O documento descreve um plano de estudo para a disciplina de Química Orgânica no curso de Engenharia Ambiental. Os objetivos incluem identificar estruturas moleculares a partir de nomenclaturas e reações de compostos orgânicos relacionados ao meio ambiente. O documento também fornece detalhes sobre critérios de avaliação, referências bibliográficas e conceitos iniciais sobre estrutura atômica, hibridização e propriedades de ácidos e bases.
2. Objetivos
Identificar a partir da nomenclatura de uma
substância orgânica sua estrutura molecular e vice-versa,
bem como conhecer as principais classes, características e
reações envolvidas na obtenção de compostos orgânicos
de interesse ambiental e tecnológico. Ter noções sobre os
principais procedimentos/técnicas que podem ser utilizadas
na análise qualitativa de grupos funcionais de substâncias
orgânicas presentes no ambiente e de princípios de
Química Verde, os quais compreendem o aprimoramento
de processos/procedimentos laboratoriais, industriais e
tecnológicos, visando o desenvolvimento sustentável.
3. Critérios de Avaliação
• 2 provas (P1 e P2)
• Trabalhos
• MP= (P1 e P2)/2
• MT= (T1+T2+...+Tn)/n
• Média Final: MF = MP*0.8 + MT*0.2
4. Referências Bibliográficas
• SOLOMONS, T.W.G.; FRYHLE, C.B. Química Orgânica. Rio de Janeiro:
LTC Editora. Vol 1, 7a
ed., 2001; Vol 2, 7a
ed., 2002.
• McMURRY, J. Química Orgânica. Rio de Janeiro: LTC Editora. Vol 1, 4a
ed.,
1996; Vol 2, 4a
ed., 1997.
• MORRISON, R.T.; BOYD, R. N. Química Orgânica. Lisboa: Fundação
Calouste Gulbenkian. 13a
ed., 1996.
• SILVERSTEIN, R. M. Identificação Espectrométrica de Compostos
Orgânicos. Rio de Janeiro: LTC Editora. 6a
ed., 2000.
9. Estrutura Atômica: Orbitais
Schrödinger: o movimento de um elétron em torno de um núcleo pode ser descrito
matematicamente pelo que se conhece como uma equação de onda
Expressão matemática cujo quadrado (ψ2
) prediz o volume do espaço em
torno do núcleo onde o elétron pode ser encontrado
Solução de uma equação de onda: função de onda (ψ) ou orbital
orbital s orbital p orbital d
Representações dos orbitais s, p e d
Formas dos orbitais 2p
orbital 2px orbital 2py orbital 2pz 3 orbitais 2p
18. Teoria de Ácidos e Bases de
Lewis
Ácidos: Moléculas receptoras de um par de
elétrons
Bases: Moléculas que doam um par de elétrons
Neste processo há a formação de ligações
covalentes.
23. Representação de Setas Curvas
As Setas devem começar com uma
ligação covalente ou par de elétrons não
compartilhados e aponta para uma região
com deficiência de elétrons.
24. Força de Ácidos e Bases
Um composto orgânico será tanto mais
ácido quanto mais deficiente de elétrons ele
estiver.
Também será tanto mais básico, quanto
mais disponível for seu par de elétrons.
25. Aumento da eletronegatividade
C N O F
48p =
+
aK
δ-δ
3 HCH
38p =
+
aK
δ-δ
2 HNH
15,7p =
+
aK
δ-δ
HOH
3,2p =
+
aK
δ-δ
HF
Aumento da Acidez
26. Eletrófilo e Nucleófilo
• Compostos (ou centros) eletrofílicos são os que
sentem afinidade por elétrons, portanto um
ácido de Lewis.
• Compostos (ou centros) nucleofílicos são os que
sentem afinidade por “núcleos”/ prótons (cargas
positivas), portanto uma base de Lewis. (Nü /
:Nu / Nu:)
31. Hidrocarbonetos
(contêm apenas Carbonos e Hidrogênios)
Hidrocarbonetos Alifáticos
(cadeias abertas e cíclicas)
Alcanos
(parafinas)
Alcenos
(etilenos
ou olefinas)
Alcinos
(acetileno)
CH3−CH3
Etano
CH2 = CH2
Eteno
(etileno)
HC ≡ CH
Etino
(acetileno)
Hidrocarbonetos Aromáticos
(contêm o anel benzeno)
Benzeno
e seus
derivados
Hidrocarbonetos
Aromáticos
Polinucleares
Benzeno Naftaleno
32. Fontes naturais de hidrocarbonetos
Petróleo (“ouro negro”): principal fonte de hidrocarbonetos
33. Origem do petróleo: decomposição de matéria orgânica
durante milhões de anos
Resíduos de organismos
mortos se acumularam
nas orlas dos mares e
foram soterrados. Com o
passar do tempo sob
altas pressões,
temperaturas e ação de
microorganismos formou-
se o petróleo.
