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FLORESTAN FERNANDES
O INTÉRPRETE DO BRASIL
Florestan denuncia a mentira do contato pacífico;
Contato entre colonizador e colonizado: marcado pela violência e
crueldade.
As “trocas” com os indígenas foram feitas em cima da exploração da
diferença cultural entre os povos.
O indígena respondeu de três maneiras a este contato:
• Preservação da autonomia pela violência;
• Submissão;
• Preservação da autonomia por meios passivos
Há um padrão de comportamento que perdura nas
classes dominantes – assimilação ou exclusão.
Jesuítas modernos;
Pelo Brasil ter sido uma colonização de exploração, ele
herdou o patrimonialismo de Portugal .
COLONIZAÇÃO
COLONIZAÇÃO  Política de sesmarias: doação de terras –
oferecer algo para atrair pessoas à colônia.
 A terra era um pagamento do Estado ao
empreendedor que se aventurasse por
aqui;
 A posse da terra era restrita a poucos, uma
forma de garantir a reprodução da
hierarquia e das relações sociais da
metrópole fossem reproduzidas aqui.
 Reprodução da estratificação estamental
da metrópole na colônia;
 Na colônia deveria haver um mínimo de
estrutura física e administrativa.
ESCRAVIDÃO • GILBERTO FREYRE – é filho do engenho que vê na estrutura
patriarcal e latifundiária no Brasil um marco civilizatório
positivo.
• Ele defende que a sociedade brasileira cresceu com
contradições que foram harmonizadas pela característica do
colonizador.
• Para ele, o negro não foi violentamente explorado, mas um
participante ativo na formação da identidade nacional.
• O autor queria “revelar” uma sociedade construída por uma
sociabilidade harmônica e fraterna e que as relações sociais no
Brasil se não fosse igualitárias, não seriam pelo menos cordiais.
• Não considerou a violência que de fato esse contato
significou.
• Era como se as relações sexuais corrigissem a distância entre
a casa grande e a senzala.
• Apesar de defender a tese antirracista, ele foi extremamente
conservador e parcial ao reduzir as relações sociais inter-raciais
ao sexo.
ESCRAVIDÃO
• Gilberto Freyre defendeu a tese de que as relações
sexuais estavam despidas da violência do invasor
branco.
• Propõe que todo o brasileiro tem o sangue negro
em suas veias.
• Encarava a miscigenação como uma força social
para o Brasil e não uma desvantagem.
• O português é apresentado como um herói que
triunfou onde outros povos fracassaram.
• O negro é apresentado como superior ao indígena
e até mesmo superior ao próprio português.
VISÃO CRÍTICA DE FLORESTAN
Florestan vai expor a falsa
ideia da harmonia e
fraternidade entre os povos
na colônia.
Tal situação foi uma
mentira contada à
perpetuação da
desigualdade. “Harmonia
existiu sim, desde que cada
um seu canto.”
Derruba o mito de que a
sociabilidade brasileira foi
forjada pela doçura e
cordialidade das relações
entre senhor e escravo.
A sociedade escravista pautada
em dois tipos básicos de
violência: brutalidade e a
selvageria dos senhores, de um
lado, e a institucionalização da
diferenciação racial e estamental,
de outro legitimado pela igreja e
Estado.
O negro escravizado como
“inimigo doméstico e um
inimigo público.”
VISÃO CRÍTICA DE
FLORESTAN
O Escravo (mercadoria) foi a
base da “acumulação
originária” ou acumulação
primitiva do capital.
(construída por muita
violência);
Deu condições para a
existência de um setor, o
mundo urbano, atrelado do
mundo rural.
Fetichismo da cor da pele,
pois o negro livre continuava
a ser inferior e lhe era
vedada qualquer
participação política.
A abolição foi uma maneira de
romper com as barreiras que
impediam o desenvolvimento
econômico no Brasil e fora dele.
(revolução de brancos para
brancos- “ato de boa vontade”.)
Era um empecilho ao
desenvolvimento
capitalista.
VISÃO CRÍTICA DE FLORESTAN - ESCRAVIDÃO
A visão positivista do progresso dentro da ordem (positivista) exigia um
discurso de cordialidade e fraternidade entre as raças no Brasil.
Assim, o Brasil foi apresentado como nação modelo para a democracia.
Existia ascensão econômica, mas não social.
Mas até então, a opressão sobre o negro tinha sido subsistido por muito
tempo por uma “ética cristã”. (400 anos de escravidão).
Davam-lhes certa autonomia pessoal, em uma agricultura de subsistência.
Modernização conservadora. Octavio Ianni: “o liberalismo senhorial era
um liberalismo que começava e terminava na ‘liberdade do senhor.’”
A abolição da escravidão no Brasil foi um verdadeiro “bota-fora”.p.11
REVOLUÇÃO BURGUESA NO BRASIL
• A Elite rural brasileira se aburguesou com o tempo,
dentro de uma estrutura rural e conservadora.
