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FACULDADE INTEGRAL DIFERENCIAL – FACID
        COMISSÃO DE BIOSSEGURANÇA




MANUAL DE BIOSSEGURANÇA DOS SERVIÇOS DE
             SAÚDE DA FACID




              TERESINA - 2007
SUMÁRIO


1 - INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 5
2 - OBJETIVOS .............................................................................................................. 6
3. APLICAÇÃO DAS NORMAS DE BIOSSEGURANÇA................................................ 7
4. BIOSSEGURANÇA INDIVIDUAL: ............................................................................ 12
   4.2 - Normas de Biossegurança coletiva para desempenho de atividades.............. 18
5. NORMAS E CONDUTAS NO AMBIENTE LABORATORIAL. .................................. 20
6. MANEJO DAS AMOSTRAS NO LABORATÓRIO.................................................... 26
   6.1. Recipientes para as Amostras........................................................................... 26
   6.2. Transporte para o Laboratório. .......................................................................... 26
   6.3. Recebimento e estocagem das Amostras. ........................................................ 26
7. NORMAS E CONDUTAS PARA O AMBIENTE CLÍNICO/LABORATORIAL ........... 28
   7.1- Definição das Normas de Segurança e de Prevenção de Riscos Biológicos nos
   Laboratórios.............................................................................................................. 28
   7.2 Técnicas para o uso de pipetas e de dispositivos auxiliares de pipetagem. ...... 29
8. BOAS PRÁTICAS NO LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA ............................... 31
9. CONDUTAS BÁSICAS PARA PESQUISA ENVOLVENDO ANIMAIS ..................... 33
   9.1 - Ética e Legislação ............................................................................................ 33
   9.2 - Condições do Biotério ...................................................................................... 34
   9.3 - Normas de trabalho .......................................................................................... 34
   9.4 - Descarte de animais......................................................................................... 35
10. SEGURANÇA EM RELAÇÃO A INCÊNDIO E ELETRICIDADE............................ 36
   10.1 - Incêndio .......................................................................................................... 36
   10.2 Normas básicas para uso de equipamentos elétricos ...................................... 39
11. PROCESSAMENTO DE ARTIGOS E SUPERFÍCIES EM SERVIÇOS DE SAÚDE41
   11.1 Esterilização de artigos..................................................................................... 41
   11.2 Limpeza e desinfecao de superficies................................................................ 42
12. EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL ............................................................................... 46
13. CONDUTAS APÓS ACIDENTE ............................................................................. 54
   13.1 – Cuidados locais ............................................................................................. 54
   13.2 – Notificação ..................................................................................................... 54
   13.3 – Avaliação do Acidente ................................................................................... 54
   13.4 – Quimioprofilaxia ............................................................................................. 56
14. DESTINO DOS RESÍDUOS DE SAÚDE................................................................ 59
   14.1 Resíduos biológicos.......................................................................................... 59
   14.2 Resíduos químicos. .......................................................................................... 60
15. BIOSSEGURANÇA NAS CLÍNICAS DE ODONTOLOGIA..................................... 62
   15.1. Ambientes clínicos........................................................................................... 62
   15.2 - Classificação dos ambientes .......................................................................... 62
   15.3 - Classificação dos artigos, segundo spaulding................................................ 63
   15.4 - Classificação dos procedimentos clínicos ...................................................... 63
   15.5 Esterilização por processo físico - Resolução 374, de 15/12/95, da S.S.S.P... 63
      15.5.1 - Vapor saturado sob pressão.................................................................... 63
      15.5.2 - Calor seco ............................................................................................... 64
   15.6 - Limpeza do instrumental ................................................................................ 64
   15.7 - Acondicionamento .......................................................................................... 64
   15.8 - Tempo e temperatura de esterilização ........................................................... 64
      15.8.1 - Autoclave ................................................................................................. 64
      15.8.2 - Calor seco ............................................................................................... 65
   15.9 - Prazo de validade........................................................................................... 65
   15.10 - Preparo de material a ser esterilizado na central de esterilização ............... 65
      15.10.1 Limpeza ................................................................................................... 65
      15.10.2 Acondicionamento ................................................................................... 65


