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CADERNO DE RESUMOS
Reitor:
Prof.Lourisvaldo Valentim da Silva
Vice-Reitora:
Adriana Mármori
Pró-Reitor de Pesquisa e Ensino de Pós-Graduação:
Prof.Dr. José Cláudio Rocha
Diretora do DCH V:
Profa.Ms Cláudia Pereira de Sousa
Coordenadora do PPGHIS
Profa. Dra.Sara Oliveira Farias
Vice- coordenadora do PPGHIS
Profa. Dra. Maria das Graças de Andrade Leal

COMISSÃO ORGANIZADORA:

Docentes
Cristiana Ferreira Lyrio Ximenes
Cristina Luna
Edinélia Maria Oliveira Souza
Maria das Graças de Andrade Leal
Nancy Rita Sento Sé de Assis
Priscila Gomes Correa
Sara Oliveira Farias

COMISSÃO CIENTÍFICA
Ana Paula Medicci
Cláudia Pons Cardoso
Clebemilton Nascimento
Cristiana Ferreira Lyrio Ximenes
Cristina Luna
Edinelia Maria Oliveira Souza
Flavio Gonçalves dos Santos
Jânio Roque Barros de Castro
José Jorge Andrade Damasceno
Juvenal de Carvalho Conceição
Miguel Cerqueira dos Santos
Miralva dos Santos
Priscila Gomes Correa
Raimundo Nonato Pereira Moreira
Rosemere Ferreira da Silva
Suzana Severs
Virgínia Queiroz Barreto
Zózimo Trabuco

SECRETARIA
Andréia Lemos Passos
Helder Peixoto da Costa

MONITORES
Adilson Santana Souza
Aline Michele F. M. Pereira
Ana Cláudia A. dos Santos
Carla Virgínia G. Oliveira
Clarice dos Santos Borges
Cristiane Silva Santos
Danilo Ramos S. Gonçalves
Diana de Sousa Santos
Emanuele dos Santos Silva
Iraildes da Silva Queiroz
Jamile Souza dos Santos
Joélia da Silva Melo Pena
Joseane Berhends Santos
Josineide Costa Souza
Juliete Reis dos Santos
Jurahumara Santos Jesus
Leidiane Santos Oliveira
Letícia Pereira Conceição
Marcos Vinicios Nascimento
Milane de Jesus Santos
Paulo Marcos Pereira
Roseane Alves dos Santos
Sandra dos Santos
Taíze dos Reis Souza
Vilmar Ferreira da Silva
Vlademir França Alves

__________________________________________________________
III Simpósio de História Regional e Local 1:2013: Santo Antônio de Jesus de Jesus,BA.
Caderno de resumos do III Simpósio de História Regional e Local. / Universidade do
Estado da Bahia; Programa de Pós-Graduação em História Regional e Local, Santo
Antônio de Jesus: UNEB, 2013.
132 p.
ISBN:
1. História – congressos. 2. Historiografia.
II. Universidade do Estado da Bahia – Departamento de Ciência Humana
Programa de Pós-Graduação em História Regional e Local.
III. Título
_______________________________________________________
APRESENTAÇÃO

O III Simpósio de História Regional e Local, promovido pelo Programa de PósGraduação em História Regional e Local (PPGHIS), em parceria com o Departamento
de Ciências Humanas-Campus V e pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Ensino de PósGraduação da Universidade do Estado da Bahia, e apoiado pela Fundação de Amparo
à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB), encontra-se na sua terceira edição e tem
representado importante espaço de debates e interlocução entre professorespesquisadores, estudantes de graduação e pós-graduação, por promover a produção
de conhecimento científico através de apresentação de trabalhos inovadores, que
envolvem temáticas da história social, cultural, política e econômica, oriundos de
diversas instituições de ensino superior da Bahia e do Brasil. Propicia, neste sentido, a
ampliação do diálogo entre os segmentos de pesquisadores da área de história, em
particular, não obstante as presenças de pesquisadores de áreas afins (antropologia,
ciência política, sociologia, educação, letras, geografia), intensificando discussões
teóricas e metodológicas interdisciplinares, bem como a apresentação pública de
pesquisas empíricas sobre temas relacionados à História Regional e Local, na
perspectiva de avançar-se sobre análises da recente historiografia brasileira e
internacional.
Para que melhor possamos acompanhar a programação, neste Caderno de
Resumos está apresentada a composição do evento, na qual estão incluídas quatro
mesas redondas, com participação de professores convidados de universidades
baianas e brasileiras, onde serão debatidas questões relativas à historiografia, história
regional e local, educação histórica, ensino e história da África, pesquisa e política de
acervos no Brasil, além dos nove Simpósios Temáticos que contemplam
comunicações de pesquisas sobre temáticas relativas à região, identidades,
patrimônio, cultura, memória, biografia, relações de poder, sociedade, política, ensino
de história, África, cultura afro-brasileira, gênero, raça/etnia e sexualidade.
A partir de esforços conjuntos, estamos realizando este evento, cujos
resultados serão vivenciados por todos os inscritos, sejam apresentadores de
trabalhos ou ouvintes, durante esses dias. Aproveito a oportunidade de, em nome da
Comissão Organizadora, agradecer a parceria e colaboração da Profa. Dra. Sara
Farias, Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em História Regional e Local,
de professores, alunos e funcionários que se envolveram na organização deste
Simpósio, ao mesmo tempo em que desejo a todos e todas excelente estadia com
frutíferos resultados acadêmicos, individuais e coletivos.
Profa. Dra. Maria das Graças de Andrade Leal
Coordenadora do III Simpósio de História Regional e Local
Outubro/2013
1. PROGRAMAÇÃO COMPLETA DO SIMPÓSIO
15/10/2013 – terça feira
Horário
8:00 –17:00
9:00-9:30
09:30-12:30

Atividade

Local

Credenciamento

Área de Convivência

Solenidade de abertura

Auditório Milton Santos

Mesa Redonda de abertura
História regional e local no debate
historiográfico

Auditório Milton Santos

Coordenação: Profa. Dra. Priscila Gomes Correia
1- Prof. Dr. Eudes Fernando Leite – Universidade
Federal da Grande Dourados – Mato Grosso do Sul
2- Prof. Dr. Erivaldo Fagundes Neves (UEFS)

12:30–14:00
14:00-17:00
17:00–18:00

3- Prof. Dr. Edson Armando Silva (Universidade
Estadual de Ponta Grossa)
INTERVALO PARA ALMOÇO
Simpósios Temáticos

Salas Pavilhão 1 e 2

Sessão BATE PAPO COM AUTOR
Auditório Milton Santos
- Prof. Me. Edinaldo Antonio Oliveira Souza - livro
“Lei e Costume: experiências de trabalhadores na
Justiça do Trabalho (Recôncavo Sul, Bahia, 1940 1960) – EDUFBA, 2012
- Prof. Dr. Miguel Cerqueira dos Santos Livro: Turismo em Ambiente Costeiro no Brasil e em
Portugal, Eduneb, 2013.

18:00– 19:00
19:00-21:00

- Prof. Dr. Jânio Roque de Castro - Livro: Da casa à
praça pública: a espetacularização das festas
juninas no espaço urbano, eduneb, 2012.
INTERVALO
Mesa redonda
Educação histórica: dilemas e perspectivas no
ensinar-aprender história.
Coordenação de Mesa: Profa. Dra. Cristiana
Ximenes (Uneb)
1- Prof. Dr. Paulo Mello – FEUSP
2- Profa. Dra. Tatiana de Lima (UFRB)
3 - Prof. Dr. Leandro A. Almeida (UFRB)

Auditório Milton Santos
16/10/2013 – quarta feira
Horário

Atividade

Local
Salas Pavilhão

8:30-12:30

Simpósios Temáticos

12:30-14:00
14:00-17:00

INTERVALO PARA ALMOÇO
Mesa Redonda

1e2

Auditório Milton Santos
Ensino e História da África
Coordenação: Prof. Dr. Wilson Mattos (UNEB)
1- Prof. Me. Denilson Lessa (UNEB-GT)
2- Prof. Dr. Acácio Sidinei Almeida Santos (PUC/SP;
FACAMP - Faculdades de Campinas; Casa das Áfricas-SP)
3-Prof. Dr. Luis Nicolau Parés (UFBA)

17:00-18:30

18:30-19:00
19:00-21:00

Bate papo com autores / autógrafos
Prof. Dra.Kátia Lorena Novais Almeida – livro: Alforrias em
Rio de Contas – Bahia (Século XIX) EDUFBA, 2012.

Auditório Milton Santos

INTERVALO
Exibição de vídeo documentário
Auditório Milton Santos
FEMININO CANGAÇO
Documentarista Manoel Neto e o diretor Lucas Viana
17/10/2013 – quinta feira
Horário

Atividade

Local
Salas Pavilhão

8:30-12:30
12:30 –
14:00

Simpósios Temáticos

1e2

INTERVALO PARA ALMOÇO
Mesa Redonda de encerramento

Auditório Milton Santos

14:00-17:00
Pesquisa Histórica e política de acervos no
Brasil: avanços e dilemas
COORDENAÇÃO:
Ribeiro (UNEB)

Prof.

Me.

Marcos

Profeta

1- Prof. Dr. Caio Boschi (PUC-MG)

17:30-18:30

2- Prof. Dr. Flavio Weinstein Teixeira (UFPERecife)
3- Profa. Stela Dalva Teixeira Silva (UESC)
Bate papo com o autor / autógrafos
Auditório Milton Santos
Prof.Dr.Caio Boschi
LIVROS:
Por que estudar História? São Paulo: Ática, 2007.
Brasil – Colônia nos arquivos de Portugal,
Alameda, 2011.
Profa.Dra. Avanete Pereira Sousa
LIVROS:
A Bahia no Século XVIII: poder político local e
atividades económicas, Alameda, 2012.
Poder político local e vida cotidiana: a Câmara
Municipal da Cidade de Salvador no século XVIII,
Edições UESB, 2013.
Prof. Me. Marcos Profeta Ribeiro
Livro: Mulheres e poder no Alto Sertão da Bahia: a
escrita epistolar de Celsina Teixeira Ladeia (1901
a 1927), Alameda, 2012.

18:30
20:30

Prof.Dr. João José Reis
Coffe Break / apresentação cultural
ENCERRAMENTO

Área de convivência
2. SIMPÓSIOS TEMÁTICOS
PROGRAMAÇÃO
ST1 – Região, identidades e patrimônio
ST2 – Gênero, raça/etnia e sexualidades na pesquisa: textualidades
acadêmicas, literárias, práticas pedagógicas e ativistas
ST3 - Campos da História Cultural: diálogos interdisciplinares
ST4 – História, memória e (auto) biografia
ST5 – América Portuguesa: cultura, sociedade e relações de poder
ST6 – Experiências de sociabilidades populares na Bahia monárquica e
no pós-abolição
ST7 – Ditadura e transição política na América do Sul
ST8 – Ensino e História da África e cultura afro-brasileira
ST9 – Ensino de História: experiências e reflexões

ST 1 - Região, identidades e patrimônio
Coordenadores: Prof. Dr. Miguel Cerqueira dos Santos (UNEB) e Prof. Dr. Jânio
Roque B. de Castro (UNEB
1. Retratos da Bahia: panorama social e político da cidade de salvador no
século XIX. (Antonio Marcos de Almeida Ribeiro)
2. A proclamação da República pelo viés dos periódicos baianos (Matheus
Berlink Fonseca)
3. Cercas e progresso: cidade cercada e animais fora das ruas (Alcides de Jesus
Lima)
4. Vale o escrito: o Jogo do Bicho na Feira moderna (1940-1960) (Carlos Alberto
Alves Lima)
5. Evolução histórica da rede urbana do recôncavo baiano: a influência dos
meios de transportes na organização da hierarquia urbana (Uelington Silva
Peixoto)
6. Mutações territoriais no município de Santo Antônio de Jesus/Ba: análise
entre gestão, crescimento, ambiente e qualidade de vida. (Miguel Cerqueira
Santos e Alane Pereira dos Santos)
7. Riscos Ambientais e Juventudes no Recôncavo Baiano (Maris Gonçalves
Conceição Santos)
8. O Conselho Estadual de Cultura da Bahia: Patrimônio, intelectuais e
identidade baiana. (1967-1975) (Anselmo Ferreira Machado Carvalho)
9. A atuação do serviço do patrimônio histórico e artístico nacional (SPHAN) na
preservação das igrejas históricas presente nos municípios de Ituberá e
Camamu, estado da Bahia (1937 – 1967) (Vanessa de Almeida Dócio)
10. As novas formas de uso da praça conselheiro Antônio Rebouças no carnaval
de Maragogipe após o registro em patrimônio imaterial da Bahia (Erick Gomes
Conceição/Ramon Andrade de Souza/Dr. Janio Roque Barros de Castro)
11. O Combate dos Soldados das Espadas de Fogo: A Tradicional Guerra de
Espadas de Cruz das Almas-BA (William de Jesus Sodré)
12. As bolsas de mandinga no Brasil Colonial: Demonologia e feitiçaria no século
XVIII (Priscila Natividade de Jesus)
13. A festa de Yemanjá e a Igreja Católica em Salvador: aproximações e
distanciamentos (Fernanda Reis dos Santos)
14. As Artes de Cura no Brasil: de crime de curandeirismo à condição de
Patrimônio Imaterial. (Marina Assunção Gois Rodrigues)
15. Um pedaço da Bahia: um olhar sobre a Região de Mundo Novo. (Lucas Adriel
Silva de Almeida)
16. O leão e os outros animais: luta pela terra no sertão baiano do século XIX.
(Macio Andrade do Nascimento)
17. A Terra e os Homens: estrutura e conflitos fundiários no Portal do Sertão Baiano
na Primeira República (Francemberg Teixeira Reis)
18. Traços de uma região: recôncavo da atividade fumageira (Margarete Nunes
Santos)
19. Reflexões sobre a liderança feminina na comunidade remanescente
quilombola do Tucum/BA (Karla Dias de Lima)
20. Trajetória, Cultura e Identidade na Comunidade Negra Rural de Lagedo Mirangaba-BA (Marcelo Nunes Rocha)
21. O mapeamento participativo como uma forma de empoderamento das
comunidades tradicionais. (Maria Valdelice Vieira Santos)
ST 1 - Região, identidades e patrimônio

Coordenadores: Prof. Dr. Miguel Cerqueira dos Santos (UNEB) e Prof. Dr. Jânio
Roque B. de Castro (UNEB

SALA: 8 (Pavilhão 2)
CRONOGRAMA

16.10.2013 (quarta feira)
Horário: 8:30 – 12:30 h
1. Retratos da Bahia: panorama social e político da cidade de salvador no
século XIX. (Antonio Marcos de Almeida Ribeiro)
2. A proclamação da República pelo viés dos periódicos
baianos (Matheus Berlink Fonseca)
3. Cercas e progresso: cidade cercada e animais fora das ruas (Alcides de
Jesus Lima)
4. Vale o escrito: o Jogo do Bicho na Feira moderna (1940-1960) (Carlos
Alberto Alves Lima)
5. Evolução histórica da rede urbana do recôncavo baiano: a influência dos
meios de transportes na organização da hierarquia urbana (Uelington Silva
Peixoto)
6. Mutações territoriais no município de Santo Antônio de Jesus/Ba:
análise entre gestão, crescimento, ambiente e qualidade de vida. (Miguel
Cerqueira Santos e Alane Pereira dos Santos)
7. Riscos Ambientais e Juventudes no Recôncavo Baiano (Maris Gonçalves
Conceição Santos)
8. O Conselho Estadual de Cultura da Bahia: Patrimônio, intelectuais e
identidade baiana. (1967-1975) (Anselmo Ferreira Machado Carvalho)
9. A atuação do serviço do patrimônio histórico e artístico nacional
(SPHAN) na preservação das igrejas históricas presente nos
municípios de Ituberá e Camamu, estado da Bahia (1937 – 1967)
(Vanessa de Almeida Dócio)
10. As novas formas de uso da praça conselheiro Antônio Rebouças no
carnaval de Maragogipe após o registro em patrimônio imaterial da
Bahia (Erick Gomes Conceição/Ramon Andrade de Souza/Dr. Janio Roque
Barros de Castro)
11. Criação da Diocese de Amargosa: Expansionismo Religioso ( Dilma
Filgueiras de Santana)
1710.2013 (quinta feira)
Horário: 8:30 – 12:30 h
1. O Combate dos Soldados das Espadas de Fogo: A Tradicional Guerra de
Espadas de Cruz das Almas-BA (William de Jesus Sodré)
2. As bolsas de mandinga no Brasil Colonial: Demonologia e feitiçaria no século
XVIII (Priscila Natividade de Jesus)
3. A festa de Yemanjá e a Igreja Católica em Salvador: aproximações e
distanciamentos (Fernanda Reis dos Santos)
4. As Artes de Cura no Brasil: de crime de curandeirismo à condição de
Patrimônio Imaterial. (Marina Assunção Gois Rodrigues)
5. Um pedaço da Bahia: um olhar sobre a Região de Mundo Novo. (Lucas Adriel
Silva de Almeida)
6. O leão e os outros animais: luta pela terra no sertão baiano do século XIX.
(Macio Andrade do Nascimento)
7. A Terra e os Homens: estrutura e conflitos fundiários no Portal do Sertão
Baiano na Primeira República ( Francemberg Teixeira Reis)
8. Traços de uma região: recôncavo da atividade fumageira (Margarete Nunes
Santos)
9. Reflexões sobre a liderança feminina na comunidade remanescente
quilombola do Tucum/BA (Karla Dias de Lima)
10. Trajetória, Cultura e Identidade na Comunidade Negra Rural de Lagedo Mirangaba-BA (Marcelo Nunes Rocha)
11. O mapeamento participativo como uma forma de empoderamento das
comunidades tradicionais. (Maria Valdelice Vieira Santos)
ST 1 - Região, identidades e patrimônio

RESUMOS

1. Retratos da Bahia: panorama social e político da cidade de salvador no
século XIX
Antonio Marcos de Almeida Ribeiro

O presente trabalho analisa os principais aspectos sobre a constituição da cidade de
Salvador durante o século XIX articulando essencialmente as posições políticas e
sociais. Além de apresentar um panorama acerca do traçado urbanístico, mercado de
trabalho e religiosidade. Revelando assim um microcosmo de pluralismo racial o que é
fundamental para a fixação da personalidade do que é ser baiano. Salvador situava-se
como metrópole regional na qual se concentrava um intenso fluxo de trocas e
redistribuição de mercadorias. Cidade mestiça que também guardava inúmeras
incongruências em suas relações sociais e étnicas. Mais do que uma aglomeração de
construções, pelourinho, marcos arquitetônicos a construção de uma identidade
citadina dependente da pluralidade que a transcende. O ponto crucial é que Salvador
será ao longo de sua existência uma cidade inquietante e revolucionária com o
desenvolvimento de várias ações e discursos em sua dimensão identitária em sua
constituição enquanto patrimônio material e imaterial.

2. A proclamação da República pelo viés dos periódicos baianos

Matheus Berlink Fonseca
Este trabalho analisa os discursos jornalísticos utilizados pelos três jornais de maior
circulação da cidade de Salvador, O Jornal de Notícias da Bahia, A República Federal
e o Diário de Notícias, durante a primeira quinzena após a Proclamação da República
do Brasil. Busco compreender o posicionamento político de cada um desses jornais a
partir das suas orientações políticas, respectivamente, um neutro, um republicano e
um conservador. As principais fontes utilizadas foram os jornais, além dos inquéritos
policiais e textos de Olavo de Carvalho. A metodologia utilizada foi a análise do
discurso e o diálogo com a bibliografia específica sobre o tema da Proclamação da
República como as obras de Jose Murilo de Carvalho para o Rio de Janeiro e Wlamyra
Albuquerque para a Bahia. A pesquisa revelou que o discurso local foi tendencioso
para o republicanismo o que influenciou na difusão dos acontecimentos do novo
sistema de governo na imprensa soteropolitana.

3. Cercas e progresso: cidade cercada e animais fora das ruas
Alcides de Jesus Lima
Este trabalho tem como finalidade analisar as medidas tomadas na década de 1940
pela municipalidade para modernizar a cidade de Itaberaba,Bahia. As principais
medidas adotadas se relacionavam ás práticas cotidianas da população, já que a
cidade foi cercada para proibir a entrada e permanência dos animais no perímetro
urbano. No entanto, os moradores resistiram a todas as medidas desenvolvidas pela
municipalidade, inclusive a adoção de leis que multava aqueles que insistiam nos
costumes contrários a urbanidade. Analisa-se também a introdução de alguns
melhoramentos urbanos visando o embelezamento da cidade, bem como a introdução
de serviços urbanos. O discurso sanitarista também era muito presente e estava
diretamente vinculado as políticas de combate a criação de porcos e cães soltos nas
ruas da urbe. Além disso, faz-se uma breve análise dos serviços de iluminação, já que
sua introdução 1938 contribuiu para o pensamento progressista, adotado pelo
poder público municipal e imprensa.

4. Vale o escrito: o Jogo do Bicho na Feira moderna (1940-1960)
Carlos Alberto Alves Lima

Considerando o jogo elemento constitutivo da cultura nossa atenção se voltará para
uma concepção estrita, interessa-nos o jogo, na forma da jogatina, uma prática lúdica
que de alguma forma proporciona experiências subversivas aos ditames valorativos de
uma sociedade a qual pertence, ou simplesmente uma válvula de escape para
extravagar as emoções latentes. Tomaremos o jogo então, como: “uma atividade ou
ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de
espaço. Assim, buscaremos dar conta, aqui, do jogo enquanto fenômeno ocorrido e
localizado na Feira de Santana, entre as décadas de 1940-1960, particularmente no
“Complexo da Rua do Meio”. Momento de grandes transformações na cotidianidade
brasileira, com destaque para a modernização dos costumes e do comportamento, do
crescimento das taxas de urbanização, como também da consolidação de uma nova
etapa do capitalismo e de uma forma de trabalhismo implantado na chamada Era
Vargas. Na urbe feirense moderna se jogava de tudo: carteado, dominó, bingo, roleta,
víspara. De toda a variedade de jogos, optaremos por analisar o “jogo do Bicho”.
Dentre tantos fatores, a escolha deste se deve pela repercussão que essa modalidade
tivera ao longo do período que propomos estudar, sendo alvo da repulsa jurídica e da
defenestração moral da imprensa. Sem contar que no “Complexo da Rua do Meio”
localizava-se grandes pontos de venda dessa loteria.

5.

