O documento discute os conceitos de poupança, investimento e financiamento da atividade econômica. Explica que a poupança é a parte do rendimento das famílias não gasto em consumo e pode ser aplicada no investimento. O investimento é essencial para o crescimento econômico, pois permite aumentar a produção de bens e serviços. As empresas e o Estado podem financiar investimentos com recursos próprios ou externos obtidos no mercado financeiro.
2. Ao longo da matéria estudámos o conceito de
rendimento pessoal disponível das famílias, ou
seja, aquele com que as famílias ficam depois
de terem recebido todos os rendimentos a
que têm direito e depois de deduzidos os
impostos e as contribuições para a segurança
social.
3. É este o rendimento que as famílias irão
utilizar na aquisição de bens e serviços, ou
seja, em consumo. Mas, existe uma parte do
rendimento que não é gasto, é guardado. A
isso chama-se poupança.
5. Poupança
Poupança representa a parte do rendimento
que não é destinada ao consumo, ou seja,
consiste numa renúncia a uma satisfação
imediata, em benefício de uma satisfação
futura.
7. Porque razões poupam as famílias?
Motivos de precaução, receio de não terem
rendimentos no futuro
Riscos futuros
Objectivos de longo prazo
Aplicação do dinheiro
8. Factores determinantes da poupança
Rendimento disponível das famílias
Publicidade e incentivos ao consumo (criam
necessidades e levam a que as pessoas
poupem menos)
Condições do futuro (reforma, doença,
educação dos filhos, desemprego, etc)
9. Factores determinantes da poupança
Para além das famílias, as empresas também
poupam ao não distribuírem a totalidade ou
parte dos seus lucros, canalizando-os para o
investimento. De igual forma, os Estados
também realizam as suas poupanças.
Assim, no seu conjunto, a poupança dos
países corresponde à soma das poupanças das
famílias, das empresas e do Estado
11. Aplicações da poupança
Entesouramento – Conservação de valores de
forma inactiva (ouro, moedas antigas,
mealheiros, etc.)
Aplicação financeira - Depósitos bancários ou
compra de activos financeiros (acções,
obrigações, etc.)
Investimento – Parte das poupanças
destinadas à aquisição de bens de produção e
de valores imobiliários ou mobiliários
12. Aplicações da poupança
De acentuar que a poupança constitui uma
muito
importante
determinante
da
produtividade
de
um
país
e,
consequentemente, do seu padrão de vida.
13. Aplicações da poupança
Com efeito, sendo os recursos escassos, para
que uma sociedade invista mais em capital,
terá de consumir menos e poupar mais do seu
rendimento, ou seja: terá de sacrificar o
consumo de bens e serviços no presente para
beneficiar de um maior consumo no futuro.
15. Quando os particulares poupam é porque
esperam obter uma melhor situação no
futuro. Mas pode esta poupança ajudar outros
igualmente? É precisamente nesta questão
que se situa a distinção entre poupança e
investimento
16. Se a primeira é, como vimos, a parte do
rendimento pessoal disponível que não é
gasta em consumo, o segundo traduz
justamente esse sacrifício de não consumir no
presente, com o objectivo de aumentar e/ou
manter a produção no futuro.
17. Investimento
Investimento é a parcela da poupança que se
destina à aquisição de bens de produção que
permitem manter ou aumentar a capacidade
de produtiva de um país.
21. O investimento das empresas (e do Estado) pode ser
analisado de diferentes formas:
Formação Bruta de Capital Fixo – respeita ao
investimento em capital fixo, quer o
correspondente a mais capital (Formação
Líquida de Capital Fixo), quer o respeitante à
substituição
de
capital
utilizado
(amortizações)
22. O investimento das empresas (e do Estado) pode ser
analisado de diferentes formas:
Variação de existências – compreende as
matérias-primas e subsidiárias e os produtos
acabados e semi-acabados, representando a
diferença entre a existência final e a existência
inicial de um determinado ano.
