BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus, Estrutura Celular de Célula...
enfermagem em clinica médica
1.
2. 2
ENFERMAGEM EM CLÍNICA MÉDICA............................................................................................. 8
1. SISTEMA CARDIOVASCULAR.................................................................................................. 8
1.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA ................................................................................................ 8
I.C.C. – INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA....................................................................... 9
1- O QUE É:............................................................................................................................ 9
2 – QUAIS SÃO AS CAUSAS:..................................................................................................... 10
3 – QUANDO SUSPEITAR:........................................................................................................ 10
4 – COMO CONFIRMAR:.......................................................................................................... 11
5 – FORMAS DE TRATAMENTO: .............................................................................................. 11
6 – ASSISTÊNCIAS DE ENFERMAGEM:..................................................................................... 12
7 – TERMOS TÉCNICOS RELACIONADOS: ................................................................................ 12
H.A.S. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA................................................................................. 13
1 – O QUE É: ............................................................................................................................ 13
2 – QUAIS SÃO SUAS CAUSAS: ................................................................................................ 13
3 – QUANDO SUSPEITAR:........................................................................................................ 14
4 – COMO CONFIRMAR:.......................................................................................................... 14
CLASSIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL EM ADULTOS E A RECOMENDAÇÃO DE SEGUIMENTO15
O QUE SIGNIFICAM OS NÚMEROS DE UMA MEDIDA DE PRESSÃO ARTERIAL:........................... 16
VALORES MÉDIOS DE PRESSÃO ARTERIAL .................................................................................. 17
5-TRATAMENTO ...................................................................................................................... 17
6- URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS HIPERTENSIVAS.................................................................... 17
7-CUIDADOS DE ENFERMAGEM.............................................................................................. 18
8- TERMOS TÉCNICOS RELACIONADOS:.................................................................................. 18
ANGINA ....................................................................................................................................... 18
1-OQUE É?............................................................................................................................... 18
2-OQUE CAUSA?...................................................................................................................... 19
3-QUANDO SUSPEITAR?.......................................................................................................... 19
4-TIPOS DE ANGINA: ............................................................................................................... 19
5-COMO CONFIRMAR?............................................................................................................ 20
6-TRATAMENTO ...................................................................................................................... 20
7-ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM........................................................................................... 21
8- TERMOS TÉCNICOS: ............................................................................................................ 21
IAM – INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO.................................................................................... 22
1 – O QUE É? ........................................................................................................................... 22
2 – O QUE CAUSA? .................................................................................................................. 22
3 – QUANDO SUSPEITAR? ....................................................................................................... 23
4 - COMO CONFIRMAR?.......................................................................................................... 24
5 – TRATAMENTO:................................................................................................................... 24
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:........................................................................................... 25
7 – TERMOS TÉCNICOS................................................................................................................ 26
PCR – PARADA CARDIO RESPIRATÓRIA....................................................................................... 26
1 – O QUE É ............................................................................................................................. 26
2 – O QUE CAUSA? .................................................................................................................. 27
3 – MODALIDADES .................................................................................................................. 27
4 – QUANDO SUSPEITAR......................................................................................................... 29
5 – COMO CONFIRMAR........................................................................................................... 29
6 – TRATAMENTO.................................................................................................................... 29
IMPORTANTE LEMBRAR.............................................................................................................. 30
7 – ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM........................................................................................ 30
8 – TERMOS TÉCNICOS:........................................................................................................... 30
CAPITULO II ................................................................................................................................. 31
3. 3
SISTEMA RESPIRATÓRIO.............................................................................................................. 31
ANATOMIA E FISIOLOGIA........................................................................................................ 31
PNM – PNEUMONIA.................................................................................................................... 34
1 – O QUE É? ........................................................................................................................... 34
2 – O QUE CAUSA? .................................................................................................................. 34
3 – QUANDO SUSPEITAR? ....................................................................................................... 35
4 – COMO CONFIRMAR?......................................................................................................... 36
5 – TRATAMENTO:................................................................................................................... 36
6 – CLASSIFICAÇÃO DA PNEUMONIA:..................................................................................... 37
7 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:....................................................................................... 38
8 – TERMOS TÉCNICOS:........................................................................................................... 38
DPOC – DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA................................................................ 39
1 – O QUE É ............................................................................................................................. 39
2- O QUE CAUSA...................................................................................................................... 40
3 – QUANDO SUSPEITAR......................................................................................................... 41
Bronquite crônica:............................................................................................................... 41
Enfisema.............................................................................................................................. 42
4 – COMO CONFIRMAR........................................................................................................... 42
5 – TRATAMENTO:................................................................................................................... 43
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:....................................................................................... 45
7 – TERMOS TÉCNICOS:........................................................................................................... 46
ASMA........................................................................................................................................... 46
1 – O QUE É ............................................................................................................................. 46
2 – O QUE CAUSA.................................................................................................................... 48
Asma e exercício...................................................................................................................... 49
– CLASSIFICAÇÕES QUANTO A INTESIDADE............................................................................ 50
4 – QUANDO SUSPEITAR? ....................................................................................................... 51
5 – COMO CONFIRMAR........................................................................................................... 53
6 – TRATAMENTO:................................................................................................................... 53
USO DE MEDICAMENTOS............................................................................................................ 54
MANEJO DA ASMA...................................................................................................................... 55
Medindo o Pico do Fluxo Expiratório...................................................................................... 55
7 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:....................................................................................... 57
8 – TERMOS TÉCNICOS:........................................................................................................... 57
SINUSITE...................................................................................................................................... 57
2 – O QUE CAUSA.................................................................................................................... 58
3 – QUANDO SUSPEITAR......................................................................................................... 58
4 – COMO CONFIRMAR........................................................................................................... 59
5 – TRATAMENTO:................................................................................................................... 59
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:....................................................................................... 59
7 – TERMOS TÉCNICOS:........................................................................................................... 60
RINITE:......................................................................................................................................... 60
1 – O QUE É ............................................................................................................................. 60
2 – O QUE CAUSA.................................................................................................................... 60
3 – QUANDO SUSPEITAR......................................................................................................... 60
4 – QUANDO CONFIRMAR....................................................................................................... 61
5 – TRATAMENTO:................................................................................................................... 61
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:....................................................................................... 61
7 – TERMOS TÉCNICOS:........................................................................................................... 62
GRIPE A – H1N1........................................................................................................................... 62
1 – O QUE É? ........................................................................................................................... 62
4. 4
2 – O QUE CAUSA? .................................................................................................................. 62
3 – QUANDO SUSPEITAR? ....................................................................................................... 63
4 – COMO CONFIRMAR?......................................................................................................... 63
5 – TRATAMENTO:................................................................................................................... 64
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:....................................................................................... 64
7 – TERMOS TÉCNICOS:........................................................................................................... 65
SISTEMA DIGESTÓRIO ................................................................................................................. 65
ANATOMIA E FISIOLOGIA:....................................................................................................... 65
GASTRITE..................................................................................................................................... 66
1 – O QUE É? ........................................................................................................................... 66
2 – O QUE CAUSA? .................................................................................................................. 66
3 – QUANDO SUSPEITAR? ....................................................................................................... 67
4 – COMO CONFIRMAR?......................................................................................................... 68
5 – TRATAMENTO:................................................................................................................... 68
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:....................................................................................... 69
7 – TERMOS TÉCNICOS:........................................................................................................... 69
ÚLCERA PÉPTICA.......................................................................................................................... 70
1 – O QUE É? ........................................................................................................................... 70
2 – O QUE CAUSA? .................................................................................................................. 70
3 – COMO SUSPEITAR?............................................................................................................ 71
4 – COMO CONFIRMAR?......................................................................................................... 72
5 – TRATAMENTO:................................................................................................................... 72
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:....................................................................................... 73
CIRROSE HEPÁTICA...................................................................................................................... 73
1 – O QUE É? ........................................................................................................................... 73
2 – O QUE CAUSA? .................................................................................................................. 74
3 – QUANDO SUSPEITAR? ....................................................................................................... 74
4 – COMO CONFIRMAR?......................................................................................................... 76
5 – TRATAMENTO:................................................................................................................... 77
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:....................................................................................... 77
7 – TERMOS TÉCNICOS:........................................................................................................... 78
SISTEMA RENAL........................................................................................................................... 78
ANATOMIA E FISIOLOGIA........................................................................................................ 78
O Rim e a Excreção.............................................................................................................. 78
Ureteres............................................................................................................................... 81
Bexiga .................................................................................................................................. 81
