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NR-10 SEP - Curso Complementar
de Segurança no Sistema
Elétrico de Potência (SEP)
NR-10-SEP - Curso Complementar de
Segurança no Sistema
Elétrico de Potência (SEP)
Macaé, RJ
Abril 2017
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Curso
NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema
Elétrico de Potência (SEP)
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20170403_AP_SEP_PT_REV02
NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema
Elétrico de Potência (SEP)
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ÍNDICE
ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA........................... 10
1.
PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA....................................................... 10
1.1.
TRANSPORTE DE ENERGIA ELÉTRICA.................................................... 11
1.2.
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO .............................................................. 13
2.
PROGRAMAÇÃO E PLANEJAMENTO DOS SERVIÇOS ............................... 13
2.1.
DEFINIÇÕES.......................................................................................... 13
2.2.
TRABALHO EM EQUIPE.......................................................................... 33
2.3.
PRONTUÁRIO E CADASTRO DAS INSTALAÇÕES..................................... 34
2.4.
COMUNICAÇÃO ..................................................................................... 35
2.5.
ASPECTOS COMPORTAMENTAIS............................................................ 36
3.
TEORIA DE MASLOW – A HIERARQUIA DAS NECESSIDADES ................. 36
3.1.
O FATOR HUMANO NO ACIDENTE.......................................................... 37
3.2.
UMA ANÁLISE DE RISCO DEFICIENTE OU INCOMPLETA ........................ 38
3.3.
CONDIÇÕES IMPEDITIVAS PARA SERVIÇOS ......................................... 40
4.
PROCEDIMENTOS.................................................................................. 40
4.1.
CUIDADOS PRELIMINARES ................................................................... 41
4.2.
CHEGANDO AO LOCAL DE SERVIÇO....................................................... 41
4.3.
RISCOS TÍPICOS NO SEP E SUA PREVENÇÃO ........................................ 44
5.
PROXIMIDADE E CONTATOS COM PARTES ENERGIZADAS..................... 44
5.1.
INDUÇÃO .............................................................................................. 45
5.2.
DESCARGAS ATMOFÉRICAS................................................................... 46
5.3.
ESTÁTICA............................................................................................. 48
5.4.
CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS..................................................... 51
5.5.
DISRUPÇÃO .......................................................................................... 54
5.6.
FUSÍVEIS E DISJUNTORES .................................................................... 54
5.7.
COMUNICAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO ........................................................ 56
5.8.
TRABALHOS EM ALTURA ....................................................................... 57
5.9.
TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCO NO SEP............................................. 61
6.
RISCOS ................................................................................................. 61
6.1.
ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO (APR)................................................ 63
6.2.
CHECK LIST........................................................................................... 63
6.3.
PROCEDIMENTOS DE TRABALHO – ANÁLISE DE DISCUSSÃO ................ 64
7.
TÉCNICAS DE TRABALHO SOB TENSÃO ................................................. 65
8.
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Elétrico de Potência (SEP)
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EM LINHA VIVA..................................................................................... 65
8.1.
AO POTENCIAL...................................................................................... 68
8.2.
TRABALHO À DISTÂNCIA ...................................................................... 68
8.3.
TRABALHOS NOTURNOS........................................................................ 70
8.4.
AMBIENTES SUBTERRÂNEOS................................................................. 70
8.5.
EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS DE TRABALHO.................................. 72
9.
CLASSIFICAÇÃO DAS FERRAMENTAS E OU EQUIPAMENTOS.................. 73
9.1.
SISTEMA DE PROTEÇÃO COLETIVA ....................................................... 74
10.
COBERTURAS E PROTEÇÃO.................................................................... 74
10.1.
COBERTURA PARA POSTES.................................................................... 74
10.2.
COBERTURAS PARA CONDUTOR E ISOLADOR DE PINO ATÉ 46KV ......... 75
10.3.
COBERTURAS PARA CONDUTOR, ISOLADOR DE PINO E SUSPENSÃO ATÉ
10.4.
15KV 75
COBERTURAS PARA CRUZETA ............................................................... 76
10.5.
COBERTURAS PARA CHAVE FUSÍVEL ..................................................... 76
10.6.
MANTA DE BORRACHA (LENÇOL INTERIÇO / LENÇOL SEMI-PARTIDO). 76
10.7.
COBERTURA FLEXÍVEL PARA CONDUTOR .............................................. 77
10.8.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ........................................ 77
11.
LUVAS DE PROTEÇÃO E COBERTURA ..................................................... 77
11.1.
LUVAS DE BORRACHA (PARA LINHA VIVA) ........................................... 78
11.2.
MANGAS DE BORRACHA ........................................................................ 78
11.3.
POSTURAS E VESTUÁRIO DE TRABALHO ............................................... 79
12.
DADOS DE EXPOSIÇÃO AO ARCO ELÉTRICO .......................................... 79
12.1.
REQUISITOS DA NFPA 70E.................................................................... 79
12.2.
EXIGÊNCIAS DA OSHA .......................................................................... 80
12.3.
SEGURANÇA COM VEÍCULOS E TRANSPORTE DE PESSOAS, MATERIAIS E
13.
EQUIPAMENTOS............................................................................................... 80
LOCAL DE GUARDA E ACONDICIONAMENTO.......................................... 80
13.1.
TRANSPORTE E ACONDICIONAMENTO DOS EQUIPAMENTOS NO VEÍCULO
13.2.
81
SINALIZAÇÃO E ISOLAMENTO DE ÁREAS DE TRABALHO ....................... 81
14.
SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA .............................................................. 81
14.1.
LIBERAÇÃO DE INSTALAÇÃO PARA SERVIÇO E PARA OPERAÇÃO E USO 82
15.
LIBERAÇÃO PARA SERVIÇOS................................................................. 82
15.1.
TREINAMENTO EM TÉCNICAS DE REMOÇÃO, ATENDIMENTO E
16.
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TRANSPORTE DE ACIDENTADOS ...................................................................... 83
ACIDENTES TÍPICOS – ANÁLISE, DISCUSSÃO E MEDIDAS DE PROTEÇÃO
17.
94
RESPONSABILIDADES........................................................................... 97
18.
A RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR NAS RELAÇÕES DE
18.1.
TRABALHO ....................................................................................................... 97
A RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR POR ATO DO
18.2.
EMPREGADO .................................................................................................... 98
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS......................................................... 101
19.
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REGRAS FALCK
 Respeite todos os sinais de advertência, avisos de segurança e instruções;
 Roupas soltas, jóias, piercings etc. não devem ser usados durante os
exercícios práticos;
 Não é permitido o uso de camiseta sem manga, “shorts” ou minissaias,
sendo obrigatório o uso de calças compridas e de calçados fechados;
 Terão prioridade de acessar o refeitório, instrutores e assistentes;
 Não transite pelas áreas de treinamento sem prévia autorização. Use o EPI
nas áreas recomendadas;
 Os treinandos são responsáveis por seus valores. Armários com cadeado e
chaves estão disponíveis e será avisado quando devem ser usados. A FALCK Safety
Services não se responsabiliza por quaisquer perdas ou danos;
 O fumo é prejudicial à saúde. Só é permitido fumar em áreas previamente
demarcadas;
 Indivíduos considerados sob o efeito do consumo de álcool ou drogas ilícitas
serão desligados do treinamento e reencaminhados ao seu empregador;
 Durante as instruções telefones celulares devem ser desligados;
 Aconselha-se que as mulheres não façam o uso de sapato de salto fino;
 Não são permitidas brincadeiras inconvenientes, empurrões, discussões e
discriminação de qualquer natureza;
 Os treinandos devem seguir instruções dos funcionários da FALCK durante
todo o tempo;
 É responsabilidade de todo treinando assegurar a segurança do treinamento
dentro das melhores condições possíveis. Condições ou atos inseguros devem ser
informados imediatamente aos instrutores;
 Fotografias, filmagens ou qualquer imagem de propriedade da empresa,
somente poderá ser obtida com prévia autorização;
 Gestantes não poderão realizar os treinamentos devido aos exercícios
práticos;
 Se, por motivo de força maior, for necessário ausentar-se durante o período
de treinamento, solicite o formulário específico para autorização de saída. Seu período de
ausência será informado ao seu empregador e se extrapolar o limite de 10% da carga
horária da Disciplina, será motivo para desligamento;
 A Falck Safety Services garante a segurança do transporte dos treinandos
durante a permanência na Empresa em veículos por ela designados, não podendo ser
responsabilizada em caso de transporte em veículo particular;
 Os Certificados/Carteiras serão entregues à Empresa contratante. A entrega
ao portador somente mediante prévia autorização da Empresa contratante. Alunos
particulares deverão aguardar o resultado das Avaliações e, quando aprovados,
receberem a Carteira do Treinamento;
 Pessoas que agirem em desacordo com essas regras ou que
intencionalmente subtraírem ou danificarem equipamentos serão responsabilizadas e
tomadas às providências que o caso venha a exigir.
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DIRETRIZES GERAIS DO CURSO
 Quanto à Estruturação do Curso
O candidato, no ato da matrícula, deverá apresentar à instituição que vai ministrar
o curso, cópia e o original (para verificação) ou cópia autenticada dos seguintes
comprovantes:
 Atestado de boas condições de saúde física e mental;
 RG e CPF originais.
 Quanto à Frequência às Aulas
a) A frequência às aulas e atividades práticas são obrigatórias.
O aluno deverá obter o mínimo de 90% de frequência no total das aulas ministradas no
curso. Para efeito das alíneas descritas acima, será considerada falta: o não
comparecimento às aulas, o atraso superior a 10 minutos em relação ao início de
qualquer atividade programada ou a saída não autorizada durante o seu
desenvolvimento.
 Quanto à Aprovação no Curso
Será considerado aprovado o aluno que:
 Obtiver nota igual ou superior a 6,0 (seis) em uma escala de 0 a 10 (zero a
dez) na avaliação teórica e alcançar o conceito satisfatório nas atividades
práticas.
 Tiver a frequência mínima exigida (90%).
 Caso o aluno não cumpra as condições descritas nas alíneas acima, será
considerado reprovado.
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Elétrico de Potência (SEP)
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ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA
1.
A indústria de energia elétrica tem as seguintes atividades clássicas:
• Produção;
• Transmissão;
• Distribuição;
• Comercialização.
Sendo que esta última engloba a medição e faturamento dos consumidores.
Em muitos casos, como o de fornecimento de energia elétrica para as residências, a
atividade de comercialização é realizada juntamente com a de distribuição. Entre a
produção da energia elétrica até o seu consumo final existe um longo caminho pelo
qual a energia elétrica é transportada, o qual é composto pelas redes de transmissão e
de distribuição. Entre as redes de transmissão e de distribuição existe, em muitas
situações, uma outra rede com a função de repartir a energia. Esta rede intermediária é
chamada de “rede de subtransmissão”.
Ao conjunto das instalações e equipamentos que se prestam para a geração
(conversão de uma dada forma de energia em energia elétrica) e transmissão de grandes
blocos de energia dá-se o nome de sistema elétrico de potência.
PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
1.1.
A energia elétrica pode ser obtida de diversas formas. Normalmente as fontes
de energia elétrica ditas convencionais são as usinas hidrelétricas de grande porte (com
potência acima de 30 MW) e as usinas termelétricas movidas a carvão mineral, óleo
combustível, gás natural ou nucleares, consumindo neste último caso o urânio
enriquecido. Como fontes alternativas de energia elétrica existem uma gama de
possibilidades, incluindo energia solar fotovoltaica, usinas eólicas, usinas utilizando-se
da queima da biomassa (madeira e cana de açúcar, por exemplo), pequenas centrais
hidrelétricas, e outras fontes menos usuais como as que utilizam a força das marés.
A maior parte da energia elétrica gerada no Brasil é proveniente de usinas
hidrelétricas. O Brasil apresenta um grande potencial hidráulico para a geração de
energia elétrica. Uma parte deste potencial se encontra aproveitada. Há atualmente
mais de 110 usinas hidrelétricas em funcionamento. Por outro lado, há muitos locais nos
quais essa modalidade de energia primária ainda pode ser explorada, principalmente na
Amazônia.
Nas grandes usinas geradoras o nível de tensão na saída dos geradores está
normalmente na faixa de 6 a 25 kV.
No caso das hidrelétricas e termelétricas os geradores são do tipo síncrono
operando na frequência nominal de 60 Hz, que é a frequência dos sistemas elétricos
brasileiros. Observa-se que as máquinas da maior usina do Brasil, a Usina de Itaipu-
Binacional, do lado paraguaio funcionam em 50 Hz, mas são interligadas por um sistema
de corrente contínua com a região Sudeste do Brasil. Conversores retificadores são
utilizados para produzir a corrente contínua em Foz do Iguaçu - PR, enquanto que em
Ibiúna-SP há inversores para produzir a corrente alternada.
A tensão de saída dos geradores é ampliada a níveis mais altos por meio dos
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Elétrico de Potência (SEP)
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transformadores elevadores das usinas. Isto é feito para viabilizar as transmissões à
média e longa distâncias, diminuindo-se desta forma, a corrente elétrica e, portanto
possibilitando o uso de cabos condutores de bitolas razoáveis, com adequados níveis de
perdas joule e de queda de tensão ao longo das linhas de transmissão.
TRANSPORTE DE ENERGIA ELÉTRICA
1.2.
Junto às usinas, subestações elevadoras transformam a energia para um nível de
tensão adequado, o qual é função da potência a transportar e às distâncias envolvidas. O
transporte de energia é realizado por diferentes segmentos da rede elétrica que são
definidos com base na função que exercem:
Transmissão: redes que interligam a geração aos centros de carga;
Interconexão: interligação entre sistemas independentes;
Subtransmissão: rede para casos onde a distribuição não se conecta a transmissão,
havendo estágio intermediário de repartição da energia entre várias regiões;
Distribuição: rede que interliga a transmissão (ou subtransmissão) aos pontos de
consumo sendo subdividida em distribuição primária (nível de média tensão - MT) ou
distribuição secundária (nível de uso residencial).
As tensões usuais de transmissão adotadas no Brasil, em corrente alternada,
podem variar de 138 kV até 765 kV incluindo neste intervalo as tensões de 230 kV, 345
kV, 440 kV e 500 kV.
Os sistemas ditos de subtransmissão contam com níveis mais baixos de tensão,
tais como 34,5 kV, 69 kV ou 88 kV e 138 kV e alimentam subestações de distribuição,
cujos alimentadores primários de saída operam usualmente em níveis de 13,8 kV. Junto
aos pequenos consumidores existe uma outra redução do nível de tensão para valores
entre 110 V e 440 V, na qual operam os alimentadores secundários.
As redes com tensões nominais iguais ou superiores a 230 kV são denominadas de
TRANSPORTE DE ENERGIA ELÉTRICA
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Elétrico de Potência (SEP)
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Redes em EHV - Extra Alta Tensão e no Brasil formam a chamada rede “Básica” de
transmissão. As redes com tensões nominais iguais e entre 69 kV e 138 kV são
denominadas Redes em AT – Alta Tensão.
As redes com tensão nominal entre 1 kV e 69 kV são denominadas Redes em MT
– Média Tensão (ou em Tensão Primária) e os sistemas com tensões abaixo de 1 kV
formam as Redes em Baixa Tensão (ou em Tensão Secundária). No Brasil existe um
sistema que opera em corrente contínua, o Sistema de Itaipu, com nível de tensão de ±
600 kVDC.
Para se escolher transmissão entre sistemas de corrente alternada ou corrente
contínua são feitos estudos técnicos e econômicos. Sistemas de corrente contínua
começam a se mostrar viáveis para distâncias acima de 600 ~ 800 km.
No caso de transmissão em corrente alternada, o sistema elétrico de potência é
constituído basicamente pelos geradores, estações de elevação de tensão, linhas de
transmissão, estações seccionadoras e estações transformadoras abaixadoras.
Na transmissão em corrente contínua a estrutura é essencialmente a mesma,
diferindo apenas pela presença das estações conversoras junto à subestação elevadora
(para retificação da corrente) e junto à subestação abaixadora (para inversão da
corrente) e ainda pela ausência de subestações intermediárias abaixadoras ou de
seccionamento.
As linhas de transmissão em corrente contínua apresentam custo inferior ao de
linhas em corrente alternada enquanto que as estações conversoras ainda apresentam
custo relativamente alto, portanto a transmissão em corrente contínua somente se
mostra vantajosa em aplicações específicas como na interligação de sistemas com
frequências diferentes ou para transmissão de energia a grandes distâncias.
A necessidade de sistemas de transmissão em tensão superior à de geração e de
distribuição se deve a impossibilidade de transmitir diretamente, mesmo em distâncias
relativamente pequenas, a potência elétrica gerada nas usinas, pois as correntes seriam
elevadas e as quedas de tensão e as perdas de potência na transmissão inviabilizariam
técnica e economicamente as transmissões. Esse problema é tanto mais grave quanto
maior for à distância de transmissão e quanto maior for a potência a ser transmitida.
Com a elevação da tensão, a potência gerada nas usinas (que é função do produto da
tensão pela corrente) pode ser transmitida com correntes inferiores às de geração, o que
viabiliza a transmissão.
Um fator importante na minimização dos custos de transmissão e de distribuição
está ligado à escolha da seção dos cabos condutores das linhas, ou seja, de sua
resistência ôhmica. Como o custo das linhas (e do sistema de transmissão) aumenta
de forma linear com a seção condutora e as perdas ôhmicas (e, portanto o seu custo)
variam com o inverso da seção dos condutores, existe um ponto de mínimo custo, que
corresponde à seção condutora ótima.
Os consumidores, individualmente, requerem potências inferiores às transmitidas.
Portanto, são previstas estações abaixadoras nas quais as tensões de transmissão são
transformadas para níveis compatíveis com as cargas que vão alimentar regionalmente.
Observa-se que as pequenas potências de distribuição transportadas por circuitos aéreos
ou subterrâneos nas ruas ou avenidas são adequadas às baixas tensões, também por
questões de segurança.
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Elétrico de Potência (SEP)
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ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
2.
PROGRAMAÇÃO E PLANEJAMENTO DOS SERVIÇOS
2.1.
O objetivo deste procedimento é estabelecer as diretrizes básicas de Segurança do
Trabalho a serem seguidos nas tarefas de operação, conservação e manutenção de
equipamentos em Redes de Distribuição Aérea Energizadas, (Linha Viva) de modo a
prevenir e controlar as causas que possam provocar acidentes, sendo também muito útil
como material didático para uso pelos Técnicos Supervisores como fonte de consulta.
As Normas e Procedimento descritos a seguir possibilitam um melhor
acompanhamento dos princípios de trabalho, através de um melhor planejamento e
acompanhamento dos serviços.
Esta normalização de métodos possibilita:
• Uma melhor avaliação de desempenho de uma equipe.
• Uma melhor inspeção de segurança relativamente à execução dos trabalhos
• A sistematização do treinamento e reciclagem dos componentes das equipes.
DEFINIÇÕES
2.2.
Esclarecimentos de alguns conceitos ou termos utilizados neste material:
MT - Média Tensão, redes de distribuição trifásica, bifásicas ou mesmo monofásicas,
normalmente com tensões entre 750 volts e 34500 volts;
BT - Baixa Tensão, redes trifásicas, bifásicas e monofásicas com tensões até 750 Volts;
Liner - Protetor de polietileno colocado dentro das cestas aéreas de fibra de vidro para
proporcionar uma segurança a mais aos eletricistas contra acidentes elétricos e
mecânicos;
À Distância - Os eletricistas trabalham em locais que são considerados no potencial de
terra, ou seja, se posicionando em escadas executando todo o serviço usando
ferramentas e equipamentos adequados;
Ao Contato - Os eletricistas ficam em potencial intermediário, isolados dos potenciais
de terra e da rede, executando as tarefas ao contato, através de cestas aéreas ou
plataformas, usando ferramentas e equipamentos adequados;
By-pass - É a interligação provisória entre pontos da mesma fase para dar continuidade
ao circuito elétrico;
Jumper – É a continuidade do condutor, que faz interligação entre pontos da mesma
fase para dar continuidade ao circuito elétrico;
Taco - É a interligação feita entre a fase de circuito elétrico e um equipamento (chaves
fusíveis, interruptores de circuitos, para-raios, transformadores, derivações de circuitos
etc.);
Corrente Elétrica - Podemos dizer que é o movimento dos elétrons através de um
material condutor. Símbolo => I ou i, Unidade => Ampère- A. ex: 10 A;
Tensão ou Voltagem – Pode-se dizer que é a força responsável pelo deslocamento da
corrente elétrica. Símbolo => V ou E, Unidade => Volts- V. ex: 127 V;
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Elétrico de Potência (SEP)
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Resistência - Pode-se dizer que é a oposição à passagem da corrente elétrica no
condutor. Símbolo => R, Unidade Ohm. Ex: 2 Ohm;
Potência - Pode-se dizer que é a quantidade de calor dissipada numa resistência
quando da passagem de uma corrente elétrica. Símbolo => P, Unidade => Watts W ou
hp. Ex: 1600 W ou 2 hp;
Frequência - Pode-se dizer que é relacionada ao número de vezes que a corrente
elétrica muda de sentido em um circuito elétrico. Símbolo => F, Unidade -> Hertz, Hz ou
Ciclo. Ex: 60 Hz;
Transformador - Pode-se dizer que é uma máquina estática que transfere energia
elétrica de um circuito para outro, através da indução eletromagnética modificando os
valores de tensão e corrente.
O potencial elétrico e o campo elétrico
As expressões potencial elétrico e campo elétrico parecem sinônimas, soam muito
parecidas. São, porém, conceitos diferentes, se referindo a diferentes grandezas
elétricas.
A grandeza com a qual mais lidamos no dia a dia é o conhecido Volt, que é uma
medida de potencial elétrico.
O Volt
Potencial elétrico_ V= J/ C
Definição prática:
Isto significa que um potencial elétrico de 220V consegue impor uma energia de
220J a cada Coulomb de carga sob sua influência.
Exemplos práticos:
Por exemplo, sob 220V, 2 Coulombs receberão uma energia de 440J.
220V= 440J/ 2C
Sob 220V, 0,5 Coulombs receberão uma energia de 110J.
220V= 110J/ 0,5C
Sob 55V, 2 Coulombs receberão uma energia de 110J.
