O documento discute o papel da universidade no tripé de ensino, pesquisa e extensão, com ênfase no desenvolvimento regional. O Curso de História da FUNEDI/UEMG tem implementado plenamente esses aspectos por meio de projetos educativos e de pesquisa com a comunidade.
1. Boletim Informativo Ano 1 Número 2 Maio de 2007
O modelo de universidade, atual- como um momento fecundo de atua- ênfase no desenvolvimento regional,
mente adotado no Brasil, assenta-se ção em interlocução com a comuni- com financiamento de órgãos de pes-
no tripé ensino/pesquisa/extensão. dade, pois os projetos prevêem a apli- quisa estaduais e nacionais. Em núme-
Este projeto, ambicioso e co- cação do capital intelectual universi- ros, isso significa que atualmente o cur-
erente, prevê que a Univer- tário como meio de transformação e so conta com 15 alunos que possuem
sidade não deve se fechar desenvolvimento social sustentável. bolsas de iniciação científica e exten-
editorial
sobre si mesma, mas deve O Curso de História da FUNEDI/ são, num total de 84; os projetos con-
investir no seu importante UEMG, desde a sua criação em 2001, tam com a participação de 90% do cor-
papel social na contempora- vem trabalhando no sentido de imple- po docente. Essa maturidade do curso
neidade. Isto significa inves- mentação plena de todos esses aspec- deve-se a vários atores: além da atua-
tir no ensino, aqui entendido tos fundamentais da Universidade Con- ção de seus corpos docente e discen-
como a capacidade de insti- temporânea. E é com grande satisfa- te, vale ressaltar a ação da FUNEDI,
gar e possibilitar a formação de sujei- ção que podemos dizer que o trabalho instituição com tradição de investimen-
tos críticos. A pesquisa possibilita a tem rendido bons frutos, que se tradu- to nessas ações, e a ampliação dos in-
alunos e professores formação contí- zem na qualidade acadêmica da for- vestimentos do Governo Estadual nes-
nua e “independência” intelectual, nos mação dos graduandos. E também nos sas áreas, no âmbito da UEMG. É com
transformando em produtores de co- projetos de extensão, atualmente de- grande satisfação que socializamos
nhecimento e não apenas consumido- senvolvidos pelo curso – um em Pitan- essa nossa realidade atual, com a cer-
res e reprodutores de modelos exteri- gui e o outro em Divinópolis – assim teza de que novos e bons resultados
ores. Já a extensão apresenta-se como nos projetos de pesquisa, com irão dela resultar.
O papel da didática crítica na formação do professor
A didática, a princípio, foi considerada como uma téc- cultural do aluno, o professor torna-se um mediador entre
nica a ser aplicada na prática cotidiana do professor, de- sua realidade sociocultural e o conhecimento humano his-
corrente das teorias pedagógicas com pretensão à neutra- toricamente acumulado.
lidade, cujo critério de validação era a análise da Para isso, o professor precisa desenvolver um proces-
eficácia, constatada nos resultados obtidos no âm- so pedagógico que possibilite trabalhar com os alunos con-
artigo
bito escolar. Era considerada um componente iso- forme sua linguagem e seus valores, propiciando-lhes uma
lado, algo com fim em si mesmo. O professor era o prática reflexiva. Ao desenvolver nos jovens uma capaci-
principal agente na eficiência da didática tradicio- dade analítica acerca da sua realidade concreta, mais pro-
nal. A equação era simples: professor competente pícia à possibilidade de produção de conhecimento, o pro-
e aluno aplicado resultavam em ótimo aproveita- fessor vincula a educação escolar às suas finalidades so-
mento nos estudos. A prática educativa se limitava à trans- ciais. E capacita os jovens a compreenderem a importân-
missão de conhecimentos pelo professor e a apreensão cia da educação que os conscientiza e liberta, enquanto
dos conteúdos pelos alunos. sujeitos e enquanto membros de um coletivo.
A partir do final da década de 1970, nos encontros dos Dizemos sujeitos e não indivíduos. Hoje, na sociedade
profissionais de educação, começou a se discutir uma con- capitalista, a ênfase que se dá é na importância do indiví-
cepção mais crítica da educação e a analisar seus proble- duo, na estética e no culto à personalidade. É necessário
mas a partir do contexto histórico em que se inserem. As- despertarmos para o fortalecimento do coletivo, se quiser-
sim, o ensino da didática nos cursos de formação de pro- mos formar o aluno para poder interferir na transforma-
fessores procurou associar escola e sociedade, teoria e ção da realidade em que vive. Nesse sentido, a formação
prática, conteúdo e forma, técnica e política, ensino e pes- do professor a partir da proposta de uma didática crítica
quisa, professor e aluno. A didática, no âmbito dessa peda- reflete na sua capacidade de trabalhar com os estudantes
gogia, desenvolve-se de forma crítica, propiciando a for- na produção de conhecimento acerca da realidade social
mação de um professor autônomo, crítico e politizado. imediata, o que aproxima os jovens de aprendizagens soci-
Nesse sentido, a didática crítica busca superar o intelectu- ais significativas.
alismo, o elitismo e o autoritarismo da figura do mestre,
dono do saber. Ela propõe mudanças no modo de pensar e Arnaldo César Oliveira
agir do professor, reconhecendo no aluno um sujeito por- Paula Batista Quadros
tador de conhecimentos. A partir do respeito ao capital Alunos do 7º Período do Curso de História da FUNEDI
2. informes 5ª Semana Nacional de Museus
Museus e Patrimônio Universal Somos todos Universais
A 5ª Semana Nacional de Mu- de, pois cada homem é sozinho a casa A programação já está sendo divul-
seus, promovida pelo Departa- da humanidade”, o tema trabalhado gada em todo o Brasil. Em Divinópolis
mento de Museus e Centros será Museus e Patrimônio Univer- serão realizados os seguintes eventos:
Culturais do IPHAN e pela As- sal – Somos todos Universais. – 15 de maio – Palestra: Semana Na-
sociação Brasileira de Museologia, Serão realizados 1426 eventos em cional de Museus: Museus e Patrimô-
com o patrocínio da Caixa Econômica 464 instituições museológicas de todo nio Universal.
