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CICLO DA BORRACHA1
O Ciclo da Borracha corresponde ao período da história brasileira em que a extração
e comercialização de látex para produção da borracha foram atividades basilares da
economia. De fato, ocorreram na região central da floresta amazônica, entre os anos de
1879 e 1912, revigorando-se por pouco tempo entre 1942 e 1945. Neste período,
conhecido como “Belle Époque Amazônica” que vai de 1890 a 1920, cidades como
Manaus, Porto Velho e Belém, tornaram-se as capitais brasileiras mais desenvolvidas,
com eletricidade, sistema de água encanada e esgotos, museus e cinemas, construídos
sob influência europeia. Contudo, os dois períodos de “ciclos da borracha” acabaram de
maneira repentina, o que se agravou pela falta de políticas públicas para
desenvolvimento da região.
Principais Causas e Consequências
A demanda provocada pela Revolução Industrial, fez da borracha natural um produto
super valorizado, especialmente após o advento do processo de vulcanização, um
tratamento industrial que elimina as impurezas da coagulação, tornando a borracha um
bom material para ser utilizado em pneus de automóveis, motocicletas e bicicletas, bem
como na fabricação de correias, mangueiras, solas de sapatos, etc.
Ciclo da Borracha
.Nesse período, cerca de 40% de toda a
exportação brasileira era proveniente da
Amazônia, paga em libra esterlina (£), a moeda do
Reino Unido.
Como consequência deste “boom”, muitas
vilas e povoados ribeirinhos surgiram e as cidades
que já existiam prosperaram e cresceram,
desenvolvendo desde infraestruturas básicas,
como escolas e hospitais, até as mais suntuosas,
como hotéis de luxo e teatros.
IMAGEM 012
Além do desenvolvimento socioeconômico, centenas de milhares de trabalhadores,
sobretudo do nordeste, migraram para a região, resolvendo em partes o problema de
povoamento.
1
Disponível no site https://www.todamateria.com.br/ciclo-da-borracha/ Acesso 25 de maio de 2018.
2
Seringueiro extraindo látex (ilustração de Percy Lau). Disponível no site http://www.historia-
brasil.com/republica/ciclo-borracha.htm Acesso 25 de maio de 2018.
Contexto Histórico
Em 1495, Cristóvão Colombo já anunciava a borracha brasileira; contudo, a
economia regional da colônia para Amazônia ficou restrita ao extrativismo das “Drogas
do Sertão”. Somente em 1743, quando o naturalista francês Charles Marie la Condamine
descreveu o processo de extração e fabricação da goma de látex é que a borracha
despertou interesses comerciais. Portanto, em 1763, químicos franceses descobrem
como dissolver borracha com terebintina e éter e, em 1770, Joseph Priestley cria a
borracha para apagar grafite.
A partir do início do século XIX, a exploração da borracha já era uma realidade: em
1803, na cidade de Paris, era fundada a primeira fábrica de produtos de borracha; em
1823, o inglês Thomas Hancock cria o elástico e, em 1839, Charles Goodyear
desenvolve o processo de vulcanização, tornando o látex um material viável para
utilização industrial.
PRIMEIRO CICLO DA BORRACHA3
Este ciclo teve o seu centro na região amazônica, proporcionando grande expansão
da colonização, atraindo riqueza e causando transformações culturais e sociais, além de
dar grande impulso às cidades de Manaus, Porto Velho e Belém, até hoje maiores
centros e capitais de seus Estados, Amazonas, Rondônia e Pará, respectivamente. No
mesmo período foi criado o Território Federal do Acre, atual Estado do Acre, cuja área
foi adquirida da Bolívia por meio de uma compra por 2 milhões de libras esterlinas em
1903. O ciclo da borracha viveu seu auge entre 1879 a 1912, tendo depois
experimentado uma sobrevida entre 1942 e 1945 durante a II Guerra Mundial (1939-
1945).
LINHAS GERAIS
Região da Amazônia, palco do ciclo da borracha. É visível parte do Brasil e da
Bolívia, além dos rios Madeira, Mamoré e Guaporé, perto dos quais construiu-se a
Estrada de Ferro Madeira Mamoré. A primeira fábrica de produtos de borracha (ligas
elásticas e suspensórios) surgiu na França, em Paris, no ano de 1803. Contudo, o
material ainda apresentava algumas desvantagens: à temperatura ambiente, a goma
mostrava-se pegajosa.
Com o aumento da temperatura, a goma ficava ainda mais mole e pegajosa, ao
passo que a diminuição da temperatura era acompanhada do endurecimento e rigidez
da borracha. Foram os índios centro-americanos os primeiros a descobrir e fazer uso
das propriedades singulares da borracha natural. Entretanto, foi na floresta amazônica
que de fato se desenvolveu a atividade da extração da borracha, a partir da seringa ou
3 Disponível no site https://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-do-brasil/ciclo-da-borracha Acesso 25
de maio de 2018.
seringueira (Hevea brasiliensis), uma árvore que pertence à família das Euphorbiaceae,
também conhecida como árvore da fortuna.