                                                                                                                                   2
15.10.3 Entrega .................................................................................................... 66
     15.10.4 Retirada ................................................................................................... 66
     15.10.5 Validade ................................................................................................... 66
     15.10. 6 Sugestões para a lista de material.......................................................... 66
     15.10.7 Cuidados com as peças de mão ............................................................. 67
  15.11 Técnica para empacotamento de material e instrumental .............................. 69
  15.12 Agentes químicos ........................................................................................... 69
     15.12.1 - Escolha do agente químico ................................................................... 69
     15.12.2 - Esterilizantes químicos .......................................................................... 71
     15.12.3 - Etapas da esterilização química ............................................................ 72
     15.12.4 - Desvantagens da esterilização química ................................................ 72
     15.12.5 - Desinfetantes de nível intermediário ..................................................... 72
  15.13 - Desinfecções ................................................................................................ 76
     15.13.1 - Descontaminação de instrumentos ....................................................... 76
     15.13.2 - Desinfecção de instrumentos ................................................................ 76
     15.13.3 - Desinfecção de superfícies.................................................................... 76
     15.13.4 - Desinfecção de moldes ......................................................................... 77
     15.13.5 - Desinfecção de próteses ....................................................................... 78
  15.14 - Uso de barreiras nas superfícies.................................................................. 78
     15.14.1 - Barreiras ................................................................................................ 78
  15.15 - Proteção da equipe de saúde...................................................................... 79
     15.15.1 - Barreiras pessoais ................................................................................. 79
     15.15.2 - Lavagem e cuidado das mãos............................................................... 84
     15.15.3 - Lavagem das mãos ............................................................................... 84
     15.15.4 - Lavagem e antissepsia das mãos ......................................................... 85
     15.15.5 - Antissepsia cirúrgica das mãos ............................................................. 86
     15.15.6 - Cuidados com as mãos ......................................................................... 87
16. ACIDENTES DE TRABALHO (MS,1999) ............................................................... 88
  16.1 - Prevenção de acidentes ................................................................................. 88
  16.2 - Conduta após exposição acidental (SESSP,1999) ........................................ 89
  16.3 Conduta após acidente com instrumental pérfuro-cortante na FACID ............. 89
17. CUIDADOS EM RADIOLOGIA ............................................................................... 91
18. CUIDADOS NO LABORATÓRIO DE GESSO (Miller; Pallenik) ............................. 92
19. MANEJO DE BIÓPSIAS ......................................................................................... 93
20. MANEJO DE DENTES EXTRAÍDOS ..................................................................... 94
21. CUIDADOS COM O LIXO ...................................................................................... 95
22. CUIDADOS COM A ÁGUA E O AR........................................................................ 96
  22.1 - Caixas d'água ................................................................................................. 96
  22.2 - Cuidados com o sistema "flush" ..................................................................... 97
  22.3 - Ar .................................................................................................................... 98
23. NORMAS DE PREVENÇÃO NA CLÍNICA ............................................................. 99
24. NORMATIZAÇÃO DA LIMPEZA DAS CLÍNICAS ................................................ 101
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 104
ANEXOS .........................................................................................................109




                                                                                                                                      3
APRESENTAÇÃO




          Este Manual foi pensado e elaborado a partir da constatação, por parte da
Comissão de Biossegurança da FACID de que os laboratórios e clínicas da faculdade
demonstram necessidade de procedimentos específicos para minimizar os riscos de
acidentes pessoais e de contaminação ambiental.
          A FACID visando otimizar e regulamentar as ações desenvolvidas nos
laboratórios e clínicas, preocupou-se com a elaboração deste Manual onde serão abordados
temas sobre medidas de Biossegurança para que se torne seguro todas as atividades
executadas nestes setores com pleno controle de infecção.
          Objetivando a prevenção, eliminação ou minimização destes riscos a FACID
compôs uma comissão de Biossegurança que é responsável pelas ações inerentes à
aplicação das normas de Biossegurança nas atividades desenvolvidas na Instituição.