Federal e Petrobrás, acontece este ano os estados e do Distrito Federal. A – 18 de maio – Seminário: Museus e
no período de 14 a 20 de maio, em co- programação conta com projetos edu- Universalidade: relações entre acade-
memoração ao Dia Internacional de cativos e culturais, visitas monitoradas mia e patrimônio cultural.
Museus (18 de maio). gratuitas, palestras, seminários, proje- – 19 de maio – Espetáculo Teatral –
Desde a instituição da Política Na- ções de filmes, oficinas, espetáculos Hai-Kai: somente as nuvens nadam no
cional de Museus em 2003, a Semana teatrais e shows, gincanas e outras inú- fundo do rio.
Nacional de Museus é comemorada em meras ações que intensificam as rela- Para conhecer as atividades reali-
maio, em todo o Brasil. Neste ano, par- ções dos museus com a sociedade, zadas em todo o Brasil, visite a Agen-
tindo da máxima do poeta Tom Zé “...o como a comunicação, a educação e o da Comemorativa em:
futuro tem caminho na unimultiplicida- resgate da memória. www.revistamuseu.com.br
Associação Nacional de Projeto Pensar a Educação
Pesquisadores de História da
América-Latina e Caribenha Pensar o Brasil 1822-2022 visa ar- cimento do Império. No dia 31 de
ticular pesquisa, ensino e extensão no maio, ocorrerá a segunda conferência
Na página da Associação Nacional sentido de propor alternativas para a com o professor José Gonçalves Gon-
de Pesquisadores de História da Améri- educação pública no Brasil. A abertu- dra (UERJ), com o tema A instrução
ca-Latina e Caribenha (ANPLAC) já ra do seminário, no dia 26 de abril, teve como questão para a intelectualida-
estão disponíveis o número 4 da Revista como conferencista o professor Luci- de brasileira no Segundo Império.
da ANPHLAC e a chamada para arti- ano Mendes de Faria (UFMG) que pro- Mais informações:
gos do próximo número com o dossiê feriu a palestra Os projetos de Bra- http://www.fae.ufmg.br/pensare-
História e Arte nas Américas. sis e a questão da instrução no nas- ducação
http://www.anphlac.org/
Visita técnica
Biblioteca da FUNEDI
No dia 14 de abril o curso de História da FUNEDI/UEMG promoveu um
Já estão disponíveis na Biblioteca trabalho de campo, que consistiu na visita orientada pelo prof. José Heleno
da FUNEDInovos títulos de história, Ferreira a monumentos históricos da cidade de Divinópolis: Usina do Gravatá,
tais como: Visões da liberdade, de Sobrado do Largo da Matriz (Museu Histórico de Divinópolis), ruínas da Side-
Sidney Chalhoub; Vida dos escravos rúrgica Mineira, Usina da Cachoeira Grande (primeira usina hidrelétrica do
no Rio de Janeiro - 1808-1850, de município), Ponte de ferro (pontilhão do Niterói), Réplica da Igreja do Rosário,
Mary Karasch; História: entre a fi- Estação Ferroviária de Divinópolis, bairro Esplanada – a locomotiva construída
losofia e ciência, de José Carlos Reis; em Divinópolis, a vila operária e as oficinas da Rede (atual FCA).
O trato dos viventes, de Luís Felipe A atividade que terminou na foz do Itapecerica (encontro dos rios Itapeceri-
de Alencastro; O Antigo Regime nos ca e Pará) foi uma oportunidade de apresentar aos alunos do curso um outro
trópicos, de João Fragoso; A enxada olhar sobre a cidade. Esses lugares, além de se constituírem como alternativas
e a lança: a África antes dos portu- para o trabalho com a Educação Básica, são monumentos que necessitam de
gueses, de Alberto da Costa e Silva; e, pesquisas que revelem por eles a história do município e dos processos pelos
Dividir para dominar: a partilha da quais passaram. A atividade e a avaliação positiva da mesma abrem espaço
África – 1880-1914, de H. L. Wesse- para que outros roteiros (patrimônio religioso, patrimônio natural etc) sejam pen-
ling . Vale a pena conferir. sados e elaborados.
expediente
Boletim Informativo do curso de História da FUNEDI/UEMG – Ano 1 – Número 2 – Maio de 2007 – Editores deste
número: Ana Mónica Henriques Lopes e Flávia Lemos Mota de Azevedo. Contribuição: Arnaldo
César Oliveira, Adalson de Oliveira Nascimento, Miriam Hermeto de Sá
Motta, Paula Batista Quadros e José Heleno Ferreira. Diagramação e revisão:
Assessoria de Comunicação da FUNEDI/UEMG. Editor responsável: Arnal-
do Pires Bessa. Contatos: historia@funedi.edu.br, (37) 3229-3585 – Av. Para-
ná, 3.001, bairro Jardim Belverdere, Divinópolis (MG),CEP 35501-170.