1) O documento discute a visão de Paulo sobre a relação entre a Lei de Deus e a justificação pela fé. 2) Paulo acreditava que embora a Lei fosse santa, ela não podia salvar as pessoas ou mudar seus corações. 3) Cristo cumpriu a finalidade da Lei ao substituí-la por uma ética interior baseada no amor, embora boas obras ainda sejam necessárias para a fé viva.
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
Lei de Deus na visão Paulina
1. Igreja Batista Filadélfia de Taguatinga
Escola Bíblica Dominical
Pr. Keison Abe Veloso.
Prof. Thiago Ávila
LIÇÃO 21 – A LEI DE DEUS NA VISÃO PAULINA
17/06/2012
Texto base: Gl. 2:16
A posição entre “Justiça pela Lei” e “Justiça pela Fé” é sempre tormentosa no Novo
Testamento.
Em alguns trechos há um acento da importância de haver boas obras como um caminho de
justiça (Rm. 2:13-14; 10:5; Gl. 3:12), mas em diversos outros trechos acentua-se a
impossibilidade de uma pessoa ser justificada através das suas obras (Rm. 3:20; Gl. 3:21).
Conflito entre legalismo e fé, na perspectiva de um ex-fariseu que se tornou cristão.
1) Fundamentos do pensamento de Paulo sobre a Lei
No VT, a Lei era dada como um princípio de vida, não como fonte de justificação (Dt. 30:15-20)
Mas a Lei pressupunha a fé em Deus (Hb. 2:4; Am. 5:4; Jr. 38:20) e o amor para com Deus (Dt.
6:5; 10:12-13) e ao próximo (Lv. 19:18).
Não era suficiente a circuncisão da carne, mas a do coração (Jr. 4:4; Dt. 10:16)
Se o povo fosse infiel, Deus ergueria um remanescente fiel (Israel espiritual) (Jr. 31:33-34)
Durante o período intertestamentário surgiram doutrinas que elevaram o papel da Lei a
intermediário entre Deus e os Homens (Judaísmo Legalista). A externalidade (ritualismo) passa
a ter um caráter decisivo.
A Justiça no judaísmo era vista como um esforço para cumprir a Lei, e no sincero
arrependimento quando se falha em cumprir a Lei. O esforço para cumprir a Lei seria uma
expressão de um pacto com Deus anterior à Lei.
2) Interpretação da Luta Interior de Paulo em Rm. 7:14-25
A própria devoção extrema à Lei leva ao pecado pelo orgulho e ostentação (Fp. 3:3-9; Gl. 1:14;
Rm. 2:13,23, Rm. 4:2-3, Rm. 3:27-28; I Co. 1:29, Ef. 2:8-9). É necessário morrer para esse
orgulho da Lei (Gl. 2:19).
Ostentar sua justiça é confiar na carne (Fp. 3:3).
3) A Lei após Cristo
Há um novo pacto de Deus com o Homem através de Cristo (II Co. 5:17)
Antes a Lei era uma orientação externa, que condenava quando havia falta.
Agora a Lei está escrita nos corações e testificada pelo Espírito Santo, com um poder interior
vivificante que produz vida (II Co. 3:4-9)
A Lei chega à sua finalidade em Cristo (Rm. 10:4), e também à sua finalização (Telos –
encerramento de uma era).
Paulo cumpria a Lei quando junto de judeus: At. 21:18-26; At. 16:3; I Co. 9:20-22. Mas essa era
uma posição neutra (Gl. 6:15)
2. 4) A Lei como vontade de Deus
A Lei é santa e vem de Deus (Rm. 7:12-14)
Nomos (grego) é a lei humana, a tradição, os costumes
Torah (hebraico) é a instrução divina, um conjunto de princípios de revelação
5) A Lei é por natureza externa
Estabelece o direito de os homens julgarem outros homens, estabelecendo uma posição de
superioridade.
O julgamento aos outros condena a si mesmo (Rm. 2:17-25).
A verdadeira Lei está no coração (Rm. 2:26-29)
Quem não cumpre toda a Lei está condenado: Gl. 5:3-4; 3:10.
6) A visão de Tiago comparada à de Paulo
Tg. 2:8-26: a verdadeira fé deve se concretizar em obras, sob pena de ser estéril.
7) O Fracasso da Lei
A Lei não pode salvar (Gl. 2:16; 3:21)
Inclinação natural do homem para o pecado (Rm. 8:3-4; 7:23)
A Lei não muda automaticamente o coração dos homens (II Co. 3:6)
8) A reinterpretação Paulina da Lei
O pacto precede à Lei (Gl. 3:15-18)
Abraão foi justificado pela fé, não pelas obras (Rm. 4:1-12)
A Lei serve para mostrar os pecados (Rm. 3:19-20; 5:13,20).
Ao revelar o pecado, a Lei condena o Homem (Rm. 4:15)
Cristo cumpriu a Lei ao substituir um código legalista de condutas exteriores por uma ética
interior fundada no Amor genuíno: I Co. 13:1,13; Rm. 13:8; Gl. 5:14; Rm. 12:8-10.
A fé necessariamente implica em obediência exterior aos mandamentos éticos interiores: I Co.
7:19; Rm. 16:26.
Paulo incentivou a prática de boas obras aos pobres: Gl. 2:10; Rm. 15:26; I Co. 16:1-3; Rm.
12:8; I Tm. 6:17-19; II Co. 8:14-15; Ef. 4:28; Tt. 3:14.
Meditação: A fé sem obras está morta – Tg. 2:26.