55V= 110J/ 2C
Analogias mecânicas:
Pode-se fazer uma analogia com uma ladeira. Imagine uma ladeira bem inclinada,
com uma descida bem íngreme, digamos de 10 metros de altura (um prédio de 3
andares) em apenas 2 quarteirões, ou seja, 5 metros por quarteirão. Se deixarmos uma
camionete de 3 toneladas descer solta nesta ladeira, ela ao final se chocará com algum
obstáculo e produzirá uma energia “x”. Se deixarmos um caminhão de 9 toneladas
descer solto nesta ladeira, ele ao final se chocará com algum obstáculo e produzirá uma
energia “3x”.
NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema
Elétrico de Potência (SEP)
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Conclusões:
Daí pode-se concluir que o potencial elétrico só realiza trabalho em presença de
uma carga a ser acelerada. Sem carga a ser acelerada, a voltagem permaneceria
inalterada pelos milênios, como uma ladeira bem inclinada, mas sem nenhum veículo
para descer por ela.
O Volt/ m
Campo elétrico_ E= N/ C
Transformações:
TRANSFORMAÇÕES
Definição prática:
Isto significa que um campo elétrico de 220V/m consegue aplicar uma força de
220N a cada Coulomb de carga sob sua influência a uma distância de 1m.
Analogias mecânicas:
Pode-se aqui também fazer uma analogia com uma ladeira. Imagine uma ladeira
cuja inclinação varie com a posição. A 1m da origem ela tem uma inclinação “x”, a 2m
sua inclinação cai à metade, a 4m cai à metade novamente e assim por diante. Se
deixarmos um carro solto nesta ladeira, ele acelerará sempre, mas conforme se afasta
da origem sua aceleração diminuirá (embora a velocidade sempre aumente).
Conclusões:
Daí pode-se concluir que o campo elétrico a princípio não chega a definir o total de
energia ou de trabalho realizado, apenas determina qual força elétrica atuará sobre uma
carga a cada distância da origem.
Considerações gerais
Condições perigosas nos circuitos elétricos
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Elétrico de Potência (SEP)
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As seguintes condições podem ocorrer nos circuitos elétricos:
• Curto-circuito – Contato ou ligação intencional e ou acidental entre dois pontos
de diferentes tensões elétricas de um circuito, através de impedância relativamente
insignificante;
• Corrente de curto-circuito – Sobrecorrente que resulta de um contato através de
impedância relativamente insignificante entre diferentes pontos energizados e que
apresentam uma diferença de potencial quando em funcionamento normal. Ocorre
quando o isolamento de um condutor energizado se estraga; na abertura lenta das
chaves, provocando um arco longo que pode saltar para terra ou outra fase; provocada
por manuseio descuidado de ferramentas metálicas ou pelo contato de um condutor
energizado com a terra ou com uma outra fase. Nessas condições, a resistência natural
do circuito é evitada pela corrente, que deste modo passará livremente e com tal
intensidade que provoca aquecimentos elevados, abertura de arco, incêndios, explosões
e destruição dos elementos por onde passa, a menos que os equipamentos de proteção
entrem imediatamente em ação interrompendo a correspondente corrente de curto-
circuito;
• Energização acidental de estruturas – Ocorre quando um condutor energizado nu
ou com isolamento comprometido encosta numa árvore, num poste, numa cruzeta ou em
qualquer estrutura condutora que não esteja adequadamente ligada à terra. Para evitar
acidente por contato humano com essas estruturas energizadas acidentalmente deve-se
onde for possível, ligar-se à terra firmemente e de modo intencional as carcaças e demais
estruturas energizáveis com o propósito de proteger os operadores no caso de ocorrer
comprometimento no isolamento ou queda da fixação de algum condutor que possa vir a
encostar nessas estruturas. A mesma ligação deve ser feita nas carrocerias das cestas
aéreas dos guindautos e outros equipamentos que estejam auxiliando no serviço, junto
às redes energizadas;
• Sobrecarga – Cada condutor pode ser percorrido por uma determinada corrente
até certo valor em ampères sem se aquecer demasiadamente. Passando este limite, seu
aquecimento aumenta rapidamente e pode se tornar perigoso. Conclui-se, portanto que
a corrente de um circuito não pode ultrapassar certo valor; se for além, isto é, se houver
o que se chama sobrecarga, o perigo deve ser afastado pelos fusíveis que se fundem
ou pelos equipamentos de proteção que operam, interrompendo assim a corrente de
sobrecarga;
• Contato defeituoso ou mau contato – Ao ligar um condutor a outro ou a um
equipamento e ao ligar uma chave de faca, se não houver um contato perfeito e firme
nas conexões, ocorre aquecimento que pode causar acidentes ou danos materiais;
Muitas condições anormais são detectadas por componentes de alarme ou de proteção e
são codificadas por uma tabela ANSI, reproduzida a seguir.
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Elétrico de Potência (SEP)
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1 Elemento principal – Dispositivo de inicialização como uma chave de
controle etc., que serve, diretamente ou através de dispositivos
permissivos como relés de proteção e temporizado, para colocar o
dispositivo em ou fora de operação.
2 Relé de partida ou fechamento temporizado – Dispositivo cuja função é
oferecer uma quantidade desejada de tempo antes ou depois de
qualquer ponto de operação em uma sequência de comutação ou
sistema do relé de proteção, exceto quando fornecido especificamente
pelas funções dos dispositivos 48, 62 e 79.
3 Relé de verificação ou intertravamento – Relé que opera em resposta à
posição de vários outros dispositivos (ou para um número de condições
predeterminadas) no equipamento para permitir que uma sequência de
operação avance, pare ou para fornecer uma verificação de uma
posição destes dispositivos ou condições para qualquer fim.
4 Contato principal – Dispositivo, geralmente controlado pela função do
dispositivo 1 ou equivalente e dispositivos de proteção e permissivos
requeridos, que serve para fechar e interromper os circuitos de
controle necessários para colocar o dispositivo em operação sob
condições desejadas e colocá-lo fora de operação sob condições
anormais.
5 Dispositivo de interrupção – Dispositivo de controle usado
principalmente para desligar o equipamento e mantê-lo fora de
operação. (Este dispositivo pode ser acionado de maneira manual ou
elétrica, mas exclui a função de travamento elétrico [consulte da
função do dispositivo 86] em condições anormais.)
6 Disjuntor de partida – Dispositivo cuja principal função é conectar a
máquina à sua fonte de tensão de partida.
7 Relé de taxa de variação – Relé que funciona em caso de uma variação
excessiva de corrente.
8 Dispositivo de desconexão da energia de controle – Dispositivo de
desconexão, como uma chave de faca, disjuntor ou bornes fusíveis
removíveis, usado para conectar e desconectar a fonte de tensão de
comando para e do barramento de controle ou equipamento. OBS:
Considera-se a tensão de comando para incluir alimentação auxiliar
que abastece estes equipamentos, como motores pequenos e
aquecedores.
9 Dispositivo de reversão – Um dispositivo que é usado para reverter um
campo da máquina ou para o desempenho de outras funções de
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reversão.
10 Chave de sequência das unidades – Chave que é usada para mudar a
sequência na qual as unidades podem ser colocadas dentro e fora de
serviço em equipamentos de unidades múltiplas.
11 Dispositivo multifunção
12 Dispositivo de sobrevelocidade – Frequentemente, uma chave de
velocidade conectada diretamente que funciona na sobrevelocidade da
máquina.
13 Dispositivo de rotação síncrona – Dispositivo como uma chave de
velocidade centrífuga, um relé de frequência de escorregamento, um
relé de tensão, um relé de baixa corrente ou qualquer tipo de
dispositivo que opera com aproximadamente a velocidade síncrona de
uma máquina.
14 Dispositivo de subvelocidade – Dispositivo que funciona quando a
velocidade de uma máquina diminui abaixo de um valor
predeterminado.
15 Dispositivo de ajuste ou comparação de velocidade ou frequência –
Dispositivo que funciona para ajustar e manter a velocidade ou a
frequência de uma máquina ou de um sistema igual ou
aproximadamente igual que outra máquina, fonte ou sistema.
16 Dispositivo de comunicação de dados
17 Chave de derivação ou descarga – Chave que serve para abrir ou
fechar um circuito de derivação ao redor de qualquer peça ou
equipamento (com exceção de um resistor), como um campo da
máquina, uma armadura da máquina, um capacitor ou um reator.
OBS: Isto inclui dispositivos que realizam estas operações de derivação
já que podem ser necessários no processo de partida de uma máquina
pelos dispositivos 6 ou 42 (ou seus equivalentes), e também exclui
função do dispositivo 73 que serve para a comutação dos resistores.
18 Dispositivo de aceleração ou desaceleração – Dispositivo que é usado
para fechar ou para gerar o fechamento de circuitos que são usados
para aumentar ou diminuir a velocidade de uma máquina.
19 Contator de transição partida-marcha – Dispositivo que opera para
iniciar ou gerar a transferência automática de uma máquina da partida
à conexão de tensão de execução.
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20 Válvula operada eletricamente – Válvula operada, controlada ou
monitorada eletricamente em uma linha de vácuo, gás, ar ou fluido.
OBS: A função da válvula pode ser indicada de maneira mais completa
pelo uso de sufixos, como discutido no ponto 3.2.
21 Relé de distância – Relé que funciona quando a admitância, a
impedância ou a reatância do circuito aumenta ou diminui além de um
valor predeterminado.
22 Disjuntor equalizador – Interruptor que serve para controlar ou para
fechar e interromper o equalizador ou as conexões de balanceamento
de corrente para um campo da máquina ou para um equipamento de
regulação em uma instalação de unidades múltiplas.
23 Dispositivo de controle da temperatura – Dispositivo que funciona para
aumentar ou abaixar a temperatura de uma máquina, de um
equipamento ou de qualquer meio quando esta temperatura diminui
abaixo ou aumenta acima de um valor predeterminado. OBS: Um
exemplo é um termostato que liga um aquecedor em um conjunto de
comutadores quando a temperatura cai abaixo do valor desejado. O
mesmo deve ser diferenciado de um dispositivo que é usado para
fornecer regulação automática da temperatura entre limites próximos e
poderia ser designado como função do dispositivo 90T.
24 Relé de sobreexcitação ou Relé de Volts por hertz – Relé que funciona
quando o índice de tensão para frequência excede um valor
predeterminado. O relé pode ter uma característica programada ou
instantânea.
25 Dispositivo de verificação de sincronismo ou sincronização – Dispositivo
que funciona quando dois circuitos CA estão dentro dos limites
desejados de frequência, ângulo de fase e tensão para permitir ou
gerar o paralelismo destes dois circuitos.
26 Dispositivo térmico do equipamento – Dispositivo que funciona quando
a temperatura do equipamento protegido (exceto a enrolamentos de
transporte de carga das máquinas e transformadores, como
mencionado pela função do dispositivo número 49) ou de um líquido ou
outro meio exceder um valor predeterminado; ou quando a
temperatura de um equipamento protegido ou qualquer outro meio
diminuir abaixo de um valor predeterminado.
27 Relé de subtensão – Relé que funciona quando a tensão de entrada é
menor do que um valor predeterminado.
28 Detector de chamas – Dispositivo que monitora a presença da chama
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piloto ou principal como em equipamentos com turbina a gás ou
caldeira.
29 Contator de isolamento – Dispositivo que é usado principalmente para
desconectar um circuito do outro em operações de emergência,
manutenção ou teste.
30 Relé anunciador – Dispositivo de reset não automático que fornece
diversas indicações visuais separadas sobre o funcionamento dos
dispositivos de proteção e que poderiam ser organizadas para realizar
uma função de travamento.
31 Dispositivo de excitação em separado – Dispositivo que conecta um
circuito, como um campo de derivação de um conversor síncrono, a
uma fonte de excitação separada durante a sequência de partida.
32 Relé direcional de potência – Relé que funciona em um valor
predeterminado do fluxo de tensão em uma determinada direção ou
em um fluxo de tensão reverso, como o resultante do ciclo de motor de
um gerador após a perda do seu motor principal.
33 Chave de posicionamento – Chave que fecha ou interrompe o contato
quando o dispositivo principal ou parte do equipamento que não possui
número de função do dispositivo atinge uma determinada posição.
34 Dispositivo master de sequência ou Dispositivo de inversão –
Dispositivo como uma chave de contatos múltiplos operada por motor
ou equivalente, ou um dispositivo de programação como um
computador, que estabelece ou determina a sequência de operação do
dispositivo principal no equipamento durante a partida e a parada ou
durante outras operações de comutação sequencial.
35 Dispositivo para operação das escovas ou para curto-circuitar os anéis
coletores – Dispositivo para elevar, abaixar ou desviar as escovas de
uma máquina, curtocircuitando seus anéis do coletor, ou conectando e
desconectando os contatos de um retificador mecânico.
36 Dispositivo de polaridade ou de tensão de polarização – Dispositivo que
funciona ou permite a operação de outro dispositivo apenas em uma
polaridade predeterminada ou verifica a presença de uma tensão de
polarização no equipamento.
37 Relé de subcorrente ou subpotência – Relé que funciona quando a
corrente ou fluxo de tensão diminui abaixo de um valor
predeterminado.
38 Dispositivo de proteção do mancal – Dispositivo que funciona na
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temperatura excessiva do mancal ou em condições mecânicas
anormais associadas ao rolamento como o desgaste indevido, que
poderia eventualmente resultar na falha ou na temperatura excessiva
do rolamento.
39 Monitor da condição mecânica – Dispositivo que funciona após a
ocorrência de uma condição mecânica anormal (exceto aquela
associada aos mancais como relatado na função do dispositivo 38),
como vibração excessiva, excentricidade, expansão, choque, balanço
ou falha do selo.
40 Relé de perda de excitação ou Relé de perda de campo – Relé que
funciona em um determinado valor ou anormalmente abaixo do
mesmo, ou na falha da corrente de campo da máquina, ou em um
valor excessivo do componente reativo da corrente da armadura em
uma máquina CA, indicando excitação de campo anormalmente baixo.
41 Disjuntor de campo – Dispositivo que funciona para aplicar ou remover
a excitação de campo de uma máquina
42 Disjuntor de operação normal – Dispositivo cuja principal função é
conectar a máquina à sua fonte de execução ou tensão de operação.
Esta função pode ser usada também para um dispositivo, como um
contator, que é usado em série com um disjuntor ou outro meio de
proteção contra falhas, principalmente para abertura e fechamento
frequente do circuito.
43 Dispositivo seletor ou transferência manual – Dispositivo operado
manualmente que transfere os circuitos de controle para modificar o
plano de operação do equipamento de comutação ou de algum dos
dispositivos.
44 Relé de sequência de partida das unidades – Relé que funciona para
iniciar a próxima unidade disponível no equipamento de unidades
múltiplas após a falha ou não disponibilidade da unidade normalmente
anterior.
45 Monitor da condição atmosférica – Dispositivo que funciona após a
ocorrência de uma condição atmosférica normal, como vapores
nocivos, misturas explosivas, fumaça ou fogo.
46 Relé de reversão ou balanceamento de corrente da fase – Relé que
funciona quando as correntes polifásicas são de sequência de fase
reversa, ou quando as correntes polifásicas estão desequilibradas ou
contêm componentes de sequência de fase negativos acima de um
determinado volume.
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47 Relé de reversão ou desbalanceamento de tensão ou Relé de sequência
da fase de tensão – Relé que funciona após um determinado valor
predeterminado de tensão polifásica na sequência de fase desejada,
quando as tensões polifásicas estão desequilibradas ou quando a
tensão da sequência de fase negativa excede um determinado volume.
48 Relé de sequência incompleta – Relé que normalmente retorna o
equipamento à posição normal ou off, e bloqueia caso a partida
normal, operação ou sequência de parada não foi concluída
corretamente dentro de um tempo predeterminado.
49 Relé térmico para máquina ou transformador – Relé que funciona
quando a temperatura de um enrolamento da armadura da máquina
ou outro enrolamento ou elemento de transporte de carga de uma
máquina ou transformador de tensão excede um valor predeterminado.
50 Relé de sobrecorrente instantâneo – Relé que funciona
instantaneamente em um valor excessivo de corrente.
51 Relé de sobrecorrente temporizado CA – Relé que funciona quando a
corrente de entrada CA excede um valor predeterminado, e em que a
corrente de entrada e o tempo de operação estão inversamente
relacionados através de uma porção substancial de uma faixa de
desempenho.
52 Disjuntor de corrente alternada – Dispositivo que é usado para fechar e
interromper um circuito de alimentação CA sob condições normais ou
para interromper este circuito sob falha ou condições de emergência.
53 Relé para excitador ou gerador CC – Relé que força a excitação do
campo da máquina CC para acumular durante a partida ou que
funciona quando a tensão da máquina acumulou em um determinado
valor.
54 Dispositivo de acoplamento ou Dispositivo de engate da engrenagem
rotativa – Dispositivo operado, controlado ou monitorado eletricamente
que funciona para que a engrenagem rotativa se engate (ou
desengate) ao eixo da máquina.
55 Relé de fator de potência – Relé que funciona quando o fator de
potência em um circuito CA aumenta acima ou cai abaixo de um valor
predeterminado.
56 Relé de aplicação de campo – Relé que controla automaticamente a
aplicação da excitação do campo em um motor CA em algum ponto
predeterminado no ciclo de escorregamento.
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57 Dispositivo para aterramento ou curtocircuito – Dispositivo de
comutação do circuito primário que funciona para curtocircuitar ou
aterrar um circuito em resposta a um meio manual ou automático.
58 Relé de falha de retificação – Relé que funciona se um retificador de
alimentação falhar em conduzir ou bloquear adequadamente.
59 Relé de sobretensão – Um relé que funciona quando a tensão de
entrada é maior do que um valor predeterminado.
60 Relé de balanço de tensão ou corrente – Relé que funciona em uma
determinada diferença de tensão ou na entrada ou saída de corrente
de dois circuitos.
61 Sensor ou chave de densidade – Dispositivo que funciona em um valor
determinado, ou em uma faixa de mudança determinada de densidade
de gás.
62 Relé de interrupção ou abertura temporizada – Um relé temporizado
que funciona em conjunto com o dispositivo que inicia a operação de
desligamento, parada ou abertura em uma sequência automática ou
sistema do relé protetor.
63 Relé de pressão de gás (Buchholz) ou Pressostato – Chave que
funciona em um determinado valor, ou em uma determinada faixa de
mudança de pressão.
64 Relé de proteção de terra – Relé que funciona em caso de falha da
máquina ou outro equipamento de isolamento a terra. OBS: Esta
função não é aplicada a um dispositivo conectado em um circuito
secundário de transformadores de corrente em um sistema de
alimentação aterrado normalmente, onde outros números de
dispositivo com o sufixo G ou N devem ser usados; ou seja, 51N para
um relé de sobrecorrente temporizado CA conectado em um neutro se
65 Regulador – Conjunto de equipamento de controle elétrico, mecânico e
de fluido usado para regular o fluxo de água, vapor e outro meio para
o motor principal para propósitos como partida, velocidade de espera
ou carga, ou parada.
66 Relé de supervisão do número de partidas ou Dispositivo de
intercalação ou escapamento de operação – Dispositivo que funciona
para permitir apenas um número específico de operações de um
determinado dispositivo ou equipamento ou um número específico de
operações sucessivas dentro de um determinado tempo de cada um. É
também um dispositivo que funciona para energizar um circuito
periodicamente ou por frações de intervalos de tempo, ou que é usado
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para permitir uma aceleração intermitente ou jogging de uma máquina
em velocidades baixas para o posicionamento mecânico.
67 Relé direcional de sobrecorrente CA – Relé que funciona em um valor
desejado de sobrecorrente CA fluindo em uma direção predeterminada.
68 Relé de bloqueio por oscilação de potência – Relé que inicia um sinal
piloto para bloquear o desarme em falhas externas em uma linha de
transmissão ou em outro equipamento sob condições predeterminadas,
ou que coopera com outros dispositivos para bloquear o desarme ou
para bloquear o fechamento em uma condição de fora de sincronismo
ou de oscilação da alimentação.
69 Dispositivo de controle permissivo – Normalmente, um dispositivo de
duas posições que em uma posição permite o fechamento de um
disjuntor ou a colocação de um equipamento em operação, e em outra
posição evita que o disjuntor ou o equipamento seja operado.
70 Reostato – Dispositivo de resistência variável usado em um circuito
elétrico quando o dispositivo é operado eletricamente ou possui outros
acessórios elétricos como chaves de fim de curso, posição ou auxiliar.
71 Dispositivo de detecção de nível ou Chave de nível – Chave que
funciona em um determinado valor, ou em uma determinada faixa de
mudança de nível.
72 Disjuntor de corrente contínua – Disjuntor usado para fechar e
interromper um circuito de alimentação CC sob condições normais ou
para interromper este circuito sob falha ou condições de emergência.
73 Contator de resistência de carga – Contator usado para derivar ou
inserir um passo de carga limitando, desviando ou indicando
resistência em um circuito de alimentação; para comutar um
aquecedor no circuito; ou para comutar uma luz ou resistor de carga
regenerativa de um retificador de tensão.
74 Relé de alarme – Um relé diferente do anunciador, como relatado na
função do dispositivo 30, que é usado para operar ou que opera uma
conexão com um alarme sonoro ou visual.
75 Mecanismo de mudança de posição – Mecanismo usado para
movimentar um dispositivo principal de uma posição a outra no
equipamento; por exemplo, desviando a unidade do disjuntor
removível para e das posições conectada, desconectadas e de teste.
76 Relé de sobrecorrente CC – Relé que funciona quando a corrente em
um circuito CC excede um determinado valor.
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77 Dispositivo de telemetria – Transmissor usado para gerar e transmitir
para um local remoto um sinal elétrico que representa uma quantidade
medida ou um receptor usado para receber um sinal elétrico de um
transmissor remoto e converte o sinal para representar a quantidade
medida original.
78 Relé de medição de ângulo de fase ou proteção contra falta de
sincronismo – Relé que funciona em um ângulo de fase
predeterminado entre duas tensões ou entre duas correntes, ou entre
tensão e corrente.
79 Relé de religamento CA – Relé que controla o fechamento automático e
o travamento de um interruptor de circuito CA.
80 Chave de fluxo – Chave que funciona em um determinado valor, ou em
uma determinada faixa de mudança de fluxo.
