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Cristo e Sua lei
Lição 7 - Cristo,o fim da leilei 10 a 17 de maio
Sábado à tarde
VERSO PARA MEMORIZAR:
"O fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê" (Rm 10:4).
Leituras da Semana:
Rm 5:12-21; 6:15-23; 7:13-25; 9:30–10:4; Gl 3:19-24
Uma revista bem conhecida publicou um anúncio de página inteira com um
título que dizia: "Alcance a imortalidade! (não estamos brincando)." Em
certo sentido, eles estavam brincando, porque o anúncio continuava
dizendo: "Para descobrir como deixar um legado de caridade que faça
doações em seu nome para sempre, contate-nos e solicite nosso livro
gratuito".
Escritores, estudiosos, filósofos e teólogos, ao longo dos séculos, têm
lutado com a questão da morte e do que a morte faz com o sentido da
nossa vida. Por isso, o anúncio foi uma forma inteligente de ajudar as
pessoas a lidar com sua mortalidade, ainda que, no fim das contas, essa
estratégia se mostrasse infrutífera.
Em contrapartida, o Novo Testamento mostra a única maneira de alcançar
a imortalidade, e esta é por intermédio da fé em Jesus. Não é pela
observância da lei, ainda que devamos guardar a lei. De fato, a obediência
à lei não está em conflito com a graça. Ao contrário, como resultado de ter
recebido a graça, devemos obedecer à lei.
Nesta semana continuaremos estudando a lei e a graça.
Participe do projeto "Reavivados por Sua Palavra": acesse o site
www.reavivadosporsuapalavra.org/.
Domingo
Onde aumentou o pecado (Rm 5:12-21)
Embora aponte pecados, a lei é impotente para livrar-nos deles. No
entanto, essa mesma impotência nos mostra nossa necessidade de Jesus, a
única solução para o pecado.
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1. Leia Romanos 5:12-21. De que forma a mensagem da graça de
Deus é revelada nessa passagem?
Observe nessa passagem a constante associação entre o pecado e a morte.
Repetidamente eles aparecem em relação imediata um com o outro. Por
isso, o pecado, a transgressão da lei de Deus, leva à morte.
Agora leia Romanos 5:20. Quando a lei "foi introduzida" (NVI), abundou o
pecado, no sentido de que a lei definiu claramente o que é o pecado. No
entanto, em vez de trazer o resultado natural do pecado, que é a morte,
Paulo diz o seguinte: "Onde abundou o pecado, superabundou a graça".
Em outras palavras, não importa quão perverso seja o pecado, a graça de
Deus é suficiente para cobri-lo na vida dos que clamam Suas promessas
pela fé.
Influenciados pela tradução de 1 João 3:4, que diz: "pecado é a
transgressão da lei", muitos restringem o pecado à transgressão dos Dez
Mandamentos apenas. No entanto, uma tradução mais literal é: "o pecado
é iniquidade" ([ARC]; anomia). Tudo o que contraria os princípios de Deus
é pecado. Assim, embora os Dez Mandamentos ainda não tivessem sido
formalmente revelados quando Adão comeu o fruto proibido, ele
desobedeceu uma ordem de Deus (Gn 2:17) e se tornou,
consequentemente, culpado de pecado. Na verdade, foi por meio do
pecado de Adão que a maldição da morte afetou todas as gerações da
humanidade (Rm 5:12, 17, 21).
Em contraste com a infidelidade de Adão, a fidelidade de Jesus à lei de
Deus resultou na esperança de vida eterna. Embora tentado, Jesus jamais
cedeu ao pecado (Hb 4:15). Em Romanos, Paulo exalta a perfeita
obediência de Jesus, que resultou em vida eterna (Rm 5:18-21) para os
que a aceitam. Como segundo Adão, Jesus obedeceu plenamente à lei e
quebrou a maldição da morte. Sua justiça pode se tornar a justiça do
cristão. Uma pessoa condenada à morte por herdar o pecado do primeiro
Adão pode abraçar o dom da vida, aceitando a justiça de Jesus, o segundo
Adão.
