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INSTITUTO EDUCACIONAL DO SERTÃO -IESA
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
CLÁUDIA FRANCISCA BERNARDO
RICARDO GONÇALVES BATISTA
RAÍZES ÉTNICA E CULTURAIS DA COMUNIDADE QUILOMBOLA DA SERRA
DAS VIÚVAS E SUA INLFUÊNCIA NA PRÁTICA PEDAGOGICA NA EDUCAÇÃO
INFANTIL .
ÁGUA BRANCA -AL
2018
CLÁUDIA FRANCISCA BERNARDO
RICARDO GONÇALVES BATISTA
RAÍZES ÉTNICA E CULTURAIS DA COMUNIDADE QUILOMBOLA DA SERRA
DAS VIÚVAS E SUA INLFUÊNCIA NA PRÁTICA PEDAGOGICA NA EDUCAÇÃO
FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS .
Monografia apresentada AO instituto Educacional
do Sertão -IESA como requisito para a conclusão
de curso de Pedagogia sob a orientação do
Professor Esp. Paulo Sérgio Figueiredo Gonçalves
.
ÁGUA BRANCA -AL
2018
CLÁUDIA FRANCISCA BERNARDO
RICARDO GONÇALVES BATISTA
RAÍZES ÉTNICA E CULTURAIS DA COMUNIDADE QUILOMBOLA DA SERRA
DAS VIÚVAS E SUA INLFUÊNCIA NA PRÁTICA PEDAGOGICA NA EDUCAÇÃO
FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS .
Monografia apresentada AO instituto Educacional
do Sertão -IESA como requisito para a conclusão
de curso de Pedagogia sob a orientação do
Professor Esp. Paulo Sérgio Figueiredo Gonçalves
.
Aprovada em: ........../......../...........
_________________________________________________
Prof. Esp. – Orientador Paulo Sérgio Figueiredo Gonçalves
ÁGUA BRANCA -AL
2018
Dedicamos está vitória a Deus e a todos nossos
familiares que estiveram de perto acompanhando e
nos incentivando, a todos que nos apoiaram e
acreditaram o nosso muito obrigado.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos à Deus por mais está benção em nossas vidas;
Agradecemos aos nossos familiares e cônjuge, filhos, pais,que nos apoiaram e
incentivaram a prosseguir acreditando na nossa vitória;
Aos nossos amigos de jornada e a todos os demais que partilharam angustias e
trilharam conosco;
Aos nossos professores por todo o conhecimento e momentos de interação e
socialização do saber;
Ao nosso orientador pela paciência e dedicação em nos acompanhar;
Enfim a todos que estiveram ao nosso lado e de forma direta contribuíram para a
realização e concretização deste sonho.
Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos
nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos
alguma coisa. Por isso aprendemos sempre.
Paulo Freire
RESUMO
A presente pesquisa tem como principal objetivo refletir sobre a importância de se
trabalhar o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na educação
infantil no Município de Água Branca- Alagoas, tendo como principal recurso
conhecer a comunidade local da Serra das Viúvas. Assim o presente estudo busca
dentro dos seus objetivos específicos fazer uma abordagem sobre a Diversidade
Cultural e o ensino de história e cultura afro-brasileira buscando através de uma
pesquisa bibliográfica e de campo a pesquisa tem como propósito, conhecer melhor
a lei 10.639/03 e em diversos documentos oficiais produzidos pelo Ministério de
Educação e Cultura, além do contexto histórico da cidade e da escola investigada
que fica na comunidade quilombola local da Serra das Viúvas. O estudo acerca da
infância e do ensino que é ofertado dentro das instituições e centros tem sido
amplamente discutido dentro do cenário acadêmico de modo que a Educação
Infantil tem ganhado espaços em reflexões e também em pesquisas acerca do
desenvolvimento e das relações que são estabelecidas nos primeiros contatos dos
pequenos com as rotinas e com o ensino sistematizado. O presente estudo busca
um olhar não apenas acerca da infância mais trata-se especificamente a como o
professor precisa trabalhar dentro do contexto escolar a história da África, e a cultura
afro-brasileira, de modo que as crianças venham a perceber as diferenças e a partir
das mediações feitas pelos docentes compreender, respeitar e sobretudo eliminar
qualquer tipo de preconceito ou racismo que se possa existir. Assim o presente
estudo trás uma reflexão e uma pesquisa "in loco" de como a comunidade pode ser
fortalecida e de fato ter uma maior visibilidade dentro da educação e também na
relação de igualdade e fraternidade.
PALAVRAS- CHAVE: Serra das Viúvas. Comunidade Quilombola. Educação.
ABSTRACT
This research has as main objective to reflect on the importance of teaching history
and culture African-Brazilian and African child education in the municipality of Água
Branca-Alagoas, having as main feature meet the community location of Serra of
widows. Thus the present study search within their specific objectives make an
approach on Cultural diversity and the teaching of Afro-Brazilian history and culture
seeking through a bibliographical research and research field aims to meet best law
10,639/03 and in several official documents produced by the Ministry of education
and culture, beyond the historical context of the city and the school investigated at
the local quilombola community of Sierra of widows. The study about the childhood
and education that is offered within the institutions and centres has been widely
discussed within the academic setting so that the Child has gained Educational
spaces in reflections and research on the development and relationships that are
established in the first contacts of the small with the routines and systematic
education. The present study seeks a look not just about childhood more treats
specifically to how the teacher must work within the school context the history of
Africa, and the Afro-Brazilian culture, so that the children will understand the
differences and the from the mediations made by teachers understand, respect and,
above all, eliminate any kind of prejudice or racism that may exist. So this study
brings a reflection and research "in loco" of how the community can be strengthened
and in fact have greater visibility within the education and also in respect of equality
and fraternity.
WORDS KEY: Serra of widows. Quilombola Community. Education
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .........................................................................................................................9
1 O CONTEXTO HISTÓRICO DE ÁGUA BRANCA E DA SERRA DA VIÚVA ....... 12
1.1 ÁGUA BRANCA.............................................................................................................. 12
1.2 A SERRA DOS VIÚVAS................................................................................................ 13
1. 3 A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA HISTÓRIA AFRO-BRASILEIRA PARA A
FORMAÇÃO CONTINUADA DO EDUCADOR FRENTE A DIVERSIDADE
ÉTNICO-RACIAL .................................................................................................................. 14
1.4 HISTÓRIA E CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA, NA EDUCAÇÃO
INFANTIL. .............................................................................................................................. 19
2. A VALORIZAÇÃO DA CULTURA NEGRA NA ESCOLA MUNICIPAL DE
EDUCAÇÃO BASICA FRANCISCO PEREIRA LEITE.................................................. 22
2.1 A COMUNIDADE DA SERRA DAS VIÚVAS E A PARTICIPAÇÃO NO
CONTEXTO ESCOLAR....................................................................................................... 23
2.2 A RELAÇÃO DA CULTURA ÉTICO -RACIAL E O TRABALHO CONTRA O
RACISMO............................................................................................................................... 24
3. METODOLOGIA DA PESQUISA.................................................................................. 26
3.1 A ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA FRANCISCO PEREIRA
LEITE ...................................................................................................................................... 27
3.2 ENTREVISTA COM PROFESSORES E COMUNIDADE LOCAL -DISCUSSÃO E
APRESENTAÇÃO DOS DADOS....................................................................................... 28
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 31
REFERENCIAS..................................................................................................................... 33
APÊNDICE............................................................................................................................. 35
9
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa tem como principal objetivo refletir sobre a importância
de se trabalhar o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na educação
infantil no Município de Água Branca- Alagoas, tendo como principal recurso
conhecer a comunidade local da Serra das Viúvas.
Assim o presente estudo busca dentro dos seus objetivos específicos fazer
uma abordagem sobre a Diversidade Cultural e o ensino de história e cultura afro-
brasileira buscando através de uma pesquisa bibliográfica e de campo a pesquisa
tem como propósito, conhecer melhor a lei 10.639/03 e em diversos documentos
oficiais produzidos pelo Ministério de Educação e Cultura, além do contexto histórico
da cidade e da escola investigada que fica na comunidade quilombola local da Serra
das Viúvas.
O estudo acerca da infância e do ensino que é ofertado dentro das
instituições e centros tem sido amplamente discutido dentro do cenário acadêmico
de modo que a Educação Infantil tem ganhado espaços em reflexões e também em
pesquisas acerca do desenvolvimento e das relações que são estabelecidas nos
primeiros contatos dos pequenos com as rotinas e com o ensino sistematizado. O
presente estudo busca um olhar não apenas acerca da infância mais trata-se
especificamente a como o professor precisa trabalhar dentro do contexto escolar a
história da África, e a cultura afro-brasileira, de modo que as crianças venham a
perceber as diferenças e a partir das mediações feitas pelos docentes compreender,
respeitar e sobretudo eliminar qualquer tipo de preconceito ou racismo que se possa
existir.
De acordo com Romão (2003) afirma que:
Ao olhar para alunos que descendem de africanos, o professor
comprometido com o combate ao racismo deverá buscar conhecimentos
sobre a história e cultura deste aluno e de seus antecedentes. E ao se
fazer, buscar compreender os preconceitos embutidos em sua postura,
linguagem e prática escolar; reestruturar seu envolvimento e se
comprometer com a perspectiva multicultural da educação (ROMÃO 2003p.
20).
Assim a escola enquanto instituição que precisa desenvolver seu papel
social, na formação do cidadão critico e participativo precisa se adaptar as novas
condições do contexto histórico de modo a atender as reais necessidades e junto
com todos os seus atores promover um ensino para todos com a qualidade e
10
também com a amplitude de promover a igualdade e o respeito que a sociedade
precisa conhecer e exercer principalmente com os negros.
De acordo com o SECAD1(2006):
Independentemente do grupo social e/ou étnico-racial a que atendem, é
importante que as instituições de Educação Infantil reconheçam o seu papel
e função social de atender às necessidades das crianças constituindo-se
em espaço de socialização, de convivência entre iguais e diferentes e suas
formas de pertencimento, como espaços de cuidar e educar, que permita às
crianças explorar o mundo, novas vivências e experiências, ter acesso a
diversos materiais como livros, brinquedos, jogos, assim como momentos
para o lúdico, permitindo uma inserção e uma interação com o mundo e
com as pessoas presentes nessa socialização de forma ampla e
formadora.(BRASIL,2006,p.37)
Sendo assim o presente trabalho busca um olhar critico reflexivo acerca das
ações pedagógicas e das metodologias que serão usadas pelo professor seja ele
especificamente de história da cultura negra ou o polivalente da educação infantil,
que ministra todas as disciplina, mas que entende as reais necessidades de
interação e de respeito as diferenças que precisam ser ensinadas e transmitidas as
novas gerações de modo a termos uma sociedade com reais condições de
igualdade e fraternidade.
Considera-se pertinente desenvolver o presente trabalho buscando dentro da
metodologia da pesquisa bibliográfica e de campo, reflexões e analises acerca de
como o professor precisa se posicionar e também das relações encontradas dentro
do ambiente infantil que precisam sofrer transformação de modo que haja dentro da
ação do educador a mediação entre a criança e o mundo,de acordo com SECAD
(2006) esclarece que estes momentos de trocas de conhecimentos são essenciais
ao educando possibilitando assim a construção de uma auto-imagem em relação à
beleza, à construção do gênero e aos comportamentos sociais. De modo que a
criança veja dentro do estudo das muitas culturas, e também da africana, o
processo de aprendizagem que é algo duradouro que ocorre durante sua vida.
1 A Secretaria de Educação a Distância, Alfabetização e Diversidade (Secad) é um órgão componente
da estrutura administrativa do Ministério da Educação (MEC) e foi criada no ano de 2004, durante a
gestão do ministro Tarso Genro. Sua principal função é articular junto as três secretarias do MEC
responsáveis por gerir a educação formal (SEB – Secretaria de Educação Básica, Setec – Secretaria
de Educação Tecnológica e Secretaria do Ensino Superior – SESU) políticas públicas voltadas a
ampliação do acesso a educação a todos os cidadãos, levando-se em conta especificidades de
gênero, idade, raça e etnia, etc.
11
A estrutura da presente pesquisa será em 4 capítulos onde num primeiro
momento se fará uma abordagem mais histórica sobre o contexto onde a pesquisa
será realizada, a cidade de Água Branca no povoado Serra das Viúvas, o segundo
capítulo buscará dar um enfoque sobre a educação quilombola dentro do município
de Água Branca, e também abordara sobre a história da cultura africana na
educação infantil.
O terceiro capitulo trará sobre a metodologia da pesquisa e dará um enfoque
dentro do público pesquisado que foi a Escola Municipal de Educação Básica
Francisco Pereira Leite está localizada em Água Branca - Alagoas. A escola da rede
municipal possui 212 alunos, matriculados no ano de 2018 respectivamente nas
modalidades de: Educação Infantil, Ensino Fundamental I e EJA, este capitulo
também abordará sobre as discussões e os resultados da pesquisa "in loco", de
modo que o trabalho se encerra no 4 capítulo que se trata das considerações finais
e de como o trabalho contribuiu de forma favorável em forma de conhecer melhor o
contexto de Serra das Viúvas.
12
1 O CONTEXTO HISTÓRICO DE ÁGUA BRANCA E DA SERRA DA VIÚVA
1.1 ÁGUA BRANCA
A história de Água Branca começa nos meados do século XVII, onde a
cidade fazia parte das sesmarias que compreendiam também os atuais municípios
de Mata Grande, Piranhas e Delmiro Gouveia. Para diferenciar de Mata Grande, do
qual durante muito tempo foi povoado, chamou-se primitivamente Mata Pequena
ou Matinha de Água Branca. O nome veio em relação a haver, ali, uma fonte de
água muito clara.
A penetração em terras do município deve-se a três irmãos de família Vieira
Sandes, vindos de Itiúba, povoação do Rio São Francisco. Atraído pelas boas
pastagens oferecidas pela zona da caatinga, e pela riqueza da região serrana, o
capitão Faustino Vieira Sandes desbravou o município, instalando uma fazenda de
gado.