81 Relé de frequência (sub ou sobre) – Relé que responde à frequência de
uma quantidade elétrica, funcionando quando a frequência ou faixa de
mudança de frequência excede ou é menor do que um valor
predeterminado.
82 Relé de religamento de medição de carga CC – Relé que controla o
fechamento e o religamento de um interruptor de circuito CC,
normalmente como resposta às condições de circuito da carga.
83 Relé de seleção de controle ou de transferência automática – Relé que
funciona para selecionar automaticamente entre certas fontes ou
condições em equipamentos ou que realiza automaticamente uma
operação de transferência.
84 Mecanismo de operação – Mecanismo elétrico equipado com
servomecanismo, incluindo o motor de operação, solenóides, chaves
de posição, etc., para um comutador de derivação, regulador de
indução ou qualquer peça similar do equipamento que não possua
número de funcionamento de dispositivo.
85 Relé de receiver ou fio piloto portador – Relé que é operado ou
restringido por um sinal usado em conexão com corrente portadora ou
retransmissão de falha do fio piloto CC.
86 Relé de bloqueio – Relé auxiliar de reset operado elétrica ou
manualmente que é operado após a ocorrência de condições anormais
para manter os dispositivos ou o equipamento associado inoperante
até o seu reset.
87 Relé de proteção diferencial – Relé de proteção que funciona em uma
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porcentagem, ângulo de fase ou outra diferença de quantidade entre
duas correntes ou outras quantidades elétricas.
88 Motor auxiliar ou motor gerador – Dispositivo usado para operar
equipamento auxiliar como bombas, sopradores, excitadores,
amplificadores magnéticos rotatórios, etc.
89 Chave separadora – Chave usada como uma chave seccionada, de
interrupção de carga ou desconexão em um circuito de alimentação CA
ou CC. (Este número de função do dispositivo normalmente não é
necessário a menos que a chave seja operada eletricamente ou possua
acessórios elétricos, como uma chave auxiliar, uma trava magnética,
etc.)
90 Dispositivo de regulação – Dispositivo que regula quantidades, como
tensão, corrente, alimentação, velocidade, frequência, temperatura e
carga em um determinado valor ou entre certos limites (geralmente
próximos) para máquinas, linhas de contato ou outros equipamentos.
91 Relé direcional de tensão – Relé que funciona quando a tensão através
de um disjuntor aberto ou contator excede um determinado valor em
uma determinada direção.
92 Relé direcional de tensão e potência – Relé que permite ou gera a
conexão de dois circuitos quando a diferença de tensão entre eles
excede um valor determinado em uma direção predeterminada e faz
com que estes dois circuitos sejam desconectados entre si quando o
fluxo de alimentação entre eles excede um valor determinado em uma
direção oposta.
93 Contator de variação de campo – Contator que funciona para aumentar
ou diminuir, em um passo, o valor de excitação de campo em uma
máquina.
94 Relé de desligamento ou disparo livre – Relé que funciona para
desarmar um disjuntor, contator ou equipamento para permitir o
desarme imediato através de outros dispositivos ou evitar o
religamento imediato de um interruptor de circuito se tiver que ser
aberto automaticamente, mesmo se o seu circuito de fechamento
permanecer fechado.
95 Usado para aplicações específicas
96 Relé auxiliar de bloqueio de barra
97 a
99
Usado para aplicações específicas
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150 Indicador de falta à terra
AFD Detector de arco voltaico
CLK Clock
DDR Sistema dinâmico de armazenamento de perturbações
DFR Sistema de armazenamento de faltas digital
ENV Dados do ambiente
HIZ Detector de faltas com alta impedância
HMI Interface Homem-Máquina
HST Histórico
LGC Esquema lógico
MET Medição de Subestação
PDC Concentrador de dados de fasores
PMU Unidade de medição de fasores
PQM Esquema de monitoramento de potência
RIO Dispositivo Remoto de Inputs/Outputs
RTU Unidade de terminal remoto / Concentrador de Dados
SER Sistema de armazenamento de eventos
TCM Esquema de monitoramento de Trip
SOTF Fechamento sob falta
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P á g i n a | 28
Religamento automático (Bloqueio de Circuito)
A rede aérea é normalmente afetada por defeitos transitórios cuja causa
desaparece rapidamente permitindo que seja reenergizada, logo após, com sucesso.
Essa reenergização é comandada por atuação do relé religador (função 79 ANSI) no
caso dos disjuntores, ou pelos dispositivos de religamento automático no caso dos
religadores (de subestação ou de linha), com redução expressiva do tempo de
interrupções aos clientes, razão porque esses dispositivos e relés devem permanecer
fora de operação durante apenas o tempo necessário à segurança do serviço em linha
energizada.
Planejamento de serviço
Planejamento do serviço é um dos fatores essenciais para a Prevenção de
Acidentes de Trabalho. É durante esta fase que podemos detectar as condições
inseguras e os riscos de acidentes que poderão ocorrer durante a realização de uma
determinada tarefa a ser executada. Conhecendo-se as condições inseguras e os riscos,
podem-se determinar as medidas de controle. Compete ao Supervisor de uma equipe a
responsabilidade direta pela realização das tarefas livres de acidentes do trabalho,
portanto deve planejar cuidadosamente os serviços, de forma a garantir que todos os
Métodos e Procedimentos de Segurança sejam adotados, para o controle efetivo dos
riscos de acidentes. Considera-se Supervisor qualquer empregado designado pelo
superior hierárquico, como responsável pela execução de um serviço. Logicamente,
espera-se que somente sejam indicados como supervisores, empregados que tenham
perfil para atender às exigências da função.
A seguir abordaremos os principais elementos que devem ser observados pelo
Supervisor para o planejamento de um serviço.
“Os serviços somente devem ser atribuídos a empregados que estiverem
habilitados e autorizados a executá-los e distribuir as tarefas de acordo com a
capacidade técnica de cada um.”
Os empregados que forem designados para executar trabalhos em instalações
elétricas devem possuir capacitação através de treinamento para as tarefas específicas,
para prestar os primeiros socorros em caso de acidentes e utilização de agentes
extintores para combater princípios de incêndios.
Não permitir que empregados, mesmo que tecnicamente capacitados, façam
serviços de ajustes em equipamentos, dirijam veículos, subam em escadas ou estruturas,
durante o período que estiverem fazendo uso de medicamentos que alterem o seu
comportamento.
O supervisor deve ter uma visão global do que é de sua incumbência realizar; ele
não poderá se deter em minúcias, perdendo a noção do todo. Deve ser capaz de prever
os resultados sem subestimar possíveis falhas e fazer a distribuição de tarefas.
Determinar o número de empregados suficiente para que a tarefa seja realizada com
segurança, explicar aos empregados o serviço a ser executado e os resultados desejados.
Identificar os riscos do serviço sob sua orientação, alertar devidamente seus
subordinados sobre os controles desses riscos, transmitir-lhes claramente as Normas e
Procedimentos aplicáveis, dedicando especial atenção à execução das tarefas fora da
rotina.
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Cabe também à supervisão corrigir as irregularidades e as situações que possam
comprometer a Segurança no Trabalho. Podemos citar alguns exemplos, como:
• Antes de sair para o local de trabalho assegurar-se que os membros da equipe
sob sua responsabilidade possuam todos os materiais, ferramentas, equipamentos de
proteção individual e coletiva necessários ao serviço e se estão em perfeitas condições
de utilização;
• Lembrar aos integrantes da equipe que as condições de execução de um serviço
nem sempre são as mesmas;
• Procurar iniciar o serviço quando existir a total certeza de que todos os
integrantes da equipe estão conscientes do que devem fazer, de como fazer e quando
fazer;
• Todo condutor ou equipamento elétrico, somente poderá ser considerado
desenergizado, depois de testado para verificação de ausência de tensão e devidamente
aterrado;
• Qualquer trabalho a ser efetuado em instalações elétricas energizadas ou que
possam ficar acidentalmente sob tensão, somente poderá ser realizado com a utilização
de luvas de borracha para eletricista, da classe de tensão compatível com a das
instalações, cobertas pelas luvas de proteção mecânica;
• O planejamento deve prever os riscos de contato do empregado com os
componentes energizados das instalações, para os quais deverão ser adotados protetores
isolantes e sinalização delimitando a área de risco;
• Especial cautela deve ser destacada na sinalização da área de trabalho, de forma
a evitar que pessoas estranhas entrem na área de risco. Nos logradouros públicos, caso
seja inevitável a obstrução total do passeio, deve-se providenciar a devida sinalização de
proteção e orientação para os pedestres;
• Iniciar o serviço somente depois de constatado que todos os dispositivos de
segurança estão colocados em seus lugares e oferecem segurança efetiva;
• Após a realização da tarefa, o supervisor deve reunir a equipe para discutir as
dificuldades encontradas durante a realização do serviço, objetivando utilizá-las como
experiência, com a finalidade de introduzir melhorias em planejamentos futuros.
Cuidados durante e após a execução dos serviços:
Alguns cuidados devem ser tomados, durante e após execução de um serviço em
redes aéreas de distribuições.
a) Religação do circuito caso haja algum desarme:
Após o início dos serviços o Órgão de Operação da Distribuição somente religará o
circuito, caso haja algum desarme da proteção, após contato direto com o Órgão
Executor responsável pelos serviços, no caso o encarregado que está no campo
executando serviço.
b) Falta de energia no circuito com turma de linha viva trabalhando:
Sempre que algum componente da turma de linha viva notar falta de energia no
circuito em que esteja trabalhando, o responsável pela turma deve ligar imediatamente
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para o Órgão de Operação da Distribuição informando se houver algum problema, para
que este órgão decida pela religação manual do equipamento e o restabelecimento do
trecho trabalhado.
c) Treinamento e uso de EPI’s e EPC’s
Todos os eletricistas que forem incumbidos de trabalho com linha energizada
deverão estar treinados e equipados com materiais de segurança individual EPI’s e
coletivo EPC’s conforme a necessidade do serviço.
d) Integrantes da turma somente com treinamento de linha energizada:
Somente poderão integrar turmas de linha energizada os empregados que possuam
treinamento especializado para os serviços pelos métodos de serviço à distância,
contato direto e de segurança do trabalho.
Executando as tarefas com linhas energizadas
É expressamente proibido durante a execução de qualquer tarefa que o eletricista
venha a tocar em qualquer parte do sistema energizado ou que possa a vir a ser
energizado, com as mãos ou qualquer parte do corpo desprotegido, mesmo que esteja
trabalhando dentro de caçambas isoladas e ou plataformas, seja esta, parte do primário,
secundário, condutor neutro, estais, cruzetas, mão francesa, aterramento, poste etc.
NOTA: Da mesma forma é expressamente proibido dois eletricistas trabalharem ao
mesmo tempo em 2 (duas) fases ou potenciais diferentes.
Atenção da equipe durante a execução das tarefas com linhas
energizadas:
O Encarregado e todos os componentes da equipe deverão manter-se atentos,
especialmente o encarregado que terá de se posicionar de forma a ter o melhor ângulo de
visão possível para ter controle total da situação, durante as diversas fases de execução
das tarefas, sobre tudo diante dos fatores adversos ou imprevisíveis que venham
acarretar riscos ao pessoal, como por exemplo, chuvas sobrevindas após o início dos
trabalhos ou mudança na operação do sistema elétrico.
Quanto à liberação do circuito para normalização do religamento automático,
imediatamente após a conclusão do serviço, o órgão executor responsável pelo mesmo
deverá cientificar o responsável pelas manobras do término do serviço, dando a linha
(circuito) como liberada, para que o Órgão de Operação da Distribuição providencie a
normalização do religamento automático do circuito e retirada da etiqueta de segurança e
ou placa de impedimento identificando Turma de Linha Viva trabalhando.
Cuidados com equipamentos e ferramentas
Certos cuidados deverão ser tomados pelos componentes da turma na conservação
e proteção dos equipamentos e ferramentas de linha energizadas para tê-los sempre
pronto para o uso. O cuidado adequado resultará não somente na prevenção dos
equipamentos, bem como também inspirará maior confiança no pessoal que os utiliza.
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São os seguintes cuidados a serem observados:
Limpeza:
Além dos itens contidos nas normas e documentos complementares e específicos
de cada equipamento, recomenda-se que sejam adotados alguns critérios para limpeza e
conservação das ferramentas e equipamentos.
Os equipamentos de linha viva energizada, com exceção das luvas, mangas e
bastões, deverão ser limpos e conservados pelo menos uma vez por mês pelos próprios
componentes da turma.
Os bastões deverão ser limpos diariamente, antes e depois do serviço, com um
pano de limpeza tratado com silicone apropriado para tal fim. As coberturas de borracha
(lençóis, cobertura para condutor, etc.) deverão ser lavadas com água e sabão neutro e
colocadas em seguida para secar a sombra. Não deverão ser usados derivados de
petróleo nem detergentes para limpeza destes equipamentos.
As luvas e mangas isolantes deverão ser lavadas, após o serviço com água e
sabão neutro (sabão de coco). Depois de secas à sombra, deverão receber aplicação de
talco industrial. As coberturas termoplásticas poderão ser lavadas com água e sabão
comum e, havendo necessidade, pode-se esfregar com bastante fricção. Na limpeza
deste equipamento deverá ser evitada a utilização de compostos químicos do tipo da
acetona, thinner e tricloroetileno;
As plataformas isolantes não deverão ser lavadas com água e sabão comuns,
devido a sua superfície antiderrapante. Sua Limpeza deverá ser feita com acetona
industrial. Os estropos de nylon e cordas de poly dracon deverão ser lavados com sabão
neutro, deixando-os de molho por 1 hora e colocando-os em seguida para secar ao sol;
Para limpeza de sujeiras em geral, deverão ser utilizados água e sabão neutro. Na
existência de manchas ou contaminação da superfície dos bastões com (óleo, graxa),
estes deverão ser limpos com acetona industrial, aplicada com tecido de algodão cru e
posteriormente restaurador de brilho o serviço deve ser realizado em local ventilado e
seco.
Após a limpeza os bastões deverão ser colocados para secagem em local
apropriado (isento de poeira e protegido dos raios ultravioleta). Esta secagem poderá ser
obtida com um pernoite em tempo seco ou então por um período mais curto, em uma
estufa apropriada; Quando os bastões tiverem partes metálicas, estas deverão ser
lubrificadas, moderadamente com lubrificantes anticorrosivos e não tóxicos. (Usar óleo
fluido dispersante para lubrificação das peças).
Cuidados nos serviços:
Antes de iniciado o serviço, os equipamentos e ferramentas da turma deverão ser
conservadas nos locais apropriados, existentes no veículo especial ou mantidos no carro
de apoio, até o momento de uso.
Antes da execução do serviço poderá ser estendido no chão um encerado de lona
de dimensões apropriadas, limpo e seco evitando assim, que as peças se sujem, raspem
no chão e fiquem úmidas. Deverá ser evitado pisar sobre o encerado de lona.
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Elétrico de Potência (SEP)
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Quando em serviço, os equipamentos de linha energizada não deverão ser
colocados diretamente sobre o solo e sim sobre o encerado de lona ou cavalete para
bastão. Recomendam-se os seguintes cuidados para utilização dos equipamentos e
ferramentas de linha energizada, a serem seguidos pelos componentes da turma.
a) Proteção para luva de borracha
Sobre a luva de borracha para eletricista seja usada uma luva de vaqueta que lhe
dará a proteção mecânica necessária (existem vários tipos, de acordo com o tamanho,
classe de tensão de isolamento e fabricante).
Em caso de necessidade, o eletricista poderá usar uma luva fina de malha em
algodão ou suedine, para absorver os suores das mãos. No caso de recomendações
médicas, o eletricista poderá usar também uma camiseta de manga comprida em malha
de algodão para absorver o suor, quando da utilização das mangas protetoras de
borracha.
b) Conduta para execução de serviço
Ao utilizar esses equipamentos de proteção, o eletricista deverá estar com as
unhas aparadas não devendo usar anéis, relógios ou objetos metálicos de adorno, a fim
de evitar a danificação das luvas e mangas de borracha. Quando estiver usando estes
equipamentos o eletricista não poderá fumar.
c) Manuseio dos equipamentos ao executar os serviços
As coberturas de borracha e protetores isolantes não devem ser deixadas ao
tempo , durante longos períodos, pois poderão danificar-se devido a ação dos raios ultra
violeta. O mesmo cuidado deve ser tomado para os bastões e demais protetores. É
proibido o uso dessas ferramentas e equipamentos isolantes para atender solicitações de
proteções e afastamentos para reformas de prédios e atender pedidos de terceiros com
outras finalidades diferentes da execução dos serviços em rede aérea energizadas.
d) Bastões_ Utilização e Conservação
Os bastões a serem utilizados sejam conservados sempre limpos e secos. Deverão
ser mantidos no veículo ou quarto de materiais, livres de atritos com partes metálicas
ou apoiados sobre o encerado de lona ou cavaletes. Quando os bastões forem passados
de baixo para cima da estrutura ou vice-versa, deverá sempre ser usada a corda com
carretilha e evitando-se choques com estruturas ou outras partes metálicas. Cada
bastão deverá ser utilizado de acordo com sua carga de trabalho e somente executar o
serviço para qual foi projetado.
O uso apropriado dos bastões envolve o conhecimento das cargas de
trabalho das ferramentas, o método correto de operação e, ainda, o conhecimento do
peso aproximado do condutor no vão e das tensões mecânicas da linha ou rede na qual
se trabalha. Cabe ao Centro de Treinamento estabelecer o uso apropriado desses
bastões e estabelecer melhor o serviço para os quais foram especialmente projetados.
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TRABALHO EM EQUIPE
2.3.
Cada vez mais o trabalho em equipe é
valorizado. Porque ativa a criatividade e quase
sempre produz melhores resultados do que o
trabalho individual. Por tudo esses motivos, ficam
aqui dez dicas para trabalhar bem em equipe. E
trabalhar em equipe é uma questão de
sobrevivência do nosso mercado atual. Você poderá
até encontrar empresas em que uma pessoa faz
tudo, mas com certeza esta empresa está fadada,
em caso de crescimento, a falência. E de acordo
com o dicionário, temos:
“Trabalho em equipe ou trabalho de equipe é
quando um grupo ou uma sociedade resolve criar um esforço coletivo para resolver um
problema”.
O trabalho em equipe pode também ser descrito como um conjunto ou grupo de
pessoas que se dedicam a realizar uma tarefa ou determinado trabalho.
O trabalho em equipe possibilita a troca de conhecimento e agilidade no
cumprimento de metas e objetivos compartilhados. “Exemplo de uma atuação de um
trabalho em equipe são os esportes em que times ou seleções jogam uns contra os
outros.”
Seja paciente
Nem sempre é fácil conciliar opiniões diversas, afinal “cada cabeça uma sentença”.
Por isso é importante que seja paciente. Procure expor os seus pontos de vista com
moderação e procure ouvir o que os outros têm a dizer. Respeite sempre os outros,
mesmo que não esteja de acordo com as suas opiniões.
Aceite as ideias dos outros
Às vezes é difícil aceitar ideias novas ou admitir que não temos razão; mas é
importante saber reconhecer que a ideia de um colega pode ser melhor do que a nossa.
Afinal de contas, mais importante do que o nosso orgulho, é o objetivo comum que o
grupo pretende alcançar.
Não critique os colegas
Às vezes podem surgir conflitos entre os colegas de grupo; é muito importante não
deixar que isso interfira no trabalho em equipe. Avalie as ideias do colega,
independentemente daquilo que achar dele. Critique as ideias, nunca a pessoa.
TRABALHO EM EQUIPE
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Saiba dividir
Ao trabalhar em equipe, é importante dividir tarefas. Não parta do princípio que é
o único que pode e sabe realizar uma determinada tarefa. Compartilhar
responsabilidades e informação é fundamental.
Trabalhe
Não é por trabalhar em equipe que deve esquecer suas obrigações. Dividir tarefas é
uma coisa, deixar de trabalhar é outra completamente diferente.
6. Seja participativo e solidário
Procure dar o seu melhor e procure ajudar os seus colegas, sempre que seja
necessário. Da mesma forma, não deverá sentir-se constrangido quando necessitar pedir
ajuda.
Dialogue
Ao sentir-se desconfortável com alguma situação ou função que lhe tenha sido
atribuída, é importante que explique o problema, para que seja possível alcançar uma
solução de compromisso que agrade a todos.
Planeje
Quando várias pessoas trabalham em conjunto, é natural que surja uma tendência
para se dispersarem; o planejamento e a organização são ferramentas importantes para
que o trabalho em equipe seja eficiente e eficaz. É importante fazer o balanço entre as
metas a que o grupo se propôs e o que conseguiu alcançar no tempo previsto.
Evite cair no “pensamento de grupo”
Quando todas as barreiras já foram ultrapassadas, e um grupo é muito coeso e
homogêneo, existe a possibilidade de se tornar resistente a mudanças e a opiniões
discordantes. É importante que o grupo ouça opiniões externas e que aceite a ideia de
que pode errar.
Aproveite o trabalho em equipe
Afinal o trabalho de equipe, acaba por ser uma oportunidade de conviver mais
perto de seus colegas, e também de aprender com eles.
PRONTUÁRIO E CADASTRO DAS INSTALAÇÕES
2.4.
É um documento na forma de um manual que estabelece o sistema de segurança
elétrica da empresa. O PIE sintetiza o conjunto de procedimentos, ações,
documentações e programas que a empresa mantém ou planeja executar para proteger
o trabalhador dos riscos elétricos. Todas as empresas com potência instalada superior a
75 kW devem manter o PIE atualizado.
O Prontuário, segundo a NR10, deverá conter, no mínimo:
10.2.3: As empresas estão obrigadas a manter esquemas unifilares atualizados
das instalações elétricas dos seus estabelecimentos com as especificações do sistema de
aterramento e demais equipamentos e dispositivos de proteção.
10.2.4:
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a) conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de
segurança e saúde, implantadas e relacionadas a esta NR e descrição das medidas de
controle existentes;
b) documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra
descargas atmosféricas e aterramentos elétricos;
c) especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o ferramental
aplicáveis conforme determina esta NR;
d) documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação,
autorização dos trabalhadores e dos treinamentos realizados;
e) resultados dos testes de isolação elétrica realizados em equipamentos de
proteção individual e coletiva;
f) certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas classificadas;
g) relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações, cronogramas
de adequações, contemplando as alíneas de “a” a “f”.