23. O investimento das empresas (e do Estado) pode ser
analisado de diferentes formas:
Formação de capital = FBCF + VE
26. Tipos de Investimentos
Investimento Imaterial – Despesas cujos
efeitos, apesar de não se traduzirem na
aquisição de bens materiais, se repercutem
por vários anos como as despesas destinadas
a Investigação e Desenvolvimento (I&D),
formação profissional, aquisição de patentes,
publicidade, marketing, etc
27. Tipos de Investimentos
Investimento Financeiro – Aplicação de
poupança na aquisição de valores mobiliários,
como acções ou obrigações, com o objectivo
de obter um rendimento
28. Funções do Investimento
Investimento de substituição – determina a
reposição da capacidade produtiva (meios de
produção não duradouros que foram
utilizados e totalmente consumidos ao longo
do processo produtivo, bem como da
reposição do capital fixo)
29. Funções do Investimento
Investimento de capacidade – destina-se a
aumentar a capacidade produtiva seja através
de máquinas mais modernas ou a ampliação
das instalações ou a aplicação de novas
técnicas produtivas.
30. Funções do Investimento
Inovação - investimento realizado em
actividades que visam desenvolver novos
produtos e processos ou introduzir melhorias
significativas nos produtos e processos já
existentes
31. O investimento é fundamental para o
desenvolvimento da actividade económica.
Sem investimento as sociedades não crescem,
não se desenvolvem. Com efeito, o
investimento é que permite criar riqueza,
produzir mais e melhores bens, que ficam à
disposição das famílias, para estas poderem
satisfazer as suas necessidades de consumo.
32. Por outro lado, se há mais produção nas
empresas, há mais rendimentos a repartir.
Logo, as Famílias passam a ganhar mais e a
poder consumir e poupar mais. Vemos, assim,
que consumo, poupança e investimento estão
interligados, influenciando-se mutuamente.
33.
34. Inovação Tecnológica e I&D
O progresso tecnológico, que resulta da
aplicação de novos conhecimentos/inovações
ao processo produtivo, tem permitido o
aumento quantitativo e/ou qualitativo da
produção.
35. Inovação Tecnológica e I&D
Essas inovações estão, geralmente, associadas
à introdução de novos produtos, de novas
técnicas de produção, de novos processos de
fabrico ou de vendas. Ora, as inovações e o
progresso
tecnológico
resultam,
principalmente,
das
actividades
de
Investigação e Desenvolvimento (I&D).
36. Inovação Tecnológica e I&D
Assim, na sociedade actual, onde a inovação
tecnológica é constante, as empresas para
serem competitivas e terem sucesso, num
contexto mundial em que a concorrência é
cada vez maior, deverão estar atentas à sua
capacidade de inovação.
37. Inovação Tecnológica e I&D
Ora, isso significa que deverão investir em l&D
quer individualmente, quer apoiadas pelo
Estado, quer em colaboração com as
universidades ou outras entidades.
38. Inovação Tecnológica e I&D
Não será difícil afirmar-se a importância do
investimento para as empresas e para a economia
em geral. Na verdade, por um lado, o aumento da
riqueza e, consequentemente, a melhoria do padrão
de vida de uma sociedade só são alcançados com
crescimento económico, o qual depende, no
essencial da capacidade de poupança de uma
economia;
39. Inovação Tecnológica e I&D
Por outro lado, o actual contexto de
globalização em que a concorrência é
crescente exige das empresas uma cada vez
maior capacidade competitiva. Inovação e
progresso tecnológico constituem “palavras
de ordem” para qualquer empresa.
40. Inovação Tecnológica e I&D
O esforço empresarial dedicado às actividades
de I&D constitui uma exigência da sociedade
contemporânea
No mundo de hoje, o empresário moderno faz
a diferença em relação aos demais, desde logo
porque pensa e age de forma diferente
41. Inovação Tecnológica e I&D
Consciente de que, no contexto actual, as novas e
crescentes exigências e os múltiplos desafios que se
colocam não se compadecem com um espírito
tradicional, o novo empresário sabe que tem de estar
aberto para o inesperado, para o quase-impossível,
para um “novo olhar” que exige um estado de
insatisfação permanente e um questionar incessante
42. Inovação Tecnológica e I&D
Daí que se reconheça que a inovação é
fundamental, dir-se-ia mesmo basilar, numa
sociedade marcada por mudanças bruscas na
forma de produzir, distribuir e comercializar
bens
43. Inovação Tecnológica e I&D
A introdução de novas tecnologias nos processos
produtivos assume, assim, uma muito especial
relevância, quer pelos custos mais baixos a que
conduz, quer pela melhoria da qualidade e
aumento da quantidade dos bens que se produzem,
quer ainda pela criação de novos produtos, mais
sofisticados e com potencialidades superiores.