Evolução histórica da rede urbana do recôncavo baiano: a influência dos
meios de transportes na organização da hierarquia urbana
Uelington Silva Peixoto

A lógica capitalista envolve e coordena as dinâmicas do mundo, de uma forma tão
incisiva, que mudanças ocorridas nas esferas econômicas e decorrentes de
modificações técnicas, refletem em toda a dinâmica territorial do espaço. O acelerado
ritmo de mudanças globais tem interferido de forma incisiva nos modos de produção,
nas dinâmicas territoriais e modos de vida da população. Diante dessas mudanças,
pode-se perceber o processo de desindustrialização das cidades e uma ascensão do
setor terciário para atender as necessidades do sistema capitalista de produção.
Assim, a integração regional, por meio das redes urbanas, é responsável pela
polarização e organização espacial. As cidades não conseguem viver isoladas, por
conta disso, se interligam por meio de redes de transportes, comunicações e
comerciais. O Recôncavo Baiano foi palco de intensas transformações na logica da
hierarquia urbana, pois agentes hegemônicos distintos lançaram reflexos no território.
Nessa perspectiva, o presente trabalho se debruça em investigar a influencia dos
meios de transportes na organização da hierarquia urbana do Recôncavo Baiano. No
intuito de atingir os objetivos propostos, os caminhos metodológicos foram divididos
em dois momentos. Primeiramente, foi realiza uma ampla pesquisa bibliográfica,
concentrando-se em obras atuais, construção de fichamentos e resenhas, além de
consultas ao acervo da internet. Posteriormente, foi necessário baixar um banco de
dados no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o qual foi processado
no software Terra View. Dentre outros resultados, foi possível identificar as mudanças
na hierarquia urbana ao longo do tempo, que culminaram numa organização espacial
atual, pautada na maior dinamicidade e dialogo com outras regiões do estado.
6. Mutações territoriais no município de Santo Antônio de Jesus/Ba: análise
entre gestão, crescimento, ambiente e qualidade de vida.
Miguel Cerqueira dos Santos
Alane Pereira dos Santos
As transformações que acontecem com o passar dos anos vão ficando ainda mais
evidentes quando materializadas no espaço, de forma que resultam nas diferentes
paisagens. Todas refletem um modo de vida da sociedade que ali vive. O município de
Santo Antônio de Jesus/Ba não fica fora deste contexto, dado ao fato de que
apresenta-se como um dos mais importantes do Recôncavo Baiano, principalmente
pela sua capacidade em atrair pessoas para o desenvolvimento das atividades
comerciais e de serviços. Observa-se ainda que, nas últimas décadas, o município tem
sido considerado como um grande polarizador tanto pelo oferecimento de serviços,
quanto pela variedade do seu comércio, bem como pela instalação de algumas
indústrias. Partindo de tais propósitos, considera-se importante o entendimento de
como as transformações ocorridas ultimamente interagem mediante ao processo de
interlocução entre planejamento/gestão, crescimento/desenvolvimento, ambiente e
melhoria das condições de vida. Para tanto, busca-se, especificamente, situar o
município de Santo Antônio de Jesus no contexto das modificações territoriais
ocorridas ultimamente no Recôncavo Baiano, estabelecer um paralelo entre os
conceitos de crescimento, desenvolvimento, planejamento, gestão e qualidade de vida
e, por fim, discutir o papel do planejamento frente às discussões propostas
anteriormente. O desenvolvimento desta pesquisa surge da necessidade de contribuir
para o preenchimento da lacuna no tocante a análise da relação entre
crescimento/desenvolvimento, planejamento e qualidade de vida, em Santo Antônio de
Jesus. Este município, nas últimas décadas, vem passando por significativas
modificações territoriais, o que fortalece, ainda mais, a sua capacidade de atração de
pessoas e mercadorias, oriundas de diferentes regiões da Bahia e até mesmo de
outras localidades do Brasil e do mundo. O rápido crescimento observado em Santo
Antônio de Jesus provoca impactos positivos e negativos. Para isso, demanda a
realização de trabalhos desta natureza, com o intuito de contribuir para a elaboração
de

políticas

públicas,

visando

novas

trajetórias

de

desenvolvimento.

Palavras-chaves: Santo Antônio de Jesus, crescimento, planejamento e condições de
vida.
7. Riscos Ambientais e Juventudes no Recôncavo Baiano
Miguel Cerqueira dos Santos
Maria Gonçalves Conceição Santos
O presente trabalho tem o propósito de ampliar as discussões sobre os riscos
ambientais e as vulnerabilidades dos jovens, numa das mais importantes regiões do
Brasil, o Recôncavo Baiano. A situação dos riscos passa a ser um assunto de extrema
necessidade, na contemporaneidade. A maneira como as relações territoriais ocorrem,
nas últimas décadas, produz uma paisagem dicotômica. Por um lado, ampliam-se as
inovações tecnológicas, aumentam-se os fluxos de mercadorias e de transportes e
possibilitam-se o acesso ao emprego e a renda, para uma pequena parcela da
população. Por outro lado, encontramos um número significativo de pessoas que
convivem com sérios riscos ambientais, o que demanda reflexões.

8. O Conselho Estadual de Cultura da Bahia: Patrimônio, intelectuais e
identidade baiana. (1967-1975)
Anselmo Ferreira Machado Carvalho)

O presente artigo trata de problematizar a relação entre as noções de patrimônio e
identidade baiana na consolidação das políticas culturais no período da criação do
Conselho de Cultura da Bahia em 1967. Assim, destacam-se como construtores desta
identidade baiana mais voltada para os elementos tradicionais, a exemplo da
referência ao patrimônio arquitetônico, os intelectuais que compunham o Conselho,
nomeados pelo governador do estado e concatenados com as proposituras do
Conselho Federal de Cultura, órgão criado na vigência da ditadura militar no Brasil
9. A atuação do serviço do patrimônio histórico e artístico nacional (sphan)
na preservação das igrejas históricas presente nos municípios de Ituberá
e Camamu, estado da Bahia (1937 – 1967)
Vanessa de Almeida Dócio

O presente artigo aborda a historicidade das políticas e práticas de preservação do
patrimônio histórico-arquitetônico desenvolvidas no Estado da Bahia, a partir do
município de Camamu e Ituberá. Investiga especificamente os limites e alcances das
medidas voltadas para a proteção das igrejas de origem jesuíticas existentes no
território daquela cidade com objetivo de pesquisar de que maneira a implantação de
uma legislação de proteção do patrimônio nacional concebida no âmbito dos poderes
públicos (federal e estadual), no período compreendido entre os anos de 1927 a 1967,
se refletiu em medidas efetivas de proteção ao patrimônio local. Abordando os
elementos justificadores da não salvaguarda das edificações por parte do Serviço do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), ao mesmo tempo em que se
analisa a atuação das prefeituras municipais no tocante a preservação de seu
patrimônio histórico arquitetônico e da comunidade local na promoção da manutenção
das edificações históricas.

10. As novas formas de uso da praça conselheiro Antônio Rebouças no
carnaval de Maragogipe após o registro em patrimônio imaterial da Bahia
Erick Gomes Conceição*
Ramon Andrade de Souza**
Dr. Janio Roque Barros de Castro***
O carnaval é uma das festividades mais importantes que se tem registro, pela sua
especificidade e valor histórico. Estudos apontam que esta festa tem suas raízes
surgindo desde o ano 3000 a.C. No Brasil essa festividade ocorre nas mais variadas
formas e nos diferentes espaços contribuindo assim para a manutenção da cultura
popular, algumas cidades ganharam destaque com o seu carnaval como o Rio de
Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife e Olinda, as festas nestas cidades ganharam
características de megaeventos. Na cidade de Maragogipe, acontece um carnaval um
tanto quanto diferente do que ocorre na capital baiana. Os mascarados e as
marchinhas são as principais marcas da festa carnavalesca da cidade. Diante de sua
importância cultural, o IPAC¹ registrou o carnaval de Maragogipe como Patrimônio
Imaterial da Bahia no ano de dois mil e nove, estando no livro de registro três, que
abrange as celebrações. Após este registro diversas modificações estruturais
estão sendo percebidas na espacialização da festa. Nessa perspectiva, este trabalho
se propõe a identificar as novas formas de uso da Praça Conselheiro Antônio
Rebouças no carnaval após a festa ser registrada como patrimônio imaterial da Bahia.
Como procedimento metodológico fez-se entrevistas semiestruturadas com seis
moradores locais, observação in lócus, e a análise de fotografias. A pesquisa
identificou que após o registro da festa como patrimônio imaterial da Bahia, houve uma
nova organização espacial do Carnaval de Maragogipe, com destaque para a
concentração da festa na Praça Conselheiro Antônio Rebouças, pois a mesma passa
a dispor de uma maior quantidade de bares e elementos que fixam os brincantes na
mesma, como um coreto móvel tocando marchinhas carnavalescas antigas e um palco
com apresentação de bandas.

11. O Combate dos Soldados das Espadas de Fogo: A Tradicional Guerra de
Espadas de Cruz das Almas-BA
William de Jesus Sodré
A guerra de espadas, também chamada de luta de espadas, é a prática que utilizar
fogos de artifício de Classe A, tradicional na festa Junina da cidade de Cruz das
Almas, tornou-se com passar do tempo parte integrante da cultura da cidade e tendo
sua prática se perpetuado por diversas gerações. O presente artigo procura discutir os
principais aspectos da tradicional Guerra de Espadas de Cruz das Almas na Bahia,
neste sentido, procura apresentar algumas questões essenciais que permeiam esta
tradição centenária. No que se refere à questão da tradição na cidade, o artigo procura
analisar como esta tradição está presente no cotidiano da cidade bem como se dá a
relação com a população local, procurando destacar como a tradicional Guerra de
Espadas possui potencialidades positivas e negativas se colocando neste contexto
social e despertando reações diferentes dentro da população da cidade. O recorte
temporal do presente artigo abrange de 2000 a 2011, período em que através das
pesquisas prévias foi constatada grande repercussão da tradição nos principais
veículos de comunicação da Bahia. Outra questão fundamental para a escolha do
recorte temporal foi a questão da proibição da Guerra de Espadas em Junho de 2011,
que novamente trouxe a questão da tradição para o centro das discussões na cidade.
Dessa forma ainda procuro entender a ligação da festa junina e a Guerra de Espada
demonstrando os processos desta cultura e sua construção dentro da cidade de Cruz
das Almas, no sentido de identificar os sujeitos que estão inseridos nesta tradição e
como estes se posicionam referente à guerra de espada e suas consequências. E
neste sentido o presente artigo se justifica por ter como objetivo principal preservar a
identidade cultural da cidade através das análises e discussões estabelecidas ao logo
do trabalho, trazendo assim a temática para debate e reflexão a respeito de sua
elucidação no contexto analisado, sendo esta questão a principal motivação para
escolha da temática abordada. A metodologia de pesquisa utilizada foi desenvolvida
na forma conceitual e teórica (método histórico), respaldado por pesquisa bibliográfica,
envolvendo a coleta de dados do período observado na pesquisa, (2000-2011), com o
objetivo de análise e compreensão da tradição da Guerra de Espadas, utilizando-se
ainda de fontes orais em um caráter investigativo e analítico a partir dos dados
coletados e das leituras realizadas.
12. As bolsas de mandinga no Brasil Colonial: Demonologia e feitiçaria no
século XVIII
Priscila Natividade de Jesus
O estudo sobre as bolsas de mandinga relacionado com a atuação da inquisição na
repressão e julgamentos de crimes de feitiçaria ganha atenção em nosso trabalho,
pois nos permite estudar acerca do universo religioso e cultural daqueles que
portavam e produziam as bolsinhas de mandinga no Brasil colonial, assim como
discutir a importância dos amuletos e o poder de seu conteúdo para aqueles que os
usavam. Cabe ressaltar que a utilização e crença nas bolsas de mandinga não
estavam apenas entre a população negra colonial, encontrava-se também inserida
entre a população de cor branca mesmo que em menor proporcionalidade. Nosso
estudo se desenvolve a partir do caso de José Martins, negro livre, processado,
julgado e condenado pela Inquisição Portuguesa pelo crime de feitiçaria por portar
uma bolsa de mandinga. Para a inquisição, as bolsas de mandinga eram sinônimo de
feitiçaria e demonologia, sendo assim julgada pelo poder e significado mágico que
representava perante seus usuários, assim como pelo conteúdo que carregava em seu
interior, composto por elementos da igreja católica, sendo os mais comuns orações,
pedra D’ara, hóstias consagradas e sanguinhos. O amuleto também reunia em seu
interior elementos de outras culturas. Deste modo, é interessante se pensar acerca do
sincretismo religioso que se configurara a partir dos elementos que compunham as
bolsas de mandinga.

13. A festa de Yemanjá e a Igreja Católica em Salvador: aproximações e
distanciamentos
Fernanda Reis dos Santos

A festividade afro-brasileira que surgiu na manifestação católica. Esta é a
pecualiaridade da Festa de Yemanjá em Salvador,entre os anos de 1924 a 1976. Esta
festa a partir dos anos 1930 passou a acontecer independente do calendário da Igreja
católica. Apesar de o dia 2 de fevereiro ser consagrado a Nossa Senhora das
Candeias, não há nenhuma associação entre o orixá e a Virgem Maria. Mesmo
porque, a escolha pela data foi ocasional, em virtude de que o presente que os
pescadores faziam para ser entregue ao mar, acontecia na chamada segunda-feira
gorda, ou seja, no último dia da festa de Santana. Talvez na tentativa de branquear o
culto à Yemanjá no Brasil, especificamente na Bahia, por vezes encontramos
referências deste orixá à santas católicas. Entretanto, o espaço do culto e a forma de
organização demarcam definitivamente uma separação entre esses dois universos
religiosos. Diante disso, o considero como um culto exclusivo do candomblé, sem
nenhuma relação com o catolicismo. Para tanto, utilizamos jornais locais e cartas
pastorais como fontes fundamentais para esta análise.

14. As Artes de Cura no Brasil: de crime de curandeirismo à condição de
Patrimônio Imaterial.

Marina Assunção Gois Rodrigues
A legislação que criminaliza o curandeirismo tornando ilícitas quaisquer expressões
das variadas maneiras de curar que não fossem a medicina oficial, que consta no
artigo 158 do código penal republicano define como se constituindo em crime
“ministrar ou simplesmente prescrever, como meio curativo interno ou externo, e sob
qualquer forma preparada, substâncias de qualquer dos reinos da natureza, fazendo
ou exercendo assim o ofício denominado de curandeiro". Em função de planos
higienistas da sociedade, foi coibida qualquer qualidade de expressão da religiosidade
popular, bem como as maneiras de cuidar de si por meio das artes de curandeiros e
benzedores.
O decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, reforça a política de
hegemonização da medicina no Art. 284, onde estipula como crime de curandeirismo
sob pena de detenção: “Exercer o curandeirismo: I - prescrevendo, ministrando ou
aplicando, habitualmente, qualquer substância; II – usando gestos, palavras ou
qualquer

outro

meio;

III

-

fazendo

diagnóstico”.

Através de políticas institucionais que revisitam o conceito de patrimônio, ampliando
sua definição, proporcionando o significado de bens intangíveis foi criado o decreto nº
3.551, de 4 de agosto de 2000, voltado ao “Registro de Bens Culturais de Natureza
Imaterial que constituem o patrimônio cultural brasileiro”, onde compreende
“compreende o Patrimônio Cultural Imaterial brasileiro como os saberes, os ofícios, as
festas,

os

rituais,

as

expressões

artísticas

e

lúdicas”.

Desta maneira, a documentação pertinente ao que concerne o patrimônio cultural do
Brasil, que vem sendo atualizada periodicamente, pela primeira vez pode abranger as
expressões culturais das artes de cura. Este trabalho se propõe a realizar uma
percepção do consentimento institucional deste percurso de cultura criminalizada, à
reconhecida em sua importância como testemunhos culturais que compõem o
patrimônio intangível do Brasil, após os exemplos do inventário destas práticas em
dois casos brasileiros: a Farmacopéia Popular do Cerrado e a Rede Fitovida no Rio de
Janeiro.
15. Um pedaço da Bahia: um olhar sobre a Região de Mundo Novo.
Lucas Adriel Silva de Almeida

Com vasto território e parte dele com investigações historiográficas rarefeitas, o estado
da Bahia acaba sendo, ainda hoje, alvo fácil de generalizações feitas sobre sua
estrutura sócio-cultural. Este estudo busca analisar a formação de uma região dentro
do território baiano entre os anos de 1923 e 1937, com o objetivo de compreender
melhor os processos de ocupação do território do estado da Bahia. O processo de
construção desta região teve como coluna dorsal o ramal da linha ferroviária que
penetrou no município de Mundo Novo, dando destaque a três pontos bem específicos
neste contexto as localidades do França, Cinco Várzeas (Piritiba) e Barra. Estas
localidades, que são, dentro do território do município de Mundo Novo, neste período,
os pontos onde passam a funcionar as estações ferroviárias, viram pontos de
referência dentro da nova dinâmica social montada neste espaço. Defendemos,
portanto, que no interior deste município, nesse recorte temporal, criou-se uma região
com uma dinâmica própria, marcada por certas particularidades vinculadas a
implantação do projeto ferroviário neste espaço, um ambiente particular onde as
relações sociais adquirem uma peculiaridade característica desta região: a
complementaridade entre o rural e o urbano.

16. O leão e os outros animais: luta pela terra no sertão baiano do século XIX.
Macio Andrade do Nascimento

No ano de 1850, a Lei de Terras é aprovada após sete anos de debate entre
deputados e senadores. Com o objetivo de regulamentar a aquisição e posse de terras
no Brasil, sua aprovação e aplicação a partir de 1854 ainda hoje geram debates na
historiografia. Para alguns autores, a Lei atendia apenas aos anseios dos latifundiários
substituindo formas consuetudinárias de aquisição de terras exclusivamente pela
compra, além de tentar solucionar a questão da mão-de-obra após a proibição do
tráfico atlântico de escravos. Para outros, de vertente formada em sua maioria por
autores thompsonianos, “as leis expressam a luta entre várias concepções e valores
diferentes” e é através dela que posseiros, agregados e arrendatários encontraram um
território jurídico de defesa de seus direitos a posse da terra. Assim, buscaremos
compreender as formas de resistência, aproximação, construção de laços de
solidariedade e dependência entre os trabalhadores livres e pobres com a elite
regional, através da análise de experiências de luta pela posse e uso da terra na
segunda metade do século XIX, quando a terra deixa de ser domínio da Coroa” e
passa a “domínio público, convertendo-se em mercadoria”.

17. A Terra e os Homens: estrutura e conflitos fundiários no Portal do Sertão
Baiano na Primeira República
Francemberg Teixeira Reis

A pesquisa desenvolvida na condição de mestrando do Programa de Pós-Graduação
em História Regional e Local da Universidade do Estado da Bahia (PPGHIS/UNEB),
procura estudar o perfil fundiário e os conflitos relacionados à terra no município de
Feira de Santana na passagem para o século XX. O município de Feira de Santana
localiza-se na região geomorfológica denominada de agreste, uma faixa de transição
entre o litoral e o sertão. Em virtude dessa localização que facilitava a comunicação
com diversas regiões da antiga província da Bahia, o município ganhou destaque na
economia baiana em meados do século XIX no comércio do gado bovino e cavalar,
além do fumo e da farinha de mandioca e, em menor escala, do algodão. A pecuária e
a policultura desenvolvida determinaram na configuração da estrutura fundiária, onde
foi preponderante a existência de médias e pequenas propriedades.
O período recortado pelo estudo contextualiza nas transformações ligadas à transição
do trabalho escravo para o trabalho livre, bem como, na passagem para um novo
regime político, representado pelo fim da Monarquia e o início da República. Estas
mudanças implicaram também nas formas de apropriação da terra e na introdução de
legislações específicas que tentaram superar os antigos problemas fundiários
existentes. Tais fatores foram relativamente percebidos, em seus mais variados níveis,
em todos os espaços agrários do país, sejam nas áreas dedicadas à economia
exportadora, como a então região sul do Brasil, mas também, em regiões onde se
praticou uma economia voltada para o abastecimento e dinamização do mercado
interno, da forma como emergiu o município de Feira de Santana e muitas localidades
do sertão baiano.
Utilizando como fontes registros cartoriais de compra e venda de terras, inventários,
ações de manutenção de posse, ações de demarcação e divisão de propriedades,
além de alguns jornais da época, busca-se, através de uma metodologia qualiquantitativa, discutir a transferência da propriedade rural, o valor atribuído à terra e as
formas de exploração agrária no município de Feira de Santana nas últimas décadas
do século XIX e primeiras do século XX. Além de estudar os referidos fatores,
defendemos na pesquisa que tanto as formas costumeiras quanto legais de
apropriação da terra, levando em consideração o perfil fundiário no município,
contribuíram para a configuração de um tipo peculiar de conflito, o qual esteve ligado
mais à preservação da propriedade rural do que lutas sangrentas em prol do acesso.

18. Traços de uma região: recôncavo da atividade fumageira
Margarete Nunes Santos

Empreende-se, ao longo deste artigo, apresentar elementos e informações
consideradas pertinentes diante do que compõem uma abordagem regional, a partir da
analise de traços que caracterizaram a região do Recôncavo Fumageiro, explicitando
os aspectos que dinamizaram a região, nas décadas de 1960 a 1980, período esse,
marcado pelo predomínio econômico do cultivo e da manufatura do fumo, obsevados
especificamente a partir de reflexões sobre a produção fumageira no município de
Conceição do Almeida-Ba. Inicialmente se contextualiza acerca dos elementos que
caracterizam uma região, a partir de diversas concepções teóricas, além de discussão
dos elementos socioeconômicos que marcaram a dinâmica regional, suas relações e
implicações na constituição histórica, geográfica e identitária do Recôncavo
Fumageiro. Neste sentido, busca-se problematizar a partir da análise das memórias e
de um diálogo entre as fontes escritas, orais e iconográficas aspectos desta região,
para assim, explicitar as experiências dos sujeitos que vivenciaram esse cotidiano.

19 Reflexões sobre a liderança feminina na comunidade remanescente
quilombola do Tucum/Ba.
Karla Dias de Lima

O presente artigo tem por objetivo refletir sobre a liderança feminina na comunidade
quilombola do Tucum. Localizada em Tanhaçu-BA, na região da Chapada Diamantina,
a comunidade tem marcas da forte atuação política e social das mulheres. As
concepções atuais acerca da história das mulheres e da liderança feminina nos
segmentos populares colaboraram para a análise das especificidades das relações
vivenciadas pelas mulheres do Tucum. A História Oral foi um importante suporte para
a pesquisa, visto que as moradoras dão grande relevância as narrativas locais e estas
se ressignificaram no processo de reconhecimento da comunidade. Com este viés,
pretende-se discutir as estratégias de sobrevivência e militância nas práticas
cotidianas dessas mulheres, como uma possibilidade de reconstruir vivências,
afetividades, ancestralidades, memórias e identidades de gênero.

20. Trajetória, Cultura e Identidade na Comunidade Negra Rural de Lagedo
- Mirangaba-BA
Marcelo Nunes Rocha

O trabalho intitulado "Trajetória, Cultura e Identidade na Comunidade Negra Rural de
Lagedo - Mirangaba-BA" tem como proposta contribuir para o enriquecimento dos
debates teóricos e políticos acerca dos chamados "quilombos contemporâneos" e
seus direitos. Estudamos a trajetória de uma das comunidades negras rurais baianas,
no território conhecido por Lagedo, localizado na região do município de Mirangaba,
microrregião de Jacobina-BA. O objetivo da pesquisa foi fazer um levantamento
histórico da trajetória dessa população desde seus primeiros habitantes, procurando
compreender um pouco de suas tradições, costumes, lutas e desafios. Procurou-se
também investigar e instigar o debate acerca da validade epistemológica e conceitual
das

terminologias

“quilombola”,

“remanescente

de

quilombo”,

e

“quilombo

contemporâneo”, largamente utilizados pelo discurso oficial do governo, do Movimento
Negro

Unificado

e

de

amplos

setores

do

meio

acadêmico

que

se

d

ebruçam sobre o tema. Tal problemática nos inquieta porque uma vez que tais
conceitos são pensados e forjados fora do ambiente dessas comunidades, e por
agentes também externos a elas, eles passam a se configurar como identidades
exógenas, que lhes são “fornecidas” verticalmente, pois para ter acesso aos benefícios
do Estado e gozar de seus direitos essas populações se veem “coagidas” a
reconhecerem-se oficialmente como “remanescentes de quilombo”, muitas vezes sem
nenhuma compreensão do significado histórico-cultural e simbólica dessa designação.

21. O mapeamento participativo como uma forma de empoderamento das
comunidades tradicionais.
Maria Valdelice Vieira Santos

Sabe-se que o mapeamento participativo é fundamental para o empoderamento dos
povos tradicionalmente marginalizados, uma vez que eles têm autonomia para mapear
seu território de vivência, podendo destacar os problemas ambientais, sociais e
conflitos pela terra, entre outros fatores que não foram percebidos pelo pesquisar, é
como o próprio lugar se revelasse para o pesquisador, diante das leituras dos mapas
participativos. Neste sentido este artigo visa discutir a importância do mapeamento
participativo para os pesquisadores e para a comunidade, para os pesquisadores por
permite a estes um conhecimento profundo do território estudado que se revela
através da memória local e a compreensão da identidade territorial, já para as
comunidades que se reconheceram através dos mapas, neles encontram um
instrumento de reivindicação social. Percebe-se desta forma que a participação da
população no processo de mapeamento é enriquecedor, uma vez que estes sujeitos
possuem vínculos físicos e subjetivos com o território ocupado, neste sentido cabe ao
pesquisador criar metas que aproximem a comunidade do trabalho realizado na
comunidade,

através

de

uma

cartografia

participativa.