COMUNICAÇÃO
2.5.
Todo trabalhador em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles
envolvidos em atividades no SEP devem dispor de equipamento que permita a
comunicação permanente com os demais membros da equipe ou com o centro de
operação durante a realização do serviço.
O equipamento que permita a comunicação é aquele que promove a transmissão
de todos os sinais convencionais (fala, códigos, sinais luminosos ou sonoros, por meio
de fios, guias ou radiação). No caso em comento, destina-se ao trânsito de
informações entre equipes de trabalho e ou o centro de operações responsável pelo
controle da instalação elétrica energizada em AT, ou do SEP, objeto do serviço. O
equipamento de comunicação pode ser q u alquer tipo, porém deve permitir a
comunicação permanente entre seus usuários em qualquer local ou distância e ser
utilizado estritamente para os serviços em execução. Devem, também, receber
manutenção rotineira a fim de assegurar-lhe boa qualidade e confiabilidade durante o
uso. O desempenho do equipamento de comunicação está diretamente relacionado
com a segurança, qualidade e rapidez nos serviços, principalmente aqueles
relacionados com a localização e repara de defeitos e atendimentos a consumidores.
Deve ter procedimento de uso e funcionamento, sendo os usuários treinados
quanto aos procedimentos, à legislação e conduta ética operacional no sistema de
comunicação. O registro das comunicações é uma medida recomendável.
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ASPECTOS COMPORTAMENTAIS
3.
TEORIA DE MASLOW – A HIERARQUIA DAS
3.1.
NECESSIDADES
Maslow cita o comportamento motivacional, que é explicado pelas necessidades
humanas. Entende-se que a motivação é o resultado dos estímulos que agem com força
sobre os indivíduos, levando-os a ação. Para que haja ação ou reação é preciso que um
estímulo seja implementado, seja decorrente de coisa externa ou proveniente do próprio
organismo. Esta teoria nos dá ideia de um ciclo, o Ciclo Motivacional.
Quando o ciclo motivacional não se realiza, sobrevém a frustração do indivíduo
que poderá assumir várias atitudes:
• Comportamento ilógico ou sem normalidade;
• Agressividade por não poder dar vazão à insatisfação contida;
• Nervosismo, insônia, distúrbios circulatórios e digestivos;
• Falta de interesse pelas tarefas ou objetivos;
• Passividade, moral baixo, má vontade, pessimismo, resistência às modificações,
insegurança, não colaboração, etc.
Quando a necessidade não é satisfeita e não sobrevindo as situações
anteriormente mencionadas, não significa que o indivíduo permanecerá eternamente
frustrado. De alguma maneira a necessidade será transferida ou compensada. Daí
percebe-se que a motivação é um estado cíclico e constante na vida pessoal.
PIRÂMIDE DA HIERARQUIA DAS NECESSIDADES
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A teoria de Maslow é conhecida como uma das mais importantes teorias de
motivação. Para ele, as necessidades dos seres humanos obedecem a uma hierarquia, ou
seja, uma escala de valores a serem transpostos. Isto significa que no momento em que
o indivíduo realiza uma necessidade, surge outra em seu lugar, exigindo sempre que as
pessoas busquem meios para satisfazê-la. Por exemplo, poucas pessoas ou nenhuma
pessoa procurará reconhecimento pessoal e status se suas necessidades básicas
estiverem insatisfeitas.
O comportamento humano, neste contexto, foi objeto de análise pelo próprio
Taylor, quando enunciava os princípios da Administração Científica. A diferença entre
Taylor e Maslow é que o primeiro somente enxergou as necessidades básicas como
elemento motivacional, enquanto o segundo percebeu que o indivíduo não sente única e
exclusivamente necessidade financeira.
Maslow apresentou uma teoria da motivação, segundo a qual as necessidades
humanas estão organizadas e dispostas em níveis, numa hierarquia de importância e de
influência, numa pirâmide, em cuja base estão as necessidades mais baixas
(necessidades fisiológicas) e no topo, as necessidades mais elevadas (as necessidades
de auto realização).
De acordo com Maslow, as necessidades fisiológicas constituem a sobrevivência do
indivíduo e a preservação da espécie: alimentação, sono, repouso, abrigo, etc. Em um
segundo nível, as necessidades de segurança constituem a busca de proteção contra a
ameaça ou privação e o perigo. Num terceiro nível, as necessidades sociais
incluem a necessidade de associação, de participação, de aceitação por parte dos
companheiros, de troca de amizade, de afeto e amor.
A necessidade de estima envolvem a auto apreciação, a autoconfiança, a
necessidade de aprovação social e de respeito, de status, prestígio e consideração, além
de desejo de força e de adequação, de confiança perante o mundo, independência e
autonomia. A necessidade de auto realização são as mais elevadas, de cada pessoa
realizar o seu próprio potencial e de auto desenvolver-se continuamente.
O FATOR HUMANO NO ACIDENTE
3.2.
A análise de muitos acidentes acaba determinando como causa principal o erro humano.
O operador é considerado um elo fraco na cadeia de prevenção, tese esta reforçada
pelas estatísticas. Ocorre que boa parte dos erros humanos de operações que
deflagraram um evento de acidente são por sua vez causados pelo stress de ter que
tomar decisões sob pressão do tempo ou outras ameaças paralelas. As ameaças que
forçam a tomada de decisões difíceis muitas vezes são causadas por falhas de
equipamentos.
Sendo assim, uma tarefa importantíssima da manutenção, evitando ao máximo a
ocorrência de falhas que poderiam levar os operadores ou líderes a tomar decisões
potencialmente catastróficas.
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UMA ANÁLISE DE RISCO DEFICIENTE OU INCOMPLETA
3.3.
O operador só pode estar seguro de que não está se expondo a uma situação em
que será pressionado pelos eventos se fizer uma boa análise de risco da tarefa a ser
executada. Veja a seguir, como uma análise de risco pode ser deficiente ou incompleta,
expondo o trabalhador.
O principal em um curso de NR é o enfoque na segurança. Algo que não pode
faltar no treinamento de NR é, além da parte técnica, a parte da segurança. E o que o
profissional pode levar de bom de um curso de NR na área da segurança é um bom
treinamento sobre análise de risco.
A primeira coisa importante a se dizer sobre uma análise de riscos de qualquer
tarefa é que ela é mais abrangente do que a tarefa em si, somente. Isto significa que, se
ocorrer um acidente o motivo quase sempre não terá sido algo que ocorreu de maneira
errada na execução do trabalho, mas em tarefas preparatórias ou paralelas.
Por exemplo, ao substituir uma lâmpada, o trabalhador não se acidentará por algo
que faça de errado na troca da lâmpada. Esta tarefa ele faz “de olhos fechados”. Uma
análise de riscos somente da tarefa em si é quase que um exercício de perda de tempo.
Se algo der errado, poderá ter sido originado em alguns dos itens listados a
seguir:
1 - Profissionais, auxiliares e profissionais de apoio quanto à preparação técnica
(qualificação/ capacitação) e preparação física e psicológica (autorização);
2 - Decisão de se fazer a tarefa, quanto à sua real necessidade frente a outras
opções;
3 - Decisão de se fazer a tarefa, quanto à sua aplicabilidade frente a possíveis
outras causas ocultas que estejam gerando o problema;
4 - Decisão de se fazer a tarefa, quanto à sua conveniência frente a impedimentos
ou dificuldades impostas pelo momento escolhido;
5 - Procedimentos, quanto à clareza, detalhamento, atualização, aplicabilidade e
cumprimento;
6 - Ferramentas e equipamentos, quanto à adequação (certificação, calibração);
7 - Peças de reposição e materiais de consumo, quanto à adequação
(especificações);
8 - Acesso ao local de trabalho e transporte de equipamentos e materiais, quanto
à segurança e conhecimento;
9 - Isolações de área e de energias, quanto à possibilidade de execução e correção
na execução; e
10 - A tarefa em si, finalmente, quanto à sua execução.
Como vimos, há pelo menos 10 etapas que podem gerar as condições que iniciam
um acidente, e somente uma delas é a execução da tarefa em si.
Portanto, fazer uma análise de risco de uma tarefa (apenas ela, em si) sem levar
em conta as outras 9 etapas, não acrescenta muito na segurança.
Uma boa maneira de garantir que nenhum destes aspectos seja esquecido antes
de se executarem tarefas (especialmente as que não sejam rotineiras), é ter um check
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list, ou melhor ainda, ter um documento mais completo que é a Permissão de Trabalho.
A permissão de Trabalho, a conhecida PT, não é uma burocracia com o objetivo de
atrapalhar o trabalho. Ela deve ser vista como aliada, para que não esqueçamos nada
essencial na preparação de uma tarefa.
A segunda coisa importante a se dizer sobre uma análise de riscos de qualquer
tarefa é que, sendo o risco definido como uma quantidade, que é o produto da gravidade
das consequências do acidente e da probabilidade de este acidente ocorrer, deve-se
levar em conta estes dois fatores ao analisar o risco.
ANÁLISE DE RISCO
Mas não é só isto. Seria simples demais. E o pior: uma análise tão superficial não
funcionaria. Do que mais precisamos para quantificar o risco?
Para realmente compreendermos a probabilidade de um acidente ocorrer devemos
saber que ela na verdade é função de três outros parâmetros que precisamos monitorar.
A probabilidade de um acidente ocorrer depende de:
 Exposição ao evento – (chamamos a isto de frequência);
 O quanto o evento ocorre – (chamamos a isto de ocorrência), e
 O quanto podemos evitar o evento, uma vez que ele tenha sido desencadeado -
(chamamos a isto de possibilidades de evitação).
Vejamos alguns exemplos de frequência, ocorrência e possibilidades de evitação:
A frequência da exposição pode ser, por exemplo:
Alta: 5 pessoas atravessam uma rua movimentada de 2 pistas 4 vezes por dia.
Baixa: 1 pessoa atravessa uma rua movimentada de 1 pista 1 vez por semana.
A ocorrência do perigo pode ser, por exemplo:
Densa: A rua tem tráfego pesado o dia inteiro, com cerca de 20 carros por minuto.
Rarefeita: A rua tem tráfego leve o dia inteiro, com cerca de 1 carro a cada 5
minutos.
As possibilidades evitação podem ser, por exemplo:
Grandes: As pessoas que atravessam a rua são jovens, saudáveis e ágeis.
Pequenas: As pessoas que atravessam a rua são idosas ou têm problemas de
locomoção.
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PROBABILIDADE DA OCORRÊNCIA
Esta análise mais detalhada é indicada pela norma ISO 14.121_ Safety of
Machinery - Risk Assessment (Segurança de Máquinas- Avaliação de Risco).
Resumo da análise de riscos
Resumindo, para que uma análise de riscos mereça este nome, deve-se analisar a
tarefa como um todo desde sua preparação (10 etapas), e não somente a execução da
tarefa em si. Além disso, o risco deve ser quantificado levando-se em conta, para o item
probabilidade, seus 3 fatores, que são a frequência, a ocorrência e as possibilidades.
CONDIÇÕES IMPEDITIVAS PARA SERVIÇOS
4.
PROCEDIMENTOS
4.1.
Muitas tarefas para serem executadas dispõem de procedimentos detalhados
escritos. Quando ouvimos a expressão “procedimentos” logo pensamos nas instruções
passo a passo da tarefa, mas na verdade os procedimentos de uma tarefa são
compostos por pelo menos 4 partes, sendo o item que se refere às instruções passo a
passo, apenas uma das partes dos procedimentos. Estas são as partes em que um
procedimento se divide:
 Meios humanos e materiais para a execução da tarefa;
 Medidas de segurança;
 Descrição passo a passo da execução, e
 Condições impeditivas para a realização da tarefa.
Portanto, as condições impeditivas para a realização de uma tarefa devem constar
nos seus procedimentos, o que não libera o trabalhador de analisar o ambiente e as
condições do momento para aperfeiçoar sua análise de risco.
Além das condições impeditivas listadas no procedimento, também se configuram
como condições impeditivas, quaisquer deficiências em relação à disponibilização dos
outros 3 itens. Portanto, são condições impeditivas também, a falta de meios humanos
ou materiais para a execução da tarefa, a impossibilidade de aplicação de alguma
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P á g i n a | 41
medida de segurança ou a impossibilidade de execução de algum dos passos da tarefa
segundo a melhor prática apontada pelo procedimento.
CUIDADOS PRELIMINARES
4.2.
Alguns cuidados devem ser tomados, antes de se iniciar um serviço em redes
aéreas de distribuição, tais como:
Visita ao local: O técnico responsável pela programação dos serviços em linhas
energizada acompanhado ou não pelo Encarregado deve visitar previamente o local de
trabalho para que dificuldades como trânsito, obras civis, estacionamento ou qualquer
outro evento não previsível venham impedir a execução do serviço. Na mesma ocasião
verificam e anotam os números de identificação dos pontos elétricos anteriores e
posteriores ao poste onde será executado o serviço. Nessa identificação pode-se utilizar
número de zonas aéreas, chaves de faca, chaves fusíveis e outras placas de identificação
dos equipamentos instalados no sistema.
Comunicação com o órgão de operação da distribuição: É imprescindível a
existência de rádio transceptor ou qualquer outro meio de comunicação na viatura da
turma, para melhor atender às necessidades de comunicação com o Órgão de Operação
da Distribuição.
CHEGANDO AO LOCAL DE SERVIÇO
4.3.
Chegando ao local de serviço, o Técnico e/ou Encarregado utilizando telefone,
rádio ou outro meio de comunicação disponível entra em contato com o Órgão da
Distribuição e procede da seguinte forma:
 Identifica-se, fornecendo nome, tipo de turma e o Setor de Rede correspondente;
 Informa sua localização (rua, avenida, estrada etc.);
 Informa a natureza do serviço a ser executado e o método de execução (linha
energizada);
 Fornece os números de identificação dos equipamentos levantados e anotados na
visita prévia, que caracterizam o ponto (poste) onde executará os serviços e
solicita a confirmação do nome da linha e a classe de tensão que está alimentando
o local caracterizado;
 Confirmada a identificação da linha supridora, solicita-se a retirada de serviço e
impedimento do seu relé religador (bloqueio do circuito). Conforme o caso será
solicitado à retirada de serviço do dispositivo de religamento automático do
religador na subestação ou no próprio circuito.
RETIRADA DE SERVIÇO RELÉ RELIGADOR (BLOQUEIO DE CIRCUITO)
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A retirada de serviço é realizada a mando do Órgão de Operação da Distribuição,
o relé função 79 (relé religador) ou o dispositivo de religamento automático do
religador na subestação ou no próprio circuito, conforme o caso deve ser fixado a
correspondente placa de identificação (Turma de Linha Viva Trabalhando) e ou etiqueta
de segurança no equipamento envolvido.
NOTA: Caso o dispositivo de proteção na subestação e no religador instalado ao longo
da rede não permitir o bloqueio do religamento automático, não deverá ser realizado o
serviço.
A liberação é realizada pelo Órgão de Operação da Distribuição, do trecho a ser
trabalhado para o Órgão Executante, após a confirmação da identificação do nome da
linha e do referido impedimento do dispositivo de religamento automático, antes do início
do serviço.
Recomenda-se que as turmas não trabalhem durante a noite, e durante o dia os
serviços somente deverão ser realizados sob condições meteorológicas favoráveis, sem
os quais os serviços de conservação e manutenção não podem ser iniciados. Quando
iniciados devem ser interrompidos ou reprogramados nos casos de chuva, tempestade,
neblina ou vento forte; todos impeditivos de realizar serviços em redes aéreas de
distribuição energizadas.
LIBERAÇÃO DO CIRCUITO PARA TURMA DE LINHA VIVA
CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS
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Além do exame médico periódico de rotina, os empregados que atuam diretamente
nas atividades de linha energizadas deverão semestralmente ser encaminhados ao posto
médico para reavaliação das suas aptidões específicas, requisitos físicos, sensoriais e de
personalidade prescritos pelos Órgãos de Segurança e Medicina do Trabalho.
Seguir rigorosamente a sequência de operação e métodos para cada tipo de
serviço, de acordo com instruções recebidas no Centro de Treinamento para os riscos e
os controles de risco existentes na execução passo a passo da tarefa propriamente dita.
EXAME MÉDICO E AVALIAÇÃO DOS REQUISITOS FÍSICOS
SEQUÊNCIA DE OPERAÇÃO, APLICAÇÃO DOS MÉTODOS E PROCEDIMENTOS
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P á g i n a | 44
RISCOS TÍPICOS NO SEP E SUA PREVENÇÃO
5.
PROXIMIDADE E CONTATOS COM PARTES ENERGIZADAS
5.1.
O modo como os trabalhos devem ser realizados na área definida pelo SEP, não o
modo técnico e sim o procedimento administrativo dessa técnica visando a segurança.
Para acerto de conceitos deve ser esclarecida a zona de ação: o conceito de Zona de
Risco e de Zona Controlada. A NR10 define como zona de risco (ZR) a região em torno de
parte condutora energizada, não segregada, acessível inclusive involuntariamente, cuja
aproximação só é permitida a profissionais autorizados e com a adoção de técnicas e
instrumentos apropriados de trabalho. Nessa zona, sem os devidos cuidados
mencionados é possível o aparecimento de um campo elétrico, que propicia a descarga
de um arco elétrico danoso.
A NR10 define como zona controlada (ZC), a distância que começa na iminência
da zona de risco cuja aproximação só é permitida a profissionais autorizados e que não
propicia o aparecimento de um arco elétrico danoso.
Tomando-se então os exemplos acima, apenas profissionais que fazem uso do EPI especifico
para o trabalho com linhas energizadas podem estar trabalhando nessa região (ZR) e os
trabalhadores que estão devidamente informados e capacitados podem estar
trabalhando nas proximidades das instalações energizadas (ZC) respeitando as
distâncias de segurança.
Exemplo 1:
Utilizando a manta (cor alaranjada) de isolamento sobre o condutor. Nesse caso a
manta estando sobre a parte energizada, atuaria como uma barreira isolante permitindo
que a região controlada (ZC) e a zona de Risco (ZR) se estendessem até a superfície
interna da capa isolante.
Exemplo 2:
Realizando um trabalho em uma linha de energia ao lado de uma linha energizada.
Uma vez que as linhas estão separadas por uma grade (cor alaranjada) de separação
física entre eles, a região de trabalho estaria dentro da zona controlada. Se a grade
estiver então aterrada garantindo a equipontecialidade, então ela também estará
classificada como Zona Livre (ZL).
É importante notar a palavra ‘involuntária’ na definição de Zona de Risco dada
pela NR10. Isso significa que o fato de ser delimitada uma área em torno da parte
energizada, é relevante durante a análise de risco verificar a área realmente necessária
para a instalação de materiais e equipamentos de porte e de alta condução elétrica
como vergalhões e varas de acesso. Isso requer que nesse caso, a área de risco seja
acrescida do comprimento conhecido possível e passível de classificação como
involuntário.
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O arco elétrico em 4 passos
1 - A proximidade entre os polos permite que uma centelha líder salte no ar, que
tem alta resistência ôhmica.
2 - A centelha aquece o ar por onde passa (efeito Joule).
3 - O ar aquecido se ioniza, tornando-se condutor.
4 - A corrente aumenta devido à redução da resistência do ar: ARCO!
Rigidez dielétrica
A rigidez dielétrica de um certo material é um valor limite de campo elétrico aplicado
sobre a espessura do material (kV/mm), sendo que, a partir deste valor, os átomos que
compõem o material se ionizam e o material dielétrico deixa de funcionar como
um isolante.
O valor da rigidez dielétrica depende de diversos fatores como:
 Temperatura;
 Tempo de aplicação da diferença de potencial;
 Taxa de crescimento da tensão;
 Para um gás, a pressão é fator importante.
Rigidez dielétrica
(exemplos)
 A rigidez dielétrica do ar é de 30 kV/ cm.
 A rigidez dielétrica dos vidros é de 75 a 300 kV/ cm.
 A rigidez dielétrica da mica é de 600 kV/ cm.
O efeito Corona em 4 passos
1 - A alta voltagem acelera elétrons livres no ar (N2, O2, CO2, etc) à sua volta.
2 - Os elétrons acelerados colidem com elétrons das últimas camadas dos átomos
do ar (N2, O2, CO2, etc).
3 - Os elétrons das últimas camadas dos átomos atingidos passam a orbitar em
níveis mais elevados.
4 - Estes elétrons tendem a voltar ao seu nível original, para o que liberam a
energia armazenada pela colisão, sob a forma de luz, som, etc.
INDUÇÃO
5.2.
O processo de indução eletrostática ocorre quando um corpo eletrizado redistribui
cargas de um condutor neutro. O corpo eletrizado, o indutor, é colocado próximo ao
corpo neutro, o induzido e isso permite que as cargas do indutor atraiam ou repilam as
cargas negativas do corpo neutro, devido a Lei de Atração e Repulsão entre as cargas
elétricas. A distribuição de cargas no corpo induzido mantém-se apenas na presença do
corpo indutor. Para eletrizar o induzido deve-se colocá-lo em contato com outro corpo
neutro e de dimensões maiores, antes de afastá-lo do indutor.
NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema
Elétrico de Potência (SEP)
P á g i n a | 46
DESCARGAS ATMOFÉRICAS
5.3.
No passado, o homem pensava que os raios e trovões eram os avisos dos Deuses
enfurecidos. Muitas crenças relacionavam estes fenômenos meteorológicos. Benjamim
Franklin em 1752 fez os primeiros experimentos sobre as descargas atmosféricas,
utilizando uma pipa com um fio metálico para comprovar que as nuvens podiam conter
cargas elétricas. Desde aquela época os fenômenos dos raios, ou descargas
atmosféricas, vêm sendo estudados. Hoje essas descargas são analisadas como os
fenômenos elétricos entre nuvens e a terra.
Ainda há quem diga que
um raio não cai no mesmo
lugar duas vezes. Este
conceito é errado e para se ter
uma ideia há registros de que
a Torre Eiffel (Paris) e o
edifício Empire State (Nova
York), são alvos de dezenas de
descargas atmosféricas todo o
ano.
A probabilidade de um raio cair
em pontos mais altos é maior
do que nos locais mais baixos.