34. Aliado ao óleo cru ou bruto, existe o gás natural
(formado principalmente por metano).
35. Petrobrás: empresa de capital misto com a maioria das
ações controlada pelo Estado foi criada em 1953.
2006: 1,9 milhão de
barris de óleo/dia
(auto-suficiência)
2010: produção média
chegará a 2,3 milhão de
barris/dia e consumo
cerca de 2,06 milhão de
barris/dia.
36. Como separar as subst. de uma solução ?
Hexano – Tebulição = 69 °C
Heptano – Tebulição = 98 °C
37. Cada fração é uma
mistura de
hidrocarbonetos
Nafta: destilam entre 90 e
240 °C, utilizadas como
solventes;
Betume: resíduo da
destilação do petróleo,
utilizados em recobrimento
de telhados e ruas (asfalto)
39. Cracking (quebra) térmico do petróleo
A destilação fracionada não é suficiente para atender a
demanda de combustíveis. Em geral, apenas 15 % do petróleo
é convertido diretamente em gasolina.
A pirólise do petróleo visa a
quebra por aquecimento de
moléculas maiores em moléculas
menores, componentes da
gasolina.
40. Cracking catalítico triplica a quantidade de gasolina
obtida do petróleo
Catalisadores: zeólitas
Aquecimento: + ou – 500 °C
41. Antidetonante =
Evitar a auto-ignição da
gasolina, que pode
diminuir a potência do
motor emissão de
fuligem e monóxido de
carbono.
42. A auto-ignição pode ser evitada pelo uso de gasolina
com alta octanagem.
-HC que apresenta maior
resistência à combustão
por compressão;
- HC explode mais
facilmente quando
comprimida.
43.
44. Hulha e xisto: também são importantes fontes de obtenção
de hidrocarbonetos, os quais são utilizados nas “indústrias
petroquímicas” em reações para originar centenas de
produtos como polímeros, medicamentos e fertilizantes.
45.
46. Gás natural: mistura de hidrocarbonetos gasosos de baixa
massa molecular, encontrada em rochas porosas do solo
47. Gás Natural: alternativa viável e promissora para
ocupar espaço na matriz energética mundial:
a) Matéria prima em geração de energia, produção
de insumos substitutos da petroquímica;
b) Menor impacto ambiental em relação ao petróleo;
Problema: investimento inicial alto, associado à
construção de extensas redes de gasoduto
48. Até 1998 todo gás
consumido no Brasil
provinha de fontes
brasileiras.
Dados atuais de produção: 17,7 bilhões de
m3
/ ano (www.anp.gov.br)
Consumo 2005: 38,8 milhões de m3
/ dia
Consumo 2011: 99,2 milhões de m3
/ dia
49. Quase 50 anos de discussão;
Argentina se torna auto-suficiente e em 1992 encerra
contrato com a Bolívia;
A Bolívia é dependente da exportação de gás natural e
Brasil aparece como consumidor;
Histórico
Década de 80, necessidades das regiões Sul e Sudeste,
a disponibilidade é inferior a demanda;
GASODUTO BRASIL-BOLÍVIA
50. 1991 – Carta de Intenções sobre o Processo de
Integração Energética entre Bolívia e Brasil assinada
entre a Petrobrás e Yaciminetos Petrolíferos Fiscales
Bolivianos (YPFB): volume inicial de 8 milhões m3
/dia,
atingindo 16 milhões de m3
/dia até o oitavo ano,
permanecendo por 20 anos. Prioridade para a compra
pela Petrobrás de até 30 milhões de m3
/dia desde que
haja disponibilidade após o consumo doméstico.
1997 – com financiamento equacionado, foram assinados
os contratos de construção e montagem do gasoduto.
Foram construídas 2 companhias (Na Bolívia e Brasil),
ambas com tendo a Petrobrás como sócio (U$ 2 bilhões,
sendo U$ 1,6 bilhões no Brasil e U$ 400 milhões na
Bolívia).
51. No estado gasoso o transporte do gás natural é feito por
meio de gasodutos.