Durante os primeiros quatro séculos e meio do descobrimento, como não foram
encontradas riquezas de ouro ou minerais preciosos na Amazônia, as populações da
hiléia brasileira viviam praticamente em isolamento, porque nem a coroa portuguesa e,
posteriormente, nem o império brasileiro conseguiram concretizar ações governamentais
que incentivassem o progresso na região. Vivendo do extrativismo vegetal, a economia
regional se desenvolveu por ciclos (Drogas do Sertão), acompanhando o interesse do
mercado nos diversos recursos naturais da região. Para extração da borracha neste
período, acontece uma migração de nordestinos, pricipalmente do Ceará, pois o estado
sofria as consequências das secas do final do século XIX.
BORRACHA, LUCRO CERTO
O desenvolvimento tecnológico e a Revolução Industrial, na Europa, foram o estopim
que fizeram da borracha natural, até então um produto exclusivo da Amazônia, um
produto muito procurado e valorizado, gerando lucros e dividendos a quem quer que se
aventurasse neste comércio. Desde o início da segunda metade do século XIX, a
borracha passou a exercer forte atração sobre empreendedores visionários. A atividade
extrativista do látex na Amazônia revelou-se de imediato muito lucrativa. A borracha
natural logo conquistou um lugar de destaque nas indústrias da Europa e da América do
Norte, alcançando elevado preço. Isto fez com que diversas pessoas viessem ao Brasil
na intenção de conhecer a seringueira e os métodos e processos de extração, a fim de
tentar também lucrar de alguma forma com esta riqueza. A partir da extração da borracha
surgiram várias cidades e povoados, depois também transformados em cidades. Belém
e Manaus, que já existiam, passaram então por importante transformação e urbanização.
Manaus foi a primeira cidade brasileira a ser urbanizada e a segunda a possuir energia
elétrica – a primeira foi Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro.
FERROVIA DA BORRACHA
A idéia de construir uma ferrovia nas margens dos rios Madeira e Mamoré surgiu na
Bolívia, em 1846. Como o país não tinha como escoar a produção de borracha por seu
território, era necessário criar alguma alternativa que possibilitasse exportar a borracha
através do Oceano Atlântico. A idéia inicial optava pela via da navegação fluvial, subindo
o rio Mamoré em território boliviano e depois pelo rio Madeira, no Brasil. Mas o percurso
fluvial tinha grandes obstáculos: vinte cachoeiras impediam a navegação. E foi aí que
cogitou-se a construção de uma estrada de ferro que cobrisse por terra o trecho
problemático. Em 1867, no Brasil, também visando encontrar algum meio que
favorecesse o transporte da borracha, os engenheiros José e Francisco Keller
organizaram uma grande expedição, explorando a região das cachoeiras do rio Madeira
para delimitar o melhor traçado, visando também a instalação de uma ferrovia.
Embora a idéia da navegação fluvial fosse complicada, em 1869, o engenheiro
estadunidense George Earl Church obteve do governo da Bolívia a concessão para criar
e explorar uma empresa de navegação que ligasse os rios Mamoré e Madeira. Mas, não
muito tempo depois, vendo as dificuldades reais desta empreitada, os planos foram
definitivamente mudados para a construção de uma ferrovia. As negociações avançam
e, ainda em 1870, o mesmo Church recebe do governo brasileiro a permissão para
construir então uma ferrovia ao longo das cachoeiras do Rio Madeira.
MADEIRA-MAMORÉ
IMAGEM 03:Bolas de borracha,na Estação de Abunã da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré,Município
de Porto Velho (atual Rondônia), em 1911. O látex da seringueira era convertido em borracha por um
processo de defumação.
Disponível no site http://www.historia-brasil.com/republica/ciclo-borracha.htm Acesso 25 de maio de
2018.
A ferrovia Madeira-Mamoré, também conhecida como Ferrovia do Diabo por ter
causado a morte de cerca de seis mil trabalhadores (comenta a lenda que foi um
trabalhador morto para cada dormente fixado nos trilhos), foi encampada pelo
megaempresário estadunidense Percival Farquhar. A construção da ferrovia iniciou-se
em 1907 durante o governo de Affonso Penna e foi um dos episódios mais significativos
da história da ocupação da Amazônia, revelando a clara tentativa de integrá-la ao
mercado mundial através da comercialização da borracha. Em 30 de abril de 1912 foi
inaugurado o último trecho da estrada de ferro Madeira-Mamoré. Tal ocasião registra a
chegada do primeiro comboio à cidade de Guajará-Mirim, fundada nessa mesma data.
Mas o destino da ferrovia que foi construída com o propósito principal de escoar a
borracha e outros produtos da região amazônica, tanto da Bolívia quanto do Brasil, para
os portos do Atlântico, e que dizimara milhares de vidas, foi o pior possível.
Primeiro, porque o preço do látex caiu vertiginosamente no mercado mundial,
inviabilizando o comércio da borracha da Amazônia. Depois, devido ao fato de que o
transporte de outros produtos que poderia ser feito pela Madeira-Mamoré foi deslocado
para outras duas estradas de ferro (uma delas construída no Chile e outra na Argentina)
e para o Canal do Panamá, que entrou em atividade em 15 de Agosto de 1914. Alie-se
a esta conjuntura o fator natureza: a própria floresta amazônica, com seu alto índice de
precipitação pluviométrica, se encarregou de destruir trechos inteiros dos trilhos, aterros
e pontes, tomando de volta para si grande parte do trajeto que o homem insistira em abrir
para construir a Madeira-Mamoré.