No ano Em 1769, em um leilão realizado em Recife, as terras das sesmarias
que envolviam os atuais municípios de Mata Grande, Água Branca, Piranhas e
Delmiro Gouveia foram arrematadas. “Estavam de posse das mesmas, por
arrendamento, o capitão Faustino Vieira Sandes, tronco da atual família Sandes de
Água Branca”.
Não se sabe a data, mas a primeira capela do município, dedicada à Nossa
Senhora do Rosário, foi construída mais ou menos defronte do local onde se ergueu,
no século XIX, a matriz de Nossa Senhora da Conceição.
Dois outros núcleos importantes na história do povoamento do município
foram Pedra – hoje município de Delmiro Gouveia – e Várzea do Pico, pequeno
povoado, mas que teve seus dias de glória. Várzea do Pico era o ponto de descanso
das boiadas vindas de Pernambuco ou de outros municípios alagoanos. A sua feira
de gado era uma das maiores da região. Em 1893, já denominada Vila do Capiá, o
lugarejo passou a ser sede do município.
O motivo da mudança é atribuído a desentendimentos entre lideranças
políticas locais e o governador Gabino Besouro. Era o começo do período
Republicano e o governador resolveu, pelo Ato Legislativo nº 35 de 30 de maio de
1893, demonstrar força no município e prestigiar seus correligionários.
13
A mudança não demorou muito. Com o afastamento de Gabino Besouro, a
Lei nº 74, de 1º de junho de 1895, devolveu a sede do município para a vila de Água
Branca.
Assim a vila com a denominação de Água Branca, pela lei provincial nº 681,
de 24 de abril de 1875, desmembrada do município de Paulo Afonso. Sede na
localidade de Água Branca. Constituído do distrito sede. Instalado em 20 de
setembro de 1876.
1.2 A SERRA DOS VIÚVAS
A Serra das viúvas é um povoado localizado a 7 km do centro de Água
Branca, a história da comunidade é contada através de relatos orais dos moradores
da própria comunidade, por não haver nenhuma espécie de registro ou documento
que contenham dados sobre o inicio da povoação. Maria José de Souza, atualmente
moradora da comunidade Serra das Viúvas e vinda de outro povoado por conta do
seu casamento com um morador do quilombo, contou-nos que, ao chegar à
comunidade, ficou bastante intrigada com o nome que o local recebera, então,
perguntou a sua sogra o motivo pelo qual a comunidade era denominada Serra das
Viúvas, já que, poucas eram as viúvas naquela época.
Sua sogra contou-lhe que, no início do povoamento, o quilombo era
conhecido como Paudalho e abrigava três famílias tradicionais. Essas famílias eram
compostas por pai, mãe e filhos. Com o passar dos anos, os pais foram falecendo e
a Serra passou a ser residida e representada por três mulheres viúvas, passando-se
a ser denominada de Serra das Viúvas. Na história da comunidade, não se tem
relatos sobre a origem dessas famílias, aspectos, fisionomia ou descendência.
Sendo assim a comunidade que está localizada a 7 km de distância do
município de Água Branca, no Estado de Alagoas, a comunidade Quilombola Serra
das Viúvas possui cerca de 600 moradores, distribuídos em 70 famílias. As
atividades econômicas desenvolvidas em Serra das Viúvas são a agricultura de
subsistência, a criação animal, a transformação artesanal, o artesanato e o
turismo. A maior parte dos habitantes trabalham na própria comunidade.
Os alimentos produzidos na comunidade são o milho, a mandioca, frutas,
verduras e outros. A maior parte da produção agrícola é orgânica. A comunidade
14
possui uma escola da 1ª à 4ª ano e um programa de alfabetização local para jovens
e adultos.
Na área de Saúde, a comunidade é atendida pelos programas Mais
Médicos e Saúde da Família. A água consumida em Serra das Viúvas vem de carro-
pipa e de nascentes locais. O esgotamento da maioria das casas é feito por meio de
fossas sépticas.Os seguintes programas sociais beneficiam a comunidade: Bolsa
Família, Pronaf e Programa Garantia Safra.
1. 3 A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA HISTÓRIA AFRO-BRASILEIRA PARA A
FORMAÇÃO CONTINUADA DO EDUCADOR FRENTE A DIVERSIDADE
ÉTNICO-RACIAL
Ao fazermos algumas considerações acerca da nossa prática docente
percebemos o quanto precisamos estar mais voltado a ação da pesquisa e também
nos conscientizar de que precisamos estar em sintonia com as novas tendências de
ensino, onde hoje o professor assume-se como mediador do aprendizado do aluno,
que também grande autonomia do seu processo de conhecimento devido as
grandes redes de comunicação e também de interação.
Oliveira (2011) esclarece que:
A pesquisa assim,seria parte inseparável da prática docente e permitiria ao
professor elaborar autonomamente sua própria interpretação da
realidade,mas de forma sempre dinâmica,nunca estática ou cristalizada.O
permanente processo de problematização, investigação e descoberta não
seria apenas um fator de atualização dos conteúdos a serem trabalhados
em sala de aula,mas condição inerente ao próprio exercício da prática
docente.(OLIVEIRA,2011,p. 55)
A construção do conhecimento e a interação com o mundo devem andar em
comum acordo. Desta forma entendemos que projetos didáticos que envolvam todos
da comunidade e tragam grandes mudanças na perspectiva de vida e de
participação do aluno como sujeito ativo da sua própria história de vida tem sido um
dos grandes desafios aos educadores da atualidade.
Precisamos enquanto professores nos organizar de modo a garantir um
aprendizado de fato real e significativo principalmente dentro do contexto da história,
precisa ser desmistificada como uma disciplina de uso exclusivo da memória.
15
Sabemos que grandes avanços já foram dados em relação a mudança desta prática
pedagógica mais que ainda é preciso fazer muito mais.
De acordo com Silva 2005 apud Oliveira 2011, esclarece que:
Os professores atualmente precisam se apropriar de muito conhecimento
sobre a realidade social e escolar desde analisar as implicações de modelo
neoliberal para a concepção de educação até desvendar e interpretar as
culturas jovens, suas tribos e ritos;desde analisar criticamente a sociedade
desigual em que vive até desvendar a contribuição do conhecimento
científico para a interpretação de seus hábitos e práticas;desde decifrar as
novas fontes de informação e seus mecanismos até a contribuição da arte
como possibilidade de enfrentamento da violência que perpassa nosso
cotidiano,desde conhecer profundamente os processos de raciocínio e
pensamento dos alunos até dominar processos e modalidades de
construção de um leitor crítico.( OLIVEIRA 2011, p.56)
De acordo com JENKINS (2004),buscando esclarecer acerca da concepção
sobre história este afirma que:
[...] a história constitui um dentre uma série de discursos a respeito do
mundo.Embora estes discursos não criem o mundo (aquela coisa física na
qual aparentemente vivemos), eles se apropriam do mundo e lhe dão todo
os significados que têm. O pedacinho de mundo que é objeto (pretendido)
de investigação da história é o passado. ( JENKINS,2004, p.23)
A prática docente precisa estar de fato voltada a levar o aluno a compreender
a História, através do respeito a diferenças étnicas, comunidade urbana ou rural,
refletindo as relações de gênero em um processo de auto-gestão que o aluno sinta-
se sujeito da História de sua classe, de sua escola, de sua comunidade, só pode
resultar em prazer.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais ( PCN’s)2, o ensino da
história precisa ser entendido e aplicado com objetivos e finalidades de ampliação
do pensamento do cidadão em relação a sua história de vida e comunidade.
Deste modo os PCN’s ( 1997 ) esclarecem que:
Nesse sentido, propõe-se, para o ensino de História, conteúdos e situações
de aprendizagem que possibilitem aos alunos refletir criticamente sobre as
convivências e as obras humanas, ultrapassando explicações organizadas a
partir unicamente de informações obtidas no presente e a partir unicamente
de dados parciais. Propõe-se, assim, que os alunos conheçam e debatam
as contradições, os conflitos, as mudanças, as permanências, as diferenças
2 Documento elaborado pelo MEC- Ministério da Educação e Cultura, cujo objetivo é traçar dentro do
território nacional diretrizes de ensino e objetivos de cada uma das disciplinas do currículo comum da
educação básica.
16
e as semelhanças existentes no interior das coletividades e entre elas,
considerando que estão organizadas a partir de uma multiplicidade de
sujeitos, grupos e classes( BRASIL, 1997, p.53)
Assim é preciso que o docente dentro da sua formação acadêmica tenha um
esclarecimento, que a sua ação junto aos educando irá influenciar amplamente,
deste modo é preciso que o professor de história tenha sua visão de mundo critica,
de modo a despertar no educando a curiosidade e o gosto pela pesquisa
principalmente em relação a sua história local.
Vasconcelos ( 2009),afirma que o professor é o elemento que estabelece a
intermediação entre o patrimônio cultural da humanidade e a cultura do educando,é
necessário que ele conheça,da melhor forma possível,tanto um quanto o
outro.Sendo assim nesta missão de educador o professor se transforma em um
contínuo pesquisador.
Oliveira (2011), explica que:
O conhecimento histórico está em constante transformação,impulsionado
pela descoberta de novas fontes históricas, pela adoção de novas
interpretações sobre as fontes já conhecidas, pela proposição de novos
temas de pesquisa.Todas as ciências progridem e se transformam de forma
cada vez mais acelerada e a História não é exceção. (OLIVEIRA ,2011
p.57)
O professor de história precisa através dos embasamentos teóricos ampliar o
conhecimento e aprimorar a prática pedagógica, contemplando a reflexão histórica
necessária à construção e à produção de conhecimento histórico, reforçando o
significado social e político do ensinar,do pesquisar e sobretudo do atuar
socialmente como educador.
“O historiador, enquanto cientista, e o professor, enquanto
profissional (...) da formação de consciências, não podem ser
separados das determinações implícitas nas ligações do saber
e do poder...” ( SILVA, 1998.., p. 39).
A escola vem atualmente buscando mais do que nunca, seu objetivo
primordial na formação dos educandos, que é que estejam aptos para viver em uma
sociedade plural, democrática e em constante mudança, além de que gerar já nos
primeiros contatos do ensino sistematizado um ensino que valorize a diversidade. A
disciplina de História junto a este tema pode intervir com intencionalidade educativa
17
de modo eficiente visando a possibilitar uma aprendizagem significativa e favorecer
um desenvolvimento pleno, de forma a tornar todos os alunos cidadãos consciente
numa sociedade democrática.
De acordo com os PCN (1998) esclarece que:
A seu modo, o ensino de História pode favorecer a formação do estudante
como cidadão, para que assuma formas de participação social, política e
atitudes críticas diante da realidade atual, aprendendo a discernir os limites
e as possibilidades de sua atuação, na permanência ou na transformação
da realidade histórica na qual se insere.(BRASIL, 1998,p.46)
Com base nas colocações dos Parâmetros Curriculares Nacionais o maior
desafio hoje no ensino da história é o de conseguir adaptar uma prática pedagógica
voltada para atender às necessidades do educando, o qual constantemente já vive
os processos envolvidos na aquisição do conhecimento, mesmo porque num mundo
globalizados onde a era da informática traz recursos e atualizações constantes,a
escola oferece o livro muitas vezes como único e exclusivo recurso fazendo com que
o ensino seja de fato enfadonho e sem qualquer motivação para o conhecimento.
Moreno (2000) esclarece que :
[...]algo necessário para viver em uma sociedade como a nossa, a
disposição de cada uma das outras matérias muda, re-situa-se, adquire um
novo valor: o de ajudar-nos a conquistar macro-objetivos imprescindíveis
para viver em uma sociedade desenvolvida e autoconsciente. A vinculação
entre as matérias transversais e os conteúdos curriculares dá um sentido a
estes últimos, fazendo- os aparecer como instrumentos culturais
valiosíssimos para aproximar o científico do cotidiano.(MORENO,
2000,p.39)
De acordo com Dalla ( 2011) chama a atenção dos docentes ao afirmar que
mais do livro, o professor precisa ter conteúdo. Cultura. Até um pouco de erudição
não faz mal algum. Sem estudar e saber a matéria não pode haver ensino.
De acordo com Neto (2003),afirma que :
Transformação pedagógica onde o papel do professor supere a
compreensão e prática sobre sua disciplina, abrangendo uma reflexão sobre
os conteúdos e valores a ele associados, ampliando a responsabilidade do
educador com a formação dos alunos. Ou seja, com base nos temas
transversais propostos e na necessidade de cada realidade escolar, o
professor deve aproximar seus conteúdos e a sua prática escolar para o
desenvolvimento da capacidade do aluno ler e interpretar a realidade,
contextualizando-a aprendendo a aprender.( NETO 2003, p.62)
18
Assim o professor de história dentro da sua formação e especialização
precisa estar sempre aberto a aquisição de conhecimentos referentes a
metodologias que de fato levem a uma prática educativa mais significativa,
motivadora, e sobretudo condizente com a que estamos vivenciando nos dias atuais.
Dentro do que hoje é exposto e reforçado por teóricos como Dalla(2011) fica
evidente que não se concebe mais o professor de história adotar práticas
tradicionais de leituras, ou mesmo apresentação de documentários distantes e sem
qualquer relação significativa com o contexto histórico e social da criança, a
memorização que também por muitos anos foi uma prática adotada dentro da
disciplina levando esta a categoria de disciplina decorativa, onde a memorização de
fatos e eventos era o principal foco da matéria, fez com que muitos professores
dentro da sua ação permanecesse adotando a mesma postura e levando o ensino
da história ser algo chato e enfadonho.
PCN’s (1998) esclarecem que:
Essa proposta de temas interdisciplinares gera novos desafios para o
ensino de História. Um deles é articular os conteúdos tradicionais, como os
de uma história política e econômica, com conteúdos característicos de
outras disciplinas, como é o caso do meio ambiente ou questões de saúde.