44. Inovação Tecnológica e I&D
De salientar, que estes aspectos não deixarão
de se reflectir directamente sobre o emprego
e a alteração dos padrões de consumo.
45. Inovação Tecnológica e I&D
Em conclusão:
A investigação e o desenvolvimento agem
sobre a produção de diversas maneiras que
podem resumir-se no seguinte:
a descoberta de novos produtos
a descoberta de novos processos de produção
46. Inovação Tecnológica e I&D
A actividade de investigação supõe a
articulação entre ciência e técnica, entre
pesquisa fundamental e aplicada.
48. O Financiamento da Actividade Económica –
Autofinanciamento e Financiamento Externo
Para realizarem os seus investimentos, as
empresas e o Estado necessitam de recursos
financeiros, recorrendo para isso a fundos
próprios ou, no caso de insuficientes a fundos
alheios
49. O Financiamento da Actividade Económica –
Autofinanciamento e Financiamento Externo
Na hipótese de os agentes económicos
satisfazerem
as
suas
necessidades
de
financiamento com fundos próprios, diz-se tratarse
de
um
financiamento
interno
(autofinanciamento); se porém, se recorre a
fundos
alheios,
está-se
perante
um
financiamento externo
50. O Financiamento da Actividade Económica –
Autofinanciamento e Financiamento Externo
Por isso se fala em capacidade (+) e necessidade
(-) de financiamento
Conclui-se
Investimento > Poupança => Necessidade de
Financiamento
Financiamento externo
51. O Financiamento da Actividade Económica –
Autofinanciamento e Financiamento Externo
Poupança > Investimento => Capacidade de
Investimento
Financiamento interno (autofinanciamento)
52. O Financiamento da Actividade Económica –
Autofinanciamento e Financiamento Externo
Mas como recorre um agente económico ao
financiamento alheio?
A obtenção de fundos é garantida pelas
poupanças de outros agentes económicos que
dispõem de recursos excedentários, podendo
ser conseguida:
53. O Financiamento da Actividade Económica –
Autofinanciamento e Financiamento Externo
directamente, pelo recurso ao mercado de
títulos, através da emissão de acções (aumento
de capital) e/ou de obrigações – financiamento
externo directo;
indirectamente, através do mercado de
crédito junto das instituições financeiras,
designadamente os bancos – financiamento
externo indirecto
54. Financiamento Externo Directo
Com o objectivo de captar directamente as
poupanças dos particulares, emitem-se acções e
títulos representativos de dívida, essencialmente
obrigações.
Trata-se de valores que são transaccionados mo
mercado de títulos ou mercado de valores
mobiliários, livremente transmissíveis e possuidores
de liquidez garantida pela negociação no mercado
57. Financiamento Externo Indirecto
A breve análise do quadro inserido permitenos, de imediato, concluir acerca das funções
do crédito enquanto estímulo ao consumo das
famílias e incentivo à produção. Assim, por um
lado, o crédito, ao suprir a insuficiência da
poupança das famílias, viabiliza um maior
consumo, diferindo o seu pagamento no
tempo;
58. Financiamento Externo Indirecto
Por outro lado, permite às empresas resolver
dificuldades pontuais de tesouraria e,
fundamentalmente, procederem à realização
de investimentos. Desta forma, quer em
consequência do aumento do mercado
consumidor, quer derivado do esforço de
investimento que, de outra forma, não seria
realizado, o crédito constitui um muito
importante instrumento de crescimento
económico
93. O Investimento em Portugal e o Investimento
Português no Estrangeiro
Vimos já que o investimento consiste no acto
através do qual a poupança é aplicada na
aquisição de meios de produção, tendo em
vista o aumento e/ou manutenção da
produção no futuro
94. O Investimento em Portugal e o Investimento
Português no Estrangeiro
Se os agentes económicos aforrador e investidor
final forem residentes no mesmo território,
verificar-se-á um investimento interno, que
tanto pode ser público (se efectuado pelo
Estado) como privado ( se realizado por
empresas privadas)
95. O Investimento em Portugal e o Investimento
Português no Estrangeiro
Refira-se que, depois do acentuado dinamismo
observado até 2000 , a FBCF apresentou, a
partir daí, uma redução continuada apenas
interrompida em 2007, voltando, em 2008, a
verificar-se uma variação estimada de -1,7%
96. O Investimento em Portugal e o Investimento
Português no Estrangeiro
Como afirma o Banco de Portugal, “aFBCF em
Portugal registou uma redução acumulada em
volume de 10% desde 2000, acentuando a
divergência face ao conjunto da área do euro,
onde a FBCF, em idêntico período, apresentou
uma variação acumulada de 17%”.