Uma vez que o objetivo da
descarga é atingir a superfície da terra, os locais altos estão a menor distância entre a
nuvem e a terra. Entretanto isto não é uma regra geral. Há frequentemente registros de
incidências em regiões baixas, mesmo entre colinas, e isto vai depender de uma série de
fatores, como ventos, dimensões da nuvem, características do ar no local, maior
ionização, etc...
A descarga elétrica (raio) ao se deslocar em direção à terra, produz um efeito
luminoso que às vezes chega a ser assustador. Esta descarga produz um efeito térmico
no canal da descida produzindo um som que nós denominamos de trovão. O trovão,
portanto não é o fator perigoso, pois se trata da expansão do ar na descida da descarga,
consequência da energia térmica dissipada.
a) Ação direta de um raio:
São os danos decorrentes da descarga diretamente na estrutura que ela destrói.
Por exemplo: quando uma árvore é destruída por um raio, isto acontece porque a
descarga ocorre da nuvem para terra, ou da terra para a nuvem, passando pela estrutura
da árvore. A brusca elevação de temperatura pela ação da elevadíssima corrente elétrica
provoca uma explosão pela evaporação ultrarrápida da água contida no tronco, o que é
comparável à ação de uma bomba colocada no interior do tronco. Outro exemplo é de
uma descarga sobre uma edificação, como uma casa, por exemplo, que provoca a
destruição total ou parcial da mesma.
Quando uma descarga ocorre numa rede de uma concessionária de energia
elétrica, essa ação direta é absorvida pelos para-raios de rede e desviada para terra sem
DESCARGA ELÉTRICA
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  • 1. NR-10 SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP)
  • 2.
  • 3. NR-10-SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) Macaé, RJ Abril 2017
  • 4. Nome do Curso NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) Nome do Arquivo 20170403_AP_SEP_PT_REV02
  • 5. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 5 ÍNDICE ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA........................... 10 1. PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA....................................................... 10 1.1. TRANSPORTE DE ENERGIA ELÉTRICA.................................................... 11 1.2. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO .............................................................. 13 2. PROGRAMAÇÃO E PLANEJAMENTO DOS SERVIÇOS ............................... 13 2.1. DEFINIÇÕES.......................................................................................... 13 2.2. TRABALHO EM EQUIPE.......................................................................... 33 2.3. PRONTUÁRIO E CADASTRO DAS INSTALAÇÕES..................................... 34 2.4. COMUNICAÇÃO ..................................................................................... 35 2.5. ASPECTOS COMPORTAMENTAIS............................................................ 36 3. TEORIA DE MASLOW – A HIERARQUIA DAS NECESSIDADES ................. 36 3.1. O FATOR HUMANO NO ACIDENTE.......................................................... 37 3.2. UMA ANÁLISE DE RISCO DEFICIENTE OU INCOMPLETA ........................ 38 3.3. CONDIÇÕES IMPEDITIVAS PARA SERVIÇOS ......................................... 40 4. PROCEDIMENTOS.................................................................................. 40 4.1. CUIDADOS PRELIMINARES ................................................................... 41 4.2. CHEGANDO AO LOCAL DE SERVIÇO....................................................... 41 4.3. RISCOS TÍPICOS NO SEP E SUA PREVENÇÃO ........................................ 44 5. PROXIMIDADE E CONTATOS COM PARTES ENERGIZADAS..................... 44 5.1. INDUÇÃO .............................................................................................. 45 5.2. DESCARGAS ATMOFÉRICAS................................................................... 46 5.3. ESTÁTICA............................................................................................. 48 5.4. CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS..................................................... 51 5.5. DISRUPÇÃO .......................................................................................... 54 5.6. FUSÍVEIS E DISJUNTORES .................................................................... 54 5.7. COMUNICAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO ........................................................ 56 5.8. TRABALHOS EM ALTURA ....................................................................... 57 5.9. TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCO NO SEP............................................. 61 6. RISCOS ................................................................................................. 61 6.1. ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO (APR)................................................ 63 6.2. CHECK LIST........................................................................................... 63 6.3. PROCEDIMENTOS DE TRABALHO – ANÁLISE DE DISCUSSÃO ................ 64 7. TÉCNICAS DE TRABALHO SOB TENSÃO ................................................. 65 8.
  • 6. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 6 EM LINHA VIVA..................................................................................... 65 8.1. AO POTENCIAL...................................................................................... 68 8.2. TRABALHO À DISTÂNCIA ...................................................................... 68 8.3. TRABALHOS NOTURNOS........................................................................ 70 8.4. AMBIENTES SUBTERRÂNEOS................................................................. 70 8.5. EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS DE TRABALHO.................................. 72 9. CLASSIFICAÇÃO DAS FERRAMENTAS E OU EQUIPAMENTOS.................. 73 9.1. SISTEMA DE PROTEÇÃO COLETIVA ....................................................... 74 10. COBERTURAS E PROTEÇÃO.................................................................... 74 10.1. COBERTURA PARA POSTES.................................................................... 74 10.2. COBERTURAS PARA CONDUTOR E ISOLADOR DE PINO ATÉ 46KV ......... 75 10.3. COBERTURAS PARA CONDUTOR, ISOLADOR DE PINO E SUSPENSÃO ATÉ 10.4. 15KV 75 COBERTURAS PARA CRUZETA ............................................................... 76 10.5. COBERTURAS PARA CHAVE FUSÍVEL ..................................................... 76 10.6. MANTA DE BORRACHA (LENÇOL INTERIÇO / LENÇOL SEMI-PARTIDO). 76 10.7. COBERTURA FLEXÍVEL PARA CONDUTOR .............................................. 77 10.8. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ........................................ 77 11. LUVAS DE PROTEÇÃO E COBERTURA ..................................................... 77 11.1. LUVAS DE BORRACHA (PARA LINHA VIVA) ........................................... 78 11.2. MANGAS DE BORRACHA ........................................................................ 78 11.3. POSTURAS E VESTUÁRIO DE TRABALHO ............................................... 79 12. DADOS DE EXPOSIÇÃO AO ARCO ELÉTRICO .......................................... 79 12.1. REQUISITOS DA NFPA 70E.................................................................... 79 12.2. EXIGÊNCIAS DA OSHA .......................................................................... 80 12.3. SEGURANÇA COM VEÍCULOS E TRANSPORTE DE PESSOAS, MATERIAIS E 13. EQUIPAMENTOS............................................................................................... 80 LOCAL DE GUARDA E ACONDICIONAMENTO.......................................... 80 13.1. TRANSPORTE E ACONDICIONAMENTO DOS EQUIPAMENTOS NO VEÍCULO 13.2. 81 SINALIZAÇÃO E ISOLAMENTO DE ÁREAS DE TRABALHO ....................... 81 14. SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA .............................................................. 81 14.1. LIBERAÇÃO DE INSTALAÇÃO PARA SERVIÇO E PARA OPERAÇÃO E USO 82 15. LIBERAÇÃO PARA SERVIÇOS................................................................. 82 15.1. TREINAMENTO EM TÉCNICAS DE REMOÇÃO, ATENDIMENTO E 16.
  • 7. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 7 TRANSPORTE DE ACIDENTADOS ...................................................................... 83 ACIDENTES TÍPICOS – ANÁLISE, DISCUSSÃO E MEDIDAS DE PROTEÇÃO 17. 94 RESPONSABILIDADES........................................................................... 97 18. A RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR NAS RELAÇÕES DE 18.1. TRABALHO ....................................................................................................... 97 A RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR POR ATO DO 18.2. EMPREGADO .................................................................................................... 98 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS......................................................... 101 19.
  • 8. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 8 REGRAS FALCK  Respeite todos os sinais de advertência, avisos de segurança e instruções;  Roupas soltas, jóias, piercings etc. não devem ser usados durante os exercícios práticos;  Não é permitido o uso de camiseta sem manga, “shorts” ou minissaias, sendo obrigatório o uso de calças compridas e de calçados fechados;  Terão prioridade de acessar o refeitório, instrutores e assistentes;  Não transite pelas áreas de treinamento sem prévia autorização. Use o EPI nas áreas recomendadas;  Os treinandos são responsáveis por seus valores. Armários com cadeado e chaves estão disponíveis e será avisado quando devem ser usados. A FALCK Safety Services não se responsabiliza por quaisquer perdas ou danos;  O fumo é prejudicial à saúde. Só é permitido fumar em áreas previamente demarcadas;  Indivíduos considerados sob o efeito do consumo de álcool ou drogas ilícitas serão desligados do treinamento e reencaminhados ao seu empregador;  Durante as instruções telefones celulares devem ser desligados;  Aconselha-se que as mulheres não façam o uso de sapato de salto fino;  Não são permitidas brincadeiras inconvenientes, empurrões, discussões e discriminação de qualquer natureza;  Os treinandos devem seguir instruções dos funcionários da FALCK durante todo o tempo;  É responsabilidade de todo treinando assegurar a segurança do treinamento dentro das melhores condições possíveis. Condições ou atos inseguros devem ser informados imediatamente aos instrutores;  Fotografias, filmagens ou qualquer imagem de propriedade da empresa, somente poderá ser obtida com prévia autorização;  Gestantes não poderão realizar os treinamentos devido aos exercícios práticos;  Se, por motivo de força maior, for necessário ausentar-se durante o período de treinamento, solicite o formulário específico para autorização de saída. Seu período de ausência será informado ao seu empregador e se extrapolar o limite de 10% da carga horária da Disciplina, será motivo para desligamento;  A Falck Safety Services garante a segurança do transporte dos treinandos durante a permanência na Empresa em veículos por ela designados, não podendo ser responsabilizada em caso de transporte em veículo particular;  Os Certificados/Carteiras serão entregues à Empresa contratante. A entrega ao portador somente mediante prévia autorização da Empresa contratante. Alunos particulares deverão aguardar o resultado das Avaliações e, quando aprovados, receberem a Carteira do Treinamento;  Pessoas que agirem em desacordo com essas regras ou que intencionalmente subtraírem ou danificarem equipamentos serão responsabilizadas e tomadas às providências que o caso venha a exigir.
  • 9. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 9 DIRETRIZES GERAIS DO CURSO  Quanto à Estruturação do Curso O candidato, no ato da matrícula, deverá apresentar à instituição que vai ministrar o curso, cópia e o original (para verificação) ou cópia autenticada dos seguintes comprovantes:  Atestado de boas condições de saúde física e mental;  RG e CPF originais.  Quanto à Frequência às Aulas a) A frequência às aulas e atividades práticas são obrigatórias. O aluno deverá obter o mínimo de 90% de frequência no total das aulas ministradas no curso. Para efeito das alíneas descritas acima, será considerada falta: o não comparecimento às aulas, o atraso superior a 10 minutos em relação ao início de qualquer atividade programada ou a saída não autorizada durante o seu desenvolvimento.  Quanto à Aprovação no Curso Será considerado aprovado o aluno que:  Obtiver nota igual ou superior a 6,0 (seis) em uma escala de 0 a 10 (zero a dez) na avaliação teórica e alcançar o conceito satisfatório nas atividades práticas.  Tiver a frequência mínima exigida (90%).  Caso o aluno não cumpra as condições descritas nas alíneas acima, será considerado reprovado.
  • 10. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 10 ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA 1. A indústria de energia elétrica tem as seguintes atividades clássicas: • Produção; • Transmissão; • Distribuição; • Comercialização. Sendo que esta última engloba a medição e faturamento dos consumidores. Em muitos casos, como o de fornecimento de energia elétrica para as residências, a atividade de comercialização é realizada juntamente com a de distribuição. Entre a produção da energia elétrica até o seu consumo final existe um longo caminho pelo qual a energia elétrica é transportada, o qual é composto pelas redes de transmissão e de distribuição. Entre as redes de transmissão e de distribuição existe, em muitas situações, uma outra rede com a função de repartir a energia. Esta rede intermediária é chamada de “rede de subtransmissão”. Ao conjunto das instalações e equipamentos que se prestam para a geração (conversão de uma dada forma de energia em energia elétrica) e transmissão de grandes blocos de energia dá-se o nome de sistema elétrico de potência. PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA 1.1. A energia elétrica pode ser obtida de diversas formas. Normalmente as fontes de energia elétrica ditas convencionais são as usinas hidrelétricas de grande porte (com potência acima de 30 MW) e as usinas termelétricas movidas a carvão mineral, óleo combustível, gás natural ou nucleares, consumindo neste último caso o urânio enriquecido. Como fontes alternativas de energia elétrica existem uma gama de possibilidades, incluindo energia solar fotovoltaica, usinas eólicas, usinas utilizando-se da queima da biomassa (madeira e cana de açúcar, por exemplo), pequenas centrais hidrelétricas, e outras fontes menos usuais como as que utilizam a força das marés. A maior parte da energia elétrica gerada no Brasil é proveniente de usinas hidrelétricas. O Brasil apresenta um grande potencial hidráulico para a geração de energia elétrica. Uma parte deste potencial se encontra aproveitada. Há atualmente mais de 110 usinas hidrelétricas em funcionamento. Por outro lado, há muitos locais nos quais essa modalidade de energia primária ainda pode ser explorada, principalmente na Amazônia. Nas grandes usinas geradoras o nível de tensão na saída dos geradores está normalmente na faixa de 6 a 25 kV. No caso das hidrelétricas e termelétricas os geradores são do tipo síncrono operando na frequência nominal de 60 Hz, que é a frequência dos sistemas elétricos brasileiros. Observa-se que as máquinas da maior usina do Brasil, a Usina de Itaipu- Binacional, do lado paraguaio funcionam em 50 Hz, mas são interligadas por um sistema de corrente contínua com a região Sudeste do Brasil. Conversores retificadores são utilizados para produzir a corrente contínua em Foz do Iguaçu - PR, enquanto que em Ibiúna-SP há inversores para produzir a corrente alternada. A tensão de saída dos geradores é ampliada a níveis mais altos por meio dos
  • 11. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 11 transformadores elevadores das usinas. Isto é feito para viabilizar as transmissões à média e longa distâncias, diminuindo-se desta forma, a corrente elétrica e, portanto possibilitando o uso de cabos condutores de bitolas razoáveis, com adequados níveis de perdas joule e de queda de tensão ao longo das linhas de transmissão. TRANSPORTE DE ENERGIA ELÉTRICA 1.2. Junto às usinas, subestações elevadoras transformam a energia para um nível de tensão adequado, o qual é função da potência a transportar e às distâncias envolvidas. O transporte de energia é realizado por diferentes segmentos da rede elétrica que são definidos com base na função que exercem: Transmissão: redes que interligam a geração aos centros de carga; Interconexão: interligação entre sistemas independentes; Subtransmissão: rede para casos onde a distribuição não se conecta a transmissão, havendo estágio intermediário de repartição da energia entre várias regiões; Distribuição: rede que interliga a transmissão (ou subtransmissão) aos pontos de consumo sendo subdividida em distribuição primária (nível de média tensão - MT) ou distribuição secundária (nível de uso residencial). As tensões usuais de transmissão adotadas no Brasil, em corrente alternada, podem variar de 138 kV até 765 kV incluindo neste intervalo as tensões de 230 kV, 345 kV, 440 kV e 500 kV. Os sistemas ditos de subtransmissão contam com níveis mais baixos de tensão, tais como 34,5 kV, 69 kV ou 88 kV e 138 kV e alimentam subestações de distribuição, cujos alimentadores primários de saída operam usualmente em níveis de 13,8 kV. Junto aos pequenos consumidores existe uma outra redução do nível de tensão para valores entre 110 V e 440 V, na qual operam os alimentadores secundários. As redes com tensões nominais iguais ou superiores a 230 kV são denominadas de TRANSPORTE DE ENERGIA ELÉTRICA
  • 12. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 12 Redes em EHV - Extra Alta Tensão e no Brasil formam a chamada rede “Básica” de transmissão. As redes com tensões nominais iguais e entre 69 kV e 138 kV são denominadas Redes em AT – Alta Tensão. As redes com tensão nominal entre 1 kV e 69 kV são denominadas Redes em MT – Média Tensão (ou em Tensão Primária) e os sistemas com tensões abaixo de 1 kV formam as Redes em Baixa Tensão (ou em Tensão Secundária). No Brasil existe um sistema que opera em corrente contínua, o Sistema de Itaipu, com nível de tensão de ± 600 kVDC. Para se escolher transmissão entre sistemas de corrente alternada ou corrente contínua são feitos estudos técnicos e econômicos. Sistemas de corrente contínua começam a se mostrar viáveis para distâncias acima de 600 ~ 800 km. No caso de transmissão em corrente alternada, o sistema elétrico de potência é constituído basicamente pelos geradores, estações de elevação de tensão, linhas de transmissão, estações seccionadoras e estações transformadoras abaixadoras. Na transmissão em corrente contínua a estrutura é essencialmente a mesma, diferindo apenas pela presença das estações conversoras junto à subestação elevadora (para retificação da corrente) e junto à subestação abaixadora (para inversão da corrente) e ainda pela ausência de subestações intermediárias abaixadoras ou de seccionamento. As linhas de transmissão em corrente contínua apresentam custo inferior ao de linhas em corrente alternada enquanto que as estações conversoras ainda apresentam custo relativamente alto, portanto a transmissão em corrente contínua somente se mostra vantajosa em aplicações específicas como na interligação de sistemas com frequências diferentes ou para transmissão de energia a grandes distâncias. A necessidade de sistemas de transmissão em tensão superior à de geração e de distribuição se deve a impossibilidade de transmitir diretamente, mesmo em distâncias relativamente pequenas, a potência elétrica gerada nas usinas, pois as correntes seriam elevadas e as quedas de tensão e as perdas de potência na transmissão inviabilizariam técnica e economicamente as transmissões. Esse problema é tanto mais grave quanto maior for à distância de transmissão e quanto maior for a potência a ser transmitida. Com a elevação da tensão, a potência gerada nas usinas (que é função do produto da tensão pela corrente) pode ser transmitida com correntes inferiores às de geração, o que viabiliza a transmissão. Um fator importante na minimização dos custos de transmissão e de distribuição está ligado à escolha da seção dos cabos condutores das linhas, ou seja, de sua resistência ôhmica. Como o custo das linhas (e do sistema de transmissão) aumenta de forma linear com a seção condutora e as perdas ôhmicas (e, portanto o seu custo) variam com o inverso da seção dos condutores, existe um ponto de mínimo custo, que corresponde à seção condutora ótima. Os consumidores, individualmente, requerem potências inferiores às transmitidas. Portanto, são previstas estações abaixadoras nas quais as tensões de transmissão são transformadas para níveis compatíveis com as cargas que vão alimentar regionalmente. Observa-se que as pequenas potências de distribuição transportadas por circuitos aéreos ou subterrâneos nas ruas ou avenidas são adequadas às baixas tensões, também por questões de segurança.
  • 13. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 13 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 2. PROGRAMAÇÃO E PLANEJAMENTO DOS SERVIÇOS 2.1. O objetivo deste procedimento é estabelecer as diretrizes básicas de Segurança do Trabalho a serem seguidos nas tarefas de operação, conservação e manutenção de equipamentos em Redes de Distribuição Aérea Energizadas, (Linha Viva) de modo a prevenir e controlar as causas que possam provocar acidentes, sendo também muito útil como material didático para uso pelos Técnicos Supervisores como fonte de consulta. As Normas e Procedimento descritos a seguir possibilitam um melhor acompanhamento dos princípios de trabalho, através de um melhor planejamento e acompanhamento dos serviços. Esta normalização de métodos possibilita: • Uma melhor avaliação de desempenho de uma equipe. • Uma melhor inspeção de segurança relativamente à execução dos trabalhos • A sistematização do treinamento e reciclagem dos componentes das equipes. DEFINIÇÕES 2.2. Esclarecimentos de alguns conceitos ou termos utilizados neste material: MT - Média Tensão, redes de distribuição trifásica, bifásicas ou mesmo monofásicas, normalmente com tensões entre 750 volts e 34500 volts; BT - Baixa Tensão, redes trifásicas, bifásicas e monofásicas com tensões até 750 Volts; Liner - Protetor de polietileno colocado dentro das cestas aéreas de fibra de vidro para proporcionar uma segurança a mais aos eletricistas contra acidentes elétricos e mecânicos; À Distância - Os eletricistas trabalham em locais que são considerados no potencial de terra, ou seja, se posicionando em escadas executando todo o serviço usando ferramentas e equipamentos adequados; Ao Contato - Os eletricistas ficam em potencial intermediário, isolados dos potenciais de terra e da rede, executando as tarefas ao contato, através de cestas aéreas ou plataformas, usando ferramentas e equipamentos adequados; By-pass - É a interligação provisória entre pontos da mesma fase para dar continuidade ao circuito elétrico; Jumper – É a continuidade do condutor, que faz interligação entre pontos da mesma fase para dar continuidade ao circuito elétrico; Taco - É a interligação feita entre a fase de circuito elétrico e um equipamento (chaves fusíveis, interruptores de circuitos, para-raios, transformadores, derivações de circuitos etc.); Corrente Elétrica - Podemos dizer que é o movimento dos elétrons através de um material condutor. Símbolo => I ou i, Unidade => Ampère- A. ex: 10 A; Tensão ou Voltagem – Pode-se dizer que é a força responsável pelo deslocamento da corrente elétrica. Símbolo => V ou E, Unidade => Volts- V. ex: 127 V;
  • 14. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 14 Resistência - Pode-se dizer que é a oposição à passagem da corrente elétrica no condutor. Símbolo => R, Unidade Ohm. Ex: 2 Ohm; Potência - Pode-se dizer que é a quantidade de calor dissipada numa resistência quando da passagem de uma corrente elétrica. Símbolo => P, Unidade => Watts W ou hp. Ex: 1600 W ou 2 hp; Frequência - Pode-se dizer que é relacionada ao número de vezes que a corrente elétrica muda de sentido em um circuito elétrico. Símbolo => F, Unidade -> Hertz, Hz ou Ciclo. Ex: 60 Hz; Transformador - Pode-se dizer que é uma máquina estática que transfere energia elétrica de um circuito para outro, através da indução eletromagnética modificando os valores de tensão e corrente. O potencial elétrico e o campo elétrico As expressões potencial elétrico e campo elétrico parecem sinônimas, soam muito parecidas. São, porém, conceitos diferentes, se referindo a diferentes grandezas elétricas. A grandeza com a qual mais lidamos no dia a dia é o conhecido Volt, que é uma medida de potencial elétrico. O Volt Potencial elétrico_ V= J/ C Definição prática: Isto significa que um potencial elétrico de 220V consegue impor uma energia de 220J a cada Coulomb de carga sob sua influência. Exemplos práticos: Por exemplo, sob 220V, 2 Coulombs receberão uma energia de 440J. 220V= 440J/ 2C Sob 220V, 0,5 Coulombs receberão uma energia de 110J. 220V= 110J/ 0,5C Sob 55V, 2 Coulombs receberão uma energia de 110J. 55V= 110J/ 2C Analogias mecânicas: Pode-se fazer uma analogia com uma ladeira. Imagine uma ladeira bem inclinada, com uma descida bem íngreme, digamos de 10 metros de altura (um prédio de 3 andares) em apenas 2 quarteirões, ou seja, 5 metros por quarteirão. Se deixarmos uma camionete de 3 toneladas descer solta nesta ladeira, ela ao final se chocará com algum obstáculo e produzirá uma energia “x”. Se deixarmos um caminhão de 9 toneladas descer solto nesta ladeira, ele ao final se chocará com algum obstáculo e produzirá uma energia “3x”.