As propostas atuais, dessa forma, exigem um trabalho intenso do professor,
uma concepção diferenciada desse profissional, como um trabalhador
intelectual que, juntamente com seus alunos, deve pesquisar, estudar,
organizar e sistematizar materiais didáticos apropriados para as diversas
condições escolares.(BRASIL,1998, p.62)
Ainda de acordo com os PCN’s a prática docente precisa ofertar ao aluno a
oportunidade de ser mais critico e o trabalho com os texto precisam ser direcionados
de modo que não sejam memorizados mais entendidos ou seja a valorização do
conhecimento e do ponto de vista do discente precisa ser levada em consideração e
a partir daí criar meios para um aprendizado mais motivador e significativo.
... o ensino de História, conteúdos e situações de aprendizagem que
possibilitem aos alunos refletir criticamente sobre as convivências e as
obras humanas, ultrapassando explicações organizadas a partir unicamente
de informações obtidas no presente e a partir unicamente de dados parciais.
Propõe-se, assim, que os alunos conheçam e debatam as contradições, os
conflitos, as mudanças, as permanências, as diferenças e as semelhanças
existentes no interior das coletividades e entre elas, considerando que estão
organizadas a partir de uma multiplicidade de sujeitos, grupos e classes
(com alguns interesses comuns e outros diferentes).(BRASIL 1998,p.53)
19
O professor deve a partir da sua formação ter uma postura mais critica de
modo que seja efetivamente voltada a mediação e a pesquisa dentro de vários
documentos históricos apresentados, como forma a refletir e analisar e não mais
como algo a ser decorado.
Oliveira (2011) afirma que:
É mediante a pesquisa que o professor poderá formar sua própria
interpretação da realidade histórica, dialogar e interagir com outros
posicionamentos (além da possibilidade de criticá-los), dessa forma atuar
como agente de esclarecimento, formação e construção do senso crítico e
participativo dos seus alunos. Mais ainda, somente o professor-pesquisador,
forjado na prática habitual de pesquisa e submetido a processos de
formação continuada,será capaz de formar e orientar os estudantes nas
atividades de pesquisa e investigação da realidade.(OLIVEIRA 2011,p.188)
O preparo ao docente é fundamental de modo que, um professor mal
preparado e desmotivado não consegue dar boas aulas nem com os melhores dos
livros, enquanto que um bom professor que vem se atualizando e constantemente
tendo a prática de refletir e pesquisar, pode até aproveitar-se de um livro com
grandes falhas para corrigi-las e desenvolver em sala a criticidade tão debatida e
defendia nos dias atuais.
1.4 HISTÓRIA E CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA, NA EDUCAÇÃO
INFANTIL.
O ensino infantil nos últimos anos tem tido um olhar todo especial,por parte
dos docentes, pois percebeu-se o quanto a educação infantil quando bem
trabalhada pode refletir de forma positiva no ensino fundamental. Outro ponto que
também veio a fortalecer as concepções acerca da importância da educação infantil
foi a ampliação do ensino fundamental e com a criança começando sua vida escolar
de forma obrigatória aos 6 anos. Assim ficou claro o quanto o professor e a escola
precisa envolver as crianças já em seus primeiros contatos com o ensino
sistematizado com assuntos como as relações étnicos-racias de modo que as
crianças tenham em suas atividades e conversas dentro da temática o conhecimento
da individualidade e do respeito as diferenças que precisa cultivar, já nos primeiros
contatos com o ensino.
Desta forma SECAD (2006) esclarece que:
20
A dimensão de educação em muitas culturas e também na africana tem um
sentido de constituição da pessoa e, enquanto tal, é um processo que
permite aos seres humanos tornar-se pessoas que saibam atuar em sua
sociedade e que possam conduzir a própria vida. Compreendendo que esse
“tornar-se pessoa” não tem sentido dissociado da compreensão do que
somos, porque não vivemos sozinhos, porque estamos em sociedade
(BRASIL, 2006. p.41)
Outro aspecto de considerar acerca do ensino das relações étnico-raciais
trata-se justamente da auto-estima da criança em conhecer a cultura africana e ver
na cor negra a beleza singular além da riqueza cultural, assim de acordo com
SECAD (1996) esclarece que:
[...] necessário que tanto as educadoras quanto as crianças e seus
familiares tenham acesso aos conhecimentos que explicam a existência das
diferentes características físicas das pessoas, os diferentes tons de cor da
pele, as diferentes texturas dos cabelos e formato do nariz, buscando
valorizar tais diversidades.(BRASIL,1996,p.47)
O professor precisa se conscientizar que é sua tarefa trabalhar em sala de
aula a superação do preconceito e racismo independente de suas origens étnicas
posição político religioso. Partindo desse pressuposto, todo esforço feito para que se
consolidem a formação dos alunos frente a este assunto se torna instrumento para a
elevação da desmarginalização desse povo que representa a maioria da população
brasileira.
Os preconceitos fazem parte de uma tradição cultural que transmite, por
assim dizer, espontaneamente: as crianças adquirem-nos pelo contato com
seus professores, colegas, mestres da escola dominical (religiosa), e,
sobretudo com seus pais. Entre estes últimos, alguns não querem que suas
crianças tenham preconceitos; outros, pelo contrário inculcam-nos nelas,
porque eles próprios foram educados na convicção de que é conveniente e
natural tê-los. Eles o fazem agindo de uma certa maneira, exprimindo certas
aversões, opondo-se a certas relações, formulando certos comentários,
deixando entender que é ridículo ou vergonhoso fazer isto ou aquilo, etc.
Acontece mesmo que os adultos fazem troça das crianças para melhor lhes
despertar certos preconceitos. Mas, na maior parte dos caos, os adultos não
têm consciência de que inculcam preconceitos nas crianças... (SOUZA,
2001, p.180)
Outro fator que deve contribuir para o ensino na educação infantil é que seja
disponibilizado para os alunos um ambiente prazeroso, onde diversos tipos de
materiais e formas de aprender sejam proporcionados objetivando a observação,
21
comparação, classificação e reflexão para que as crianças percebam naturalmente a
importância da cultura e das suas diversas manifestações.
Finalmente entende que trabalhar com as crianças questões que envolvam a
temática da sua identidade é de suma importância, pois é através dela que se
evidencia a pluralidade do povo brasileiro e faz com que os alunos se percebam e
percebam suas diferenças, permitindo que não neguem suas próprias identidades e
origens, fazendo com que a escola se torne um ambiente não só de construção de
conhecimentos formais, mas também de caráter e valores.
22
2. A VALORIZAÇÃO DA CULTURA NEGRA NA ESCOLA MUNICIPAL DE
EDUCAÇÃO BASICA FRANCISCO PEREIRA LEITE
O presente estudo tem como foco entender melhor como a cultura negra
dentro de uma comunidade quilombola precisa ser fortemente trabalhada,
valorizando e reconhecendo as raízes dos antepassados e toda a história da
construção e permanência de uma cultura.
A escola tem na atualidade um papel fundamental no que tange à apreensão
e disseminação das informações.Sendo assim é imprescindível que tais informações
cheguem com segurança e de forma verídica para não contribuir com a propagação
de mitos e inverdades que se tem sobre algum assunto. Em pleno século XXI ainda
podemos presenciar em sala de aula atitudes preconceituosas para com alunos
afrodescendentes, os quais por muitas vezes se excluem do convívio social por não
conhecerem e não valorizarem sua cultura, que é tão rica e bela. Uma grande falha
no processo de ensino aprendizagem é não abordar a cultura negra, ou abordá-la de
forma inferior ou superficial.
A formação e construção de uma sociedade mais justa, estabelecida por
meio da formação coletiva voltada para cidadania, só pode se tornar
possível a partir de um intenso processo de conscientização, que é, sem
dúvida, um dos principais objetivos propostos pela educação. Enquanto
existirem pessoas que não podem fazer algo, que não têm acesso,
oportunidade e igualdade de direitos, se torna inviável exercer a cidadania,
o que, consequentemente, impossibilita a idéia de democracia racial e
igualdade de direitos.( BENTO,2008,p.32 )
O trabalho dentro da comunidade quilombola precisa ser diferenciado, a
negritude precisa ser trabalhada dentro de todo o contexto anual , a escola dentro do
seu projeto político pedagógico não deve ignorar ou mesmo não envolver a história
de resistência e a cultura negra que é algo fundamental na construção do povo
brasileiro. Assim a comunidade quilombola precisa dentro do contexto escolar ser
estudada, e sobretudo as crianças precisam perpetuar a sua história de
origem,conhecendo sua história de origem e sobretudo lutando pela sua
preservação e valorização.
Acredita-se que trabalhar temáticas abordando a cultura afro-brasileira, vai
além de cumprir leis estabelecidas pela LDBEN. O professor quando
assume tal compromisso, torna-se um intermediador e facilitador do
23
conhecimento, disseminado a cultura afro-brasileira e promovendo a
inclusão racial e social não apenas no âmbito escolar, pois, o conhecimento
ultrapassa as barreiras físicas da escola.( VERGULINO 2013,p. 114)
Este trabalho é essencial principalmente dentro da comunidade quilombola,
pois as crianças mesmo as da educação infantil precisam entender mais da história
de seus antepassados e perpetuar a cultura, algo muito presente, de modo que o
ensino não pode ser voltado a períodos esporádicos é preciso que a escola viva a
comunidade e que todos os eventos sejam relacionados a história e a cultura negra.
Desta forma é fundamental que o trabalho dentro da escola seja de
conscientização e de preparo para que as crianças e jovem vivam na sociedade de
forma consciente tendo a percepção que a cor da sua pele não os coloca em uma
posição inferior, muito pelo contrário é preciso que se entenda que o negro tem
grande parte na nossa história e também grandes contribuições de um povo de uma
cultura rica e diversificada que precisa ser explorada dentro do contexto
educacional.
2.1 A COMUNIDADE DA SERRA DAS VIÚVAS E A PARTICIPAÇÃO NO
CONTEXTO ESCOLAR
A comunidade estudada tem grande acesso dentro da escola,pois tanto a
merendeira como também o vigia além de três professoras são membros da
comunidade quilombola, os alunos também todos fazem parte do sítio e a
comunidade participa dentro da escola das decisões e dos projetos, inclusive a
escola é bem situada no sítio e muitas das comemorações são feitas usando a
estrutura física da escola.
Assim a comunidade é bem organizada, onde a palmeira por nome de ouricuri
são tiradas suas palhas e são confeccionados artesanatos, a escola também inclui
dentro da sua proposta pedagógica com as turmas da EJA oficinas de artesanato,
uma forma de passar a cultura e também de valorizar o trabalho local. com palha de
ouricuri.
Assim a comunidade é bem presente no contexto escolar, além da capoeira
também ensinada as crianças, existe no currículo da escola uma proposta do
trabalho da valorização e da preservação da cultura negra, deste o infantil até a
Educação de Jovens e Adultos.
24
Os projetos pedagógicos tem também grande atrativo dentro da comunidade
água-branquense, onde na escola é realizada uma feira cultural, e todos os anos
são apresentadas danças, comidas típicas, a história e também o artesanato local,
de modo a difundir e a resgatar e ampliar o conhecimento e a valorização da cultura
negra local.
2.2 A RELAÇÃO DA CULTURA ÉTICO -RACIAL E O TRABALHO CONTRA O
RACISMO
Um dos grandes desafios da escola tem sido o trabalho em prol de uma
educação para todos onde não haja discriminação e o racismo seja de fato abolido,
para isto é preciso que haja um trabalho sério de identidade e de respeito entre os
alunos, em relação ao negro é preciso que a escola dentro da sua função social de
formação do cidadão inclua no seu programa anual projetos, onde se haja de fato
um estudo de valorização e de respeito entre os povos.
O racismo é portanto, um problema sério de proporções graves que está
presente em altos índices no espaço escolar, gerando consequências que marcam
profundamente o aspecto psicológico de crianças e adolescentes negros, que, para
serem notados, culmina se com uma constante análise crítica dos educadores que o
acompanham.
[...]exemplo nítido dessa situação de exclusão observa-se em livros
didáticos, que, em geral, sempre destacam os personagens brancos e os
colocam em situações privilegiadas e desejáveis, bem diferente da
representação em relação aos negros, que raramente estão presentes, ou
quando estão, são revestidos de imagens ou conotações negativas e
estigmatizadas, que procuram inferiorizá-los e reforçar estereótipos
negativos sobre os negros através de personagens pobres, humildes, sem
instrução e desvinculados de um contexto familiar (PINTO, 2007,p.47).
A educação, como parte fundamental dentro da sociedade principalmente a
que acontece na escola, pois permite a relação direta com à sociedade que se
deseja alcançar ou manter, sendo assim a escola é uma das responsáveis por
construir conhecimentos, informações, valores e condutas, tendo um potencial de
transformação e conscientização social e isso depende decisivamente da sua
intencionalidade, ou seja, de seus objetivos em relação à comunidade escolar.
De acordo com Valente (2008) a escola precisa garantir ao aluno experiências
que tenha de fato algum sentido e lógica, principalmente ao público negro, as
histórias de seus antepassados precisam ver vistas e vivenciadas dentro do contexto
25
escolar sob a ótica de autores negros e com conceitos que mostre a cultura negra
de forma verdadeira sem estereótipos ou mesmo inferiorizadas.
No espaço escolar são reproduzidos constantemente valores e conceitos
propagados socialmente, talvez de maneira mais reveladora e objetiva, que
dependendo do posicionamento e método pedagógico fundamentado e
adotado pela escola, podem ganhar ou não mais força, o que tem
acontecido de um modo geral nas escolas públicas brasileiras, revelando a
incapacidade e o atraso presente predominantemente nas práticas
pedagógicas diante das situações discriminatórias.( AZEVEDO 1990,p.34)
Com base nas colocações de Azevedo( 1990), vemos que tudo depende do
tipo de informação que os alunos têm acesso, que, em geral, são distorcidas da
realidade dentro e fora do espaço escolar, pois se nas escolas prevalece a presença
de materiais didáticos que excluem e inferiorizam a cultura afro-brasileira, fora dela a
situação é praticamente a mesma, afinal, existem hoje uma série e infinidade de
meios de socialização diferentes da escola, que influenciam diretamente na
mentalidade desses sujeitos que estão em processo de desenvolvimento
A escola a colocar em prática a lei n° 10.639/2003, está de fato buscando
alternativas para que de fato o ensino da história da África e da cultura afro-brasileira
seja discutida e vista de forma série e com o real comprometimento em levar o aluno
a conhecer de fato a diversidade nacional e a valorização e reconhecimento do
negro dentro do povo brasileiro.