Uretra .................................................................................................................................. 82
A formação da urina............................................................................................................ 82
I.T.U. INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO........................................................................................ 83
1 – O QUE É? ........................................................................................................................... 83
2 – O QUE CAUSA? .................................................................................................................. 83
3 – QUANDO SUSPEITAR? ....................................................................................................... 84
4 – COMO CONFIRMAR?......................................................................................................... 85
5 – TRATAMENTO:................................................................................................................... 85
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:....................................................................................... 86
7 – TERMOS TÉCNICOS:........................................................................................................... 86
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA – IRA........................................................................................... 87
1 – O QUE É? ........................................................................................................................... 87
2 – O QUE CAUSA? .................................................................................................................. 87
3 – QUANDO SUSPEITAR? ....................................................................................................... 88
4 – COMO CONFIRMAR?......................................................................................................... 88
5. 5
5 – TRATAMENTO:................................................................................................................... 89
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:....................................................................................... 89
7 – TERMOS TÉCNICOS:........................................................................................................... 89
INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA – IRC ........................................................................................ 90
1 – O QUE É? ........................................................................................................................... 90
2 – O QUE CAUSA? .................................................................................................................. 90
- QUANDO SUSPEITAR?........................................................................................................... 91
3 – COMO CONFIRMAR?......................................................................................................... 91
4 – TRATAMENTO:................................................................................................................... 92
DIÁLISE ........................................................................................................................................ 94
RAZÕES PARA A DIÁLISE.............................................................................................................. 94
PROBLEMAS ................................................................................................................................ 95
DIÁLISE PERITONEAL ................................................................................................................... 99
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:..................................................................................... 103
7 – TERMOS TÉCNICOS:......................................................................................................... 103
SISTEMA ENDÓCRINO ............................................................................................................... 103
ANATOMIA E FISIOLOGIA...................................................................................................... 103
PÂNCREAS ................................................................................................................................. 105
DIABETES MELITUS.................................................................................................................... 105
1 – O QUE É? ......................................................................................................................... 105
2 – O QUE CAUSA? ................................................................................................................ 106
3 – QUANDO SUSPEITAR? ..................................................................................................... 107
4 – COMO CONFIRMAR?....................................................................................................... 108
5 – TRATAMENTO:................................................................................................................. 109
6 – ASSITÊNCIA DE ENFERMAGEM:....................................................................................... 110
7 – TERMOS TÉCNICOS:......................................................................................................... 110
SISTEMA NEURÓLOGICO OU NERVOSO.................................................................................... 111
1.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA:............................................................................................... 111
DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO............................................................................................... 115
MEDULA ................................................................................................................................ 115
IMPORTÂNCIA:.......................................................................................................................... 116
Nervos Cranianos: (12 pares)................................................................................................ 116
O CEREBELO............................................................................................................................... 117
O TRONCO ENCEFÁLICO............................................................................................................ 117
BULBO ....................................................................................................................................... 118
“A PONTE OU PROTUBERÂNCIA................................................................................................ 119
CEFALÉIA.................................................................................................................................... 120
1 - O QUE É ENXAQUECA (DOR DE CABEÇA)?....................................................................... 120
2 – O QUE CAUSA? ................................................................................................................ 120
ALIMENTOS E ENXAQUECA (DOR DE CABEÇA) ......................................................................... 121
AVALIAÇÃO DA ENXAQUECA (DOR DE CABEÇA)....................................................................... 121
3 - TRATAMENTOS :............................................................................................................... 122
1)Para enxaqueca, dor de cabeça com causa na COLUNA ou HEMODINÂMICA:............. 122
2) Para enxaqueca, dor de cabeça de causa bioquímica e alimentar (como citado acima é
de causa idiopática):.......................................................................................................... 122
DICAS SOBRE ENXAQUECA E DOR DE CABEÇA (CEFALÉIA) ....................................................... 123
1) A pimenta vermelha (Capsicum annum) para enxaqueca (dor de cabeça):..................... 123
2) Hortelã (Mentha piperita) na enxaqueca (dor de cabeça): .............................................. 124
3) Gengibre (Zingiber officinale) para enxaqueca (dor de cabeça):...................................... 124
Algumas das causas da cefaléia: ........................................................................................... 124
CONVULSÕES............................................................................................................................. 125
6. 6
1 – O QUE É? ......................................................................................................................... 125
2 – O QUE CAUSA? ................................................................................................................ 126
3 – QUANDO SUSPEITAR? ..................................................................................................... 127
Os Sintomas das Crises Convulsivas Variam de Acordo Com a Localização...................... 127
Espasmos Infantis e Convulsões Febris................................................................................. 128
Epilepsia ................................................................................................................................ 128
Sintomas................................................................................................................................ 129
Diagnóstico............................................................................................................................ 131
Tratamento............................................................................................................................ 132
Medicamentos Utilizados no Tratamento das Crises Convulsivas........................................ 133
Atividade Cerebral Durante Uma Crise Convulsiva............................................................... 135
AVE, Acidente vascular encefálico ........................................................................................ 136
O que é AVE?......................................................................................................................... 136
AVC hemorrágico .................................................................................................................. 139
Ataque isquêmico transitório................................................................................................ 141
-Tratamento .......................................................................................................................... 142
TCE- TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO......................................................................................... 142
Manifestações Clínicas.......................................................................................................... 142
Diagnóstico............................................................................................................................ 143
Tratamento............................................................................................................................ 143
Intervenções de Enfermagem............................................................................................... 143
8. 8
ENFERMAGEM EM CLÍNICA MÉDICA
1. SISTEMA CARDIOVASCULAR
1.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA
Sua principal função é o fornecimento constante de oxigênio e nutrientes e é
composto por coração, veias e artérias.
Coração – proporciona impulso ao fluxo sanguíneo
Artérias – vasos sanguíneos de alta pressão que conduzem o sangue do coração
para os tecidos são tubos cilindróides, elásticos, não possuem válvulas, conduzem o
sangue oxigenado. Geralmente são profundas e possuem pequeno, médio e grande
calibre.
Veias – vasos sanguíneos que conduzem sangue dos tecidos para o coração. São
tubos cilindróides, menos elásticos do que as artérias e transportam sangue rico em CO2.
Algumas das funções do sangue: transporte de oxigênio e gás carbônico,
distribuição de nutrientes absorvidos, manutenção da temperatura corpórea dentro dos
limites.
9. 9
Circulação sanguínea - Em seu percurso pelo organismo, o sangue é impulsionado
pelo coração, através das artérias, a todas as células do corpo, oxigenando os tecidos e
recolhendo o gás carbônico. E é através das veias que este sangue, rico em gás carbônico
e detritos, retorna ao coração, de onde é bombeado aos pulmões, que será novamente
oxigenado pela respiração.
Esquema da circulação sangüínea: 1-Coração; 2-Circulação cerebral; 3-Circulação
pulmonar; 4-Circulação hepática; 5-Circulação gástrica; 6-Baço; 7-Circulação renal; 8-
Circulação intestinal; 9-Circulação nos membros inferiores
I.C.C. – INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA
1- O QUE É:
É a incapacidade cardíaca de bombear sangue suficiente para suprir as
necessidades de oxigênio e nutrientes dos tecidos e órgãos ou de fazê-lo utilizando
pressões ou volumes anormalmente aumentados.
A doença pode se instalar de forma aguda e súbita e o problema é que boa partes
das pessoas com essa patologia não reconhecem que estão doentes e não procura o
médico, portanto é necessário o diagnóstico precoce, para evitar a progressão da doença
para estágios mais graves
10. 10
A incidência da insuficiência cardíaca na população aumenta muito com a idade de
1 para 1000 pacientes/ano antes dos 45 anos e 30 para 1000 depois dos 85 anos.
2 – QUAIS SÃO AS CAUSAS:
IAM
Isquemia intermitente ou persistente
Choque
Hipertensão arterial crônica
Valvulopatia obstrutiva
Valvulopatia regurgitante
Distúrbio genético
Agentes tóxicos ou medicamentosos
Idiopatia
Taquicardia crônica
Gestação
Doença de chagas
3 – QUANDO SUSPEITAR:
O diagnóstico clínico geralmente é fácil, quando estão presentes os sinais e
sintomas clássicos como dispnéia, taquicardia, intolerância a esforços, batimento de
jugular, ingurgitamentos venosos, edema pulmonar e periférico e terceira bulha. Mas em
alguns casos os sinais não são tão evidentes.
A apresentação mais freqüente é a dispnéia e intolerância progressiva aos esforços
que antes eram bem tolerados. A dispnéia que é a alteração mais importante é devida
principalmente pela congestão e edema pulmonar. É freqüentemente precipitada por
exercícios. Do ponto de vista prático consideram-se grandes esforços, subir morro, subir
escadas, correr ou andar muito rápido, praticar esportes, carregar peso e trabalho com
atividade física. São considerados médios esforços atividades usuais domésticas, fazer
faxina, lavar roupas, cuidar de crianças, etc. e os mínimos esforços são cuidados pessoais
básicos como tomar banho, trocar roupa, ir ao banheiro, alimentar-se, etc.
11. 11
Além de desconforto respiratório, esforço aumentado para respirar, tiragens,
sensação incomoda, desagradável e angustiante falta de ar, uso da musculatura acessória,
taquipnéia, ortopnéia, a congestão pulmonar pode ser manifestada por alterações no
sono, tosse noturna, apnéia durante o sono.
O edema freqüentemente tem um componente gravitacional, ou seja, será nos
membros inferiores quando o paciente deambula e sacral quando o paciente é acamado.
Um quadro de anasarca é comum em casos mais graves com também extremidades frias e
cianóticas.
A queixa de fadiga e irritabilidade é freqüente, podendo haver alteração da
memória e da atenção. O paciente agudamente descompensado geralmente está
inquieto, dispnéico, pálido e sudorético.
4 – COMO CONFIRMAR:
O diagnóstico e a classificação da gravidade da doença são basicamente
clínicos. A base do diagnóstico depende da presença de uma causa ou um fator
agravante.
Ecocardiografia: é o exame isolado mais útil, pois permite determinar o local da
lesão.
Raios-X de tórax: a cardiomegalia (coração maior que 0,50) ocorre em quase
todos os casos e é um forte indicador da doença.
Hemograma: algumas doenças que causam a insuficiência produzem
alterações no hemograma.
Eletrocardiograma: não apresenta alterações típicas da doença, mas identifica
arritmias.
Teste de esforço: não é indicado, mas em alguns casos pode ser feito em
esteiras ou bicicletas ergométricas.
Exames de acompanhamento e de controle: exames que periódicos fazem
com que evitem maiores complicações.
5 – FORMAS DE TRATAMENTO:
Algumas medidas profiláticas são universais, tais como:
12. 12
Promover controle rigoroso das doenças associadas, sobre tudo hipertensão
Discutir com pacientes obesos sobre o peso ideal e sobrepesos também.
Parar de fumar
Tentar definir a causa básica e afastar o agente causador
Tratamento farmacológico (beta bloqueador, diurético, digitálico)
Repouso nas fases agudas
Restrição de sódio
Restrição hídrica
Oxigenoterapia quando necessário
UTI para casos mais graves
6 – ASSISTÊNCIAS DE ENFERMAGEM:
Orientar a manter repouso físico e emocional
Posição semi-fowler par evitar a congestão
Avaliar constantemente sinais vitais, sinais de inconsciência e ausculta cardíaca
Observar aspecto da pele (fria/palidez)
Administrar terapêutica prescrita e avaliar eficácia da mesma
Observar sinais de dispnéia, insuficiência respiratória
Administrar O2 conforme prescrição
Monitorizar função respiratória ( FR, profundidade, facilidade)
Mudanças de decúbito
Proporcionar refeições fracionadas e em poucas quantidades
Controle hídrico
7 – TERMOS TÉCNICOS RELACIONADOS:
IAM
Taquicardia
Dispnéia
Edema
Tiragens
13. 13
Taquipnéia
Ortopnéia
Apnéia
Deambular
Cianose
Isquemia
H.A.S. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
1 – O QUE É:
A hipertensão arterial é uma doença definida pela persistência de níveis de pressão
arterial acima de 135 mmHg de pressão sistólica e 85 mmHg de pressão diastólica. A
hipertensão eleva em quatro vezes o risco de acidente vascular encefálico e de seis vezes a
insuficiência cardíaca.
É quase sempre assintomática, mas se deixar evoluir naturalmente, a doença
desencadeia alterações em órgãos vitais, sobretudo o coração, cérebro, rins, olhos e vasos.
2 – QUAIS SÃO SUAS CAUSAS:
Alimentação (sal/gorduras)
Obesidade / sobrepeso
Tabagismo
Alcoolismo, drogas
Idade avançada
Raça negra
Pobreza
IAM
ICC
AVE
Diabetes
14. 14
3 – QUANDO SUSPEITAR:
Geralmente silenciosa, a maioria dos casos é identificado por medida de rotina, o
que reforça a importância de avaliar a pressão arterial em todas as pessoas. Os sintomas
normalmente associados com a hipertensão como cefaléia, hepistaxe, zumbidos,
alterações visuais e palpitações.