• A independência do Brasil tem um valor
revolucionário, pois possibilitou a formação da
sociedade nacional e facilitou o desenvolvimento do
“espírito burguês”.
• A escravidão era a âncora que prendia o Brasil no
“Antigo Regime”, e é seu desaparecimento que vai
marcar o real momento de modernização no Brasil.
• O desenvolvimento capitalista internacional tinha
que ser acompanhado de uma contrapartida
nacional.
• O desenvolvimento de outros ramos produtivos
dependia da liberação de capitais que foram
deslocados do comércio negreiro.
REPÚBLICA SIM, MAS BRASILEIRA.
O liberalismo nunca se manifestou puramente por ser
de caráter exógeno, importado e transplantado.
O discurso liberal foi usado de maneira artificial,
justificando o moderno e o atrasado.
República não foi uma ideologia da sociedade, pois não representou
uma crise no poder oligárquico, nem a vitória de um sistema
democrático.
Perpetuou o domínio oligárquico.
Florestan: “o mandonismo oligárquico se reproduziu
fora da oligarquia”.
República brasileira nasceu de cima para baixo e se
decompôs em duas ditaduras em seus primeiros quatro anos.
REPÚBLICA SIM, MAS BRASILEIRA
Tal revolução não superou nossa condição de atraso por: sua subserviência ao
capitalismo internacional e a dependência do Estado.
A república brasileira não foi condutora de seu próprio destino, em face de uma
acomodação aos interesses internacionais.
Pois a independência do Brasil foi decorrente de interesses do capitalismo inglês.
A burguesia nacional se apoiou no Estado, pois este fornecia o aparato e a
ideologia de segurança para manter a ordem. (obediência ao patrão e pelo medo
da polícia.
A burguesia nacional mostrava seu passado senhorial, conservador e
acomodado.P.14
Europa: impessoalidade, lei e princípios abstratos, no Brasil era o contrário.
REPÚBLICA SIM, MAS
BRASILEIRA.
Nosso Estado, nosso
liberalismo não
produziam uma
mediação social
impessoal.
O favor se tornou marca
de nossas relações
sociais, políticas e
culturais.
Benefícios pessoais que
lhes interessam. (
homem cordial)
Confusão entre o
público e o privado.
A independência do
Brasil dependeu muito
mais de pessoas do que
uma ideia.
Brasileiro com manias de fidalguia, pouco valor ao trabalho, ausência de
instituições fortes e duradouras e até mesmo uma religião mais reflexiva e
impessoal nos falta.

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Interpretes do brasil florestan fernandes

  • 2. Florestan denuncia a mentira do contato pacífico; Contato entre colonizador e colonizado: marcado pela violência e crueldade. As “trocas” com os indígenas foram feitas em cima da exploração da diferença cultural entre os povos. O indígena respondeu de três maneiras a este contato: • Preservação da autonomia pela violência; • Submissão; • Preservação da autonomia por meios passivos Há um padrão de comportamento que perdura nas classes dominantes – assimilação ou exclusão. Jesuítas modernos; Pelo Brasil ter sido uma colonização de exploração, ele herdou o patrimonialismo de Portugal . COLONIZAÇÃO
  • 3. COLONIZAÇÃO  Política de sesmarias: doação de terras – oferecer algo para atrair pessoas à colônia.  A terra era um pagamento do Estado ao empreendedor que se aventurasse por aqui;  A posse da terra era restrita a poucos, uma forma de garantir a reprodução da hierarquia e das relações sociais da metrópole fossem reproduzidas aqui.  Reprodução da estratificação estamental da metrópole na colônia;  Na colônia deveria haver um mínimo de estrutura física e administrativa.
  • 4. ESCRAVIDÃO • GILBERTO FREYRE – é filho do engenho que vê na estrutura patriarcal e latifundiária no Brasil um marco civilizatório positivo. • Ele defende que a sociedade brasileira cresceu com contradições que foram harmonizadas pela característica do colonizador. • Para ele, o negro não foi violentamente explorado, mas um participante ativo na formação da identidade nacional. • O autor queria “revelar” uma sociedade construída por uma sociabilidade harmônica e fraterna e que as relações sociais no Brasil se não fosse igualitárias, não seriam pelo menos cordiais. • Não considerou a violência que de fato esse contato significou. • Era como se as relações sexuais corrigissem a distância entre a casa grande e a senzala. • Apesar de defender a tese antirracista, ele foi extremamente conservador e parcial ao reduzir as relações sociais inter-raciais ao sexo.
  • 5. ESCRAVIDÃO • Gilberto Freyre defendeu a tese de que as relações sexuais estavam despidas da violência do invasor branco. • Propõe que todo o brasileiro tem o sangue negro em suas veias. • Encarava a miscigenação como uma força social para o Brasil e não uma desvantagem. • O português é apresentado como um herói que triunfou onde outros povos fracassaram. • O negro é apresentado como superior ao indígena e até mesmo superior ao próprio português.