26
3. METODOLOGIA DA PESQUISA
Este trabalho de pesquisa pretende atender os objetivos propostos, visando
relatar aspectos encontrados da realidade vivenciada no ambiente escolar com
comprometimento e seriedade. Para Marinho (2014) a pesquisa é um tratamento de
investigação que tem por objetivo descobrir respostas para dúvidas e indagações,
através do emprego de processos científicos.
Segundo ANDRADE (1999, pág. 103), pesquisa é:
[...] o conjunto de procedimentos sistemáticos, baseado no raciocino lógico,
que tem por objetivo encontrar soluções para problemas propostos,
mediante a utilização de métodos científicos,ou seja o método é o conjunto
das atividades sistêmicas e racionais que, com maior segurança e
economia, permite alcançar o objetivo – conhecimento validos e
verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e
auxiliando as decisões do cientista.
Portanto, trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, onde se utilizou a
análise de conteúdo no que se refere à identificação dos aspectos, e do contexto
social onde a escola da comunidade quilombola pode abordar um currículo rico
preservando e empoderando as tradições culturais do povo presente atrelado ao
passado de luta.A pesquisa bibliográfica é fundamental dentro do processo de
conhecimento de uma temática como esclarece LAVILLE (2009, pág. 214):
[...] pode se aplicar a uma grande diversidade de materiais, como permite
abordar uma grande diversidade de objetos de investigação: atitudes,
valores, representações, mentalidades, ideologias, etc. Pode-se assim usá-
la no estudo de embates políticos, de estratégias ou, ainda, para esclarecer
fenômenos sociais particulares, em matéria de comunicação, por exemplo,
em que se poderiam examinar os postulados implícitos dos manuais
escolares ou os estereótipos veiculados pela publicidade.
Sendo assim, o presente estudo terá caráter de revisão bibliográfica de livros,
artigos, teses, sites, de modo a se buscar uma melhor compreensão dos aspectos
em relação ao ensino da diversidade ético racial dentro de uma comunidade
quilombola.
Num segundo momento teremos um contato mais próximo através da vida "in
loco", onde nos permitirá conhecer toda a comunidade e nos aprofundar em relação
ao ensino, através de conversas com quatro (04) professoras que ensinam da
educação infantil ao 5º ano do ensino fundamental, que nos permitiu ter um olhar
27
mais aprofundado sobre a influência da educação dentro da cultura local e como
uma fortalece e estar presente na outra.
Segundo Bagno e Biklen (2008, apud Ibíd. p.13):
A pesquisa qualitativa ou naturalística envolve a obtenção de dados
descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situação
estudada, enfatiza mais o processo do que o produto e se preocupa em
retratar a perspectiva dos participantes.
Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou
fenômenos que se desejam estudar. De acordo com Marconi; Lakatos (2010, p.86),
“o questionário é um instrumento de coleta de dados constituído por uma série
ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença
do entrevistador”.
O questionário do educador foi usado dois tipos de questões as de múltipla
escolha em que as respostas seriam direcionadas a uma resposta já pronta e
também questões abertas, pois permitem ao informante responder livremente,
usando linguagem própria e emitir opiniões. Após a fase de coleta, deu-se a análise
documental e bibliográfica, onde as informações obtidas puderam ser analisadas.
3.1 A ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA FRANCISCO PEREIRA
LEITE
A Escola localizada na Serra da viúvas funciona como uma extensão, no sítio
que fica a cerca de 7 km da cidade de Água Branca funcionam duas salas de aula
atendendo cerca de 200 alunos, sendo que a escola funciona manhã com turmas da
educação infantil (67) sessenta alunos , a tarde com turmas do ensino fundamental
menor, uma sala com os alunos do 1º ao 3º ano ( 39) alunos, e a outra sala com
alunos do 4º e 5º ano ( 42 ) alunos , a noite funciona o primeiro segmento ( 32) e o
segundo segmento ( 30) alunos nas turmas da EJA.
A estrutura física da escola é composta por duas salas de aula, uma cozinha,
um deposito, dois banheiros e um pátio externo coberto.
De modo que trabalham na escola 06 professores, três formadas em
pedagogia e outras 03 cursando pedagogia , duas merendeiras e um vigia.
A comunidade local é bem presente e sempre está inserida na escola visto
que na escola até pouco tempo funcionava as reuniões sobre a comunidade
quilombola. Existe também um grande apoio da secretária de Educação e Cultura
28
em prol de ações que desenvolva a visitação ao quilombo e enalteça a cultura e o
artesanato presente.
3.2 ENTREVISTA COM PROFESSORES E COMUNIDADE LOCAL -DISCUSSÃO E
APRESENTAÇÃO DOS DADOS
Em nossa visita ao povoado da Serra das Viúvas tivemos uma boa
receptividade pelos moradores e por todos da Escola Municipal de Educação Básica
Francisco Pereira Leite, onde em nossa primeira abordagem questionamos sobre a
participação dos pais nas atividades escolares os professores informaram que 100%
dos pais participam efetivamente das festividades e reuniões assim como qualquer
evento de culminância de projetos. Em conversa com a professora a Educação
infantil, está relatou que as mães são bem presentes em todas atividades e ajudam
em alguns momentos de culminância de projetos.
No entanto em relação ao acompanhamento dos filhos do 3º ao 5º ano as
professoras relataram que ter muita dificuldade em passar exercícios ou pesquisa
para casa, por se tratar de uma comunidade rural em que a base tem sido o
artesanato muitos pais não acompanham de forma sistemática as atividades
escolares, também os professores relatam perceber que muitos pais sentem
dificuldade ou alegam a falta de tempo ou estudo para acompanhar as atividades de
casa, como mostra o gráfico abaixo:
GRÁFICO 1.
FONTE: autores 2018
29
Ao abordarmos sobre o trabalho pedagógico fomos informados que o
planejamento acontece numa escola sede que é nucleada a SEMED onde direção e
coordenação acompanha semanalmente os trabalhos realizados na escola. De
modo que o gráfico 2, mostra a satisfação dos professores em relação ao trabalho
de planejamento e a relação direta com a comunidade Quilombola.
GRÁFICO 2.
FONTE: autores 2018
Como as professoras fazem parte da comunidade quilombola, elas tem a
sensibilidade de sempre introduzir conceitos e trazer sempre que possível
representantes do quilombo para que sejam realizadas oficinas como o próprio
artesanato da palha de ouricuri ou de milho.
De modo que em seus relatos as professoras deixaram claro que são feitas
atividades como a comunidade quilombola que participa ativamente nas reuniões
com os técnicos da universidade Federal de Alagoas -Campus Sertão,onde
professores e alunos de diversos cursos tem implementado na comunidade oficinas
de formação, das festas religiosas como: dia do padroeiro, ladainhas, celebrações
dominicais e das festas tradicionais como: folia de reis, dança de jongo, dança da
capoeira, danças juninas o trabalho na roça, artesanato e a produção coletiva de
farinha e beiju de goma de mandioca.
30
Sendo assim a comunidade tem se fortalecido a ganhado visibilidade
municipal e até estadual devido a entrar como parte da programação do festival de
inverno organizado pela secretária de cultural e turismo do município atraindo muitos
visitantes e trazendo para dentro do quilombo recursos próprios com o turismo na
venda de comidas típicas, artesanatos.
Por fim nos foi esclarecido que existe na SEMED de Água Branca um projeto
voltado a educação quilombola, que preza por um espaço totalmente pensado pela
preservação da história e valorização da cultura negra, além de formação
continuada de professores que atuam nas comunidades remanescentes de
quilombos, bem como a distribuição de material didático adequado com festas e
comemorações que venham a enaltecer à valorização e à afirmação dos valores
étnico-raciais.
31
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação é um ato permanente, como já dizia Paulo Freire, e nesse sentido
o pensar da educação dentro de uma comunidade quilombola deve ter como base
temáticas que levem as crianças a se perceberem dentro de um contexto histórico e
social privilegiado, onde as raízes negras sejam de fato difundidas e o orgulho de
um povo seja de fato um instrumento para a construção de uma sociedade anti-
racista, que privilegia o ambiente escolar como um espaço fundamental no combate
ao racismo e à discriminação racial.
O presente estudo possibilitou compreender que mesmo dentro de uma
comunidade quilombola a escola ainda atende a um currículo tradicional, no entanto
o próprio município entende e estar buscando fazer um aprimoramento do processo
de reflexão sobre a construção de novos paradigmas educacionais, as questões
relativas ao currículo e suas estruturas, a construção do conhecimento, os
processos de aprendizagem.
Sendo assim o presente estudo nos possibilitou entender o quanto é
importante que novas propostas e estratégias sejam de fato concebidas, e
colocadas em prática dando assim a presente comunidade uma melhor visibilidade
em relação a sua cultura.
Assim a escola dentro da comunidade quilombola tem uma dinâmica própria
que possibilita o acesso a crianças, adolescentes e jovens negros e negras, num
contexto que vivenciam um, ambiente escolar favorável ao ao seu sucesso, ao
desenvolvimento pleno de suas potencialidades.
Lançar um novo olhar de contemporaneidade, para que se instalem na escola
posicionamentos mais democráticos, garantindo o respeito às diferenças, é condição
básica para a construção do sucesso escolar para os (as) estudantes das
comunidades quilombolas. Fundamentar a pratica escolar diária direcionando-a para
uma educação anti-racista é um caminho que se tem a percorrer. Nesse percurso,
podemos identificar alguns pontos fundamentais que poderão fazer das
reflexões/ações no cotidiano escolar, no sentido de tratar pedagogicamente a
diversidade racial, visualizando com dignidade o povo negro e toda a sociedade
brasileira.
32
Esta proposta de educação pedagógica tem como base fundamental o mestre
Paulo Freire que busca a compreensão dos processos educativos nas suas
dimensões sócias e políticas, vendo o indevido das camadas populares como
principal agente construtor e transformador da história por meio das práxis
pedagógica. O universo quilombola nos oferece facilidade de desenvolver qualquer
conteúdo que esteja inserido no livro didático.
Desta forma a comunidade quilombola é o espaço físico, é o mundo
conhecido, é o espaço de interação e por isso se constitui uma realidade concreta,
vivida, amada, que necessita ser entendida e vivenciada sua política dentro das
demais escolas, de modo que a vida dos negros seja de fato parte presente da
comunidade e seja valorizada.
33
REFERENCIAS
ANDRADE, L. Planejar e redigir trabalhos científicos. 2. ed. São Paulo: Edgard
Blücher. 1999.
AZEVEDO, Eliane. Raça. Conceito e Padrão. São Paulo: Ática, 1990. Revista
Interação 12.ed., ano VII -v. 1, n. 216
BAGNO, Marcos. O Fio de Ariadne. In: BAGNO, Marcos. Pesquisa na Escola: O
que é como se faz. 2ª Ed. São Paulo: Edições Loyola,2008.
BENTO, M. A.;Cidadania em preto e branco: discutindo as relações raciais. São
Paulo: Ática, 2008. v.9.
BRASIL . LEI Nº 9.394 de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira. Brasília:
Ministério da Educação. 1996.
_______. Ministério da Educação. Lei nº 10.639, de 9 de Janeiro de 2003.
Disponível em: http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=2.
Acesso em: 24 agosto. 2018.
_______. Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação para temas
transversais: pluralidade cultural. Brasília (DF): MEC, 1997.
_______. Parecer nº CNE/ CP 003/2004 de Diretrizes Curriculares Nacionais para
a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura
Afro-Brasileira e Africana. Brasília: MEC, 2006.
_______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. 3v.:il.
Brasília: MEC/SEF, 1998
________.Ministério da Educação / Secretaria da Educação Continuada,
Alfabetização e Diversidade. Orientações e Ações para Educação das Relações
Étnico-Raciais Brasília: SECAD, 2006.
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2004.
LAVILLE, Carlos. Discriminação de Desigualdades Raciais no Brasil. Rio de Janeiro:
Graal, 5. ed.,2009.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia Científica. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
34
MORENO, MONTSERRAT.Temas Transversais: Um ensino voltado para o futuro.
In: BUSQUETS, Maria Dolors. Et al. Temas Transversais em Educação. 6ª ed. São
Paulo: Ática, 2000
NETO, José Alves de Freitas. A Transversalidade e a Renovação no Ensino de
História. In : KARNAL, Leandro (org). História na Sala de Aula, Conceitos, Práticas
e Propostas. São Paulo: Contexto, 2003.
OLIVEIRA,Dennison de. Professor-Pesquisador em Educação Histórica.Coleção
Metodologia do ensino de História e Geografia;v.3 Curitiba: Ibpex,2011.
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Leitura. In: Cadernos de Pesquisa, n° 63. São Paulo: 2007.
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VASCONCELOS, José Antonio.Fundamentos Epistemológicos da História
Coleção Metodologia do ensino de História e Geografia;v.5 Curitiba: Ibpex,2009.
