2. Aspectos
Gerais
A Região Nordeste do
território brasileiro é
composta por nove
estados: Alagoas, Bahia,
Ceará, Maranhão,
Paraíba, Pernambuco,
Piauí, Rio Grande do
Norte e Sergipe.
Tema1
3. Climas
Na região nordeste, predominam
quatro tipos de clima:
• Tropical Úmido ou Tropical
Litorâneo (predominante em toda
a Zona da Mata).
• Tropical Semiárido (predominante
na porção central do Nordeste
brasileiro)
• Tropical (predominante em
grande parte do Maranhão, do
Piauí, do Ceará e da Bahia).
• Equatorial úmido (Predomina
numa faixa estreita no estado do
Maranhão, na fronteira com o
estado do Pará, na Região Norte)
Tema1
4. O clima tropical semiárido
A presença do clima semiárido no Nordeste é explicado:
Pela circulação atmosférica. Massas de ar úmidas que se
dirigem a essa região perdem umidade ao longo do trajeto
e, quando chegam, apresentam características de massas
de ar secas.
Pela presença do Planalto da Borborema, que funciona
como barreira natural às massas de ar carregadas de
umidade que chegam do Oceano Atlântico. Ao encontrar a
barreira do Borborema, as massas se elevam e se
resfriam. Isso provoca sua condensação e favorece a
ocorrência de chuvas, denominadas chuvas orográficas.
Tema1
5. Relevo
O relevo da Região Nordeste é formado por planaltos
(Borborema e Nordestino), depressões (Sertaneja e do
São Francisco) e planícies costeiras que, associadas aos
climas e solos da região, resultam na formação de
espécies vegetais específicas.
Tema1
7. Vegetação
• Em locais mais úmidos há ocorrências da Mata
Atlântica.
• A caatinga, que apresenta plantas com aspecto
retorcido, além de cactos e plantas espinhosas,
típica das áreas de clima tropical semiárido.
• Em locais que ocorre o clima tropical, como no
centro-oeste da região, é encontrado o
Cerrado.
• No extremo oeste da região Nordeste, onde o
clima é o equatorial, a vegetação encontrada é
a floresta Amazônica, além da ocorrência de
Mata dos Cocais.
Tema1
8. Hidrografia
A região nordeste do Brasil apresenta
uma certa escassez quando é assunto é
recursos hídricos. As bacias hidrográficas
do Nordeste correspondem apenas a 18%
do total das bacias brasileiras.
Os rios que não apresentam águas
superficiais ao longo de todo o ano são
chamados de rios intermitentes (ou
temporários). É o caso da maioria dos rios
nordestinos.
Das bacias hidrográficas do território
nordestino, destacam-se as dos rios
Parnaíba e São Francisco, ambos perenes.
Além dos rios, a população do Nordeste
conta com as águas subterrâneas, obtidas
por meio de poços artesianos.
Tema1
10. Rio São Francisco
O Rio São Francisco, popularmente
conhecido por “Velho Chico”, possui o
maior volume de águas e é o mais
importante rio do Nordeste. É perene
porque a localização de suas principais
nascentes estão na Serra da Canastra,
em MG, onde há elevados volumes
pluviométricos.
Ele atravessa os estados de MG,
BA, PE, SE e AL.
É utilizado pela população ribeirinha na
pesca e na agricultura, para produção
de energia elétrica, no transporte de
cargas e em projetos de irrigação.
Tema1
Hidrelétrica Xingó
11. O Nordeste na atualidade
Esta região apresenta expressivo
crescimento econômico nos últimos
anos, principalmente com a instalação
de indústrias. Muitas indústrias
deixaram a região Sudeste e se
instalaram no Nordeste em busca de
benefícios fiscais.
Os investimentos em infraestrutura e os
programas de combate à miséria do
governo federal incrementaram o
desenvolvimento da região.
A industrialização se concentra nas áreas
próximas às capitais, que se tornam
cada vez mais atrativas, resultando no
aumento da população e da
urbanização.
A região Nordeste é a segunda maior do
Brasil em produção de petróleo. No
estado da Bahia está instalado o Polo
Petroquímico de Camaçari, um dos mais
importantes do país.
Tema2
12. Passado colonial: ocupação e
organização do espaço nordestino
Conhecida pelas suas desigualdades
sociais, a região Nordeste chegou a ser a
área mais importante e valorizada do
território brasileiro nos primeiros séculos
de colonização
O passado colonial deixou marcas no
espaço nordestino que permanecem nas
paisagens de cidades como Recife e
Salvador, assim como na existência de
latifúndios, canaviais e usinas produtoras
de açúcar.