22. Criação da Diocese de Amargosa: Expansionismo Religioso

Dilma Filgueiras de Santana

Na primeira metade do século XX, há uma reestruturação administrativa da Igreja
Católica no Brasil frente ao Estado laico. O plano elaborado e aplicado é estratégico
tanto politicamente quanto a nível expansionista e de aumento de adeptos, a criação
de novas Dioceses. Implanta-se na pequena cidade de Amargosa, Bahia, em 10 de
maio de 1941 a 5ª Diocese na Bahia. Fatos históricos possibilitam novas
interpretações além daquelas comentadas pelo senso comum e fornecida pelos
membros da Igreja local. A criação da Diocese é nosso objeto de estudo a partir do
contexto histórico vivido pela Igreja no Brasil em meados do século passado. Vamos
buscar novas respostas para entender o motivo da criação da Diocese em uma cidade
considerada ponta de trilho. No contexto político, econômico e religioso que vivia o
país à Igreja não restaria outra alternativa senão a expansão pelo interior do Brasil, tal
fato não acontece por acaso, muito menos a escolha de uma pequena cidade para
sediar uma Diocese que se notabilizou, no contexto regional e baiano, por dois
motivos: o primeiro pela sua extensão territorial, fronteira com o Estado de Minas
Gerais, ao Oeste; ao Sul fazia divisa com Ilhéus, a Leste com a Arquidiocese de
Salvador; o segundo motivo é pelo trabalho pastoral desenvolvido com um viés social
e político naquela época.
ST2 - Gênero, raça/etnia e sexualidades na
pesquisa: textualidades acadêmicas, literárias,
práticas pedagógicas e ativistas
Coordenadora(r): Profa. Dra. Cláudia Pons Cardoso (UNEB) e Prof. Ms. Clebemilton
Nascimento (UNEB).

1. “Acorda Maria Bonita”, acorda vem catar o café: mulheres de Eunápolis
na plantação cafeicultora (Marta Farias Alves - UNEB - DCHT Campus XVIII)

2. A complexa trajetória da mulher do alto sertão: os limites entre conceitos,
condições e realidade (Ivanice Teixeira Silva Ortiz – UNEB)

3. Casamento religioso e civil: algumas das singularidades das famílias no
município de itaberaba (1950 – 1980) (Fernanda de Souza Lima - UNEB Campus V)

4. Traços de uma escrita feminina negra de Conceição Evaristo em cadernos
negros sob o olhar dissimétrico da crítica cultural (Alda Santos Pereira UNEB-CAMPUS II- ALAGOINHAS

5. Literatura contemporânea e sua contribuição aos estudos de gênero (Leia
Passos Almeida – Uneb)
6. Transversalizando e Interseccionando o Currículo da Educação Básica
(Silvana Santos Bispo - Secretaria Estadual da Educação – SEC/Ba)

7. O Pensamento das mulheres negras no Brasil na obra O Livro da Saúde
das mulheres negras. Nossos passos vêm de longe. (Izabel da Cruz Santos
- UNEB)

8. “Gueis baianos: rodem a baiana, tudo bem, mas deixem de ser
alienados...”: uma nova postura política homossexual na Bahia – a
fundação do GGB (Ailton José dos Santos Carneiro-UNEB)

9. #NaCamaComOSuperNegãoExperience1 – Imaginário Erótico-Sexual de
um Homem Negro na Bahia do Tempo Presente (Daniel dos Santos –
UNEB-CAMPUS V)

10. Pensamento-Movimento lésbico na Bahia: fios e tramas de um
conhecimento situado. Um projeto em andamento (Zuleide Paiva da SilvaUNEB)
11. Quando as diferenças invadem a sala de aula: limites e desafios da
docência
em
oficinas
de
leitura
crítica
de
imagens
no
PIBID/UNEB (Clebemilton Gomes do Nascimento - UNEB)
12. Tecendo ideias sobre Gênero e Sexualidades: Perspectivas discursivas
em Oficinas do PIBID. (Janoelse Lopes de Araújo e Maira Silva de Lima)
13. Interseccionando gênero, raça e diversidade sexual no ensino em Santo
Antonio de Jesus (Cláudia Pons Cardoso-UNEB)
ST2 - Gênero, raça/etnia e sexualidades na pesquisa: textualidades acadêmicas,
literárias, práticas pedagógicas e ativistas

Coordenadora(r): Profa. Dra. Cláudia Pons Cardoso (UNEB) e Prof. Ms. Clebemilton
Nascimento (UNEB).

SALA : 2 (Pavilhão 2)
CRONOGRAMA
15.10.2013 (terça-feira)
Horário: 14h – 17 h
1. “Acorda Maria Bonita”, acorda vem catar o café: mulheres de Eunápolis na
plantação cafeicultora (Marta Farias Alves - UNEB - DCHT Campus XVIII)
2. A complexa trajetória da mulher do alto sertão: os limites entre conceitos,
condições

e

realidade

(Ivanice

Teixeira

Silva

Ortiz

–

UNEB)

3. Casamento religioso e civil: algumas das singularidades das famílias no
município de itaberaba (1950 – 1980) (Fernanda de Souza Lima - UNEB Campus V)
4. Traços de uma escrita feminina negra de Conceição Evaristo em cadernos
negros sob o olhar dissimétrico da crítica cultural (Alda Santos Pereira UNEB-CAMPUS II- ALAGOINHAS
5. Literatura contemporânea e sua contribuição aos estudos de gênero (Leia
Passos Almeida – Uneb)
6. Transversalizando e Interseccionando o Currículo da Educação Básica
(Silvana Santos Bispo - Secretaria Estadual da Educação – SEC/Ba)
16.10.2013 (quarta-feira)
Horário: 8:30 - 12:30
1. O Pensamento das mulheres negras no Brasil na obra O Livro da Saúde das
mulheres negras. Nossos passos vêm de longe. (Izabel da Cruz Santos UNEB)
2. “Gueis baianos: rodem a baiana, tudo bem, mas deixem de ser alienados...”:
uma nova postura política homossexual na Bahia – a fundação do GGB (Ailton
José dos Santos Carneiro-UNEB)
3. #NaCamaComOSuperNegãoExperience1 – Imaginário Erótico-Sexual de um
Homem Negro na Bahia do Tempo Presente (Daniel dos Santos – UNEBCAMPUS V)
4. Pensamento-Movimento lésbico na Bahia: fios e tramas de um conhecimento
situado. Um projeto em andamento (Zuleide Paiva da Silva-UNEB)
5. Quando as diferenças invadem a sala de aula: limites e desafios da docência
em oficinas de leitura crítica de imagens no PIBID/UNEB (Clebemilton Gomes
do Nascimento - UNEB)
6. Tecendo ideias sobre Gênero e Sexualidades: Perspectivas discursivas em
Oficinas do PIBID. (Janoelse Lopes de Araújo e Maira Silva de Lima)
7. Interseccionando gênero, raça e diversidade sexual no ensino em Santo
Antonio de Jesus (Cláudia Pons Cardoso-UNEB)
ST2 - Gênero, raça/etnia e sexualidades na pesquisa: textualidades acadêmicas,
literárias, práticas pedagógicas e ativistas

RESUMOS
1. “Acorda Maria Bonita”, acorda vem catar o café: mulheres de Eunápolis
na plantação cafeicultora
Marta Farias Alves
A temática dessa pesquisa traça o perfil das mulheres colhedoras de café no
município de Eunápolis, mão-de-obra tão expressiva nessa esfera econômica. A partir
das discussões bibliográficas (cf. Soihet, Joan Scott, Eduard P. Thompson, Michel de
Certeau), podemos perceber essas mulheres enquanto sujeitos da sua História,
apresentando estratégias que possibilitam suas vivências e convivências em suas
relações tanto no trabalho, quanto na família. Perceber seus conflitos, as negociações,
resistência, seus poderes e “fragilidades”. Dessa forma as questões que norteiam essa
pesquisa perpassam a divisão, hierarquização social e sexual do trabalho,
apresentando assim, uma abordagem sobre as vivências e experiências, as múltiplas
identidades dessas mulheres que assumiram papéis diferenciados na realidade
eunapolitana.

Pautando-se

na

pesquisa

qualitativa

utilizamos

como

aporte

metodológico entrevistas, questionários previamente elaborados, história de vida. Esse
estudo analisa os múltiplos aspectos das vivências das mulheres na atividade
cafeicultora, bem como os desdobramentos das relações de gênero nessa dinâmica e
nesse espaço social.

2. A complexa trajetória da mulher do alto sertão: os limites entre conceitos,
condições e realidade
Ivanice Teixeira Silva Ortiz

Os estudos sobre gênero vêm desconstruindo conceitos, mitos e estereótipos sobre as
mulheres, entre os quais: “animalidade das negras”, “promiscuidade sexual das
solteiras” e “devassidão das viúvas”. Os novos trabalhos permitem reconstruir o
espaço social da mulher, sua trajetória cotidiana, suas relações familiares, atuação no
mundo do trabalho e sua representação social e da justiça. Procura-se paralelamente
romper o estigma da família nuclear, cristã e patriarcal e lançar novos olhares sobre o
próprio conceito de família. Trabalharemos nesta comunicação a mulher dentro e fora
dos contextos oficiais, em diferentes papéis ou condição jurídica: escrava, liberta, forra
e livre, na tentativa de buscar compreender suas práticas cotidianas, suas
experiências de resistência, seus vínculos afetivos, culturais e sua luta pela
sobrevivência no Alto Sertão da Bahia- Caetité 1830-1860.

3. Casamento religioso e civil: algumas das singularidades das famílias no
município de itaberaba (1950 – 1980)
Fernanda de Souza Lima

Este artigo analisa a sociedade de Itaberaba situada no interior do Estado da Bahia
tendo como enfoque questões relacionadas à família e o casamento, entre as décadas
1950-1980. Esses temas nos levaram a analisar comportamentos de gênero
masculino e feminino da época, bem como o significado das práticas desses sujeitos
na sociedade. As fontes utilizadas foram registros de casamento religioso e civil,
existentes na paróquia e no fórum da cidade, além dos jornais Mensageiro da fé,
Semana Católicas e O Itaberaba. Essas fontes e o referencial teórico, no qual
dialogamos, subsidiaram a estruturação desse artigo que nos leva a perceber quais os
principais parâmetros tidos como essenciais para a formação das famílias na metade
do século XX, tendo em vista que, a instituição familiar vem sofrendo significativas
modificações, gera novas expectativas e vivências que atendem os ideais de uma
sociedade que está em constante mudança.

4. Traços de uma escrita feminina negra de Conceição Evaristo em
cadernos negros sob o olhar dissimétrico da crítica cultural
Alda Santos Pereira

Este artigo tem por objetivo apresentar o caminho metodológico para se discutir
acerca da Literatura Feminina Negra numa dissertação intitulada Cânone, Gênero e
Raça: o Contradiscurso Crítico-Cultural de Conceição Evaristo em Cadernos Negros.
Este estudo se aporta em teóricos estudados na disciplina Literatura Comparada, na
linha de pesquisa 1, Margens da Literatura, no Programa em Crítica Cultural, da
Universidade Estadual da Bahia, Campus II. Dentre eles, destacam-se Carvalhal,
Malard, Moreiras, Hall. No estudo dos textos de Conceição Evaristo, pontua-se a
presença do contradiscurso feminino que brada contra a invisibilização, o
encarceramento do ser feminino, a escravização de um corpo a estereótipo. Assim,
este artigo pretende ressaltar a importância de se exercitar uma escuta e um olhar
sensível para outras vozes, muitas vezes silenciadas por um poder hegemônico que
se considera no direito de conceituar o outro, pô-lo num lugar de inferioridade, com o
objetivo de não abalar a ordem, o padrão que a metafísica ocidental estabeleceu como
bom, como correto, como legítimo.

5. Literatura contemporânea e sua contribuição aos estudos de gênero
Leia Passos Almeida
Orientador: Professor Dr. Perminio Souza Ferreira
Os escritores contemporâneos produzem rupturas em suas obras literárias. Tratam de
temas cotidianos, trazem os fatos retratados de forma extremamente realista que
podem levar o leitor que está acostumado com a literatura tradicional, ou seja, aquela
que trata com sutileza (ou não trata) de alguns fatos críticos e de discussões
relevantes à atualidade a rejeitar esse tipo de leitura. O conto Jéssica de Rubem
Fonseca, é um exemplo de literatura contemporânea que narra vários fatos que
podem fomentar importantes discussões voltadas à violência e para as questões de
gênero.
Assim, analisando esse conto, o presente trabalho tem por objetivo discutir quais as
relações de poder estabelecidos por uma sociedade machista, como a mulher se
utiliza do sexo, bem como quais os padrões de mulher e de relacionamento vigentes,
estereotipados ou almejados nesse tipo de sociedade.

6. Transversalizando e Interseccionando o Currículo da Educação Básica
Silvana Santos Bispo
A promulgação da Lei 10.639/03, marcou uma conquista histórica dos diversos
movimentos negros em todo território nacional relacionada às políticas das ações
afirmativas, isto é, de políticas de reparações. Conquistas essas fruto de lutas, críticas
e reivindicações por parte desses sujeitos, para fazer valer a efetivação da história e
cultura africana e afro-brasileira, nos sistemas de ensino no país, que em 2013
completou uma década.
Nessa direção, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia, através da
Coordenação de Educação para Diversidade, Relações Étnico-Raciais e Educação
Escolar Quilombola, está construindo um conjunto de ações para atendimento das
relações étnico-raciais, educação escolar quilombola e gênero e sexualidade. Nesse
sentido, a proposta de comunicação é apresentar um conjunto de ações articuladas
para o fomento, estruturação e o fortalecimento de tais ações para luta anti-racista e
anti-sexista nas unidades escolares de ensino.
7. O Pensamento das mulheres negras no Brasil na obra O Livro da Saúde
das mulheres negras. Nossos passos vêm de longe.
Izabel da Cruz Santos

Neste artigo apresento a cartografia do pensamento das mulheres negras no Brasil
através da literatura, especificamente de uma obra, O Livro da Saúde das mulheres
negras. Nossos passos vêm de longe, organizado por Jurema Werneck, Maisa
Mendonça e Evelyn C. White. A obra é composta por uma coletânea de textos de
ativistas negras do Brasil e dos EUA, revelando uma concepção política diaspórica em
torno de um projeto de justiça social para as mulheres negras. Os textos são
percebidos como fontes, pois os mesmos trazem reflexões de mulheres negras acerca
de suas vivências, permitindo investigar a trajetória de consolidação do movimento de
mulheres negras e de suas perspectivas políticas. Além dos textos, lanço mão de
entrevista realizada com uma das organizadoras do livro com o intuito de entender o
contexto de produção da obra. Como objetivo busco, inicialmente, identificar nos
artigos

como

o

sexismo

e

o

racismo

são

descritos

como

marcadores

sociais de exclusão pelas mulheres negras, que deixaram marcas em suas vidas,
porém, as motivaram a questionar a posição social de subalternidade que lhes foi
imposta pela intersecção de gênero, raça e sexualidade. Procuro, ainda, mostrar as
ações desenvolvidas pelas ativistas, visando a transformação social, a partir de suas
experiências de vida nas diversas áreas que escolheram para refletir sobre racismo e
sexismo, como: literatura, saúde, política, religiosidade e ativismo.
8. “Gueis baianos: rodem a baiana, tudo bem, mas deixem de ser
alienados...”: uma nova postura política homossexual na Bahia – a
fundação do GGB
Ailton José dos Santos Carneiro

A fundação do Grupo Gay da Bahia (GGB) nos ano de 1980, em meio à crise do jornal
“Lampião da Esquina” e do grupo “Somos”-SP, deu início a um novo estilo de
militância política homossexual no país, muito mais específica e pragmática, focada na
causa dos homossexuais, direcionando suas ações para além do interior da
sociedade, tendo também como principal alvo o Estado. Essa nova forma de
intervenção política dos homossexuais engendrada pelos militantes baianos foi
propiciada, sobretudo, pelo processo de abertura política do Estado Nacional. Neste
interstício, o Grupo Gay da Bahia se aproveitou das fendas abertas pela
redemocratização do país para dar início a uma nova fase de politização da
homossexualidade na Bahia e no Brasil. Nesse sentido, este trabalho visa discutir
como se deu o processo de fundação do GGB e as novas estratégias políticas
adotadas pelo grupo na luta pelos direitos civis dos “amantes do mesmo sexo” na
Bahia e no Brasil na década de 1980. Para tanto, faz-se uso de uma revisão
bibliográfica acerca da temática, bem como, de uma análise de documentos – estatuto
social do GGB, boletins informativos, jornais da época – que compõem a narrativa
sobre esse passado. Assim como, a utilização de fontes orais. Com isso, trata-se de
mais uma tentativa de inserir a problemática da homossexualidade na historiografia
numa prospectiva de luta contra as práticas e discursos heteronormativos dominantes
na sociedade.

9. #NaCamaComOSuperNegãoExperience1 – Imaginário Erótico-Sexual de
um Homem Negro na Bahia do Tempo Presente
Daniel dos Santos

Esta comunicação compreende um dos resultados do processo de coleta e
armazenamento de depoimentos orais que foi desenvolvido no Núcleo Interdisciplinar
de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros (AFROUNEB) da Universidade do Estado da
Bahia – Campus V, entre o segundo semestre do ano de 2012 e o primeiro semestre
de 2013, período no qual foram desenvolvidas análises e discussões de tal arcabouço
documental que estruturou a monografia de conclusão do curso de Licenciatura Plena
em História NA CAMA COM O SUPER NEGÃO – Erotismo e Sexualidade do Homem
Negro na Bahia do Tempo Presente. O objetivo é tentar diagnosticar as manifestações
dos mitos e estereótipos sobre o erotismo e a sexualidade do homem negro na Bahia
atual a partir de uma investigação pós-colonial do imaginário do Depoente Nº 4,
homem negro, baiano, heterossexual e discente do locus citado anteriormente.

10. Pensamento-Movimento lésbico na Bahia: fios e tramas de um
conhecimento situado. Um projeto em andamento

Zuleide Paiva da Silva
A impermanência como uma lei do Universo é crença individual e coletiva desse
projeto em andamento no DMMDC – Doutorado Multi-Institucional e Multidisciplinar em
Difusão do Conhecimento. Situado no campo dos estudos de gênero e sexualidade, o
estudo é norteado pelo paradigma do “outro”, assumindo como postulado a noção de
que a identidade é relacional, provisória, marcada pela diferença por meio de símbolos
(Hall, 2006). Nessa perspectiva, as identidades sexuais são históricas e culturalmente
específicas, selecionadas de um grande número de identidades possíveis. Os eixos
estruturantes do estudo são produzidos com fios da Ciência Feminista, sobretudo com
fios da critica feminista à Ciência e do Feminismo hetero dissidente, antirracista. O
ponto de partida é o reconhecimento da heterossexualidade obrigatória, do racismo,
do sexismo e do classismo como sistemas que se enlaçam na produção dos sujeitos
(Rich,1980; Wittig, 1981, Walker, 1983, Colins, 1986, Butler, 2003). O problema,
teórico e empírico, consiste em saber como as lésbicas organizadas da Bahia
enfrentam e superam a lesbofobia em suas múltiplas dimensões. Os coletivos de
lésbicas são apreendidos como comunidades epistêmicas, produtoras e difusoras de
conhecimento coletivo, participativo e colaborativo e o ativismo das lésbicas é
apreendido como uma ação de aprendizagem pela diferença. O estudo foca o ativismo
das lésbicas em busca de elementos do projeto político das lésbicas para a sociedade,
de modo a fornecer subsídios para construção de políticas promotoras da cidadania e
dos direitos humanos da comunidade LGBT. O objeto do estudo – ativismo lés –
desdobra-se em analisar o processo de organização das lésbicas da Bahia e as
relações de gênero que constituem essas sujeitos no âmbito dos movimentos
feministas e LGBT. Esse desdobramento do objeto visa contribuir com a reflexão em
torno da (in)visibilidade lésbica, um problema que afeta as lésbicas em diferentes
países. Mantendo resistência aos regimes de normalidades, o estudo reconhece a
necessidade de uma epistemologia do abjeto baseada na interseccionalidade das
categorias de gênero, raça e sexualidade. Seguindo um impulso desconstrutivista, o
horizonte metotológico coloca em questão formas hegemônica de compreender as
desigualdades sociais, negando toda e qualquer matriz essencializadora e
subalternizante que cria um ideal imaginado de coletividade. Apreende as fontes não
como prova, ou verdades, mas como discursos que se conectam uns aos outros na
formação de novos discursos. Sem nenhuma pretensão de “verdade”, a expectativa é
romper o silêncio histórico em torno do ativismo do movimento de lésbicas da Bahia.

11. Quando as diferenças invadem a sala de aula: limites e desafios da
docência em oficinas de leitura crítica de imagens no PIBID/UNEB
Clebemilton Gomes do Nascimento

A sala de aula de leitura na educação básica, contexto da análise aqui proposta, tem
sido marcada muito mais pela normalização, reprodução de desigualdades, vigilância
e governo dos corpos dos sujeitos com vistas à sustentação da heterossexualidade
enquanto norma e ordem social compulsória do que pela emancipação dos sujeitos.
As propostas de leitura parecem fazer valer um acordo tácito de silêncio, dissimulação
e negação a respeito das sexualidades. E quando imagens e representações das
diferenças invadem a sala de aula? A presente comunicação pretende fazer um relato
das experiências de leitura crítica de imagens em oficinas do subprojeto “Lendo
imagens da contemporaneidade: transversalizando gênero, raça/etnia e sexualidades
em aulas de Língua portuguesa no Ensino médio”, integrantes do PIBID-UNEB,
desenvolvidas em duas escolas estaduais parceiras e mediadas por bolsistas de
iniciação à docência. Pretende-se, analisar e refletir nessas experiências as tensões,
limites e desafios de uma proposta de “queering the curriculum”, ou seja, uma
intervenção que pretende levar a experiência do Outro para o centro da sala de aula
de leitura. Para tanto, problematiza-se a “abjeção”, muitas vezes, dissimulada na
invisibilidade das experiências produtoras dos sujeitos, no silenciamento, na
interdição, bem como nos discursos de aceitabilidade.
12. Tecendo ideias sobre Gênero e Sexualidades: Perspectivas discursivas
em Oficinas do PIBID
Janoelse Lopes de Araújo e
Maira Silva de Lima
O presente trabalho faz um relato de experiências do subprojeto do PIBID/UNEB
“Lendo criticamente imagens da contemporaneidade – Transversalizando classe,
gênero, raça/etnia e sexualidades nas aulas de Língua Portuguesa do Ensino Médio”,
coordenado pelo prof. Ms. Clebemilton Nascimento, desenvolvido no Colégio Filinto
Justiniano Bastos, na cidade de Seabra/BA. As ações do subprojeto baseiam-se em
oficinas de leitura crítica de imagens veiculadas em redes sociais. Assim, será
discutido aqui a recepção dos alunos em relação aos temas trabalhados,
especificamente gênero e sexualidades, foco da reflexão. Serão abordados também o
impacto do subprojeto na nossa formação acadêmica e profissional, seus limites e
desafios levando em consideração que o PIBID tem o viés de pesquisa e a prática do
ensino. Seguindo os passos do subprojeto, as mediações das oficinas estão
fundamentadas nos pressupostos teóricos metodológicos trazidos pelos Estudos
Culturais, Teoria Queer, bem como as teorias e pedagogias feministas.