                     COMISSÃO DE BIOSSEGURANÇA DA FACID

                       •    Prof. Ms. Julio Cesar de Paulo Cravinhos
                       •    Profa. Mestranda Maria Josecí Lima Cavalcante Vale
                       •    Profª Ms. Divana Maria Martins Parente Lira
                       •    Profª Ms. Helena Maria Reinaldo Lima
                       •    Profª Ms. Maria do Rosário Conceição Moura Nunes
                       •    Prof.a Esp. Bruna Andrade Medeiros




                                                                                      4
1 - INTRODUÇÃO



            Ambientes laboratoriais e clínicas geralmente são locais que podem expor as
pessoas que nele trabalham ou circulam, a riscos de várias origens. Os riscos de agravo à
saúde (ex. radiação, calor, frio, substâncias químicas, estresse, agentes infecciosos,
ergonômicos etc.) podem ser variados e cumulativos. Por suas características, encontram-
se nos serviços de saúde exemplos de todos os tipos de risco, agravados por problemas
administrativos e financeiros (ex. falta de manutenção de equipamentos) e alguns
decorrentes de falhas na adaptação de estruturas antigas a aparelhos de última geração.
            Quando o enfoque é o da biossegurança, além dos cuidados normais de boas
práticas de laboratório, são necessários procedimentos específicos para minimizar os riscos
de acidentes pessoais e de contaminação ambiental.
            A biossegurança é um processo funcional e operacional de fundamental
importância em serviços de saúde. Aborda medidas de Controle de Infecção para proteção
da equipe de assistência e usuários em saúde, e tem um papel fundamental na promoção
da consciência sanitária na comunidade onde atua. É importante para a preservação do
meio ambiente, orientando a manipulação e o descarte de resíduos químicos, tóxicos e
infectantes, tendo como principal objetivo a redução geral de riscos à saúde e acidentes
ocupacionais.
            Os princípios e boas práticas de laboratórios serão discutidos com o objetivo de
delinear todos os possíveis acidentes e contaminações que podem ocorrer em ambientes
clínicos e laboratoriais.
            Ademais, vislumbrando manter o controle de infecção em todos os ambientes,
elaborou-se     uma   estratégia   abrangendo   desde   a   constituição   da   Comissão   de
Biossegurança, composta por docentes de disciplinas básicas e profissionais dos cursos da
área de saúde, culminando com a elaboração do Manual de Biossegurança da FACID,
padronizando condutas e normas para funcionamento dos laboratórios e clínicas desta
Instituição de Ensino Superior.




                                                                                            5
2 - OBJETIVOS




           Instituir normas e medidas que reduzam ao máximo a exposição a riscos que
afetam a saúde de todos que trabalham em laboratório e clínicas com equipamentos,
substâncias químicas e espécimes biológicos, além de providenciar a destinação do material
poluente ou biológico de alta periculosidade.




                                                                                        6
3. APLICAÇÃO DAS NORMAS DE BIOSSEGURANÇA.