A ferrovia foi desativada parcialmente na década de 1930 e totalmente em 1972, ano
em que foi inaugurada a Rodovia Transamazônica (BR-230). Atualmente, de um total de
364 quilômetros de extensão, restam apenas 7 quilômetros ativos, que são utilizados
para fins turísticos. A população rondoniense luta para que a tão sonhada revitalização
da EFMM saia do papel, mas até à data 1º de dezembro de 2006 a obra ainda nem havia
começado. A falta de interesse dos órgãos públicos, em especial das prefeituras, e a
burocracia impedem o projeto.
APOGEU, REQUINTE E LUXO
Belém, capital do Estado do Pará, assim como Manaus, capital do Estado do
Amazonas, eram na época consideradas cidades brasileiras das mais desenvolvidas e
umas das mais prósperas do mundo, principalmente Belém, não só pela sua posição
estratégica – quase no litoral -, mas também porque sediava um maior número de
residências de seringalistas, casas bancárias e outras importantes instituições que
Manaus. Ambas possuíam luz elétrica e sistema de água encanada e esgotos. Viveram
seu apogeu entre 1890 e 1920, gozando de tecnologias que outras cidades do sul e
sudeste do Brasil ainda não possuíam, tais como bondes elétricos, avenidas construídas
sobre pântanos aterrados, além de edifícios imponentes e luxuosos, como o requintado
Teatro Amazonas, o Palácio do Governo, o Mercado Municipal e o prédio da Alfândega,
no caso de Manaus, e o mercado de peixe, mercado de ferro, Teatro da Paz, corredores
de mangueiras, diversos palacetes residenciais no caso de Belém, construídos em boa
parte pelo intendente Antônio Lemos.
A Amazônia era responsável, nessa época, por quase 40% de toda a exportação
brasileira. Os novos ricos de Manaus tornaram a cidade a capital mundial da venda de
diamantes. Graças à borracha, a renda per capita de Manaus era duas vezes superior à
da região produtora de café (São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo). Moeda da
borracha: libra esterlina: como forma de pagamento pela exportação da borracha, os
seringalistas recebiam em libra esterlina (£), moeda do Reino Unido, que inclusive era a
mesma que circulava em Manaus e Belém durante a Belle Époque amazônica.
O FIM DO MONOPÓLIO AMAZÔNICO
A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, terminada em 1912, já chegava tarde. A
Amazônia já estava perdendo a primazia do monopólio de produção da borracha porque
os seringais plantados pelos ingleses na Malásia, no Ceilão e na África tropical, com
sementes oriundas da própria Amazônia, passaram a produzir látex com maior eficiência
e produtividade. Conseqüentemente, com custos menores e preço final menor, o que os
fez assumir o controle do comércio mundial do produto. A borracha natural da Amazônia
passou a ter um preço proibitivo no mercado mundial, tendo como reflexo imediato a
estagnação da economia regional. A crise da borracha tornou-se ainda maior porque a
falta de visão empresarial e governamental resultou na ausência de alternativas que
possibilitassem o desenvolvimento regional, tendo como conseqüência imediata a
estagnação também das cidades.
A Malásia, que investiu no plantio de seringueiras e em técnicas de extração do látex,
foi a principal responsável pela queda do monopólio brasileiro. A partir do final da década
de 1920, Henry Ford, o pioneiro da indústria americana de automóveis, empreendeu o
cultivo de seringais na Amazônia criando 1927 a cidade de Fordlândia e posteriormente
(1934) Belterra, no Oeste do Pará, especialmente para este fim, com técnicas de cultivo
e cuidados especiais, mas a iniciativa não logrou êxito já que a plantação foi atacada por
uma praga na folhagem conhecida como mal-de-folhas, causada pelo fungo Microcyclus
ulei.
SEGUNDO CICLO DA BORRACHA4
O segundo ciclo da borracha deu-se durante a segunda grande guerra enquanto a
rota malasiana estava fechada pelo Japão.Os Estados Unidos da América investiu 300
milhões de dólares na Amazônia e criou o B.C.B. (Banco de Crédito da Borracha) para
administrar esse dinheiro e para influenciar politicagens futuras.O acordo de Washington,
fruto dessa politicagem, serviu para o Brasil vender mais barato para os E.U.A.: aço,
ferro e borracha. Com isso houve a criação dos “soldados da borracha” para uma
produção em grande escala com a finalidade de sustentar os soldados na Itália.
SEGUNDO CICLO-ESQUEMA EXPLICATIVO
4 Disponível no site https://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/ciclo-da-borracha-e-a-amazonia-atual
Acesso 25 de maio de 2018.
SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Japão invade a Malásia - 1942
(maior fornecedora de borracha natural aos “Aliados”)
Brasil
O Brasil produziria borrachaem
grande quantidade numperíodo de 5
anos. “O vazio demográfico precisa
ser habitado”
EUA
-Financiaram a reativaçãodos seringais.
-Comprariam a produção da borracha até
1947
Acordos de Washington
(3 de março de 1942
“O Acre volta a produzir borracha em grande quantidade,
dessa vez, para subsidiar a indústria de cadáveres”
-Três eram as principais matérias-primas da indústria
bélicana época da 2° Guerra: aço, petróleo e borracha. Com
ainvasão da Malásia pelos japoneses, o grande problema
paraos
“aliados” passou a ser a diminuição nos estoques
deborracha. A borracha foi considerada “nervo
da guerra ”.- Os Acordos de Washington pôs fim às
ambigüidades dapolítica externa adotadas por Getúlio
Vargas, que vez poroutra se aproximava do Eixo. A partir da
assinatura, o Brasilse posicionar a favor dos Aliados.
- O s comerciantesde Manaus e Belém foram
contraqualquer tentativa por parte do Governo Federal de
umsistema de aviamento direto para os seringais.
Os nordestinos foram forçados a fazer a seguinte opção:ou ir para
as trincheirasou ir para o Acre.- O nordeste foi mais uma vez o
grande fornecedor de mão-de-obra para a produçãode borracha.
Uma grande seca (1942), assim como no primeiro ciclo,
contribuiupara a migração.- Migraram p
ara a região gumífera cerca de 50 mil “soldados da borracha”. Os
cearenses também eram conhecidos com o arigós
– aves de arribação.- O número de
“Soldados da Borracha” representa mais que o dobrode brasileiros
(“pracinhas”) enviados para a Europa.
- Os nordestinos emigraram sob o controle do governo brasileiro,
que financioutodos os gastos com o transporte. Além disso,
fornecia o material logístico básicopara a sobrevivência no
seringal.- O Governo exigiu que os seringalistas assinassem um
contrato de trabalho com oseringueiro, a fim de garantir direitos
básicos a esse último, tão explorado no 1°Ciclo da Borracha . Tal
medida não saiu do “papel”.
- Foi fundado com capital norte-americano e brasileiro;- Reativou antigos seringais e criou
novas zonas de produção;- Financiou e comprou a borracha produzida nos seringais
acreanos, exercendoumverdadeiro monopólio nessa atividade.- Contribuiu para melhorar
o sistema de transporte.- Combateu a utilização da machadinha para o corte da seringa,
considerado-a uminstrumentopredatório.-Tentousubstituir o defumador pela coagulação
química do látex.- De certo modo, substituiu as Casas Aviadoras, que tiveram papel
secundário nessesegundo ciclo.- Osucesso do banco como agente de financiamentofoi
incontestável
SEMTA Criação do Serviço de
Encaminhamento de trabalhadores
para a Amazônia
-CAETA Criação da Comissão
Administrativa do Encaminhamento
de Trabalhadores para a Amazônia
-BANCO DE CRÉDITO DA BORRACHA
-SAVA Superintendência para o
abastecimento do Vale Amazônico
Com a reabertura da rota malasiana, os Estados Unidos suspenderam os
investimentos na Amazônia e para completar a desgraça, ainda inventaram a borracha
sintética.Na década de 50 houve um outro incentivo à produção de borracha, pelo
governo brasileiro, para abastecer o mercado interno e a criação de um polo calçadista,
afinal os europeus pagavam caro por um luxo a mais. A Zona Franca de Manaus, que
fazia parte de uma política nacional de integração da Amazônia ao Brasil, iniciou-se
como uma área de livre comércio que pela ausência de política se tornou uma área de
contrabando.
Com a criação da SUFRAMA, a ZFM teria 30 anos de incentivos fiscais e territórios
doados pelo governo federal. A Zona Franca de Manaus teve duas fases: a implantação
do parque industrial, mão-de-obra barata e a fase comercial, reserva de mercado.
Fernando Collor de Melo decretou o fim da nossa reserva de mercado, acarretando
assim uma grande perda de emprego, mas estamos ainda nos reerguendo.
Apontamentos finais: Os finais abruptos do primeiro e do segundo ciclo da borracha
demonstraram a incapacidade empresarial e falta de visão da classe dominante e dos
políticos da região. O final da guerra conduziu, pela segunda vez, à perda da chance de
fazer vingar esta atividade econômica. Não se fomentou qualquer plano de efetivo
desenvolvimento sustentado na região, o que gerou reflexos imediatos: assim que
terminou a Segunda Guerra Mundial, tanto as economias de vencedores como de
vencidos se reorganizaram na Europa e na Ásia, fazendo cessar novamente as
atividades nos velhos e ineficientes seringais da Amazônia.
A partir de 1945, com o fim da guerra, a produção da borracha no Acre entrou
novamente em crise, principalmente pela queda do preço da goma elástica no mercado
internacional. No entanto, a borracha continuou a ser o principal produto de exportação
do Acre.- Pelo menos 20 mil seringueiros morreram seringais. OBS: nas trincheiras
européias, apenas 450 “pracinhas” perderam a vida.