13. Interseccionando gênero, raça e diversidade sexual no ensino em Santo
Antonio de Jesus
Cláudia Pons Cardoso
Nas últimas décadas, a sociedade brasileira tem ampliado as políticas públicas,
visando garantir aos segmentos sociais historicamente excluídos, como mulheres,
negras/os, gays e lésbicas, acesso e exercício pleno dos direitos. No entanto, ainda há
muito a ser feito para realizar a construção efetiva de uma sociedade avessa às
discriminações de gênero, raça e orientação sexual. Tais discriminações continuam a
ser produzidas e reproduzidas na sociedade e em suas instituições, entre elas, está o
sistema educacional. Para além de leis e medidas protetivas que garantam a
eliminação de discriminações e dos tratamentos preconceituosos se faz necessário
promover instrumentos que possibilitem transformação de mentalidades. Neste
sentido, a educação exerce papel fundamental, pois possui potencial para produzir
outra concepção de sociedade através de ações de enfrentamento ao racismo,
sexismo e homofobia. Portanto, reconhecendo a importância do pensamento
educacional como espaço privilegiado para transformação social, desenvolvo projeto
de pesquisa e extensão em Santo Antonio de Jesus com o objetivo inicial de investigar
a forma como gênero, raça e diversidade sexual estão sendo abordados nos cursos de
Licenciatura (Letras, História e Geografia) da Uneb em Santo Antônio de Jesus, bem
como nas escolas públicas do município. Em segundo momento desenvolver
metodologias educacionais inclusivas para serem aplicadas no cotidiano das salas de
aula da educação básica da rede pública da cidade. Por entender a importância de
ações educacionais no campo da formação inicial e continuada para fortalecer a rede
de enfrentamento às discriminações e preconceitos, o projeto propõe, ainda, promover
a formação de facilitadoras/es nas temáticas de gênero, raça e diversidade sexual,
para atuarem nas escolas da rede pública de Santo Antonio de Jesus. Espera-se,
também, realizar o aprofundamento teórico-conceitual das temáticas mencionadas e
estimular a produção e disseminação de conhecimento sobre gênero, orientação
sexual, raça/etnia e reconhecimento das diversidades na UNEB – Campus V. As
matrizes teóricas que sustentam o projeto estão centradas no pensamento de Paulo
Freire e no pensamento feminista negro, a partir de uma abordagem perspectivista.
Tal abordagem inspira as pedagogias feministas, aqui percebidas como alternativas
para a formação docente e para a discussão de gênero, raça e diversidade sexual nas
escolas.
Diante disso, apresento neste trabalho a análise de dados preliminares do projeto de
pesquisa em andamento.
ST 3 - Campos da História Cultural: diálogos
interdisciplinares
Coordenadoras: Profa. Dra. Priscila Gomes Correa (UNEB) e Profa. Dra. Rosemere
Ferreira da Silva (UNEB)
1. “Do Batuque À Apoteose O Samba Pede Passagem.” As Representações
Do Samba E Sua Popularização Na Bahia (Verena Queiroz Cruz Vilela)
2. "Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu": O impacto do trio
elétrico no carnaval soteropolitano (1950-1975) (Rosimario de Aragão
Quintino)
3. O recado do artista: música como instrumento de crítica social (Joelia da
Silva Melo Pena)
4. Toni Tornado: A Performance Musical Como Subversão Sob A Ditadura
Militar (Leidiane Santos Oliveira)
5. Cidade,

Memória

E

Patrimônio

Cultural:

Um

Estudo

Sobre

As

Filarmônicas Lyra Ceciliana E Minerva Cachoeirana Da Cidade De
Cachoeira (1960-1980) (Melira Elen Mascarenhas Cazaes)
6. A Representação da Mulher Negra em Poesias Eróticas de Miriam Alves
(Elisiane Nascimento Oliveira)
7. Etnia E Gênero: Visibilidade Do Individuo Negro Na Obra “Úrsula” De
Maria Firmina Dos Reis (Adilza dos Santos Braz)
8. A Importância Da Memória Na Obra “Ponciá Vicêncio” De Conceição
Evaristo (Cristielle Santos de Sousa)
9. Eurico Alves Boaventura: um leitor de Eça de Queirós (Rafael Santana
Barbosa)
10. Candomblecistas e Protestantes: Práticas e Representações (Lizandra
Santana da Silva)
11. A presença das práticas religiosas afro-brasileiras na cidade de
Amargosa ( 1940-1980) (Lorena Michelle Silva dos Santos)
12. Tendências atuais e como se usa as histórias nos candomblés de Santo
Amaro, Bahia, Brasil (Hannes Leuschner)
13. O Jornal do Brasil e a Recepção da Tríade Cinemanovista Glauberiana
(Ítalo Nelli Borges)
14. Literatura, História e Memória em La guerra del fin del mundo, de Mario de
Vargas Llosa (Leonardo Guimarães Leite)
15. A ideologia nas narrativas orais produzidas por crianças (Priscila Peixinho
Fiorindo)
16. Altamirando Requião: Um Intelectual Baiano Durante O Estado Novo
(Letícia Santos Silva)
17. Milton Santos: o dever político do intelectual globalizado (Rosemere
Ferreira da Silva)
18. Um novo modelo de intelectual: os liberais da Fundação Saint-Simon
(Priscila Gomes Correa)
19. "Grito da terra": Literatura e conflitos sociais nos romances de Ciro de
Carvalho Leite, Feira de Santana (1963-1967) (Roberto Luis Bonfim dos
Santos

Filho)
ST – 3 - Campos da História Cultural: diálogos interdisciplinares
Coordenadoras: Profa. Dra. Priscila Gomes Correa (UNEB) e Profa. Dra. Rosemere
Ferreira da Silva (UNEB)

SALA: 3 (Pavilhão 2)
CRONOGRAMA

15.10.2013 (terça feira)
Horário: 14h-17h

1.

“Do Batuque À Apoteose O Samba Pede Passagem.” As Representações Do
Samba E Sua Popularização Na Bahia (Verena Queiroz Cruz Vilela)

2. "Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu": O impacto do trio elétrico no
carnaval soteropolitano (1950-1975) (Rosimario de Aragão Quintino)
3. O recado do artista: música como instrumento de crítica social (Joelia da Silva
Melo Pena)
4. Toni Tornado: A Performance Musical Como Subversão Sob A Ditadura Militar
(Leidiane Santos Oliveira)
5. Cidade, Memória E Patrimônio Cultural: Um Estudo Sobre As Filarmônicas
Lyra Ceciliana E Minerva Cachoeirana Da Cidade De Cachoeira (19601980)(Melira Elen Mascarenhas Cazaes)

16.10.2013 (quarta feira)
Horário: 08h30-12h30
1. A Representação da Mulher Negra em Poesias Eróticas de Miriam Alves
(Elisiane Nascimento Oliveira)
2. Etnia E Gênero: Visibilidade Do Individuo Negro Na Obra “Úrsula” De Maria
Firmina Dos Reis(Adilza dos Santos Braz)
3. A Importância Da Memória Na Obra “Ponciá Vicêncio” De Conceição Evaristo
(Cristielle Santos de Sousa )
4. Eurico Alves Boaventura: um leitor de Eça de Queirós (Rafael Santana
Barbosa)
5. Candomblecistas e Protestantes: Práticas e Representações (Lizandra
Santana da Silva)
6. A presença das práticas religiosas afro-brasileiras na cidade de Amargosa (
1940-1980) (Lorena Michelle Silva dos Santos)
7. Tendências atuais e como se usa as histórias nos candomblés de Santo
Amaro, Bahia, Brasil (Hannes Leuschner)

17.10.2013 (quinta feira)
Horário: 8h30 – 12h30
1. O Jornal do Brasil e a Recepção da Tríade Cinemanovista Glauberiana (Ítalo
Nelli Borges)
2. Literatura, História e Memória em La guerra del fin del mundo, de Mario de
Vargas Llosa (Leonardo Guimarães Leite)
3. A ideologia nas narrativas orais produzidas por crianças (Priscila Peixinho
Fiorindo)
4. Altamirando Requião: Um Intelectual Baiano Durante O Estado Novo (Letícia
Santos Silva)
5. Milton Santos: o dever político do intelectual globalizado (Rosemere Ferreira
da Silva)
6. Um novo modelo de intelectual: os liberais da Fundação Saint-Simon (Priscila
Gomes Correa)
7. "Grito da terra": Literatura e conflitos sociais nos romances de Ciro de
Carvalho Leite, Feira de Santana (1963-1967) (Roberto Luis Bonfim dos
Santos Filho)
ST – 3 - Campos da História Cultural: diálogos interdisciplinares
Coordenadoras: Profa. Dra. Priscila Gomes Correa (UNEB) e Profa. Dra. Rosemere
Ferreira da Silva (UNEB)

RESUMOS

1. “Do Batuque À Apoteose O Samba Pede Passagem.” As Representações
Do Samba E Sua Popularização Na Bahia
Verena Queiroz Cruz Vilela

A proposta deste artigo é analisar as expressões do samba de roda no Recôncavo
Baiano diante do processo de institucionalização do samba como expressão da
identidade nacional na década de 1930. Região que se tornou um cenário tradicional
de inúmeras festas de negros denominadas como batuques, que de caráter polimorfo
e polissêmico confundiam os responsáveis por seu controle, oferece até os dias de
hoje um testemunho das práticas originais do samba de roda. Diante disso, apresentase uma reflexão sobre as possíveis transformações e resistências que essas
manifestações musicais apresentaram diante do modelo então propagado. Com base
em expressões como gravações de áudio e vídeo, canções, depoimentos, livros,
periódicos e artigos, discute-se os possíveis impactos do modelo proposto, como
também as contribuições culturais e históricas do samba de roda.

2. "Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu": O impacto do trio
elétrico no carnaval soteropolitano (1950-1975)
Rosimario de Aragão Quintino
O presente trabalho objetiva analisar transformações sociais, culturais e políticas no
espaço carnavalesco soteropolitano nos primeiros 25 anos de participação do trio
elétrico nesse espaço. A partir de análises de jornais soteropolitanos e de músicas
carnavalescas do período que compreende o ano historicamente aceito de ingresso do
trio elétrico no carnaval em Salvador, 1950, e a festa realizada em 1975 em
comemoração ao jubileu de prata do trio elétrico, essa pesquisa visa contribuir para
um maior entendimento acerca das modificações, rupturas e permanências ocorridas
na festa no período analisado. Essa pesquisa possibilitará maior compreensão da
contribuição do trio elétrico para a festa soteropolitana, bem como da dimensão que a
festa carnavalesca soteropolitana possui na atualidade.

3. O recado do artista: música como instrumento de crítica social
Joelia da Silva Melo Pena
A música popular brasileira tem se mostrado uma linguagem artística de grande
popularidade, que frequentemente é utilizada pelos músicos como veículo para
mandarem seu “recado”. A canção consegue incitar comportamentos, expressar
emoções, contar histórias e até descrever fatos. José Miguel Wisnik explica que “a
música popular é uma rede de recados”, ou a forma de expressar a consciência e
desejos tanto do cantor quanto do público. Assim, as canções abordam o cotidiano e
situações da sociedade brasileira como, por exemplo, o racismo, a miséria, corrupção,
violência, política dentre outros. Diante disso, este trabalho tem como objetivo analisar
comparativamente duas canções representativas de períodos históricos cruciais: Pra
Não Dizer Que Não Falei Das Flores, gravada em 1968 por Geraldo Vandré, e Até
Quando? gravada em 2001 por Gabriel o Pensador. A análise das canções
demonstrará que ambas possuem uma problemática em comum, ao chamarem o
ouvinte à luta por seus direitos. Na medida em que abordam temáticas semelhantes,
as críticas à situação social e política do Brasil e possuem grande importância na
história político-social do país, tornando-se representantes dessa rede de interlocução
entre artistas e sociedade brasileira.

4. Toni Tornado: A performance musical como subversão sob a Ditadura
Militar
Leidiane Santos Oliveira
A performance musical sob a perspectiva de crítica social ainda é um tema pouco
discutido nos espaços acadêmicos. Nesse sentido, objetiva-se neste artigo investigar
como a interpretação de Toni Tornado se configurou como uma arma de luta frente ao
governo militar do Brasil. Neste estudo privilegiamos as demonstrações de cultura
negra no V Festival Internacional da Canção, além de estudos que privam por uma
introdução ao movimento Black Power, para então perceber como as performances
deste artista contribuíram para representações dentro do movimento negro no Brasil.
Para tanto, utilizamos como principais fontes de análise: arquivos musicais disponíveis
em meios eletrônicos, registros fonográficos e textos teóricos; para assim perceber os
aspectos que configuram a cultura negra, bem como, a ascensão da figura do
intérprete e sua relevância e/ou possíveis modificações na sociedade inserida no
contexto do artista analisado.

5. Cidade,

Memória

e

Patrimônio

Cultural:

Um

Estudo

Sobre

As

Filarmônicas Lyra Ceciliana E Minerva Cachoeirana Da Cidade De
Cachoeira (1960-1980)
Melira Elen Mascarenhas Cazaes

O presente trabalho tem como objeto de estudo as filarmônicas Sociedade Cultural
Orfeica Lyra Ceciliana, fundada em 13 de maio de 1870, por Tranquillino Bastos, e a
Sociedade Lítero-Musical Minerva Cachoeirana, fundada pelo maestro Eduardo
Mendes Franco, em 10 de fevereiro de 1878. O foco do trabalho consiste na análise
das filarmônicas nos anos de 1960 a 1980. Mapeamos os eventos nos quais as
filarmônicas participavam, os passeios realizados para diversas localidades e o legado
musical das corporações musicais que antecederam a formação das filarmônicas (as
bandas de barbeiros, as bandas militares, etc.) a partir das apropriações e
resignificações de vários elementos como o uso de instrumentos, uniformes, gestos e
linguagens. As filarmônicas cachoeiranas estavam presentes nos mais distintos
eventos cívicos e religiosos da cidade, como a festa de Nossa Senhora da Ajuda, a
festa de Nosso Senhor do Bonfim, o 25 de junho, procissões, festivais, enterros,
aniversários, entre outros. Inúmeros passeios eram organizados pela própria
filarmônica, nesse caso, as mulheres participavam ativamente das festividades
vinculadas às irmandades religiosas católicas, organizavam passeios a navio para a
festa dos padroeiros de diversas localidades. As filarmônicas tinham grande relevância
na vida cultural, social e política das suas respectivas cidades. Eram instituições que
para além da execução musical representavam espaços de convivência social. Ser
músico era uma opção de futuro profissional para muito jovens e, enquanto
dedicavam-se ao aprendizado musical poderiam concomitantemente exercer outro
ofício. A música é uma conjuntura da socialização que se faz cotidianamente em
grupos de aprendizado, a prática da convivência possibilita a formação de uma rede
de sociabilidades, a diversidades de pensamentos de cidadania e política. Além de
propiciar a inserção dos sujeitos nas práticas culturais da sua cidade, aproximando-os
das tradições do município.
6. A Representação da Mulher Negra em Poesias Eróticas de Miriam Alves
Elisiane Nascimento Oliveira
A investigação científica desse projeto de pesquisa intitulado “A Ressignificação da
Mulher Negra em Poesias de Miriam Alves” é contribuir para a discussão e
desconstrução do estereótipo feminino negro na literatura. Sabe-se que a literatura
afrobrasileira, ainda questionada pelo da cânone literatura brasileira, não apresenta
diálogos plausíveis com literatura feminina negra, que sofreu e, ainda sofre, exclusão
por meio do que se é considerado prestigiado para os padrões literários. Pensando em
como a literatura negra feminina se encaixa nessa discussão, busco analisar a
linguagem da autora Miriam Alves, enquanto escritora, mulher e negra na
representação da imagem do grupo racial negro. Este trabalho pretende discutir
também, com embasamento em teorias que defendam a ressignificação do corpo
negro na literatura contemporânea, as formulações discursivas de Miriam Alves,
enquanto mulher, representada na obra. Percebo que autora apresenta textos com
relevante expressão na literatura afrobrasileira e sinaliza reflexões sobre o contexto
social, político, histórico e de gênero para a elaboração de uma fundamentação
teórica. Para isso, utilizou-se como procedimentos metodológicos, levantamento
bibliográfico, realização de pesquisas em livros, artigos e outros meios de informação
como revistas, jornais, bloggers, sites da internet etc., com posterior análise em
relação aos teóricos consultados.

7. Etnia e Gênero: Visibilidade do Individuo Negro na Obra “Úrsula” De
Maria Firmina Dos Reis
Adilza dos Santos Braz
A autora Maria Firmina dos Reis foi a primeira mulher negra a propagar a literatura
negra no Brasil. Nesse sentido, é importante mencionar que desde a publicação do
romance ÚRSULA até os dias atuais, são muito pequenos os números de escritoras
negras que discorrem sobre o assunto, visto que a literatura afrobrasileira também é
pouco estudada, até mesmo, no meio acadêmico. Assim, o presente trabalho tem
como objetivo principal investigar como Maria Firmina discorre, na sua obra, sobre as
relações etnicorraciais entre o negro e o branco, e ainda, a maneira diferenciada com
que a mulher é retratada no romance ÚRSULA, se comparada aos romances
considerados canônicos. Pretende-se ainda elencar, uma discussão de gênero
ressaltando a maneira pela qual a mulher negra é citada na obra, sem marcas de
estereótipos característicos da literatura considerada canônica. No intuito de atingir os
objetivos propostos no presente trabalho, os procedimentos metodológicos foram
divididos em dois momentos. Primeiramente, foram realizadas leituras de autores
clássicos e contemporâneos, com posterior construção de resumos fichamentos e
resenhas. Na segunda etapa, já com uma base teórica definida, foram realizadas
reflexões e análises da obra de Maria Firmina dos Reis, a fim de proceder uma
investigação

mais

detalhada.

Vale

ressaltar

que

este

estudo

poderá

ser

complementado a partir de algumas concepções teóricas de pesquisadores como:
Barbosa (2007), e Duarte entre outros teóricos que questionam a concepção e
visibilidade do indivíduo negro na literatura.

8. A Importância Da Memória Na Obra “Ponciá Vicêncio” De Conceição
Evaristo
Cristielle Santos de Sousa
Este trabalho refere-se a uma pesquisa em que se propõe analisar o romance
afrobrasileiro PONCIÁ VICÊNCIO, da autora Conceição Evaristo, tendo como enfoque
a importância da memória para a constituição do sujeito feminino. Pretende-se ampliar
os estudos sobre a literatura afrobrasileira a fim de demonstrar a importância deste
campo literário ainda pouco investigado. Também é considerado o estudo da memória,
através do qual a referida obra é constituída. Este projeto possui sua relevância, uma
vez que busca dar abertura à Literatura Afrobrasileira, no que tange aos estudos
científicos, principalmente, das produções da autora pesquisada, sendo por meio
destes que muitos autores e intelectuais negros e negras passam a assumir um papel
literário e social. Para execução deste trabalho estão sendo feitas investigações sobre
as produções literárias da autora Conceição Evaristo, e levantamento bibliográfico de
perspectivas teóricas dentre algumas, (Orlandi, 1993), Dhiel (2002), Luiz Silva (2002),
(Evaristo, 2005), (Chaves e Macedo, 2006), (Florentina Souza, 2006). Para tanto,
espera-se

também

contribuir

para

o

Grupo

de

Pesquisa

“Literatura

e

Afrodescendência” no intuito de se debater e refletir criticamente acerca do referido
tema, e, das questões etnicorraciais de modo geral, tendo em vista a necessidade de
se alargar as investigações e, portanto, trazer e repensar as considerações voltadas
aos estudos afrobrasileiros no contexto da contemporaneidade.

9. Eurico Alves Boaventura: um leitor de Eça de Queirós
Rafael Santana Barbosa
Eurico Alves Boaventura (1909-1974) (poeta, ensaísta e cronista) foi um dos principais
escritores baianos a narrar as transformações sócio-espaciais e modernizadoras na
cidade de Feira de Santana, entre anos de 1938-1967. Cidade natal do poeta, Feira de
Santana foi eleita por ele como capital da civilização sertaneja e síntese do mundo do
pastoreio, sendo objeto de boa parte de suas narrativas. Ao escrever acerca das
alterações nas visibilidades e dizibilidades feirenses, Eurico Alves tem como um de
seus interlocutores o autor português Eça de Queirós (1845-1900), autor do romance
A CIDADE A AS SERRAS (1901), obra intertextualizada por Eurico Alves, a tal ponto
de utilizar em algumas crônicas o pseudônimo de Zé Fernandes (uma das
personagens do romance) e também referências acerca das características citadinas e
campestres contidas na obra do autor português. Apropriando-se das discussões a
respeito dos símbolos de modernização e da vida rural presentes em A CIDADE E AS
SERRAS, Eurico Alves tece narrativas da relação urbano/rural em Feira de Santana.
Identificamos também na escrita euriquiana um itinerário pessoal: o trânsito do jovem
estudante de direito na capital Salvador para o magistrado no sertão baiano. Do uso
do pseudônimo já citado às referências textuais, perpassando a obra citada e o próprio
Eça de Queirós, Eurico Alves escreve sobre urbe feirense e suas transformações, ao
mesmo tempo em que se inscreve nos textos indicando sua passagem das agitações
da capital para o silêncio e melancolia dos sertões. Partindo da leitura de crônicas e
poesias do escritor feirense, este trabalho propõe pensar no diálogo que Eurico Alves
realiza com Eça de Queirós, identificando e problematizando as apropriações
euriquianas do romance A CIDADE E AS SERRAS e sua relação com a escrita de
crônicas e poesias sobre Feira de Santana.

10. Candomblecistas e Protestantes: Práticas e Representações
Lizandra Santana da Silva
Pretendemos nesta comunicação analisar as representações que foram construídas
acerca das religiosidades de matrizes africanas por ex-adeptos do Candomblé, que ao
se converterem às denominações protestantes, em Cachoeira, entre 1980 e 2007
assumiram novos discursos. Para tanto, utilizaremos como fontes: os depoimentos
orais e o JORNAL FOLHA UNIVERSAL. Compreende-se a religião como um elemento
da cultura, assim este trabalho se configura nos marcos da História Cultural, na qual o
conceito de representação de Roger Chartier é de fundamental importância para
entender de que modo os protestantes construíram suas representações a respeito do
universo religioso dos fiéis de matrizes africanas.
11. A presença das práticas religiosas afro-brasileiras na cidade de
Amargosa ( 1940-1980)
Lorena Michelle Silva dos Santos
Este artigo é parte da pesquisa de mestrado, tem por objetivo verificar as formas de
resistência dos adeptos a religiosidade afro-brasileira na cidade de Amargosa com
relação à pressão social exercida pela Igreja Católica e outros setores, entre as
décadas de 1940-1980, já que no período em estudo, a cidade vivenciava a inserção
do bispado em seu território, como também, um contexto de transformações sociais e
culturais. Com base nos depoimentos orais, podemos observar que parte da
sociedade tinha visões e imagens preconceituosas sobre as práticas religiosas afrobrasileiras, desenvolvidas principalmente pela população pobre e negra da cidade,
como também, dos lugares em que essas práticas eram desenvolvidas. Assim, ao
estarem inseridos em um ambiente adverso aos seus costumes, valores e saberes
culturais e religiosos herdados dos seus antepassados, os sujeitos utilizavam das
“brechas” ou de estratégias para não perderem de vista seus valores culturais e
salvaguardar sua religiosidade, sendo assim, afirmação e consolidação da
religiosidade afro-brasileiro em Amargosa, era desenvolvido a partir dos espaços
forjados tanto dentro da cidade como na zona rural, nesses espaços, os sujeitos
desenvolviam a sociabilidade entre os seus pares que compartilhavam das mesmas
experiências, como também firmavam os elementos simbólicos da cultura afrobrasileira, seja através do som dos batuques que soava em dias de festa ou pelo
cheiro do azeite de dendê que permeava o cotidiano de alguns lugares da cidade,
mantendo viva a cultura e a religiosidade afro-brasileira e proporcionando
diferenciados traços no contexto religioso da cidade de Amargosa.

12. Tendências atuais e como se usa as histórias nos candomblés de Santo
Amaro, Bahia, Brasil
Hannes Leuschner

Atualmente estou realizando uma pesquisa de campo em Santo Amaro da Purificação
sob o título de “A economia do axé – capital étnico e estratégias dos atores no
candomblé de Santo Amaro, Bahia, Brasil”. Trata-se de uma pesquisa etnológica que
abrange tanto as várias manifestações da cultura afro-brasileira quanto as várias
ofertas no “mercado religioso”, mantendo nisso o foco no candomblé, respectivamente
nos candomblés ou axés das varias casas do candomblé e da assim-chamada
umbanda em Santo Amaro.
Na minha apresentação pretendo mostrar algumas ideias provisórias quanto a certas
tendências atuais que se pode observar no “mundo do axé”. Nomeadamente se trata
de tendências: 1) da Instituionalização, da Politização e da Comercialização; 2) da
Reafricanização e da Folclorização e 3) de certa Masculinização. Vou relacionar estas
tendências com o espetro dos atores e os campos nos quais eles “jogam”, quer dizer:
negociam e estão sendo negociados. Em relação com as citadas tendências e os
atores, vou mencionar algumas "narrativas históricas", das quais esses atores fazem
uso para cimentar as suas posições socioculturais e que, por conseguinte, também
fazem parte de certas táticas e estratégias econômicas e políticas.
Assim os atores de hoje não só fazem a história de amanhã, mas também constroem
a de ontem. Neste ponto entram os historiadores profissionais no discurso, tanto como
pesquisadores, quanto como autores e, finalmente, seja pelos escritos que divulgam,
como atores que tem certo poder de escrever (estabelecer) histórias e a capacidade
de apreciar, criticar, corrigir ou enfocar tais visões do passado.