               A lógica da construção do conceito de biossegurança teve seu inicio na década
de 70 na reunião de Asilomar na Califórnia, onde a comunidade científica iniciou a discussão
sobre os impactos da engenharia genética na sociedade. Esta reunião, segundo Goldim
(1997) "é um marco na história da ética aplicada a pesquisa, pois foi a primeira vez que se
discutiu os aspectos de proteção aos pesquisadores e demais profissionais envolvidos nas
áreas onde se realiza o projeto de pesquisa". A partir daí o termo biossegurança, vem, ao
longo dos anos, sofrendo alterações.
            Na década de 70, a Organização Mundial da Saúde (WHO, 1993) a definia como
"práticas preventivas para o trabalho com agentes patogênicos para o homem". O foco de
atenção voltava-se para a saúde do trabalhador frente aos riscos biológicos no ambiente
ocupacional.
            Já na década de 80, a própria OMS (WHO, 1993) incorporou a essa definição os
chamados riscos periféricos presentes em ambientes laboratoriais que trabalhavam com
agentes patogênicos para o homem, como os riscos químicos, físicos, radioativos e
ergonômicos.
            Nos anos 90, verificamos que a definição de biossegurança sofreu mudanças
significativas.
            Em seminário realizado no Instituto Pasteur em Paris (INSERM, 1991),
observamos a inclusão de temas como ética em pesquisa, meio ambiente, animais e
processos envolvendo tecnologia de DNA recombinante, em programas de biossegurança.
            Outra definição nessa linha diz que "a biossegurança é o conjunto de ações
voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de
pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando
à saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos
resultados" (TEIXEIRA e VALLE, 1996). Este foco de atenção retorna ao ambiente
ocupacional e amplia-se para a proteção ambiental e a qualidade.
            Uma definição centrada no ambiente ocupacional encontramos em Teixeira e
Valle (1996), onde consta no prefácio "segurança no manejo de produtos e técnicas
biológicas".
            Outra definição, baseada na cultura da engenharia de segurança e da medicina
do trabalho é encontrada em Costa (1996), onde aparece "conjunto de medidas técnicas,
administrativas, educacionais, médicas e psicológicas, empregadas para prevenir acidentes
em ambientes biotecnológicos". Está centrada na prevenção de acidentes em ambientes
ocupacionais.




                                                                                          7
Fontes et al. (1998) já apontam para "os procedimentos adotados para evitar os
riscos das atividades da biologia". Embora seja uma definição vaga, sub-entende-se que
estejam incluidos a biologia clássica e a biologia do DNA recombinante.
             Estas definições mostram que a biossegurança envolve as seguintes relações:
tecnologia      –    risco    –     homem      agente     biológico    -    risco    -homem
tecnologia - risco – sociedade biodiversidade - risco – economia.
             Assim, normas de biossegurança englobam todas as medidas que visam evitar
riscos físicos (radiação ou temperatura), ergonômicos (posturais), químicos (substâncias
tóxicas), biológicos (agentes infecciosos) e psicológicos (estresse). No ambiente hospitalar
encontram-se exemplos de todos estes tipos de riscos ocupacionais para o trabalhador de
saúde (CAVALCANTE et al., 2003).
             Diante destes fatos, há necessidade que os laboratórios, sob o ponto de vista das
instalações, da capacitação dos recursos humanos e da dinâmica de trabalho, estejam
perfeitamente adequados e permitam a eliminação ou minimização desses riscos para o
trabalhador e para o ambiente.
             A transmissão de diversos tipos de agentes virais como os vírus da hepatite B
(HBV), hepatite C (HCV), o da síndrome da imunodeficiência humana adquirida (HIV) e
bacterianos, como Mycobacterium tuberculosis, já foi documentada após acidente pérfuro-
cortante, sendo o sangue humano uma das principais fontes de contágio. A via aérea
representa outra forma importante de transmissão, seja pela inalação de aerossóis com o
risco de aquisição de varicela, sarampo ou tuberculose, ou pela inalação de partículas
maiores, associadas a doenças como difteria e doença meningocócica.
             A doença infecciosa é uma manifestação clínica de um desequilíbrio no sistema
parasito-hospedeiro-ambiente, causada pelo aumento da patogenicidade do parasita em
relação aos mecanismos de defesa antiinfecciosa do hospedeiro, ou seja, quebra-se a
relação harmoniosa entre as defesas do nosso corpo e o número e virulência dos germes,
propiciando a invasão deles nos órgãos do corpo. Alguns microrganismos possuem
virulência elevada podendo causar infecção no primeiro contato, independente das nossas
defesas. Outros, usualmente encontrados na nossa microbiota normal, não são tão
virulentos, mas podem infectar o nosso organismo se diminuímos a nossa capacidade de
defesa.
             O risco atual de aquisição do HIV após acidente percutâneo ou exposição de
mucosa é de 0,3% (variação de 0,2 a 0,5%) e de 0,09% (variação de 0,006 a 0,5%)
respectivamente.
             Existem vários fatores que podem contribuir para aquisição da infecção como:




                                                                                            8
•   combinação de fatores relacionados ao acidente: via, profundidade,
                     tamanho e condições do inóculo, tempo de contato entre a fonte e o
                     profissional;
                 •   fonte de infecção: grau de viremia, uso de anti-retrovirais e estágio da
                     doença;
                 •   características do profissional acidentado: tipo de antígenos HLA,
                     presença de doenças de base;
                 •   atendimento inicial após o acidente: assistência recomendada para cada
                     situação específica.
              O risco de aquisição após acidente com material pérfuro-cortante, contendo
sangue de paciente com HBV varia de 6 a 30%, se nenhuma medida profilática for adotada.
O uso de vacina contra HBV ou imunoglobulina específica reduz o risco de aquisição do
HBV em 70 a 75%.
              Com relação ao HCV o risco de aquisição após exposição percutânea é de
aproximadamente 1,8%. A possibilidade de complicações na evolução da doença é 4 a 10
vezes maior que para o HBV. Entre 75 a 85% dos infectados por HCV podem evoluir para
doença crônica. A ausência de medidas preventivas (vacinas) e a ineficácia do uso de
imunoglobulinas agravam o risco em relação à aquisição profissional deste agente
etiológico.
              Sabe-se que o risco de aquisição de tuberculose é maior entre profissionais que
realizam ou assistem necropsias, em locais de procedimentos que estimulam a tosse (sala
de inaloterapia, broncoscopia, etc.) ou entre profissionais que trabalham com pacientes
sintomáticos respiratórios (clínicas de pneumologia, infectologia) sem as devidas medidas
de proteção.
              Existe uma série de procedimentos e protocolos que devem ser adotados quando
há ocorrência destes acidentes. A Instituição deverá ter seu protocolo especifico de acordo
com as atividades desenvolvidas em suas clinicas e laboratórios.
              O Ministério do Trabalho, através da Portaria 3214 (de 8/6/1978), estabelece as
Normas Regulamentadoras (NR). São aqui destacadas apenas as que enfocam
prioritariamente a área de Biossegurança:
                 •   NR4 – A organização dos Serviços Especializados em Engenharia de
                     Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) tem a finalidade de
                     promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador em seu local de
                     trabalho; o dimensionamento dos SESMT, o número de funcionários e a
                     graduação de risco (atividades de atenção à saúde tem risco 3);
                 •   NR5 – Regulamenta a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
                     (CIPA), que deverá manter contato estreito e permanente com o SESMT;


                                                                                           9
•   NR6 – Regulamenta os Equipamentos de Proteção Individual (EPI),
                   conceituados como todo dispositivo de uso individual destinado a proteger
                   a saúde e a integridade física do trabalhador no local de trabalho;
               •   NR7 – Estabelece o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
                   (PCMSO). Refere-se à obrigatoriedade de exames médicos periódicos
                   por ocasião de admissão, demissão, mudança de cargo/função ou setor e
                   retorno às atividades, após afastamento por mais de 30 dias por motivo
                   de saúde, inclusive gestação;
               •   NR9 – Estabelece o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
                   (PPRA). São considerados riscos ambientais os agentes agressivos
                   físicos, químicos e biológicos que possam trazer ou ocasionar danos à
                   saúde do trabalhador em ambientes de trabalho, em função da natureza,
                   concentração, intensidade e tempo de exposição ao agente.


            Estas duas importantes Normas Regulamentadoras – NR-7 e NR-9, que cuidam
da saúde do funcionário e controle do ambiente, foram alteradas pela Portaria nº. 24 de
29.12.94.