A fundação de vilas e cidades se deu,
inicialmente, ao longo do litoral.
Vila de Santo Antônio – Litoral Norte da BA
Tema2
13. No século XVI, a economia
açucareira norteou outras
atividades, como a criação de
gado, sendo que esta atividade
acabou por se expandir para
áreas do sertão, constituindo a
base de sua economia.
Os bois eram inicialmente
usados nos engenhos como
animais de tração e de
transporte da cana-de-açúcar,
e também no fornecimento de
carne e couro. Posteriormente,
esses animais passaram a ser
criados em áreas descampadas
e distantes do litoral, onde as
condições do clima e do solo
não eram favoráveis ao cultivo
da cana-de-açúcar.
Tema2
14. Alguns aspectos
socioeconômicos da
organização do espaço:
• formação de latifúndios
(grandes áreas
destinadas à plantação
da cana-de-açúcar);
• desenvolvimento de
monocultura de cana-de-
açúcar;
• trabalho escravo com
pessoas trazidas da
África.
Tema2
15. Atividades econômicas
O desenvolvimento econômico depende,
entre outros fatores, na implantação de
infraestruturas como estradas, portos,
aeroportos.
Nas últimas décadas, a região Nordeste
recebeu muitos investimentos em obras de
infraestrutura. A região também
modernizou sua agricultura e seu parque
industrial.
Na agricultura, a Região Nordeste também
se modernizou e hoje conta com
importantes áreas de produção agrícola
irrigada, voltadas, principalmente, ao
mercado de exportação de frutas tropicais.
Camaçari - BA
Em 2013, todos os estados do Nordeste tiveram crescimento
econômico acima da média nacional. Em consequência, as
empresas têm enfrentado dificuldade para encontrar mão de obra
especializada.
Tema2
16. Serviços
Algumas regiões metropolitanas
do Nordeste (de São Luís,
Fortaleza, Natal, Recife, Maceió e
Salvador) concentram atividades
de serviços e de comércio.
Entretanto, cada vez mais cresce a
importância de municípios
localizados fora delas.
O turismo e os serviços
relacionados são importantes por
para a economia da região.
A região é rica em manifestações
culturais, como as festas
populares nas quais se destacam,
principalmente, o Carnaval e o São
João.
Tema2
17. Áreas de
dinamismo
econômico
O litoral da região é a
área mais industrializada
e com maior diversidade
e infraestrutura para os
serviços e o comércio. Os
estados do Ceará e de
Pernambuco estão entre
os mais industrializados,
A criação de polos
industriais para a
exploração de petróleo e
o desenvolvimento da
indústria automobilística
têm contribuído para
dinamizar a região.
Tema2
18. O interior está se
tornando forte
produtor
agropecuário,
principalmente com
a implantação de
canais de irrigação
que possibilitam o
cultivo de diversas
frutas na região,
inclusive em áreas
de clima tropical
semiárido.
Mangas e Uvas do Vale do São
Francisco
Tema2
19. Subdivisões
regionais do
Nordeste
A Região Nordeste pode
ser dividida em quatro
sub-regiões: Zona da
Mata, Agreste, Sertão e
Meio-Norte. Esta divisão
está baseada
principalmente nas
características do clima
e da vegetação original.
Tema3
20. A Zona da Mata
A faixa litorânea do Nordeste
brasileiro que compreende os
estados da Bahia, Sergipe, Alagoas,
Pernambuco, Paraíba e Rio Grande
do Norte, é denominada de Zona da
Mata, originalmente recoberta pela
Mata Atlântica, que foi substituída
em grande parte pelos cultivos de
cana-de-açúcar e por povoamentos
que se transformaram em
importantes cidades como as
capitais dos estados do Rio Grande
do Norte, da Paraíba, de
Pernambuco, de Alagoas, de Sergipe
e da Bahia.
A exploração recente de petróleo em
campos terrestres (on shore)
também contribui para o
desmatamento.
Tema3
21. O relevo da Zona da Mata é constituído principalmente
de planícies litorâneas. O clima é tropical úmido, e o solo
é fértil em razão da regularidade de chuvas.