A presença das características que predispõe ou aumentam o risco de hipertensão
(idade acima de 55 anos, histórico familiar, obesidade, sintura acima de 98 nos homens e
85 nas mulheres, etnia negra, indivíduos sedentários e estressados) reforçam ainda mais a
necessidade de controles e medidas para detectar a doença precocemente.
4 – COMO CONFIRMAR:
O diagnóstico da hipertensão arterial é basicamente estabelecido pelo encontro dos
níveis tensionais permanentemente elevados acima dos limites de normalidade, quando a
pressão arterial é determinada por métodos e condições apropriadas. Portanto, a medida
da pressão arterial é o elemento chave para o estabelecimento do diagnóstico da
hipertensão arterial.
Há três formas de aferir a pressão arterial:
Medida indireta da pressão arterial
A medida da pressão arterial, pela sua importância, deve ser estimulada e realizada,
em toda a avaliação de saúde, por médicos de todas as especialidades e demais
profissionais da área da saúde.
O esfigmomanômetro é o aparelho ideal para essas medidas, entretanto ele deve
ser periodicamente testado e calibrado. O paciente deve ficar sentado, em ambiente calmo
com temperatura agradável e não deve estar com a bexiga cheia, nem ter praticado
exercícios, nem ter ingerido bebidas alcoólicas ou café, ou ter fumado até 30 minutos
antes das medidas. O paciente não deve falar durante o procedimento. Após o registro das
medidas, o paciente deve ser informado sobre os valores de pressão arterial e a possível
necessidade de acompanhamento.
Em cada consulta, deverão ser realizadas no mínimo duas medidas, com intervalos
de 1 a 2 minutos. As medições na primeira avaliação devem ser obtidas em ambos os
15. 15
membros superiores. As posições recomendadas na rotina para a medida de pressão
arterial são sentadas e/ou deitada. De acordo com a situação clínica, recomenda-se que as
medidas devam ser repetidas em pelo menos duas ou mais visitas. Nos indivíduos idosos, a
pressão arterial também deve ser medida em pé (posição ortostática).
Medida ambulatorial da pressão arterial (MAPA)
O MAPA é um método automático de medida indireta da pressão arterial durante
24 horas, enquanto o paciente realiza suas atividades rotineiras, inclusive durante o sono.
É importante ressaltar que ainda não existe evidência de que esse método deva ser
empregado na avaliação rotineira do paciente hipertenso, não substituindo, portanto, a
avaliação clínica do paciente e a medida da pressão arterial de consultório.
Medida domiciliar e auto medida da pressão arterial.
Os aparelhos eletrônicos devidamente validados e calibrados são os mais indicados
para a medida da pressão arterial domiciliar. Os aparelhos de medida de pressão arterial
no dedo não são recomendados.
Esses procedimentos são úteis para:
Identificar a hipertensão do avental branco ( de consultório isolada);
Avaliar a eficácia da terapêutica anti-hipertensiva;
Reduzir custos.
Apesar de ainda não existir consenso quanto aos valores de normalidade para a
medida da pressão arterial domiciliar, considera-se valores normais até 135/85mmHg.
CLASSIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL EM ADULTOS E A RECOMENDAÇÃO DE
SEGUIMENTO
PRESSÃO
SISTÓLICA
PRESSÃO
DIASTÓLICA
CLASSIFICAÇÃO SEGUIMENTO
< 130 < 85 Normal Reavaliar em 01 ano
130 a 139 85 a 89 Normal - limítrofe Reavaliar em 06 meses
16. 16
140 a 159 90 a 99 Hipertensão leve
Confirmar em 02
meses
160 a 179 100 a 109
Hipertensão
moderada
Confirmar em 01 mês
> ou = 180 > ou = 110
Hipertensão
grave
Imediato
> ou = 140 > 90
Hipertensão
sistólica
Confirmar em 02
meses
O QUE SIGNIFICAM OS NÚMEROS DE UMA MEDIDA DE PRESSÃO ARTERIAL:
Significam uma medida de pressão calibrada em milímetros de mercúrio (mmHg). O
primeiro número, ou o de maior valor, é chamado de sistólico, e corresponde à pressão da
artéria no momento em que o sangue foi bombeado pelo coração. O segundo número, ou
o de menor valor é chamado de diastólico, e corresponde à pressão na mesma artéria, no
momento em que o coração está relaxado após uma contração. Não existe uma
combinação precisa de medidas para se dizer qual é a pressão normal, mas em termos
gerais, diz-se que o valor de 120/80 mmHg é o valor considerado ideal. Contudo, medidas
até 140 mmHg para a pressão sistólica, e 90 mmHg para a diastólica, podem ser aceitas
como normais. O local mais comum de verificação da pressão arterial é no braço, usando
como ponto de ausculta a artéria braquial. O equipamento usado é o esfigmomanômetro
ou tensiômetro, vulgarmente chamado de manguito, e para auscultar os batimentos, usa-
se o estetoscópio. A técnica de verificação da pressão arterial não será fornecida aqui.
Aconselhamos que você não tome como base as medidas decorrentes de
verificações feitas por pessoas leigas. É melhor procurar sempre um serviço médico
credenciado no qual você confie.
17. 17
VALORES MÉDIOS DE PRESSÃO ARTERIAL
IDADE EM ANOS PRESSÃO ARTERIAL EM MMHG
4 85/60
6 95/62
10 100/65
12 108/67
16 118/75
Adulto 120/80
Idoso 140-160/90-100
5-TRATAMENTO
É um tratamento de convivência, isto é, diário e para sempre dependendo do grau.
●Dieta saudável
●Reduzir o sal = dieta hipossódica
●Parar de fumar
●Atividade física
●Parar de beber
●Farmacologia = tiazídicos, diuréticos de alça, ß-bloqueadores,bloqueadores de
canal de cálcio, inibidores da ECA.
6- URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS HIPERTENSIVAS
A diferença entre urgência e emergência está no objetivo terapêutico, pois na
emergência hipertensiva o objetivo é baixar os níveis pressóricos em 25% em alguns
minutos (Max 1 e 2 horas) enquanto na urgência a pressão pode ser reduzida lentamente,
ao longo de 8 a 12 horas.
18. 18
7-CUIDADOS DE ENFERMAGEM
●Explicar bem ao cliente a importância da mudança no hábito de vida
●Explicar a forma correta de usar os remédios
●Verificar a PA pelo menos 2 x dia ou sempre que observar sinais evidentes de alta
pressórica
●Incentivar o auto-cuidado ao cliente.
8- TERMOS TÉCNICOS RELACIONADOS:
●Hipertensão
●Hipotensão
●Normotenso
ANGINA
1-OQUE É?
Angina é dor ou desconforto no peito quando os músculos cardíacos não recebem
sangue suficiente. Angina pode ser sentida como uma pressão ou aperto no peito. A dor
também pode ocorrer nos ombros, braços, pescoço, mandíbula ou costas. Angina também
pode ser sentida como uma indigestão. Angina é um sintoma de doença na artéria
coronária, o tipo mais comum de doença cardíaca. A doença na artéria coronária acontece
quando as placas acumulam-se nas artérias coronárias. Esse acúmulo de placas é chamado
arteriosclerose. À medida que as placas se acumulam, as artérias coronárias ficam estreitas
e duras. O fluxo sanguíneo para o coração é diminuído, reduzindo o suprimento de
oxigênio para o músculo cardíaco. Nem toda dor ou desconforto é angina, porém sempre
deve sempre ser checada por um médico.
19. 19
As artérias coronárias são artérias situadas na superfície do coração para alimentar o
músculo cardíaco (miocárdio)
2-OQUE CAUSA?
Uso do tabaco, colesterol elevado, pressão alta, diabetes, obesidade, sedentarismo e
do stress.
À medida que a idade avança o risco vai sendo maior. Os homens são mais
atingidos por esta doença que as mulheres. Os fatores hereditários são também
importantes.
3-QUANDO SUSPEITAR?
Existência de dor precordial no centro do peito ou sub-esternal, irradiação para
ombro e braço esquerdo, pode aparecer dor no queixo, mandíbula e pescoço, dor no
epigástrio e/ou na região interescapular central, sentida como uma pressão, aperto,
angústia, com duração de trinta minutos geralmente. Pode estar relacionada com exercício
físico, ataque de raiva ou uma refeição pesada
4-TIPOS DE ANGINA:
* Angina estável. Esse é o tipo mais comum de angina. Ele ocorre quando o coração
está trabalhando mais forte do que o usual. Na angina estável há um padrão regular, o
qual depois de alguns episódios a pessoa pode reconhecer e prever quando ocorrerá. A
20. 20
dor da angina estável geralmente vai embora alguns minutos depois da pessoa repousar
ou tomar medicamento. Angina estável aumenta a probabilidade de ataque cardíaco
futuro.
* Angina instável. Essa é uma condição muito perigosa que requer tratamento de
emergência. É um sinal de que ataque cardíaco pode ocorrer logo. Diferente da angina
estável, a instável não segue um padrão. Ela pode ocorrer sem esforço físico e não é
aliviada com repouso ou medicamento.
* Angina variante (Prinzmetal). Esse é um tipo raro de angina que geralmente
ocorre quando a pessoa está repousando. A dor pode ser forte e geralmente ocorre entre
a meia-noite e cedo de manhã. Angina variante é aliviada com medicamentos.
5-COMO CONFIRMAR?
●Eletrocardiograma
●O melhor método para diagnosticar a doença coronária é a angiografia coronária.
Esta técnica envolve a utilização de um tubo (cateter) inserido no corpo por uma artéria e
através do qual é injectado um produto de contraste radiológico. Com uma câmara de raio
X é feito um filme onde fica registado o fluxo sanguíneo e a exacta localização e a
gravidade das obstruções nas artérias coronárias. Este procedimento é o cateterismo
cardíaco e efectua-se num Laboratório de Hemodinâmica.
●ECG de esforço
●Raio- x do tórax
●Exame clínico
6-TRATAMENTO
O tratamento da doença coronária divide-se em três tipos:
Médico - utilização de medicação. Todo o doente coronário é medicado, podendo
ser utilizados como único tratamento, mas também como complemento para as outras
técnicas seguidamente apresentadas. Uso de ß-bloqueadores, nitratos,ácido acetil salicílico.
Na hora da dor: nitroglicerina sublingual.
21. 21
- Angioplastia Coronária - intervenção - consiste na dilatação das estenoses
(pequenos apertos nas artérias que impedem a normal circulação sanguínea), e colocação
de uma malha metálica (stent) para manter a artéria aberta e restabelecer a normal
circulação.