VERGULINO, ANA ROSA, RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NO ESPAÇO
ESCOLAR, 2º semestre de 2013, número 2 REVISTA INTERAÇÃO | Ano VIII
35
APÊNDICE
36
APÊNDICE A – Instrumento de Pesquisa Utilizado na Coleta de Dados
ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA FRANCISCO PEREIRA LEITE
QUESTIONÁRIO AOS DOCENTES - Ensino infantil e fundamental anos iniciais
PERÍODO: MATUTINO E VESPERTINO
1. Idade: ____ Sexo: M ( ) F ( )
2. Você se considera: Branca ( ) Parda/Morena ( ) Negra ( ) Indígena ( )
Amarela ( )
3. Tempo que atua no magistério
( ) 0 a 5 anos ( ) 5 -10 anos ( ) 15 -20 anos ( ) acima de 20 anos
5. Como é a participação dos pais dentro do contexto escolar
( ) muito participação ( ) pouca participação ( ) nenhuma participação
6. Como é a participação dos pais no acompanhamento de trabalhos ou atividades
extra classe com os alunos
( ) muito participação ( ) pouca participação ( ) nenhuma participação
7. Você considera que os conteúdos trabalhado são adequados para uma escola
quilombola?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
8. Existem algum tipo de acompanhamento por parte da SEMED em relação ao
planejamento das aulas e atividades voltadas a comunidade?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________
37
9. Quais são as principais angustias que são levantadas dentro do planejamento
para um trabalho na comunidade da Serra das Viúvas ?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
10. De que forma a comunidade quilombola tem contribuído para a educação das
crianças e para ações educacionais em promoção a preservação da cultura local?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

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  • 1. INSTITUTO EDUCACIONAL DO SERTÃO -IESA LICENCIATURA EM PEDAGOGIA CLÁUDIA FRANCISCA BERNARDO RICARDO GONÇALVES BATISTA RAÍZES ÉTNICA E CULTURAIS DA COMUNIDADE QUILOMBOLA DA SERRA DAS VIÚVAS E SUA INLFUÊNCIA NA PRÁTICA PEDAGOGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL . ÁGUA BRANCA -AL 2018
  • 2. CLÁUDIA FRANCISCA BERNARDO RICARDO GONÇALVES BATISTA RAÍZES ÉTNICA E CULTURAIS DA COMUNIDADE QUILOMBOLA DA SERRA DAS VIÚVAS E SUA INLFUÊNCIA NA PRÁTICA PEDAGOGICA NA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS . Monografia apresentada AO instituto Educacional do Sertão -IESA como requisito para a conclusão de curso de Pedagogia sob a orientação do Professor Esp. Paulo Sérgio Figueiredo Gonçalves . ÁGUA BRANCA -AL 2018
  • 3. CLÁUDIA FRANCISCA BERNARDO RICARDO GONÇALVES BATISTA RAÍZES ÉTNICA E CULTURAIS DA COMUNIDADE QUILOMBOLA DA SERRA DAS VIÚVAS E SUA INLFUÊNCIA NA PRÁTICA PEDAGOGICA NA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS . Monografia apresentada AO instituto Educacional do Sertão -IESA como requisito para a conclusão de curso de Pedagogia sob a orientação do Professor Esp. Paulo Sérgio Figueiredo Gonçalves . Aprovada em: ........../......../........... _________________________________________________ Prof. Esp. – Orientador Paulo Sérgio Figueiredo Gonçalves ÁGUA BRANCA -AL 2018
  • 4. Dedicamos está vitória a Deus e a todos nossos familiares que estiveram de perto acompanhando e nos incentivando, a todos que nos apoiaram e acreditaram o nosso muito obrigado.
  • 5. AGRADECIMENTOS Agradecemos à Deus por mais está benção em nossas vidas; Agradecemos aos nossos familiares e cônjuge, filhos, pais,que nos apoiaram e incentivaram a prosseguir acreditando na nossa vitória; Aos nossos amigos de jornada e a todos os demais que partilharam angustias e trilharam conosco; Aos nossos professores por todo o conhecimento e momentos de interação e socialização do saber; Ao nosso orientador pela paciência e dedicação em nos acompanhar; Enfim a todos que estiveram ao nosso lado e de forma direta contribuíram para a realização e concretização deste sonho.
  • 6. Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre. Paulo Freire
  • 7. RESUMO A presente pesquisa tem como principal objetivo refletir sobre a importância de se trabalhar o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na educação infantil no Município de Água Branca- Alagoas, tendo como principal recurso conhecer a comunidade local da Serra das Viúvas. Assim o presente estudo busca dentro dos seus objetivos específicos fazer uma abordagem sobre a Diversidade Cultural e o ensino de história e cultura afro-brasileira buscando através de uma pesquisa bibliográfica e de campo a pesquisa tem como propósito, conhecer melhor a lei 10.639/03 e em diversos documentos oficiais produzidos pelo Ministério de Educação e Cultura, além do contexto histórico da cidade e da escola investigada que fica na comunidade quilombola local da Serra das Viúvas. O estudo acerca da infância e do ensino que é ofertado dentro das instituições e centros tem sido amplamente discutido dentro do cenário acadêmico de modo que a Educação Infantil tem ganhado espaços em reflexões e também em pesquisas acerca do desenvolvimento e das relações que são estabelecidas nos primeiros contatos dos pequenos com as rotinas e com o ensino sistematizado. O presente estudo busca um olhar não apenas acerca da infância mais trata-se especificamente a como o professor precisa trabalhar dentro do contexto escolar a história da África, e a cultura afro-brasileira, de modo que as crianças venham a perceber as diferenças e a partir das mediações feitas pelos docentes compreender, respeitar e sobretudo eliminar qualquer tipo de preconceito ou racismo que se possa existir. Assim o presente estudo trás uma reflexão e uma pesquisa "in loco" de como a comunidade pode ser fortalecida e de fato ter uma maior visibilidade dentro da educação e também na relação de igualdade e fraternidade. PALAVRAS- CHAVE: Serra das Viúvas. Comunidade Quilombola. Educação.
  • 8. ABSTRACT This research has as main objective to reflect on the importance of teaching history and culture African-Brazilian and African child education in the municipality of Água Branca-Alagoas, having as main feature meet the community location of Serra of widows. Thus the present study search within their specific objectives make an approach on Cultural diversity and the teaching of Afro-Brazilian history and culture seeking through a bibliographical research and research field aims to meet best law 10,639/03 and in several official documents produced by the Ministry of education and culture, beyond the historical context of the city and the school investigated at the local quilombola community of Sierra of widows. The study about the childhood and education that is offered within the institutions and centres has been widely discussed within the academic setting so that the Child has gained Educational spaces in reflections and research on the development and relationships that are established in the first contacts of the small with the routines and systematic education. The present study seeks a look not just about childhood more treats specifically to how the teacher must work within the school context the history of Africa, and the Afro-Brazilian culture, so that the children will understand the differences and the from the mediations made by teachers understand, respect and, above all, eliminate any kind of prejudice or racism that may exist. So this study brings a reflection and research "in loco" of how the community can be strengthened and in fact have greater visibility within the education and also in respect of equality and fraternity. WORDS KEY: Serra of widows. Quilombola Community. Education
  • 9. SUMÁRIO INTRODUÇÃO .........................................................................................................................9 1 O CONTEXTO HISTÓRICO DE ÁGUA BRANCA E DA SERRA DA VIÚVA ....... 12 1.1 ÁGUA BRANCA.............................................................................................................. 12 1.2 A SERRA DOS VIÚVAS................................................................................................ 13 1. 3 A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA HISTÓRIA AFRO-BRASILEIRA PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DO EDUCADOR FRENTE A DIVERSIDADE ÉTNICO-RACIAL .................................................................................................................. 14 1.4 HISTÓRIA E CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA, NA EDUCAÇÃO INFANTIL. .............................................................................................................................. 19 2. A VALORIZAÇÃO DA CULTURA NEGRA NA ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO BASICA FRANCISCO PEREIRA LEITE.................................................. 22 2.1 A COMUNIDADE DA SERRA DAS VIÚVAS E A PARTICIPAÇÃO NO CONTEXTO ESCOLAR....................................................................................................... 23 2.2 A RELAÇÃO DA CULTURA ÉTICO -RACIAL E O TRABALHO CONTRA O RACISMO............................................................................................................................... 24 3. METODOLOGIA DA PESQUISA.................................................................................. 26 3.1 A ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA FRANCISCO PEREIRA LEITE ...................................................................................................................................... 27 3.2 ENTREVISTA COM PROFESSORES E COMUNIDADE LOCAL -DISCUSSÃO E APRESENTAÇÃO DOS DADOS....................................................................................... 28 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 31 REFERENCIAS..................................................................................................................... 33 APÊNDICE............................................................................................................................. 35
  • 10.
  • 11. 9 INTRODUÇÃO A presente pesquisa tem como principal objetivo refletir sobre a importância de se trabalhar o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na educação infantil no Município de Água Branca- Alagoas, tendo como principal recurso conhecer a comunidade local da Serra das Viúvas. Assim o presente estudo busca dentro dos seus objetivos específicos fazer uma abordagem sobre a Diversidade Cultural e o ensino de história e cultura afro- brasileira buscando através de uma pesquisa bibliográfica e de campo a pesquisa tem como propósito, conhecer melhor a lei 10.639/03 e em diversos documentos oficiais produzidos pelo Ministério de Educação e Cultura, além do contexto histórico da cidade e da escola investigada que fica na comunidade quilombola local da Serra das Viúvas. O estudo acerca da infância e do ensino que é ofertado dentro das instituições e centros tem sido amplamente discutido dentro do cenário acadêmico de modo que a Educação Infantil tem ganhado espaços em reflexões e também em pesquisas acerca do desenvolvimento e das relações que são estabelecidas nos primeiros contatos dos pequenos com as rotinas e com o ensino sistematizado. O presente estudo busca um olhar não apenas acerca da infância mais trata-se especificamente a como o professor precisa trabalhar dentro do contexto escolar a história da África, e a cultura afro-brasileira, de modo que as crianças venham a perceber as diferenças e a partir das mediações feitas pelos docentes compreender, respeitar e sobretudo eliminar qualquer tipo de preconceito ou racismo que se possa existir. De acordo com Romão (2003) afirma que: Ao olhar para alunos que descendem de africanos, o professor comprometido com o combate ao racismo deverá buscar conhecimentos sobre a história e cultura deste aluno e de seus antecedentes. E ao se fazer, buscar compreender os preconceitos embutidos em sua postura, linguagem e prática escolar; reestruturar seu envolvimento e se comprometer com a perspectiva multicultural da educação (ROMÃO 2003p. 20). Assim a escola enquanto instituição que precisa desenvolver seu papel social, na formação do cidadão critico e participativo precisa se adaptar as novas condições do contexto histórico de modo a atender as reais necessidades e junto com todos os seus atores promover um ensino para todos com a qualidade e
  • 12. 10 também com a amplitude de promover a igualdade e o respeito que a sociedade precisa conhecer e exercer principalmente com os negros. De acordo com o SECAD1(2006): Independentemente do grupo social e/ou étnico-racial a que atendem, é importante que as instituições de Educação Infantil reconheçam o seu papel e função social de atender às necessidades das crianças constituindo-se em espaço de socialização, de convivência entre iguais e diferentes e suas formas de pertencimento, como espaços de cuidar e educar, que permita às crianças explorar o mundo, novas vivências e experiências, ter acesso a diversos materiais como livros, brinquedos, jogos, assim como momentos para o lúdico, permitindo uma inserção e uma interação com o mundo e com as pessoas presentes nessa socialização de forma ampla e formadora.(BRASIL,2006,p.37) Sendo assim o presente trabalho busca um olhar critico reflexivo acerca das ações pedagógicas e das metodologias que serão usadas pelo professor seja ele especificamente de história da cultura negra ou o polivalente da educação infantil, que ministra todas as disciplina, mas que entende as reais necessidades de interação e de respeito as diferenças que precisam ser ensinadas e transmitidas as novas gerações de modo a termos uma sociedade com reais condições de igualdade e fraternidade. Considera-se pertinente desenvolver o presente trabalho buscando dentro da metodologia da pesquisa bibliográfica e de campo, reflexões e analises acerca de como o professor precisa se posicionar e também das relações encontradas dentro do ambiente infantil que precisam sofrer transformação de modo que haja dentro da ação do educador a mediação entre a criança e o mundo,de acordo com SECAD (2006) esclarece que estes momentos de trocas de conhecimentos são essenciais ao educando possibilitando assim a construção de uma auto-imagem em relação à beleza, à construção do gênero e aos comportamentos sociais. De modo que a criança veja dentro do estudo das muitas culturas, e também da africana, o processo de aprendizagem que é algo duradouro que ocorre durante sua vida. 1 A Secretaria de Educação a Distância, Alfabetização e Diversidade (Secad) é um órgão componente da estrutura administrativa do Ministério da Educação (MEC) e foi criada no ano de 2004, durante a gestão do ministro Tarso Genro. Sua principal função é articular junto as três secretarias do MEC responsáveis por gerir a educação formal (SEB – Secretaria de Educação Básica, Setec – Secretaria de Educação Tecnológica e Secretaria do Ensino Superior – SESU) políticas públicas voltadas a ampliação do acesso a educação a todos os cidadãos, levando-se em conta especificidades de gênero, idade, raça e etnia, etc.
  • 13. 11 A estrutura da presente pesquisa será em 4 capítulos onde num primeiro momento se fará uma abordagem mais histórica sobre o contexto onde a pesquisa será realizada, a cidade de Água Branca no povoado Serra das Viúvas, o segundo capítulo buscará dar um enfoque sobre a educação quilombola dentro do município de Água Branca, e também abordara sobre a história da cultura africana na educação infantil. O terceiro capitulo trará sobre a metodologia da pesquisa e dará um enfoque dentro do público pesquisado que foi a Escola Municipal de Educação Básica Francisco Pereira Leite está localizada em Água Branca - Alagoas. A escola da rede municipal possui 212 alunos, matriculados no ano de 2018 respectivamente nas modalidades de: Educação Infantil, Ensino Fundamental I e EJA, este capitulo também abordará sobre as discussões e os resultados da pesquisa "in loco", de modo que o trabalho se encerra no 4 capítulo que se trata das considerações finais e de como o trabalho contribuiu de forma favorável em forma de conhecer melhor o contexto de Serra das Viúvas.