- A Constituição de 1988 prevê a concessão de dois salários mínimos aos soldados
da borracha, sem direito à13° salário.
- Até hoje os SOLDADOS DA BORRACHA lutam por uma aposentadoria equivalente
ao dos “pracinhas” que guerrearam na Itália

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Ciclo da borracha transforma economia da Amazônia

  • 1. CICLO DA BORRACHA1 O Ciclo da Borracha corresponde ao período da história brasileira em que a extração e comercialização de látex para produção da borracha foram atividades basilares da economia. De fato, ocorreram na região central da floresta amazônica, entre os anos de 1879 e 1912, revigorando-se por pouco tempo entre 1942 e 1945. Neste período, conhecido como “Belle Époque Amazônica” que vai de 1890 a 1920, cidades como Manaus, Porto Velho e Belém, tornaram-se as capitais brasileiras mais desenvolvidas, com eletricidade, sistema de água encanada e esgotos, museus e cinemas, construídos sob influência europeia. Contudo, os dois períodos de “ciclos da borracha” acabaram de maneira repentina, o que se agravou pela falta de políticas públicas para desenvolvimento da região. Principais Causas e Consequências A demanda provocada pela Revolução Industrial, fez da borracha natural um produto super valorizado, especialmente após o advento do processo de vulcanização, um tratamento industrial que elimina as impurezas da coagulação, tornando a borracha um bom material para ser utilizado em pneus de automóveis, motocicletas e bicicletas, bem como na fabricação de correias, mangueiras, solas de sapatos, etc. Ciclo da Borracha .Nesse período, cerca de 40% de toda a exportação brasileira era proveniente da Amazônia, paga em libra esterlina (£), a moeda do Reino Unido. Como consequência deste “boom”, muitas vilas e povoados ribeirinhos surgiram e as cidades que já existiam prosperaram e cresceram, desenvolvendo desde infraestruturas básicas, como escolas e hospitais, até as mais suntuosas, como hotéis de luxo e teatros. IMAGEM 012 Além do desenvolvimento socioeconômico, centenas de milhares de trabalhadores, sobretudo do nordeste, migraram para a região, resolvendo em partes o problema de povoamento. 1 Disponível no site https://www.todamateria.com.br/ciclo-da-borracha/ Acesso 25 de maio de 2018. 2 Seringueiro extraindo látex (ilustração de Percy Lau). Disponível no site http://www.historia- brasil.com/republica/ciclo-borracha.htm Acesso 25 de maio de 2018.
  • 2. Contexto Histórico Em 1495, Cristóvão Colombo já anunciava a borracha brasileira; contudo, a economia regional da colônia para Amazônia ficou restrita ao extrativismo das “Drogas do Sertão”. Somente em 1743, quando o naturalista francês Charles Marie la Condamine descreveu o processo de extração e fabricação da goma de látex é que a borracha despertou interesses comerciais. Portanto, em 1763, químicos franceses descobrem como dissolver borracha com terebintina e éter e, em 1770, Joseph Priestley cria a borracha para apagar grafite. A partir do início do século XIX, a exploração da borracha já era uma realidade: em 1803, na cidade de Paris, era fundada a primeira fábrica de produtos de borracha; em 1823, o inglês Thomas Hancock cria o elástico e, em 1839, Charles Goodyear desenvolve o processo de vulcanização, tornando o látex um material viável para utilização industrial. PRIMEIRO CICLO DA BORRACHA3 Este ciclo teve o seu centro na região amazônica, proporcionando grande expansão da colonização, atraindo riqueza e causando transformações culturais e sociais, além de dar grande impulso às cidades de Manaus, Porto Velho e Belém, até hoje maiores centros e capitais de seus Estados, Amazonas, Rondônia e Pará, respectivamente. No mesmo período foi criado o Território Federal do Acre, atual Estado do Acre, cuja área foi adquirida da Bolívia por meio de uma compra por 2 milhões de libras esterlinas em 1903. O ciclo da borracha viveu seu auge entre 1879 a 1912, tendo depois experimentado uma sobrevida entre 1942 e 1945 durante a II Guerra Mundial (1939- 1945). LINHAS GERAIS Região da Amazônia, palco do ciclo da borracha. É visível parte do Brasil e da Bolívia, além dos rios Madeira, Mamoré e Guaporé, perto dos quais construiu-se a Estrada de Ferro Madeira Mamoré. A primeira fábrica de produtos de borracha (ligas elásticas e suspensórios) surgiu na França, em Paris, no ano de 1803. Contudo, o material ainda apresentava algumas desvantagens: à temperatura ambiente, a goma mostrava-se pegajosa. Com o aumento da temperatura, a goma ficava ainda mais mole e pegajosa, ao passo que a diminuição da temperatura era acompanhada do endurecimento e rigidez da borracha. Foram os índios centro-americanos os primeiros a descobrir e fazer uso das propriedades singulares da borracha natural. Entretanto, foi na floresta amazônica que de fato se desenvolveu a atividade da extração da borracha, a partir da seringa ou 3 Disponível no site https://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-do-brasil/ciclo-da-borracha Acesso 25 de maio de 2018.