- Cirurgia de Revascularização Coronária - método que visa utilizar artérias ou veias
da própria pessoa e com elas fazer uma ponte (bypass) que leva o sangue às zonas
situadas para além dos apertos do coração e assim restabelecer a normal circulação.
7-ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
●Informar e educar sobre natureza da doença
A primeira coisa que uma pessoa com angina deve fazer é realizar algumas
alterações de estilo de vida, como:
* Caso angina venha com esforço físico, diminuir o esforço ou fazer paradas de
descanso.
* Caso angina venha depois de refeição pesada, evitar refeições grandes que façam
sentir-se cheio.
* Caso angina apareça com o estresse, evitar situações estressantes ou
perturbadoras e aprender técnicas para administrar o estresse que não pode ser evitado.
* Caso seja fumante, parar de fumar.
* Praticar exercícios físicos sob orientação médica.
* Emagrecer caso esteja acima do peso.
8- TERMOS TÉCNICOS:
Dor epigástrica
Dor precordial
Dor subesternal
Sedentarismo
22. 22
IAM – INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
1 – O QUE É?
Um infarto do miocárdio, conhecido popularmente como ataque cardíaco, ocorre
quando as artérias que suprem de sangue a parede do coração – as artérias coronárias –
se entopem de repente, em geral por um pequeno trombo (coágulo sanguíneo). Estes
coágulos sanguíneos normalmente se formam dentro das artérias coronárias já estreitadas
pela arteriosclerose, um problema no qual placas de gordura ficam aderidas ao longo das
paredes internas dos vasos sanguíneos. A partir do momento em que a região suprida por
aquela artéria coronária deixa de receber sangue, as respectivas células (fibras musculares)
entram em sofrimento e começam a morrer. Esta situação interfere com a capacidade do
coração em bombear o sangue para os tecidos, em maior ou menor grau, de acordo com
o tamanho e localização do infarto; ou ainda, compromete áreas que controlam as batidas
do coração, causando arritmias (às vezes, fatais). Quase 25 por cento dos infartos levam à
morte súbita, com a perda da vítima em questão de segundos ou minutos, sem que dê
tempo de se obter socorro.
Artérias coronárias e seus ramos (em vermelho).
1. Artéria Coronária Direita
2. Artéria Coronária Esquerda
2 – O QUE CAUSA?
História familiar de doença coronariana,
Fumo,
23. 23
Obesidade,
Pressão alta (hipertensão),
Diabetes Mellitus,
Sedentarismo (Inatividade física),
Níveis elevados de colesterol total no sangue (hipercolesterolemia, às vezes de
caráter familiar),
Níveis baixos do HDL colesterol (colesterol “bom”).
Embora a maioria dos ataques do coração seja causado pela arteriosclerose, há
casos mais raros nos quais os ataques do coração resultam de outras doenças. Elas
incluem:
Problemas congênitos (de nascença) das artérias coronárias,
Excesso de coagulação do sangue (hipercoagulabilidade),
Doenças Clínicas como a Artrite Reumatóide ou o Lúpus Eritematoso
Sistêmico,
Abuso de drogas como a cocaína,
Espasmos das artérias coronárias,
Êmbolos – pequenos coágulos sanguíneos que se desprendem de outros
locais - e migram em direção a uma artéria coronária.
3 – QUANDO SUSPEITAR?
Dor no peito - É o sintoma mais comum de um infarto do coração. A dor é
descrita como pontada, aperto, peso, facada ou queimação.
Irradiação da dor (esparrama) para os braços (principalmente o esquerdo),
para o abdome, pescoço, queixo ou pescoço.
Sudorese fria,
Falta de ar,
Fraqueza ou perda do equilíbrio súbito,
Náuseas e vômitos,
Desmaios,
24. 24
Taquicardia e palpitações,
Confusão mental, Agitação.
4 - COMO CONFIRMAR?
O cardiologista irá colher uma história rápida com o paciente ou seus familiares,
incluindo o tempo de aparecimento da dor e os outros sintomas. O familiar pode ajudar
com informações sobre nomes e dosagens de medicamentos atualmente em uso e outras
doenças que o paciente tenha.
O médico irá suspeitar de um ataque do coração baseando-se nos sintomas, na
história clínica e nos fatores de risco para a doença coronariana. Para confirmar o
diagnóstico ele fará:
Eletrocardiograma (o ECG): mostra o ritmo e freqüência do coração, incluindo as
alterações típicas do infarto,
Exame físico detalhado, com atenção especial para seu coração e pressão sanguínea,
Exames de sangue com dosagem das enzimas cardíacas, que são liberadas no sangue
quando o músculo do coração é lesado (CPK, CKmb, DHL, TGO e Troponina),
Ecocardiograma: mostra as condições do músculo e das válvulas do coração.
5 – TRATAMENTO:
O tratamento de um ataque de coração é feito numa unidade coronariana (UTI
especializada em problemas do coração) e depende das condições do paciente - se o
paciente está bem ou se tem risco imediato de morte.
Primeiras medidas: Iniciados logo após a admissão na unidade coronariana.
Aspirina: Usada para ajudar a prevenir a formação de coágulos sanguíneos,
Oxigênio: Através de um cateter nasal ou máscara,
Medicamentos para a dor (Ex. derivados da morfina),
Beta-bloqueadores: Usados para reduzir a demanda de oxigênio pelo coração,
Nitratos (nitroglicerina): Usados para aumentar fluxo de sangue para o coração,
25. 25
Inibidores da ECA (enzima de conversão da angiotensina): Estes medicamentos
ajudam o coração a trabalhar de forma mais eficaz, principalmente abaixando a pressão
sanguínea. Incluem o Captopril, o Enalapril, o Ramipril, o Perindopril, o Fosinopril, e o
Lisinopril.
Inibidores dos receptores IIb/IIIa: São medicamentos que bloqueiam a ligadura entre
as plaquetas pelo fibrinogênio, reduzindo a coagulação. Estes remédios incluem o
Abciximab (ReoPro®) e o Tirofiban (Aggrastat®).
Cateterismo Cardíaco: Tão logo se estabeleça o diagnóstico de infarto do miocárdio,
o paciente é considerado candidato ao tratamento para reperfusão da coronária
acometida. A reperfusão é melhor feita mecanicamente. O paciente é encaminhado ao
setor de Hemodinâmica para fazer um cateterismo cardíaco. Um cateter é enfiado por um
vaso sanguíneo grande em direção ao coração. Um contraste é injetado para localizar o
bloqueio na artéria coronária. É aí que será feito o diagnóstico preciso da lesão e sua
localização.
Angioplastia Coronariana Percutânea: Depois de determinada a localização da
lesão, uma angioplastia será feita na tentativa de desbloquear a artéria coronária. Nela, um
cateter diferente, que tem um pequeno balão vazio na ponta, é enfiado através do
bloqueio, e então o balão é insuflado para esmagar o coágulo e a placa. A maioria dos
cateteres com balão também têm uma malha de arame, chamada “stent” na ponta. Depois
que o balão é insuflado, o stent permanece em seu lugar para manter a artéria aberta.
Trombólise: A reperfusão também pode ser feita com remédios que dissolvem o
coágulo, chamados agentes trombolíticos. Estes incluem o Ativador do Plasminogênio
Tecidual (tPA®) e a Estreptoquinase. Estes medicamentos são freqüentemente usados
quando não é possível fazer uma angioplastia imediata.
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:
Reduzir ansiedade do paciente e familiar
Explicar sobre a doença
Manter repouso absoluto do paciente no leito
Orientar o paciente a se auto avaliar
26. 26
Proporcionar higiene e conforto
Auxiliar nas alimentações diárias.
Monitorizar SSVV a cada 20 minutos e ir diminuindo conforme evolução do paciente
MONAB
7 – TERMOS TÉCNICOS
Taquicardia
Arteriosclerose
ECG
Sudorese
Êmbolos
PCR – PARADA CARDIO RESPIRATÓRIA
1 – O QUE É
A parada cardiorespiratória é a interrupção da circulação sanguínea, decorrente da
suspensão súbita e inesperada dos batimentos cardíacos. Depois de uma parada
cardiorrespiratória a pessoa perde a consciência em cerca de 10 a 15 segundos devido a
parada de circulação sanguínea cerebral.
Se uma pessoa permanecer de 4 a 6 minutos sem oxigênio, as células cerebrais
morrem rapidamente. A parada cardiorespiratória pode acontecer na presença de três
ritmos cardíacos diferentes: Fibrilação Ventricular (caracterizada por um ritmo cardíaco
rápido, irregular e ineficaz); Assistolia (ausência de ritmo cardíaco, interrupção da atividade
elétrica do músculo cardíaco); Atividade Elétrica sem pulso (presença de atividade elétrica
no músculo cardíaco, não há circulação sanguínea e os batimentos cardíacos são
ineficazes.
27. 27
2 – O QUE CAUSA?
Cardiopatias
H.A.S.
D.M.
Anóxia
Antecedentes familiares de morte súbita
Pneumotórax hipertensivo
Choque
Obstrução de vias aéreas
Broncoespasmos
Reações anafiláticas
Acidentes automobilísticos
Politraumas
3 – MODALIDADES
Assistolia - É a cessação de qualquer atividade elétrica ou mecânica dos ventrículos.
No eletrocardiograma (ECG) caracteriza-se pela ausência de qualquer atividade elétrica
ventricular observada em, pelo menos, duas derivações (fig. 1).
Fig. 1 - Assistolia ventricular; no início do traçado registrou-se um complexo QRS e
onda T, seguido de linha isoelétrica.
Fibrilação ventricular - É a contração incoordenada do miocárdio em conseqüência
da atividade caótica de diferentes grupos de fibras miocárdicas, resultando na ineficiência
total do coração em manter um rendimento de volume sangüíneo adequado. No ECG,
ocorre a ausência de complexos ventriculares individualizados que são substituídos por
ondas irregulares em ziguezague, com amplitude e duração variáveis (fig. 2).
28. 28
Fig. 2 - Fibrilação ventricular. A) ondas amplas e rápidas - fibrilação ventricular tipo
"grosseiro"; B) ondas pequenas e lentas - fibrilação tipo "fino".
Taquicardia ventricular sem pulso - É a sucessão rápida de batimentos ectópicos
ventriculares que podem levar à acentuada deterioração hemodinâmica, chegando
mesmo a ausência de pulso arterial palpável, quando, então, é considerada uma
modalidade de parada cardíaca, devendo ser tratada com o mesmo vigor da FV. O ECG
caracteriza-se pela repetição de complexos QRS alargados não precedidos de ondas P e, se
estas estiverem presentes, não guardam relação com os complexos ventriculares. Podem
ocorrer capturas isoladas de alguns complexos QRS. Em geral os ciclos ventriculares têm
sucessão a intervalos irregulares (fig. 3).
Fig. 3 - Taquicardia ventricular.