Santa Cruz
(Bolívia)-
Corumbá (MS) –
Campo Grande –
Piracicaba
GASODUTO BRASIL-BOLÍVIA
52. CRISE BRASIL-BOLÍVIA
1 de Maio de 2006 – Presidente Evo Morales
nacionaliza o setor de hidrocarbonetos (gás e
petróleo). Renegocia os contratos com a
Petrobrás, dobrando a taxa de
comercialização do gás natural. Acordo final
aumento de 15% do gás natural.
53. Processamento do gás natural
Gás processado: metano e etano
GLP (gás de cozinha): propano e butano
Gasolina natural: semelhante a gasolina obtida de petróleo,
possui cinco ou mais atomos de carbono
57. Alcanos e seus Isômeros
- São conhecidos também como
Hidrocarbonetos Saturados.
Alcanos lineares.
- Compostos que possuem
orientação tetraédrica dos grupos,
resultante da superposição σ de
orbitais sp3
do carbono.
- Alcanos que se encontram
ligados em linha são denominados
Alcanos de cadeia linear ou
alcanos normais (n-alcanos).
58. - Alcanos cujas cadeias
carbônicas formam ramificações
são chamados de alcanos de
cadeia ramificada.
- Existem alcanos contendo grupos
funcionais, como:
• alcoóis (CH3CH2OH),
• haletos de alquila (CH3CH2Cl),
• éteres (CH3CH2OCH2CH3).
Alcanos ramificados.
59. Nome Fórmula Estrutura
Metano CH4 CH4
Etano C2H6 CH3CH3
Propano C3H8 CH3CH2CH3
Butano C4H10 CH3(CH2)2CH3
Isobutano C4H10
Pentano C5H12 CH3(CH2)3CH3
Isopentano C5H12
Neopentano C H
CH3CHCH3
CH3
CH3CH2CHCH3
CH3
CH3CCH3
CH3
CH3
Isômeros
Constitucionais
Os alcanos
mais
comuns
são:
60. Nomenclatura IUPAC
(International Union of Pure and Applied Chemistry)
Prefixo-Parte intermediária-Sufixo
Presença ou não
de insaturações
Função QuímicaNúmero de atomos de C
61. Nomenclatura IUPAC para Alcanos
1. Localize a cadeia carbônica mais longa para nomear a substância.
Obs. Se duas cadeias de igual comprimento estão presentes, escolher
aquela com maior número de ramificações.
2. Numere os átomos da cadeia principal, começando pela extremidade mais
próxima ao substituinte.
Obs. Se há ramificações em distâncias iguais de ambas as extremidades,
comece a numeração na extremidade mais próxima a outra ramificação.
3. Identifique e numere os substituintes de acordo com a posição na cadeia
principal.
4. Escreva o nome como uma só palavra.
Use hífens para separar os prefixos diferentes e vírgulas para separar os
números. Se dois ou mais substituintes diferentes estão presentes, cite-
os em ordem alfabética.
62. Nomenclatura IUPAC
Nomenclatura de grupos alquila ramificados
CH3CH2CH3 CH3CH2CH2 CH3CHCH3
propano grupo propila grupo isopropila ou 1-
metiletila
CH3CH2CH2CH3 CH3CH2CH2CH2
butano grupo butila
grupo sec-butila ou 1-
metilpropila
CH3CH2CH
CH3
CH3CH
CH3
CH3 CH3CH
CH3
CH2 C
CH3
CH3CH3
isobutano grupo isobutila grupo terc-butila ou
1,1-dimetiletila
64. Os alcanos também podem ser chamados de parafinas.
São inertes em relação à maioria dos reagentes de laboratório.
Os alcanos apresentam aumento regular do ponto de ebulição e
do ponto de fusão com o aumento da massa molecular.
Pontos de fusão e ebulição
dos alcanos.
Propriedades Físicas dos Alcanos e Cicloalcanos
65. Quanto maior o número de ramificações do alcano, mais baixo será
o ponto de ebulição.
Em relação aos cicloalcanos, os pontos de fusão são afetados de
maneira irregular pelo aumento da massa molecular, enquanto que
os pontos de ebulição mostram o aumento regular com a massa
molecular esperada.
P.E. de alcanos e de
seus isômeros ramificados.
P.E. de alcanos lineares
e de cicloalcanos.
69. Metano: utilizado
como combustível
de indústrias, carros
e aquecimento de
residências.
É responsável por
cerca de 15% do
efeito estufa de
nosso planeta.
70. Biogás e biomassa: a produção e industrialização de
metano por meio da fermentação de resíduos vegetais
do lixo é uma alternativa interessante!