  • 3. seringueira (Hevea brasiliensis), uma árvore que pertence à família das Euphorbiaceae, também conhecida como árvore da fortuna. Durante os primeiros quatro séculos e meio do descobrimento, como não foram encontradas riquezas de ouro ou minerais preciosos na Amazônia, as populações da hiléia brasileira viviam praticamente em isolamento, porque nem a coroa portuguesa e, posteriormente, nem o império brasileiro conseguiram concretizar ações governamentais que incentivassem o progresso na região. Vivendo do extrativismo vegetal, a economia regional se desenvolveu por ciclos (Drogas do Sertão), acompanhando o interesse do mercado nos diversos recursos naturais da região. Para extração da borracha neste período, acontece uma migração de nordestinos, pricipalmente do Ceará, pois o estado sofria as consequências das secas do final do século XIX. BORRACHA, LUCRO CERTO O desenvolvimento tecnológico e a Revolução Industrial, na Europa, foram o estopim que fizeram da borracha natural, até então um produto exclusivo da Amazônia, um produto muito procurado e valorizado, gerando lucros e dividendos a quem quer que se aventurasse neste comércio. Desde o início da segunda metade do século XIX, a borracha passou a exercer forte atração sobre empreendedores visionários. A atividade extrativista do látex na Amazônia revelou-se de imediato muito lucrativa. A borracha natural logo conquistou um lugar de destaque nas indústrias da Europa e da América do Norte, alcançando elevado preço. Isto fez com que diversas pessoas viessem ao Brasil na intenção de conhecer a seringueira e os métodos e processos de extração, a fim de tentar também lucrar de alguma forma com esta riqueza. A partir da extração da borracha surgiram várias cidades e povoados, depois também transformados em cidades. Belém e Manaus, que já existiam, passaram então por importante transformação e urbanização. Manaus foi a primeira cidade brasileira a ser urbanizada e a segunda a possuir energia elétrica – a primeira foi Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. FERROVIA DA BORRACHA A idéia de construir uma ferrovia nas margens dos rios Madeira e Mamoré surgiu na Bolívia, em 1846. Como o país não tinha como escoar a produção de borracha por seu território, era necessário criar alguma alternativa que possibilitasse exportar a borracha através do Oceano Atlântico. A idéia inicial optava pela via da navegação fluvial, subindo o rio Mamoré em território boliviano e depois pelo rio Madeira, no Brasil. Mas o percurso fluvial tinha grandes obstáculos: vinte cachoeiras impediam a navegação. E foi aí que cogitou-se a construção de uma estrada de ferro que cobrisse por terra o trecho problemático. Em 1867, no Brasil, também visando encontrar algum meio que favorecesse o transporte da borracha, os engenheiros José e Francisco Keller organizaram uma grande expedição, explorando a região das cachoeiras do rio Madeira para delimitar o melhor traçado, visando também a instalação de uma ferrovia. Embora a idéia da navegação fluvial fosse complicada, em 1869, o engenheiro estadunidense George Earl Church obteve do governo da Bolívia a concessão para criar
  • 4. e explorar uma empresa de navegação que ligasse os rios Mamoré e Madeira. Mas, não muito tempo depois, vendo as dificuldades reais desta empreitada, os planos foram definitivamente mudados para a construção de uma ferrovia. As negociações avançam e, ainda em 1870, o mesmo Church recebe do governo brasileiro a permissão para construir então uma ferrovia ao longo das cachoeiras do Rio Madeira. MADEIRA-MAMORÉ IMAGEM 03:Bolas de borracha,na Estação de Abunã da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré,Município de Porto Velho (atual Rondônia), em 1911. O látex da seringueira era convertido em borracha por um processo de defumação. Disponível no site http://www.historia-brasil.com/republica/ciclo-borracha.htm Acesso 25 de maio de 2018. A ferrovia Madeira-Mamoré, também conhecida como Ferrovia do Diabo por ter causado a morte de cerca de seis mil trabalhadores (comenta a lenda que foi um trabalhador morto para cada dormente fixado nos trilhos), foi encampada pelo megaempresário estadunidense Percival Farquhar. A construção da ferrovia iniciou-se em 1907 durante o governo de Affonso Penna e foi um dos episódios mais significativos da história da ocupação da Amazônia, revelando a clara tentativa de integrá-la ao mercado mundial através da comercialização da borracha. Em 30 de abril de 1912 foi inaugurado o último trecho da estrada de ferro Madeira-Mamoré. Tal ocasião registra a chegada do primeiro comboio à cidade de Guajará-Mirim, fundada nessa mesma data. Mas o destino da ferrovia que foi construída com o propósito principal de escoar a borracha e outros produtos da região amazônica, tanto da Bolívia quanto do Brasil, para os portos do Atlântico, e que dizimara milhares de vidas, foi o pior possível. Primeiro, porque o preço do látex caiu vertiginosamente no mercado mundial, inviabilizando o comércio da borracha da Amazônia. Depois, devido ao fato de que o transporte de outros produtos que poderia ser feito pela Madeira-Mamoré foi deslocado para outras duas estradas de ferro (uma delas construída no Chile e outra na Argentina) e para o Canal do Panamá, que entrou em atividade em 15 de Agosto de 1914. Alie-se a esta conjuntura o fator natureza: a própria floresta amazônica, com seu alto índice de precipitação pluviométrica, se encarregou de destruir trechos inteiros dos trilhos, aterros e pontes, tomando de volta para si grande parte do trajeto que o homem insistira em abrir para construir a Madeira-Mamoré.