Atividade elétrica sem pulso - É caracterizada pela ausência de pulso detectável na
presença de algum tipo de atividade elétrica, com exclusão de taquicardia ou FV. A
atividade elétrica sem pulso incorpora a dissociação eletromecânica (DEM) e um grupo
heterogêneo de ritmos que inclui: pseudo DEM, ritmo idioventricular, ritmo de escape
ventricular, ritmo idioventricular pós desfibrilação e ritmos bradiassistólicos. Ao ECG,
caracteriza-se pela presença de complexos QRS largos e bizarros que não produzem
resposta de contração miocárdica eficiente e detectável (fig. 4).
29. 29
Fig. 4 - Dissociação eletromecânica ou ritmo agônico. Complexos QRS largos e
bizarros. Ritmo idioventricular, sem contração mecânica ventricular correspondente
4 – QUANDO SUSPEITAR
- Incapacidade ou ausência respiratória;
- midríase (dilatação das pupilas);
- perda de consciência;
- falta de pulso;
- cianose (as extremidades dos dedos e dos lábios tornam-se roxas);
- ausência de batimentos cardíacos.
5 – COMO CONFIRMAR
O diagnóstico da parada cardiorespiratória pode ser obtido através de ausência de
movimentos respiratórios, inconsciência, cor arroxeada dos lábios e unhas, dilatação das
pupilas, ausência de pulso e de respostas a estímulos dolorosos. Um eletro também pode
auxiliar no diagnóstico.
6 – TRATAMENTO
RCP
O atendimento Rápido é fundamental para o sucesso terapêutico.
A - B - C da VIDA
A- Abertura de Vias aéreas
B-B- Boa Respiração ( ver, ouvir e sentir)
C-C- circulação
Desfibrilador
30 massagens para 2 respirações
30. 30
Drogas mais utilizada em PCR
Adrenalina – Fundamental para o tratamento de PCR, independente do traçado do ECG. A
dose utilizada é de 1mg a cada 5 minutos.
Atropina- Medicamento parassimpático clássico, a dose é de 1mg a cada 5 minutos
Lidocaína(Xilocaína) sem vaso constritor usado em Arritmias Ventriculares.A dose utilizada
normalmente é de 10ml em bolus
IMPORTANTE LEMBRAR
Tempo é vida o cérebro humano suporta no Maximo de 3 a 5 minutos sem
oxigênio.
Somente 03 Drogas comprovadamente podem ser feitas no TOT (Adrenalina,
atropina e Xilocaína injetável)
Podemos usar a via intra-óssea para administração de drogas.
Toda a Equipe de Saúde deve ser treinada em manobras de RCP.
7 – ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM
- Isolar a cama ou a maca do paciente com biombos.
- Providenciar material, medicamentos e aparelhos necessários á ressuscitação cardio
pulmonar;
- Puncionar e fixar uma veia para administração e soluções e drogas prescritas;
- Colaborar na dissecação de veia ou passagem de intracarth;
- Fazer anotações no prontuário, tais como: hora da parada, atendimento prestado,
resultado e óbito;
- O auxiliar de enfermagem deve auxiliar ao médico em todos os procedimentos
necessários.
8 – TERMOS TÉCNICOS:
Assistolia
Anóxia
Pneumotórax
31. 31
Broncoespasmos
Midríase
Cianose
CAPITULO II
SISTEMA RESPIRATÓRIO
ANATOMIA E FISIOLOGIA
O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por vários órgãos
que conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares. Esses órgãos são as
fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traquéia, os brônquios, os bronquíolos e os
alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões.
Fossas nasais: são duas cavidades paralelas
que começam nas narinas e terminam na
faringe. Elas são separadas uma da outra
por uma parede cartilaginosa denominada
septo nasal. Em seu interior há dobras
chamadas cornetos nasais, que forçam o ar
a turbilhonar. Possuem um revestimento
dotado de células produtoras de muco e
células ciliadas, também presentes nas
porções inferiores das vias aéreas, como
traquéia, brônquios e porção inicial dos
bronquíolos. No teto das fossas nasais
existem células sensoriais, responsáveis pelo
sentido do olfato. Têm as funções de filtrar,
umedecer e aquecer o ar.
Faringe: é um canal comum aos sistemas
digestório e respiratório e comunica-se com
a boca e com as fossas nasais. O ar
inspirado pelas narinas ou pela boca passa
necessariamente pela faringe, antes de
atingir a laringe.
32. 32
Laringe: é um tubo
sustentado por peças
de cartilagem
articuladas, situado na
parte superior do
pescoço, em
continuação à faringe.
O pomo-de-adão,
saliência que aparece
no pescoço, faz parte de
uma das peças
cartilaginosas da
laringe.
A entrada da laringe
chama-se glote. Acima
dela existe uma espécie
de “lingüeta” de
cartilagem denominada
epiglote, que funciona
como válvula. Quando
nos alimentamos, a
laringe sobe e sua
entrada é fechada pela
epiglote. Isso impede
que o alimento ingerido
penetre nas vias
respiratórias.
O epitélio que reveste a
laringe apresenta
pregas, as cordas vocais,
capazes de produzir
sons durante a
passagem de ar.
33. 33
Traquéia: é um tubo de aproximadamente 1,5 cm
de diâmetro por 10-12 centímetros de
comprimento, cujas paredes são reforçadas por
anéis cartilaginosos. Bifurca-se na sua região
inferior, originando os brônquios, que penetram
nos pulmões. Seu epitélio de revestimento muco-
ciliar adere partículas de poeira e bactérias
presentes em suspensão no ar inalado, que são
posteriormente varridas para fora (graças ao
movimento dos cílios) e engolidas ou expelidas.
Pulmões:
Os pulmões humanos são órgãos esponjosos, com
aproximadamente 25 cm de comprimento, sendo
envolvida por uma membrana serosa denominada
pleura. Nos pulmões os brônquios ramificam-se
profusamente, dando origem a tubos cada vez mais
finos, os bronquíolos. O conjunto altamente
ramificado de bronquíolos é a árvore brônquica ou
árvore respiratória.
Cada bronquíolo termina em pequenas bolsas
formadas por células epiteliais achatadas (tecido
epitelial pavimentoso) recobertas por capilares
sangüíneos, denominadas alvéolos pulmonares.
34. 34
PNM – PNEUMONIA
1 – O QUE É?
A pneumonia é a inflamação dos pulmões, mas especificamente dos alvéolos, local
onde ocorrem às trocas gasosas, devido à infecção causada por bactérias, vírus, fungos e
outros agentes infecciosos ou por substâncias químicas.
Na pneumonia os alvéolos se enchem de pus, muco e outros líquidos, o que impede
o seu funcionamento adequado. O oxigênio pode não alcançar o sangue, e se existe
oxigênio insuficiente no sangue, as células do corpo não funcionam adequadamente. Por
esse motivo, e pelo risco da infecção se espalhar pelo corpo, a pneumonia pode ser fatal.
2 – O QUE CAUSA?
A pneumonia bacteriana é a mais freqüente, ocorrendo em aproximadamente 50%
dos casos. A causa mais comum de pneumonia bacteriana em adultos é uma bactéria
chamada Pneumococo. As bactérias estão presentes na cavidade oral de algumas pessoas
normais. Quando as defesas do organismo enfraquecem, elas podem ser aspiradas para os
pulmões e causar a pneumonia.
Diafragma: A base de cada
pulmão apóia-se no diafragma,
órgão músculo-membranoso que
separa o tórax do abdomen,
presente apenas em mamíferos,
promovendo, juntamente com os
músculos intercostais, os
movimentos respiratórios.
Localizado logo acima do
estômago, o nervo frênico
controla os movimentos do
diafragma (ver controle da
respiração) .
Imagem: SÉRIE ATLAS VISUAL.
O corpo Humano. Ed. Ática, 1997.
35. 35
As pneumonias virais podem ser causadas por muitos tipos diferentes de vírus,
incluindo o vírus da gripe. Ocorrem mais comumente no outono e no inverno. As
pneumonias virais podem ser complicadas por pneumonias bacterianas. As crianças com
doença cardíacas ou pulmonares crônicas podem ter pneumonias graves pelo vírus da
gripe.
Outros microorganismos causadores da pneumonia são o Mycoplasma (segunda
causa mais freqüente de pneumonia), Chlamydia (relativamente freqüente), e Legionella
(incomum, mas causa muitos casos de pneumonia grave). Esses agentes, assim como os
vírus, podem ser contagiosos, acometendo várias pessoas que convivem em um mesmo
ambiente.
Pessoas com uma diminuição do sistema de defesa do organismo, como os
portadores de HIV e pacientes com câncer em tratamento com quimioterapia, podem ter
pneumonia por agentes infecciosos incomuns. O Pneumocystis carinii é um fungo que
comumente causa pneumonia em pessoas com AIDS.
3 – QUANDO SUSPEITAR?
Em muitos casos a pneumonia ocorre depois de um resfriado ou gripe. Os sintomas
podem se iniciar lentamente ou serem súbitos.
Os principais sintomas são:
• Febre e suor intenso
• Calafrios e tremores ,Falta de apetite
• Dor no peito que piora com a respiração, em crianças maiores
• Tosse com catarro esverdeado, marrom, ou com raias de sangue.
• Respiração ofegante, gemência e prostração
• Aceleração do pulso
Em casos graves, os lábios e cianose em extremidades, falta de oxigênio no sangue
e pode haver confusão mental. Em crianças muito pequenas ou já com outras doenças de
base, a pneumonia pode ocorre sem a presença dos sinais clássicos, o que muitas vezes
dificulta o diagnóstico.
36. 36
4 – COMO CONFIRMAR?
O diagnóstico da pneumonia é baseado na história clínica e avaliação do exame
físico do paciente. Durante a consulta, o médico faz uma ausculta do tórax/pulmões do
doente com um estetoscópio, a fim de observar possíveis sons como roncos, chiados e
outros ruídos que possam indicar a presença de pneumonia.
Para auxiliar no diagnóstico, o médico geralmente pede uma radiografia de tórax
(ou raios-X de tórax) para confirmar a presença da pneumonia, bem como sua localização
e extensão.
Pode ser necessária ainda a realização de exames de sangue para verificar aspectos
relacionados à gravidade da infecção ou para melhor identificação do agente causador da
pneumonia em questão.
Vários outros exames podem ser necessários ainda a depender da gravidade da
pneumonia bem como da existência prévia de outras doenças ou fatores de risco do
indivíduo.
5 – TRATAMENTO:
O tratamento da pneumonia depende do tipo de microorganismo (germe)
causador da inflamação e infecção dos pulmões, da gravidade dos sintomas, da presença
de outras doenças associadas, local de contaminação (comunidade ou hospital) e grau de
comprometimento dos pulmões.
