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ROSS, E. K. A roda da vida: memórias do viver e do morrer. Rio de Janeiro:
Sextante, 1998.



  FASES PSICOLÓGICAS DO PROCESSO DE TERMINALIDADE (PG. 180-182)
              Negação, raiva, barganha, depressão e aceitação

Negação (choque): é uma defesa, uma forma normal e saudável de lidar com más
notícias repentinas e inesperadas. Permite que a pessoa considere a possibilidade do fim
de sua vida e em seguida volte ao dia a dia de sempre.

Raiva (rancor, mágoa e dor): quando a negação deixa de ser viável, é substituída pela
raiva. Este estágio é difícil também para todos que estão em contato direto com o
paciente. A raiva do paciente espalha-se como tiro de “chumbo grosso”. Os fragmentos
voam em todas as direções. Também pode estar querendo dizer: “Estou vivo, não se
esqueçam disso”.

Barganha (negociação): quando é permitido ao paciente dar vazão à sua raiva sem
culpa ou vergonha, costuma-se passar pelo estágio da negociação. O tempo que se passa
negociando é vantajoso para quem está tratando. O paciente apesar de sentir raiva, não
está mais tão tomado pela hostilidade que não seja capaz de ouvir. Não está deprimido a
ponto de não poder se comunicar. Pode estar atirando a esmo, mas os tiros não estão
acertando nada. Essa é a melhor ocasião para ajudar o paciente a resolver qualquer
pendência que tiver.

Depressão (retração): em determinado momento, o paciente passa por uma profunda
depressão diante das enormes mudanças que estão ocorrendo. Nesse ponto, ou sua
doença não pode mais ser negada ou graves limitações físicas se impõem. A forma mais
difícil de depressão é a que ocorre quando o paciente se dá conta de que vai perder tudo
e as pessoas que ama. É uma espécie de depressão silenciosa. Nesse estado não há
nenhum lado positivo a explorar. Nem existem palavras de consolo que possam ser ditas
para proporcionar alívio a alguém tentando sondar um futuro insondável. A melhor
ajuda nessa situação é aceitar o pesar do paciente.

Aceitação (paz): quando o paciente tem a oportunidade de expressar sua raiva, chorar,
se lamentar, resolver suas questões pendentes, verbalizar seus medos e passar por todos
os estágios iniciais, chega então ao estágio de aceitação. Não estará feliz, mas não
sentirá mais depressão ou raiva. É um período de resignação silenciosa e meditativa, de
serena expectativa. A luta anterior desaparece e é substituída por muito sono.


     FASES ESPIRITUAIS DO PROCESSO DE QUASE MORTE (PG.211-214)

Fase um: sensação de flutuar para fora de seu corpo, assumindo uma forma etérea.
Existe a consciência do que está acontecendo e a percepção das pessoas falando ou
agindo ao seu redor. Sensação de integridade, como por exemplo, um cego recuperar a
visão e um paralítico sentir as pernas.
Fase dois: sensação de deixar o corpo para trás e de se encontrar em um estado de vida
(espírito ou energia) após a morte e sempre em companhia de alguém (anjos da guarda,
guias, familiares, amigos, etc.) nunca sozinho. Mobilidade instantânea conforme a
velocidade do pensamento. Sensação de acolhimento, carinho e consolo.

Fase três: visualização de um túnel, ou portão intermediário, ou ponte, ou desfiladeiro
em uma montanha, ou um riacho (basicamente o que é mais reconfortante para cada
um) e no final uma luz clara e brilhante. Essa luz emite sensação de calor, energia,
espiritualidade, entusiasmo, paz, tranqüilidade e amor intensos. Nessa fase há um
intenso desejo de permanecer nesta experiência e conseqüentemente vontade de desistir
de voltar para o corpo físico. Quando voltam, afirmam que tudo aquilo teve profundo
efeito em suas vidas e que ver a luz ensinara-lhes que só há uma explicação para o
significado da vida - o amor.

Fase quatro: percepção de estar na presença da Fonte Superior. Vivência de uma
sensação de unidade, de existência plena. Nesse estágio as pessoas passam por uma
revisão de suas vidas percebendo claramente a lei de ação e reação, tanto na esfera
mental e física e em relação a todo o universo. Relatam que passam por
questionamentos, tais como, “Que serviços você prestou? E percebem que esta questão
está intimamente vinculada à lição fundamental do amor incondicional.