  • 14. 12 1 O CONTEXTO HISTÓRICO DE ÁGUA BRANCA E DA SERRA DA VIÚVA 1.1 ÁGUA BRANCA A história de Água Branca começa nos meados do século XVII, onde a cidade fazia parte das sesmarias que compreendiam também os atuais municípios de Mata Grande, Piranhas e Delmiro Gouveia. Para diferenciar de Mata Grande, do qual durante muito tempo foi povoado, chamou-se primitivamente Mata Pequena ou Matinha de Água Branca. O nome veio em relação a haver, ali, uma fonte de água muito clara. A penetração em terras do município deve-se a três irmãos de família Vieira Sandes, vindos de Itiúba, povoação do Rio São Francisco. Atraído pelas boas pastagens oferecidas pela zona da caatinga, e pela riqueza da região serrana, o capitão Faustino Vieira Sandes desbravou o município, instalando uma fazenda de gado. No ano Em 1769, em um leilão realizado em Recife, as terras das sesmarias que envolviam os atuais municípios de Mata Grande, Água Branca, Piranhas e Delmiro Gouveia foram arrematadas. “Estavam de posse das mesmas, por arrendamento, o capitão Faustino Vieira Sandes, tronco da atual família Sandes de Água Branca”. Não se sabe a data, mas a primeira capela do município, dedicada à Nossa Senhora do Rosário, foi construída mais ou menos defronte do local onde se ergueu, no século XIX, a matriz de Nossa Senhora da Conceição. Dois outros núcleos importantes na história do povoamento do município foram Pedra – hoje município de Delmiro Gouveia – e Várzea do Pico, pequeno povoado, mas que teve seus dias de glória. Várzea do Pico era o ponto de descanso das boiadas vindas de Pernambuco ou de outros municípios alagoanos. A sua feira de gado era uma das maiores da região. Em 1893, já denominada Vila do Capiá, o lugarejo passou a ser sede do município. O motivo da mudança é atribuído a desentendimentos entre lideranças políticas locais e o governador Gabino Besouro. Era o começo do período Republicano e o governador resolveu, pelo Ato Legislativo nº 35 de 30 de maio de 1893, demonstrar força no município e prestigiar seus correligionários.
  • 15. 13 A mudança não demorou muito. Com o afastamento de Gabino Besouro, a Lei nº 74, de 1º de junho de 1895, devolveu a sede do município para a vila de Água Branca. Assim a vila com a denominação de Água Branca, pela lei provincial nº 681, de 24 de abril de 1875, desmembrada do município de Paulo Afonso. Sede na localidade de Água Branca. Constituído do distrito sede. Instalado em 20 de setembro de 1876. 1.2 A SERRA DOS VIÚVAS A Serra das viúvas é um povoado localizado a 7 km do centro de Água Branca, a história da comunidade é contada através de relatos orais dos moradores da própria comunidade, por não haver nenhuma espécie de registro ou documento que contenham dados sobre o inicio da povoação. Maria José de Souza, atualmente moradora da comunidade Serra das Viúvas e vinda de outro povoado por conta do seu casamento com um morador do quilombo, contou-nos que, ao chegar à comunidade, ficou bastante intrigada com o nome que o local recebera, então, perguntou a sua sogra o motivo pelo qual a comunidade era denominada Serra das Viúvas, já que, poucas eram as viúvas naquela época. Sua sogra contou-lhe que, no início do povoamento, o quilombo era conhecido como Paudalho e abrigava três famílias tradicionais. Essas famílias eram compostas por pai, mãe e filhos. Com o passar dos anos, os pais foram falecendo e a Serra passou a ser residida e representada por três mulheres viúvas, passando-se a ser denominada de Serra das Viúvas. Na história da comunidade, não se tem relatos sobre a origem dessas famílias, aspectos, fisionomia ou descendência. Sendo assim a comunidade que está localizada a 7 km de distância do município de Água Branca, no Estado de Alagoas, a comunidade Quilombola Serra das Viúvas possui cerca de 600 moradores, distribuídos em 70 famílias. As atividades econômicas desenvolvidas em Serra das Viúvas são a agricultura de subsistência, a criação animal, a transformação artesanal, o artesanato e o turismo. A maior parte dos habitantes trabalham na própria comunidade. Os alimentos produzidos na comunidade são o milho, a mandioca, frutas, verduras e outros. A maior parte da produção agrícola é orgânica. A comunidade
  • 16. 14 possui uma escola da 1ª à 4ª ano e um programa de alfabetização local para jovens e adultos. Na área de Saúde, a comunidade é atendida pelos programas Mais Médicos e Saúde da Família. A água consumida em Serra das Viúvas vem de carro- pipa e de nascentes locais. O esgotamento da maioria das casas é feito por meio de fossas sépticas.Os seguintes programas sociais beneficiam a comunidade: Bolsa Família, Pronaf e Programa Garantia Safra. 1. 3 A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA HISTÓRIA AFRO-BRASILEIRA PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DO EDUCADOR FRENTE A DIVERSIDADE ÉTNICO-RACIAL Ao fazermos algumas considerações acerca da nossa prática docente percebemos o quanto precisamos estar mais voltado a ação da pesquisa e também nos conscientizar de que precisamos estar em sintonia com as novas tendências de ensino, onde hoje o professor assume-se como mediador do aprendizado do aluno, que também grande autonomia do seu processo de conhecimento devido as grandes redes de comunicação e também de interação. Oliveira (2011) esclarece que: A pesquisa assim,seria parte inseparável da prática docente e permitiria ao professor elaborar autonomamente sua própria interpretação da realidade,mas de forma sempre dinâmica,nunca estática ou cristalizada.O permanente processo de problematização, investigação e descoberta não seria apenas um fator de atualização dos conteúdos a serem trabalhados em sala de aula,mas condição inerente ao próprio exercício da prática docente.(OLIVEIRA,2011,p. 55) A construção do conhecimento e a interação com o mundo devem andar em comum acordo. Desta forma entendemos que projetos didáticos que envolvam todos da comunidade e tragam grandes mudanças na perspectiva de vida e de participação do aluno como sujeito ativo da sua própria história de vida tem sido um dos grandes desafios aos educadores da atualidade. Precisamos enquanto professores nos organizar de modo a garantir um aprendizado de fato real e significativo principalmente dentro do contexto da história, precisa ser desmistificada como uma disciplina de uso exclusivo da memória.
  • 17. 15 Sabemos que grandes avanços já foram dados em relação a mudança desta prática pedagógica mais que ainda é preciso fazer muito mais. De acordo com Silva 2005 apud Oliveira 2011, esclarece que: Os professores atualmente precisam se apropriar de muito conhecimento sobre a realidade social e escolar desde analisar as implicações de modelo neoliberal para a concepção de educação até desvendar e interpretar as culturas jovens, suas tribos e ritos;desde analisar criticamente a sociedade desigual em que vive até desvendar a contribuição do conhecimento científico para a interpretação de seus hábitos e práticas;desde decifrar as novas fontes de informação e seus mecanismos até a contribuição da arte como possibilidade de enfrentamento da violência que perpassa nosso cotidiano,desde conhecer profundamente os processos de raciocínio e pensamento dos alunos até dominar processos e modalidades de construção de um leitor crítico.( OLIVEIRA 2011, p.56) De acordo com JENKINS (2004),buscando esclarecer acerca da concepção sobre história este afirma que: [...] a história constitui um dentre uma série de discursos a respeito do mundo.Embora estes discursos não criem o mundo (aquela coisa física na qual aparentemente vivemos), eles se apropriam do mundo e lhe dão todo os significados que têm. O pedacinho de mundo que é objeto (pretendido) de investigação da história é o passado. ( JENKINS,2004, p.23) A prática docente precisa estar de fato voltada a levar o aluno a compreender a História, através do respeito a diferenças étnicas, comunidade urbana ou rural, refletindo as relações de gênero em um processo de auto-gestão que o aluno sinta- se sujeito da História de sua classe, de sua escola, de sua comunidade, só pode resultar em prazer. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais ( PCN’s)2, o ensino da história precisa ser entendido e aplicado com objetivos e finalidades de ampliação do pensamento do cidadão em relação a sua história de vida e comunidade. Deste modo os PCN’s ( 1997 ) esclarecem que: Nesse sentido, propõe-se, para o ensino de História, conteúdos e situações de aprendizagem que possibilitem aos alunos refletir criticamente sobre as convivências e as obras humanas, ultrapassando explicações organizadas a partir unicamente de informações obtidas no presente e a partir unicamente de dados parciais. Propõe-se, assim, que os alunos conheçam e debatam as contradições, os conflitos, as mudanças, as permanências, as diferenças 2 Documento elaborado pelo MEC- Ministério da Educação e Cultura, cujo objetivo é traçar dentro do território nacional diretrizes de ensino e objetivos de cada uma das disciplinas do currículo comum da educação básica.
  • 18. 16 e as semelhanças existentes no interior das coletividades e entre elas, considerando que estão organizadas a partir de uma multiplicidade de sujeitos, grupos e classes( BRASIL, 1997, p.53) Assim é preciso que o docente dentro da sua formação acadêmica tenha um esclarecimento, que a sua ação junto aos educando irá influenciar amplamente, deste modo é preciso que o professor de história tenha sua visão de mundo critica, de modo a despertar no educando a curiosidade e o gosto pela pesquisa principalmente em relação a sua história local. Vasconcelos ( 2009),afirma que o professor é o elemento que estabelece a intermediação entre o patrimônio cultural da humanidade e a cultura do educando,é necessário que ele conheça,da melhor forma possível,tanto um quanto o outro.Sendo assim nesta missão de educador o professor se transforma em um contínuo pesquisador. Oliveira (2011), explica que: O conhecimento histórico está em constante transformação,impulsionado pela descoberta de novas fontes históricas, pela adoção de novas interpretações sobre as fontes já conhecidas, pela proposição de novos temas de pesquisa.Todas as ciências progridem e se transformam de forma cada vez mais acelerada e a História não é exceção. (OLIVEIRA ,2011 p.57) O professor de história precisa através dos embasamentos teóricos ampliar o conhecimento e aprimorar a prática pedagógica, contemplando a reflexão histórica necessária à construção e à produção de conhecimento histórico, reforçando o significado social e político do ensinar,do pesquisar e sobretudo do atuar socialmente como educador. “O historiador, enquanto cientista, e o professor, enquanto profissional (...) da formação de consciências, não podem ser separados das determinações implícitas nas ligações do saber e do poder...” ( SILVA, 1998.., p. 39). A escola vem atualmente buscando mais do que nunca, seu objetivo primordial na formação dos educandos, que é que estejam aptos para viver em uma sociedade plural, democrática e em constante mudança, além de que gerar já nos primeiros contatos do ensino sistematizado um ensino que valorize a diversidade. A disciplina de História junto a este tema pode intervir com intencionalidade educativa
  • 19. 17 de modo eficiente visando a possibilitar uma aprendizagem significativa e favorecer um desenvolvimento pleno, de forma a tornar todos os alunos cidadãos consciente numa sociedade democrática. De acordo com os PCN (1998) esclarece que: A seu modo, o ensino de História pode favorecer a formação do estudante como cidadão, para que assuma formas de participação social, política e atitudes críticas diante da realidade atual, aprendendo a discernir os limites e as possibilidades de sua atuação, na permanência ou na transformação da realidade histórica na qual se insere.(BRASIL, 1998,p.46) Com base nas colocações dos Parâmetros Curriculares Nacionais o maior desafio hoje no ensino da história é o de conseguir adaptar uma prática pedagógica voltada para atender às necessidades do educando, o qual constantemente já vive os processos envolvidos na aquisição do conhecimento, mesmo porque num mundo globalizados onde a era da informática traz recursos e atualizações constantes,a escola oferece o livro muitas vezes como único e exclusivo recurso fazendo com que o ensino seja de fato enfadonho e sem qualquer motivação para o conhecimento. Moreno (2000) esclarece que : [...]algo necessário para viver em uma sociedade como a nossa, a disposição de cada uma das outras matérias muda, re-situa-se, adquire um novo valor: o de ajudar-nos a conquistar macro-objetivos imprescindíveis para viver em uma sociedade desenvolvida e autoconsciente. A vinculação entre as matérias transversais e os conteúdos curriculares dá um sentido a estes últimos, fazendo- os aparecer como instrumentos culturais valiosíssimos para aproximar o científico do cotidiano.(MORENO, 2000,p.39) De acordo com Dalla ( 2011) chama a atenção dos docentes ao afirmar que mais do livro, o professor precisa ter conteúdo. Cultura. Até um pouco de erudição não faz mal algum. Sem estudar e saber a matéria não pode haver ensino. De acordo com Neto (2003),afirma que : Transformação pedagógica onde o papel do professor supere a compreensão e prática sobre sua disciplina, abrangendo uma reflexão sobre os conteúdos e valores a ele associados, ampliando a responsabilidade do educador com a formação dos alunos. Ou seja, com base nos temas transversais propostos e na necessidade de cada realidade escolar, o professor deve aproximar seus conteúdos e a sua prática escolar para o desenvolvimento da capacidade do aluno ler e interpretar a realidade, contextualizando-a aprendendo a aprender.( NETO 2003, p.62)
  • 20. 18 Assim o professor de história dentro da sua formação e especialização precisa estar sempre aberto a aquisição de conhecimentos referentes a metodologias que de fato levem a uma prática educativa mais significativa, motivadora, e sobretudo condizente com a que estamos vivenciando nos dias atuais. Dentro do que hoje é exposto e reforçado por teóricos como Dalla(2011) fica evidente que não se concebe mais o professor de história adotar práticas tradicionais de leituras, ou mesmo apresentação de documentários distantes e sem qualquer relação significativa com o contexto histórico e social da criança, a memorização que também por muitos anos foi uma prática adotada dentro da disciplina levando esta a categoria de disciplina decorativa, onde a memorização de fatos e eventos era o principal foco da matéria, fez com que muitos professores dentro da sua ação permanecesse adotando a mesma postura e levando o ensino da história ser algo chato e enfadonho. PCN’s (1998) esclarecem que: Essa proposta de temas interdisciplinares gera novos desafios para o ensino de História. Um deles é articular os conteúdos tradicionais, como os de uma história política e econômica, com conteúdos característicos de outras disciplinas, como é o caso do meio ambiente ou questões de saúde. As propostas atuais, dessa forma, exigem um trabalho intenso do professor, uma concepção diferenciada desse profissional, como um trabalhador intelectual que, juntamente com seus alunos, deve pesquisar, estudar, organizar e sistematizar materiais didáticos apropriados para as diversas condições escolares.(BRASIL,1998, p.62) Ainda de acordo com os PCN’s a prática docente precisa ofertar ao aluno a oportunidade de ser mais critico e o trabalho com os texto precisam ser direcionados de modo que não sejam memorizados mais entendidos ou seja a valorização do conhecimento e do ponto de vista do discente precisa ser levada em consideração e a partir daí criar meios para um aprendizado mais motivador e significativo. ... o ensino de História, conteúdos e situações de aprendizagem que possibilitem aos alunos refletir criticamente sobre as convivências e as obras humanas, ultrapassando explicações organizadas a partir unicamente de informações obtidas no presente e a partir unicamente de dados parciais. Propõe-se, assim, que os alunos conheçam e debatam as contradições, os conflitos, as mudanças, as permanências, as diferenças e as semelhanças existentes no interior das coletividades e entre elas, considerando que estão organizadas a partir de uma multiplicidade de sujeitos, grupos e classes (com alguns interesses comuns e outros diferentes).(BRASIL 1998,p.53)