72. 1. Quebra Heterolítica ou Heterólise: a quebra da ligação é
assimétrica, de modo que o par de elétrons fique apenas
com um dos átomos da ligação (formação de íons).
Introdução: Quebra de ligações
c a r b o c á t io n
+
H
H
H
C B r
H
C
H
H B r
c a r b â n io n
+
H
H
H
C H
H
C
H
H H
73. Quebra de ligações
2. Quebra Homolítica ou Homólise: a quebra da ligação é
simétrica, de modo que cada átomo fique com seu elétron
original da ligação (formação de radicais).
r a d ic a is liv r e s
+
H
H
H
C H
H
C
H
H H
74. Clorofluorocarbonetos (CFCs) e
o Destruição da Camada de
Ozônio
Estratosfera: O2 + hυ → O • + O •
O • + O2 → O3 + calor
O3 + hυ → O2 + O •
Iniciação da cadeia CF2Cl2 + hυ → CF2Cl • + Cl •
Propagação da cadeia Cl • + O3 → ClO • + O2
ClO • + O • → O2 + Cl •
75. Características dos radicais:
Ocorrem em moléculas apolares ou com baixa
diferença de eletronegatividade;
São eletronicamente neutros;
Muito reativos;
As reações radicalares não são muito comuns quando
comparado a reações polares.
76. Exemplo: Fomação de halometanos em ETAs,
Cloração do Metano
CH4 + Cl2 → CH3Cl + HCl (+ CH2Cl2, CHCl3 e CCl4)
77. Mecanismo ocorre em várias etapas:
Etapa 2
Cl + H C H
H
H
Cl H + C H
H
H
Etapa 3
CH
H
H
+ Cl Cl CH
H
H
Cl + Cl
Etapa 1
Cl Cl Cl Cl+
calor
ou luz
78. Reação em Cadeia
1. Iniciação da Cadeia (radicais são criados)
Cl2
2 Cl
calor
ou luz
2. Propagação da Cadeia (radical geral radical)
CH4
+ Cl CH3
+ H−Cl
CH3
+ Cl2 CH3
Cl + Cl
3. Finalização da Cadeia
Possíveis
etapas de
finalização
CH3
+ Cl CH3
Cl
CH3
+ CH3 CH3
CH3
Cl2Cl + Cl
79. Halogenação de Alcanos Superiores
A cloração da maioria dos alcanos cujas moléculas
contêm mais de dois átomos de carbono resulta em mistura de
produtos monoclorados isoméricos (assim como compostos
altamente clorados).
CH3
CH2
CH3
Cl2
luz, 25o
C
CH3
CH2
CH2
Cl + CH3
CHCH3
Cl
45% 55%
81. Alcenos e Alcinos - Propriedades Físicas
Alcenos e alcinos têm propriedades físicas similares aos seus
alcanos correspondentes.
Alcenos e alcinos contendo até 4 carbonos (exceto 2-butino) são
gases à temperatura ambiente.
82. Sendo relativamente apolares, alcenos e alcinos se
dissolvem em solventes apolares ou em solventes de
baixa polaridade.
Alcenos e alcinos são apenas ligeiramente solúveis
em água.
As densidades de alcenos e alcinos são menores do
que a água.
83. Nomenclatura IUPAC para Alcenos e Alcinos
Alcenos e alcinos são nomeados segundo regras semelhantes às dos
alcanos.
1. Determine o nome principal ao selecionar a cadeia mais comprida que
contém a ligação dupla ou tripla, e modifique o final do nome do alcano de
comprimento igual, de –ano para –eno ou –ino, respectivamente.
2. Numere a cadeia de modo a incluir ambos os átomos de carbono da
ligação dupla ou tripla, e comece a numeração a partir da extremidade
mais próxima da insaturação. Designe a localização da ligação dupla ou
tripla usando o número do primeiro átomo da ligação dupla ou tripla como
prefixo.
Obs.: Se a ligação dupla ou tripla é eqüidistante das duas extremidades,
comece pela extremidade mas próxima do primeiro ponto de ramificação.
84. Nomenclatura IUPAC para Alcenos e Alcinos
3. Indique as localizações dos grupos substituintes pelos números dos
átomos de carbono aos quais estão ligados.
Obs.1: Se houver mais de uma ligação dupla ou tripla, indique a posição
de cada uma e use um dos prefixos –dieno, -trieno, etc ou –diino, -triino,
etc.
