O documento descreve a natureza espiritual e santa do Reino de Deus, contrastando-o com o reino das trevas. Explica que o Reino de Deus significa justiça, paz e alegria, geradas pelo Espírito Santo. Conclui enfatizando que os súditos de Cristo devem seguir seu Régio Dominador, cujo Reino subjugará definitivamente todos os inimigos.
A mensagem do Reino de Deus: espiritual, santo e de justiça, paz e alegria
1. Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Ailton José Alves
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LIÇÃO 02 – A MENSAGEM DO REINO DE DEUS
INTRODUÇÃO
Nesta lição enfatizaremos a natureza do Reino de Deus, assinalando dois de seus aspectos: espiritualidade e
santidade. Também abordaremos uma das mais sintéticas, porém abrangentes definições acerca deste Reino, que foi
proferida pelo apóstolo Paulo. Há cruciantes esforços por parte do império das trevas, no sentido de deter o crescimento
do Reino de Deus, porém todos eles são debaldes, uma vez que o Rei deste Reino domina sobre tudo e todos pelos
séculos dos séculos.
I – A NATUREZA DO REINO
Dentre muitas características do Reino de Deus no tempo presente, na atual dispensação, podemos destacar a
sua espiritualidade:
1.1 É espiritual. Trata-se de um domínio espiritual. Deus começa a dominar a partir do coração dos seus servos (Jo
14.23), e tal domínio se dá através do Seu poder (Mc 9.1). É bom destacarmos que o referido versículo não aponta
para o Reino numa perspectiva escatológica, isto é, o Reino Milenial de Cristo, embora reconheçamos que este reino
também tenha o aspecto escatológico. Quando Jesus diz que muitos veriam o Reino chegar com poder, estava
fazendo alusão ao Pentecostes, em que a Igreja foi inaugurada pelo poder do Espírito (At 1.8; 2.1-4). Não estamos
falando de uma teocracia religio-política. O Reino não está vinculado ao domínio social ou político sobre as nações
ou reinos deste mundo (Jo 18.36). Deus não pretende na presente era reformar o mundo mediante ativismo social
ou político, da força ou de ação violenta (Mt 26.52, 53). Vale salientar que esse reino espiritual contrapõe-se ao reino
do maligno:
REINO DE DEUS (Mc 1.15) REINO DAS TREVAS (Cl 1.13)
O rei é Deus (Mt 3.2;12.28) O rei é Satanás (Jo 12.31;II Co 4.4)
O rei é Santo (Is 6.3) O rei é iníquo (Jo 8.44)
Os seus integrantes são santos (I Pe 2.9) Os seus integrantes são ímpios (Rm 1.28-32)
Os integrantes nasceram duas vezes. São homens Os integrantes nasceram apenas uma vez. São homens
espirituais (Jo 3.3; II Co 5.17) naturais (I Co 2.14);
A verdade é absoluta (II Tm 3.16; I Pe 1.25; II Pe A verdade é relativa (Is 5.20)
1.21)
Dá-se extremo valor à família segundo os moldes Despreza-se o modelo bíblico, defendendo “novas
bíblicos: pai, mãe e filhos (Ef 5.22-33; 6.1-3) configurações” familiares, inclusive uniões homoafetivas
Respeita-se a cultura até o ponto em que esta se Enxerga-se como cultura: culto aos demônios, festas
subordina a Bíblia, que é supra cultural carnavalescas e supersticiosas, e até o consumo de certas
drogas
Respeita-se a lei dos homens até o ponto em que Cria-se leis que contrariam a Lei de Deus (Rm 1.32)
esta não fere a Lei de Deus (At 4.19; 5.29)
Prevalecem o teocentrismo e o altruísmo Prevalecem o antropocentrismo e o pragmatismo
Prega-se a exclusividade do cristianismo bíblico Prega-se o ecumenismo e o sincretismo religioso
O Espírito Santo é quem domina (Jo 14.16,17) O espírito que domina é o do anticristo (I Jo 4.3; II Ts 2.3-7)
1.2 É santo. Uma marca claríssima do Reino de Deus é a santidade. Desde o Antigo Pacto, o Senhor estabeleceu a
santificação como premissa maior para sua dominação (Ex 19.5,6; Lv 11.44). Interessante assinalar que no Novo
Pacto, os padrões ético-morais são ampliados pelo nosso Senhor Jesus Cristo. É possível, à luz do Sermão da
Montanha, traçarmos um rápido paralelo entre os ditames dados por meio de Moisés e por meio de Cristo:
PENTATEUCO SERMÃO DA MONTANHA
Os homicidas seriam punidos (Ex 20.13) Aqueles que tão somente se irritarem sem causa contra o
irmão será réu de juízo (Mt 5.22)
Os que praticassem o adultério seriam punidos Aqueles que tão somente desejarem o próximo já cometeram
(Ex 20.14) adultério (Mt 5.28)
Olho por olho e dente por dente (Ex 21.23...) Pagar o mal com o bem (Mt 5.39-42)
Amar o amigo e aborrecer o inimigo (Mt 5.43) Amar os inimigos, bendizer os maledicentes, fazer o bem aos
odientos e fazer o bem aos maus e perseguidores (Mt 5.44)
II – O QUE O REINO DE DEUS SIGNIFICA
Abordaremos três aspectos importantíssimos do Reino de Deus, à luz do texto de Rm 14.17, que nos diz:
“porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”. O apóstolo
Paulo estava tratando do relacionamento interpessoal dos irmãos que estavam em Roma. Dentre os santos, havia os
mais fortes (ou maduros) e os mais fracos (ou imaturos). Paulo deixa bem claro que os mais fortes não deveriam abusar
de sua liberdade em Cristo para escandalizar os mais débeis na fé. Ele chega a dizer que se o comer carne se tornasse
2. em tropeço para o seu irmão, então ele não mais o faria, pois o Reino de Deus era muito mais do que o simples comer
ou beber, mas consistia em justiça, paz e alegria.
