1. Aurélio Paes Barros Júnior – Professor
aurelio.barros@ufersa.edu.br
Mossoró (RN)
2015
Cultura da batata-doce [Ipomea batatas (L.)
Lam.]
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS VEGETAIS
PÓS-GRADUAÇÃO EM FITOTECNIA
DISCIPLINA: PRODUÇÃO DE HORTALIÇAS I
2. 1 Histórico e origem
América (Peru ao México) – Relatos de seu uso remontam de mais de
dez mil anos, com base em análise de batatas secas encontradas em
cavernas localizadas no vale de Chilca Canyon, no Peru e em evidências
contidas em escritos arqueológicos encontrados na região ocupada pelos
Maias, na América Central;
Europa – Cristóvão Colombo (De Portugal e Espanha foram levadas
para Índia, China, Japão e outras partes do Globo);
Utilizada a século pelos indígenas (Milho e Mandioca).
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
4. 2 Importância
2.1 Econômica
A batata doce é cultivada
a) No mundo
A batata-doce é cultivada em 111 países, sendo que aproximadamente
90% da produção é obtida na Ásia, apenas 5% na África e 5% no
restante do mundo;
Em termos de volume de produção mundial, a cultura ocupa o sétimo
lugar, mas é a décima quinta em valor de produção, o que indica ser
universalmente uma cultura de valor econômico;
A china é o país que mais produz, com 100 milhões de toneladas;
A batata-doce é cultivada em regiões, localizadas desde a latitude de
42°N até 35°S, desde o nível do mar até 3000 m de altitude.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
5. b) No Brasil
Brasil – está entre as 10 hortaliças mais importante.
Tabela 1 – Principais Hortaliças produzidas no Brasil
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
6. Produção (2006) ~ 518 mil toneladas
Figura 1 – Produção brasileira de batata-doce.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
7. Área plantada ~ 44.000 mil/h
Figura 2 – Área cultivada com batata-doce no Brasil.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
8. Produtividade média ~ 14.579 kg/ ha
Agronegócio ~ R$ 354 milhões.
Principais regiões produtoras
Sul = 43,29
Nordeste = 33,89 %
Sudeste = 19,66 %
Centro-Oeste = 1,33 %
Norte = 1,83 %
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
9. c) Região Nordeste
Paraíba = 24,18 %
Sergipe = 19,24 %
Pernambuco = 14,77 %
Rio Grande do Norte = 11,24 %
Bahia = 10,39 %
d) O estado do Rio Grande do Norte
Área plantada = 2.027 hectares
Produtividade ~ 10.290 kg/ha
Produção ~ 20.754 toneladas
Produtividade Média
~ 8.170 kg/ha
Agronegócio
R$ 13.916 milhões
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
10. Por quer cultivar a cultura da Batata-doce?????????
É uma planta rústica;
Fácil cultivo;
Elevada capacidade de produção;
Ampla adaptação;
Alta tolerância a seca;
Baixo custo de produção;
Permite colheita prolongada;
Apresenta resistência a pragas e doenças;
É uma cultura mecanizável;
É uma cultura protetora do solo.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
11. Comparada com outras culturas como arroz, banana, milho e
sorgo, a batata-doce é mais eficiente em quantidade de energia líquida
produzida por unidade de área e por unidade de tempo. Isso ocorre
porque produz um grande volume de raízes em um ciclo relativamente
curto (120 a 150 dias), a custo baixo, durante o ano inteiro.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
12. Utilização da cultura da Batata-doce
Consumo in natura;
Na forma de doces caseiros e enlatados;
No preparo de pães;
Como matéria-prima para produção de álcool;
Como amido de alta qualidade;
Forragem para bovinos e suínos
Suas folhas também podem ser utilizadas na alimentação de peixes.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
14. Desvantagem do cultivo da Batata-doce
Quando comparada com outras hortaliças, a batata-doce é de difícil
preparo para a culinária (descascada, picada e cozida);
Tem aparência ruim – Por se tratar de uma raiz tuberosa, o
crescimento das mesmas é afetada pela presença de torrões, pedras e
fendas do solo, formando um produto tortuoso;
Forma manchas – A planta da batata-doce produz látex que se fixa
facilmente na pele e em tecidos, formando manchas de difícil remoção.