Obs.2: Substâncias que contêm ligações duplas e triplas: –enino (e não
ineno)
Inicia-se a numeração da cadeia principal de um enino pela extremidade
mais próxima da primeira ligação múltipla, seja ela dupla ou tripla. Quando
existir mais de uma possibilidade, os carbonos das ligações duplas
recebem números menores do que os carbonos das ligações triplas.
85. Nomenclatura IUPAC para Alcenos e Alcinos
4. No caso dos cicloalcenos, a numeração é feita de tal modo que os átomos
de carbono da ligação dupla fiquem nas posições 1 e 2, e que os
substituintes recebam os números mais baixos possíveis.
1-metilciclopenteno
3,5-dimetilcicloexeno
1,5-dimetilciclopenteno
CH3
1
2
34
5
CH3CH3
6
1
2
3
4
5
CH3
CH3
1
23
4
5
86. Isomeria Cis-Trans nos Alcenos
A ausência de rotação em torno da ligação dupla tem
conseqüências químicas.
Estereoisômeros: substâncias que diferem no arranjo espacial
de seus átomos.
cis → do latim “sobre este lado”
trans → do latin “através”
cis-2-buteno trans-2-buteno
C C
CH3
H H
CH3
C C
CH3
H CH3
H
87. Estabilidade Relativa de Alcenos
Isômeros cis e trans de alcenos não têm a mesma estabilidade.
Os alcenos cis são, em geral, menos estáveis do que os
isômeros trans devido à tensão estérica (espacial) entre os dois
grupos substituintes maiores situados no mesmo lado da ligação
dupla.
C C
C
H H
C
H
H H
H
H
H
C C
C
H C
H
H
H H
H
H
H
88. Para medir as estabilidades relativas, podemos comparar os dados dos
calores de hidrogenação para os isômeros:
CH3CH2CH=CH2 + H2 CH3CH2CH2CH3
Pt
+ H2 CH3CH2CH2CH3
Pt
+ H2 CH3CH2CH2CH3
Pt
1-buteno
cis-2-buteno
trans-2-buteno
butano ∆H°= -127 kJ/mol
∆H°= -120 kJ/mol
∆H°= -115 kJ/mol
Estabilidade Relativa de Alcenos
C C
CH3
H H
CH3
C C
CH3
H CH3
H
99. NUCLEÓFILO X ELETRÓFILO
Nucleófilo: substância “amante de núcleos”, isto é, tem um átomo
rico em elétrons que pode formar uma ligação doando um
par de elétrons a um átomo pobre em elétrons.
Muitos nucleófilos são negativamente carregados.
Eletrófilo: substância “amante de elétrons”, isto é, tem um átomo
pobre em elétrons que pode formar uma ligação aceitando
um par de elétrons de um nucleófilo.
Muitos eletrófilos são positivamente carregados.
nucleófilo X base de Lewis
eletrófilo X ácido de Lewis
100. 1) Reações de Adição Eletrofílica nos Alcenos
Os alcenos se comportam como
nucleófilos (bases de Lewis) nas reações
polares. A ligação dupla C=C é rica em
elétrons e pode ceder um par de elétrons
para um eletrófilo (ácido de Lewis).
nucleófilo eletrófilo
CH3
CH3CH3
CH3
+ H−Br
H Br
CH3
CH3CH3
CH3
101. O eletrófilo H+
é atacado pelos
elétrons π da ligação dupla e uma
nova ligação σ C−H se forma. Isto
deixa o outro átomo de carbono com
uma carga + e um orbital p vazio.
Br −
doa um par de elétrons ao átomo
de carbono positivamente carregado,
formando uma ligação σ C−Br e
gerando um produto de adição neutro.
carbocátion
intermediário
102. Orientação da Adição Eletrofílica:
Regra de Markovnikov
2-metilpropeno 2-cloro-
2-metilpropano
1-cloro-
2-metilpropano
Reação Esteroespecífica: reação em que a formação de
um dos produtos predomina sobre os outros possíveis.
CH2
H
CH3
CH3
ClCH2
CH3
CH3
+ H−Cl CH3
Cl
CH3
CH3
éter
103. Regra de Markovnikov: na adição de HX a um alceno, o hidrogênio se
liga ao carbono que possui menos substituintes alquila e o halogênio
se liga ao carbono com mais substituintes alquila.