  • 21. 19 O professor deve a partir da sua formação ter uma postura mais critica de modo que seja efetivamente voltada a mediação e a pesquisa dentro de vários documentos históricos apresentados, como forma a refletir e analisar e não mais como algo a ser decorado. Oliveira (2011) afirma que: É mediante a pesquisa que o professor poderá formar sua própria interpretação da realidade histórica, dialogar e interagir com outros posicionamentos (além da possibilidade de criticá-los), dessa forma atuar como agente de esclarecimento, formação e construção do senso crítico e participativo dos seus alunos. Mais ainda, somente o professor-pesquisador, forjado na prática habitual de pesquisa e submetido a processos de formação continuada,será capaz de formar e orientar os estudantes nas atividades de pesquisa e investigação da realidade.(OLIVEIRA 2011,p.188) O preparo ao docente é fundamental de modo que, um professor mal preparado e desmotivado não consegue dar boas aulas nem com os melhores dos livros, enquanto que um bom professor que vem se atualizando e constantemente tendo a prática de refletir e pesquisar, pode até aproveitar-se de um livro com grandes falhas para corrigi-las e desenvolver em sala a criticidade tão debatida e defendia nos dias atuais. 1.4 HISTÓRIA E CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA, NA EDUCAÇÃO INFANTIL. O ensino infantil nos últimos anos tem tido um olhar todo especial,por parte dos docentes, pois percebeu-se o quanto a educação infantil quando bem trabalhada pode refletir de forma positiva no ensino fundamental. Outro ponto que também veio a fortalecer as concepções acerca da importância da educação infantil foi a ampliação do ensino fundamental e com a criança começando sua vida escolar de forma obrigatória aos 6 anos. Assim ficou claro o quanto o professor e a escola precisa envolver as crianças já em seus primeiros contatos com o ensino sistematizado com assuntos como as relações étnicos-racias de modo que as crianças tenham em suas atividades e conversas dentro da temática o conhecimento da individualidade e do respeito as diferenças que precisa cultivar, já nos primeiros contatos com o ensino. Desta forma SECAD (2006) esclarece que:
  • 22. 20 A dimensão de educação em muitas culturas e também na africana tem um sentido de constituição da pessoa e, enquanto tal, é um processo que permite aos seres humanos tornar-se pessoas que saibam atuar em sua sociedade e que possam conduzir a própria vida. Compreendendo que esse “tornar-se pessoa” não tem sentido dissociado da compreensão do que somos, porque não vivemos sozinhos, porque estamos em sociedade (BRASIL, 2006. p.41) Outro aspecto de considerar acerca do ensino das relações étnico-raciais trata-se justamente da auto-estima da criança em conhecer a cultura africana e ver na cor negra a beleza singular além da riqueza cultural, assim de acordo com SECAD (1996) esclarece que: [...] necessário que tanto as educadoras quanto as crianças e seus familiares tenham acesso aos conhecimentos que explicam a existência das diferentes características físicas das pessoas, os diferentes tons de cor da pele, as diferentes texturas dos cabelos e formato do nariz, buscando valorizar tais diversidades.(BRASIL,1996,p.47) O professor precisa se conscientizar que é sua tarefa trabalhar em sala de aula a superação do preconceito e racismo independente de suas origens étnicas posição político religioso. Partindo desse pressuposto, todo esforço feito para que se consolidem a formação dos alunos frente a este assunto se torna instrumento para a elevação da desmarginalização desse povo que representa a maioria da população brasileira. Os preconceitos fazem parte de uma tradição cultural que transmite, por assim dizer, espontaneamente: as crianças adquirem-nos pelo contato com seus professores, colegas, mestres da escola dominical (religiosa), e, sobretudo com seus pais. Entre estes últimos, alguns não querem que suas crianças tenham preconceitos; outros, pelo contrário inculcam-nos nelas, porque eles próprios foram educados na convicção de que é conveniente e natural tê-los. Eles o fazem agindo de uma certa maneira, exprimindo certas aversões, opondo-se a certas relações, formulando certos comentários, deixando entender que é ridículo ou vergonhoso fazer isto ou aquilo, etc. Acontece mesmo que os adultos fazem troça das crianças para melhor lhes despertar certos preconceitos. Mas, na maior parte dos caos, os adultos não têm consciência de que inculcam preconceitos nas crianças... (SOUZA, 2001, p.180) Outro fator que deve contribuir para o ensino na educação infantil é que seja disponibilizado para os alunos um ambiente prazeroso, onde diversos tipos de materiais e formas de aprender sejam proporcionados objetivando a observação,
  • 23. 21 comparação, classificação e reflexão para que as crianças percebam naturalmente a importância da cultura e das suas diversas manifestações. Finalmente entende que trabalhar com as crianças questões que envolvam a temática da sua identidade é de suma importância, pois é através dela que se evidencia a pluralidade do povo brasileiro e faz com que os alunos se percebam e percebam suas diferenças, permitindo que não neguem suas próprias identidades e origens, fazendo com que a escola se torne um ambiente não só de construção de conhecimentos formais, mas também de caráter e valores.
  • 24. 22 2. A VALORIZAÇÃO DA CULTURA NEGRA NA ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO BASICA FRANCISCO PEREIRA LEITE O presente estudo tem como foco entender melhor como a cultura negra dentro de uma comunidade quilombola precisa ser fortemente trabalhada, valorizando e reconhecendo as raízes dos antepassados e toda a história da construção e permanência de uma cultura. A escola tem na atualidade um papel fundamental no que tange à apreensão e disseminação das informações.Sendo assim é imprescindível que tais informações cheguem com segurança e de forma verídica para não contribuir com a propagação de mitos e inverdades que se tem sobre algum assunto. Em pleno século XXI ainda podemos presenciar em sala de aula atitudes preconceituosas para com alunos afrodescendentes, os quais por muitas vezes se excluem do convívio social por não conhecerem e não valorizarem sua cultura, que é tão rica e bela. Uma grande falha no processo de ensino aprendizagem é não abordar a cultura negra, ou abordá-la de forma inferior ou superficial. A formação e construção de uma sociedade mais justa, estabelecida por meio da formação coletiva voltada para cidadania, só pode se tornar possível a partir de um intenso processo de conscientização, que é, sem dúvida, um dos principais objetivos propostos pela educação. Enquanto existirem pessoas que não podem fazer algo, que não têm acesso, oportunidade e igualdade de direitos, se torna inviável exercer a cidadania, o que, consequentemente, impossibilita a idéia de democracia racial e igualdade de direitos.( BENTO,2008,p.32 ) O trabalho dentro da comunidade quilombola precisa ser diferenciado, a negritude precisa ser trabalhada dentro de todo o contexto anual , a escola dentro do seu projeto político pedagógico não deve ignorar ou mesmo não envolver a história de resistência e a cultura negra que é algo fundamental na construção do povo brasileiro. Assim a comunidade quilombola precisa dentro do contexto escolar ser estudada, e sobretudo as crianças precisam perpetuar a sua história de origem,conhecendo sua história de origem e sobretudo lutando pela sua preservação e valorização. Acredita-se que trabalhar temáticas abordando a cultura afro-brasileira, vai além de cumprir leis estabelecidas pela LDBEN. O professor quando assume tal compromisso, torna-se um intermediador e facilitador do
  • 25. 23 conhecimento, disseminado a cultura afro-brasileira e promovendo a inclusão racial e social não apenas no âmbito escolar, pois, o conhecimento ultrapassa as barreiras físicas da escola.( VERGULINO 2013,p. 114) Este trabalho é essencial principalmente dentro da comunidade quilombola, pois as crianças mesmo as da educação infantil precisam entender mais da história de seus antepassados e perpetuar a cultura, algo muito presente, de modo que o ensino não pode ser voltado a períodos esporádicos é preciso que a escola viva a comunidade e que todos os eventos sejam relacionados a história e a cultura negra. Desta forma é fundamental que o trabalho dentro da escola seja de conscientização e de preparo para que as crianças e jovem vivam na sociedade de forma consciente tendo a percepção que a cor da sua pele não os coloca em uma posição inferior, muito pelo contrário é preciso que se entenda que o negro tem grande parte na nossa história e também grandes contribuições de um povo de uma cultura rica e diversificada que precisa ser explorada dentro do contexto educacional. 2.1 A COMUNIDADE DA SERRA DAS VIÚVAS E A PARTICIPAÇÃO NO CONTEXTO ESCOLAR A comunidade estudada tem grande acesso dentro da escola,pois tanto a merendeira como também o vigia além de três professoras são membros da comunidade quilombola, os alunos também todos fazem parte do sítio e a comunidade participa dentro da escola das decisões e dos projetos, inclusive a escola é bem situada no sítio e muitas das comemorações são feitas usando a estrutura física da escola. Assim a comunidade é bem organizada, onde a palmeira por nome de ouricuri são tiradas suas palhas e são confeccionados artesanatos, a escola também inclui dentro da sua proposta pedagógica com as turmas da EJA oficinas de artesanato, uma forma de passar a cultura e também de valorizar o trabalho local. com palha de ouricuri. Assim a comunidade é bem presente no contexto escolar, além da capoeira também ensinada as crianças, existe no currículo da escola uma proposta do trabalho da valorização e da preservação da cultura negra, deste o infantil até a Educação de Jovens e Adultos.
  • 26. 24 Os projetos pedagógicos tem também grande atrativo dentro da comunidade água-branquense, onde na escola é realizada uma feira cultural, e todos os anos são apresentadas danças, comidas típicas, a história e também o artesanato local, de modo a difundir e a resgatar e ampliar o conhecimento e a valorização da cultura negra local. 2.2 A RELAÇÃO DA CULTURA ÉTICO -RACIAL E O TRABALHO CONTRA O RACISMO Um dos grandes desafios da escola tem sido o trabalho em prol de uma educação para todos onde não haja discriminação e o racismo seja de fato abolido, para isto é preciso que haja um trabalho sério de identidade e de respeito entre os alunos, em relação ao negro é preciso que a escola dentro da sua função social de formação do cidadão inclua no seu programa anual projetos, onde se haja de fato um estudo de valorização e de respeito entre os povos. O racismo é portanto, um problema sério de proporções graves que está presente em altos índices no espaço escolar, gerando consequências que marcam profundamente o aspecto psicológico de crianças e adolescentes negros, que, para serem notados, culmina se com uma constante análise crítica dos educadores que o acompanham. [...]exemplo nítido dessa situação de exclusão observa-se em livros didáticos, que, em geral, sempre destacam os personagens brancos e os colocam em situações privilegiadas e desejáveis, bem diferente da representação em relação aos negros, que raramente estão presentes, ou quando estão, são revestidos de imagens ou conotações negativas e estigmatizadas, que procuram inferiorizá-los e reforçar estereótipos negativos sobre os negros através de personagens pobres, humildes, sem instrução e desvinculados de um contexto familiar (PINTO, 2007,p.47). A educação, como parte fundamental dentro da sociedade principalmente a que acontece na escola, pois permite a relação direta com à sociedade que se deseja alcançar ou manter, sendo assim a escola é uma das responsáveis por construir conhecimentos, informações, valores e condutas, tendo um potencial de transformação e conscientização social e isso depende decisivamente da sua intencionalidade, ou seja, de seus objetivos em relação à comunidade escolar. De acordo com Valente (2008) a escola precisa garantir ao aluno experiências que tenha de fato algum sentido e lógica, principalmente ao público negro, as histórias de seus antepassados precisam ver vistas e vivenciadas dentro do contexto
  • 27. 25 escolar sob a ótica de autores negros e com conceitos que mostre a cultura negra de forma verdadeira sem estereótipos ou mesmo inferiorizadas. No espaço escolar são reproduzidos constantemente valores e conceitos propagados socialmente, talvez de maneira mais reveladora e objetiva, que dependendo do posicionamento e método pedagógico fundamentado e adotado pela escola, podem ganhar ou não mais força, o que tem acontecido de um modo geral nas escolas públicas brasileiras, revelando a incapacidade e o atraso presente predominantemente nas práticas pedagógicas diante das situações discriminatórias.( AZEVEDO 1990,p.34) Com base nas colocações de Azevedo( 1990), vemos que tudo depende do tipo de informação que os alunos têm acesso, que, em geral, são distorcidas da realidade dentro e fora do espaço escolar, pois se nas escolas prevalece a presença de materiais didáticos que excluem e inferiorizam a cultura afro-brasileira, fora dela a situação é praticamente a mesma, afinal, existem hoje uma série e infinidade de meios de socialização diferentes da escola, que influenciam diretamente na mentalidade desses sujeitos que estão em processo de desenvolvimento A escola a colocar em prática a lei n° 10.639/2003, está de fato buscando alternativas para que de fato o ensino da história da África e da cultura afro-brasileira seja discutida e vista de forma série e com o real comprometimento em levar o aluno a conhecer de fato a diversidade nacional e a valorização e reconhecimento do negro dentro do povo brasileiro.