Causa pesadez e forma gases;
É pouco valorizada – A batata-doce tem sido tradicionalmente
consumida por famílias de baixa renda, especialmente as do meio rural.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
15. 2.2 Valor Alimentício e Nutracêutico
Boa digestibilidade;
Fonte de vitaminas
A (retinol) – 250 a 350 µg/100g
B (tiamina) – 90 a 110 µg/100g
B2 (riboflavina) – 25 a 100 µg/100g
B5 (niacina) – 0,280 a 0,800 mg/100g
C (ac. ascórbico) - 23 a 33 mg/100g
Outros elementos
Potássio
Cálcio
Ferro
Utilizada para
deficiência de
vitamina A
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
16. Indicação e Utilização
Atua de maneira direta na conservação da pele;
Auxilia no crescimento;
Evita infecções;
Regulariza o sistema nervoso e o aparelho digestivo;
A infusão das folhas é usada externamente como cicatrizante e,
internamente em gargarejos para infecções da boca e da garganta,
gengivite e dores de dente e anti-reumática;
O seu uso como medicamento é indicado contra a deficiência de
vitamina A, reconhecida pelos sintomas de atraso do crescimento,
cegueira noturna e úlcera de córnea, que pode levar a cegueira completa;
Os extratos alcoólico e aquoso dos tubérculos têm atividade
antimicrobiana.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
17. Por ser rica em amido, sua digestão costuma levar à produção de
gases, com meteorismo e flatulência.
Os tubérculos servem de alimento para o homem e os animais de
criação em todos os países de clima tropical, onde é largamente
cultivada.
A rama é uma boa forragem além de ser bastante utilizada na
medicina caseira, sendo considerada galactagoga.
As batatas com a coloração da polpa com a cor de abóbora, tem
um teor de betacaroteno maior que a cenoura, que alcança 12.800
UI por 100 g de polpa, ou seja, bastam 3 a 6 fatias desta batata
para garantir a quantidade de vitamina necessária para o homem.
A planta é comestível, mas quando infectada pelo fungo
Cerattostomela fimbriata, sua ingestão causa grave intoxicação,
produzindo sensação de falta de ar, perda de apetite e vômitos.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
18. Informação Nutricionais da Batata-doce
Calorias: 95
Potássio: 350 mg
Vitamina A: 350 mcg
Vitamina C: 23 g
2.3 Importância social
Bastante cultivada em regime de agricultura familiar;
Necessita de pouca tecnologia para produção;
Suplemento alimentar em períodos de escassez.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
19. 3 Características botânicas
Família : Convolvuláceas
Gênero: Ipomea
Espécie: Ipomea batatas
3.1 Classificação botânica
A batata-doce pertence à família botânica Convolvulacae, que agrupa
aproximadamente 50 gêneros e mais 1000 espécies, sendo que dentre
elas, somente a batata-doce tem cultivo de expressão econômica. A
espécie Ipomoea aquática também é cultivada como alimento,
principalmente na Malásia e na China, sendo as folhas e brotos
consumidos como hortaliças.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
20. A batata-doce é uma planta herbácea, que apresenta caule rastejante,
pubescente ou glabra.
Ciclo – fase vegetativa (produção de fotoassimilados) e fase reprodutiva
(florescimento com produção de sementes).
3.2 Descrição da planta
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
21. a) Raízes:
Possuem raízes de reserva e absorventes. Formam zonas
tuberificadas, cilíndricas, elipsóides, esferóides ou fusiformes.
Coloração branca, creme, salmon ou roxa para a película.
O sistema radicular é amplo e complexo. As raízes superficiais
concentram-se até 10 cm de profundidade, originárias dos nós nas
ramas. Existem também uma raiz principal, que se aprofunda no solo
(90 cm) e raízes laterais. As raízes secundárias são ativas na
absorção de nutrientes, sendo mais numerosas em maior
profundidade, e algumas passam a acumular fotossintatos,
tornando-se raízes tuberosas.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
23. b) folhas:
Geralmente verdes na parte superior, podendo ser arroxeadas em
alguns cultivares. São pecioladas, cordiformes, inteiras ou lobadas.
Se dispõem alternadamente nos talos
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
24. c) Talos ou ramas:
Cilíndricos (variando em comprimento, coloração e espessura
conforme o cultivar).
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
25. d) Inflorescência:
Cimeira com flores campanuladas de coloração branca, rosa,
vermelha e roxa (são pedunculadas e as vezes solitárias)
e) frutos:
Cápsula deiscente, ovalada, coloração marrom com 2 a 4 valvas que
alojam as sementes.