É importante lembrar que quanto mais rápido se fizer o diagnóstico e iniciar o
tratamento, melhores serão as chances de cura. Além disso, o paciente deve seguir as
orientações médicas e completar todo o tempo de tratamento previsto para o uso das
medicações (antibióticos). Desse modo, evita-se uma recidiva da pneumonia ou uma
resistência aos antibióticos utilizados.
As pneumonias mais freqüentes são as bacterianas. Nestes casos é necessário o uso
de antibióticos para combater a infecção. Após o início do tratamento, espera-se uma
melhora dos sintomas dentro de 48 a 72 horas. Caso essa melhora não ocorra, ou haja
piora dos sintomas, o paciente deverá retornar ao médico para reavaliação.
37. 37
Para as pneumonias virais, geralmente não existe tratamento específico. Em alguns
casos são utilizados remédios antivirais. Mas na maioria das vezes, as recomendações de
tratamento são relacionadas ao repouso, dieta adequada e a ingesta de líquidos para
melhor recuperação.
Para as pneumonias causadas por fungos, é necessário o uso de remédios
antifúngicos. Já para as pneumonias causadas por parasitas ou outros tipos de
microorganismos (germes), é necessário o uso de alguns tipos de antibióticos ou outras
medicações.
Em todos os casos, o paciente sempre deve seguir as recomendações e orientações
médicas. Muitas vezes há a necessidade de retorno ambulatorial ou hospitalar para
realização de exames (radiografia ou raios-X de tórax) de controle, mesmo que o paciente
esteja se sentindo bem.
Quem irá decidir se o tratamento poderá ser feito em casa ou se será feito dentro do
hospital (com paciente internado) sempre será o médico. Em casos mais graves pode ser
necessária uma internação em unidade de terapia intensiva (UTI).
6 – CLASSIFICAÇÃO DA PNEUMONIA:
Pneumonia adquirida na comunidade: é a pneumonia adquirida no ambiente
de convívio social, seja em casa, no trabalho, academias de ginástica, creches, escolas ou
outros locais comunitários.
Pneumonia hospitalar: trata-se de uma pneumonia adquirida diante de uma
internação hospitalar. Muitas vezes é uma doença mais grave do que a pneumonia
adquirida na comunidade, já que os germes hospitalares são mais perigosos e resistentes
aos antibióticos. Além disso, o paciente internado pode ter alguma doença que provoca
queda da imunidade (ou defesa do organismo), facilitando a infecção e inflamação
pulmonar por diversos motivos.
Pneumonia aspirativa: esse tipo de pneumonia ocorre quando algum material
estranho é inalado ou aspirado para dentro dos pulmões. Ocorre mais freqüentemente
quando alimentos presentes no estômago são aspirados para o pulmão após os vômitos.
Esse tipo de pneumonia é mais observado em pacientes com lesão cerebral ou alcoólatras.
38. 38
Pneumonia causada por microorganismos (germes) oportunistas: é uma
pneumonia que afeta pessoas com baixa imunidade (ou baixa defesa do organismo).
Germes que seriam inofensivos para pessoas saudáveis, tornam-se perigosos para
indivíduos com baixa imunidade, como é o caso de pessoas portadoras da AIDS ou
portadores de órgãos transplantados.
Pneumonia causada por germes emergentes: são germes muito virulentos,
encontrados em grandes epidemias, que podem causas pneumonia até mesmo em
pessoas muito saudáveis. Um exemplo é a pneumonia causada pelo vírus da gripe aviária
na Ásia.
7 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:
- Estar alerta para alterações no estado clínico;
- Verificar sinais vitais
- Administração de medicamentos sendo rigoroso quanto a dose, horário;
- Controle hídrico e eletrolítico
- Pingar soro fisiológico nas narinas SOS;
- Proporcionar um ambiente tranqüilo e organizado;
- Transferir para isolamento se fizer necessário.
8 – TERMOS TÉCNICOS:
Cianose de extremidades
Germes emergentes
Germes oportunistas
Inflamação
Infecção
39. 39
DPOC – DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA
1 – O QUE É
A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma enfermidade respiratória
previsível e tratável que se caracteriza pela dificuldade ao fluxo de ar em direção aos
pulmões (vias aéreas), que não é totalmente reversível. A obstrução ao fluxo aéreo é
geralmente progressiva e está associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões
à inalação de partículas ou gases tóxicos, causada primariamente pelo cigarro.
O processo inflamatório crônico pode produzir alterações dos brônquios (bronquite
crônica), bronquíolos (bronquiolite obstrutiva) e da estrutura pulmonar – parênquima
(enfisema pulmonar).
As duas das formas mais comuns de DPOC são a Bronquite Crônica e o Enfisema
Pulmonar que apesar dessas doenças estarem habitualmente presentes no mesmo
paciente, podendo predominar os sintomas de uma ou outra, dificilmente encontradas na
sua forma “pura”.
Na bronquite crônica a passagem do ar (brônquios) está inflamada, com aumento
da produção de muco pelas glândulas, causando tosse, catarro e mal estar ao longo de
anos.
No enfisema pulmonar, os alvéolos pulmonares são paulatinamente destruídos pelo
cigarro e sua cicatriz leva a uma perda da elasticidade pulmonar dificultando a respiração.
Aos poucos vão se formando grandes espaços aéreos decorrentes da destruição da árvore
brônquica e alvéolos, reduzindo a capacidade de troca de ar normal (a troca de oxigênio
por gás carbônico). Como resultado, a respiração torna-se cansada e ineficiente, levando a
uma de falta de ar persistente (dispnéia).
A prevalência da DPOC, segundo a ALAT – Associação Latino-Americana de Tórax,
é de 6 a 15,8% da população com idade igual ou superior a 40 anos. Em 2004 foi a 5ª.
maior causa de internação no sistema público de saúde no Brasil (196.698 internações) e
40. 40
com gasto aproximado de 72 milhões de reais. A taxa de mortalidade subiu de 7.88 em
cada 100.000 habitantes na década de 80 para 19,04 em cada 100.000 habitantes na
década de 90 (340% de aumento). Oscila entre a 4ª. e 7ª. causa de morte no Brasil.
2- O QUE CAUSA
O tabagismo é o fator de risco predominante da DPOC, representando 80%-90% do
risco de se desenvolver a doença, mas apenas 15% de todos os fumadores desenvolvem
DPOC suficientemente grave a ponto de causar sintomas.
Em termos populacionais, a subida das taxas de tabagismo aumentou
drasticamente os níveis de doença e de mortalidade associados à DPOC.
Contudo, o tabagismo não é o único fator de risco. As populações expostas a
poluição em recintos fechados, resultante do uso de fornos e de fogões a lenha e a carvão,
correm um risco muito superior. A exposição profissional a uma variedade de poeiras
41. 41
atmosféricas também aumenta o risco de DPOC, o mesmo acontecendo com a poluição
atmosférica.
A hereditariedade constitui, igualmente, de um fator de risco de DPOC. Atualmente,
a única doença genética claramente identificada que pode causar DPOC é a deficiência
em alfa1-antitripsina (AAT). A AAT é uma enzima que, normalmente, impede a perda das
fibras elásticas dos pulmões. As pessoas que sofrem de deficiência de AAT desenvolvem,
geralmente, obstrução do fluxo de ar por volta dos 40 anos de idade.
Embora a maioria dos estudos tenha registado uma maior prevalência de DPOC nos
homens, acredita-se, atualmente, que com uma quantidade equivalente de consumo de
tabaco, as mulheres correm, pelo menos, o mesmo risco de desenvolverem DPOC.
Não existem dados suficientes para se quantificar quaisquer diferenças raciais
quanto à susceptibilidade à DPOC, embora tenham sido observadas diferenças na sua
freqüência entre regiões e grupos étnicos diferentes.
3 – QUANDO SUSPEITAR
Pessoas com DPOC têm geralmente sintomas de bronquite crônica e de enfisema
pulmonar.
Bronquite crônica:
o Tosse com catarro matutina (é o sintoma mais encontrado): pode preceder a
falta de ar ou aparecer simultaneamente.
o Persistência e progressão da tosse ao longo do dia e não somente no inverno,
mas ao longo do ano, com crescente produção de muco.
o Falta de ar,
o Cianose (uma cor azulada na pele - devida à falta de oxigênio)
o Taquipnéia (respiração rápida),
o Insuficiência cardíaca por sobrecarga do coração tentando vencer a resistência
pulmonar causando dor torácica, inchaço (edema) nos tornozelos, pernas e às vezes do
abdome (ascite).
42. 42
Enfisema
Falta de ar precoce relacionada aos pequenos esforços,
Progressão da falta de ar aos mínimos esforços,
Respiração rápida e curta (taquipnéia),
Tosse,
Dor torácica,
Aumento do diâmetro do tórax (torna-se distendido como um barril),
Cansaço constante,
Dificuldade para dormir e
Perda de peso.
4 – COMO CONFIRMAR
O médico começará a investigação do problema por uma história bem detalhada,
avaliando os fatores de risco e os sintomas atuais, seguidos do exame físico.
Para confirmar o diagnóstico, o médico poderá solicitar uma Espirometria que
medirá a severidade da obstrução da via aérea e o grau de insuflação pulmonar através da
insuflação (sopro) em uma máquina.
Além disso, fará exames de sangue que dá a contagem dos diferentes tipos de
células do sangue (Hemograma completo) ou a quantidade de oxigênio e gás carbônico
no sangue (Gasometria arterial).
Uma avaliação radiológica do tórax ajudará a descartar uma pneumonia, um
derrame pleural ou um tumor de pulmão, bem como mostrar o tamanho do coração. Se
você tiver enfisema, Radiografias do tórax podem definir áreas onde o tecido pulmonar foi
destruído.
Uma pequena quantidade de muco é coletada e encaminhada para análise para
detectar se há infecção respiratória (análise do escarro).
Pode haver necessidade de um teste ergométrico com avaliação do consumo
máximo de oxigênio. Neste exame o médico determina um nível de exercício seguro, com
ou sem a necessidade de oxigênio extra enquanto o paciente caminha em uma esteira.
43. 43
O exame para detectar a deficiência de alpha1-antitripsina deve ser solicitado nas
seguintes situações:
Enfisema pulmonar em pacientes abaixo dos 45 anos de idade,
Enfisema sem fator de risco conhecido,
Enfisema predominante em região da base do pulmão,
Doença hepática inexplicada,
Vasculite por anticorpo C-ANCA,
História familiar de enfisema, doença hepática, paniculite ou bronquiectasia.
Através de uma avaliação psicológica pode-se determinar o quanto o paciente é
motivado a dedicar-se ao programa de reabilitação pulmonar e o quanto a doença o
incomoda, tornando-se um bloqueio às suas atividades e interferindo na qualidade de
vida. Vários desses pacientes são depressivos.