  • 15. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 15 Conclusões: Daí pode-se concluir que o potencial elétrico só realiza trabalho em presença de uma carga a ser acelerada. Sem carga a ser acelerada, a voltagem permaneceria inalterada pelos milênios, como uma ladeira bem inclinada, mas sem nenhum veículo para descer por ela. O Volt/ m Campo elétrico_ E= N/ C Transformações: TRANSFORMAÇÕES Definição prática: Isto significa que um campo elétrico de 220V/m consegue aplicar uma força de 220N a cada Coulomb de carga sob sua influência a uma distância de 1m. Analogias mecânicas: Pode-se aqui também fazer uma analogia com uma ladeira. Imagine uma ladeira cuja inclinação varie com a posição. A 1m da origem ela tem uma inclinação “x”, a 2m sua inclinação cai à metade, a 4m cai à metade novamente e assim por diante. Se deixarmos um carro solto nesta ladeira, ele acelerará sempre, mas conforme se afasta da origem sua aceleração diminuirá (embora a velocidade sempre aumente). Conclusões: Daí pode-se concluir que o campo elétrico a princípio não chega a definir o total de energia ou de trabalho realizado, apenas determina qual força elétrica atuará sobre uma carga a cada distância da origem. Considerações gerais Condições perigosas nos circuitos elétricos
  • 16. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 16 As seguintes condições podem ocorrer nos circuitos elétricos: • Curto-circuito – Contato ou ligação intencional e ou acidental entre dois pontos de diferentes tensões elétricas de um circuito, através de impedância relativamente insignificante; • Corrente de curto-circuito – Sobrecorrente que resulta de um contato através de impedância relativamente insignificante entre diferentes pontos energizados e que apresentam uma diferença de potencial quando em funcionamento normal. Ocorre quando o isolamento de um condutor energizado se estraga; na abertura lenta das chaves, provocando um arco longo que pode saltar para terra ou outra fase; provocada por manuseio descuidado de ferramentas metálicas ou pelo contato de um condutor energizado com a terra ou com uma outra fase. Nessas condições, a resistência natural do circuito é evitada pela corrente, que deste modo passará livremente e com tal intensidade que provoca aquecimentos elevados, abertura de arco, incêndios, explosões e destruição dos elementos por onde passa, a menos que os equipamentos de proteção entrem imediatamente em ação interrompendo a correspondente corrente de curto- circuito; • Energização acidental de estruturas – Ocorre quando um condutor energizado nu ou com isolamento comprometido encosta numa árvore, num poste, numa cruzeta ou em qualquer estrutura condutora que não esteja adequadamente ligada à terra. Para evitar acidente por contato humano com essas estruturas energizadas acidentalmente deve-se onde for possível, ligar-se à terra firmemente e de modo intencional as carcaças e demais estruturas energizáveis com o propósito de proteger os operadores no caso de ocorrer comprometimento no isolamento ou queda da fixação de algum condutor que possa vir a encostar nessas estruturas. A mesma ligação deve ser feita nas carrocerias das cestas aéreas dos guindautos e outros equipamentos que estejam auxiliando no serviço, junto às redes energizadas; • Sobrecarga – Cada condutor pode ser percorrido por uma determinada corrente até certo valor em ampères sem se aquecer demasiadamente. Passando este limite, seu aquecimento aumenta rapidamente e pode se tornar perigoso. Conclui-se, portanto que a corrente de um circuito não pode ultrapassar certo valor; se for além, isto é, se houver o que se chama sobrecarga, o perigo deve ser afastado pelos fusíveis que se fundem ou pelos equipamentos de proteção que operam, interrompendo assim a corrente de sobrecarga; • Contato defeituoso ou mau contato – Ao ligar um condutor a outro ou a um equipamento e ao ligar uma chave de faca, se não houver um contato perfeito e firme nas conexões, ocorre aquecimento que pode causar acidentes ou danos materiais; Muitas condições anormais são detectadas por componentes de alarme ou de proteção e são codificadas por uma tabela ANSI, reproduzida a seguir.
  • 17. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 17 1 Elemento principal – Dispositivo de inicialização como uma chave de controle etc., que serve, diretamente ou através de dispositivos permissivos como relés de proteção e temporizado, para colocar o dispositivo em ou fora de operação. 2 Relé de partida ou fechamento temporizado – Dispositivo cuja função é oferecer uma quantidade desejada de tempo antes ou depois de qualquer ponto de operação em uma sequência de comutação ou sistema do relé de proteção, exceto quando fornecido especificamente pelas funções dos dispositivos 48, 62 e 79. 3 Relé de verificação ou intertravamento – Relé que opera em resposta à posição de vários outros dispositivos (ou para um número de condições predeterminadas) no equipamento para permitir que uma sequência de operação avance, pare ou para fornecer uma verificação de uma posição destes dispositivos ou condições para qualquer fim. 4 Contato principal – Dispositivo, geralmente controlado pela função do dispositivo 1 ou equivalente e dispositivos de proteção e permissivos requeridos, que serve para fechar e interromper os circuitos de controle necessários para colocar o dispositivo em operação sob condições desejadas e colocá-lo fora de operação sob condições anormais. 5 Dispositivo de interrupção – Dispositivo de controle usado principalmente para desligar o equipamento e mantê-lo fora de operação. (Este dispositivo pode ser acionado de maneira manual ou elétrica, mas exclui a função de travamento elétrico [consulte da função do dispositivo 86] em condições anormais.) 6 Disjuntor de partida – Dispositivo cuja principal função é conectar a máquina à sua fonte de tensão de partida. 7 Relé de taxa de variação – Relé que funciona em caso de uma variação excessiva de corrente. 8 Dispositivo de desconexão da energia de controle – Dispositivo de desconexão, como uma chave de faca, disjuntor ou bornes fusíveis removíveis, usado para conectar e desconectar a fonte de tensão de comando para e do barramento de controle ou equipamento. OBS: Considera-se a tensão de comando para incluir alimentação auxiliar que abastece estes equipamentos, como motores pequenos e aquecedores. 9 Dispositivo de reversão – Um dispositivo que é usado para reverter um campo da máquina ou para o desempenho de outras funções de
  • 18. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 18 reversão. 10 Chave de sequência das unidades – Chave que é usada para mudar a sequência na qual as unidades podem ser colocadas dentro e fora de serviço em equipamentos de unidades múltiplas. 11 Dispositivo multifunção 12 Dispositivo de sobrevelocidade – Frequentemente, uma chave de velocidade conectada diretamente que funciona na sobrevelocidade da máquina. 13 Dispositivo de rotação síncrona – Dispositivo como uma chave de velocidade centrífuga, um relé de frequência de escorregamento, um relé de tensão, um relé de baixa corrente ou qualquer tipo de dispositivo que opera com aproximadamente a velocidade síncrona de uma máquina. 14 Dispositivo de subvelocidade – Dispositivo que funciona quando a velocidade de uma máquina diminui abaixo de um valor predeterminado. 15 Dispositivo de ajuste ou comparação de velocidade ou frequência – Dispositivo que funciona para ajustar e manter a velocidade ou a frequência de uma máquina ou de um sistema igual ou aproximadamente igual que outra máquina, fonte ou sistema. 16 Dispositivo de comunicação de dados 17 Chave de derivação ou descarga – Chave que serve para abrir ou fechar um circuito de derivação ao redor de qualquer peça ou equipamento (com exceção de um resistor), como um campo da máquina, uma armadura da máquina, um capacitor ou um reator. OBS: Isto inclui dispositivos que realizam estas operações de derivação já que podem ser necessários no processo de partida de uma máquina pelos dispositivos 6 ou 42 (ou seus equivalentes), e também exclui função do dispositivo 73 que serve para a comutação dos resistores. 18 Dispositivo de aceleração ou desaceleração – Dispositivo que é usado para fechar ou para gerar o fechamento de circuitos que são usados para aumentar ou diminuir a velocidade de uma máquina. 19 Contator de transição partida-marcha – Dispositivo que opera para iniciar ou gerar a transferência automática de uma máquina da partida à conexão de tensão de execução.
  • 19. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 19 20 Válvula operada eletricamente – Válvula operada, controlada ou monitorada eletricamente em uma linha de vácuo, gás, ar ou fluido. OBS: A função da válvula pode ser indicada de maneira mais completa pelo uso de sufixos, como discutido no ponto 3.2. 21 Relé de distância – Relé que funciona quando a admitância, a impedância ou a reatância do circuito aumenta ou diminui além de um valor predeterminado. 22 Disjuntor equalizador – Interruptor que serve para controlar ou para fechar e interromper o equalizador ou as conexões de balanceamento de corrente para um campo da máquina ou para um equipamento de regulação em uma instalação de unidades múltiplas. 23 Dispositivo de controle da temperatura – Dispositivo que funciona para aumentar ou abaixar a temperatura de uma máquina, de um equipamento ou de qualquer meio quando esta temperatura diminui abaixo ou aumenta acima de um valor predeterminado. OBS: Um exemplo é um termostato que liga um aquecedor em um conjunto de comutadores quando a temperatura cai abaixo do valor desejado. O mesmo deve ser diferenciado de um dispositivo que é usado para fornecer regulação automática da temperatura entre limites próximos e poderia ser designado como função do dispositivo 90T. 24 Relé de sobreexcitação ou Relé de Volts por hertz – Relé que funciona quando o índice de tensão para frequência excede um valor predeterminado. O relé pode ter uma característica programada ou instantânea. 25 Dispositivo de verificação de sincronismo ou sincronização – Dispositivo que funciona quando dois circuitos CA estão dentro dos limites desejados de frequência, ângulo de fase e tensão para permitir ou gerar o paralelismo destes dois circuitos. 26 Dispositivo térmico do equipamento – Dispositivo que funciona quando a temperatura do equipamento protegido (exceto a enrolamentos de transporte de carga das máquinas e transformadores, como mencionado pela função do dispositivo número 49) ou de um líquido ou outro meio exceder um valor predeterminado; ou quando a temperatura de um equipamento protegido ou qualquer outro meio diminuir abaixo de um valor predeterminado. 27 Relé de subtensão – Relé que funciona quando a tensão de entrada é menor do que um valor predeterminado. 28 Detector de chamas – Dispositivo que monitora a presença da chama
  • 20. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 20 piloto ou principal como em equipamentos com turbina a gás ou caldeira. 29 Contator de isolamento – Dispositivo que é usado principalmente para desconectar um circuito do outro em operações de emergência, manutenção ou teste. 30 Relé anunciador – Dispositivo de reset não automático que fornece diversas indicações visuais separadas sobre o funcionamento dos dispositivos de proteção e que poderiam ser organizadas para realizar uma função de travamento. 31 Dispositivo de excitação em separado – Dispositivo que conecta um circuito, como um campo de derivação de um conversor síncrono, a uma fonte de excitação separada durante a sequência de partida. 32 Relé direcional de potência – Relé que funciona em um valor predeterminado do fluxo de tensão em uma determinada direção ou em um fluxo de tensão reverso, como o resultante do ciclo de motor de um gerador após a perda do seu motor principal. 33 Chave de posicionamento – Chave que fecha ou interrompe o contato quando o dispositivo principal ou parte do equipamento que não possui número de função do dispositivo atinge uma determinada posição. 34 Dispositivo master de sequência ou Dispositivo de inversão – Dispositivo como uma chave de contatos múltiplos operada por motor ou equivalente, ou um dispositivo de programação como um computador, que estabelece ou determina a sequência de operação do dispositivo principal no equipamento durante a partida e a parada ou durante outras operações de comutação sequencial. 35 Dispositivo para operação das escovas ou para curto-circuitar os anéis coletores – Dispositivo para elevar, abaixar ou desviar as escovas de uma máquina, curtocircuitando seus anéis do coletor, ou conectando e desconectando os contatos de um retificador mecânico. 36 Dispositivo de polaridade ou de tensão de polarização – Dispositivo que funciona ou permite a operação de outro dispositivo apenas em uma polaridade predeterminada ou verifica a presença de uma tensão de polarização no equipamento. 37 Relé de subcorrente ou subpotência – Relé que funciona quando a corrente ou fluxo de tensão diminui abaixo de um valor predeterminado. 38 Dispositivo de proteção do mancal – Dispositivo que funciona na
  • 21. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 21 temperatura excessiva do mancal ou em condições mecânicas anormais associadas ao rolamento como o desgaste indevido, que poderia eventualmente resultar na falha ou na temperatura excessiva do rolamento. 39 Monitor da condição mecânica – Dispositivo que funciona após a ocorrência de uma condição mecânica anormal (exceto aquela associada aos mancais como relatado na função do dispositivo 38), como vibração excessiva, excentricidade, expansão, choque, balanço ou falha do selo. 40 Relé de perda de excitação ou Relé de perda de campo – Relé que funciona em um determinado valor ou anormalmente abaixo do mesmo, ou na falha da corrente de campo da máquina, ou em um valor excessivo do componente reativo da corrente da armadura em uma máquina CA, indicando excitação de campo anormalmente baixo. 41 Disjuntor de campo – Dispositivo que funciona para aplicar ou remover a excitação de campo de uma máquina 42 Disjuntor de operação normal – Dispositivo cuja principal função é conectar a máquina à sua fonte de execução ou tensão de operação. Esta função pode ser usada também para um dispositivo, como um contator, que é usado em série com um disjuntor ou outro meio de proteção contra falhas, principalmente para abertura e fechamento frequente do circuito. 43 Dispositivo seletor ou transferência manual – Dispositivo operado manualmente que transfere os circuitos de controle para modificar o plano de operação do equipamento de comutação ou de algum dos dispositivos. 44 Relé de sequência de partida das unidades – Relé que funciona para iniciar a próxima unidade disponível no equipamento de unidades múltiplas após a falha ou não disponibilidade da unidade normalmente anterior. 45 Monitor da condição atmosférica – Dispositivo que funciona após a ocorrência de uma condição atmosférica normal, como vapores nocivos, misturas explosivas, fumaça ou fogo. 46 Relé de reversão ou balanceamento de corrente da fase – Relé que funciona quando as correntes polifásicas são de sequência de fase reversa, ou quando as correntes polifásicas estão desequilibradas ou contêm componentes de sequência de fase negativos acima de um determinado volume.
  • 22. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 22 47 Relé de reversão ou desbalanceamento de tensão ou Relé de sequência da fase de tensão – Relé que funciona após um determinado valor predeterminado de tensão polifásica na sequência de fase desejada, quando as tensões polifásicas estão desequilibradas ou quando a tensão da sequência de fase negativa excede um determinado volume. 48 Relé de sequência incompleta – Relé que normalmente retorna o equipamento à posição normal ou off, e bloqueia caso a partida normal, operação ou sequência de parada não foi concluída corretamente dentro de um tempo predeterminado. 49 Relé térmico para máquina ou transformador – Relé que funciona quando a temperatura de um enrolamento da armadura da máquina ou outro enrolamento ou elemento de transporte de carga de uma máquina ou transformador de tensão excede um valor predeterminado. 50 Relé de sobrecorrente instantâneo – Relé que funciona instantaneamente em um valor excessivo de corrente. 51 Relé de sobrecorrente temporizado CA – Relé que funciona quando a corrente de entrada CA excede um valor predeterminado, e em que a corrente de entrada e o tempo de operação estão inversamente relacionados através de uma porção substancial de uma faixa de desempenho. 52 Disjuntor de corrente alternada – Dispositivo que é usado para fechar e interromper um circuito de alimentação CA sob condições normais ou para interromper este circuito sob falha ou condições de emergência. 53 Relé para excitador ou gerador CC – Relé que força a excitação do campo da máquina CC para acumular durante a partida ou que funciona quando a tensão da máquina acumulou em um determinado valor. 54 Dispositivo de acoplamento ou Dispositivo de engate da engrenagem rotativa – Dispositivo operado, controlado ou monitorado eletricamente que funciona para que a engrenagem rotativa se engate (ou desengate) ao eixo da máquina. 55 Relé de fator de potência – Relé que funciona quando o fator de potência em um circuito CA aumenta acima ou cai abaixo de um valor predeterminado. 56 Relé de aplicação de campo – Relé que controla automaticamente a aplicação da excitação do campo em um motor CA em algum ponto predeterminado no ciclo de escorregamento.
  • 23. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 23 57 Dispositivo para aterramento ou curtocircuito – Dispositivo de comutação do circuito primário que funciona para curtocircuitar ou aterrar um circuito em resposta a um meio manual ou automático. 58 Relé de falha de retificação – Relé que funciona se um retificador de alimentação falhar em conduzir ou bloquear adequadamente. 59 Relé de sobretensão – Um relé que funciona quando a tensão de entrada é maior do que um valor predeterminado. 60 Relé de balanço de tensão ou corrente – Relé que funciona em uma determinada diferença de tensão ou na entrada ou saída de corrente de dois circuitos. 61 Sensor ou chave de densidade – Dispositivo que funciona em um valor determinado, ou em uma faixa de mudança determinada de densidade de gás. 62 Relé de interrupção ou abertura temporizada – Um relé temporizado que funciona em conjunto com o dispositivo que inicia a operação de desligamento, parada ou abertura em uma sequência automática ou sistema do relé protetor. 63 Relé de pressão de gás (Buchholz) ou Pressostato – Chave que funciona em um determinado valor, ou em uma determinada faixa de mudança de pressão. 64 Relé de proteção de terra – Relé que funciona em caso de falha da máquina ou outro equipamento de isolamento a terra. OBS: Esta função não é aplicada a um dispositivo conectado em um circuito secundário de transformadores de corrente em um sistema de alimentação aterrado normalmente, onde outros números de dispositivo com o sufixo G ou N devem ser usados; ou seja, 51N para um relé de sobrecorrente temporizado CA conectado em um neutro se 65 Regulador – Conjunto de equipamento de controle elétrico, mecânico e de fluido usado para regular o fluxo de água, vapor e outro meio para o motor principal para propósitos como partida, velocidade de espera ou carga, ou parada. 66 Relé de supervisão do número de partidas ou Dispositivo de intercalação ou escapamento de operação – Dispositivo que funciona para permitir apenas um número específico de operações de um determinado dispositivo ou equipamento ou um número específico de operações sucessivas dentro de um determinado tempo de cada um. É também um dispositivo que funciona para energizar um circuito periodicamente ou por frações de intervalos de tempo, ou que é usado
  • 24. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 24 para permitir uma aceleração intermitente ou jogging de uma máquina em velocidades baixas para o posicionamento mecânico. 67 Relé direcional de sobrecorrente CA – Relé que funciona em um valor desejado de sobrecorrente CA fluindo em uma direção predeterminada. 68 Relé de bloqueio por oscilação de potência – Relé que inicia um sinal piloto para bloquear o desarme em falhas externas em uma linha de transmissão ou em outro equipamento sob condições predeterminadas, ou que coopera com outros dispositivos para bloquear o desarme ou para bloquear o fechamento em uma condição de fora de sincronismo ou de oscilação da alimentação. 69 Dispositivo de controle permissivo – Normalmente, um dispositivo de duas posições que em uma posição permite o fechamento de um disjuntor ou a colocação de um equipamento em operação, e em outra posição evita que o disjuntor ou o equipamento seja operado. 70 Reostato – Dispositivo de resistência variável usado em um circuito elétrico quando o dispositivo é operado eletricamente ou possui outros acessórios elétricos como chaves de fim de curso, posição ou auxiliar. 71 Dispositivo de detecção de nível ou Chave de nível – Chave que funciona em um determinado valor, ou em uma determinada faixa de mudança de nível. 72 Disjuntor de corrente contínua – Disjuntor usado para fechar e interromper um circuito de alimentação CC sob condições normais ou para interromper este circuito sob falha ou condições de emergência. 73 Contator de resistência de carga – Contator usado para derivar ou inserir um passo de carga limitando, desviando ou indicando resistência em um circuito de alimentação; para comutar um aquecedor no circuito; ou para comutar uma luz ou resistor de carga regenerativa de um retificador de tensão. 74 Relé de alarme – Um relé diferente do anunciador, como relatado na função do dispositivo 30, que é usado para operar ou que opera uma conexão com um alarme sonoro ou visual. 75 Mecanismo de mudança de posição – Mecanismo usado para movimentar um dispositivo principal de uma posição a outra no equipamento; por exemplo, desviando a unidade do disjuntor removível para e das posições conectada, desconectadas e de teste. 76 Relé de sobrecorrente CC – Relé que funciona quando a corrente em um circuito CC excede um determinado valor.