Muito utilizado pelos em programas de melhoramentos para
obtenção de novas cultivares.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
26. f) Polpa das raízes:
Rica em fécula e açúcar. Coloração variada.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
27. - Possui hábito de crescimento indeterminado;
- Ciclo perene;
- Tuberização contínua;
- Morte Natural ocorre somente na ocorrência de fatores
climáticos muito severos (geadas e secas muito prolongadas).
Estas características permitem efetuar a colheita durante um
período maior de tempo, o que permite ao produtor antecipar
a colheita ou prolongar o ciclo cultural mediante uma
avaliação do estado fitossanitário da lavoura.
3.3 Fisiologia da planta
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
28. Além da preferência popular, é necessário conhecer a
adaptabilidade da cultivar às condições climáticas da região, as suas
características de resistência a pragas e doenças, e as características de
desenvolvimento da planta, principalmente quanto aos seguintes
aspectos:
Tamanho das folhas: deve-se dar preferência a plantas com folhas
estreitas e recortadas. As plantas de folhas grandes e largas são
geralmente menos eficientes na assimilação de energia por meio da
fotossíntese, pois as folhas superiores sombreiam as inferiores.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
29. Comprimento das ramas: as ramas longas se entrelaçam
rapidamente, promovendo uma maior competição entre plantas e
dificultando os trabalhos de capina e de renovação das leiras.
Utilizando-se cultivares de ramas longas, a última operação com
trabalho nas entrelinhas tem que ser realizada mais cedo.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
30. Posição das batatas: Existem cultivares em que as batatas se
formam bem junto à planta, facilitando a sua localização pelos
operários, por ocasião da colheita. Outras cultivares formam raízes
distantes da base da planta, o que aumenta a chance de serem
cortadas ou danificadas por ocasião da colheita.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
31. Espessura da rama: Cultivares de ramas grossas são mais
susceptíveis ao ataque da broca-da-rama (Megastes pusialis), uma vez
que a lagarta não consegue completar o seu ciclo no interior das ramas
finas, uma vez que o diâmetro da rama é insuficiente para a lagarta
formar os casulos.
Cor da casca: A casca, que é uma camada de tecido abaixo da pele,
deve ser da mesma cor da pele, para não tornarem visíveis os
esfolamentos que ocorrem durante o processo de lavagem das raízes.
Utilizando-se cultivares que possuem a cor da pele igual a cor da
casca, torna-se possível utilizar lavadores mecanizados comumente
utilizados para cenoura e batata.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
32. Ausência de defeitos: As raízes de maior valor comercial são as lisas,
retas, de formato alongado, com cerca de 20 cm de comprimento e
peso de aproximadamente 300 g. Raízes muito longas, tortuosas, com
veias, e danificadas por insetos ou por cortes e esfolamentos, são
menos aceitas pelos consumidores.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
33. Temperatura elevadas – especialmente diurnas
- O desenvolvimento vegetativo é paralisado pelo frio (< 10 °C). O
ciclo cultural é aumentado e há redução na
produtividade.
- A exigência de temperatura elevada – É crítica durante o
desenvolvimento vegetativo, formação de
raízes tuberosas e colheita.
- Altamente intolerante a geada.
Regiões baixas com inverno suave = plantio ao longo do ano
Regiões de altitude = plantio durante a primavera-verão,
especialmente no início das chuvas. Nestas
regiões o plantio durante o inverno é altamente
prejudicado pelo frio.
No Nordeste = apresenta condições satisfatória de cultivo durante
todo o ano, desde que se disponha de
irrigação.
4 Exigências Climáticas e época de plantio
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
34. Indefinição quanto a identificação do material de plantio nas
regiões produtoras
Rico germoplasma disponível para ser trabalhado por
fitomelhoristas.
Grande número de cultivares locais mantidas em fundos de
quintais por pequenos agricultores.
5 Cultivares
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
35. A recomendação de cultivares, para determinada região de plantio,
está relacionada com vários fatores:
Época de plantio;
Finalidade da produção (mesa, indústria, alimentação animal, etc.);
Preferência de mercado consumidor.