13. O Jornal do Brasil e a Recepção da Tríade Cinemanovista Glauberiana
Ítalo Nelli Borges
O presente trabalho tem como objetivo explorar as críticas cinematográficas dos filmes
“Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964), “Terra em Transe (1967) e “O Dragão da
Maldade Contra o Santo Guerreiro” (1969) contidas no JORNAL DO BRASIL e escrita
por jornalistas especialistas no tema. Os referidos filmes são de autoria do cineasta
baiano Glauber Rocha e fazem parte do Cinema Novo brasileiro, que foi uma corrente
cinematográfica surgida entre 1964 e 1969, possuindo obras marcantes para o cinema
nacional, adotando uma estética cinematográfica inovadora somada a temática
sociopolítica. A intenção aqui é examinar criticamente a maneira que o Jornal do
Brasil, periódico de grande circulação e repercussão no Brasil coloca em debate essas
três produções que tratam de problemas sociais brasileiros. Assim, compreende-se
como um jornal de posicionamento político conservador discute filmes integrantes de
um movimento cinematográfico que originalmente pretendia transformar a sociedade.
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Caderno de Resumos do III Simpósio de História Regional e Local

  • 2. Reitor: Prof.Lourisvaldo Valentim da Silva Vice-Reitora: Adriana Mármori Pró-Reitor de Pesquisa e Ensino de Pós-Graduação: Prof.Dr. José Cláudio Rocha Diretora do DCH V: Profa.Ms Cláudia Pereira de Sousa Coordenadora do PPGHIS Profa. Dra.Sara Oliveira Farias Vice- coordenadora do PPGHIS Profa. Dra. Maria das Graças de Andrade Leal COMISSÃO ORGANIZADORA: Docentes Cristiana Ferreira Lyrio Ximenes Cristina Luna Edinélia Maria Oliveira Souza Maria das Graças de Andrade Leal Nancy Rita Sento Sé de Assis Priscila Gomes Correa Sara Oliveira Farias COMISSÃO CIENTÍFICA Ana Paula Medicci Cláudia Pons Cardoso Clebemilton Nascimento Cristiana Ferreira Lyrio Ximenes Cristina Luna
  • 3. Edinelia Maria Oliveira Souza Flavio Gonçalves dos Santos Jânio Roque Barros de Castro José Jorge Andrade Damasceno Juvenal de Carvalho Conceição Miguel Cerqueira dos Santos Miralva dos Santos Priscila Gomes Correa Raimundo Nonato Pereira Moreira Rosemere Ferreira da Silva Suzana Severs Virgínia Queiroz Barreto Zózimo Trabuco SECRETARIA Andréia Lemos Passos Helder Peixoto da Costa MONITORES Adilson Santana Souza Aline Michele F. M. Pereira Ana Cláudia A. dos Santos Carla Virgínia G. Oliveira Clarice dos Santos Borges Cristiane Silva Santos Danilo Ramos S. Gonçalves Diana de Sousa Santos Emanuele dos Santos Silva Iraildes da Silva Queiroz
  • 4. Jamile Souza dos Santos Joélia da Silva Melo Pena Joseane Berhends Santos Josineide Costa Souza Juliete Reis dos Santos Jurahumara Santos Jesus Leidiane Santos Oliveira Letícia Pereira Conceição Marcos Vinicios Nascimento Milane de Jesus Santos Paulo Marcos Pereira Roseane Alves dos Santos Sandra dos Santos Taíze dos Reis Souza Vilmar Ferreira da Silva Vlademir França Alves __________________________________________________________ III Simpósio de História Regional e Local 1:2013: Santo Antônio de Jesus de Jesus,BA. Caderno de resumos do III Simpósio de História Regional e Local. / Universidade do Estado da Bahia; Programa de Pós-Graduação em História Regional e Local, Santo Antônio de Jesus: UNEB, 2013. 132 p. ISBN: 1. História – congressos. 2. Historiografia. II. Universidade do Estado da Bahia – Departamento de Ciência Humana Programa de Pós-Graduação em História Regional e Local. III. Título _______________________________________________________
  • 5. APRESENTAÇÃO O III Simpósio de História Regional e Local, promovido pelo Programa de PósGraduação em História Regional e Local (PPGHIS), em parceria com o Departamento de Ciências Humanas-Campus V e pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Ensino de PósGraduação da Universidade do Estado da Bahia, e apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB), encontra-se na sua terceira edição e tem representado importante espaço de debates e interlocução entre professorespesquisadores, estudantes de graduação e pós-graduação, por promover a produção de conhecimento científico através de apresentação de trabalhos inovadores, que envolvem temáticas da história social, cultural, política e econômica, oriundos de diversas instituições de ensino superior da Bahia e do Brasil. Propicia, neste sentido, a ampliação do diálogo entre os segmentos de pesquisadores da área de história, em particular, não obstante as presenças de pesquisadores de áreas afins (antropologia, ciência política, sociologia, educação, letras, geografia), intensificando discussões teóricas e metodológicas interdisciplinares, bem como a apresentação pública de pesquisas empíricas sobre temas relacionados à História Regional e Local, na perspectiva de avançar-se sobre análises da recente historiografia brasileira e internacional. Para que melhor possamos acompanhar a programação, neste Caderno de Resumos está apresentada a composição do evento, na qual estão incluídas quatro mesas redondas, com participação de professores convidados de universidades baianas e brasileiras, onde serão debatidas questões relativas à historiografia, história regional e local, educação histórica, ensino e história da África, pesquisa e política de acervos no Brasil, além dos nove Simpósios Temáticos que contemplam comunicações de pesquisas sobre temáticas relativas à região, identidades, patrimônio, cultura, memória, biografia, relações de poder, sociedade, política, ensino de história, África, cultura afro-brasileira, gênero, raça/etnia e sexualidade. A partir de esforços conjuntos, estamos realizando este evento, cujos resultados serão vivenciados por todos os inscritos, sejam apresentadores de trabalhos ou ouvintes, durante esses dias. Aproveito a oportunidade de, em nome da Comissão Organizadora, agradecer a parceria e colaboração da Profa. Dra. Sara Farias, Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em História Regional e Local, de professores, alunos e funcionários que se envolveram na organização deste
  • 6. Simpósio, ao mesmo tempo em que desejo a todos e todas excelente estadia com frutíferos resultados acadêmicos, individuais e coletivos. Profa. Dra. Maria das Graças de Andrade Leal Coordenadora do III Simpósio de História Regional e Local Outubro/2013
  • 7. 1. PROGRAMAÇÃO COMPLETA DO SIMPÓSIO 15/10/2013 – terça feira Horário 8:00 –17:00 9:00-9:30 09:30-12:30 Atividade Local Credenciamento Área de Convivência Solenidade de abertura Auditório Milton Santos Mesa Redonda de abertura História regional e local no debate historiográfico Auditório Milton Santos Coordenação: Profa. Dra. Priscila Gomes Correia 1- Prof. Dr. Eudes Fernando Leite – Universidade Federal da Grande Dourados – Mato Grosso do Sul 2- Prof. Dr. Erivaldo Fagundes Neves (UEFS) 12:30–14:00 14:00-17:00 17:00–18:00 3- Prof. Dr. Edson Armando Silva (Universidade Estadual de Ponta Grossa) INTERVALO PARA ALMOÇO Simpósios Temáticos Salas Pavilhão 1 e 2 Sessão BATE PAPO COM AUTOR Auditório Milton Santos - Prof. Me. Edinaldo Antonio Oliveira Souza - livro “Lei e Costume: experiências de trabalhadores na Justiça do Trabalho (Recôncavo Sul, Bahia, 1940 1960) – EDUFBA, 2012 - Prof. Dr. Miguel Cerqueira dos Santos Livro: Turismo em Ambiente Costeiro no Brasil e em Portugal, Eduneb, 2013. 18:00– 19:00 19:00-21:00 - Prof. Dr. Jânio Roque de Castro - Livro: Da casa à praça pública: a espetacularização das festas juninas no espaço urbano, eduneb, 2012. INTERVALO Mesa redonda Educação histórica: dilemas e perspectivas no ensinar-aprender história. Coordenação de Mesa: Profa. Dra. Cristiana Ximenes (Uneb) 1- Prof. Dr. Paulo Mello – FEUSP 2- Profa. Dra. Tatiana de Lima (UFRB) 3 - Prof. Dr. Leandro A. Almeida (UFRB) Auditório Milton Santos
  • 8. 16/10/2013 – quarta feira Horário Atividade Local Salas Pavilhão 8:30-12:30 Simpósios Temáticos 12:30-14:00 14:00-17:00 INTERVALO PARA ALMOÇO Mesa Redonda 1e2 Auditório Milton Santos Ensino e História da África Coordenação: Prof. Dr. Wilson Mattos (UNEB) 1- Prof. Me. Denilson Lessa (UNEB-GT) 2- Prof. Dr. Acácio Sidinei Almeida Santos (PUC/SP; FACAMP - Faculdades de Campinas; Casa das Áfricas-SP) 3-Prof. Dr. Luis Nicolau Parés (UFBA) 17:00-18:30 18:30-19:00 19:00-21:00 Bate papo com autores / autógrafos Prof. Dra.Kátia Lorena Novais Almeida – livro: Alforrias em Rio de Contas – Bahia (Século XIX) EDUFBA, 2012. Auditório Milton Santos INTERVALO Exibição de vídeo documentário Auditório Milton Santos FEMININO CANGAÇO Documentarista Manoel Neto e o diretor Lucas Viana
  • 9. 17/10/2013 – quinta feira Horário Atividade Local Salas Pavilhão 8:30-12:30 12:30 – 14:00 Simpósios Temáticos 1e2 INTERVALO PARA ALMOÇO Mesa Redonda de encerramento Auditório Milton Santos 14:00-17:00 Pesquisa Histórica e política de acervos no Brasil: avanços e dilemas COORDENAÇÃO: Ribeiro (UNEB) Prof. Me. Marcos Profeta 1- Prof. Dr. Caio Boschi (PUC-MG) 17:30-18:30 2- Prof. Dr. Flavio Weinstein Teixeira (UFPERecife) 3- Profa. Stela Dalva Teixeira Silva (UESC) Bate papo com o autor / autógrafos Auditório Milton Santos Prof.Dr.Caio Boschi LIVROS: Por que estudar História? São Paulo: Ática, 2007. Brasil – Colônia nos arquivos de Portugal, Alameda, 2011. Profa.Dra. Avanete Pereira Sousa LIVROS: A Bahia no Século XVIII: poder político local e atividades económicas, Alameda, 2012. Poder político local e vida cotidiana: a Câmara Municipal da Cidade de Salvador no século XVIII, Edições UESB, 2013. Prof. Me. Marcos Profeta Ribeiro Livro: Mulheres e poder no Alto Sertão da Bahia: a escrita epistolar de Celsina Teixeira Ladeia (1901 a 1927), Alameda, 2012. 18:30 20:30 Prof.Dr. João José Reis Coffe Break / apresentação cultural ENCERRAMENTO Área de convivência
  • 10. 2. SIMPÓSIOS TEMÁTICOS PROGRAMAÇÃO ST1 – Região, identidades e patrimônio ST2 – Gênero, raça/etnia e sexualidades na pesquisa: textualidades acadêmicas, literárias, práticas pedagógicas e ativistas ST3 - Campos da História Cultural: diálogos interdisciplinares ST4 – História, memória e (auto) biografia ST5 – América Portuguesa: cultura, sociedade e relações de poder ST6 – Experiências de sociabilidades populares na Bahia monárquica e no pós-abolição ST7 – Ditadura e transição política na América do Sul ST8 – Ensino e História da África e cultura afro-brasileira ST9 – Ensino de História: experiências e reflexões ST 1 - Região, identidades e patrimônio Coordenadores: Prof. Dr. Miguel Cerqueira dos Santos (UNEB) e Prof. Dr. Jânio Roque B. de Castro (UNEB 1. Retratos da Bahia: panorama social e político da cidade de salvador no século XIX. (Antonio Marcos de Almeida Ribeiro) 2. A proclamação da República pelo viés dos periódicos baianos (Matheus Berlink Fonseca) 3. Cercas e progresso: cidade cercada e animais fora das ruas (Alcides de Jesus Lima) 4. Vale o escrito: o Jogo do Bicho na Feira moderna (1940-1960) (Carlos Alberto Alves Lima) 5. Evolução histórica da rede urbana do recôncavo baiano: a influência dos meios de transportes na organização da hierarquia urbana (Uelington Silva Peixoto) 6. Mutações territoriais no município de Santo Antônio de Jesus/Ba: análise entre gestão, crescimento, ambiente e qualidade de vida. (Miguel Cerqueira Santos e Alane Pereira dos Santos) 7. Riscos Ambientais e Juventudes no Recôncavo Baiano (Maris Gonçalves Conceição Santos) 8. O Conselho Estadual de Cultura da Bahia: Patrimônio, intelectuais e identidade baiana. (1967-1975) (Anselmo Ferreira Machado Carvalho)
  • 11. 9. A atuação do serviço do patrimônio histórico e artístico nacional (SPHAN) na preservação das igrejas históricas presente nos municípios de Ituberá e Camamu, estado da Bahia (1937 – 1967) (Vanessa de Almeida Dócio) 10. As novas formas de uso da praça conselheiro Antônio Rebouças no carnaval de Maragogipe após o registro em patrimônio imaterial da Bahia (Erick Gomes Conceição/Ramon Andrade de Souza/Dr. Janio Roque Barros de Castro) 11. O Combate dos Soldados das Espadas de Fogo: A Tradicional Guerra de Espadas de Cruz das Almas-BA (William de Jesus Sodré) 12. As bolsas de mandinga no Brasil Colonial: Demonologia e feitiçaria no século XVIII (Priscila Natividade de Jesus) 13. A festa de Yemanjá e a Igreja Católica em Salvador: aproximações e distanciamentos (Fernanda Reis dos Santos) 14. As Artes de Cura no Brasil: de crime de curandeirismo à condição de Patrimônio Imaterial. (Marina Assunção Gois Rodrigues) 15. Um pedaço da Bahia: um olhar sobre a Região de Mundo Novo. (Lucas Adriel Silva de Almeida) 16. O leão e os outros animais: luta pela terra no sertão baiano do século XIX. (Macio Andrade do Nascimento) 17. A Terra e os Homens: estrutura e conflitos fundiários no Portal do Sertão Baiano na Primeira República (Francemberg Teixeira Reis) 18. Traços de uma região: recôncavo da atividade fumageira (Margarete Nunes Santos) 19. Reflexões sobre a liderança feminina na comunidade remanescente quilombola do Tucum/BA (Karla Dias de Lima) 20. Trajetória, Cultura e Identidade na Comunidade Negra Rural de Lagedo Mirangaba-BA (Marcelo Nunes Rocha) 21. O mapeamento participativo como uma forma de empoderamento das comunidades tradicionais. (Maria Valdelice Vieira Santos)
  • 12. ST 1 - Região, identidades e patrimônio Coordenadores: Prof. Dr. Miguel Cerqueira dos Santos (UNEB) e Prof. Dr. Jânio Roque B. de Castro (UNEB SALA: 8 (Pavilhão 2) CRONOGRAMA 16.10.2013 (quarta feira) Horário: 8:30 – 12:30 h 1. Retratos da Bahia: panorama social e político da cidade de salvador no século XIX. (Antonio Marcos de Almeida Ribeiro) 2. A proclamação da República pelo viés dos periódicos baianos (Matheus Berlink Fonseca) 3. Cercas e progresso: cidade cercada e animais fora das ruas (Alcides de Jesus Lima) 4. Vale o escrito: o Jogo do Bicho na Feira moderna (1940-1960) (Carlos Alberto Alves Lima) 5. Evolução histórica da rede urbana do recôncavo baiano: a influência dos meios de transportes na organização da hierarquia urbana (Uelington Silva Peixoto) 6. Mutações territoriais no município de Santo Antônio de Jesus/Ba: análise entre gestão, crescimento, ambiente e qualidade de vida. (Miguel Cerqueira Santos e Alane Pereira dos Santos) 7. Riscos Ambientais e Juventudes no Recôncavo Baiano (Maris Gonçalves Conceição Santos) 8. O Conselho Estadual de Cultura da Bahia: Patrimônio, intelectuais e identidade baiana. (1967-1975) (Anselmo Ferreira Machado Carvalho) 9. A atuação do serviço do patrimônio histórico e artístico nacional (SPHAN) na preservação das igrejas históricas presente nos municípios de Ituberá e Camamu, estado da Bahia (1937 – 1967) (Vanessa de Almeida Dócio) 10. As novas formas de uso da praça conselheiro Antônio Rebouças no carnaval de Maragogipe após o registro em patrimônio imaterial da Bahia (Erick Gomes Conceição/Ramon Andrade de Souza/Dr. Janio Roque Barros de Castro) 11. Criação da Diocese de Amargosa: Expansionismo Religioso ( Dilma Filgueiras de Santana)
  • 13. 1710.2013 (quinta feira) Horário: 8:30 – 12:30 h 1. O Combate dos Soldados das Espadas de Fogo: A Tradicional Guerra de Espadas de Cruz das Almas-BA (William de Jesus Sodré) 2. As bolsas de mandinga no Brasil Colonial: Demonologia e feitiçaria no século XVIII (Priscila Natividade de Jesus) 3. A festa de Yemanjá e a Igreja Católica em Salvador: aproximações e distanciamentos (Fernanda Reis dos Santos) 4. As Artes de Cura no Brasil: de crime de curandeirismo à condição de Patrimônio Imaterial. (Marina Assunção Gois Rodrigues) 5. Um pedaço da Bahia: um olhar sobre a Região de Mundo Novo. (Lucas Adriel Silva de Almeida) 6. O leão e os outros animais: luta pela terra no sertão baiano do século XIX. (Macio Andrade do Nascimento) 7. A Terra e os Homens: estrutura e conflitos fundiários no Portal do Sertão Baiano na Primeira República ( Francemberg Teixeira Reis) 8. Traços de uma região: recôncavo da atividade fumageira (Margarete Nunes Santos) 9. Reflexões sobre a liderança feminina na comunidade remanescente quilombola do Tucum/BA (Karla Dias de Lima) 10. Trajetória, Cultura e Identidade na Comunidade Negra Rural de Lagedo Mirangaba-BA (Marcelo Nunes Rocha) 11. O mapeamento participativo como uma forma de empoderamento das comunidades tradicionais. (Maria Valdelice Vieira Santos)
  • 14. ST 1 - Região, identidades e patrimônio RESUMOS 1. Retratos da Bahia: panorama social e político da cidade de salvador no século XIX Antonio Marcos de Almeida Ribeiro O presente trabalho analisa os principais aspectos sobre a constituição da cidade de Salvador durante o século XIX articulando essencialmente as posições políticas e sociais. Além de apresentar um panorama acerca do traçado urbanístico, mercado de trabalho e religiosidade. Revelando assim um microcosmo de pluralismo racial o que é fundamental para a fixação da personalidade do que é ser baiano. Salvador situava-se como metrópole regional na qual se concentrava um intenso fluxo de trocas e redistribuição de mercadorias. Cidade mestiça que também guardava inúmeras incongruências em suas relações sociais e étnicas. Mais do que uma aglomeração de construções, pelourinho, marcos arquitetônicos a construção de uma identidade citadina dependente da pluralidade que a transcende. O ponto crucial é que Salvador será ao longo de sua existência uma cidade inquietante e revolucionária com o desenvolvimento de várias ações e discursos em sua dimensão identitária em sua constituição enquanto patrimônio material e imaterial. 2. A proclamação da República pelo viés dos periódicos baianos Matheus Berlink Fonseca Este trabalho analisa os discursos jornalísticos utilizados pelos três jornais de maior circulação da cidade de Salvador, O Jornal de Notícias da Bahia, A República Federal e o Diário de Notícias, durante a primeira quinzena após a Proclamação da República do Brasil. Busco compreender o posicionamento político de cada um desses jornais a partir das suas orientações políticas, respectivamente, um neutro, um republicano e um conservador. As principais fontes utilizadas foram os jornais, além dos inquéritos policiais e textos de Olavo de Carvalho. A metodologia utilizada foi a análise do discurso e o diálogo com a bibliografia específica sobre o tema da Proclamação da República como as obras de Jose Murilo de Carvalho para o Rio de Janeiro e Wlamyra Albuquerque para a Bahia. A pesquisa revelou que o discurso local foi tendencioso
  • 15. para o republicanismo o que influenciou na difusão dos acontecimentos do novo sistema de governo na imprensa soteropolitana. 3. Cercas e progresso: cidade cercada e animais fora das ruas Alcides de Jesus Lima Este trabalho tem como finalidade analisar as medidas tomadas na década de 1940 pela municipalidade para modernizar a cidade de Itaberaba,Bahia. As principais medidas adotadas se relacionavam ás práticas cotidianas da população, já que a cidade foi cercada para proibir a entrada e permanência dos animais no perímetro urbano. No entanto, os moradores resistiram a todas as medidas desenvolvidas pela municipalidade, inclusive a adoção de leis que multava aqueles que insistiam nos costumes contrários a urbanidade. Analisa-se também a introdução de alguns melhoramentos urbanos visando o embelezamento da cidade, bem como a introdução de serviços urbanos. O discurso sanitarista também era muito presente e estava diretamente vinculado as políticas de combate a criação de porcos e cães soltos nas ruas da urbe. Além disso, faz-se uma breve análise dos serviços de iluminação, já que sua introdução 1938 contribuiu para o pensamento progressista, adotado pelo poder público municipal e imprensa. 4. Vale o escrito: o Jogo do Bicho na Feira moderna (1940-1960) Carlos Alberto Alves Lima Considerando o jogo elemento constitutivo da cultura nossa atenção se voltará para uma concepção estrita, interessa-nos o jogo, na forma da jogatina, uma prática lúdica que de alguma forma proporciona experiências subversivas aos ditames valorativos de uma sociedade a qual pertence, ou simplesmente uma válvula de escape para extravagar as emoções latentes. Tomaremos o jogo então, como: “uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço. Assim, buscaremos dar conta, aqui, do jogo enquanto fenômeno ocorrido e localizado na Feira de Santana, entre as décadas de 1940-1960, particularmente no “Complexo da Rua do Meio”. Momento de grandes transformações na cotidianidade brasileira, com destaque para a modernização dos costumes e do comportamento, do crescimento das taxas de urbanização, como também da consolidação de uma nova
  • 16. etapa do capitalismo e de uma forma de trabalhismo implantado na chamada Era Vargas. Na urbe feirense moderna se jogava de tudo: carteado, dominó, bingo, roleta, víspara. De toda a variedade de jogos, optaremos por analisar o “jogo do Bicho”. Dentre tantos fatores, a escolha deste se deve pela repercussão que essa modalidade tivera ao longo do período que propomos estudar, sendo alvo da repulsa jurídica e da defenestração moral da imprensa. Sem contar que no “Complexo da Rua do Meio” localizava-se grandes pontos de venda dessa loteria. 5. Evolução histórica da rede urbana do recôncavo baiano: a influência dos meios de transportes na organização da hierarquia urbana Uelington Silva Peixoto A lógica capitalista envolve e coordena as dinâmicas do mundo, de uma forma tão incisiva, que mudanças ocorridas nas esferas econômicas e decorrentes de modificações técnicas, refletem em toda a dinâmica territorial do espaço. O acelerado ritmo de mudanças globais tem interferido de forma incisiva nos modos de produção, nas dinâmicas territoriais e modos de vida da população. Diante dessas mudanças, pode-se perceber o processo de desindustrialização das cidades e uma ascensão do setor terciário para atender as necessidades do sistema capitalista de produção. Assim, a integração regional, por meio das redes urbanas, é responsável pela polarização e organização espacial. As cidades não conseguem viver isoladas, por conta disso, se interligam por meio de redes de transportes, comunicações e comerciais. O Recôncavo Baiano foi palco de intensas transformações na logica da hierarquia urbana, pois agentes hegemônicos distintos lançaram reflexos no território. Nessa perspectiva, o presente trabalho se debruça em investigar a influencia dos meios de transportes na organização da hierarquia urbana do Recôncavo Baiano. No intuito de atingir os objetivos propostos, os caminhos metodológicos foram divididos em dois momentos. Primeiramente, foi realiza uma ampla pesquisa bibliográfica, concentrando-se em obras atuais, construção de fichamentos e resenhas, além de consultas ao acervo da internet. Posteriormente, foi necessário baixar um banco de dados no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o qual foi processado no software Terra View. Dentre outros resultados, foi possível identificar as mudanças na hierarquia urbana ao longo do tempo, que culminaram numa organização espacial atual, pautada na maior dinamicidade e dialogo com outras regiões do estado.
  • 17. 6. Mutações territoriais no município de Santo Antônio de Jesus/Ba: análise entre gestão, crescimento, ambiente e qualidade de vida. Miguel Cerqueira dos Santos Alane Pereira dos Santos As transformações que acontecem com o passar dos anos vão ficando ainda mais evidentes quando materializadas no espaço, de forma que resultam nas diferentes paisagens. Todas refletem um modo de vida da sociedade que ali vive. O município de Santo Antônio de Jesus/Ba não fica fora deste contexto, dado ao fato de que apresenta-se como um dos mais importantes do Recôncavo Baiano, principalmente pela sua capacidade em atrair pessoas para o desenvolvimento das atividades comerciais e de serviços. Observa-se ainda que, nas últimas décadas, o município tem sido considerado como um grande polarizador tanto pelo oferecimento de serviços, quanto pela variedade do seu comércio, bem como pela instalação de algumas indústrias. Partindo de tais propósitos, considera-se importante o entendimento de como as transformações ocorridas ultimamente interagem mediante ao processo de interlocução entre planejamento/gestão, crescimento/desenvolvimento, ambiente e melhoria das condições de vida. Para tanto, busca-se, especificamente, situar o município de Santo Antônio de Jesus no contexto das modificações territoriais ocorridas ultimamente no Recôncavo Baiano, estabelecer um paralelo entre os conceitos de crescimento, desenvolvimento, planejamento, gestão e qualidade de vida e, por fim, discutir o papel do planejamento frente às discussões propostas anteriormente. O desenvolvimento desta pesquisa surge da necessidade de contribuir para o preenchimento da lacuna no tocante a análise da relação entre crescimento/desenvolvimento, planejamento e qualidade de vida, em Santo Antônio de Jesus. Este município, nas últimas décadas, vem passando por significativas modificações territoriais, o que fortalece, ainda mais, a sua capacidade de atração de pessoas e mercadorias, oriundas de diferentes regiões da Bahia e até mesmo de outras localidades do Brasil e do mundo. O rápido crescimento observado em Santo Antônio de Jesus provoca impactos positivos e negativos. Para isso, demanda a realização de trabalhos desta natureza, com o intuito de contribuir para a elaboração de políticas públicas, visando novas trajetórias de desenvolvimento. Palavras-chaves: Santo Antônio de Jesus, crescimento, planejamento e condições de vida.