CH3CH2CH=CHCH3 + HBr CH3CH3CH3-CHCH3 + CH3CH3CHCH2CH3
Br Br
Orientação da Adição Eletrofílica:
Regra de Markovnikov
CH2
CH3
CH3
+ H−Cl CH3
Cl
CH3
CH3
éter
CH3
H
+ H-Br
éter
CH3
Br
H
H
104. Como se formam carbocátions nestas reações, um outro modo de
expressar a regra de Markovnikov é dizer que, na adição de HX a um
alceno, forma-se o carbocátion mais substituído de preferência ao
menos substituído.
carbocátion terc-butila – 3 substituintes
(3ário
)
carbocátion isobutila – 2 substituintes
(1ário
)
CH2
CH3
CH3
+ H-Cl C
+
CH2CH3
CH3
H
Cl−
CH3
Cl
CH3
CH3
C CH2CH3
CH3
H
Cl−+
CH CH2CH3
CH3
Cl
105. Estrutura e Estabilidade dos Carbocátions
Medidas termodinâmicas mostram que a estabilidade dos
carbocátions cresce com o aumento do número de substituintes:
os carbocátions mais substituídos são mais estáveis do que os
menos substituídos.
3ário
2ário
1ário metila
C
R
R
R
+ C
H
R
R
+ C
H
R
H
+ C
H
H
H
+> > >
106. Hiperconjugação: interação que resulta da sobreposição de
um orbital p vazio com uma ligação σ C-H vizinha. Esta
interação estabiliza o carbocátion diminuindo sua energia.
Quanto maior o no
de substituintes alquila, maiores serão
as possibilidades de hiperconjugação e mais estável será o
carbocátion.
+ + +
107. Efeito indutivo: os elétrons de um grupo alquila, relativamente
grande e polarizável, podem ser atraídos pela carga positiva
vizinha mais facilmente do que os elétrons de um átomo de H.
Deste modo, quanto maior for o no
de substituintes
alquila no C positivo, mais deslocada será a densidade
eletrônica em direção à carga, o que acarreta a maior
estabilização indutiva do cátion.
3ário
2ário
1ário
metila
C
R
R R
> C
R
R H
C
R
H H
C
H
H H
> >+ + + +
108. Rearranjo de
Carbocátions
Deslocamento de hidreto
3-metil-1-buteno 2-cloro-3-metilbutano (50%) 2-cloro-2-metilbutano (50%)
C
C
C
CH3
H
CH3
H
H
H
+ H-Cl C
C
CH
CH3
H
CH3
H
H
H Cl
+ C
C
CH
CH3
CH3
Cl
H
H
H H
carbocátion 2ário
carbocátion 3ário
deslocamento
de hidreto
C
C
C
CH3
H
CH3
H
H
H
+ H−Cl C
C
CH
CH3
H
CH3
H
H
H
C
C
CH
CH3
CH3
H
H
H H
+
+
Cl−
Cl−
C
C
CH
CH3
H
CH3
H
H
H Cl
C
C
CH
CH3
CH3
Cl
H
H
H H
109. Deslocamento de um grupo alquila
carbocátion 2ário
carbocátion 3ário
3,3-dimetil-1-buteno
2-cloro-3,3-dimetilbutano 2-cloro-2,3-dimetilbutano
Rearranjo de
Carbocátions
C
C
C
CH3
CH3
CH3
H
H
H
+ H−Cl C
C
CH
CH3
CH3
CH3
H
H
H
C
C
CH
CH3
CH3
H
H
CH3
H
+
+
Cl−
Cl−
C
C
CH
CH3
CH3
CH3
H
H
H Cl
C
C
CH
CH3
CH3
Cl
H
H
CH3 H
110. 2) Hidratação Eletrofílica de Alcenos
A adição de água à dupla ligação de um alceno, catalisada por
ácido, é um método de preparação de álcoois com baixa massa
molecular, que possui maior utilidade em processos industriais
de grande escala.
segue a regra de Markovnikov
pode sofrer rearranjos
C CH2
CH3
CH3
+ HOH C OH
CH3
CH3
CH3
H3O+
25 o
C
111. 3) Adição
Eletrofílica de
Halogênios a
Alcenos H H
CCl4
Br2 H Br
Br H
H H
Br Br
C C
H
HH
H
+ Cl2
C C
Cl Cl
H
HH
H
C C
CH3
HH
CH3
CCl4
Br2
C C
H
CH3
CH3
H
Br
Br
+ C C
CH3
H
H
CH3
Br
Br
R R S S
CCl4
Br2
C C
CH3
H
CH3
H
Br
Br
= C C
H
CH3
H
CH3
Br
Br
C C
CH3
HCH3
H
R RS S
112. Br − Br
δ+
δ−
C C
Br
+
+ Br−
C C
Br
Br
C C
C C
Br
+
+ Br−
íon bromônio
3) Adição Eletrofílica de Halogênios a Alcenos
Explicação: formação do íon bromônio.