  • 25. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 25 77 Dispositivo de telemetria – Transmissor usado para gerar e transmitir para um local remoto um sinal elétrico que representa uma quantidade medida ou um receptor usado para receber um sinal elétrico de um transmissor remoto e converte o sinal para representar a quantidade medida original. 78 Relé de medição de ângulo de fase ou proteção contra falta de sincronismo – Relé que funciona em um ângulo de fase predeterminado entre duas tensões ou entre duas correntes, ou entre tensão e corrente. 79 Relé de religamento CA – Relé que controla o fechamento automático e o travamento de um interruptor de circuito CA. 80 Chave de fluxo – Chave que funciona em um determinado valor, ou em uma determinada faixa de mudança de fluxo. 81 Relé de frequência (sub ou sobre) – Relé que responde à frequência de uma quantidade elétrica, funcionando quando a frequência ou faixa de mudança de frequência excede ou é menor do que um valor predeterminado. 82 Relé de religamento de medição de carga CC – Relé que controla o fechamento e o religamento de um interruptor de circuito CC, normalmente como resposta às condições de circuito da carga. 83 Relé de seleção de controle ou de transferência automática – Relé que funciona para selecionar automaticamente entre certas fontes ou condições em equipamentos ou que realiza automaticamente uma operação de transferência. 84 Mecanismo de operação – Mecanismo elétrico equipado com servomecanismo, incluindo o motor de operação, solenóides, chaves de posição, etc., para um comutador de derivação, regulador de indução ou qualquer peça similar do equipamento que não possua número de funcionamento de dispositivo. 85 Relé de receiver ou fio piloto portador – Relé que é operado ou restringido por um sinal usado em conexão com corrente portadora ou retransmissão de falha do fio piloto CC. 86 Relé de bloqueio – Relé auxiliar de reset operado elétrica ou manualmente que é operado após a ocorrência de condições anormais para manter os dispositivos ou o equipamento associado inoperante até o seu reset. 87 Relé de proteção diferencial – Relé de proteção que funciona em uma
  • 26. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 26 porcentagem, ângulo de fase ou outra diferença de quantidade entre duas correntes ou outras quantidades elétricas. 88 Motor auxiliar ou motor gerador – Dispositivo usado para operar equipamento auxiliar como bombas, sopradores, excitadores, amplificadores magnéticos rotatórios, etc. 89 Chave separadora – Chave usada como uma chave seccionada, de interrupção de carga ou desconexão em um circuito de alimentação CA ou CC. (Este número de função do dispositivo normalmente não é necessário a menos que a chave seja operada eletricamente ou possua acessórios elétricos, como uma chave auxiliar, uma trava magnética, etc.) 90 Dispositivo de regulação – Dispositivo que regula quantidades, como tensão, corrente, alimentação, velocidade, frequência, temperatura e carga em um determinado valor ou entre certos limites (geralmente próximos) para máquinas, linhas de contato ou outros equipamentos. 91 Relé direcional de tensão – Relé que funciona quando a tensão através de um disjuntor aberto ou contator excede um determinado valor em uma determinada direção. 92 Relé direcional de tensão e potência – Relé que permite ou gera a conexão de dois circuitos quando a diferença de tensão entre eles excede um valor determinado em uma direção predeterminada e faz com que estes dois circuitos sejam desconectados entre si quando o fluxo de alimentação entre eles excede um valor determinado em uma direção oposta. 93 Contator de variação de campo – Contator que funciona para aumentar ou diminuir, em um passo, o valor de excitação de campo em uma máquina. 94 Relé de desligamento ou disparo livre – Relé que funciona para desarmar um disjuntor, contator ou equipamento para permitir o desarme imediato através de outros dispositivos ou evitar o religamento imediato de um interruptor de circuito se tiver que ser aberto automaticamente, mesmo se o seu circuito de fechamento permanecer fechado. 95 Usado para aplicações específicas 96 Relé auxiliar de bloqueio de barra 97 a 99 Usado para aplicações específicas
  • 27. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 27 150 Indicador de falta à terra AFD Detector de arco voltaico CLK Clock DDR Sistema dinâmico de armazenamento de perturbações DFR Sistema de armazenamento de faltas digital ENV Dados do ambiente HIZ Detector de faltas com alta impedância HMI Interface Homem-Máquina HST Histórico LGC Esquema lógico MET Medição de Subestação PDC Concentrador de dados de fasores PMU Unidade de medição de fasores PQM Esquema de monitoramento de potência RIO Dispositivo Remoto de Inputs/Outputs RTU Unidade de terminal remoto / Concentrador de Dados SER Sistema de armazenamento de eventos TCM Esquema de monitoramento de Trip SOTF Fechamento sob falta
  • 28. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 28 Religamento automático (Bloqueio de Circuito) A rede aérea é normalmente afetada por defeitos transitórios cuja causa desaparece rapidamente permitindo que seja reenergizada, logo após, com sucesso. Essa reenergização é comandada por atuação do relé religador (função 79 ANSI) no caso dos disjuntores, ou pelos dispositivos de religamento automático no caso dos religadores (de subestação ou de linha), com redução expressiva do tempo de interrupções aos clientes, razão porque esses dispositivos e relés devem permanecer fora de operação durante apenas o tempo necessário à segurança do serviço em linha energizada. Planejamento de serviço Planejamento do serviço é um dos fatores essenciais para a Prevenção de Acidentes de Trabalho. É durante esta fase que podemos detectar as condições inseguras e os riscos de acidentes que poderão ocorrer durante a realização de uma determinada tarefa a ser executada. Conhecendo-se as condições inseguras e os riscos, podem-se determinar as medidas de controle. Compete ao Supervisor de uma equipe a responsabilidade direta pela realização das tarefas livres de acidentes do trabalho, portanto deve planejar cuidadosamente os serviços, de forma a garantir que todos os Métodos e Procedimentos de Segurança sejam adotados, para o controle efetivo dos riscos de acidentes. Considera-se Supervisor qualquer empregado designado pelo superior hierárquico, como responsável pela execução de um serviço. Logicamente, espera-se que somente sejam indicados como supervisores, empregados que tenham perfil para atender às exigências da função. A seguir abordaremos os principais elementos que devem ser observados pelo Supervisor para o planejamento de um serviço. “Os serviços somente devem ser atribuídos a empregados que estiverem habilitados e autorizados a executá-los e distribuir as tarefas de acordo com a capacidade técnica de cada um.” Os empregados que forem designados para executar trabalhos em instalações elétricas devem possuir capacitação através de treinamento para as tarefas específicas, para prestar os primeiros socorros em caso de acidentes e utilização de agentes extintores para combater princípios de incêndios. Não permitir que empregados, mesmo que tecnicamente capacitados, façam serviços de ajustes em equipamentos, dirijam veículos, subam em escadas ou estruturas, durante o período que estiverem fazendo uso de medicamentos que alterem o seu comportamento. O supervisor deve ter uma visão global do que é de sua incumbência realizar; ele não poderá se deter em minúcias, perdendo a noção do todo. Deve ser capaz de prever os resultados sem subestimar possíveis falhas e fazer a distribuição de tarefas. Determinar o número de empregados suficiente para que a tarefa seja realizada com segurança, explicar aos empregados o serviço a ser executado e os resultados desejados. Identificar os riscos do serviço sob sua orientação, alertar devidamente seus subordinados sobre os controles desses riscos, transmitir-lhes claramente as Normas e Procedimentos aplicáveis, dedicando especial atenção à execução das tarefas fora da rotina.
  • 29. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 29 Cabe também à supervisão corrigir as irregularidades e as situações que possam comprometer a Segurança no Trabalho. Podemos citar alguns exemplos, como: • Antes de sair para o local de trabalho assegurar-se que os membros da equipe sob sua responsabilidade possuam todos os materiais, ferramentas, equipamentos de proteção individual e coletiva necessários ao serviço e se estão em perfeitas condições de utilização; • Lembrar aos integrantes da equipe que as condições de execução de um serviço nem sempre são as mesmas; • Procurar iniciar o serviço quando existir a total certeza de que todos os integrantes da equipe estão conscientes do que devem fazer, de como fazer e quando fazer; • Todo condutor ou equipamento elétrico, somente poderá ser considerado desenergizado, depois de testado para verificação de ausência de tensão e devidamente aterrado; • Qualquer trabalho a ser efetuado em instalações elétricas energizadas ou que possam ficar acidentalmente sob tensão, somente poderá ser realizado com a utilização de luvas de borracha para eletricista, da classe de tensão compatível com a das instalações, cobertas pelas luvas de proteção mecânica; • O planejamento deve prever os riscos de contato do empregado com os componentes energizados das instalações, para os quais deverão ser adotados protetores isolantes e sinalização delimitando a área de risco; • Especial cautela deve ser destacada na sinalização da área de trabalho, de forma a evitar que pessoas estranhas entrem na área de risco. Nos logradouros públicos, caso seja inevitável a obstrução total do passeio, deve-se providenciar a devida sinalização de proteção e orientação para os pedestres; • Iniciar o serviço somente depois de constatado que todos os dispositivos de segurança estão colocados em seus lugares e oferecem segurança efetiva; • Após a realização da tarefa, o supervisor deve reunir a equipe para discutir as dificuldades encontradas durante a realização do serviço, objetivando utilizá-las como experiência, com a finalidade de introduzir melhorias em planejamentos futuros. Cuidados durante e após a execução dos serviços: Alguns cuidados devem ser tomados, durante e após execução de um serviço em redes aéreas de distribuições. a) Religação do circuito caso haja algum desarme: Após o início dos serviços o Órgão de Operação da Distribuição somente religará o circuito, caso haja algum desarme da proteção, após contato direto com o Órgão Executor responsável pelos serviços, no caso o encarregado que está no campo executando serviço. b) Falta de energia no circuito com turma de linha viva trabalhando: Sempre que algum componente da turma de linha viva notar falta de energia no circuito em que esteja trabalhando, o responsável pela turma deve ligar imediatamente
  • 30. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 30 para o Órgão de Operação da Distribuição informando se houver algum problema, para que este órgão decida pela religação manual do equipamento e o restabelecimento do trecho trabalhado. c) Treinamento e uso de EPI’s e EPC’s Todos os eletricistas que forem incumbidos de trabalho com linha energizada deverão estar treinados e equipados com materiais de segurança individual EPI’s e coletivo EPC’s conforme a necessidade do serviço. d) Integrantes da turma somente com treinamento de linha energizada: Somente poderão integrar turmas de linha energizada os empregados que possuam treinamento especializado para os serviços pelos métodos de serviço à distância, contato direto e de segurança do trabalho. Executando as tarefas com linhas energizadas É expressamente proibido durante a execução de qualquer tarefa que o eletricista venha a tocar em qualquer parte do sistema energizado ou que possa a vir a ser energizado, com as mãos ou qualquer parte do corpo desprotegido, mesmo que esteja trabalhando dentro de caçambas isoladas e ou plataformas, seja esta, parte do primário, secundário, condutor neutro, estais, cruzetas, mão francesa, aterramento, poste etc. NOTA: Da mesma forma é expressamente proibido dois eletricistas trabalharem ao mesmo tempo em 2 (duas) fases ou potenciais diferentes. Atenção da equipe durante a execução das tarefas com linhas energizadas: O Encarregado e todos os componentes da equipe deverão manter-se atentos, especialmente o encarregado que terá de se posicionar de forma a ter o melhor ângulo de visão possível para ter controle total da situação, durante as diversas fases de execução das tarefas, sobre tudo diante dos fatores adversos ou imprevisíveis que venham acarretar riscos ao pessoal, como por exemplo, chuvas sobrevindas após o início dos trabalhos ou mudança na operação do sistema elétrico. Quanto à liberação do circuito para normalização do religamento automático, imediatamente após a conclusão do serviço, o órgão executor responsável pelo mesmo deverá cientificar o responsável pelas manobras do término do serviço, dando a linha (circuito) como liberada, para que o Órgão de Operação da Distribuição providencie a normalização do religamento automático do circuito e retirada da etiqueta de segurança e ou placa de impedimento identificando Turma de Linha Viva trabalhando. Cuidados com equipamentos e ferramentas Certos cuidados deverão ser tomados pelos componentes da turma na conservação e proteção dos equipamentos e ferramentas de linha energizadas para tê-los sempre pronto para o uso. O cuidado adequado resultará não somente na prevenção dos equipamentos, bem como também inspirará maior confiança no pessoal que os utiliza.
  • 31. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 31 São os seguintes cuidados a serem observados: Limpeza: Além dos itens contidos nas normas e documentos complementares e específicos de cada equipamento, recomenda-se que sejam adotados alguns critérios para limpeza e conservação das ferramentas e equipamentos. Os equipamentos de linha viva energizada, com exceção das luvas, mangas e bastões, deverão ser limpos e conservados pelo menos uma vez por mês pelos próprios componentes da turma. Os bastões deverão ser limpos diariamente, antes e depois do serviço, com um pano de limpeza tratado com silicone apropriado para tal fim. As coberturas de borracha (lençóis, cobertura para condutor, etc.) deverão ser lavadas com água e sabão neutro e colocadas em seguida para secar a sombra. Não deverão ser usados derivados de petróleo nem detergentes para limpeza destes equipamentos. As luvas e mangas isolantes deverão ser lavadas, após o serviço com água e sabão neutro (sabão de coco). Depois de secas à sombra, deverão receber aplicação de talco industrial. As coberturas termoplásticas poderão ser lavadas com água e sabão comum e, havendo necessidade, pode-se esfregar com bastante fricção. Na limpeza deste equipamento deverá ser evitada a utilização de compostos químicos do tipo da acetona, thinner e tricloroetileno; As plataformas isolantes não deverão ser lavadas com água e sabão comuns, devido a sua superfície antiderrapante. Sua Limpeza deverá ser feita com acetona industrial. Os estropos de nylon e cordas de poly dracon deverão ser lavados com sabão neutro, deixando-os de molho por 1 hora e colocando-os em seguida para secar ao sol; Para limpeza de sujeiras em geral, deverão ser utilizados água e sabão neutro. Na existência de manchas ou contaminação da superfície dos bastões com (óleo, graxa), estes deverão ser limpos com acetona industrial, aplicada com tecido de algodão cru e posteriormente restaurador de brilho o serviço deve ser realizado em local ventilado e seco. Após a limpeza os bastões deverão ser colocados para secagem em local apropriado (isento de poeira e protegido dos raios ultravioleta). Esta secagem poderá ser obtida com um pernoite em tempo seco ou então por um período mais curto, em uma estufa apropriada; Quando os bastões tiverem partes metálicas, estas deverão ser lubrificadas, moderadamente com lubrificantes anticorrosivos e não tóxicos. (Usar óleo fluido dispersante para lubrificação das peças). Cuidados nos serviços: Antes de iniciado o serviço, os equipamentos e ferramentas da turma deverão ser conservadas nos locais apropriados, existentes no veículo especial ou mantidos no carro de apoio, até o momento de uso. Antes da execução do serviço poderá ser estendido no chão um encerado de lona de dimensões apropriadas, limpo e seco evitando assim, que as peças se sujem, raspem no chão e fiquem úmidas. Deverá ser evitado pisar sobre o encerado de lona.
  • 32. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 32 Quando em serviço, os equipamentos de linha energizada não deverão ser colocados diretamente sobre o solo e sim sobre o encerado de lona ou cavalete para bastão. Recomendam-se os seguintes cuidados para utilização dos equipamentos e ferramentas de linha energizada, a serem seguidos pelos componentes da turma. a) Proteção para luva de borracha Sobre a luva de borracha para eletricista seja usada uma luva de vaqueta que lhe dará a proteção mecânica necessária (existem vários tipos, de acordo com o tamanho, classe de tensão de isolamento e fabricante). Em caso de necessidade, o eletricista poderá usar uma luva fina de malha em algodão ou suedine, para absorver os suores das mãos. No caso de recomendações médicas, o eletricista poderá usar também uma camiseta de manga comprida em malha de algodão para absorver o suor, quando da utilização das mangas protetoras de borracha. b) Conduta para execução de serviço Ao utilizar esses equipamentos de proteção, o eletricista deverá estar com as unhas aparadas não devendo usar anéis, relógios ou objetos metálicos de adorno, a fim de evitar a danificação das luvas e mangas de borracha. Quando estiver usando estes equipamentos o eletricista não poderá fumar. c) Manuseio dos equipamentos ao executar os serviços As coberturas de borracha e protetores isolantes não devem ser deixadas ao tempo , durante longos períodos, pois poderão danificar-se devido a ação dos raios ultra violeta. O mesmo cuidado deve ser tomado para os bastões e demais protetores. É proibido o uso dessas ferramentas e equipamentos isolantes para atender solicitações de proteções e afastamentos para reformas de prédios e atender pedidos de terceiros com outras finalidades diferentes da execução dos serviços em rede aérea energizadas. d) Bastões_ Utilização e Conservação Os bastões a serem utilizados sejam conservados sempre limpos e secos. Deverão ser mantidos no veículo ou quarto de materiais, livres de atritos com partes metálicas ou apoiados sobre o encerado de lona ou cavaletes. Quando os bastões forem passados de baixo para cima da estrutura ou vice-versa, deverá sempre ser usada a corda com carretilha e evitando-se choques com estruturas ou outras partes metálicas. Cada bastão deverá ser utilizado de acordo com sua carga de trabalho e somente executar o serviço para qual foi projetado. O uso apropriado dos bastões envolve o conhecimento das cargas de trabalho das ferramentas, o método correto de operação e, ainda, o conhecimento do peso aproximado do condutor no vão e das tensões mecânicas da linha ou rede na qual se trabalha. Cabe ao Centro de Treinamento estabelecer o uso apropriado desses bastões e estabelecer melhor o serviço para os quais foram especialmente projetados.
  • 33. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 33 TRABALHO EM EQUIPE 2.3. Cada vez mais o trabalho em equipe é valorizado. Porque ativa a criatividade e quase sempre produz melhores resultados do que o trabalho individual. Por tudo esses motivos, ficam aqui dez dicas para trabalhar bem em equipe. E trabalhar em equipe é uma questão de sobrevivência do nosso mercado atual. Você poderá até encontrar empresas em que uma pessoa faz tudo, mas com certeza esta empresa está fadada, em caso de crescimento, a falência. E de acordo com o dicionário, temos: “Trabalho em equipe ou trabalho de equipe é quando um grupo ou uma sociedade resolve criar um esforço coletivo para resolver um problema”. O trabalho em equipe pode também ser descrito como um conjunto ou grupo de pessoas que se dedicam a realizar uma tarefa ou determinado trabalho. O trabalho em equipe possibilita a troca de conhecimento e agilidade no cumprimento de metas e objetivos compartilhados. “Exemplo de uma atuação de um trabalho em equipe são os esportes em que times ou seleções jogam uns contra os outros.” Seja paciente Nem sempre é fácil conciliar opiniões diversas, afinal “cada cabeça uma sentença”. Por isso é importante que seja paciente. Procure expor os seus pontos de vista com moderação e procure ouvir o que os outros têm a dizer. Respeite sempre os outros, mesmo que não esteja de acordo com as suas opiniões. Aceite as ideias dos outros Às vezes é difícil aceitar ideias novas ou admitir que não temos razão; mas é importante saber reconhecer que a ideia de um colega pode ser melhor do que a nossa. Afinal de contas, mais importante do que o nosso orgulho, é o objetivo comum que o grupo pretende alcançar. Não critique os colegas Às vezes podem surgir conflitos entre os colegas de grupo; é muito importante não deixar que isso interfira no trabalho em equipe. Avalie as ideias do colega, independentemente daquilo que achar dele. Critique as ideias, nunca a pessoa. TRABALHO EM EQUIPE
  • 34. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 34 Saiba dividir Ao trabalhar em equipe, é importante dividir tarefas. Não parta do princípio que é o único que pode e sabe realizar uma determinada tarefa. Compartilhar responsabilidades e informação é fundamental. Trabalhe Não é por trabalhar em equipe que deve esquecer suas obrigações. Dividir tarefas é uma coisa, deixar de trabalhar é outra completamente diferente. 6. Seja participativo e solidário Procure dar o seu melhor e procure ajudar os seus colegas, sempre que seja necessário. Da mesma forma, não deverá sentir-se constrangido quando necessitar pedir ajuda. Dialogue Ao sentir-se desconfortável com alguma situação ou função que lhe tenha sido atribuída, é importante que explique o problema, para que seja possível alcançar uma solução de compromisso que agrade a todos. Planeje Quando várias pessoas trabalham em conjunto, é natural que surja uma tendência para se dispersarem; o planejamento e a organização são ferramentas importantes para que o trabalho em equipe seja eficiente e eficaz. É importante fazer o balanço entre as metas a que o grupo se propôs e o que conseguiu alcançar no tempo previsto. Evite cair no “pensamento de grupo” Quando todas as barreiras já foram ultrapassadas, e um grupo é muito coeso e homogêneo, existe a possibilidade de se tornar resistente a mudanças e a opiniões discordantes. É importante que o grupo ouça opiniões externas e que aceite a ideia de que pode errar. Aproveite o trabalho em equipe Afinal o trabalho de equipe, acaba por ser uma oportunidade de conviver mais perto de seus colegas, e também de aprender com eles. PRONTUÁRIO E CADASTRO DAS INSTALAÇÕES 2.4. É um documento na forma de um manual que estabelece o sistema de segurança elétrica da empresa. O PIE sintetiza o conjunto de procedimentos, ações, documentações e programas que a empresa mantém ou planeja executar para proteger o trabalhador dos riscos elétricos. Todas as empresas com potência instalada superior a 75 kW devem manter o PIE atualizado. O Prontuário, segundo a NR10, deverá conter, no mínimo: 10.2.3: As empresas estão obrigadas a manter esquemas unifilares atualizados das instalações elétricas dos seus estabelecimentos com as especificações do sistema de aterramento e demais equipamentos e dispositivos de proteção. 10.2.4:
  • 35. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 35 a) conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de segurança e saúde, implantadas e relacionadas a esta NR e descrição das medidas de controle existentes; b) documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra descargas atmosféricas e aterramentos elétricos; c) especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o ferramental aplicáveis conforme determina esta NR; d) documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação, autorização dos trabalhadores e dos treinamentos realizados; e) resultados dos testes de isolação elétrica realizados em equipamentos de proteção individual e coletiva; f) certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas classificadas; g) relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações, cronogramas de adequações, contemplando as alíneas de “a” a “f”. COMUNICAÇÃO 2.5. Todo trabalhador em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles envolvidos em atividades no SEP devem dispor de equipamento que permita a comunicação permanente com os demais membros da equipe ou com o centro de operação durante a realização do serviço. O equipamento que permita a comunicação é aquele que promove a transmissão de todos os sinais convencionais (fala, códigos, sinais luminosos ou sonoros, por meio de fios, guias ou radiação). No caso em comento, destina-se ao trânsito de informações entre equipes de trabalho e ou o centro de operações responsável pelo controle da instalação elétrica energizada em AT, ou do SEP, objeto do serviço. O equipamento de comunicação pode ser q u alquer tipo, porém deve permitir a comunicação permanente entre seus usuários em qualquer local ou distância e ser utilizado estritamente para os serviços em execução. Devem, também, receber manutenção rotineira a fim de assegurar-lhe boa qualidade e confiabilidade durante o uso. O desempenho do equipamento de comunicação está diretamente relacionado com a segurança, qualidade e rapidez nos serviços, principalmente aqueles relacionados com a localização e repara de defeitos e atendimentos a consumidores. Deve ter procedimento de uso e funcionamento, sendo os usuários treinados quanto aos procedimentos, à legislação e conduta ética operacional no sistema de comunicação. O registro das comunicações é uma medida recomendável.