Segunda
Lei e graça (Rm 6:15-23)
Um dos conceitos mais difíceis de compreender é o contínuo papel da lei
para a pessoa salva pela graça. Se o cristão alcança a justiça ao aceitar a
suficiência da vida e morte de Jesus, por que ainda é necessário guardar a
lei? Essa questão oferece outra oportunidade de repetir um ponto-chave: a
lei nunca foi destinada a prover salvação. Sua função (após a queda) é
definir o pecado. No entanto, a cruz não nega a necessidade de se
obedecer à lei de Deus, da mesma forma que uma pessoa perdoada em
relação à infração do limite de velocidade não pode continuar a transgredir
essa regra.
2. De acordo com Romanos 6:12, 15-23, quais são as implicações
de se viver uma vida de graça? Considere especialmenteRm 6:12,
15, 17.
A graça e a lei não são contrárias. Elas não negam uma à outra. Em vez
disso, são fortemente ligadas. A lei, uma vez que não pode nos salvar,
mostra por que precisamos da graça. A graça não se opõe à lei, mas à
morte. Nosso problema não é a lei em si, mas a morte eterna, que resultou
da transgressão da lei.
Paulo advertiu os cristãos para que fossem cuidadosos em não usar o
prometido dom da graça para desculpar o pecado (Rm 6:12, 15). Porque o
pecado é definido por intermédio da lei, quando Paulo orienta os cristãos a
não pecar, está basicamente dizendo-lhes: Guardem a lei, obedeçam aos
mandamentos!
"Paulo sempre exaltou a lei divina. Ele havia mostrado que não há poder na
lei para salvar os homens da penalidade da desobediência; que os
pecadores precisam arrepender-se de seus pecados, e humilhar-se perante
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Deus, em cuja justa ira incorreram pela transgressão de Sua lei, e precisam
também exercer fé no sangue de Cristo como o único meio de perdão"
(Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 393).
Por que é tão fácil ser enganado pelo pensamento de que, se não somos
salvos pela lei, já não temos que obedecê-la?
Terça
Miserável homem! (Rm 7:21-25)
3. Leia Romanos 7:13-25. Como devemos entender esses versos?
Paulo estava falando de um homem não convertido, ou essa é a
experiência de um convertido? Que razões você pode dar para sua
resposta?
Se você estava inseguro quanto à definição da pessoa mencionada nesses
versos, você não está sozinho. Os teólogos também lutaram com essa
questão ao longo dos séculos. A pessoa descrita nesse texto é alguém que
tem prazer na lei de Deus (dificilmente daria a impressão de ser incrédulo),
mas que parece ser escravo do pecado (o que não faz sentido, porque foi
prometido aos cristãos poder sobre o pecado). O SDA Bible Commentary
[Comentário Bíblico Adventista], depois de considerar os argumentos de
ambos os lados, diz: "Aparentemente, o propósito principal de Paulo nessa
passagem é mostrar a relação entre a lei, o evangelho e a pessoa que foi
despertada para intensas lutas contra o pecado, em preparação para a
salvação. A mensagem de Paulo é que, embora a lei possa servir para
precipitar e intensificar a luta, somente o evangelho de Jesus Cristo pode
trazer vitória e alívio" (v. 6, p. 554).
Não importa como vemos esses versos, devemos sempre lembrar que a
pessoa que luta com o pecado ainda é capaz de fazer escolhas certas. Se
esse não fosse o caso, todas as promessas paulinas (e também de outros
autores) acerca do poder sobre o pecado não teriam sentido. Além disso,
como Mateus 5 demonstra, geralmente o pecado começa antes que um ato
seja cometido. Consequentemente, uma pessoa transgride a lei
simplesmente por pensar em algo pecaminoso. Normalmente, essa
realidade poderia ser uma fonte de frustração. No entanto, no contexto de
Romanos 7, o indivíduo pode estar desamparado, mas não está
desesperado. Para a pessoa que vive no Espírito, a lei sempre presente
serve como constante lembrete de que a libertação da condenação é
alcançada por meio de Jesus (Rm 7:24–8:2).
Existem semelhanças entre os versos bíblicos para hoje e sua experiência
com o Senhor? Apesar de suas lutas, como você pode experimentar a
mesma esperança que Paulo expressou?