  • 18. 7. Riscos Ambientais e Juventudes no Recôncavo Baiano Miguel Cerqueira dos Santos Maria Gonçalves Conceição Santos O presente trabalho tem o propósito de ampliar as discussões sobre os riscos ambientais e as vulnerabilidades dos jovens, numa das mais importantes regiões do Brasil, o Recôncavo Baiano. A situação dos riscos passa a ser um assunto de extrema necessidade, na contemporaneidade. A maneira como as relações territoriais ocorrem, nas últimas décadas, produz uma paisagem dicotômica. Por um lado, ampliam-se as inovações tecnológicas, aumentam-se os fluxos de mercadorias e de transportes e possibilitam-se o acesso ao emprego e a renda, para uma pequena parcela da população. Por outro lado, encontramos um número significativo de pessoas que convivem com sérios riscos ambientais, o que demanda reflexões. 8. O Conselho Estadual de Cultura da Bahia: Patrimônio, intelectuais e identidade baiana. (1967-1975) Anselmo Ferreira Machado Carvalho) O presente artigo trata de problematizar a relação entre as noções de patrimônio e identidade baiana na consolidação das políticas culturais no período da criação do Conselho de Cultura da Bahia em 1967. Assim, destacam-se como construtores desta identidade baiana mais voltada para os elementos tradicionais, a exemplo da referência ao patrimônio arquitetônico, os intelectuais que compunham o Conselho, nomeados pelo governador do estado e concatenados com as proposituras do Conselho Federal de Cultura, órgão criado na vigência da ditadura militar no Brasil 9. A atuação do serviço do patrimônio histórico e artístico nacional (sphan) na preservação das igrejas históricas presente nos municípios de Ituberá e Camamu, estado da Bahia (1937 – 1967) Vanessa de Almeida Dócio O presente artigo aborda a historicidade das políticas e práticas de preservação do patrimônio histórico-arquitetônico desenvolvidas no Estado da Bahia, a partir do
  • 19. município de Camamu e Ituberá. Investiga especificamente os limites e alcances das medidas voltadas para a proteção das igrejas de origem jesuíticas existentes no território daquela cidade com objetivo de pesquisar de que maneira a implantação de uma legislação de proteção do patrimônio nacional concebida no âmbito dos poderes públicos (federal e estadual), no período compreendido entre os anos de 1927 a 1967, se refletiu em medidas efetivas de proteção ao patrimônio local. Abordando os elementos justificadores da não salvaguarda das edificações por parte do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), ao mesmo tempo em que se analisa a atuação das prefeituras municipais no tocante a preservação de seu patrimônio histórico arquitetônico e da comunidade local na promoção da manutenção das edificações históricas. 10. As novas formas de uso da praça conselheiro Antônio Rebouças no carnaval de Maragogipe após o registro em patrimônio imaterial da Bahia Erick Gomes Conceição* Ramon Andrade de Souza** Dr. Janio Roque Barros de Castro*** O carnaval é uma das festividades mais importantes que se tem registro, pela sua especificidade e valor histórico. Estudos apontam que esta festa tem suas raízes surgindo desde o ano 3000 a.C. No Brasil essa festividade ocorre nas mais variadas formas e nos diferentes espaços contribuindo assim para a manutenção da cultura popular, algumas cidades ganharam destaque com o seu carnaval como o Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife e Olinda, as festas nestas cidades ganharam características de megaeventos. Na cidade de Maragogipe, acontece um carnaval um tanto quanto diferente do que ocorre na capital baiana. Os mascarados e as marchinhas são as principais marcas da festa carnavalesca da cidade. Diante de sua importância cultural, o IPAC¹ registrou o carnaval de Maragogipe como Patrimônio Imaterial da Bahia no ano de dois mil e nove, estando no livro de registro três, que abrange as celebrações. Após este registro diversas modificações estruturais estão sendo percebidas na espacialização da festa. Nessa perspectiva, este trabalho se propõe a identificar as novas formas de uso da Praça Conselheiro Antônio Rebouças no carnaval após a festa ser registrada como patrimônio imaterial da Bahia. Como procedimento metodológico fez-se entrevistas semiestruturadas com seis moradores locais, observação in lócus, e a análise de fotografias. A pesquisa identificou que após o registro da festa como patrimônio imaterial da Bahia, houve uma nova organização espacial do Carnaval de Maragogipe, com destaque para a concentração da festa na Praça Conselheiro Antônio Rebouças, pois a mesma passa a dispor de uma maior quantidade de bares e elementos que fixam os brincantes na
  • 20. mesma, como um coreto móvel tocando marchinhas carnavalescas antigas e um palco com apresentação de bandas. 11. O Combate dos Soldados das Espadas de Fogo: A Tradicional Guerra de Espadas de Cruz das Almas-BA William de Jesus Sodré A guerra de espadas, também chamada de luta de espadas, é a prática que utilizar fogos de artifício de Classe A, tradicional na festa Junina da cidade de Cruz das Almas, tornou-se com passar do tempo parte integrante da cultura da cidade e tendo sua prática se perpetuado por diversas gerações. O presente artigo procura discutir os principais aspectos da tradicional Guerra de Espadas de Cruz das Almas na Bahia, neste sentido, procura apresentar algumas questões essenciais que permeiam esta tradição centenária. No que se refere à questão da tradição na cidade, o artigo procura analisar como esta tradição está presente no cotidiano da cidade bem como se dá a relação com a população local, procurando destacar como a tradicional Guerra de Espadas possui potencialidades positivas e negativas se colocando neste contexto social e despertando reações diferentes dentro da população da cidade. O recorte temporal do presente artigo abrange de 2000 a 2011, período em que através das pesquisas prévias foi constatada grande repercussão da tradição nos principais veículos de comunicação da Bahia. Outra questão fundamental para a escolha do recorte temporal foi a questão da proibição da Guerra de Espadas em Junho de 2011, que novamente trouxe a questão da tradição para o centro das discussões na cidade. Dessa forma ainda procuro entender a ligação da festa junina e a Guerra de Espada demonstrando os processos desta cultura e sua construção dentro da cidade de Cruz das Almas, no sentido de identificar os sujeitos que estão inseridos nesta tradição e como estes se posicionam referente à guerra de espada e suas consequências. E neste sentido o presente artigo se justifica por ter como objetivo principal preservar a identidade cultural da cidade através das análises e discussões estabelecidas ao logo do trabalho, trazendo assim a temática para debate e reflexão a respeito de sua elucidação no contexto analisado, sendo esta questão a principal motivação para escolha da temática abordada. A metodologia de pesquisa utilizada foi desenvolvida na forma conceitual e teórica (método histórico), respaldado por pesquisa bibliográfica, envolvendo a coleta de dados do período observado na pesquisa, (2000-2011), com o objetivo de análise e compreensão da tradição da Guerra de Espadas, utilizando-se ainda de fontes orais em um caráter investigativo e analítico a partir dos dados coletados e das leituras realizadas.
  • 21. 12. As bolsas de mandinga no Brasil Colonial: Demonologia e feitiçaria no século XVIII Priscila Natividade de Jesus O estudo sobre as bolsas de mandinga relacionado com a atuação da inquisição na repressão e julgamentos de crimes de feitiçaria ganha atenção em nosso trabalho, pois nos permite estudar acerca do universo religioso e cultural daqueles que portavam e produziam as bolsinhas de mandinga no Brasil colonial, assim como discutir a importância dos amuletos e o poder de seu conteúdo para aqueles que os usavam. Cabe ressaltar que a utilização e crença nas bolsas de mandinga não estavam apenas entre a população negra colonial, encontrava-se também inserida entre a população de cor branca mesmo que em menor proporcionalidade. Nosso estudo se desenvolve a partir do caso de José Martins, negro livre, processado, julgado e condenado pela Inquisição Portuguesa pelo crime de feitiçaria por portar uma bolsa de mandinga. Para a inquisição, as bolsas de mandinga eram sinônimo de feitiçaria e demonologia, sendo assim julgada pelo poder e significado mágico que representava perante seus usuários, assim como pelo conteúdo que carregava em seu interior, composto por elementos da igreja católica, sendo os mais comuns orações, pedra D’ara, hóstias consagradas e sanguinhos. O amuleto também reunia em seu interior elementos de outras culturas. Deste modo, é interessante se pensar acerca do sincretismo religioso que se configurara a partir dos elementos que compunham as bolsas de mandinga. 13. A festa de Yemanjá e a Igreja Católica em Salvador: aproximações e distanciamentos Fernanda Reis dos Santos A festividade afro-brasileira que surgiu na manifestação católica. Esta é a pecualiaridade da Festa de Yemanjá em Salvador,entre os anos de 1924 a 1976. Esta festa a partir dos anos 1930 passou a acontecer independente do calendário da Igreja católica. Apesar de o dia 2 de fevereiro ser consagrado a Nossa Senhora das Candeias, não há nenhuma associação entre o orixá e a Virgem Maria. Mesmo porque, a escolha pela data foi ocasional, em virtude de que o presente que os pescadores faziam para ser entregue ao mar, acontecia na chamada segunda-feira gorda, ou seja, no último dia da festa de Santana. Talvez na tentativa de branquear o culto à Yemanjá no Brasil, especificamente na Bahia, por vezes encontramos referências deste orixá à santas católicas. Entretanto, o espaço do culto e a forma de
  • 22. organização demarcam definitivamente uma separação entre esses dois universos religiosos. Diante disso, o considero como um culto exclusivo do candomblé, sem nenhuma relação com o catolicismo. Para tanto, utilizamos jornais locais e cartas pastorais como fontes fundamentais para esta análise. 14. As Artes de Cura no Brasil: de crime de curandeirismo à condição de Patrimônio Imaterial. Marina Assunção Gois Rodrigues A legislação que criminaliza o curandeirismo tornando ilícitas quaisquer expressões das variadas maneiras de curar que não fossem a medicina oficial, que consta no artigo 158 do código penal republicano define como se constituindo em crime “ministrar ou simplesmente prescrever, como meio curativo interno ou externo, e sob qualquer forma preparada, substâncias de qualquer dos reinos da natureza, fazendo ou exercendo assim o ofício denominado de curandeiro". Em função de planos higienistas da sociedade, foi coibida qualquer qualidade de expressão da religiosidade popular, bem como as maneiras de cuidar de si por meio das artes de curandeiros e benzedores. O decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, reforça a política de hegemonização da medicina no Art. 284, onde estipula como crime de curandeirismo sob pena de detenção: “Exercer o curandeirismo: I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância; II – usando gestos, palavras ou qualquer outro meio; III - fazendo diagnóstico”. Através de políticas institucionais que revisitam o conceito de patrimônio, ampliando sua definição, proporcionando o significado de bens intangíveis foi criado o decreto nº 3.551, de 4 de agosto de 2000, voltado ao “Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial que constituem o patrimônio cultural brasileiro”, onde compreende “compreende o Patrimônio Cultural Imaterial brasileiro como os saberes, os ofícios, as festas, os rituais, as expressões artísticas e lúdicas”. Desta maneira, a documentação pertinente ao que concerne o patrimônio cultural do Brasil, que vem sendo atualizada periodicamente, pela primeira vez pode abranger as expressões culturais das artes de cura. Este trabalho se propõe a realizar uma percepção do consentimento institucional deste percurso de cultura criminalizada, à reconhecida em sua importância como testemunhos culturais que compõem o patrimônio intangível do Brasil, após os exemplos do inventário destas práticas em dois casos brasileiros: a Farmacopéia Popular do Cerrado e a Rede Fitovida no Rio de Janeiro.
  • 23. 15. Um pedaço da Bahia: um olhar sobre a Região de Mundo Novo. Lucas Adriel Silva de Almeida Com vasto território e parte dele com investigações historiográficas rarefeitas, o estado da Bahia acaba sendo, ainda hoje, alvo fácil de generalizações feitas sobre sua estrutura sócio-cultural. Este estudo busca analisar a formação de uma região dentro do território baiano entre os anos de 1923 e 1937, com o objetivo de compreender melhor os processos de ocupação do território do estado da Bahia. O processo de construção desta região teve como coluna dorsal o ramal da linha ferroviária que penetrou no município de Mundo Novo, dando destaque a três pontos bem específicos neste contexto as localidades do França, Cinco Várzeas (Piritiba) e Barra. Estas localidades, que são, dentro do território do município de Mundo Novo, neste período, os pontos onde passam a funcionar as estações ferroviárias, viram pontos de referência dentro da nova dinâmica social montada neste espaço. Defendemos, portanto, que no interior deste município, nesse recorte temporal, criou-se uma região com uma dinâmica própria, marcada por certas particularidades vinculadas a implantação do projeto ferroviário neste espaço, um ambiente particular onde as relações sociais adquirem uma peculiaridade característica desta região: a complementaridade entre o rural e o urbano. 16. O leão e os outros animais: luta pela terra no sertão baiano do século XIX. Macio Andrade do Nascimento No ano de 1850, a Lei de Terras é aprovada após sete anos de debate entre deputados e senadores. Com o objetivo de regulamentar a aquisição e posse de terras no Brasil, sua aprovação e aplicação a partir de 1854 ainda hoje geram debates na historiografia. Para alguns autores, a Lei atendia apenas aos anseios dos latifundiários substituindo formas consuetudinárias de aquisição de terras exclusivamente pela compra, além de tentar solucionar a questão da mão-de-obra após a proibição do tráfico atlântico de escravos. Para outros, de vertente formada em sua maioria por autores thompsonianos, “as leis expressam a luta entre várias concepções e valores diferentes” e é através dela que posseiros, agregados e arrendatários encontraram um território jurídico de defesa de seus direitos a posse da terra. Assim, buscaremos compreender as formas de resistência, aproximação, construção de laços de solidariedade e dependência entre os trabalhadores livres e pobres com a elite regional, através da análise de experiências de luta pela posse e uso da terra na
  • 24. segunda metade do século XIX, quando a terra deixa de ser domínio da Coroa” e passa a “domínio público, convertendo-se em mercadoria”. 17. A Terra e os Homens: estrutura e conflitos fundiários no Portal do Sertão Baiano na Primeira República Francemberg Teixeira Reis A pesquisa desenvolvida na condição de mestrando do Programa de Pós-Graduação em História Regional e Local da Universidade do Estado da Bahia (PPGHIS/UNEB), procura estudar o perfil fundiário e os conflitos relacionados à terra no município de Feira de Santana na passagem para o século XX. O município de Feira de Santana localiza-se na região geomorfológica denominada de agreste, uma faixa de transição entre o litoral e o sertão. Em virtude dessa localização que facilitava a comunicação com diversas regiões da antiga província da Bahia, o município ganhou destaque na economia baiana em meados do século XIX no comércio do gado bovino e cavalar, além do fumo e da farinha de mandioca e, em menor escala, do algodão. A pecuária e a policultura desenvolvida determinaram na configuração da estrutura fundiária, onde foi preponderante a existência de médias e pequenas propriedades. O período recortado pelo estudo contextualiza nas transformações ligadas à transição do trabalho escravo para o trabalho livre, bem como, na passagem para um novo regime político, representado pelo fim da Monarquia e o início da República. Estas mudanças implicaram também nas formas de apropriação da terra e na introdução de legislações específicas que tentaram superar os antigos problemas fundiários existentes. Tais fatores foram relativamente percebidos, em seus mais variados níveis, em todos os espaços agrários do país, sejam nas áreas dedicadas à economia exportadora, como a então região sul do Brasil, mas também, em regiões onde se praticou uma economia voltada para o abastecimento e dinamização do mercado interno, da forma como emergiu o município de Feira de Santana e muitas localidades do sertão baiano. Utilizando como fontes registros cartoriais de compra e venda de terras, inventários, ações de manutenção de posse, ações de demarcação e divisão de propriedades, além de alguns jornais da época, busca-se, através de uma metodologia qualiquantitativa, discutir a transferência da propriedade rural, o valor atribuído à terra e as formas de exploração agrária no município de Feira de Santana nas últimas décadas do século XIX e primeiras do século XX. Além de estudar os referidos fatores, defendemos na pesquisa que tanto as formas costumeiras quanto legais de apropriação da terra, levando em consideração o perfil fundiário no município,
  • 25. contribuíram para a configuração de um tipo peculiar de conflito, o qual esteve ligado mais à preservação da propriedade rural do que lutas sangrentas em prol do acesso. 18. Traços de uma região: recôncavo da atividade fumageira Margarete Nunes Santos Empreende-se, ao longo deste artigo, apresentar elementos e informações consideradas pertinentes diante do que compõem uma abordagem regional, a partir da analise de traços que caracterizaram a região do Recôncavo Fumageiro, explicitando os aspectos que dinamizaram a região, nas décadas de 1960 a 1980, período esse, marcado pelo predomínio econômico do cultivo e da manufatura do fumo, obsevados especificamente a partir de reflexões sobre a produção fumageira no município de Conceição do Almeida-Ba. Inicialmente se contextualiza acerca dos elementos que caracterizam uma região, a partir de diversas concepções teóricas, além de discussão dos elementos socioeconômicos que marcaram a dinâmica regional, suas relações e implicações na constituição histórica, geográfica e identitária do Recôncavo Fumageiro. Neste sentido, busca-se problematizar a partir da análise das memórias e de um diálogo entre as fontes escritas, orais e iconográficas aspectos desta região, para assim, explicitar as experiências dos sujeitos que vivenciaram esse cotidiano. 19 Reflexões sobre a liderança feminina na comunidade remanescente quilombola do Tucum/Ba. Karla Dias de Lima O presente artigo tem por objetivo refletir sobre a liderança feminina na comunidade quilombola do Tucum. Localizada em Tanhaçu-BA, na região da Chapada Diamantina, a comunidade tem marcas da forte atuação política e social das mulheres. As concepções atuais acerca da história das mulheres e da liderança feminina nos segmentos populares colaboraram para a análise das especificidades das relações vivenciadas pelas mulheres do Tucum. A História Oral foi um importante suporte para a pesquisa, visto que as moradoras dão grande relevância as narrativas locais e estas se ressignificaram no processo de reconhecimento da comunidade. Com este viés,
  • 26. pretende-se discutir as estratégias de sobrevivência e militância nas práticas cotidianas dessas mulheres, como uma possibilidade de reconstruir vivências, afetividades, ancestralidades, memórias e identidades de gênero. 20. Trajetória, Cultura e Identidade na Comunidade Negra Rural de Lagedo - Mirangaba-BA Marcelo Nunes Rocha O trabalho intitulado "Trajetória, Cultura e Identidade na Comunidade Negra Rural de Lagedo - Mirangaba-BA" tem como proposta contribuir para o enriquecimento dos debates teóricos e políticos acerca dos chamados "quilombos contemporâneos" e seus direitos. Estudamos a trajetória de uma das comunidades negras rurais baianas, no território conhecido por Lagedo, localizado na região do município de Mirangaba, microrregião de Jacobina-BA. O objetivo da pesquisa foi fazer um levantamento histórico da trajetória dessa população desde seus primeiros habitantes, procurando compreender um pouco de suas tradições, costumes, lutas e desafios. Procurou-se também investigar e instigar o debate acerca da validade epistemológica e conceitual das terminologias “quilombola”, “remanescente de quilombo”, e “quilombo contemporâneo”, largamente utilizados pelo discurso oficial do governo, do Movimento Negro Unificado e de amplos setores do meio acadêmico que se d ebruçam sobre o tema. Tal problemática nos inquieta porque uma vez que tais conceitos são pensados e forjados fora do ambiente dessas comunidades, e por agentes também externos a elas, eles passam a se configurar como identidades exógenas, que lhes são “fornecidas” verticalmente, pois para ter acesso aos benefícios do Estado e gozar de seus direitos essas populações se veem “coagidas” a reconhecerem-se oficialmente como “remanescentes de quilombo”, muitas vezes sem nenhuma compreensão do significado histórico-cultural e simbólica dessa designação. 21. O mapeamento participativo como uma forma de empoderamento das comunidades tradicionais. Maria Valdelice Vieira Santos Sabe-se que o mapeamento participativo é fundamental para o empoderamento dos povos tradicionalmente marginalizados, uma vez que eles têm autonomia para mapear seu território de vivência, podendo destacar os problemas ambientais, sociais e
  • 27. conflitos pela terra, entre outros fatores que não foram percebidos pelo pesquisar, é como o próprio lugar se revelasse para o pesquisador, diante das leituras dos mapas participativos. Neste sentido este artigo visa discutir a importância do mapeamento participativo para os pesquisadores e para a comunidade, para os pesquisadores por permite a estes um conhecimento profundo do território estudado que se revela através da memória local e a compreensão da identidade territorial, já para as comunidades que se reconheceram através dos mapas, neles encontram um instrumento de reivindicação social. Percebe-se desta forma que a participação da população no processo de mapeamento é enriquecedor, uma vez que estes sujeitos possuem vínculos físicos e subjetivos com o território ocupado, neste sentido cabe ao pesquisador criar metas que aproximem a comunidade do trabalho realizado na comunidade, através de uma cartografia participativa. 22. Criação da Diocese de Amargosa: Expansionismo Religioso Dilma Filgueiras de Santana Na primeira metade do século XX, há uma reestruturação administrativa da Igreja Católica no Brasil frente ao Estado laico. O plano elaborado e aplicado é estratégico tanto politicamente quanto a nível expansionista e de aumento de adeptos, a criação de novas Dioceses. Implanta-se na pequena cidade de Amargosa, Bahia, em 10 de maio de 1941 a 5ª Diocese na Bahia. Fatos históricos possibilitam novas interpretações além daquelas comentadas pelo senso comum e fornecida pelos membros da Igreja local. A criação da Diocese é nosso objeto de estudo a partir do contexto histórico vivido pela Igreja no Brasil em meados do século passado. Vamos buscar novas respostas para entender o motivo da criação da Diocese em uma cidade considerada ponta de trilho. No contexto político, econômico e religioso que vivia o país à Igreja não restaria outra alternativa senão a expansão pelo interior do Brasil, tal fato não acontece por acaso, muito menos a escolha de uma pequena cidade para sediar uma Diocese que se notabilizou, no contexto regional e baiano, por dois motivos: o primeiro pela sua extensão territorial, fronteira com o Estado de Minas Gerais, ao Oeste; ao Sul fazia divisa com Ilhéus, a Leste com a Arquidiocese de Salvador; o segundo motivo é pelo trabalho pastoral desenvolvido com um viés social e político naquela época.