Por exemplo alguns mercados preferem batatas de pele branca
ou clara, enquanto outras regiões produtoras preferem a batata de
pele rosada ou roxa e de polpa creme.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
36. Características das cultivares preferidas
- Polpa de coloração clara
- Muito doce
- De fácil cozimento
- Nem muito úmida nem muito seca
Cultivares de polpa alaranjada – sabor semelhante ao da cenoura e rica em
carotenos, precursores da vitamina A. (Plantadas em menor escala no Brasil)
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
37. Algumas cultivares desenvolvidas pela pesquisa
- Brazlândia Branca
- Brazlândia Rosada
- Brazlândia Roxa
Desenvolvidas pela Embrapa hortaliças
Resistente a nematóides
- IAPAR 69 Cultivar de polpa alaranjada
OBS: Seria interessante o consumo de batata-doce com a coloração alaranjada
(rica em carotenos), porém o consumo deste tipo de batata-doce não aumentou,
devido a alegação que a polpa é úmida demais e o sabor é diferente das outras
cultivares do mercado.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
38. Propagação sexuada – realizada através de sementes botânicas e é
normalmente empregada em trabalhos de
melhoramento genético.
Propagação assexuada ou vegetativa – realizada através de diferentes
partes da planta: folhas, caules ou ramas, meristemas e
raízes tuberosas (batatas).
Batatas menores são geralmente utilizadas na formação de viveiros
para produção de mudas ou ramas que são as estruturas utilizadas em
plantios comerciais.
Mudas – brotos de 20 a 25 cm de comprimento com 4 a seis
folhas, obtidos pelo plantio de batatas em viveiros.
São recomendados apenas quando se deseja antecipar o
plantio e não se dispõe de quantidade suficiente de ramas.
Ramas – são pedaços de hastes ou caules com seis a oito entrenós,
obtidos da própria rama após três meses de enviveiramento.
6 Métodos de propagação
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
40. • Após a colheita deve-se deixar as batatas am lugar sombreada
por duas a seis semanas para apressar a brotação
• Deve-se dar preferência a batatas de 80 a 150 g, sem
rachaduras, lisas e isentas e pragas e doenças
Cada batata produz 20 ramas
100 batatas produzirão 2000 ramas após dois a três
meses, de 30 a 40 cm de comprimento e 8 – 10 entrenós.
Essas, ao serem plantadas produzirão ramas suficientes
para o cultivo de 1 ha de 4 a 6 meses após o plantio
As mudas podem ser retiradas dois meses após o plantio, repetindo
o procedimento 30 e 60 dias após
• Plantam-se as batatas em sulcos longitudinais, abertos no leito do
viveiro, no espaçamento de 80 x 30 cm.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
41. Viveiro de produção de mudas de Batata-doce
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
42. Solos – textura média ou arenosa, leves soltos, arejados e
permeáveis;
Acidez – altamente adaptável. Produz com pH de 4,5 a 7,5. Faixa
ótima de 5,6 a 6,5.
Preparo do solo – cultura exigente. Aração a 30-35 cm de
profundidade, seguindo-se a gradagem.
Batata cultivada em
solos encharcados
7 Solo e adubação
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
43. Potássio em solos deficientes – respostas positivas em produção
quando adubada com K em solos
deficientes.
Respostas a adubação
Nutriente utilizado em maior quantidade
pela cultura com decisiva influência na
formação das raízes tuberosas e sabor.
Nitrogênio – respostas resposta variável, podendo ocorrer
respostas negativas
Excesso provoca crescimento vegetativo em
detrimento da formação e desenvolvimento das
batatas que se apresentam com menor teor de
açúcar
Exigência nutricional – pouco exigente. Geralmente cultivada
dependendo da fertilidade natural do solo ou do
resíduo de adubações anteriores.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
44. Recomendação de adubação
(IPA 2008)
Espaçamento: 1,00 x 0,25 m (população de 40.000 plantas/ha)
Produtividade média: 9 t/ha
Produtividade esperada: 17 t/ha
Adubação orgânica – 20 m3 de esterco de curral/ha
A adubação de cobertura será realizada aos 30 ou 45 dias após o
plantio, respectivamente para cultivares precoces ou tardias
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
45. Entre leiras – 80 a 100 cm
Entre plantas – 25 a 40 cm
Cultivares tardias devem ser plantadas em
espaçamento maiores
Cultivares que produzem batatas graúdas devem ser
plantadas em espaçamento menores, em especial nas
leiras.