2.1 Justiça. A base da justiça do Reino está no seu próprio Soberano, que é justo (Sl 7.11; 11.7). Esse Deus justo,
justifica todos os integrantes do seu Reino mediante o sacrifício de Cristo (Rm 3.26; 5.1). Ele julga as causas de sua
dominação com justiça, equidade, imparcialidade. Uma vez que fomos justificados, devemos deixar transparecer essa
justiça, a fim de que o mundo injusto se maravilhe diante de um Reino justo. Numa perspectiva escatológica, o Senhor
julgará os salvos, no seu Tribunal (Rm 14.10), e os ímpios também (Ap 20.11-15);
2.2 Paz. A paz que reina no Reino advém do próprio Cristo, que é o Príncipe da Paz (Is 9.6). Não se trata de uma
ausência de guerras ou perturbações externas, até porque a Igreja sempre enfrentou, e ainda enfrenta, tribulações e
perseguições (Jo 16.33; At 14.22). Estamos falando de uma paz interior gerada pelo Espírito Santo nos salvos em Cristo
(Gl 5.22). É uma quietude incondicional, que nos leva a descansar em meio a tormenta. Destacamos os três principais
aspectos desta paz:
• Paz com Deus. Alcançada através da conversão a Cristo (Rm 5.1,2; Ef 2.13-17);
• Paz de Deus (Jo 14.26,27; Fp 4.7; Cl 3.15);
• Paz com os homens (Rm 12.18; Ef 4.3,4; Fp 2.4);
Numa perspectiva escatológica, assinalamos que o Reino Milenial de Cristo será de paz universal (Sl 72.7; Is 2.2-4).
2.3 Alegria. Referimo-nos à alegria, ao gozo cujo fundamento é Deus, e que é produzida pelo Espírito Santo (Gl 5.22).
Ela é constante, perene, persistente, incondicional. Prova disso é o fato do apóstolo Paulo ter escrito a carta aos
filipenses, que ficou conhecida como a “Carta da Alegria”, de uma prisão romana. Por diversas vezes, mesmo preso
injustamente, ele recomenda o regozijo para os crentes (Fp 3.1; 4.4,11,12). Diz respeito a um gozo inefável (I Pe 1.8) e
abundante (Rm 15.13). Os integrantes do Reino estão ungidos com o óleo da alegria (Sl 45.7). Enfatizemos algumas
fontes de alegria para os súditos desse Reino:
• A salvação (Sl 13.5; 31.7; Is 61.10);
• Os atos poderosos de Deus (At 8.8);
• O Espírito Santo (Gl 5.22);
• A presença de Deus (Lc 1.47; Sl 16.11; 122.1);
• A bênção de Deus (Sl 126.3; I Ts 3.9);
• A nossa esperança (Rm 12.12; Tt 2.13)
CONCLUSÃO
Vimos que na dispensação presente, o Reino é espiritual e se contrapõe veementemente ao Reino de Satanás.
Os súditos de Cristo estão separados moral e espiritualmente dos súditos do Maligno. Esforcemo-nos, pois, e sigamos
ao Régio Dominador, uma vez que esse Reino tomará proporções universais e subjugará definitivamente todos os seus
inimigos, estando nós, para sempre, ao lado do Rei dos Reis (Dn 2.34,44). Amém!
REFERÊNCIAS
Bíblia de Estudo Pentecostal. Donald C. Stamps. Ed Cpad
O N.T interpretado versículo por versículo. R.N. Champlin. Ed Hagnos
O Fruto do Espírito. Pr Antônio Gilberto. Ed Cpad
O Novo Dicionário da Bíblia. J. D. Douglas. Ed Vida Nova