               •   NR15 – Conceitua as atividades ou operações insalubres, assegurando
                   ao trabalhador, nestes casos, remuneração adicional (incidente sobre o
                   salário mínimo regional);
               •   NR32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde,
                   entendendo-se como serviços de saúde qualquer edificação destinada à
                   prestação de assistência à saúde da população, e todas as ações de
                   promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde, em
                   qualquer nível de complexidade.
            Assim sendo, busca-se no desempenho das atividades clinicas - laboratoriais,
aplicar todas as normas e legislações vigentes para o bom cumprimento das mesmas.
            Conhecer os riscos, quais os seus tipos, onde são maiores e estabelecer um
mapeamento dos mesmos, é indispensável para podermos interceptá-los.
            Neste manual, faz-se referência aos perigos relativos de microrganismos
infecciosos, por grupos de risco (Grupos de Risco 1, 2, 3 e 4 da Organização Mundial da
Saúde - OMS). Esta classificação só deve ser utilizada em trabalho laboratorial. A seguir
descrevem-se os grupos de risco.
            Classificação dos agentes biológicos (segundo NR32):
            Classe de risco 1: baixo risco individual para o trabalhador e para a coletividade,
com baixa probabilidade de causar doença ao ser humano.


                                                                                            10
Classe de risco 2 : risco individual moderado para o trabalhador e com baixa
probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças ao ser humano,
para as quais existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.
           Classe de risco 3 : risco individual elevado para o trabalhador e com
probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças e infecções
graves ao ser humano, para as quais nem sempre existem meios eficazes de profilaxia ou
tratamento.
           Classe de risco 4 : risco individual elevado para o trabalhador e com
probabilidade elevada de disseminação para a coletividade. Apresenta grande poder de
transmissibilidade de um indivíduo a outro. Podem causar doenças graves ao ser humano,
para as quais não existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento               (NR32,
Portaria n°.485 de 11.11.2005).
           Com referência a segurança nos laboratórios, utiliza-se o termo contenção aos
métodos de segurança utilizados na manipulação de materiais infecciosos em um meio
laboratorial onde estão sendo manejados ou contidos. A contenção objetiva reduzir ou
eliminar a exposição da equipe de um laboratório, de outras pessoas e do ambiente em
geral aos agentes potencialmente perigosos.
           Na contenção primária a proteção da equipe do laboratório e do meio de trabalho
contra exposição aos agentes infecciosos, é proporcionada por uma boa técnica de
microbiologia e pelo uso de equipamento de proteção adequado. As vacinas podem fornecer
elevado nível de proteção individual.
           Na contenção secundária a proteção do meio ambiente externo ao laboratório
contra exposição aos materiais infecciosos, é proporcionada pela combinação de um projeto
de instalações e das práticas operacionais. Assim sendo, os três elementos de contenção
compreendem a prática e a técnica laboratorial, o equipamento de segurança e o projeto da
instalação. A avaliação do risco de trabalho a ser realizado com um agente especifico,
determinará a combinação adequada destes três elementos (BRASIL, 2000).




                                                                                       11
4. BIOSSEGURANÇA INDIVIDUAL:


4.1 – Normas de Biossegurança individual para acesso e permanência em laboratórios
e clínicas da FACID (docentes, alunos de graduação, pós-graduação, bolsistas de iniciação
cientifica, pesquisadores e funcionários).
           Terão acesso às clínicas e laboratórios da Instituição todos aqueles que estejam
no desempenho de suas funções, no horário normal de expediente ou aqueles com
autorização prévia.
           Nos horários fora do expediente normal e⁄ou fora do horário de aula, o acesso às
dependências dos laboratórios de saúde só será permitido mediante autorização emitida
pelo pessoal da recepção e assinatura no livro de presença destacando identificação e
tempo de permanência no local.
           É proibida a permanência de pessoas estranhas ao serviço, nas áreas de risco
dos laboratórios de ensino, pesquisa e clinicas.
           É proibido trabalhar sozinho nos laboratórios e clínicas em atividades que
envolvam elevados riscos de acidente.
           Os membros da Comissão de Biossegurança, no exercício de suas funções, têm
acesso livre a todas as dependências dos laboratórios de saúde.
           É obrigatório o uso de jaleco fechado, longo, de mangas compridas com
logomarca da FACID sobre a roupa; é recomendado o uso de óculos de segurança, sapatos
fechados e calça comprida nas atividades que envolvam riscos, realizados nos laboratórios
de ensino da FACID.
           Nas clinicas torna-se obrigatório o uso de jaleco com logomarca da FACID e
nome do curso.
           Os equipamentos de proteção individual têm o seu uso regulamentado pelo
Ministério Trabalho e Emprego, em sua Norma Regulamentadora n°.6 (NR n°.6). Esta norma
define que equipamento de proteção individual é todo dispositivo de uso individual,
destinado a proteger a integridade física do trabalhador. Ela preconiza que a empresa está
obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual
adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes
circunstâncias:
           - sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou
não oferecerem completa proteção aos riscos de acidentes do trabalho e/ou doenças
profissionais;
           - enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas, para
atender a situações de emergência (BRASIL, 1994).