8 Espaçamento
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
46. Enterrio de ramas -
sementes em covas
ou leiras
Solos argilosos – plantio em leiras ou
camalhões de 30 a 40
cm de altura
Solos arenosos – plantio em
covas
9 Plantio
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
47. - Ramas com seis a 8 entrenós, agrupadas em feixe;
- Ramas colhidas um ou dois dias antes do plantio e mantidas à
sombra para murchar;
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
48. No plantio, enterram-se 3 – 4 entrenós, à profundidade de 10 – 12
cm, no topo das leiras já construídas. Um bom instrumento auxiliar é o
plantador-bengala, com ponta escavada em forma de “U”. Um
operador vai na frente, colocando as ramas transversalmente sobre as
leiras, e o outro força a rama para baixo, com a ponta do instrumento.
Contata-se que, ao serem enterrados poucos entrenós, obtêm-se
poucas batatas, porém todas graúdas. Contrariamente, muitos
entrenós enterrados resultam em numerosas batatas, com possível
aumento na produtividade (em peso por área), as quais apresentam
menor tamanho e talvez não atendam à preferência do consumidor.
Parece que enterrar 3 – 4 entrenós é um modo adequado de atender a
todos requisitos.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
50. • Manter o solo úmido até o pegamento das ramas ou mudas.
• Após pegamento espaçar irrigação em seis dias até os 40 dias.
• Após 40 dias irrigar a cada 10 a 15 dias até a colheita.
Irrigação mal planejada pode induzir
rachadura nas raízes
• Irrigação por sulcos de infiltração e por aspersão
• Lâmina de cerca de 500 mm durante o ciclo produtivo.
10 Irrigação
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
51. 11 Plantas Daninhas
As capinas são necessárias nos primeiros meses após o plantio. Á
medida que as plantas se desenvolvem, cobrem completamente o
terreno, impedindo o aparecimento de plantas daninhas, a não ser
algumas esparsas, que podem ser eliminadas manualmente. Por
ocasião da primeira capina, recomenda-se refazer as leiras.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
52. • Fermentação
• Intumescimento de lenticelas
• Raiz chicote
• Rachaduras
• Escaldadura
• Coração duro
• Decomposição interna
• Mutações somáticas
• Toxidez por herbicidas
• Brotações prematuras de raízes
• Deformações de raízes
12 Anomalias Fisiológicas
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
53. 13 Rotação de culturas
Plantios sucessivos em um mesmo local aumentam a ocorrência de
pragas e doenças e provocam redução da produtiva. Por isso, a rotação
de culturas é uma prática agrícolas sempre recomendada em
programas de manejo e conservação do solo e em controle integrado
de pragas, doenças e plantas daninhas.
Durante dois ou três anos não se deve cultivar a mesma área com
batata-doce, devendo-se cultivar preferencialmente milho, por ser
mais fácil realizar o controle de soqueira.
Deve ser evitado o plantio da batata-doce em seguida a uma
leguminosa, porque o excesso de nitrogênio provoca grande
desenvolvimento vegetativo e pouca produção de batatas.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
54. • Broca-da-raíz (Euscepes postfasciatus)
14 Pragas
Danos:
As larvas atacam tanto as
ramas quanto raízes, escavando
galerias, onde são depositados
os dejetos fecais. É nas raízes
que elas se desenvolvem e
provocam os maiores estragos.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
55. • Broca-do-coleto ou das hastes (Megastes pusialis)
Danos:
As larvas desta praga formam
galerias largas dentro do caule
e hastes, podendo se estender
até às batatas.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
56. • Outras pragas
- Larva-arame – Conoderus sp., Coleoptera , Elateridae.
- Vaquinha – Diabrotica bivittula, Coleoptera, Chrysomelidae
- Negrito da batata-doce – Typophorus nigritus, Coleoptera,
Chrysomelidae.
- Gorgulho da batata-doce – Cylas spp., Coleoptera, Brentidae.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
57. Não existem produtos registrados no Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento para o controle de pragas em batata-doce.
Algumas medidas gerais de controle são:
Rotação de culturas;
Produção de ramas ou mudas em viveiros;
Variedades resistentes;
Amontoa;
Irrigação adequada;
Bom preparo do solo para facilitar o aprofundamento das raízes;
Plantios escalonados;
Colheita de todo o talhão em curto espaço de tempo;
Antecipação da colheita;
Armazenamento por período inferiores a 30 dias;
Destruição dos restos culturais.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
58. • Mal-do-pé (Plenodomus destruens)
15 Doenças
Danos:
Causada pelo fungo
Plenodomus destruens, que
pode ocasionar destruição total
da lavoura, nas infecções
tardias, causa manchas e
podridões nas raízes tuberosas.
