O documento discute os principais gêneros literários, divididos entre ficcionais e não ficcionais. Apresenta as classificações clássicas de épico, lírico e dramático e exemplifica cada um deles, incluindo subgêneros como conto, novela, romance e crônica no épico, e discutindo características da poesia épica e lírica.
2. Gêneros Literários
• O termo gênero faz referência a alguns padrões de
composição artística, poesia, prosa ou peças de teatro
(escritas),que ao longo do tempo, têm sido utilizados para
dar forma ao imaginário humano.
• A classificação das obras literárias podem ser feitas de
acordo com critérios semânticos, sintáticos, fonológicos,
formais, contextuais e outros.
3. DIVISÃO CLÁSSICA
A classificação provém da Grécia Antiga por meio das obras dos
filósofos Platão (A República) e Aristóteles (A Poética) – épico,
lírico e dramático – e que abarcam também outros vários
subgêneros menores.
Dentro de um determinado gênero literário há o predomínio
de uma estrutura típica, que não corresponde à estrutura
de outro gênero literário, visto que cada um apresenta
características próprias.
6. Antes de mais nada temos a divisão entre os gêneros
ficcionais e não-ficcionais. Assim sendo, os textos não-
ficcionais formam-se a partir da realidade empírica, e os
ficcionais criam uma realidade, composta pelos seus
próprios parâmetros de verdade.
Em ambos os casos se cultiva a noção, cunhada por
Aristóteles, da Verossimilhança, ou seja, da coerência ou
nexo dos fatos e ideias narrados num texto em relação à
dada realidade.
7. O gênero épico pode designar um relato histórico ou lenda,
normalmente centrado na figura de um personagem histórico ou
herói. Inicialmente era composto de uma narrativa em versos
(poesia ou teatro épico) sobre um grande feito ou ação de um
sujeito lendário (epopeia), representante de um povo ou de uma
época. Exemplos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, Ilíada e
Odisseia, de Homero.
O gênero também nomeia narrativas em prosa, como romances,
contos, novelas, poesias épicas, crônicas e fábulas, e os temas
podem ser históricos, policiais, de amor, de ficção-científica, etc.
8. A estrutura que identifica o texto épico contém elementos como foco narrativo, enredo,
personagens, tempo e espaço, conflito e desfecho. Veja agora algumas características e
exemplos do gênero épico-narrativo:
I. Conto:
O conto é uma narrativa breve e ficcional, que aborda situações cotidianas ou fantásticas, detém
poucas ações e personagens, girando, normalmente, em torno de um único conflito. Existem
obras que levam compilações dessas narrativas como o Decamerão de Giovanni Boccaccio,
Sagarana, João Guimarães Rosa, dentre outros.
II . Novela
É um gênero intermediário entre o romance e o conto, não sendo tão longo quanto o primeiro e
nem tão breve quanto o segundo. Normalmente carrega um único conflito, que possui, no
entanto, uma divisão em capítulos e por isso um desenvolvimento maior que o do conto.
Exemplos de novelas são as obras O Alienista, de Machado de Assis, A Metamorfose, de Franz
Kafka, A Hora da Estrela, de Clarice Lispector e Morte em Veneza, de Thomas Mann.
9. III. Romance
Com uma extensão e complexidade maior que a dos gêneros novela
e conto, o romance possui também diversos subgêneros como o
Romance policial, Romance psicológico, romance histórico, de
terror, de costumes, ficção científica, fantasia, etc. Exemplos de
romance muito conhecidos temos Memórias Póstumas de Brás
Cubas, de Machado de Assis, O Ateneu, de Raul Pompeia,
Macunaíma, de Mário de Andrade, e muitos outros.
IV .Crônica
A crônica é uma narrativa informal, crítica, feita em linguagem
coloquial, breve (alguns poucos parágrafos), ligada a fatos e
acontecimentos do cotidiano. No Brasil temos vários autores
célebres por escrever neste gênero como Machado de Assis, Rubem
Braga e Fernando Sabino.
10. V. Fábula
A fábula é um texto de caráter fantástico, em que os personagens
principais são animais ou objetos, o enredo sempre conduz a
alguma lição de moral. La Fontaine (Fábulas), Raimundo Lúlio (O
Livro das Bestas) e George Orwell (revolução dos Bichos), são
exemplos notórios.
VI . Histórias em Quadrinhos ou Graphic Novels
Trata-se de um gênero cuja imagem surge combinada ao texto, as
palavras (falas, narração e pensamentos dos personagens) são
destacadas por balões, nuvens e retângulos, e as ações são divididas
por quadros (quadrinhos).
11. Eneida, de Virgílio (30 a 19 a.c.),é considerada a
primeira epopeia de imitação, composta para glorificar a
grandeza de Roma e a fundação.
Estrutura: 9826 versos,12 cantos.
Os Lusíadas, de Camões (Renascimento -1572),revela, na
caracterização do herói Vasco da Gama objetivo maior de
exaltar a bravura do povo lusitano.
Estrutura:1102 estrofes,8816 versos.
AS EPOPEIAS DE IMITAÇÃO
12. • Caramuru (1781),de Santa Rita Durão, cujo subtítulo,
Poema épico do descobrimento da Bahia, remonta ao
tempo em que os primeiros europeus chegaram ao Brasil e
travaram contato com os nativos.
• O Uraguai, de Basílio da Gama, é um poema épico
escrito por Basílio da Gama em 1769, conta de forma
romanceada a história da disputa entre jesuítas, índios e
europeus nos Sete Povos das Missões, no Rio Grande do
Sul.
13. • POESIA ÉPICA – Poesia em terceira pessoa do
tempo passado.
• POESIA LÍRICA – Poesia da primeira pessoa do
tempo presente.
14. • No gênero narrativo, é feita a narração de uma história,
através de uma sequência de várias ações reais ou
imaginárias.
• Essa sucessão de acontecimentos é contada por um
narrador e está estruturada em introdução,
desenvolvimento e conclusão.
• Ao longo dessa estrutura narrativa são apresentados os
principais elementos da narração: espaço, tempo,
personagem, enredo e narrador.
15. Na maioria das vezes, o gênero lírico se apresenta em versos, como um poema,
mas pode também vir na forma de uma prosa curta (poema em prosa). Trata
dos sentimentos e emoções de um eu-lírico, e explora a musicalidade e a
potência semântica das palavras. Os temas definem modalidades da lírica
como:
Écogla e idílio: situações bucólicas e pastoris.
Elegia: temática da morte ou do sofrimento.
Epitalâmio: homenageia as núpcias.
Hino: exaltação da pátria ou dos deuses.
Ode: exaltação de pessoas, lugares ou objetos.