REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
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1. Cultura do Maracujazeiro
Universidade Federal do Vale do São Francisco
Campus de Ciências Agrárias
Curso de Engenharia Agronômica
Disciplina: Fruticultura II
Docente responsável: Prof. Dr. Ítalo Herbert Lucena Cavalcante
Italo.cavalcante@univasf.edu.br
2.
3. Generalidades
• O maracujá, devido às suas características do
suco, vida de prateleira da fruta, apresenta boas
condições de conquistar novos mercados
exportadores.
• No Brasil, o principal cultivo é o maracujá amarelo,
com grande potencial para o processamento de
bebidas, doces, sorvetes e in natura.
• Uso na indústria farmacêutica: calmante, diabetes.
4. Generalidades
• Uso da casca e das sementes como ração animal.
• Crescente interesse pelo maracujá para fins
ornamentais.
• Excelente fonte de vitamina A.
7. Aspectos botânicos
• Fruto da paixão (passion fruit em inglês):
estrutura floral que, segundo alguns
pesquisadores, relembra os acontecimentos
relativos à crucificação de Cristo.
• Família botânica: Passifloraceae
• · Cerca de 500 espécies
• · Origem: maioria nativa do Brasil
• Nomes populares: Maracuya no Equador,
Pacha na Venezuela, Lilikoi no Hawaii,
Chinola ou Parchita em Porto Rico, granadilla
na Colômbia e Maracujá no Brasil.
26. Tipos de flores
• Flor TC:
estigmas
totalmente
curvados no
mesmo plano das
anteras, o que
favorece a
polinização pelos
insetos. Esse tipo
ocorre em maior
porcentagem em
uma lavoura com
uma média de
mais ou menos
70%.
27. • Flor PC: observa-se que os estigmas
estão levantados, acima das anteras
formando um ângulo aproximado de 45º,
o que dificulta a polinização, mesmo
pelas mamangavas. Essas flores ocorrem
em uma média de 20%.
•
28. • Flor SC: Onde os estigmas aparecem
unidos, formando um ângulo de 90º
em relação às anteras.
Essa flor apresenta também um
problema de fêmea esterilidade. Essa
flor não produz.
29. • Locais de produção: cultivado em vários países
• Ciclo: plantio a colheita decorem 8 - 12 meses,
dependendo do local de cultivo.
• Exigências climáticas: temperatura entre 21 a 25º
C; precipitação entre 800 a 1750 mm/ano; não
tolera ventos frios e geadas.
• Produtividade anual do maracujá pode atingir
40t/ha.
Aspectos Fitotécnicos
30. • A propagação usual: via sexuada, devendo
o produtor obter mudas de viveiros idôneos,
no entanto os trabalhos com enxertia estão
evoluindo bastante, devendo ser uma boa
opção em um breve futuro.
• Enxertia: tipo garfagem fenda cheia,
envolvido em fita plástica ou fita crepe
protegidos por sacos de plástico
transparente.
Propagação
31. Propagação
• Sementes: retiradas de plantas selecionadas.
• Muitas sementes de poucos frutos e várias
plantas.
• A polpa é lavada e colocada para fermentar
durante 4 a 6 dias e secas a sombra.
• Aplicação de Thiram 3 g/kg se semente.
• Plantio de 3 a 4 sementes por recipiente.
• Plantio no campo ao atingir de 15 a 30 cm de
altura.
43. • Mais usual - espaldeira
• Uso de mourões com 2,5 m de comprimento,
espaçados de 4 a 6 m com 1 fio de arame liso nº
12
• O comprimento da linha de plantio não deve
ultrapassar 80m
Condução em campo
48. Adubação de fundação
Aos 30 dias após o plantio
10 gramas de N → 50 gramas de nitrocálcio
Aos 60 dias após o plantio
15 gramas de N → 75 gramas de nitrocálcio
Aos 90 dias após o plantio
10 gramas de N e 20 de K2O → 50 gramas de nitrocálcio + 35 de KCl
Aos 120 dias após o plantio
30 gramas de N e 30 de K2O → 150 gramas de nitrocálcio + 50 de KCl
49. Preparo do terreno
Calagem
Elevar a saturação por bases para 80% (0-20cm)
Elevar a saturação por bases para 25% (20-40cm)
Preparo do solo
Uma aração e duas gradagens
Abertura de covas
40 x 40 x 40cm, com adubação de 10 a 20L de esterco bovino
Espaçamento
3,0 x 3,0m
50. • Permite:
Produção satisfatória
Pouca massa vegetativa favorece o controle
de pragas e doenças e além do menor
peso.
Melhor aproveitamento das caldas.
Poda
51.
52. • Flores auto-estéreis, dependendo das
mamangavas abelhas do gênero Xylocopa
• Polinização artificial:
Plantios com mais de 10 ha
População de mamangavas pequena
Deve ser feito no período da tarde
Obs.: 3 pessoas polinizam 1 ha por tarde
Polinização
53.
54. Como avaliar se a população de mamangavas é
suficiente, ou se a polinização natural é adequada em
uma lavoura?
a) Marcar 3 flores por planta em um dia sem chuva, depois que as
flores estiverem abertas
b) Fazer o mesmo procedimento em mais flores de outras plantas até
atingir o número de 100 flores.
c) Voltar ao campo 4 a 5 dias após, procurando as mesmas flores
marcadas, contando os frutinhos, do tamanho de uma azeitona, caso a
polinização tenha ocorrido.
Quando não foram polinizados as flores estarão murchas e muitas delas
já caíram ao solo.
Exemplo.