O fungo se instala geralmente
na base da planta, formando
uma necrose úmida, que anela
o caule e interrompe a absorção
de água e nutrientes.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
59. • Nematóides (Meloidogyne e Rotylenchus)
• Outras doenças
- Fúngicas - Ceratoystis fimbriata, Elsinoë batatas (Sphaceloma
batatas), Alternaria spp. entre outras.
- Bacterianas - Streptomyces ipomoea e Erwinia chrysanthemi .
- Viróticas - Vírus de nanismo amarelo (Sweet potato yellow dwarf
virus – SPFMV), vírus do mosaico do pepino (Cucumber
mosaic virus - CMV), Vírus do mosaico do fumo (Tobaco
mosaic virus - TMV) entre outros.
Plantios sucessivos de batata-doce em um mesmo local aumentam a
incidência de doenças. Recomenda-se fazer rotação de culturas por
dois a três anos, dando-se preferência ao plantio de outras hortaliças,
como tomate, cebola, cenoura, brássicas, ou culturas como trigo, arroz
e milho, pois assim, além do efeito benéfico no controle de doenças, é
possível conseguir altas produtividades de batata-doce sem o
emprego de fertilizantes, aproveitando-se apeas a adubação residual
de outras culturas.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
60. • 100 a 150 dias - podendo variar com a cultivar utilizada e as
condições ambientais, bem como o mercado de destino.
Mesa – colheita mais cedo
Indústria – colheita mais tardia
• Eliminação de ramas 1 dia antes da colheita com enxada
• Colheita manual ou mecanizada
16 Colheita
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
61. A época de colheita varia de acordo com a destinação do produto.
Para a mesa, batata-doce deve ser colhida tão logo atinja o tamanho
ideal (200 a 400 g).
Para a indústria, pode ser colhida mais tarde, dependendo das
condições climáticas e da cultivar plantada.
Quanto mais tempo a batata-doce permanecer no solo, maior a
possibilidade de ocorrer ataque de pragas no solo, ou de doenças.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
63. A colheita sempre envolve muita mão-de-obra, mesmo quando
algumas etapas são mecanizadas. Quando executada manualmente, os
operários escavam lateralmente as leiras á uma certa distância da base
da planta, para evitar corte e ferimentos nas raízes. Ao revolver a leira,
as raízes são expostas, sendo então recolhidas e posteriormente
lavadas.
A mecanização simples consiste em revolver a leira para expor as
raízes. Para isso, podem ser utilizados diversos equipamentos que
executam o corte do solo ao lado das leiras ou abaixo delas.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
64. • 30 minutos a 3 horas secando ao sol (secagem da película)
• cura à sombra (28 a 30 °C – 85-90% UR _ 4 a sete dias)
• lavagem (pode reduzir a conservação pós-colheita)
• Armazenamento (local sem iluminação, 13 a 16 °C, 85%
UR, boa aeração, até 90 dias)
Classificação das raízes (lotes homogêneos)
• Cor da raiz
• Comprimento
• Diâmetro
• Qualidade
Ideal para mesa = 200 a 400 g
17 Beneficiamento, classificação e comercialização
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
65. Comercialização
• Caixas tipo K ou caixas plásticas
• Pequenas embalagens plásticas
• Sacos de ráfia
• Produto miniprocessado
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
66. 18 Controle da soqueira
A soqueira da batata-doce é constituída por plantas originadas de
restos culturais (ramas, batatas e pedaços de raízes) que permanecem
no solo após a colheita, constituindo.
A soqueira é difícil de ser controlada, pois os restos de cultura brotam
de forma rápida e desuniforme.
O controle pode ser feito com a aplicação de glifosate, na dose de 2
kg/ha.
Geralmente, dois anos após esse manejo, são possíveis novos plantios
de batata-doce na mesma área.
Produção de Hortaliças I - Cultura da Batata-doce
67. Aurélio Paes Barros Júnior – Professor
aurelio.barros@ufersa.edu.br
Mossoró (RN)
2015
Cultura da batata-doce [Ipomea batatas (L.)
Lam.]
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS VEGETAIS
PÓS-GRADUAÇÃO EM FITOTECNIA
DISCIPLINA: PRODUÇÃO DE HORTALIÇAS I