Quarta
A finalidade da lei (Rm 9:30–10:4)
O título da lição desta semana vem de Romanos 10:4: "O fim da lei é
Cristo". Muitos dos que foram condicionados a pensar negativamente sobre
a lei interpretam automaticamente o texto da seguinte forma: "Cristo
tornou a lei obsoleta". No entanto, essa interpretação contradiz as muitas
referências no livro de Romanos e em outras partes do Novo Testamento
que falam sobre a contínua relevância da lei.
4. Leia Romanos 9:30–10:4. De que modo a salvação é pela fé e
não pela lei?
Assim como acontece com o restante da epístola aos Romanos, o propósito
de Paulo nesses versos era demonstrar a verdadeira fonte da justiça. A lei é
um indicador de justiça, mas é impotente para tornar justas as pessoas.
Por isso, Paulo retratou um paradoxo: as nações (gentios), que nem sequer
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se esforçavam pela justiça, a obtiveram, enquanto Israel, que se esforçava
para observar a justa lei, não a obteve. Paulo não estava excluindo os
judeus da justiça, nem estava dizendo que todos os não judeus eram
justos. Ele estava simplesmente dizendo que a lei não traz justiça a um
pecador, seja judeu ou gentio.
Muitos judeus eram sinceros em seu desejo de justiça, mas sua busca foi
em vão (Rm 10:2). Eles eram zelosos em servir a Deus, mas queriam fazer
isso do seu jeito. Eles haviam tomado um objeto da revelação de Deus (a
lei) e confundido com a fonte de sua salvação. Por mais que a lei seja boa,
não é boa o suficiente para salvar alguém. Na verdade, em lugar de tornar
justa uma pessoa, a lei destaca a pecaminosidade dessa pessoa. Ela
aumenta a necessidade de justiça. Por isso, Paulo descreveu Cristo como o
"fim" da lei. Ele não é o "fim" no sentido de acabar com a lei, mas no
sentido de ser a "finalidade" da lei, Aquele para quem a lei aponta. A lei
conduz o pecador a Cristo quando aquele se arrepende e olha para o
Salvador em busca de salvação. A lei lembra a todos os cristãos de que
Cristo é a nossa justiça (Rm 10:4).
As pessoas que encaram a lei seriamente estão sempre em perigo de cair
no legalismo e de procurar "estabelecer a sua própria" justiça (Rm 10:3). À
medida que procuramos obedecer à lei de Deus, como evitar cair nessa
armadilha sutil?
Quinta
O tutor (Gl 3:19-24)
Em harmonia com o livro de Romanos, Paulo tem o cuidado de estipular em
Gálatas que o objetivo da lei é definir o pecado e não justificar as pessoas
(Gl 3:19, 21).
5. Leia Gálatas 3:23, 24. Que imagens Paulo usou para descrever o
propósito da lei? Qual é o significado dessas imagens?
Dependendo da tradução, a lei é identificada no verso 24 como "aio",
"professor", "capataz", "tutor" e "guardião", entre outras designações. O
termo grego se refere a um escravo empregado por um indivíduo rico para
ser o disciplinador de seu filho. A responsabilidade do tutor era garantir que
o filho aprendesse a autodisciplina. Embora fosse um escravo, o tutor
recebia a autoridade para fazer o que fosse necessário para manter o filho
dentro das normas, mesmo que isso significasse castigo físico. Quando o
filho chegasse à idade adulta, o tutor não mais tinha autoridade sobre ele.
6. À luz da explicação do papel do tutor, qual é o propósito da lei
para alguém que recebeu a salvação em Cristo?
Embora o tutor não mais tivesse autoridade sobre o filho adulto, esperava-
se que as lições que o filho havia aprendido o habilitassem a tomar
decisões maduras. Da mesma forma, ainda que o cristão não esteja sob o
poder de condenação da lei, como alguém que alcançou a maturidade, ele
deve governar suas ações de acordo com os princípios da lei.
Além de seu papel como tutor, a lei também funcionava como guardião que
protegia o crente até que "viesse a fé" (Gl 3:23). Aqui, novamente, vemos
que Cristo é o "fim", o objetivo, ou finalidade, da lei. Paulo apresentou esse
ponto explicitamente, quando disse que a lei nos conduziu a Cristo, "a fim
de que fôssemos justificados por fé" (v. 24).