  • 28. ST2 - Gênero, raça/etnia e sexualidades na pesquisa: textualidades acadêmicas, literárias, práticas pedagógicas e ativistas Coordenadora(r): Profa. Dra. Cláudia Pons Cardoso (UNEB) e Prof. Ms. Clebemilton Nascimento (UNEB). 1. “Acorda Maria Bonita”, acorda vem catar o café: mulheres de Eunápolis na plantação cafeicultora (Marta Farias Alves - UNEB - DCHT Campus XVIII) 2. A complexa trajetória da mulher do alto sertão: os limites entre conceitos, condições e realidade (Ivanice Teixeira Silva Ortiz – UNEB) 3. Casamento religioso e civil: algumas das singularidades das famílias no município de itaberaba (1950 – 1980) (Fernanda de Souza Lima - UNEB Campus V) 4. Traços de uma escrita feminina negra de Conceição Evaristo em cadernos negros sob o olhar dissimétrico da crítica cultural (Alda Santos Pereira UNEB-CAMPUS II- ALAGOINHAS 5. Literatura contemporânea e sua contribuição aos estudos de gênero (Leia Passos Almeida – Uneb) 6. Transversalizando e Interseccionando o Currículo da Educação Básica (Silvana Santos Bispo - Secretaria Estadual da Educação – SEC/Ba) 7. O Pensamento das mulheres negras no Brasil na obra O Livro da Saúde das mulheres negras. Nossos passos vêm de longe. (Izabel da Cruz Santos - UNEB) 8. “Gueis baianos: rodem a baiana, tudo bem, mas deixem de ser alienados...”: uma nova postura política homossexual na Bahia – a fundação do GGB (Ailton José dos Santos Carneiro-UNEB) 9. #NaCamaComOSuperNegãoExperience1 – Imaginário Erótico-Sexual de um Homem Negro na Bahia do Tempo Presente (Daniel dos Santos – UNEB-CAMPUS V) 10. Pensamento-Movimento lésbico na Bahia: fios e tramas de um conhecimento situado. Um projeto em andamento (Zuleide Paiva da SilvaUNEB) 11. Quando as diferenças invadem a sala de aula: limites e desafios da docência em oficinas de leitura crítica de imagens no PIBID/UNEB (Clebemilton Gomes do Nascimento - UNEB) 12. Tecendo ideias sobre Gênero e Sexualidades: Perspectivas discursivas em Oficinas do PIBID. (Janoelse Lopes de Araújo e Maira Silva de Lima) 13. Interseccionando gênero, raça e diversidade sexual no ensino em Santo Antonio de Jesus (Cláudia Pons Cardoso-UNEB)
  • 29. ST2 - Gênero, raça/etnia e sexualidades na pesquisa: textualidades acadêmicas, literárias, práticas pedagógicas e ativistas Coordenadora(r): Profa. Dra. Cláudia Pons Cardoso (UNEB) e Prof. Ms. Clebemilton Nascimento (UNEB). SALA : 2 (Pavilhão 2) CRONOGRAMA 15.10.2013 (terça-feira) Horário: 14h – 17 h 1. “Acorda Maria Bonita”, acorda vem catar o café: mulheres de Eunápolis na plantação cafeicultora (Marta Farias Alves - UNEB - DCHT Campus XVIII) 2. A complexa trajetória da mulher do alto sertão: os limites entre conceitos, condições e realidade (Ivanice Teixeira Silva Ortiz – UNEB) 3. Casamento religioso e civil: algumas das singularidades das famílias no município de itaberaba (1950 – 1980) (Fernanda de Souza Lima - UNEB Campus V) 4. Traços de uma escrita feminina negra de Conceição Evaristo em cadernos negros sob o olhar dissimétrico da crítica cultural (Alda Santos Pereira UNEB-CAMPUS II- ALAGOINHAS 5. Literatura contemporânea e sua contribuição aos estudos de gênero (Leia Passos Almeida – Uneb) 6. Transversalizando e Interseccionando o Currículo da Educação Básica (Silvana Santos Bispo - Secretaria Estadual da Educação – SEC/Ba)
  • 30. 16.10.2013 (quarta-feira) Horário: 8:30 - 12:30 1. O Pensamento das mulheres negras no Brasil na obra O Livro da Saúde das mulheres negras. Nossos passos vêm de longe. (Izabel da Cruz Santos UNEB) 2. “Gueis baianos: rodem a baiana, tudo bem, mas deixem de ser alienados...”: uma nova postura política homossexual na Bahia – a fundação do GGB (Ailton José dos Santos Carneiro-UNEB) 3. #NaCamaComOSuperNegãoExperience1 – Imaginário Erótico-Sexual de um Homem Negro na Bahia do Tempo Presente (Daniel dos Santos – UNEBCAMPUS V) 4. Pensamento-Movimento lésbico na Bahia: fios e tramas de um conhecimento situado. Um projeto em andamento (Zuleide Paiva da Silva-UNEB) 5. Quando as diferenças invadem a sala de aula: limites e desafios da docência em oficinas de leitura crítica de imagens no PIBID/UNEB (Clebemilton Gomes do Nascimento - UNEB) 6. Tecendo ideias sobre Gênero e Sexualidades: Perspectivas discursivas em Oficinas do PIBID. (Janoelse Lopes de Araújo e Maira Silva de Lima) 7. Interseccionando gênero, raça e diversidade sexual no ensino em Santo Antonio de Jesus (Cláudia Pons Cardoso-UNEB)
  • 31. ST2 - Gênero, raça/etnia e sexualidades na pesquisa: textualidades acadêmicas, literárias, práticas pedagógicas e ativistas RESUMOS 1. “Acorda Maria Bonita”, acorda vem catar o café: mulheres de Eunápolis na plantação cafeicultora Marta Farias Alves A temática dessa pesquisa traça o perfil das mulheres colhedoras de café no município de Eunápolis, mão-de-obra tão expressiva nessa esfera econômica. A partir das discussões bibliográficas (cf. Soihet, Joan Scott, Eduard P. Thompson, Michel de Certeau), podemos perceber essas mulheres enquanto sujeitos da sua História, apresentando estratégias que possibilitam suas vivências e convivências em suas relações tanto no trabalho, quanto na família. Perceber seus conflitos, as negociações, resistência, seus poderes e “fragilidades”. Dessa forma as questões que norteiam essa pesquisa perpassam a divisão, hierarquização social e sexual do trabalho, apresentando assim, uma abordagem sobre as vivências e experiências, as múltiplas identidades dessas mulheres que assumiram papéis diferenciados na realidade eunapolitana. Pautando-se na pesquisa qualitativa utilizamos como aporte metodológico entrevistas, questionários previamente elaborados, história de vida. Esse estudo analisa os múltiplos aspectos das vivências das mulheres na atividade cafeicultora, bem como os desdobramentos das relações de gênero nessa dinâmica e nesse espaço social. 2. A complexa trajetória da mulher do alto sertão: os limites entre conceitos, condições e realidade Ivanice Teixeira Silva Ortiz Os estudos sobre gênero vêm desconstruindo conceitos, mitos e estereótipos sobre as mulheres, entre os quais: “animalidade das negras”, “promiscuidade sexual das solteiras” e “devassidão das viúvas”. Os novos trabalhos permitem reconstruir o espaço social da mulher, sua trajetória cotidiana, suas relações familiares, atuação no mundo do trabalho e sua representação social e da justiça. Procura-se paralelamente romper o estigma da família nuclear, cristã e patriarcal e lançar novos olhares sobre o próprio conceito de família. Trabalharemos nesta comunicação a mulher dentro e fora
  • 32. dos contextos oficiais, em diferentes papéis ou condição jurídica: escrava, liberta, forra e livre, na tentativa de buscar compreender suas práticas cotidianas, suas experiências de resistência, seus vínculos afetivos, culturais e sua luta pela sobrevivência no Alto Sertão da Bahia- Caetité 1830-1860. 3. Casamento religioso e civil: algumas das singularidades das famílias no município de itaberaba (1950 – 1980) Fernanda de Souza Lima Este artigo analisa a sociedade de Itaberaba situada no interior do Estado da Bahia tendo como enfoque questões relacionadas à família e o casamento, entre as décadas 1950-1980. Esses temas nos levaram a analisar comportamentos de gênero masculino e feminino da época, bem como o significado das práticas desses sujeitos na sociedade. As fontes utilizadas foram registros de casamento religioso e civil, existentes na paróquia e no fórum da cidade, além dos jornais Mensageiro da fé, Semana Católicas e O Itaberaba. Essas fontes e o referencial teórico, no qual dialogamos, subsidiaram a estruturação desse artigo que nos leva a perceber quais os principais parâmetros tidos como essenciais para a formação das famílias na metade do século XX, tendo em vista que, a instituição familiar vem sofrendo significativas modificações, gera novas expectativas e vivências que atendem os ideais de uma sociedade que está em constante mudança. 4. Traços de uma escrita feminina negra de Conceição Evaristo em cadernos negros sob o olhar dissimétrico da crítica cultural Alda Santos Pereira Este artigo tem por objetivo apresentar o caminho metodológico para se discutir acerca da Literatura Feminina Negra numa dissertação intitulada Cânone, Gênero e Raça: o Contradiscurso Crítico-Cultural de Conceição Evaristo em Cadernos Negros. Este estudo se aporta em teóricos estudados na disciplina Literatura Comparada, na linha de pesquisa 1, Margens da Literatura, no Programa em Crítica Cultural, da Universidade Estadual da Bahia, Campus II. Dentre eles, destacam-se Carvalhal, Malard, Moreiras, Hall. No estudo dos textos de Conceição Evaristo, pontua-se a presença do contradiscurso feminino que brada contra a invisibilização, o encarceramento do ser feminino, a escravização de um corpo a estereótipo. Assim,
  • 33. este artigo pretende ressaltar a importância de se exercitar uma escuta e um olhar sensível para outras vozes, muitas vezes silenciadas por um poder hegemônico que se considera no direito de conceituar o outro, pô-lo num lugar de inferioridade, com o objetivo de não abalar a ordem, o padrão que a metafísica ocidental estabeleceu como bom, como correto, como legítimo. 5. Literatura contemporânea e sua contribuição aos estudos de gênero Leia Passos Almeida Orientador: Professor Dr. Perminio Souza Ferreira Os escritores contemporâneos produzem rupturas em suas obras literárias. Tratam de temas cotidianos, trazem os fatos retratados de forma extremamente realista que podem levar o leitor que está acostumado com a literatura tradicional, ou seja, aquela que trata com sutileza (ou não trata) de alguns fatos críticos e de discussões relevantes à atualidade a rejeitar esse tipo de leitura. O conto Jéssica de Rubem Fonseca, é um exemplo de literatura contemporânea que narra vários fatos que podem fomentar importantes discussões voltadas à violência e para as questões de gênero. Assim, analisando esse conto, o presente trabalho tem por objetivo discutir quais as relações de poder estabelecidos por uma sociedade machista, como a mulher se utiliza do sexo, bem como quais os padrões de mulher e de relacionamento vigentes, estereotipados ou almejados nesse tipo de sociedade. 6. Transversalizando e Interseccionando o Currículo da Educação Básica Silvana Santos Bispo A promulgação da Lei 10.639/03, marcou uma conquista histórica dos diversos movimentos negros em todo território nacional relacionada às políticas das ações afirmativas, isto é, de políticas de reparações. Conquistas essas fruto de lutas, críticas e reivindicações por parte desses sujeitos, para fazer valer a efetivação da história e cultura africana e afro-brasileira, nos sistemas de ensino no país, que em 2013 completou uma década. Nessa direção, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia, através da Coordenação de Educação para Diversidade, Relações Étnico-Raciais e Educação
  • 34. Escolar Quilombola, está construindo um conjunto de ações para atendimento das relações étnico-raciais, educação escolar quilombola e gênero e sexualidade. Nesse sentido, a proposta de comunicação é apresentar um conjunto de ações articuladas para o fomento, estruturação e o fortalecimento de tais ações para luta anti-racista e anti-sexista nas unidades escolares de ensino. 7. O Pensamento das mulheres negras no Brasil na obra O Livro da Saúde das mulheres negras. Nossos passos vêm de longe. Izabel da Cruz Santos Neste artigo apresento a cartografia do pensamento das mulheres negras no Brasil através da literatura, especificamente de uma obra, O Livro da Saúde das mulheres negras. Nossos passos vêm de longe, organizado por Jurema Werneck, Maisa Mendonça e Evelyn C. White. A obra é composta por uma coletânea de textos de ativistas negras do Brasil e dos EUA, revelando uma concepção política diaspórica em torno de um projeto de justiça social para as mulheres negras. Os textos são percebidos como fontes, pois os mesmos trazem reflexões de mulheres negras acerca de suas vivências, permitindo investigar a trajetória de consolidação do movimento de mulheres negras e de suas perspectivas políticas. Além dos textos, lanço mão de entrevista realizada com uma das organizadoras do livro com o intuito de entender o contexto de produção da obra. Como objetivo busco, inicialmente, identificar nos artigos como o sexismo e o racismo são descritos como marcadores sociais de exclusão pelas mulheres negras, que deixaram marcas em suas vidas, porém, as motivaram a questionar a posição social de subalternidade que lhes foi imposta pela intersecção de gênero, raça e sexualidade. Procuro, ainda, mostrar as ações desenvolvidas pelas ativistas, visando a transformação social, a partir de suas experiências de vida nas diversas áreas que escolheram para refletir sobre racismo e sexismo, como: literatura, saúde, política, religiosidade e ativismo.
  • 35. 8. “Gueis baianos: rodem a baiana, tudo bem, mas deixem de ser alienados...”: uma nova postura política homossexual na Bahia – a fundação do GGB Ailton José dos Santos Carneiro A fundação do Grupo Gay da Bahia (GGB) nos ano de 1980, em meio à crise do jornal “Lampião da Esquina” e do grupo “Somos”-SP, deu início a um novo estilo de militância política homossexual no país, muito mais específica e pragmática, focada na causa dos homossexuais, direcionando suas ações para além do interior da sociedade, tendo também como principal alvo o Estado. Essa nova forma de intervenção política dos homossexuais engendrada pelos militantes baianos foi propiciada, sobretudo, pelo processo de abertura política do Estado Nacional. Neste interstício, o Grupo Gay da Bahia se aproveitou das fendas abertas pela redemocratização do país para dar início a uma nova fase de politização da homossexualidade na Bahia e no Brasil. Nesse sentido, este trabalho visa discutir como se deu o processo de fundação do GGB e as novas estratégias políticas adotadas pelo grupo na luta pelos direitos civis dos “amantes do mesmo sexo” na Bahia e no Brasil na década de 1980. Para tanto, faz-se uso de uma revisão bibliográfica acerca da temática, bem como, de uma análise de documentos – estatuto social do GGB, boletins informativos, jornais da época – que compõem a narrativa sobre esse passado. Assim como, a utilização de fontes orais. Com isso, trata-se de mais uma tentativa de inserir a problemática da homossexualidade na historiografia numa prospectiva de luta contra as práticas e discursos heteronormativos dominantes na sociedade. 9. #NaCamaComOSuperNegãoExperience1 – Imaginário Erótico-Sexual de um Homem Negro na Bahia do Tempo Presente Daniel dos Santos Esta comunicação compreende um dos resultados do processo de coleta e armazenamento de depoimentos orais que foi desenvolvido no Núcleo Interdisciplinar de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros (AFROUNEB) da Universidade do Estado da Bahia – Campus V, entre o segundo semestre do ano de 2012 e o primeiro semestre de 2013, período no qual foram desenvolvidas análises e discussões de tal arcabouço
  • 36. documental que estruturou a monografia de conclusão do curso de Licenciatura Plena em História NA CAMA COM O SUPER NEGÃO – Erotismo e Sexualidade do Homem Negro na Bahia do Tempo Presente. O objetivo é tentar diagnosticar as manifestações dos mitos e estereótipos sobre o erotismo e a sexualidade do homem negro na Bahia atual a partir de uma investigação pós-colonial do imaginário do Depoente Nº 4, homem negro, baiano, heterossexual e discente do locus citado anteriormente. 10. Pensamento-Movimento lésbico na Bahia: fios e tramas de um conhecimento situado. Um projeto em andamento Zuleide Paiva da Silva A impermanência como uma lei do Universo é crença individual e coletiva desse projeto em andamento no DMMDC – Doutorado Multi-Institucional e Multidisciplinar em Difusão do Conhecimento. Situado no campo dos estudos de gênero e sexualidade, o estudo é norteado pelo paradigma do “outro”, assumindo como postulado a noção de que a identidade é relacional, provisória, marcada pela diferença por meio de símbolos (Hall, 2006). Nessa perspectiva, as identidades sexuais são históricas e culturalmente específicas, selecionadas de um grande número de identidades possíveis. Os eixos estruturantes do estudo são produzidos com fios da Ciência Feminista, sobretudo com fios da critica feminista à Ciência e do Feminismo hetero dissidente, antirracista. O ponto de partida é o reconhecimento da heterossexualidade obrigatória, do racismo, do sexismo e do classismo como sistemas que se enlaçam na produção dos sujeitos (Rich,1980; Wittig, 1981, Walker, 1983, Colins, 1986, Butler, 2003). O problema, teórico e empírico, consiste em saber como as lésbicas organizadas da Bahia enfrentam e superam a lesbofobia em suas múltiplas dimensões. Os coletivos de lésbicas são apreendidos como comunidades epistêmicas, produtoras e difusoras de conhecimento coletivo, participativo e colaborativo e o ativismo das lésbicas é apreendido como uma ação de aprendizagem pela diferença. O estudo foca o ativismo das lésbicas em busca de elementos do projeto político das lésbicas para a sociedade, de modo a fornecer subsídios para construção de políticas promotoras da cidadania e dos direitos humanos da comunidade LGBT. O objeto do estudo – ativismo lés – desdobra-se em analisar o processo de organização das lésbicas da Bahia e as relações de gênero que constituem essas sujeitos no âmbito dos movimentos feministas e LGBT. Esse desdobramento do objeto visa contribuir com a reflexão em torno da (in)visibilidade lésbica, um problema que afeta as lésbicas em diferentes países. Mantendo resistência aos regimes de normalidades, o estudo reconhece a necessidade de uma epistemologia do abjeto baseada na interseccionalidade das
  • 37. categorias de gênero, raça e sexualidade. Seguindo um impulso desconstrutivista, o horizonte metotológico coloca em questão formas hegemônica de compreender as desigualdades sociais, negando toda e qualquer matriz essencializadora e subalternizante que cria um ideal imaginado de coletividade. Apreende as fontes não como prova, ou verdades, mas como discursos que se conectam uns aos outros na formação de novos discursos. Sem nenhuma pretensão de “verdade”, a expectativa é romper o silêncio histórico em torno do ativismo do movimento de lésbicas da Bahia. 11. Quando as diferenças invadem a sala de aula: limites e desafios da docência em oficinas de leitura crítica de imagens no PIBID/UNEB Clebemilton Gomes do Nascimento A sala de aula de leitura na educação básica, contexto da análise aqui proposta, tem sido marcada muito mais pela normalização, reprodução de desigualdades, vigilância e governo dos corpos dos sujeitos com vistas à sustentação da heterossexualidade enquanto norma e ordem social compulsória do que pela emancipação dos sujeitos. As propostas de leitura parecem fazer valer um acordo tácito de silêncio, dissimulação e negação a respeito das sexualidades. E quando imagens e representações das diferenças invadem a sala de aula? A presente comunicação pretende fazer um relato das experiências de leitura crítica de imagens em oficinas do subprojeto “Lendo imagens da contemporaneidade: transversalizando gênero, raça/etnia e sexualidades em aulas de Língua portuguesa no Ensino médio”, integrantes do PIBID-UNEB, desenvolvidas em duas escolas estaduais parceiras e mediadas por bolsistas de iniciação à docência. Pretende-se, analisar e refletir nessas experiências as tensões, limites e desafios de uma proposta de “queering the curriculum”, ou seja, uma intervenção que pretende levar a experiência do Outro para o centro da sala de aula de leitura. Para tanto, problematiza-se a “abjeção”, muitas vezes, dissimulada na invisibilidade das experiências produtoras dos sujeitos, no silenciamento, na interdição, bem como nos discursos de aceitabilidade.
  • 38. 12. Tecendo ideias sobre Gênero e Sexualidades: Perspectivas discursivas em Oficinas do PIBID Janoelse Lopes de Araújo e Maira Silva de Lima O presente trabalho faz um relato de experiências do subprojeto do PIBID/UNEB “Lendo criticamente imagens da contemporaneidade – Transversalizando classe, gênero, raça/etnia e sexualidades nas aulas de Língua Portuguesa do Ensino Médio”, coordenado pelo prof. Ms. Clebemilton Nascimento, desenvolvido no Colégio Filinto Justiniano Bastos, na cidade de Seabra/BA. As ações do subprojeto baseiam-se em oficinas de leitura crítica de imagens veiculadas em redes sociais. Assim, será discutido aqui a recepção dos alunos em relação aos temas trabalhados, especificamente gênero e sexualidades, foco da reflexão. Serão abordados também o impacto do subprojeto na nossa formação acadêmica e profissional, seus limites e desafios levando em consideração que o PIBID tem o viés de pesquisa e a prática do ensino. Seguindo os passos do subprojeto, as mediações das oficinas estão fundamentadas nos pressupostos teóricos metodológicos trazidos pelos Estudos Culturais, Teoria Queer, bem como as teorias e pedagogias feministas. 13. Interseccionando gênero, raça e diversidade sexual no ensino em Santo Antonio de Jesus Cláudia Pons Cardoso Nas últimas décadas, a sociedade brasileira tem ampliado as políticas públicas, visando garantir aos segmentos sociais historicamente excluídos, como mulheres, negras/os, gays e lésbicas, acesso e exercício pleno dos direitos. No entanto, ainda há muito a ser feito para realizar a construção efetiva de uma sociedade avessa às discriminações de gênero, raça e orientação sexual. Tais discriminações continuam a ser produzidas e reproduzidas na sociedade e em suas instituições, entre elas, está o sistema educacional. Para além de leis e medidas protetivas que garantam a eliminação de discriminações e dos tratamentos preconceituosos se faz necessário promover instrumentos que possibilitem transformação de mentalidades. Neste sentido, a educação exerce papel fundamental, pois possui potencial para produzir outra concepção de sociedade através de ações de enfrentamento ao racismo,
  • 39. sexismo e homofobia. Portanto, reconhecendo a importância do pensamento educacional como espaço privilegiado para transformação social, desenvolvo projeto de pesquisa e extensão em Santo Antonio de Jesus com o objetivo inicial de investigar a forma como gênero, raça e diversidade sexual estão sendo abordados nos cursos de Licenciatura (Letras, História e Geografia) da Uneb em Santo Antônio de Jesus, bem como nas escolas públicas do município. Em segundo momento desenvolver metodologias educacionais inclusivas para serem aplicadas no cotidiano das salas de aula da educação básica da rede pública da cidade. Por entender a importância de ações educacionais no campo da formação inicial e continuada para fortalecer a rede de enfrentamento às discriminações e preconceitos, o projeto propõe, ainda, promover a formação de facilitadoras/es nas temáticas de gênero, raça e diversidade sexual, para atuarem nas escolas da rede pública de Santo Antonio de Jesus. Espera-se, também, realizar o aprofundamento teórico-conceitual das temáticas mencionadas e estimular a produção e disseminação de conhecimento sobre gênero, orientação sexual, raça/etnia e reconhecimento das diversidades na UNEB – Campus V. As matrizes teóricas que sustentam o projeto estão centradas no pensamento de Paulo Freire e no pensamento feminista negro, a partir de uma abordagem perspectivista. Tal abordagem inspira as pedagogias feministas, aqui percebidas como alternativas para a formação docente e para a discussão de gênero, raça e diversidade sexual nas escolas. Diante disso, apresento neste trabalho a análise de dados preliminares do projeto de pesquisa em andamento.
