2. A industrialização do Brasil começou
no final do século XIX, tendo se
intensificado a partir dos anos de 1930.
Os fatores indispensáveis para a
modernização do Brasil foi à abolição da
escravatura e a consequente expansão do
trabalho assalariado, a imigração e a
expansão do mercado consumidor e as
exportações do café e dos capitais que
elas geraram.
O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO
DO BRASIL
Foi apenas no final do século XIX que a
escravidão acabou no Brasil, período em que
também se aceleraram a vinda de imigrantes e a
expansão da relação de trabalho assalariado. Isso
tudo foi indispensável para a expansão
industrial do país. Antes havia apenas algumas
indústrias isoladas, muito artesanato e algum
crescimento manufatureiro, mas não
industrialização. Isso porque a própria existência
da escravidão, que era o sustentáculo da
economia brasileira, impedia a evolução
industrial.
3. A escravidão dificultava a
modernização tecnológica do trabalho, a
aquisição de máquinas, pois a compra de
escravos era um investimento alto e feito à vista,
antes mesmo que eles começassem a trabalhar.
Além disso, a evolução tecnológica pressupõe a
especialização do trabalhador, e não convinha
aos proprietários educar e especializar seus
escravos. Além disso, o escravo não constituía
um mercado consumidor, já que não tem
dinheiro e vive do que o dono lhe fornece
geralmente o indispensável para sobreviver e
trabalhar.
A relação do trabalho assalariado apresenta efeitos contrários à escravidão no
que se refere à modernização tecnológica, à expansão da maquinaria. O
trabalhador recebe salário o que faz dele uma parcela do mercado consumidor de
bens industrializados. Ou seja, com o trabalhador assalariado, o mercado
consumidor se amplia, o que favoreceu o processo de industrialização brasileiro.
Outro fator importante para esse processo foi à imigração. Os imigrantes foram os
primeiros trabalhadores assalariados no Brasil, os primeiros operários da indústria
nascente, e aumentaram o mercado consumidor do país, pois já tinham o hábito de
adquirir bens industrializados nos seus países de origem.
4. Como a industrialização brasileira
foi tardia, pois começou com o
prazo de mais de um século em
relação aos países líderes da
Revolução Industrial, as máquinas
utilizadas e a tecnologia não foram
produzidas internamente, mas
importadas daqueles países que já
as desenvolviam há mais de um
século, principalmente a Inglaterra.
Isso significa que não ocorreu aqui a
passagem do artesanato para a
manufatura. A atividade fabril
começou já em sua forma moderna
(para época). E os estabelecimentos
comerciais já nasceram com o
grande porte para época. Porém, a
necessidade de importar máquinas e
tecnologia deixou o Brasil
dependente dos países
desenvolvidos.
5. Para importar as máquinas e a
tecnologia era preciso capital. A lavoura
cafeeira era a principal atividade
econômica do país nesse período, o que
fazia dos fazendeiros e dos comerciantes
os detentores do capital. Mas, para que
esses investissem na indústria, deixando
de aplicar seus capitais na expansão das
lavouras cafeeira, eram necessárias
condições favoráveis. Essas condições
surgiram com as crises de exportações de
café. Isso aconteceu devido a Primeira
Guerra Mundial, que acabou por
impulsionar o crescimento industrial no
Brasil. Isso aconteceu porque os países
compradores do café brasileiro pararam
de comprar o produto, pois canalizaram
suas receitas para as despesas com a
guerra.
6. Como o Brasil não conseguia vender, também não conseguia importar os
produtos industrializados, já que as indústrias europeias estavam se dedicando
a produção bélica. Esses fatos tornaram interessante o investimento de capitais
nas indústrias de produção de bens como alimentos, roupas, móveis, bebidas e
outras. Assim, pode-se afirmar que a industrialização brasileira teve, até o final
da Segunda Guerra Mundial, caráter substitutivo: ela foi um processo de
industrialização de substituição de importações. Tratou-se de produzir
internamente bens que eram importados dos países desenvolvidos.
Após a Segunda Guerra Mundial e principalmente a partir da década
de 1950, esse processo de industrialização adquire novo caráter: as empresas
estadunidenses, europeias e japonesas começam a se internacionalizar, tornam-
se multinacionais e começam a se instalar fortemente no Brasil. O Estado passa,
então, a associar-se ao capital estrangeiro, além de criar um grande número de
empresas estatais. Nessa segunda metade do século XX, a industrialização no
Brasil deixa de ser feita essencialmente com capitais privados em razão da
expansão das multinacionais. Também, nesse período se expandiram no país as
indústrias de bens intermediários e bens de capital.