Leia atentamente Gálatas 3:21. Quais palavras deveriam acabar com a
ideia de que podemos ser salvos pela obediência à lei? Por que isso é uma
notícia tão boa? Comente com a classe.
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Sexta
Estudo adicional
"A lei nos revela o pecado, levando-nos a sentir nossa necessidade de
Cristo e a fugir para Ele em busca de perdão e paz mediante o exercício do
arrependimento para com Deus e fé em nosso Senhor Jesus Cristo. [...]
"A lei dos Dez Mandamentos não deve ser considerada tanto do lado
proibitivo, como do lado da misericórdia. Suas proibições são a segura
garantia de felicidade na obediência. Recebida em Cristo, ela realiza em nós
a purificação do caráter que nos trará alegria através dos séculos da
eternidade. Para os obedientes ela é um muro de proteção. Contemplamos
nela a bondade de Deus que, revelando aos homens os imutáveis princípios
da justiça, procura resguardá-los dos males que resultam da transgressão"
(Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 234, 235).
Perguntas para reflexão
1. Comente sobre a esperança encontrada em Gálatas 3:21. Como o
evangelho é claramente apresentado ali? Por que esse texto é o antídoto
para o legalismo?
2. Muitos indivíduos bem-intencionados realçam a necessidade de
alcançarmos a "perfeição", se quisermos entrar no reino. Infelizmente, os
que abraçam essa doutrina não apenas promovem a autossuficiência como
chave para a salvação, mas ignoram a natureza pecaminosa do homem. Os
seres humanos possuem tendências herdadas para o pecado e são
constantemente bombardeados com a tentação. Ainda mais preocupante é
o desânimo que pode vir aos que estão constantemente olhando para si
mesmos e para seu desempenho como forma de avaliar sua salvação.
Quem está à altura da santidade de Deus e de Sua lei? Como podemos
evitar as ideias que colocam a esperança da salvação em outras coisas
além do perdão de Cristo?
3. Qual é a finalidade da lei?
Respostas sugestivas: 1. Por meio do pecado de Adão, a morte veio
sobre todos. A lei revelou o pecado e resultou em morte. No entanto, a
justiça, a obediência e o sacrifício de Jesus Cristo anularam a condenação
da lei, oferecendo vida e perdão a todos que aceitam pela fé o segundo
Adão. 2. A graça impede o domínio das paixões pecaminosas em nosso
corpo. Não estamos debaixo da condenação da lei, mas, pela graça, somos
chamados a obedecer aos princípios da lei, contrários ao pecado. A graça
nos livra do caminho do pecado, que leva à morte, e nos conduz no
caminho da santificação, que leva à vida eterna. Viver na graça é deixar de
ser escravo do diabo e se tornar escravo de Jesus. 3. Essa é a experiência
de alguém convertido, que foi perdoado e libertado, mas ainda convive com
a natureza pecaminosa, que tenta exercer domínio por meio das paixões
que estão dentro de nós. Nessa guerra, o segredo da vitória é se manter
em comunhão com o Senhor Jesus Cristo. 4. A justiça é atribuída ao
pecador pela fé na justiça de Cristo, não mediante as obras da lei. A
finalidade da lei é apontar para Cristo como fonte de perdão em relação
aos pecados. Cristo também representa o fim da tentativa de obter
salvação mediante as obras da lei. 5. A lei serviu de aio, de tutor, para
conduzir as pessoas a Cristo. A lei preparou a humanidade para o exercício
da fé em Cristo. NEle, somos libertados da condenação do tutor (a lei) e,
ao mesmo tempo, Cristo grava os princípios do tutor (lei moral) no coração
de Seus filhos, que amadurecem espiritualmente e não vivem mais sob a
contínua condenação da lei. 6. A lei não precisa mais restringir nosso
comportamento nem condená-lo, porque fomos perdoados e
transformados. Ela não mais nos acusa, porque Cristo nos perdoa e
defende. A lei deixa de ser nossa inimiga, visto que seus princípios são
praticados voluntariamente.