Tema3
22. As cidades da Zona
da Mata
As maiores cidades da Região
Nordeste estão concentradas na
Zona da Mata. Salvador (BA),
Recife (PE) e Fortaleza (CE) são
as três maiores metrópoles do
Nordeste e estão entre as dez
maiores do Brasil.
As metrópoles nordestinas
apresentam os mesmos
problemas estruturais das
demais metrópoles brasileiras,
com especial importância a falta
de rede de esgoto e coleta de
lixo.
Lixo, urubus e casas de
papelão. Esse é o cenário do lixão
de Timbaúba, na Zona da Mata
Norte de Pernambuco, onde vivem
cerca de nove famílias.
Tema3
23. Economia da Zona da
Mata
Em virtude do fato de essa ser a região com o
maior número populacional e de indústrias, é
nela também que se encontram os principais
problemas socioestruturais do Nordeste
Destaca-se nesta sub-região a produção de
cana-de-açúcar — desde o período colonial —,
que se estende do Rio Grande do Norte até a
Bahia, conhecida como Zona da Mata
açucareira.
No sul da Bahia encontra-se a Zona da Mata
cacaueira. Essa área foi importante produtora e
exportadora mundial de cacau desde o fim do
século XIX até praticamente o final da década
de 1970. Na década de 1950, uma crise na
produção cacaueira — provocada por uma
praga que afetou as plantações (vassoura de
bruxa), a concorrência com outros países, a
queda nos preços do produto e a falta de
tecnologias na produção — levou à diminuição
da área de plantio desse fruto na Bahia e no
restante do país.
Apesar dessa redução, o sul da Bahia ainda é
importante exportador de cacau.
Tema3
24. Polos econômicos
Após a crise, a chamada Zona do cacau
passou a desenvolver outras
atividades, como a pecuária, a
industrialização de polpa de frutas e a
indústria de celulose.
Com o declínio do açúcar e do cacau, o
poder público buscou alternativas para
dinamizar a economia da Zona da
Mata. Foram realizados investimentos
em infraestrutura para desenvolver
atividades voltadas à agropecuária, à
indústria e aos serviços,
principalmente o turismo.
Eucalipto começa a substituir cana-
de-açúcar em áreas da Zona da Mata
Tema3
25. O Agreste
Agreste nordestino compreende a uma faixa de
transição entre a Zona da Mata, com
predominância da Mata Atlântica, e o Sertão, onde
há o predomínio da caatinga.
O clima característico do Agreste é o tropical, com
umidade, como na Zona da Mata, e ocorrência de
áreas mais secas, características do Sertão.
Grande parte do Agreste corresponde ao planalto
da Borborema, voltada para o oceano Atlântico,
recebe ventos carregados de umidade que, em
contato com o ar mais frio, provocam chuvas de
relevo. Na encosta oeste do planalto, as secas são
frequentes e a paisagem desolada do Sertão se
torna dominante.
O Agreste é uma área com policultura. Há cultivos
de diversos alimentos e criação de gado para a
produção do leite, queijo e manteiga.
Tema3
26. As cidades do Agreste
Não há nenhuma capital
nordestina no Agreste,
porém há quatro núcleos
urbanos importantes
formados pelas cidades de
Campina Grande (PB),
Caruaru (PE), Arapiraca (AL)
e Feira de Santana (BA).
A cultura do Agreste é
representada pelas festas de
São João, principalmente as
de Campina Grande e de
Caruaru.
Tema3
27. A importância do
algodão
Muitos municípios do Agreste
cresceram em decorrência da
produção do algodão, que se
expandiu nessa sub-região a
partir do século XIX e
impulsionou indústrias têxteis já
no século XX.
Recentemente as inovações
tecnológicas incorporadas à
produção e resgataram a
importância do algodão no
Agreste, onde essa cultura tinha
praticamente desaparecido em
consequência de uma doença
devastadora conhecida como
“bicudo do algodoeiro”.
Tema3
28. O Sertão
O Sertão é uma sub-região do nordeste
localizado entre o Agreste e o Meio
Norte.
Esta sub-região corta todos os estados
nordestinos de norte a sul, com
exceção do Maranhão.
Seu clima predominante é o semiárido,
caracterizado pelos longos períodos de
seca, com baixo índice pluviométrico
anual e temperaturas que variam entre
27 °C e 35 °C. Isso contribui para o
aspecto seco das vegetações, assim
como as características de plantas bem
escassas com pouco verde, a caatinga.