  • 28. 26 3. METODOLOGIA DA PESQUISA Este trabalho de pesquisa pretende atender os objetivos propostos, visando relatar aspectos encontrados da realidade vivenciada no ambiente escolar com comprometimento e seriedade. Para Marinho (2014) a pesquisa é um tratamento de investigação que tem por objetivo descobrir respostas para dúvidas e indagações, através do emprego de processos científicos. Segundo ANDRADE (1999, pág. 103), pesquisa é: [...] o conjunto de procedimentos sistemáticos, baseado no raciocino lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para problemas propostos, mediante a utilização de métodos científicos,ou seja o método é o conjunto das atividades sistêmicas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimento validos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista. Portanto, trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, onde se utilizou a análise de conteúdo no que se refere à identificação dos aspectos, e do contexto social onde a escola da comunidade quilombola pode abordar um currículo rico preservando e empoderando as tradições culturais do povo presente atrelado ao passado de luta.A pesquisa bibliográfica é fundamental dentro do processo de conhecimento de uma temática como esclarece LAVILLE (2009, pág. 214): [...] pode se aplicar a uma grande diversidade de materiais, como permite abordar uma grande diversidade de objetos de investigação: atitudes, valores, representações, mentalidades, ideologias, etc. Pode-se assim usá- la no estudo de embates políticos, de estratégias ou, ainda, para esclarecer fenômenos sociais particulares, em matéria de comunicação, por exemplo, em que se poderiam examinar os postulados implícitos dos manuais escolares ou os estereótipos veiculados pela publicidade. Sendo assim, o presente estudo terá caráter de revisão bibliográfica de livros, artigos, teses, sites, de modo a se buscar uma melhor compreensão dos aspectos em relação ao ensino da diversidade ético racial dentro de uma comunidade quilombola. Num segundo momento teremos um contato mais próximo através da vida "in loco", onde nos permitirá conhecer toda a comunidade e nos aprofundar em relação ao ensino, através de conversas com quatro (04) professoras que ensinam da educação infantil ao 5º ano do ensino fundamental, que nos permitiu ter um olhar
  • 29. 27 mais aprofundado sobre a influência da educação dentro da cultura local e como uma fortalece e estar presente na outra. Segundo Bagno e Biklen (2008, apud Ibíd. p.13): A pesquisa qualitativa ou naturalística envolve a obtenção de dados descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada, enfatiza mais o processo do que o produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se desejam estudar. De acordo com Marconi; Lakatos (2010, p.86), “o questionário é um instrumento de coleta de dados constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”. O questionário do educador foi usado dois tipos de questões as de múltipla escolha em que as respostas seriam direcionadas a uma resposta já pronta e também questões abertas, pois permitem ao informante responder livremente, usando linguagem própria e emitir opiniões. Após a fase de coleta, deu-se a análise documental e bibliográfica, onde as informações obtidas puderam ser analisadas. 3.1 A ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA FRANCISCO PEREIRA LEITE A Escola localizada na Serra da viúvas funciona como uma extensão, no sítio que fica a cerca de 7 km da cidade de Água Branca funcionam duas salas de aula atendendo cerca de 200 alunos, sendo que a escola funciona manhã com turmas da educação infantil (67) sessenta alunos , a tarde com turmas do ensino fundamental menor, uma sala com os alunos do 1º ao 3º ano ( 39) alunos, e a outra sala com alunos do 4º e 5º ano ( 42 ) alunos , a noite funciona o primeiro segmento ( 32) e o segundo segmento ( 30) alunos nas turmas da EJA. A estrutura física da escola é composta por duas salas de aula, uma cozinha, um deposito, dois banheiros e um pátio externo coberto. De modo que trabalham na escola 06 professores, três formadas em pedagogia e outras 03 cursando pedagogia , duas merendeiras e um vigia. A comunidade local é bem presente e sempre está inserida na escola visto que na escola até pouco tempo funcionava as reuniões sobre a comunidade quilombola. Existe também um grande apoio da secretária de Educação e Cultura
  • 30. 28 em prol de ações que desenvolva a visitação ao quilombo e enalteça a cultura e o artesanato presente. 3.2 ENTREVISTA COM PROFESSORES E COMUNIDADE LOCAL -DISCUSSÃO E APRESENTAÇÃO DOS DADOS Em nossa visita ao povoado da Serra das Viúvas tivemos uma boa receptividade pelos moradores e por todos da Escola Municipal de Educação Básica Francisco Pereira Leite, onde em nossa primeira abordagem questionamos sobre a participação dos pais nas atividades escolares os professores informaram que 100% dos pais participam efetivamente das festividades e reuniões assim como qualquer evento de culminância de projetos. Em conversa com a professora a Educação infantil, está relatou que as mães são bem presentes em todas atividades e ajudam em alguns momentos de culminância de projetos. No entanto em relação ao acompanhamento dos filhos do 3º ao 5º ano as professoras relataram que ter muita dificuldade em passar exercícios ou pesquisa para casa, por se tratar de uma comunidade rural em que a base tem sido o artesanato muitos pais não acompanham de forma sistemática as atividades escolares, também os professores relatam perceber que muitos pais sentem dificuldade ou alegam a falta de tempo ou estudo para acompanhar as atividades de casa, como mostra o gráfico abaixo: GRÁFICO 1. FONTE: autores 2018
  • 31. 29 Ao abordarmos sobre o trabalho pedagógico fomos informados que o planejamento acontece numa escola sede que é nucleada a SEMED onde direção e coordenação acompanha semanalmente os trabalhos realizados na escola. De modo que o gráfico 2, mostra a satisfação dos professores em relação ao trabalho de planejamento e a relação direta com a comunidade Quilombola. GRÁFICO 2. FONTE: autores 2018 Como as professoras fazem parte da comunidade quilombola, elas tem a sensibilidade de sempre introduzir conceitos e trazer sempre que possível representantes do quilombo para que sejam realizadas oficinas como o próprio artesanato da palha de ouricuri ou de milho. De modo que em seus relatos as professoras deixaram claro que são feitas atividades como a comunidade quilombola que participa ativamente nas reuniões com os técnicos da universidade Federal de Alagoas -Campus Sertão,onde professores e alunos de diversos cursos tem implementado na comunidade oficinas de formação, das festas religiosas como: dia do padroeiro, ladainhas, celebrações dominicais e das festas tradicionais como: folia de reis, dança de jongo, dança da capoeira, danças juninas o trabalho na roça, artesanato e a produção coletiva de farinha e beiju de goma de mandioca.
  • 32. 30 Sendo assim a comunidade tem se fortalecido a ganhado visibilidade municipal e até estadual devido a entrar como parte da programação do festival de inverno organizado pela secretária de cultural e turismo do município atraindo muitos visitantes e trazendo para dentro do quilombo recursos próprios com o turismo na venda de comidas típicas, artesanatos. Por fim nos foi esclarecido que existe na SEMED de Água Branca um projeto voltado a educação quilombola, que preza por um espaço totalmente pensado pela preservação da história e valorização da cultura negra, além de formação continuada de professores que atuam nas comunidades remanescentes de quilombos, bem como a distribuição de material didático adequado com festas e comemorações que venham a enaltecer à valorização e à afirmação dos valores étnico-raciais.
  • 33. 31 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A educação é um ato permanente, como já dizia Paulo Freire, e nesse sentido o pensar da educação dentro de uma comunidade quilombola deve ter como base temáticas que levem as crianças a se perceberem dentro de um contexto histórico e social privilegiado, onde as raízes negras sejam de fato difundidas e o orgulho de um povo seja de fato um instrumento para a construção de uma sociedade anti- racista, que privilegia o ambiente escolar como um espaço fundamental no combate ao racismo e à discriminação racial. O presente estudo possibilitou compreender que mesmo dentro de uma comunidade quilombola a escola ainda atende a um currículo tradicional, no entanto o próprio município entende e estar buscando fazer um aprimoramento do processo de reflexão sobre a construção de novos paradigmas educacionais, as questões relativas ao currículo e suas estruturas, a construção do conhecimento, os processos de aprendizagem. Sendo assim o presente estudo nos possibilitou entender o quanto é importante que novas propostas e estratégias sejam de fato concebidas, e colocadas em prática dando assim a presente comunidade uma melhor visibilidade em relação a sua cultura. Assim a escola dentro da comunidade quilombola tem uma dinâmica própria que possibilita o acesso a crianças, adolescentes e jovens negros e negras, num contexto que vivenciam um, ambiente escolar favorável ao ao seu sucesso, ao desenvolvimento pleno de suas potencialidades. Lançar um novo olhar de contemporaneidade, para que se instalem na escola posicionamentos mais democráticos, garantindo o respeito às diferenças, é condição básica para a construção do sucesso escolar para os (as) estudantes das comunidades quilombolas. Fundamentar a pratica escolar diária direcionando-a para uma educação anti-racista é um caminho que se tem a percorrer. Nesse percurso, podemos identificar alguns pontos fundamentais que poderão fazer das reflexões/ações no cotidiano escolar, no sentido de tratar pedagogicamente a diversidade racial, visualizando com dignidade o povo negro e toda a sociedade brasileira.
  • 34. 32 Esta proposta de educação pedagógica tem como base fundamental o mestre Paulo Freire que busca a compreensão dos processos educativos nas suas dimensões sócias e políticas, vendo o indevido das camadas populares como principal agente construtor e transformador da história por meio das práxis pedagógica. O universo quilombola nos oferece facilidade de desenvolver qualquer conteúdo que esteja inserido no livro didático. Desta forma a comunidade quilombola é o espaço físico, é o mundo conhecido, é o espaço de interação e por isso se constitui uma realidade concreta, vivida, amada, que necessita ser entendida e vivenciada sua política dentro das demais escolas, de modo que a vida dos negros seja de fato parte presente da comunidade e seja valorizada.
  • 35. 33 REFERENCIAS ANDRADE, L. Planejar e redigir trabalhos científicos. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher. 1999. AZEVEDO, Eliane. Raça. Conceito e Padrão. São Paulo: Ática, 1990. Revista Interação 12.ed., ano VII -v. 1, n. 216 BAGNO, Marcos. O Fio de Ariadne. In: BAGNO, Marcos. Pesquisa na Escola: O que é como se faz. 2ª Ed. São Paulo: Edições Loyola,2008. BENTO, M. A.;Cidadania em preto e branco: discutindo as relações raciais. São Paulo: Ática, 2008. v.9. BRASIL . LEI Nº 9.394 de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira. Brasília: Ministério da Educação. 1996. _______. Ministério da Educação. Lei nº 10.639, de 9 de Janeiro de 2003. Disponível em: http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=2. Acesso em: 24 agosto. 2018. _______. Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação para temas transversais: pluralidade cultural. Brasília (DF): MEC, 1997. _______. Parecer nº CNE/ CP 003/2004 de Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília: MEC, 2006. _______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. 3v.:il. Brasília: MEC/SEF, 1998 ________.Ministério da Educação / Secretaria da Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Orientações e Ações para Educação das Relações Étnico-Raciais Brasília: SECAD, 2006. DALLA Costa, Armando João. O ensino da história e suas linguagens.Coleção Metodologia do ensino de História e Geografia;v.7 Curitiba: Ibpex,2011. JENKINS, Joel Rufino dos. O que é racismo. São Paulo. Abril cultural/ Brasiliense, 2004. LAVILLE, Carlos. Discriminação de Desigualdades Raciais no Brasil. Rio de Janeiro: Graal, 5. ed.,2009. MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia Científica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
  • 36. 34 MORENO, MONTSERRAT.Temas Transversais: Um ensino voltado para o futuro. In: BUSQUETS, Maria Dolors. Et al. Temas Transversais em Educação. 6ª ed. São Paulo: Ática, 2000 NETO, José Alves de Freitas. A Transversalidade e a Renovação no Ensino de História. In : KARNAL, Leandro (org). História na Sala de Aula, Conceitos, Práticas e Propostas. São Paulo: Contexto, 2003. OLIVEIRA,Dennison de. Professor-Pesquisador em Educação Histórica.Coleção Metodologia do ensino de História e Geografia;v.3 Curitiba: Ibpex,2011. PINTO, Regina Pahim. A Representação do Negro nos Livros Didáticos de Leitura. In: Cadernos de Pesquisa, n° 63. São Paulo: 2007. ROMÃO, Jeruse. Por uma educação que promova a auto-estima na criança negra. Brasília,n Ministério da Justiça, CEAP, 2003. SILVA, Consuelo D. Negro?Qual é o seu Nome? Belo Horizonte: Mazza Edições, 1998. SOUZA, Andréia Lisboa de. Personagens negros na literatura infanto-juvenil: rompendo estereótipos. Racismo e anti-racismo na educação: repensando nossa escola. São Paulo: Selo Negro, 2001. p. 195-213. VALENTE, Ana Lúcia. Ser Negro no Brasil de Hoje. São Paulo: Moderna, 1998. VASCONCELOS, José Antonio.Fundamentos Epistemológicos da História Coleção Metodologia do ensino de História e Geografia;v.5 Curitiba: Ibpex,2009. VERGULINO, ANA ROSA, RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NO ESPAÇO ESCOLAR, 2º semestre de 2013, número 2 REVISTA INTERAÇÃO | Ano VIII
  • 38. 36 APÊNDICE A – Instrumento de Pesquisa Utilizado na Coleta de Dados ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA FRANCISCO PEREIRA LEITE QUESTIONÁRIO AOS DOCENTES - Ensino infantil e fundamental anos iniciais PERÍODO: MATUTINO E VESPERTINO 1. Idade: ____ Sexo: M ( ) F ( ) 2. Você se considera: Branca ( ) Parda/Morena ( ) Negra ( ) Indígena ( ) Amarela ( ) 3. Tempo que atua no magistério ( ) 0 a 5 anos ( ) 5 -10 anos ( ) 15 -20 anos ( ) acima de 20 anos 5. Como é a participação dos pais dentro do contexto escolar ( ) muito participação ( ) pouca participação ( ) nenhuma participação 6. Como é a participação dos pais no acompanhamento de trabalhos ou atividades extra classe com os alunos ( ) muito participação ( ) pouca participação ( ) nenhuma participação 7. Você considera que os conteúdos trabalhado são adequados para uma escola quilombola? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 8. Existem algum tipo de acompanhamento por parte da SEMED em relação ao planejamento das aulas e atividades voltadas a comunidade? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ __________________________________________________________________
  • 39. 37 9. Quais são as principais angustias que são levantadas dentro do planejamento para um trabalho na comunidade da Serra das Viúvas ? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 10. De que forma a comunidade quilombola tem contribuído para a educação das crianças e para ações educacionais em promoção a preservação da cultura local? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________