113. 4) Hidrogenação Catalítica de Alcenos
Os alcenos reagem com hidrogênio molecular (H2) na
presença de um catalisador para formar os alcanos saturados
correspondentes.
Platina e paládio são os dois catalisadores mais comumente
usados;
Pd é normalmente usado na forma de um pó fino “suportado”
sobre um material inerte como o carvão, para aumentar a área
superficial (Pd / C);
Pt é geralmente usada como PtO2.
114. Catalisador Hidrogênio adsorvido na
superfície do catalisador
Complexo entre o
alceno e o catalisador
Produto alcano Catalisador
regenerado
Inserção de hidrogênios na
ligação dupla C=C
115. 5) Oxidação de Alcenos
Permanganato de potássio ou tetróxido de ósmio, por exemplo,
podem ser utilizados para oxidar os alcenos a 1,2-dióis que são
chamados de glicóis.
Hidroxilação syn
Compostos cis
CH2 CH2 + KMnO4
frio
OH−
, H2O
CH2 CH2
OH OH
CH CH2CH3 + KMnO4
1) OsO4, Piridina
CH CH2
OH OH
CH3
2) Na2SO3, H2O
H H
+ KMnO4
frio
OH−
, H2O
H H
OH OH
116. Polímeros são substâncias constituídas de várias
subunidades que se repetem. As subunidades moleculares
utilizadas para sintetizar os polímeros são chamadas de
monômeros, e as reações através das quais os monômeros são
unidos são chamadas de polimerizações. Muitas polimerizações
são iniciadas por radicais.
6) Polimerização dos Alcenos
6.1) via Radical Polímeros de Crescimento da Cadeia
m CH2
= CH2
-CH2
CH2
-(CH2
CH2
)n
-CH2
CH2
-
Polimerização
Etileno
(monômero)
Polietileno
(polímero)
unidades
monoméricas
117. Polimerização do Etileno via Radical
1. Iniciação da Cadeia
peróxido
de diacila
C
O
OR C
O
O R C
O
O2 R 2 CO2 + 2 R
R + CH2=CH2 R CH2−CH2
2. Propagação da Cadeia
R CH2−CH2 + n CH2=CH2 R−(CH2CH2)n−CH2CH2
3. Finalização da Cadeia
2 R−(CH2
CH2
)n−CH2
CH2
[R−(CH2
CH2
)n−CH2
CH2−]2
combinação
desproporcionamento
R−(CH2
CH2
)n−CH=CH2
+
R−(CH2
CH2
)n−CH2−CH3
118. Outros polímeros de crescimento de cadeia comum
Monômero Polímero Nomes
Polipropileno
Policloreto de vinila (PVC)
Poliacrilonitrila (Orlon)
Politetrafluoreteno (Teflon)
CH2
=CHCH3 −(CH2−CH)n−
CH3
CH2
=CHCl −(CH2−CH)n−
Cl
CH2
=CHCN −(CH2−CH)n−
CN
CF2
=CF2 −(CF2−CF2
)n−
119.
120.
121.
122. 6.2) Polimerização Catiônica de Alcenos
CH2 C
CH3
CH3 H
+
CH3 C
+
CH3
CH3
CH2 C
CH3
CH3
CH3 C
CH3
CH3
C C
+
CH3
CH3
H
H
CH3 C
CH3
CH3
C C
+
CH2
CH3
H
H
H
etc.
B-
a
CH3 C
CH3
CH3
CH2 C
CH2
CH3
b
+ CH3 C
CH3
CH3
C
CH3
CH3
CH
desprotonação a desprotonação b
CH2 C
CH3
CH3
CH2 C
CH2
CH3
H
n -1
Poliisobutileno (PIB):
empregado na fabricação de
câmaras de ar
123. 6.3) Polimerização Aniônica de Alcenos
CH2 C
C
COCH3
N
O
OH
-
HOH2C C
-
C
COCH3
N
O
HOH2C C
C
COCH3
N
O
-
HOH2C C
C
COCH3
N
-
O
CH2 C
C
COCH3
N
O
HOH2C C
CN
C
O OCH3
CH2 C
-
CN
COCH3
O
etc.
2-ciano-propenoato
de metila
α-ciano-acrilato, Supercola.