                                                                                        12
De acordo com a NR-32 de 16.11.05
O empregador deve vedar:
             a) a utilização de pias de trabalho para fins diversos dos previstos;
             b) o ato de fumar, o uso de adornos e o manuseio de lentes de contato nos
                postos de trabalho;
             c) o consumo de alimentos e bebidas nos postos de trabalho;
             d) a guarda de alimentos em locais não destinados para este fim;
             e) o uso de calçados abertos.


Vestuário:


             O equipamento e a roupa de proteção individual podem servir de barreira,
minimizando o risco de exposição a aerossóis, salpicos e inoculação acidental. A roupa e o
equipamento escolhido dependem da natureza do trabalho a ser realizado. Deve vestir-se
roupa de proteção quando se trabalha no laboratório. Antes de sair do laboratório, deve tirar-
se a roupa de proteção e lavar as mãos.


Batas, jalecos e aventais de laboratório:


             Batas e jalecos devem ser de mangas compridas e fechadas atrás para dar
melhor proteção, sendo preferidos nos laboratórios de microbiologia e quando se trabalha
com câmaras de segurança biológica. Quando necessário, podem usar-se aventais por cima
das batas, a fim de dar uma proteção adicional contra o derrame de produtos químicos ou
biológicos, tais como sangue ou fluidos de culturas.
             Devem-se usar preferencialmente calças compridas, para melhor proteção das
pernas.
             Como norma a ser instituída nas clínicas e laboratórios da FACID, os alunos,
quando em atividades práticas, deverão trajar de manga comprida, de cor branca ou avental
descartável que, ao término da atividade, deverá ser depositado no recipiente destinado ao
armazenamento de lixo infectante. Os docentes e funcionários deverão utilizar avental
branco, com identificação no avental.




                                                                                           13
Sapatos:


              Os calçados indicados para o ambiente com sujeira orgânica são aqueles
fechados de preferência impermeáveis (couro ou sintético). Evita-se os de tecido que
umedecem e retém a sujeira. Escolha os calçados cômodos e do tipo anti-derrapante. Se o
local tiver muita umidade, como em lavanderias, usar botas de borracha.
              Devem ser de material não poroso e resistente para evitar lesões nos pés com
material pérfuro-cortante, químicos ou contaminados.


Gorro:


              Deve ser de uso obrigatório nas áreas de controle microbiológico, produção,
manipulação e almoxarifado, devendo os cabelos estarem permanentemente presos na sua
totalidade.


Jóias e bijuterias:


              Brincos, anéis, pulseiras e colares podem servir de depósitos        para agentes
biológicos e químicos, portanto não devem ser utilizados nas áreas laboratoriais.


Maquiagem:


              Por conter glicerina, mica, titânio entre outros, pode liberar partículas que podem
servir de veículo para propagação de agentes biológicos e químicos.


Unhas:


              Devem ser curtas, bem cuidadas e não podem ultrapassar a ponta dos dedos.
Preferencialmente sem conter esmalte, pois libera microfraturas.


Óculos de proteção, óculos de segurança e viseiras de proteção facial.