Marcou 100 flores
Contou 45 frutinhos depois de 4-5 dias.
Resultado: 45% de polinização natural
Significando que o produtor está perdendo 55% das flores.
Resultados muito inferiores a esse número, indica que a polinização
artificial é absolutamente necessária.
58. Lagartas
• Ciclo de vida:
Dione: ovo: 6-7 dias; lagarta: 19-27 dias;
pupa: 7-8 dias = adulto.
Agraulis: ovo: 3 dias; lagarta: 17 dias; pupa: 7
dias = adulto.
• Controle:
Catação de ovos e lagartas em cultivos
pequenos e aplicação de Bacillus
thuringiensis
59. Percevejos
• Diactor bilineatus e Holhymenia clavigera
Sugam a seiva das plantas, botões e frutos
provocando queda de flores e frutos novos
e murcha de frutos maiores (enrugamento)
Controle: eliminação de plantas como: melão
de são caetano; chuchu e bucha;
Aplicação de Cartap 500 120 mL/100L de
água ou malathion 500 CE 250 mL/100L de
água
61. Broca da haste
• Besouro de 5 a 7 mm de comprimento
coloração marrom com manchas amareladas no
dorso.
• A fêmea faz a postura na haste principal e ao
eclodir a larva penetra e inicia a construção de
galerias.
• Controle: deltramethrin 25 CE 30 mL/100L de
água
65. Doenças da parte aérea
• Antracnose principal doença fúngica e de
pós colheita causada por Colletotrichum
gloesporioides
• Sintomas:
Folhas: manchas circulares com bordas verde
escura que progridem até formar uma
enorme lesão enrugada;
66.
67. Ramos: lesões alongadas que formam
cancros pardacentos com pontuações
pretas
Frutos: lesões deprimidas com frutificação do
fungo na cor preta
• Controle:
Produtos a base de : benomil , oxicloreto de
cobre e clorotalonil
Doenças da parte aérea
Antracnose
68. • Causada por Cladosporium herbarum
• Provoca lesões circulares com halo clorótico e
perfuração em folhas;
• Nos ramos lesões longitudinais formando
rachadura e
• No fruto apresenta um aspecto do tipo cortiça na
forma de verrugas salientes
• Controle: idem antracnose
Doenças da parte aérea
Verrugose
69.
70. • Causada por Xanthomonas campestris pv
passiflorae.
• Ataca órgão da parte aérea de forma localizada
e ou sistêmica provocando manchas angulares
oleosas translúcidas que evoluem para uma
coloração pardacenta e seca com halo amarelo,
provocando posteriormente queda de folhas e
morte prematura.
• Controle: Agrimicina e Oxicloreto de cobre.
Doenças da parte aérea
Mancha Oleosa
71.
72. • Endurecimento
dos frutos PWV
(passion fruti
woodiness virus)
• Mosaico do
pepino CMV
(cucumber
mosaic virus)
• Pinta verde:
semelhante a
citrus leprose
virus citLV
Doenças da parte aérea
Viroses
73. • Fusariose do Maracujazeiro
Principal doença, causada por Fusarium oxysporum f. sp
passiflorae
Doenças do sistema
radicular
75. Modo de ação:
• Penetra pelas raízes
• Coloniza os vasos condutores da raiz, colo, tronco, haste e
ramos
• Impermeabilizando as paredes e impedindo a passagem de
água
Condições favoráveis ao fungo:
• Solos ácidos, argilosos e ricos em matéria orgânica
• Alta umidade e temperatura (20 a 25 C)
• Terrenos com drenagem deficiente
Fusariose
77. Controle deve ser preventivo, utilizando medidas para evitar
a entrada do patógeno como:
• evitar terrenos recém desbravados
• realizar tratos culturais superficiais
•Evitar plantio de Passiflora edulis
Ao apresentar os primeiros sintomas deve-se:
• eliminar as plantas atacadas
• erradicar plantas sadias ao redor
• abrir valas de isolamento de 20 cm de profundidade
• revolver o solo, aplicar cal e sulfato de cobre a 5%
Fusariose
79. Podridão do Colo
Sintomas:
• Apodrecimento da região do colo
• Casca fina necrosada marrom-escura
• Amarelecimento
• Murcha parcial ou total
80. Podridão do Colo
Condições favoráveis:
• Solos argilosos compactos e ricos em matéria orgânica
•Alta umidade
• Ferimentos na planta
• Alto teor de adubações nitrogenadas
Controle:
• De preferência preventiva
• Evitar capinas e solos mal drenados
Químico:
• Em plantas atacadas retirar a região necrosada e aplicar pasta
bordalesa
• No plantio: 15 g/cova de metaxil e pulverizar com fosetyl
(250 g/100L água), em áreas com a doença
81. Tombamento da Muda
Doença típica de viveiro, causada pelos fungos: Phythium
aphanidermatum, Phytophthora parasitica, Fusarium sp e
Rhizoctonia solani
Sintomas:
• Encharcamento dos tecidos tenros
• Colapso e murcha das folhas
• Tombamento e morte
82. Tombamento da Muda
Condições favoráveis:
• Excesso de água e sombreamento
• Uso de solo e sementes contaminadas
Controle preventivo:
• Vasos de plantio não devem ser colocados diretamente no
solo
• Aeração entre as mudas
83. Tombamento da Muda
Controle Químico
Ingrediente
ativo
Produto comercial Doses do produto em
g ou mL/100L de água
Benomil Benlate 100
Fosetyl-AL Aliette 250
PCNB Kobutol 500
Produtos indicados para controle de tombamento