Cactos, plantas típica da
caatinga
Tema 4
29. Hidrografia
Os cursos d’água do
sertão são,
geralmente, formados
por rios temporários
(também chamados
de intermitentes),
com exceção do Rio
São Francisco.
Tema 4
30. A economia do
Sertão
O solo da região é pouco profundo,
pedregoso e em grande parte, pouco
fértil. No entanto, alguns locais, como os
brejos, a umidade é mais elevada e,
portanto, o solo é mais fértil.
Nas várzeas dos rios, permanentes ou
intermitentes, há terrenos planos e
encharcados para onde são carregados,
na época chuvosa, materiais
decompostos, que formam no solo uma
camada mais espessa e úmida, propícia à
agricultura.
A pecuária extensiva e a agricultura
comercial de frutas, café, algodão, soja,
milho, feijão, arroz e mandioca são as
principais atividades do Sertão. A maioria
da população rural dessa sub-região vive
da agricultura e da pecuária de
subsistência.
Em Alagoas, cerca de 5 mil agricultores
familiares têm na mandioca sua fonte de
renda
Tema 4
31. Fruticultura
irrigada
Nos últimos anos, áreas
irrigadas do Sertão vêm se
tornando importantes
produtoras agrícolas para
atender os mercados interno e
externo.
Quando aliadas a modernas
técnicas de irrigação, a baixa
umidade do ar e as poucas
chuvas da região oferecem
condições favoráveis à
agricultura. Além disso,
algumas empresas agrícolas
têm trocado o Centro-Sul do
país pelo Sertão em razão do
menor custo das terras e da
localização estratégica Na foto
ao lado, em meio a Caatinga,
parreiras repletas de frutos.
Tema 4
32. A transposição das
águas do São Francisco
O Rio São Francisco, chamado
carinhosamente de Velho Chico, possui
aproximadamente 2.830 quilômetros de
extensão. Sua nascente está localizada na
Serra da Canastra (MG).
O projeto de transposição do Rio São
Francisco, iniciado em 2007, prevê a
construção de 720 quilômetros de canais
que irão transferir de 1% a 3% das águas do
Velho Chico para pequenos rios e açudes
que atualmente secam durante a estiagem
do semiárido nordestino
O governo afirma que a transposição
beneficiará mais de 12 milhões de
habitantes do semiárido nordestino,
proporcionando água para suprir as
necessidades humanas e impulsionar o
desenvolvimento de atividades econômicas.
No entanto, muitos pesquisadores, inclusive
o renomado geógrafo Aziz Ab’Saber,
afirmam que essa obra não beneficiará esse
número de pessoas, sendo os pecuaristas os
principais privilegiados com a transposição
do Velho Chico.
Tema 4
33. Ambientalistas afirmam que a
melhor forma para minimizar
a seca nas regiões do
Nordeste brasileiro é a
construção de poços para
captação de água do lençol
freático, além de
reservatórios para coleta da
água da chuva. Esses
métodos são mais baratos,
beneficiam diretamente a
população e não agridem o
Rio São Francisco, que já está
bastante deteriorado em
razão da intensificação das
atividades econômicas nas
suas margens
Tema 4
34. O Meio-Norte
O Meio-Norte é a faixa mais a oeste da Região
Nordeste. Ela envolve todo o território do
Maranhão e toda área oeste do estado do
Piauí.
Em razão da diversidade climática, a vegetação
muda drasticamente à medida que se aproxima
da Floresta Amazônica, passando da vegetação
seca e árida da Caatinga para a mata de cocais,
até a formação de uma floresta mais fechada.
Destacam-se as palmeiras de carnaúba
(imagem ao lado) e babaçu, buriti e oiticica.
Está área, com este tipo de vegetação, é
conhecida como Mata dos Cocais e prevalece
no Maranhão.
Tema 4
35. O Meio-Norte possui terras
predominantemente em altitudes
baixas (entre 0 e 200 metros); apenas
na porção mais ao sul as terras
apresentam-se em altitudes mais
elevadas (entre 200 e 500 metros), e,
em pequenos trechos, em altitudes
entre 500 e 800 metros, onde nascem
vários rios que formam a rica rede
hidrográfica do Meio-Norte.
O clima que prevalece nesta sub-
região é o tropical úmido com verão
úmido e inverno seco. A região
litorânea tem índice de chuva
elevado. Já a área próxima ao sertão
tem índice pluviométrico baixo (em
torno de 650 mm por ano)..
São Luiz – MA. A cidade mais
importante do Meio-norte
Tema 4