  • 40. ST 3 - Campos da História Cultural: diálogos interdisciplinares Coordenadoras: Profa. Dra. Priscila Gomes Correa (UNEB) e Profa. Dra. Rosemere Ferreira da Silva (UNEB) 1. “Do Batuque À Apoteose O Samba Pede Passagem.” As Representações Do Samba E Sua Popularização Na Bahia (Verena Queiroz Cruz Vilela) 2. "Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu": O impacto do trio elétrico no carnaval soteropolitano (1950-1975) (Rosimario de Aragão Quintino) 3. O recado do artista: música como instrumento de crítica social (Joelia da Silva Melo Pena) 4. Toni Tornado: A Performance Musical Como Subversão Sob A Ditadura Militar (Leidiane Santos Oliveira) 5. Cidade, Memória E Patrimônio Cultural: Um Estudo Sobre As Filarmônicas Lyra Ceciliana E Minerva Cachoeirana Da Cidade De Cachoeira (1960-1980) (Melira Elen Mascarenhas Cazaes) 6. A Representação da Mulher Negra em Poesias Eróticas de Miriam Alves (Elisiane Nascimento Oliveira) 7. Etnia E Gênero: Visibilidade Do Individuo Negro Na Obra “Úrsula” De Maria Firmina Dos Reis (Adilza dos Santos Braz) 8. A Importância Da Memória Na Obra “Ponciá Vicêncio” De Conceição Evaristo (Cristielle Santos de Sousa) 9. Eurico Alves Boaventura: um leitor de Eça de Queirós (Rafael Santana Barbosa) 10. Candomblecistas e Protestantes: Práticas e Representações (Lizandra Santana da Silva) 11. A presença das práticas religiosas afro-brasileiras na cidade de Amargosa ( 1940-1980) (Lorena Michelle Silva dos Santos) 12. Tendências atuais e como se usa as histórias nos candomblés de Santo Amaro, Bahia, Brasil (Hannes Leuschner) 13. O Jornal do Brasil e a Recepção da Tríade Cinemanovista Glauberiana (Ítalo Nelli Borges) 14. Literatura, História e Memória em La guerra del fin del mundo, de Mario de Vargas Llosa (Leonardo Guimarães Leite)
  • 41. 15. A ideologia nas narrativas orais produzidas por crianças (Priscila Peixinho Fiorindo) 16. Altamirando Requião: Um Intelectual Baiano Durante O Estado Novo (Letícia Santos Silva) 17. Milton Santos: o dever político do intelectual globalizado (Rosemere Ferreira da Silva) 18. Um novo modelo de intelectual: os liberais da Fundação Saint-Simon (Priscila Gomes Correa) 19. "Grito da terra": Literatura e conflitos sociais nos romances de Ciro de Carvalho Leite, Feira de Santana (1963-1967) (Roberto Luis Bonfim dos Santos Filho)
  • 42. ST – 3 - Campos da História Cultural: diálogos interdisciplinares Coordenadoras: Profa. Dra. Priscila Gomes Correa (UNEB) e Profa. Dra. Rosemere Ferreira da Silva (UNEB) SALA: 3 (Pavilhão 2) CRONOGRAMA 15.10.2013 (terça feira) Horário: 14h-17h 1. “Do Batuque À Apoteose O Samba Pede Passagem.” As Representações Do Samba E Sua Popularização Na Bahia (Verena Queiroz Cruz Vilela) 2. "Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu": O impacto do trio elétrico no carnaval soteropolitano (1950-1975) (Rosimario de Aragão Quintino) 3. O recado do artista: música como instrumento de crítica social (Joelia da Silva Melo Pena) 4. Toni Tornado: A Performance Musical Como Subversão Sob A Ditadura Militar (Leidiane Santos Oliveira) 5. Cidade, Memória E Patrimônio Cultural: Um Estudo Sobre As Filarmônicas Lyra Ceciliana E Minerva Cachoeirana Da Cidade De Cachoeira (19601980)(Melira Elen Mascarenhas Cazaes) 16.10.2013 (quarta feira) Horário: 08h30-12h30 1. A Representação da Mulher Negra em Poesias Eróticas de Miriam Alves (Elisiane Nascimento Oliveira) 2. Etnia E Gênero: Visibilidade Do Individuo Negro Na Obra “Úrsula” De Maria Firmina Dos Reis(Adilza dos Santos Braz) 3. A Importância Da Memória Na Obra “Ponciá Vicêncio” De Conceição Evaristo (Cristielle Santos de Sousa ) 4. Eurico Alves Boaventura: um leitor de Eça de Queirós (Rafael Santana Barbosa)
  • 43. 5. Candomblecistas e Protestantes: Práticas e Representações (Lizandra Santana da Silva) 6. A presença das práticas religiosas afro-brasileiras na cidade de Amargosa ( 1940-1980) (Lorena Michelle Silva dos Santos) 7. Tendências atuais e como se usa as histórias nos candomblés de Santo Amaro, Bahia, Brasil (Hannes Leuschner) 17.10.2013 (quinta feira) Horário: 8h30 – 12h30 1. O Jornal do Brasil e a Recepção da Tríade Cinemanovista Glauberiana (Ítalo Nelli Borges) 2. Literatura, História e Memória em La guerra del fin del mundo, de Mario de Vargas Llosa (Leonardo Guimarães Leite) 3. A ideologia nas narrativas orais produzidas por crianças (Priscila Peixinho Fiorindo) 4. Altamirando Requião: Um Intelectual Baiano Durante O Estado Novo (Letícia Santos Silva) 5. Milton Santos: o dever político do intelectual globalizado (Rosemere Ferreira da Silva) 6. Um novo modelo de intelectual: os liberais da Fundação Saint-Simon (Priscila Gomes Correa) 7. "Grito da terra": Literatura e conflitos sociais nos romances de Ciro de Carvalho Leite, Feira de Santana (1963-1967) (Roberto Luis Bonfim dos Santos Filho)
  • 44. ST – 3 - Campos da História Cultural: diálogos interdisciplinares Coordenadoras: Profa. Dra. Priscila Gomes Correa (UNEB) e Profa. Dra. Rosemere Ferreira da Silva (UNEB) RESUMOS 1. “Do Batuque À Apoteose O Samba Pede Passagem.” As Representações Do Samba E Sua Popularização Na Bahia Verena Queiroz Cruz Vilela A proposta deste artigo é analisar as expressões do samba de roda no Recôncavo Baiano diante do processo de institucionalização do samba como expressão da identidade nacional na década de 1930. Região que se tornou um cenário tradicional de inúmeras festas de negros denominadas como batuques, que de caráter polimorfo e polissêmico confundiam os responsáveis por seu controle, oferece até os dias de hoje um testemunho das práticas originais do samba de roda. Diante disso, apresentase uma reflexão sobre as possíveis transformações e resistências que essas manifestações musicais apresentaram diante do modelo então propagado. Com base em expressões como gravações de áudio e vídeo, canções, depoimentos, livros, periódicos e artigos, discute-se os possíveis impactos do modelo proposto, como também as contribuições culturais e históricas do samba de roda. 2. "Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu": O impacto do trio elétrico no carnaval soteropolitano (1950-1975) Rosimario de Aragão Quintino O presente trabalho objetiva analisar transformações sociais, culturais e políticas no espaço carnavalesco soteropolitano nos primeiros 25 anos de participação do trio elétrico nesse espaço. A partir de análises de jornais soteropolitanos e de músicas carnavalescas do período que compreende o ano historicamente aceito de ingresso do trio elétrico no carnaval em Salvador, 1950, e a festa realizada em 1975 em comemoração ao jubileu de prata do trio elétrico, essa pesquisa visa contribuir para um maior entendimento acerca das modificações, rupturas e permanências ocorridas na festa no período analisado. Essa pesquisa possibilitará maior compreensão da
  • 45. contribuição do trio elétrico para a festa soteropolitana, bem como da dimensão que a festa carnavalesca soteropolitana possui na atualidade. 3. O recado do artista: música como instrumento de crítica social Joelia da Silva Melo Pena A música popular brasileira tem se mostrado uma linguagem artística de grande popularidade, que frequentemente é utilizada pelos músicos como veículo para mandarem seu “recado”. A canção consegue incitar comportamentos, expressar emoções, contar histórias e até descrever fatos. José Miguel Wisnik explica que “a música popular é uma rede de recados”, ou a forma de expressar a consciência e desejos tanto do cantor quanto do público. Assim, as canções abordam o cotidiano e situações da sociedade brasileira como, por exemplo, o racismo, a miséria, corrupção, violência, política dentre outros. Diante disso, este trabalho tem como objetivo analisar comparativamente duas canções representativas de períodos históricos cruciais: Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores, gravada em 1968 por Geraldo Vandré, e Até Quando? gravada em 2001 por Gabriel o Pensador. A análise das canções demonstrará que ambas possuem uma problemática em comum, ao chamarem o ouvinte à luta por seus direitos. Na medida em que abordam temáticas semelhantes, as críticas à situação social e política do Brasil e possuem grande importância na história político-social do país, tornando-se representantes dessa rede de interlocução entre artistas e sociedade brasileira. 4. Toni Tornado: A performance musical como subversão sob a Ditadura Militar Leidiane Santos Oliveira A performance musical sob a perspectiva de crítica social ainda é um tema pouco discutido nos espaços acadêmicos. Nesse sentido, objetiva-se neste artigo investigar como a interpretação de Toni Tornado se configurou como uma arma de luta frente ao governo militar do Brasil. Neste estudo privilegiamos as demonstrações de cultura negra no V Festival Internacional da Canção, além de estudos que privam por uma introdução ao movimento Black Power, para então perceber como as performances deste artista contribuíram para representações dentro do movimento negro no Brasil. Para tanto, utilizamos como principais fontes de análise: arquivos musicais disponíveis em meios eletrônicos, registros fonográficos e textos teóricos; para assim perceber os
  • 46. aspectos que configuram a cultura negra, bem como, a ascensão da figura do intérprete e sua relevância e/ou possíveis modificações na sociedade inserida no contexto do artista analisado. 5. Cidade, Memória e Patrimônio Cultural: Um Estudo Sobre As Filarmônicas Lyra Ceciliana E Minerva Cachoeirana Da Cidade De Cachoeira (1960-1980) Melira Elen Mascarenhas Cazaes O presente trabalho tem como objeto de estudo as filarmônicas Sociedade Cultural Orfeica Lyra Ceciliana, fundada em 13 de maio de 1870, por Tranquillino Bastos, e a Sociedade Lítero-Musical Minerva Cachoeirana, fundada pelo maestro Eduardo Mendes Franco, em 10 de fevereiro de 1878. O foco do trabalho consiste na análise das filarmônicas nos anos de 1960 a 1980. Mapeamos os eventos nos quais as filarmônicas participavam, os passeios realizados para diversas localidades e o legado musical das corporações musicais que antecederam a formação das filarmônicas (as bandas de barbeiros, as bandas militares, etc.) a partir das apropriações e resignificações de vários elementos como o uso de instrumentos, uniformes, gestos e linguagens. As filarmônicas cachoeiranas estavam presentes nos mais distintos eventos cívicos e religiosos da cidade, como a festa de Nossa Senhora da Ajuda, a festa de Nosso Senhor do Bonfim, o 25 de junho, procissões, festivais, enterros, aniversários, entre outros. Inúmeros passeios eram organizados pela própria filarmônica, nesse caso, as mulheres participavam ativamente das festividades vinculadas às irmandades religiosas católicas, organizavam passeios a navio para a festa dos padroeiros de diversas localidades. As filarmônicas tinham grande relevância na vida cultural, social e política das suas respectivas cidades. Eram instituições que para além da execução musical representavam espaços de convivência social. Ser músico era uma opção de futuro profissional para muito jovens e, enquanto dedicavam-se ao aprendizado musical poderiam concomitantemente exercer outro ofício. A música é uma conjuntura da socialização que se faz cotidianamente em grupos de aprendizado, a prática da convivência possibilita a formação de uma rede de sociabilidades, a diversidades de pensamentos de cidadania e política. Além de propiciar a inserção dos sujeitos nas práticas culturais da sua cidade, aproximando-os das tradições do município.
  • 47. 6. A Representação da Mulher Negra em Poesias Eróticas de Miriam Alves Elisiane Nascimento Oliveira A investigação científica desse projeto de pesquisa intitulado “A Ressignificação da Mulher Negra em Poesias de Miriam Alves” é contribuir para a discussão e desconstrução do estereótipo feminino negro na literatura. Sabe-se que a literatura afrobrasileira, ainda questionada pelo da cânone literatura brasileira, não apresenta diálogos plausíveis com literatura feminina negra, que sofreu e, ainda sofre, exclusão por meio do que se é considerado prestigiado para os padrões literários. Pensando em como a literatura negra feminina se encaixa nessa discussão, busco analisar a linguagem da autora Miriam Alves, enquanto escritora, mulher e negra na representação da imagem do grupo racial negro. Este trabalho pretende discutir também, com embasamento em teorias que defendam a ressignificação do corpo negro na literatura contemporânea, as formulações discursivas de Miriam Alves, enquanto mulher, representada na obra. Percebo que autora apresenta textos com relevante expressão na literatura afrobrasileira e sinaliza reflexões sobre o contexto social, político, histórico e de gênero para a elaboração de uma fundamentação teórica. Para isso, utilizou-se como procedimentos metodológicos, levantamento bibliográfico, realização de pesquisas em livros, artigos e outros meios de informação como revistas, jornais, bloggers, sites da internet etc., com posterior análise em relação aos teóricos consultados. 7. Etnia e Gênero: Visibilidade do Individuo Negro na Obra “Úrsula” De Maria Firmina Dos Reis Adilza dos Santos Braz A autora Maria Firmina dos Reis foi a primeira mulher negra a propagar a literatura negra no Brasil. Nesse sentido, é importante mencionar que desde a publicação do romance ÚRSULA até os dias atuais, são muito pequenos os números de escritoras negras que discorrem sobre o assunto, visto que a literatura afrobrasileira também é pouco estudada, até mesmo, no meio acadêmico. Assim, o presente trabalho tem como objetivo principal investigar como Maria Firmina discorre, na sua obra, sobre as relações etnicorraciais entre o negro e o branco, e ainda, a maneira diferenciada com que a mulher é retratada no romance ÚRSULA, se comparada aos romances considerados canônicos. Pretende-se ainda elencar, uma discussão de gênero ressaltando a maneira pela qual a mulher negra é citada na obra, sem marcas de estereótipos característicos da literatura considerada canônica. No intuito de atingir os objetivos propostos no presente trabalho, os procedimentos metodológicos foram divididos em dois momentos. Primeiramente, foram realizadas leituras de autores
  • 48. clássicos e contemporâneos, com posterior construção de resumos fichamentos e resenhas. Na segunda etapa, já com uma base teórica definida, foram realizadas reflexões e análises da obra de Maria Firmina dos Reis, a fim de proceder uma investigação mais detalhada. Vale ressaltar que este estudo poderá ser complementado a partir de algumas concepções teóricas de pesquisadores como: Barbosa (2007), e Duarte entre outros teóricos que questionam a concepção e visibilidade do indivíduo negro na literatura. 8. A Importância Da Memória Na Obra “Ponciá Vicêncio” De Conceição Evaristo Cristielle Santos de Sousa Este trabalho refere-se a uma pesquisa em que se propõe analisar o romance afrobrasileiro PONCIÁ VICÊNCIO, da autora Conceição Evaristo, tendo como enfoque a importância da memória para a constituição do sujeito feminino. Pretende-se ampliar os estudos sobre a literatura afrobrasileira a fim de demonstrar a importância deste campo literário ainda pouco investigado. Também é considerado o estudo da memória, através do qual a referida obra é constituída. Este projeto possui sua relevância, uma vez que busca dar abertura à Literatura Afrobrasileira, no que tange aos estudos científicos, principalmente, das produções da autora pesquisada, sendo por meio destes que muitos autores e intelectuais negros e negras passam a assumir um papel literário e social. Para execução deste trabalho estão sendo feitas investigações sobre as produções literárias da autora Conceição Evaristo, e levantamento bibliográfico de perspectivas teóricas dentre algumas, (Orlandi, 1993), Dhiel (2002), Luiz Silva (2002), (Evaristo, 2005), (Chaves e Macedo, 2006), (Florentina Souza, 2006). Para tanto, espera-se também contribuir para o Grupo de Pesquisa “Literatura e Afrodescendência” no intuito de se debater e refletir criticamente acerca do referido tema, e, das questões etnicorraciais de modo geral, tendo em vista a necessidade de se alargar as investigações e, portanto, trazer e repensar as considerações voltadas aos estudos afrobrasileiros no contexto da contemporaneidade. 9. Eurico Alves Boaventura: um leitor de Eça de Queirós Rafael Santana Barbosa Eurico Alves Boaventura (1909-1974) (poeta, ensaísta e cronista) foi um dos principais escritores baianos a narrar as transformações sócio-espaciais e modernizadoras na cidade de Feira de Santana, entre anos de 1938-1967. Cidade natal do poeta, Feira de
  • 49. Santana foi eleita por ele como capital da civilização sertaneja e síntese do mundo do pastoreio, sendo objeto de boa parte de suas narrativas. Ao escrever acerca das alterações nas visibilidades e dizibilidades feirenses, Eurico Alves tem como um de seus interlocutores o autor português Eça de Queirós (1845-1900), autor do romance A CIDADE A AS SERRAS (1901), obra intertextualizada por Eurico Alves, a tal ponto de utilizar em algumas crônicas o pseudônimo de Zé Fernandes (uma das personagens do romance) e também referências acerca das características citadinas e campestres contidas na obra do autor português. Apropriando-se das discussões a respeito dos símbolos de modernização e da vida rural presentes em A CIDADE E AS SERRAS, Eurico Alves tece narrativas da relação urbano/rural em Feira de Santana. Identificamos também na escrita euriquiana um itinerário pessoal: o trânsito do jovem estudante de direito na capital Salvador para o magistrado no sertão baiano. Do uso do pseudônimo já citado às referências textuais, perpassando a obra citada e o próprio Eça de Queirós, Eurico Alves escreve sobre urbe feirense e suas transformações, ao mesmo tempo em que se inscreve nos textos indicando sua passagem das agitações da capital para o silêncio e melancolia dos sertões. Partindo da leitura de crônicas e poesias do escritor feirense, este trabalho propõe pensar no diálogo que Eurico Alves realiza com Eça de Queirós, identificando e problematizando as apropriações euriquianas do romance A CIDADE E AS SERRAS e sua relação com a escrita de crônicas e poesias sobre Feira de Santana. 10. Candomblecistas e Protestantes: Práticas e Representações Lizandra Santana da Silva Pretendemos nesta comunicação analisar as representações que foram construídas acerca das religiosidades de matrizes africanas por ex-adeptos do Candomblé, que ao se converterem às denominações protestantes, em Cachoeira, entre 1980 e 2007 assumiram novos discursos. Para tanto, utilizaremos como fontes: os depoimentos orais e o JORNAL FOLHA UNIVERSAL. Compreende-se a religião como um elemento da cultura, assim este trabalho se configura nos marcos da História Cultural, na qual o conceito de representação de Roger Chartier é de fundamental importância para entender de que modo os protestantes construíram suas representações a respeito do universo religioso dos fiéis de matrizes africanas.
  • 50. 11. A presença das práticas religiosas afro-brasileiras na cidade de Amargosa ( 1940-1980) Lorena Michelle Silva dos Santos Este artigo é parte da pesquisa de mestrado, tem por objetivo verificar as formas de resistência dos adeptos a religiosidade afro-brasileira na cidade de Amargosa com relação à pressão social exercida pela Igreja Católica e outros setores, entre as décadas de 1940-1980, já que no período em estudo, a cidade vivenciava a inserção do bispado em seu território, como também, um contexto de transformações sociais e culturais. Com base nos depoimentos orais, podemos observar que parte da sociedade tinha visões e imagens preconceituosas sobre as práticas religiosas afrobrasileiras, desenvolvidas principalmente pela população pobre e negra da cidade, como também, dos lugares em que essas práticas eram desenvolvidas. Assim, ao estarem inseridos em um ambiente adverso aos seus costumes, valores e saberes culturais e religiosos herdados dos seus antepassados, os sujeitos utilizavam das “brechas” ou de estratégias para não perderem de vista seus valores culturais e salvaguardar sua religiosidade, sendo assim, afirmação e consolidação da religiosidade afro-brasileiro em Amargosa, era desenvolvido a partir dos espaços forjados tanto dentro da cidade como na zona rural, nesses espaços, os sujeitos desenvolviam a sociabilidade entre os seus pares que compartilhavam das mesmas experiências, como também firmavam os elementos simbólicos da cultura afrobrasileira, seja através do som dos batuques que soava em dias de festa ou pelo cheiro do azeite de dendê que permeava o cotidiano de alguns lugares da cidade, mantendo viva a cultura e a religiosidade afro-brasileira e proporcionando diferenciados traços no contexto religioso da cidade de Amargosa. 12. Tendências atuais e como se usa as histórias nos candomblés de Santo Amaro, Bahia, Brasil Hannes Leuschner Atualmente estou realizando uma pesquisa de campo em Santo Amaro da Purificação sob o título de “A economia do axé – capital étnico e estratégias dos atores no candomblé de Santo Amaro, Bahia, Brasil”. Trata-se de uma pesquisa etnológica que abrange tanto as várias manifestações da cultura afro-brasileira quanto as várias ofertas no “mercado religioso”, mantendo nisso o foco no candomblé, respectivamente nos candomblés ou axés das varias casas do candomblé e da assim-chamada umbanda em Santo Amaro.
  • 51. Na minha apresentação pretendo mostrar algumas ideias provisórias quanto a certas tendências atuais que se pode observar no “mundo do axé”. Nomeadamente se trata de tendências: 1) da Instituionalização, da Politização e da Comercialização; 2) da Reafricanização e da Folclorização e 3) de certa Masculinização. Vou relacionar estas tendências com o espetro dos atores e os campos nos quais eles “jogam”, quer dizer: negociam e estão sendo negociados. Em relação com as citadas tendências e os atores, vou mencionar algumas "narrativas históricas", das quais esses atores fazem uso para cimentar as suas posições socioculturais e que, por conseguinte, também fazem parte de certas táticas e estratégias econômicas e políticas. Assim os atores de hoje não só fazem a história de amanhã, mas também constroem a de ontem. Neste ponto entram os historiadores profissionais no discurso, tanto como pesquisadores, quanto como autores e, finalmente, seja pelos escritos que divulgam, como atores que tem certo poder de escrever (estabelecer) histórias e a capacidade de apreciar, criticar, corrigir ou enfocar tais visões do passado. 13. O Jornal do Brasil e a Recepção da Tríade Cinemanovista Glauberiana Ítalo Nelli Borges O presente trabalho tem como objetivo explorar as críticas cinematográficas dos filmes “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964), “Terra em Transe (1967) e “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro” (1969) contidas no JORNAL DO BRASIL e escrita por jornalistas especialistas no tema. Os referidos filmes são de autoria do cineasta baiano Glauber Rocha e fazem parte do Cinema Novo brasileiro, que foi uma corrente cinematográfica surgida entre 1964 e 1969, possuindo obras marcantes para o cinema nacional, adotando uma estética cinematográfica inovadora somada a temática sociopolítica. A intenção aqui é examinar criticamente a maneira que o Jornal do Brasil, periódico de grande circulação e repercussão no Brasil coloca em debate essas três produções que tratam de problemas sociais brasileiros. Assim, compreende-se como um jornal de posicionamento político conservador discute filmes integrantes de um movimento cinematográfico que originalmente pretendia transformar a sociedade.