O documento descreve as principais características, doenças e pragas da alface (Lactuca sativa L.), incluindo seus sintomas, etiologia e formas de controle. As doenças de fungos descritas são septoriose, mildio e cercosporiose, enquanto as bactérias incluem mancha bacteriana. Vírus como o mosaicovírus da alface e o tospovirus também são mencionados, assim como nematóides do gênero Meloidogyne.
2. Introdução
• A alface é uma planta herbácea, com um caule
diminuto ao qual se prendem as folhas
• verde-amarelado até o verde escuro e também
pode ser roxa
• Família Cichoriaceae
• Classificada como Americana, Crespa, Lisa,
Mimosa e Romana
3. • Cultivares – crespa: Gizele (Topseed), Grand Rapids
(Hortec), Hortência (Hortec), Marianne-Orgânica
(Horticeres), Marisa (Horticeres), PiraRoxa
(Tecnoseed), Red Fire (Takii), Renata (Hortec), Veneza
Roxa (Sakata), Vera (Sakata), Verônica (Sakata), Vanda
(Sakata); americana: Irene (Eagle), Laurel (Sakama),
Lorca, Lucy Brown (Seminis),Raider (Seminis), Raider
Plus (Seminis), Tainá (Sakata); lisa: Elisa (Sakata), Karla
(Hortec), Lídia (Sakata), Luisa-Orgânica (Horticeres),
Regina (Hortec, Sakata e Topseed);mimosa: Roxane
(Sakata), Salad Bowl (Sakata, Seminis, Topseed), Salad
Bowl Green (Hortec); romana: Lente a Monter
(Sakama), Mirella (Sakata), Paris Island Cos (Ferry
Morse).
4. • Época de plantio: pode ser plantado o ano todo,
de acordo com as exigências climáticas de cada
cultivar.
• Espaçamento: 0,20 a 0,30 m x 0,20 a 0,30 m, de
acordo com as características botânicas de cada
cultivar.
• Sementes necessárias: sementes peletizadas -
110.000 unidades/ha; sementes nuas - 0,6 a
4 kg/ha (semeadura direta) e 0,4 kg/ha
(transplante).
• Controle da erosão: curvas de nível, patamares,
terraços e canteiros em nível.
6. • Calagem: aplicar calcário para elevar a saturação
por bases do solo a 80%.
• Adubação orgânica: aplicar 40 a 60 t/ha de
esterco de curral curtido ou a quarta parte dessa
quantidade de esterco de galinha.
• Adubação mineral de plantio: aplicar 40 kg/ha
de N, 200 a 400 kg/ha de P2O5, 50 a 150 kg/ha de
K2O e 1 kg/ha de Boro, conforme análise de solo.
• Adubação de cobertura: aplicar 60 a 90 kg/ha de
N, parcelando em 3 vezes aos 15, 30 e 45 dias
após a germinação (semeadura direta) ou aos 7,
14 e 21 dias após o transplante ( sistema de
mudas)
8. • Irrigação: por aspersão ou localizada, de acordo
com as necessidades. Os canteiros devem ser
preparados de acordo com o sistema de irrigação
a ser utilizado.
• Outros tratos culturais: eliminação de plantas
com vírus e controle de plantas
daninhas.Princípios ativos registrados para
controle químico de plantas daninhas :
glufosinato de amônio, clethodim + fenaxaprop-
P-ethyl e fluazifop-p-butil.
9. Fungos
Septoriose (Septoria lactucae)
– Sintomas: lesões necróticas no limbo foliar. Seca nas
folhas devido a coalescência de muitas manchas
resultando em danos na formação das sementes;
– Etiologia: produção de conídios filiformes, multiseptados
e hialinos no interior de picnídios.
– Epidemiologia: A penetração ocorre pela abertura
estomatal com condições favoráveis para o
desenvolvimento da doença são alta umidade e
temperatura na faixa de 10 a 280C
– Controle: sementes sadias, rotação de culturas por três
ou mais anos, pulverização das plantas em
desenvolvimento com fungicidas
11. Mildio – Bremia lactucae
– Sintomas: folhas com áreas cloroticas, de tamanho
variável, tornando-se necróticos, de cor parda. Na face
inferior, formam-se frutificações do fungo de aspecto
branco, constituído de esporangioforos e esporângios.
– Etiologia: este oomiceto hiberna, principalmente, na
forma de micélio, no interior dos tecidos infectados, e
com menor frequência, na forma de oósporos
– Epidemiologia: sensível ao calor e a baixa umidade do
ar, via abertura estomatal. Na ausência de filme de água
não ha germinação dos esporângios, nem formação de
zoósporos no interior dos mesmos.
– Controle: solo bem drenado, rotação da cultura,
fungicidas sistêmicos.