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  • 1. ROSS, E. K. A roda da vida: memórias do viver e do morrer. Rio de Janeiro: Sextante, 1998. FASES PSICOLÓGICAS DO PROCESSO DE TERMINALIDADE (PG. 180-182) Negação, raiva, barganha, depressão e aceitação Negação (choque): é uma defesa, uma forma normal e saudável de lidar com más notícias repentinas e inesperadas. Permite que a pessoa considere a possibilidade do fim de sua vida e em seguida volte ao dia a dia de sempre. Raiva (rancor, mágoa e dor): quando a negação deixa de ser viável, é substituída pela raiva. Este estágio é difícil também para todos que estão em contato direto com o paciente. A raiva do paciente espalha-se como tiro de “chumbo grosso”. Os fragmentos voam em todas as direções. Também pode estar querendo dizer: “Estou vivo, não se esqueçam disso”. Barganha (negociação): quando é permitido ao paciente dar vazão à sua raiva sem culpa ou vergonha, costuma-se passar pelo estágio da negociação. O tempo que se passa negociando é vantajoso para quem está tratando. O paciente apesar de sentir raiva, não está mais tão tomado pela hostilidade que não seja capaz de ouvir. Não está deprimido a ponto de não poder se comunicar. Pode estar atirando a esmo, mas os tiros não estão acertando nada. Essa é a melhor ocasião para ajudar o paciente a resolver qualquer pendência que tiver. Depressão (retração): em determinado momento, o paciente passa por uma profunda depressão diante das enormes mudanças que estão ocorrendo. Nesse ponto, ou sua doença não pode mais ser negada ou graves limitações físicas se impõem. A forma mais difícil de depressão é a que ocorre quando o paciente se dá conta de que vai perder tudo e as pessoas que ama. É uma espécie de depressão silenciosa. Nesse estado não há nenhum lado positivo a explorar. Nem existem palavras de consolo que possam ser ditas para proporcionar alívio a alguém tentando sondar um futuro insondável. A melhor ajuda nessa situação é aceitar o pesar do paciente. Aceitação (paz): quando o paciente tem a oportunidade de expressar sua raiva, chorar, se lamentar, resolver suas questões pendentes, verbalizar seus medos e passar por todos os estágios iniciais, chega então ao estágio de aceitação. Não estará feliz, mas não sentirá mais depressão ou raiva. É um período de resignação silenciosa e meditativa, de serena expectativa. A luta anterior desaparece e é substituída por muito sono. FASES ESPIRITUAIS DO PROCESSO DE QUASE MORTE (PG.211-214) Fase um: sensação de flutuar para fora de seu corpo, assumindo uma forma etérea. Existe a consciência do que está acontecendo e a percepção das pessoas falando ou agindo ao seu redor. Sensação de integridade, como por exemplo, um cego recuperar a visão e um paralítico sentir as pernas.
  • 2. Fase dois: sensação de deixar o corpo para trás e de se encontrar em um estado de vida (espírito ou energia) após a morte e sempre em companhia de alguém (anjos da guarda, guias, familiares, amigos, etc.) nunca sozinho. Mobilidade instantânea conforme a velocidade do pensamento. Sensação de acolhimento, carinho e consolo. Fase três: visualização de um túnel, ou portão intermediário, ou ponte, ou desfiladeiro em uma montanha, ou um riacho (basicamente o que é mais reconfortante para cada um) e no final uma luz clara e brilhante. Essa luz emite sensação de calor, energia, espiritualidade, entusiasmo, paz, tranqüilidade e amor intensos. Nessa fase há um intenso desejo de permanecer nesta experiência e conseqüentemente vontade de desistir de voltar para o corpo físico. Quando voltam, afirmam que tudo aquilo teve profundo efeito em suas vidas e que ver a luz ensinara-lhes que só há uma explicação para o significado da vida - o amor. Fase quatro: percepção de estar na presença da Fonte Superior. Vivência de uma sensação de unidade, de existência plena. Nesse estágio as pessoas passam por uma revisão de suas vidas percebendo claramente a lei de ação e reação, tanto na esfera mental e física e em relação a todo o universo. Relatam que passam por questionamentos, tais como, “Que serviços você prestou? E percebem que esta questão está intimamente vinculada à lição fundamental do amor incondicional.