124. 7) Alcinos
Adição de Bromo e Cloro aos Alcinos
C C
Br2
CCl4
C C
Br Br
BrBr
C C
Br
Br Br2
CCl4
Adição de Haletos de Hidrogênio aos Alcinos
C C
HX
C C
H X
XH
C C
H
X HX
C CHH9C4
HBr
H9C4 C
Br
Br
CH3C CH2H9C4
Br
HBr
1-hexino 2-bromo-1-hexeno 2,2-dibromoexano
125. 8) Preparação de alcenos via
Reações de Eliminação
Desidrohalogenação de Haletos de Alquila
C C
H
H
H
H
X
H
- HX
base
C C
H
H
H
H
Desidratação de Álcoois
C C
H
H
H
H
OH
H
H+, calor
- HOH
C C
H
H
H
H
Desbromação de vic-Dibrometos
C C
H
H
H
H
Br
Br
Zn, CH3
CO2
H
- ZnBr2
C C
H
H
H
H
129. Formação de Haloidrina
Se a reação do alceno com halogênio (X2)
for realizada na presença de um outro
nucleófilo, o íon halônio pode ser
interceptado por este outro nucleófilo
para gerar outro produto.
Quando um alceno reage com Br2 em
água, por exemplo, a água compete
como nucleófilo com o íon brometo e
reage com o íon bromônio para formar a
bromoidrina.
130. Duas explicações: - energia da ligação: ligação entre carbonos sp3
-sp2
é
ligeiramente mais forte que entre sp3
-sp3
;
- efeito hiperconjugação: interação entre orbital vazio da
ligação π de C=C e um orbital ocupado da ligação C-H do
substituinte.
Estabilidade relativa de alcenos
Notas do Editor
Reações de compostos orgânicos sempre envolvem a formação e quebra de ligações covalentes. Uma ligação covalente pode quebrar de dois modos fundamentalmente diferentes. A ligação pode quebrar de modo que um fragmento retira ambos os elétrons da ligação, deixando o outro fragmento com um orbital vazio. Esse tipo de quebra, chamada heterólise, produz fragmentos com cargas ou íons.
A outra possibilidade é que a ligação quebre de modo que cada fragmento retire um dos elétrons da ligação. Esse processo, chamado homólise, produz fragmentos com elétrons desemparelhados chamados radicais.
A heterólise requer que a ligação esteja polarizada. Quanto maior a diferença na eletronegatividade dos átomos, maior a polarização. Mesmo com uma ligação altamente polarizada, heterólise raramente ocorre sem ajuda. A razão: a heterólise necessita de separação de íons de cargas opostas. Uma vez que íons com cargas opostas atraem uns aos outros, sua separação necessita de energia considerável. Freqüentemente, a heterólise é ajudada por uma molécula com um par não-compartilhado de elétrons que pode formar uma ligação com um dos átomos. A formação da ligação nova fornece parte da energia necessária para a heterólise.
Na estratosfera, em altitudes de cerca de 25 km, a luz UV com energia muito elevada (comprimentos de onda muito curtos) converte o oxigênio diatômico (O2) em ozônio (O3). O ozônio produzido na etapa 2 também pode interagir com a luz UV de energia elevada, gerando O2. O átomo de oxigênio formado na etapa 3 pode provocar uma repetição da etapa 2, e assim por diante. O resultado líquido dessas etapas é converter a luz UV, altamente energética, em calor.
Etapa 1: Sob a influência do calor ou da luz, uma molécula de cloro se dissocia: cada átomo leva uma dos elétrons ligantes. Esta etapa produz dois átomos de cloro altamente reativos.
Etapa 2: Um átomo de cloro extrai um átomo de hidrogênio da molécula do metano. Esta etapa produz uma molécula de cloreto de hidrogênio e um radical metila.
Etapa 3: Um radical metila extrai um átomo de cloro de uma molécula de cloro. Esta etapa produz um molécula de cloreto de hidrogênio e um átomo de cloro. O átomo de cloro pode provocar agora uma repetição da etapa 2.
Como os polímeros tais como o polietileno são feitos pelas reações de adição, são muitas vezes chamados de polímeros de crescimento da cadeia ou polímeros de adição.
O peróxido de diacila se dissocia para produzir radicais que, por sua vez, iniciam as cadeias.
As cadeias se propagam pela adição sucessiva de unidades de etileno, até que seu crescimento cessa, por combinação ou por desproporcionamento.
O radical na extremidade da cadeia do polímero em crescimento também pode extrair um átomo de hidrogênio dele mesmo. Isso leva à ramificação.