quanto tempo você ainda está seguro. Em outras palavras, dependendo da quantidade de gás e fumaça, em certo momento, o filtro ficará saturado com vapores tóxicos. A máscara não oferecerá mais nenhuma proteção. Desse modo, é muito importante que as pessoas saibam que uma máscara de fuga só é adequada para uma fuga rápida. Se você tiver que fugir usando uma máscara de fuga, leve em consideração os itens abaixo: Caminhando: • Coloque o peso no pé de trás; • Mantenha a sua mão na parede; e • Mantenha a mão no ângulo de visão (proteção). Subindo escadas: • Fique do lado da parede (se possível); • Sinta os degraus.
  • 57. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |57 Descendo escadas: • Fique do lado da parede (se possível); • De costas; • Sinta os degraus. Abertura de Portas: • Mantenha-se abaixado perto da porta; • Proteja-se atrás da porta / parede. ❖ Capuz de Fumaça Tem sido provado que a maioria das vítimas durante circunstâncias traumáticas devido a incêndios não se acidenta com calor ou chamas, mas com a fumaça e gases. O capuz de fumaça é especialmente projetado para proteger as pessoas em perigo de fumaças e gases gerados por fogo. O mais perigoso de todos é o monóxido de carbono. Este equipamento proporciona uma proteção eficaz para os olhos, cabeça e especialmente para as vias respiratórias, e assim as pessoas podem escapar por si próprias ou serem resgatadas com pouco risco.
  • 58. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |58 ❖ Conjunto Autônomo O Equipamento Autônomo de Respiração possui as seguintes características: • Independe da concentração do contaminante; • Indicado também para ausência de oxigênio; • Proporciona maior mobilidade ao usuário; Pressão positiva; • Alarme sonoro; • Tempo limitado (cerca de 30 minutos); • Peso incômodo. Também é comum ser chamado simplesmente de máscara autônoma. É o equipamento no qual o usuário transporta seu próprio suprimento de ar respirável através de um suporte anatômico, o qual é independente da atmosfera ambiente. O conjunto autônomo normalmente consiste de uma máscara facialconectada a uma mangueira, a uma válvula reguladora de pressão e a um cilindro de ar comprimido. Esses cilindros fornecem 30 (trinta) ou 60 (sessente) minutos de ar, dependendo do seu tamanho. Os conjuntos autônomos têm um fornecimento de ar limitado, são volumosos, pesados (mesmo com cilindros de compósito) e aumentam a chance do estresse físico.
  • 59. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |59 11. CONCLUSÃO Podemos afirmar, com segurança, que o mais eficiente método de combater incêndios é a prevenção. Devemos nos esforçar ao máximo, não só o observador de trabalho a quente, pessoal da segurança, e não somente a brigada de incêndio, como também toda os colaboradores executantes do serviço deve desenvolver esforços para que os incêndios não tenham inicio. A grande maioria de ocorrências de incêndios é derivada de falhas humanas, pela não observância dos cuidados na utilização do material, pela manutenção deficiente dos equipamentos e pelo desconhecimento das precauções de segurança. O elemento humano é muito frequentemente a causa de acidentes; portanto uma grande atenção deve ser dada aos colaboradores executantes de trabalho a quente. Educá-los sobre as causas de incêndios e procedimentos de trabalho irá ajudar a reduzir o risco e frequência de incêndios. Itens construídos tais como construções resistentes ao fogo; ventilação, combustível e controles elétricos; e sistemas de combate a incêndio são áreas- chave de conhecimentos necessários pelos colaboradores para controlar um incêndio.
  • 60. Curso Básico para Observador de Trabalhos a Quente P á g i n a |60 REFERÊNCIAS Os seguintes documentos foram usados como fonte de informação durante a preparação deste manual de referência: • Ministério do Trabalho e Emprego NR-34: Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval; • Ministério do Trabalho e Emprego NR-06: Equipamento de Proteção Individual; • NBR 14.777: Instalações e equipamentos para treinamento de combate a incêndio Requisitos; • NBR 14.808: Extintores de incêndio Portáteis; • NBR 13.434: Sinalização de Segurança Contra Incêndio e Pânico; • NBR 9.077: Saídas de Emergência em Edifícios.