5 – TRATAMENTO:
O tratamento da DPOC visa aliviar os sintomas e controlar as crises tendo em vista
que a DPOC é irreversível e tende a ser progressiva.
Embora parar de fumar seja muito efetivo durante as fases mais precoces da DPOC,
também pode reduzir a velocidade de perda da função pulmonar nas fases mais
avançadas.
O tratamento da DPOC pode incluir:
Estratégias Durante os Exercícios e as Atividades Diárias:
Controlar a respiração (expirar durante a parte mais forte da atividade e usar a
respiração labial e diafragmática),
Eliminar atividades desnecessárias (usar um roupão atoalhado após o banho ao invés
de enxugar-se, deixar a louça secar após a lavagem, usar sapatos sem cordões, etc.),
Solicitar auxílio quando necessário (o grau de dependência pode ser máximo nas
fases mais tardias),
44. 44
Organizar o tempo (incluir períodos de repouso entre as atividades diárias; intercalar
atividades fáceis e difíceis, etc.),
Andar devagar (a pressa só aumenta o desconforto respiratório),
Mudanças no local de trabalho (evitar a exposição à poeira, às substâncias químicas
irritantes e à poluição do ar),
Evitar o contato com pessoas que fumam e com toxinas no ar (desodorantes, spray
para cabelo, inseticidas, etc) em casa.
- Medicamentos – Incluem os broncodilatadores (medicamentos que abrem as vias
aéreas), administrados sob a forma de spray inalatórios ou em forma de comprimidos;
antibióticos para tratar infecções respiratórias agudas (como a pneumonia bacteriana), e
corticosteróides para reduzir a inflamação da via aérea.
-Exercícios regulares para melhorar a força e aumentar a sensação de bem-estar, até
mesmo se não melhorar diretamente a função pulmonar.
-Fisioterapia respiratória é indicada nos pacientes com muita secreção (muco). A
inalação deve ser feita uma ou mais vezes ao dia por 15 a 20 minutos, precedida de
tapotagem (aplicação de tapas no tórax do paciente para fazer vibrar a secreção das vias
aéreas periféricas e deslocá-la para as grandes vias aéreas).
-Boa Nutrição – A dieta pode ajudar a manter a força e melhorar a resistência contra
as infecções. A água pode ajudar a manter o muco menos espesso e facilitar sua
eliminação.
-Oxigenoterapia - Se o paciente não estiver conseguindo oxigenar o sangue
efetivamente a Oxigenoterapia pode aumentar a sobrevida, reduzir o número de
hospitalizações, aumentar a tolerância aos exercícios, ajudar a aliviar a insuficiência
cardíaca, melhorar a função mental e o humor.
-Transplantes pulmonares ou transplantes de coração-pulmão - Transplantes são
considerados em casos selecionados de DPOC severa.
45. 45
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:
•Avaliar o grau de dispnéia e hipóxia;
•Administrar os broncodilatadores;
•Administrar os aerossóis;
•Estimular a tosse;
•Aumentar a oferta hídrica ao paciente;
•Monitorizar e instalar a Oxigenoterapia;
•Drenagem postural
•Prevenir infecções;
•Observar os aspectos das secreções;
•Estimular a vacinação contra influenza e S. pneumoniae.
•Treinar a respiração diafragmática;
•Promover repouso boa alimentação;
•Estimular as técnicas de conservação de energia;
Orientar quanto ao uso dos medicamentos;
•Estimular o não tabagismo;
•Orientar quanto ao uso do oxigênio;
•Orientar ao acompanhamento médico;
•Estimular a conservação da energia;
46. 46
•Estimular a participação em grupos;
•Evitar os extremos de temperatura;
•Evitar contato com poluentes de ar
7 – TERMOS TÉCNICOS:
Taquipnéia
Ascite
Espirometria
Bronquiectasia
ASMA
1 – O QUE É
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas. Em indivíduos susceptíveis
esta inflamação causa episódios recorrentes de tosse, chiado, aperto no peito, e
dificuldade para respirar. “A inflamação torna as vias aéreas sensíveis a estímulos tais
como alérgenos, irritantes químicos, fumaça de cigarro, ar frio ou exercícios”.
“Quando expostos a estes estímulos, as vias aéreas ficam edemaciadas
(inchadas), estreitas, cheias de muco e excessivamente sensíveis aos estímulos”. (GINA –
Iniciativa Global para a Asma).
Na definição acima, temos algumas pistas importantes sobre esta doença:
Doença inflamatória: – significa que seu tratamento deve ser feito com um
antiinflamatório.
Doença crônica: – a asma não tem cura, mas pode ser controlada.
Indivíduos susceptíveis: – nem todas as pessoas têm asma; é preciso ter uma
predisposição genética que, somada a fatores ambientais, determinam a presença da
doença.
47. 47
Episódios recorrentes de sintomas:- os sintomas não estão presentes o tempo todo, são
as manifestações de uma piora da inflamação, esta sim presente cronicamente.
A inflamação torna as vias aéreas sensíveis a estímulos: é a inflamação que deixa as vias
aéreas mais sensíveis, o que confirma o importante papel da inflamação nesta doença.
Quando expostos a estímulos, as vias aéreas se tornam edemaciadas, estreitas, cheias
de muco:
- existem estímulos que desencadeiam as crises de asma. A presença destes estímulos,
que também chamamos de desencadeadores, causa o inchaço, a presença de muco e o
estreitamento das vias aéreas dificultando a passagem de ar, daí os sintomas da asma
nos momentos de crise.
Os mecanismos que causam a asma são complexos e variam entre a população.
Nem toda a pessoa com alergia tem asma e nem todos os casos de asma podem ser
explicados somente pela resposta alérgica do organismo a determinados estímulos.
Se não for tratada, a asma pode ter um impacto significativo na qualidade de vida
de uma pessoa. No entanto, se controlada, é possível levar uma vida produtiva e ativa.
Antigamente, a asma era chamada de bronquite, bronquite alérgica ou bronquite
asmática. O nome asma estava vinculado aos casos mais graves. O nome correto é
simplesmente ASMA.
48. 48
A bronquite é, na verdade, a inflamação dos brônquios e diferente da asma pode
ter sua causa bem definida, por exemplo, uma infecção por bactérias ou vírus. Também
difere da asma por apresentar um tempo de início definido e poder ser totalmente tratada.
2 – O QUE CAUSA
As principais causas da asma estão associadas à poluição do ar, poeira doméstica, ácaros,
mofo, pêlos de animais e alimentos. O problema é agravado pelo uso de carpetes,
cortinas e cobertores que servem como fontes de ácaros. A fumaça do cigarro, a
mudança de temperatura, além da gripe, resfriado, usa de certos medicamentos e até
mesmo o estresse pode desencadear uma crise de asma, que se denomina, mais
corretamente, de exacerbação da asma.
Existe um risco maior de exacerbações da asma nos dias de inverno sem vento, quando
surge uma mistura de nevoeiro e fumaça composta de monóxido de carbono, dióxido de
nitrogênio e as partículas em suspensão na atmosfera. Os períodos de queimadas são
também bastante penosos para os asmáticos. Asma e alergia
Estima-se que a alergia seja responsável por cerca
de 50% do total de casos de asma.
Os pulmões dos asmáticos são mais sensíveis e, por
isso, produzem uma reação a qualquer substância
irritante (ou alérgeno) presente no ambiente. Cerca de
80% a 90% das pessoas com asma também sofrem de
rinite alérgica.
Alguns fatores ambientais também podem causar
crises de alergia respiratória. Durante a primavera,
quando ocorre polinização das flores, milhões de grãos
de pólen se espalham no ar. Nesta época, segundo a
Associação Brasileira de Pacientes Asmáticos há um
aumento de cerca de 20% dos casos de asma, com
aumento também das hospitalizações por asma.
Os sintomas da alergia são uma reação de defesa do organismo, que age através
de um tipo especial de elemento de defesa, os anticorpos chamados imunoglobulina E
49. 49
ou IgE. Esta imunoglobulina é fabricada em grande quantidade pelo organismo da
pessoa alérgica e, na mucosa das vias respiratórias, liga-se a células denominadas
mastócitos.
Fonte: Inside Midia, 2005
A reação do alérgeno (substância que causa alergia) com a imunoglobulina IgE,
estimula a liberação de substâncias químicas (mediadores da inflamação) pelos
mastócitos, aumentando a inflamação local. Ocorre então inchaço da mucosa que
reveste as vias respiratórias, maior secreção de muco e estreitamento das vias aéreas e,
com isso, o aparecimento dos sintomas.
Asma e exercício
Os exercícios estão entre os estímulos mais comuns que desencadeiam a asma
em crianças e adultos jovens. Algumas pessoas manifestam os sintomas apenas na
prática esportiva, enquanto para outras, os exercícios são mais um dos
desencadeadores dos sintomas da asma.
Sintomas como tosse, falta de ar e aperto no peito, levam os professores de
educação física e técnicos esportivos a confundir a doença com baixa resistência
física.
O porquê dos exercícios desencadearem ou piorarem a asma não está bem
determinado, mas parece ser uma combinação das mudanças de temperatura das
vias aéreas durante o exercício com o aumento da freqüência respiratória.
Algumas modalidades de prática esportiva e a intensidade com que são
praticadas podem mais facilmente desencadear crises de asma. A corrida está entre
as modalidades que mais freqüentemente desencadeiam crises, enquanto a natação
está entre as que menos induzem à asma.
O que sempre deve ser considerado é que, se as crises estão acontecendo,
sejam elas desencadeadas por exercício ou por outros estímulos, está havendo falha
50. 50
no controle da asma.
O tratamento da asma induzida por exercícios pode requerer o uso de medicação
broncodilatadora antes da prática esportiva, como medida preventiva. Também pode
ser necessário o uso contínuo de medicação antiinflamatória. O diagnóstico e
tratamento adequado devem ser determinados pelo médico.
A asma, se adequadamente tratada e com monitoração regular de seus sintomas,
não impede que o indivíduo pratique atividades físicas e que tenha desempenho
excelente em sua prática.
– CLASSIFICAÇÕES QUANTO A INTESIDADE
(Global Initiative for Asthma, 2004)
A asma pode ser classificada como intermitente ou persistente. Dentro dos quadros
persistentes são definidos diferentes níveis de intensidade da doença: leve, moderada
ou grave.
Esta classificação se faz de acordo com a presença dos sintomas (freqüência e
intensidade), o quanto interfere no dia-a-dia do asmático e, o comprometimento de
sua função pulmonar.
Asma Intermitente:
sintomas menos de uma vez por semana;
crises de curta duração (leves);
sintomas noturnos esporádicos (não mais do que duas vezes ao mês);
provas de função pulmonar normal no período entre as crises.