  • 36. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 36 ASPECTOS COMPORTAMENTAIS 3. TEORIA DE MASLOW – A HIERARQUIA DAS 3.1. NECESSIDADES Maslow cita o comportamento motivacional, que é explicado pelas necessidades humanas. Entende-se que a motivação é o resultado dos estímulos que agem com força sobre os indivíduos, levando-os a ação. Para que haja ação ou reação é preciso que um estímulo seja implementado, seja decorrente de coisa externa ou proveniente do próprio organismo. Esta teoria nos dá ideia de um ciclo, o Ciclo Motivacional. Quando o ciclo motivacional não se realiza, sobrevém a frustração do indivíduo que poderá assumir várias atitudes: • Comportamento ilógico ou sem normalidade; • Agressividade por não poder dar vazão à insatisfação contida; • Nervosismo, insônia, distúrbios circulatórios e digestivos; • Falta de interesse pelas tarefas ou objetivos; • Passividade, moral baixo, má vontade, pessimismo, resistência às modificações, insegurança, não colaboração, etc. Quando a necessidade não é satisfeita e não sobrevindo as situações anteriormente mencionadas, não significa que o indivíduo permanecerá eternamente frustrado. De alguma maneira a necessidade será transferida ou compensada. Daí percebe-se que a motivação é um estado cíclico e constante na vida pessoal. PIRÂMIDE DA HIERARQUIA DAS NECESSIDADES
  • 37. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 37 A teoria de Maslow é conhecida como uma das mais importantes teorias de motivação. Para ele, as necessidades dos seres humanos obedecem a uma hierarquia, ou seja, uma escala de valores a serem transpostos. Isto significa que no momento em que o indivíduo realiza uma necessidade, surge outra em seu lugar, exigindo sempre que as pessoas busquem meios para satisfazê-la. Por exemplo, poucas pessoas ou nenhuma pessoa procurará reconhecimento pessoal e status se suas necessidades básicas estiverem insatisfeitas. O comportamento humano, neste contexto, foi objeto de análise pelo próprio Taylor, quando enunciava os princípios da Administração Científica. A diferença entre Taylor e Maslow é que o primeiro somente enxergou as necessidades básicas como elemento motivacional, enquanto o segundo percebeu que o indivíduo não sente única e exclusivamente necessidade financeira. Maslow apresentou uma teoria da motivação, segundo a qual as necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis, numa hierarquia de importância e de influência, numa pirâmide, em cuja base estão as necessidades mais baixas (necessidades fisiológicas) e no topo, as necessidades mais elevadas (as necessidades de auto realização). De acordo com Maslow, as necessidades fisiológicas constituem a sobrevivência do indivíduo e a preservação da espécie: alimentação, sono, repouso, abrigo, etc. Em um segundo nível, as necessidades de segurança constituem a busca de proteção contra a ameaça ou privação e o perigo. Num terceiro nível, as necessidades sociais incluem a necessidade de associação, de participação, de aceitação por parte dos companheiros, de troca de amizade, de afeto e amor. A necessidade de estima envolvem a auto apreciação, a autoconfiança, a necessidade de aprovação social e de respeito, de status, prestígio e consideração, além de desejo de força e de adequação, de confiança perante o mundo, independência e autonomia. A necessidade de auto realização são as mais elevadas, de cada pessoa realizar o seu próprio potencial e de auto desenvolver-se continuamente. O FATOR HUMANO NO ACIDENTE 3.2. A análise de muitos acidentes acaba determinando como causa principal o erro humano. O operador é considerado um elo fraco na cadeia de prevenção, tese esta reforçada pelas estatísticas. Ocorre que boa parte dos erros humanos de operações que deflagraram um evento de acidente são por sua vez causados pelo stress de ter que tomar decisões sob pressão do tempo ou outras ameaças paralelas. As ameaças que forçam a tomada de decisões difíceis muitas vezes são causadas por falhas de equipamentos. Sendo assim, uma tarefa importantíssima da manutenção, evitando ao máximo a ocorrência de falhas que poderiam levar os operadores ou líderes a tomar decisões potencialmente catastróficas.
  • 38. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 38 UMA ANÁLISE DE RISCO DEFICIENTE OU INCOMPLETA 3.3. O operador só pode estar seguro de que não está se expondo a uma situação em que será pressionado pelos eventos se fizer uma boa análise de risco da tarefa a ser executada. Veja a seguir, como uma análise de risco pode ser deficiente ou incompleta, expondo o trabalhador. O principal em um curso de NR é o enfoque na segurança. Algo que não pode faltar no treinamento de NR é, além da parte técnica, a parte da segurança. E o que o profissional pode levar de bom de um curso de NR na área da segurança é um bom treinamento sobre análise de risco. A primeira coisa importante a se dizer sobre uma análise de riscos de qualquer tarefa é que ela é mais abrangente do que a tarefa em si, somente. Isto significa que, se ocorrer um acidente o motivo quase sempre não terá sido algo que ocorreu de maneira errada na execução do trabalho, mas em tarefas preparatórias ou paralelas. Por exemplo, ao substituir uma lâmpada, o trabalhador não se acidentará por algo que faça de errado na troca da lâmpada. Esta tarefa ele faz “de olhos fechados”. Uma análise de riscos somente da tarefa em si é quase que um exercício de perda de tempo. Se algo der errado, poderá ter sido originado em alguns dos itens listados a seguir: 1 - Profissionais, auxiliares e profissionais de apoio quanto à preparação técnica (qualificação/ capacitação) e preparação física e psicológica (autorização); 2 - Decisão de se fazer a tarefa, quanto à sua real necessidade frente a outras opções; 3 - Decisão de se fazer a tarefa, quanto à sua aplicabilidade frente a possíveis outras causas ocultas que estejam gerando o problema; 4 - Decisão de se fazer a tarefa, quanto à sua conveniência frente a impedimentos ou dificuldades impostas pelo momento escolhido; 5 - Procedimentos, quanto à clareza, detalhamento, atualização, aplicabilidade e cumprimento; 6 - Ferramentas e equipamentos, quanto à adequação (certificação, calibração); 7 - Peças de reposição e materiais de consumo, quanto à adequação (especificações); 8 - Acesso ao local de trabalho e transporte de equipamentos e materiais, quanto à segurança e conhecimento; 9 - Isolações de área e de energias, quanto à possibilidade de execução e correção na execução; e 10 - A tarefa em si, finalmente, quanto à sua execução. Como vimos, há pelo menos 10 etapas que podem gerar as condições que iniciam um acidente, e somente uma delas é a execução da tarefa em si. Portanto, fazer uma análise de risco de uma tarefa (apenas ela, em si) sem levar em conta as outras 9 etapas, não acrescenta muito na segurança. Uma boa maneira de garantir que nenhum destes aspectos seja esquecido antes de se executarem tarefas (especialmente as que não sejam rotineiras), é ter um check
  • 39. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 39 list, ou melhor ainda, ter um documento mais completo que é a Permissão de Trabalho. A permissão de Trabalho, a conhecida PT, não é uma burocracia com o objetivo de atrapalhar o trabalho. Ela deve ser vista como aliada, para que não esqueçamos nada essencial na preparação de uma tarefa. A segunda coisa importante a se dizer sobre uma análise de riscos de qualquer tarefa é que, sendo o risco definido como uma quantidade, que é o produto da gravidade das consequências do acidente e da probabilidade de este acidente ocorrer, deve-se levar em conta estes dois fatores ao analisar o risco. ANÁLISE DE RISCO Mas não é só isto. Seria simples demais. E o pior: uma análise tão superficial não funcionaria. Do que mais precisamos para quantificar o risco? Para realmente compreendermos a probabilidade de um acidente ocorrer devemos saber que ela na verdade é função de três outros parâmetros que precisamos monitorar. A probabilidade de um acidente ocorrer depende de:  Exposição ao evento – (chamamos a isto de frequência);  O quanto o evento ocorre – (chamamos a isto de ocorrência), e  O quanto podemos evitar o evento, uma vez que ele tenha sido desencadeado - (chamamos a isto de possibilidades de evitação). Vejamos alguns exemplos de frequência, ocorrência e possibilidades de evitação: A frequência da exposição pode ser, por exemplo: Alta: 5 pessoas atravessam uma rua movimentada de 2 pistas 4 vezes por dia. Baixa: 1 pessoa atravessa uma rua movimentada de 1 pista 1 vez por semana. A ocorrência do perigo pode ser, por exemplo: Densa: A rua tem tráfego pesado o dia inteiro, com cerca de 20 carros por minuto. Rarefeita: A rua tem tráfego leve o dia inteiro, com cerca de 1 carro a cada 5 minutos. As possibilidades evitação podem ser, por exemplo: Grandes: As pessoas que atravessam a rua são jovens, saudáveis e ágeis. Pequenas: As pessoas que atravessam a rua são idosas ou têm problemas de locomoção.
  • 40. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 40 PROBABILIDADE DA OCORRÊNCIA Esta análise mais detalhada é indicada pela norma ISO 14.121_ Safety of Machinery - Risk Assessment (Segurança de Máquinas- Avaliação de Risco). Resumo da análise de riscos Resumindo, para que uma análise de riscos mereça este nome, deve-se analisar a tarefa como um todo desde sua preparação (10 etapas), e não somente a execução da tarefa em si. Além disso, o risco deve ser quantificado levando-se em conta, para o item probabilidade, seus 3 fatores, que são a frequência, a ocorrência e as possibilidades. CONDIÇÕES IMPEDITIVAS PARA SERVIÇOS 4. PROCEDIMENTOS 4.1. Muitas tarefas para serem executadas dispõem de procedimentos detalhados escritos. Quando ouvimos a expressão “procedimentos” logo pensamos nas instruções passo a passo da tarefa, mas na verdade os procedimentos de uma tarefa são compostos por pelo menos 4 partes, sendo o item que se refere às instruções passo a passo, apenas uma das partes dos procedimentos. Estas são as partes em que um procedimento se divide:  Meios humanos e materiais para a execução da tarefa;  Medidas de segurança;  Descrição passo a passo da execução, e  Condições impeditivas para a realização da tarefa. Portanto, as condições impeditivas para a realização de uma tarefa devem constar nos seus procedimentos, o que não libera o trabalhador de analisar o ambiente e as condições do momento para aperfeiçoar sua análise de risco. Além das condições impeditivas listadas no procedimento, também se configuram como condições impeditivas, quaisquer deficiências em relação à disponibilização dos outros 3 itens. Portanto, são condições impeditivas também, a falta de meios humanos ou materiais para a execução da tarefa, a impossibilidade de aplicação de alguma
  • 41. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 41 medida de segurança ou a impossibilidade de execução de algum dos passos da tarefa segundo a melhor prática apontada pelo procedimento. CUIDADOS PRELIMINARES 4.2. Alguns cuidados devem ser tomados, antes de se iniciar um serviço em redes aéreas de distribuição, tais como: Visita ao local: O técnico responsável pela programação dos serviços em linhas energizada acompanhado ou não pelo Encarregado deve visitar previamente o local de trabalho para que dificuldades como trânsito, obras civis, estacionamento ou qualquer outro evento não previsível venham impedir a execução do serviço. Na mesma ocasião verificam e anotam os números de identificação dos pontos elétricos anteriores e posteriores ao poste onde será executado o serviço. Nessa identificação pode-se utilizar número de zonas aéreas, chaves de faca, chaves fusíveis e outras placas de identificação dos equipamentos instalados no sistema. Comunicação com o órgão de operação da distribuição: É imprescindível a existência de rádio transceptor ou qualquer outro meio de comunicação na viatura da turma, para melhor atender às necessidades de comunicação com o Órgão de Operação da Distribuição. CHEGANDO AO LOCAL DE SERVIÇO 4.3. Chegando ao local de serviço, o Técnico e/ou Encarregado utilizando telefone, rádio ou outro meio de comunicação disponível entra em contato com o Órgão da Distribuição e procede da seguinte forma:  Identifica-se, fornecendo nome, tipo de turma e o Setor de Rede correspondente;  Informa sua localização (rua, avenida, estrada etc.);  Informa a natureza do serviço a ser executado e o método de execução (linha energizada);  Fornece os números de identificação dos equipamentos levantados e anotados na visita prévia, que caracterizam o ponto (poste) onde executará os serviços e solicita a confirmação do nome da linha e a classe de tensão que está alimentando o local caracterizado;  Confirmada a identificação da linha supridora, solicita-se a retirada de serviço e impedimento do seu relé religador (bloqueio do circuito). Conforme o caso será solicitado à retirada de serviço do dispositivo de religamento automático do religador na subestação ou no próprio circuito. RETIRADA DE SERVIÇO RELÉ RELIGADOR (BLOQUEIO DE CIRCUITO)
  • 42. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 42 A retirada de serviço é realizada a mando do Órgão de Operação da Distribuição, o relé função 79 (relé religador) ou o dispositivo de religamento automático do religador na subestação ou no próprio circuito, conforme o caso deve ser fixado a correspondente placa de identificação (Turma de Linha Viva Trabalhando) e ou etiqueta de segurança no equipamento envolvido. NOTA: Caso o dispositivo de proteção na subestação e no religador instalado ao longo da rede não permitir o bloqueio do religamento automático, não deverá ser realizado o serviço. A liberação é realizada pelo Órgão de Operação da Distribuição, do trecho a ser trabalhado para o Órgão Executante, após a confirmação da identificação do nome da linha e do referido impedimento do dispositivo de religamento automático, antes do início do serviço. Recomenda-se que as turmas não trabalhem durante a noite, e durante o dia os serviços somente deverão ser realizados sob condições meteorológicas favoráveis, sem os quais os serviços de conservação e manutenção não podem ser iniciados. Quando iniciados devem ser interrompidos ou reprogramados nos casos de chuva, tempestade, neblina ou vento forte; todos impeditivos de realizar serviços em redes aéreas de distribuição energizadas. LIBERAÇÃO DO CIRCUITO PARA TURMA DE LINHA VIVA CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS
  • 43. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 43 Além do exame médico periódico de rotina, os empregados que atuam diretamente nas atividades de linha energizadas deverão semestralmente ser encaminhados ao posto médico para reavaliação das suas aptidões específicas, requisitos físicos, sensoriais e de personalidade prescritos pelos Órgãos de Segurança e Medicina do Trabalho. Seguir rigorosamente a sequência de operação e métodos para cada tipo de serviço, de acordo com instruções recebidas no Centro de Treinamento para os riscos e os controles de risco existentes na execução passo a passo da tarefa propriamente dita. EXAME MÉDICO E AVALIAÇÃO DOS REQUISITOS FÍSICOS SEQUÊNCIA DE OPERAÇÃO, APLICAÇÃO DOS MÉTODOS E PROCEDIMENTOS
  • 44. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 44 RISCOS TÍPICOS NO SEP E SUA PREVENÇÃO 5. PROXIMIDADE E CONTATOS COM PARTES ENERGIZADAS 5.1. O modo como os trabalhos devem ser realizados na área definida pelo SEP, não o modo técnico e sim o procedimento administrativo dessa técnica visando a segurança. Para acerto de conceitos deve ser esclarecida a zona de ação: o conceito de Zona de Risco e de Zona Controlada. A NR10 define como zona de risco (ZR) a região em torno de parte condutora energizada, não segregada, acessível inclusive involuntariamente, cuja aproximação só é permitida a profissionais autorizados e com a adoção de técnicas e instrumentos apropriados de trabalho. Nessa zona, sem os devidos cuidados mencionados é possível o aparecimento de um campo elétrico, que propicia a descarga de um arco elétrico danoso. A NR10 define como zona controlada (ZC), a distância que começa na iminência da zona de risco cuja aproximação só é permitida a profissionais autorizados e que não propicia o aparecimento de um arco elétrico danoso. Tomando-se então os exemplos acima, apenas profissionais que fazem uso do EPI especifico para o trabalho com linhas energizadas podem estar trabalhando nessa região (ZR) e os trabalhadores que estão devidamente informados e capacitados podem estar trabalhando nas proximidades das instalações energizadas (ZC) respeitando as distâncias de segurança. Exemplo 1: Utilizando a manta (cor alaranjada) de isolamento sobre o condutor. Nesse caso a manta estando sobre a parte energizada, atuaria como uma barreira isolante permitindo que a região controlada (ZC) e a zona de Risco (ZR) se estendessem até a superfície interna da capa isolante. Exemplo 2: Realizando um trabalho em uma linha de energia ao lado de uma linha energizada. Uma vez que as linhas estão separadas por uma grade (cor alaranjada) de separação física entre eles, a região de trabalho estaria dentro da zona controlada. Se a grade estiver então aterrada garantindo a equipontecialidade, então ela também estará classificada como Zona Livre (ZL). É importante notar a palavra ‘involuntária’ na definição de Zona de Risco dada pela NR10. Isso significa que o fato de ser delimitada uma área em torno da parte energizada, é relevante durante a análise de risco verificar a área realmente necessária para a instalação de materiais e equipamentos de porte e de alta condução elétrica como vergalhões e varas de acesso. Isso requer que nesse caso, a área de risco seja acrescida do comprimento conhecido possível e passível de classificação como involuntário.
  • 45. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 45 O arco elétrico em 4 passos 1 - A proximidade entre os polos permite que uma centelha líder salte no ar, que tem alta resistência ôhmica. 2 - A centelha aquece o ar por onde passa (efeito Joule). 3 - O ar aquecido se ioniza, tornando-se condutor. 4 - A corrente aumenta devido à redução da resistência do ar: ARCO! Rigidez dielétrica A rigidez dielétrica de um certo material é um valor limite de campo elétrico aplicado sobre a espessura do material (kV/mm), sendo que, a partir deste valor, os átomos que compõem o material se ionizam e o material dielétrico deixa de funcionar como um isolante. O valor da rigidez dielétrica depende de diversos fatores como:  Temperatura;  Tempo de aplicação da diferença de potencial;  Taxa de crescimento da tensão;  Para um gás, a pressão é fator importante. Rigidez dielétrica (exemplos)  A rigidez dielétrica do ar é de 30 kV/ cm.  A rigidez dielétrica dos vidros é de 75 a 300 kV/ cm.  A rigidez dielétrica da mica é de 600 kV/ cm. O efeito Corona em 4 passos 1 - A alta voltagem acelera elétrons livres no ar (N2, O2, CO2, etc) à sua volta. 2 - Os elétrons acelerados colidem com elétrons das últimas camadas dos átomos do ar (N2, O2, CO2, etc). 3 - Os elétrons das últimas camadas dos átomos atingidos passam a orbitar em níveis mais elevados. 4 - Estes elétrons tendem a voltar ao seu nível original, para o que liberam a energia armazenada pela colisão, sob a forma de luz, som, etc. INDUÇÃO 5.2. O processo de indução eletrostática ocorre quando um corpo eletrizado redistribui cargas de um condutor neutro. O corpo eletrizado, o indutor, é colocado próximo ao corpo neutro, o induzido e isso permite que as cargas do indutor atraiam ou repilam as cargas negativas do corpo neutro, devido a Lei de Atração e Repulsão entre as cargas elétricas. A distribuição de cargas no corpo induzido mantém-se apenas na presença do corpo indutor. Para eletrizar o induzido deve-se colocá-lo em contato com outro corpo neutro e de dimensões maiores, antes de afastá-lo do indutor.
  • 46. NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) P á g i n a | 46 DESCARGAS ATMOFÉRICAS 5.3. No passado, o homem pensava que os raios e trovões eram os avisos dos Deuses enfurecidos. Muitas crenças relacionavam estes fenômenos meteorológicos. Benjamim Franklin em 1752 fez os primeiros experimentos sobre as descargas atmosféricas, utilizando uma pipa com um fio metálico para comprovar que as nuvens podiam conter cargas elétricas. Desde aquela época os fenômenos dos raios, ou descargas atmosféricas, vêm sendo estudados. Hoje essas descargas são analisadas como os fenômenos elétricos entre nuvens e a terra. Ainda há quem diga que um raio não cai no mesmo lugar duas vezes. Este conceito é errado e para se ter uma ideia há registros de que a Torre Eiffel (Paris) e o edifício Empire State (Nova York), são alvos de dezenas de descargas atmosféricas todo o ano. A probabilidade de um raio cair em pontos mais altos é maior do que nos locais mais baixos. Uma vez que o objetivo da descarga é atingir a superfície da terra, os locais altos estão a menor distância entre a nuvem e a terra. Entretanto isto não é uma regra geral. Há frequentemente registros de incidências em regiões baixas, mesmo entre colinas, e isto vai depender de uma série de fatores, como ventos, dimensões da nuvem, características do ar no local, maior ionização, etc... A descarga elétrica (raio) ao se deslocar em direção à terra, produz um efeito luminoso que às vezes chega a ser assustador. Esta descarga produz um efeito térmico no canal da descida produzindo um som que nós denominamos de trovão. O trovão, portanto não é o fator perigoso, pois se trata da expansão do ar na descida da descarga, consequência da energia térmica dissipada. a) Ação direta de um raio: São os danos decorrentes da descarga diretamente na estrutura que ela destrói. Por exemplo: quando uma árvore é destruída por um raio, isto acontece porque a descarga ocorre da nuvem para terra, ou da terra para a nuvem, passando pela estrutura da árvore. A brusca elevação de temperatura pela ação da elevadíssima corrente elétrica provoca uma explosão pela evaporação ultrarrápida da água contida no tronco, o que é comparável à ação de uma bomba colocada no interior do tronco. Outro exemplo é de uma descarga sobre uma edificação, como uma casa, por exemplo, que provoca a destruição total ou parcial da mesma. Quando uma descarga ocorre numa rede de uma concessionária de energia elétrica, essa ação direta é absorvida pelos para-raios de rede e desviada para terra sem DESCARGA ELÉTRICA