  • 5. A ferrovia foi desativada parcialmente na década de 1930 e totalmente em 1972, ano em que foi inaugurada a Rodovia Transamazônica (BR-230). Atualmente, de um total de 364 quilômetros de extensão, restam apenas 7 quilômetros ativos, que são utilizados para fins turísticos. A população rondoniense luta para que a tão sonhada revitalização da EFMM saia do papel, mas até à data 1º de dezembro de 2006 a obra ainda nem havia começado. A falta de interesse dos órgãos públicos, em especial das prefeituras, e a burocracia impedem o projeto. APOGEU, REQUINTE E LUXO Belém, capital do Estado do Pará, assim como Manaus, capital do Estado do Amazonas, eram na época consideradas cidades brasileiras das mais desenvolvidas e umas das mais prósperas do mundo, principalmente Belém, não só pela sua posição estratégica – quase no litoral -, mas também porque sediava um maior número de residências de seringalistas, casas bancárias e outras importantes instituições que Manaus. Ambas possuíam luz elétrica e sistema de água encanada e esgotos. Viveram seu apogeu entre 1890 e 1920, gozando de tecnologias que outras cidades do sul e sudeste do Brasil ainda não possuíam, tais como bondes elétricos, avenidas construídas sobre pântanos aterrados, além de edifícios imponentes e luxuosos, como o requintado Teatro Amazonas, o Palácio do Governo, o Mercado Municipal e o prédio da Alfândega, no caso de Manaus, e o mercado de peixe, mercado de ferro, Teatro da Paz, corredores de mangueiras, diversos palacetes residenciais no caso de Belém, construídos em boa parte pelo intendente Antônio Lemos. A Amazônia era responsável, nessa época, por quase 40% de toda a exportação brasileira. Os novos ricos de Manaus tornaram a cidade a capital mundial da venda de diamantes. Graças à borracha, a renda per capita de Manaus era duas vezes superior à da região produtora de café (São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo). Moeda da borracha: libra esterlina: como forma de pagamento pela exportação da borracha, os seringalistas recebiam em libra esterlina (£), moeda do Reino Unido, que inclusive era a mesma que circulava em Manaus e Belém durante a Belle Époque amazônica. O FIM DO MONOPÓLIO AMAZÔNICO A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, terminada em 1912, já chegava tarde. A Amazônia já estava perdendo a primazia do monopólio de produção da borracha porque os seringais plantados pelos ingleses na Malásia, no Ceilão e na África tropical, com sementes oriundas da própria Amazônia, passaram a produzir látex com maior eficiência e produtividade. Conseqüentemente, com custos menores e preço final menor, o que os fez assumir o controle do comércio mundial do produto. A borracha natural da Amazônia passou a ter um preço proibitivo no mercado mundial, tendo como reflexo imediato a estagnação da economia regional. A crise da borracha tornou-se ainda maior porque a falta de visão empresarial e governamental resultou na ausência de alternativas que possibilitassem o desenvolvimento regional, tendo como conseqüência imediata a estagnação também das cidades.
  • 6. A Malásia, que investiu no plantio de seringueiras e em técnicas de extração do látex, foi a principal responsável pela queda do monopólio brasileiro. A partir do final da década de 1920, Henry Ford, o pioneiro da indústria americana de automóveis, empreendeu o cultivo de seringais na Amazônia criando 1927 a cidade de Fordlândia e posteriormente (1934) Belterra, no Oeste do Pará, especialmente para este fim, com técnicas de cultivo e cuidados especiais, mas a iniciativa não logrou êxito já que a plantação foi atacada por uma praga na folhagem conhecida como mal-de-folhas, causada pelo fungo Microcyclus ulei. SEGUNDO CICLO DA BORRACHA4 O segundo ciclo da borracha deu-se durante a segunda grande guerra enquanto a rota malasiana estava fechada pelo Japão.Os Estados Unidos da América investiu 300 milhões de dólares na Amazônia e criou o B.C.B. (Banco de Crédito da Borracha) para administrar esse dinheiro e para influenciar politicagens futuras.O acordo de Washington, fruto dessa politicagem, serviu para o Brasil vender mais barato para os E.U.A.: aço, ferro e borracha. Com isso houve a criação dos “soldados da borracha” para uma produção em grande escala com a finalidade de sustentar os soldados na Itália. SEGUNDO CICLO-ESQUEMA EXPLICATIVO 4 Disponível no site https://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/ciclo-da-borracha-e-a-amazonia-atual Acesso 25 de maio de 2018. SEGUNDA GUERRA MUNDIAL Japão invade a Malásia - 1942 (maior fornecedora de borracha natural aos “Aliados”) Brasil O Brasil produziria borrachaem grande quantidade numperíodo de 5 anos. “O vazio demográfico precisa ser habitado” EUA -Financiaram a reativaçãodos seringais. -Comprariam a produção da borracha até 1947 Acordos de Washington (3 de março de 1942 “O Acre volta a produzir borracha em grande quantidade, dessa vez, para subsidiar a indústria de cadáveres” -Três eram as principais matérias-primas da indústria bélicana época da 2° Guerra: aço, petróleo e borracha. Com ainvasão da Malásia pelos japoneses, o grande problema paraos “aliados” passou a ser a diminuição nos estoques deborracha. A borracha foi considerada “nervo da guerra ”.