Asma Persistente Leve:
presença de sintomas pelo menos uma vez por semana, porém, menos de uma vez
ao dia;
51. 51
presença de sintomas noturnos mais de duas vezes ao mês, porém, menos de uma
vez por semana;
provas de função pulmonar normal no período entre as crises.
Asma Persistente Moderada:
sintomas diários;
as crises podem afetar as atividades diárias e o sono;
presença de sintomas noturnos pelo menos uma vez por semana;
provas de função pulmonar: pico do fluxo expiratório (PFE) ou volume expiratório
forçado no primeiro segundo (VEF¹) >60% e < 80% do esperado.
Asma Persistente Grave:
sintomas diários;
crises freqüentes;
sintomas noturnos freqüentes;
provas de função pulmonar: pico do fluxo expiratório (PFE) ou volume expiratório
forçado no primeiro segundo (VEF¹) > 60% do esperado.
4 – QUANDO SUSPEITAR?
A asma que se manifesta na infância pode persistir por toda a vida, variando
em suas manifestações que podem então, na vida adulta, ser mais leves do que na
infância ou podem, com o passar do tempo tornam-se mais intensas. A asma ainda
pode manifestar-se apenas na vida adulta, porém, não se conhecem quais fatores
determinam sua evolução.
Os sintomas da asma na criança, assim como no adulto, são recorrentes, ou
seja, não está presentes o tempo todo. Há períodos em que o paciente apresenta
falta de ar, chiado no peito, secreção e um pouco de tosse. Estes sintomas aparecem
em diferentes circunstâncias e intensidades e em geral, estão relacionados com
mudanças de temperatura, contatos com substâncias irritantes, alérgenos, poeira, ou
são desencadeados por exercícios físicos ou estresse.
52. 52
É importante lembrar que nem todas as pessoas que
apresentam alguns dos sintomas têm asma e que eles
podem variar de pessoa para pessoa, por isso, é
indispensável procurar um médico quando houver
suspeita, para um diagnóstico exato. Os principais sinais
de alerta são:
Tosse seca persistente - principalmente à noite;
Sibilância (chiado no peito);
Respiração mais rápida do que o normal;
Falta de ar;
Cansaço físico;
Sensação de aperto ou dor no peito.
A crise de asma pode ser leve e passar espontaneamente
ou pode piorar progressivamente. No primeiro momento,
os sintomas podem até passar despercebidos, pois muitas
vezes a pessoa apresenta apenas a tosse seca e chiado no
peito, muito comuns em gripes e resfriados.
Fonte: Inside Midia,
2005
Conforme a crise se torna mais forte é inevitável perceber que a pessoa está com
problemas, pois a tosse se torna cada vez mais intensa, a Sibilância mais constante e a
pessoa sente muito cansaço o que acaba interferindo até em suas atividades diárias.
Durante uma crise grave, o desconforto respiratório é intenso, a respiração é difícil e
ofegante com movimento das narinas, uso da musculatura do pescoço e do peito
para respirar.
Surgem suores, temperatura baixa, cansaço intenso, falta de ar, dificuldade para falar,
caminhar ou alimentar-se. Especialmente em crianças, os lábios e unhas ficam
cianóticos.
A medida do Pico de Fluxo Expiratório (PFE) fica abaixo de 50% do valor normal da
pessoa. Quando a crise chega a esse ponto está mais do que na hora de procurar um
pronto-socorro.
53. 53
Apesar de ser uma doença crônica que deve receber cuidados sérios, é importante
lembrar que quem tem asma não deve deixar de fazer suas atividades preferidas,
pois com o controle rigoroso, por meio de um tratamento adequado, as crises
tornam-se cada vez menos freqüentes e a qualidade de vida completamente
normal.
5 – COMO CONFIRMAR
Asma pode ser difícil de diagnosticar, especialmente em crianças de menos
de cinco anos de idade. Exames físicos regulares que incluem verificação de
alergias e da função pulmonar podem ajudar no diagnóstico correto.
O profissional da saúde ao tentar diagnosticar a asma fará perguntas sobre
tosse, especialmente tosse noturna, e se os problemas de respiração são piores
depois de atividade física ou durante um determinado período do ano. Também
pode ser perguntado sobre outros sintomas, como aperto no peito, respiração
difícil e resfriados que durem mais de 10 dias. O profissional da saúde também
perguntará sobre o histórico familiar de asma, alergia e outros problemas
respiratórios, sobre ambiente de sua casa.
6 – TRATAMENTO:
O fator fundamental para diminuir a freqüência das crises e manter a asma sob
controle é a conscientização do paciente, da família e pessoas próximas ao asmático,
ou seja, todos precisam estar capacitados a lidar com a doença
As crises graves de asma podem levar à morte e pesquisas recentes demonstraram
que a maioria dos casos fatais ocorreu no caminho para a emergência. Isto poderia
ser evitado se houvesse maior conhecimento do paciente, familiares sobre a
gravidade dos sintomas e a busca precoce do atendimento emergencial.
54. 54
Todo paciente com asma deve ter em mãos um
“plano de ação”, elaborado pelo médico com um
passo a passo sobre o que fazer durante uma crise,
além do controle dos sintomas.
Os objetivos do tratamento da asma são:
Controlar sintomas;
Permitir atividades normais – trabalho, escola e
lazer;
Evitar crises, idas à emergência e hospitalizações;
Reduzir a necessidade do uso de broncodilatador
para alívio;
Manter a função pulmonar normal ou a melhor
possível;
Minimizar efeitos adversos da medicação;
Prevenir a morte.
Fonte: Inside Midia, 2005
O maior impedimento para que se atinjam objetivos é a falta de adesão ao
tratamento recomendado pelo médico, o que muitas vezes é gerado pelo medo de
uso de medicações. Mitos como os de que a medicação vicia, a “bombinha” mata e os
corticóides engordam, acabam por reduzir o uso das medicações recomendas e
afastar os pacientes do controle da asma. (Sociedade Brasileira de Asmáticos).
USO DE MEDICAMENTOS
Todo paciente bem orientado e corretamente
medicado deve dispor de dois tipos de
medicamento: um para ser usado nos momento da
crise (medicamento de alívio), e outro para evitá-la
(medicamento de manutenção). O tratamento ideal
deve ser estabelecido pelo médico.
Uma vez que a asma é uma inflamação, os
medicamentos recomendados para o tratamento de
manutenção são os antiinflamatórios. Dentre estes,
55. 55
os corticóides inalatórios são o tratamento de
escolha para o tratamento da asma. O uso regular
dos corticóides inalatórios diminui em longo prazo, a
inflamação dos brônquios, o que leva a uma melhora
geral da doença, com crises menos freqüentes e de
menor intensidade e que podem ser resolvidas mais
facilmente com o broncodilatador.
MANEJO DA ASMA
Medindo o Pico do Fluxo Expiratório
Todo paciente asmático deve ter em mãos um
aparelho medidor do pico do fluxo expiratório
(PFE). Esse aparelho é tão importante quanto um
termômetro ou o aparelho de medir a pressão
arterial, pois assim como a temperatura e a pressão,
a asma pode ser mais bem controlada quando é
medida.
O medidor do pico do fluxo avalia o fluxo de ar no
momento da expiração. Seu médico pode informar
qual o valor do PFE esperado para você, tendo por
base sua idade, sexo e altura.
Fonte: Inside Midia, 2005
Quando a asma está sob controle, o fluxo de ar é normal ou muito próximo do valor
esperado. Porém, mesmo antes da percepção dos sintomas de uma crise de asma, o
pico do fluxo expiratório pode estar diminuído, evidenciando a obstrução das vias
aéreas.
O sistema de semáforo foi estabelecido para ser um guia de ajuda para os pacientes
no manejo da asma.
Assim que seu PFE for estabelecido, todos os esforços devem ser feitos para manter
56. 56
os valores no mínimo em torno de 80% deste valor. Veja o que cada cor do
“semáforo” indica:
Zona
verde
PFE entre 80% e 100% do melhor PFE esperado: SIGA - Você deve estar relativamente
livre de sintomas e pode manter os medicamentos em uso.
Zona amarela
PFE entre 50% e 80% do PFE esperado: ATENÇÃO - A asma está piorando. Um
aumento temporário na medicação para a asma é indicado. Se você usa medicação
crônica, a terapia de manutenção irá provavelmente precisar ser aumentada. Entre
em contato com seu médico para ajustar seu tratamento.
Zona vermelha
PFE abaixo de 50% do PFE esperado: PERIGO - O controle da asma está falhando.
Use seu broncodilatador inalatório. Se o PFE não retornar à zona amarela, entre em
contato com seu médico imediatamente, ou inicie o tratamento orientado para os
momentos de exacerbação da asma.
Este sistema de semáforo é apenas uma recomendação para simplificar o manejo da
asma. O sucesso do controle da asma depende de uma parceria entre o paciente e o
médico.
Evitando os Desencadeadores
As exacerbações da asma podem ser causadas por uma variedade de
desencadeadores estando entre os mais comuns a poluição, os alérgenos presentes
no ambiente, alimentos e medicamentos. As mudanças bruscas de temperatura, os
exercícios e mesmo as emoções intensas podem desencadear os sintomas da asma.
Alguns destes desencadeadores podem ser evitados, como por exemplo, os
alérgenos presentes na poeira doméstica. Manter o ambiente sempre limpo e
ventilado, evitando o acúmulo de poeira e umidade em móveis, cortinas, carpetes, e
57. 57
ainda promover a lavagem regular de cobertores, roupas de cama e almofadas são
boas dicas para deixar as crises de asma bem longe.
7 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:
Manter paciente em repouso na fase crítica.
Posição de fowler, mudança de decúbito.
Deambulação quando possível
Observação e anotar sinais e sintomas
Estimular a alimentação e ingestão de líquidos
Manter V.A.S. permeáveis
Orientar paciente quanto a coleta de material para exames
Cuidados com Oxigenoterapia e inaloterapia
Ensinar o paciente a coordenar a respiração diafragmática com atividade
Evitar esforço desnecessário para o paciente.
Orientar evitar: fumo, extremos de calor e frio, fumaça, poeira, uso de lã,
convívio com animais domésticos e pessoas com infecções de trato respiratórias
Cuidados com equipamentos de terapia respiratória.
8 – TERMOS TÉCNICOS:
Alérgenos
Sibilância
Cianose
Broncodilatado.
SINUSITE
1 – O QUE É
A sinusite (sinus = seios + ite = inflamação) é uma inflamação dos seios peri nasais ou
seja dos seios que existem há volta do nariz.
Os seios peri nasais são cavidades situadas junto ao nariz onde se acumula muco que
em condições normais deve ser claro e fluido e que escorre normalmente para o nariz
(fossas nasais) sem criar quaisquer problemas.