O documento apresenta exemplos de diferentes gêneros literários, incluindo poesia lírica, épica, e dramática. Resume os principais elementos de cada gênero, como o uso da primeira pessoa no lírico, a narrativa em passado no épico, e a representação no dramático. Inclui exemplos clássicos como a Divina Comédia e Os Lusíadas para ilustrar cada gênero.
2. • Prosa
• Verso
Forma
• Expositiva
• Representativa
• Mista ou Expositiva-
Representativa
Composição
• Subjetivo
• ObjetivoConteúdo
ELEMENTOS BÁSICOS NOS GÊNEROS
3. Gênero Características
Lirismo Eu, subjetivismo, lira, expressão
Épico Epopeias, temas heroicos, narrativa em
passado
Drama Representação, autor, público
7. Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões
8. Por mim se vai à cidade dolente,
por mim se vai para a eterna dor,
por mim se vai para a perdida gente.
Moveu justiça o meu alto factor:
formou-me a divina potestade,
sapiência primeira, sumo amor.
Antes de mim não foi nada criado
senão eterno, e eu eterno duro.
Deixai toda a esperança, vós que entrais».
Estas palavras de sabor obscuro
Eu vi escritas por cima de uma porta;
Mestre — disse eu —, o seu sentido é duro.
(Inferno, Canto III)
Divina Comédia de Dante Alighieri
9. De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Soneto de Fidelidade, MORAES, Vinícius de
10. Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos
Brilhou no céu da Pátria nesse instante
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte
Em teu seio, ó Liberdade
Desafia o nosso peito a própria morte!
Hino Nacional
14. Há muitos e muitos anos, há tantos anos quanto o número de estrelas no
céu, o paraíso celeste foi palco de um terrível levante. Armados com
espadas místicas e coragem divina, querubins leais a Yahweh travaram
uma sangrenta batalha contra o arcanjo Miguel e os anjos que o seguiam.
Deus, o Senhor Supremo de Todas as Coisas, continuava imerso no
profundo sono que caíra após ter concluído o trabalho da criação – o
descanso do sétimo dia. Enquanto ele permanecia ausente, os arcanjos
ditavam as ordens, impondo seus desígnios no céu e na terra. Sentados
no topo de seus tronos de luz, cada um deles almejava alcançar a
divindade.
Concentrando todo o poder debaixo de suas asas, os poderosos
arcanjos, onipotentes e intocáveis, utilizavam a palavra de Deus para
justificar sua própria vontade. Revoltados com o amor do Criador para com
os seres humanos e movidos por um ciúme intenso, decidiram ir contra as
leis do Altíssimo e destruir todo homem que caminhasse sobre a
terra, acabando assim com parte da criação do Divino.
Batalha do Apocalipse, Sphor
15. ―Vês aqui a grande máquina do mundo,
Etérea e elemental, que fabricada
Assim foi do Saber alto e profundo,
Que é sem princípio e meta limitada.
Quem cerca em derredor este rotundo
Globo e sua superfície tão limada,
É Deus: mas o que é Deus ninguém o entende,
Que a tanto o engenho humano não se estende.‖
(Canto X, estrofe 80)
Os Lusíadas de Camões
16. Era uma vez... numa terra muito distante...uma princesa linda,
independente e cheia de auto-estima.
Ela se deparou com uma rã enquanto contemplava a natureza e
pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo era relaxante e
ecológico...
Então, a rã pulou para o seu colo e disse: linda princesa, eu já fui um
príncipe muito bonito.
Uma bruxa má lançou-me um encanto e transformei-me nesta rã
asquerosa.
Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo
príncipe e poderemos casar e constituir lar feliz no teu lindo castelo.
A tua mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu
jantar, lavar as minhas roupas, criar os nossos filhos e seríamos felizes
para sempre...
Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã sautée,
acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo
vinho branco, a princesa sorria, pensando consigo mesma:
- Eu, hein?... nem morta!
Crônica de Luís Fernando Veríssimo
20. Uma sacada que dá para os
aposentos de Julieta, sobre o jardim.
JULIETA — Já vai embora? Mas se não está nem perto de amanhecer!
Foi o rouxinol, não a cotovia, que penetrou o canal receoso de teu ouvido.
Toda a noite ele canta lá na romãzeira. Acredita-me, amor, foi o rouxinol.
ROMEU — Foi a cotovia, arauto da manhã, e não o rouxinol. Olha, amor,
as riscas invejosas que tecem um rendado nas nuvens que vão partindo
lá para os lados do nascente. As velas noturnas consumiram-se, e o dia,
bem-disposto, põe-se nas pontas dos pés sobre os cimos nevoentos dos
morros. Devo partir e viver, ou fico para morrer.
JULIETA — Essa luz não é a luz do dia, eu sei que não é, eu sei. É só
algum meteoro que se desprendeu do sol, enviado para esta noite
portador de tocha a teu dispor, e iluminar-te em teu caminho para
Mântua. Portanto, fica ainda, não... precisas partir.
Romeu e Julieta de William Shakespeare
21. Chicó – João! João! Morreu! Ai meu Deus, morreu pobre de João
Grilo! Tão amarelo, tão safado e morrer assim! Que é que eu faço
no mundo sem João? João! João! Não tem mais jeito, João Grilo
morreu. Acabou-se o Grilo mais inteligente do mundo. Cumpriu
sua sentença e encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo
que é a marca de nosso estranho destino sobre a terra, aquele
fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho
de condenados, porque tudo o que é vivo morre. Que posso fazer
agora? Somente seu enterro e rezar por sua alma.
O auto da compadecida
22. — Joãozinho, o almoço está pronto, chama seu pai para
dentro!
Joãozinho avidamente responde.
— Paaaaaaaaaaai... (ler puxando o ar para dentro)
Piada contada pela minha mãe