12. Área abaxial da folha com frutificação (esporangiósporos e
esporângios; estrutura esbranquiçada) na ponta do indicador
13. Bactérias
MANCHA BACTERIANA - Pseudomonas cichorii
– Sintomas: manchas necróticas isoladas no centro ou
bordos do limbo foliar, extensas áreas da nervura
central. Inicialmente as lesões apresentam
encharcamento e coloração escura, passando, depois,
a cor parda a preta, com a seca dos tecidos.
– Etiologia: gram-negativa, bastonetiforme, colônias
lisas e esbranquicada. Penetração nos tecidos por
ferimentos por insetos e aberturas naturais. A
disseminação na cultura ocorre por respingos de água
de chuva e irrigação.
15. – Epidemiologia: Sementes e mudas contaminadas são
responsáveis pela disseminação a longas distancias.
Alta umidade e temperatura amena, em torno de 250C,
são favoráveis a ocorrência dessa doença. grande
numero de hospedeiros, entre as cucurbitaceas,
solanaceas, aliaceas e leguminosas.
– Controle: sementes sadias; rotação de culturas com
plantas não hospedeiras; eliminação de plantas
doentes e restos de cultura e favorecimento de
ventilação das plantas. Evitar o encharcamento do solo.
16. Vírus
MOSAICO – “Lettuce mosaic virus” - LMV
– Sintomas: mosqueado, distorção e amarelecimento foliares,
do cultivar - necrose de nervuras resultando na má
formação ou distorção das cabeças. Clareamento de
nervuras e mosaico são comuns em plantas jovens e
adultas.
– Etiologia: Potyvirus - Potyviridae, possuindo particulas de
estrutura filamentosa e flexuosa, medindo 730 nm de
comprimento por 13 nm de diametro; hospedeiros (121
especies, 60 generos, 17 familias): Aizoaceae,
Amaranthaceae, Asteraceae, Boraginaceae, Brassicaceae,
Caryophyllaceae, Chenopodiaceae, Cucurbitaceae,
Geraniaceae, Lamiaceae, Leguminosae, Malvaceae,
Martymaceae, Papilionaceae, Polygonaceae, Primulaceae e
Solanaceae.
18. – Epidemiologia: A disseminação do LMV pode ocorrer
através da semente ou por afídeos (Myzus persicae). A
taxa de transmissão é baixa com variação entre e
dentro de cultivares.
• transmitido por pólen ou ovulo. Vetores de maneira
não-persistente.
– Controle: sementes livres, desenvolvimento de
cultivares resistentes, eliminação de plantas daninhas
hospedeiras.
19. VIRA-CABEÇA – Tospovirus
– Sintomas: Manchas necróticas e bronzeamento em
folhas, em um lado da planta. A infecção sistêmica é
caracterizada por uma murcha marginal,
amarelecimento e bronzeamento de folhas internas e
da nervura.
– Etiologia: causada por um vírus do gênero Tospovirus,
da família Bunyaviridae. (TSWV)
– Controle: rotação da cultura com plantas não
suscetíveis, lavoura suscetível nas adjacências e
controle de hospedeiros alternativos do vírus e do
vetor.
21. Nematóides
Meloidogyne sp
– Sintomas: formação de galhas nas raízes
– Etiologia: penetração das raízes por estadios
juvenis
– Epidemiologia: atacam em reboleiras
– Controle: rotação de culturas, eliminação de
plantas daninhas.
23. Colheita e produtividade
• Colheita: efetuá-la quando a planta ou "cabeça"
atingir o desenvolvimento máximo, porém, com as
folhas tenras e sem indício de pendão floral
(pendoamento). Em geral é feita entre 50 e 70 dias
após a semeadura. A colheita é manual, cortando-se
as plantas logo abaixo das folhas basais (saia).
• Produtividade normal: 80.000 a 120.000 plantas/ha
em campo.
• Rotação: repolho, cenoura, couve-flor, beterraba e
feijão-vagem. Evitar cultivos sucessivos de alface, a
fim de reduzir a ocorrência de podridão de
esclerotínia, queima da saia, míldio , bacterioses e
nematóides.
24. • Pragas: pulgões, lagartas, mosca-branca,
cochonilha, paquinhas, grilo, lesmas, caracóis,
tatuzinhos, tripes do fumo, tesourinha e
besouro preto.
• Doenças: septoriose, mancha de cercospora,
tombamento de mudas, podridão de
esclerotinia (mofo-branco), queima da saia,
míldio, mancha bacteriana, mancha de
alternaria, mofo cinzento, ferrugem, podridão
mole, antracnose (mancha em anéis), oídio,
mosaico (LMV), vira cabeça, podridão da base
das folhas externas e nematóides
(Meloidogyne).