- Os Acordos de Washington pôs fim às ambigüidades dapolítica externa adotadas por Getúlio Vargas, que vez poroutra se aproximava do Eixo. A partir da assinatura, o Brasilse posicionar a favor dos Aliados. - O s comerciantesde Manaus e Belém foram contraqualquer tentativa por parte do Governo Federal de umsistema de aviamento direto para os seringais. Os nordestinos foram forçados a fazer a seguinte opção:ou ir para as trincheirasou ir para o Acre.- O nordeste foi mais uma vez o grande fornecedor de mão-de-obra para a produçãode borracha. Uma grande seca (1942), assim como no primeiro ciclo, contribuiupara a migração.- Migraram p ara a região gumífera cerca de 50 mil “soldados da borracha”. Os cearenses também eram conhecidos com o arigós – aves de arribação.- O número de “Soldados da Borracha” representa mais que o dobrode brasileiros (“pracinhas”) enviados para a Europa. - Os nordestinos emigraram sob o controle do governo brasileiro, que financioutodos os gastos com o transporte. Além disso, fornecia o material logístico básicopara a sobrevivência no seringal.- O Governo exigiu que os seringalistas assinassem um contrato de trabalho com oseringueiro, a fim de garantir direitos básicos a esse último, tão explorado no 1°Ciclo da Borracha . Tal medida não saiu do “papel”. - Foi fundado com capital norte-americano e brasileiro;- Reativou antigos seringais e criou novas zonas de produção;- Financiou e comprou a borracha produzida nos seringais acreanos, exercendoumverdadeiro monopólio nessa atividade.- Contribuiu para melhorar o sistema de transporte.- Combateu a utilização da machadinha para o corte da seringa, considerado-a uminstrumentopredatório.-Tentousubstituir o defumador pela coagulação química do látex.- De certo modo, substituiu as Casas Aviadoras, que tiveram papel secundário nessesegundo ciclo.- Osucesso do banco como agente de financiamentofoi incontestável SEMTA Criação do Serviço de Encaminhamento de trabalhadores para a Amazônia -CAETA Criação da Comissão Administrativa do Encaminhamento de Trabalhadores para a Amazônia -BANCO DE CRÉDITO DA BORRACHA -SAVA Superintendência para o abastecimento do Vale Amazônico
  • 7. Com a reabertura da rota malasiana, os Estados Unidos suspenderam os investimentos na Amazônia e para completar a desgraça, ainda inventaram a borracha sintética.Na década de 50 houve um outro incentivo à produção de borracha, pelo governo brasileiro, para abastecer o mercado interno e a criação de um polo calçadista, afinal os europeus pagavam caro por um luxo a mais. A Zona Franca de Manaus, que fazia parte de uma política nacional de integração da Amazônia ao Brasil, iniciou-se como uma área de livre comércio que pela ausência de política se tornou uma área de contrabando. Com a criação da SUFRAMA, a ZFM teria 30 anos de incentivos fiscais e territórios doados pelo governo federal. A Zona Franca de Manaus teve duas fases: a implantação do parque industrial, mão-de-obra barata e a fase comercial, reserva de mercado. Fernando Collor de Melo decretou o fim da nossa reserva de mercado, acarretando assim uma grande perda de emprego, mas estamos ainda nos reerguendo. Apontamentos finais: Os finais abruptos do primeiro e do segundo ciclo da borracha demonstraram a incapacidade empresarial e falta de visão da classe dominante e dos políticos da região. O final da guerra conduziu, pela segunda vez, à perda da chance de fazer vingar esta atividade econômica. Não se fomentou qualquer plano de efetivo desenvolvimento sustentado na região, o que gerou reflexos imediatos: assim que terminou a Segunda Guerra Mundial, tanto as economias de vencedores como de vencidos se reorganizaram na Europa e na Ásia, fazendo cessar novamente as atividades nos velhos e ineficientes seringais da Amazônia. A partir de 1945, com o fim da guerra, a produção da borracha no Acre entrou novamente em crise, principalmente pela queda do preço da goma elástica no mercado internacional. No entanto, a borracha continuou a ser o principal produto de exportação do Acre.- Pelo menos 20 mil seringueiros morreram seringais. OBS: nas trincheiras européias, apenas 450 “pracinhas” perderam a vida. - A Constituição de 1988 prevê a concessão de dois salários mínimos aos soldados da borracha, sem direito à13° salário. - Até hoje os SOLDADOS DA BORRACHA lutam por uma aposentadoria equivalente ao dos “pracinhas” que guerrearam na Itália