97. O Investimento em Portugal e o Investimento
Português no Estrangeiro
98. O Investimento em Portugal e o Investimento
Português no Estrangeiro
Caso, porém, os mesmos agentes económicos
sejam residentes em países diferentes, ou
seja, o aforrador é residente no território e o
investidor final é não residente, o movimento
de capitais dará origem ao investimento
directo estrangeiro (IDE)
99. Investimento Directo Estrangeiro em Portugal
(IDE)
“aplicação de capitais efectuada com o fim de
adquirir uma posição duradoura, ou mesmo o
controlo, numa empresa que exerce a sua
actividade no estrangeiro.
100. Investimento Directo Estrangeiro em Portugal
(IDE)
Um fluxo de investimento directo em Portugal pode
corresponder à criação de uma empresa em
Portugal por parte do investidor estrangeiro, à
aquisição de pelo menos 10% de capital de uma
sociedade portuguesa anteriormente existente, ao
reinvestimento dos lucros por um filial da empresa
estrangeira em Portugal ou a operações entre a
casa-mãe no estrangeiro e uma filial em Portugal
(aumentos de capital, empréstimos diversos,
adiantamentos, etc.)”
101. Investimento Directo Português no Estrangeiro
(IPE)
“aplicação de capitais efectuada com o fim de
adquirir uma posição duradoura, ou mesmo o
controlo, numa empresa que exerce a sua
actividade no estrangeiro.
102. Investimento Directo Português no Estrangeiro
(IPE)
Um fluxo de investimento directo português pode
corresponder à criação de uma empresa no
estrangeiro por parte de um investidor nacional,
à aquisição de pelo menos 10% de capital de uma
sociedade estrangeira anteriormente existente,
ao reinvestimento dos lucros por um filial de uma
empresa portuguesa no estrangeiro ou a
operações entre a casa-mãe em Portugal e uma
filial no estrangeiro (aumentos de capital,
empréstimos diversos, adiantamentos, etc.)”
103. Investimento Directo Português no Estrangeiro
(IPE)
O gráfico que a seguir se insere refere-se à
posição do investimento directo de Portugal
no exterior (IPE) e do exterior em Portugal
(IDE)
105. Investimento Directo Português no Estrangeiro
(IPE)
Como se verifica, o investimento directo de
Portugal no exterior (IPE) é muito inferior ao
do exterior em Portugal (IDE), donde resulta
um saldo negativo do investimento directo,
que em 2006, 2007 e 2008 foi
respectivamente de – 26 179, - 32 339 e – 25
996 milhões de euros.
106. Investimento Directo Português no Estrangeiro
(IPE)
Por outro lado, se, de 2006 para 2007, tanto o
IPE como o IDE apresentam um crescimento,
em 2008, verifica-se uma sua queda.
107. Investimento Directo Português no Estrangeiro
(IPE)
Em ambos os casos, porém, a componente
relativa ao investimento directo no capital das
empresas e lucros reinvestidos permanece, de
longe, como a de maior relevância,
respeitando às outras operações de capital
uma posição pouco significativa