  • 6. VISÃO CRÍTICA DE FLORESTAN Florestan vai expor a falsa ideia da harmonia e fraternidade entre os povos na colônia. Tal situação foi uma mentira contada à perpetuação da desigualdade. “Harmonia existiu sim, desde que cada um seu canto.” Derruba o mito de que a sociabilidade brasileira foi forjada pela doçura e cordialidade das relações entre senhor e escravo. A sociedade escravista pautada em dois tipos básicos de violência: brutalidade e a selvageria dos senhores, de um lado, e a institucionalização da diferenciação racial e estamental, de outro legitimado pela igreja e Estado. O negro escravizado como “inimigo doméstico e um inimigo público.”
  • 7. VISÃO CRÍTICA DE FLORESTAN O Escravo (mercadoria) foi a base da “acumulação originária” ou acumulação primitiva do capital. (construída por muita violência); Deu condições para a existência de um setor, o mundo urbano, atrelado do mundo rural. Fetichismo da cor da pele, pois o negro livre continuava a ser inferior e lhe era vedada qualquer participação política. A abolição foi uma maneira de romper com as barreiras que impediam o desenvolvimento econômico no Brasil e fora dele. (revolução de brancos para brancos- “ato de boa vontade”.) Era um empecilho ao desenvolvimento capitalista.
  • 8. VISÃO CRÍTICA DE FLORESTAN - ESCRAVIDÃO A visão positivista do progresso dentro da ordem (positivista) exigia um discurso de cordialidade e fraternidade entre as raças no Brasil. Assim, o Brasil foi apresentado como nação modelo para a democracia. Existia ascensão econômica, mas não social. Mas até então, a opressão sobre o negro tinha sido subsistido por muito tempo por uma “ética cristã”. (400 anos de escravidão). Davam-lhes certa autonomia pessoal, em uma agricultura de subsistência. Modernização conservadora. Octavio Ianni: “o liberalismo senhorial era um liberalismo que começava e terminava na ‘liberdade do senhor.’” A abolição da escravidão no Brasil foi um verdadeiro “bota-fora”.p.11
  • 9. REVOLUÇÃO BURGUESA NO BRASIL • A Elite rural brasileira se aburguesou com o tempo, dentro de uma estrutura rural e conservadora. • A independência do Brasil tem um valor revolucionário, pois possibilitou a formação da sociedade nacional e facilitou o desenvolvimento do “espírito burguês”. • A escravidão era a âncora que prendia o Brasil no “Antigo Regime”, e é seu desaparecimento que vai marcar o real momento de modernização no Brasil. • O desenvolvimento capitalista internacional tinha que ser acompanhado de uma contrapartida nacional. • O desenvolvimento de outros ramos produtivos dependia da liberação de capitais que foram deslocados do comércio negreiro.
  • 10. REPÚBLICA SIM, MAS BRASILEIRA. O liberalismo nunca se manifestou puramente por ser de caráter exógeno, importado e transplantado. O discurso liberal foi usado de maneira artificial, justificando o moderno e o atrasado. República não foi uma ideologia da sociedade, pois não representou uma crise no poder oligárquico, nem a vitória de um sistema democrático. Perpetuou o domínio oligárquico. Florestan: “o mandonismo oligárquico se reproduziu fora da oligarquia”. República brasileira nasceu de cima para baixo e se decompôs em duas ditaduras em seus primeiros quatro anos.
  • 11. REPÚBLICA SIM, MAS BRASILEIRA Tal revolução não superou nossa condição de atraso por: sua subserviência ao capitalismo internacional e a dependência do Estado. A república brasileira não foi condutora de seu próprio destino, em face de uma acomodação aos interesses internacionais. Pois a independência do Brasil foi decorrente de interesses do capitalismo inglês. A burguesia nacional se apoiou no Estado, pois este fornecia o aparato e a ideologia de segurança para manter a ordem. (obediência ao patrão e pelo medo da polícia. A burguesia nacional mostrava seu passado senhorial, conservador e acomodado.P.14 Europa: impessoalidade, lei e princípios abstratos, no Brasil era o contrário.
  • 12. REPÚBLICA SIM, MAS BRASILEIRA. Nosso Estado, nosso liberalismo não produziam uma mediação social impessoal. O favor se tornou marca de nossas relações sociais, políticas e culturais. Benefícios pessoais que lhes interessam. ( homem cordial) Confusão entre o público e o privado. A independência do Brasil dependeu muito mais de pessoas do que uma ideia. Brasileiro com manias de fidalguia, pouco valor ao trabalho, ausência de instituições fortes e duradouras e até mesmo uma religião mais reflexiva e impessoal nos falta.