              A escolha do equipamento para proteger os olhos e o rosto contra salpicos e
impactos de objetos depende da manobra a realizar.
              Óculos normais ou graduados podem ser fabricados com uma armação especial
que permita inserir lentes na frente da armação, utilizando um material inquebrável




                                                                                              14
acompanhando o formato do rosto, ou ser equipados com proteções laterais (óculos de
segurança).
           Os óculos de segurança não fornecem, porém uma proteção adequada contra
salpicos, mesmo quando acompanhados de proteção lateral. Nesse caso, devem utilizar-se
óculos de proteção (tipo óculos de soldador) que protegem contra salpicos e impactos, usar
por cima dos óculos graduados ou lentes de contato (que não oferecem proteção contra
perigos biológicos ou químicos).
           As viseiras de proteção facial são feitas de plástico inquebrável, ajustam-se ao
rosto e são seguras à cabeça por tiras ou por uma touca.
           Óculos de proteção, de segurança e viseiras não devem ser utilizados fora do
laboratório.


Lentes de contato:


           Não manuseá-las nas áreas de trabalho. Em caso indispensável do ajuste das
mesmas, isto deverá ser feito após lavagem das mãos, fora do ambiente de atividade
prática.


Respiradores:


           Ao realizar trabalhos de alto risco (por exemplo: limpeza de um derrame de
material infeccioso) pode ser necessário utilizar material de proteção respiratória. A escolha
do respirador depende do tipo de perigo(s). Existem respiradores com filtros permutáveis:
proteção contra gazes, vapores, partículas e microrganismos; é imprescindível que o filtro
escolhido corresponda ao tipo apropriado de respirador. Para assegurar a proteção ideal, o
respirador deve ser instalado na face do operador e testado. Os respiradores auto-
suficientes, com abastecimento de ar integral, asseguram uma proteção total. Deve solicitar-
se o conselho de uma pessoa devidamente qualificada, por exemplo, um higienista
profissional, para escolher o respirador adequado.
           As máscaras utilizadas em cirurgia foram concebidas para a proteção dos
doentes e não asseguram a proteção respiratória dos operadores. Alguns respiradores
descartáveis (ISO 13.340.30) foram concebidos para assegurar a proteção contra a
exposição a agentes biológicos.
           Os respiradores não devem ser utilizados fora das áreas laboratoriais.




                                                                                           15
Luvas:


             Durante certas manipulações laboratoriais pode ocorrer a contaminação das
mãos. Estas são igualmente vulneráveis a ferimentos causados por objetos cortantes. No
trabalho normal de laboratório e no manuseamento de agentes infecciosos, sangue e fluidos
corporais,    usa-se    geralmente     luvas   descartáveis    de   látex,   vinil   ou   nitrila,
microbiologicamente aprovados, semelhantes às utilizadas em cirurgia.
             Segundo a NR-32
             32.2.4.3.2 O uso de luvas não substitui o processo de lavagem das mãos, o que
deve ocorrer, no mínimo, antes e depois do uso das mesmas.
             32.2.4.4 Os trabalhadores com feridas ou lesões nos membros superiores só
podem iniciar suas atividades após avaliação médica obrigatória com emissão de
documento de liberação para o trabalho.
             Devem tirar-se as luvas e lavar bem as mãos, após manusear materiais
infecciosos, trabalhar em câmaras de segurança biológica e antes de sair do laboratório.
Depois de utilizadas, as luvas descartáveis devem ser eliminadas com os resíduos
laboratoriais infectados.
             Reações alérgicas como dermatite e hipersensibilidade imediata têm sido
assinaladas em laboratórios e entre outros trabalhadores que utilizam luvas de látex,
particularmente nas que contêm pó. Devem estar disponíveis alternativas às luvas de látex
com pó, como exemplo, as luvas de nitrila.
             Devem utilizar-se luvas de malha de aço inoxidável, sempre que existir a
probabilidade de exposição a instrumentos cortantes, como nas autópsias. Estas luvas
protegem contra cortes, mas não contra perfurações.
             Não devem utilizar-se luvas fora das áreas laboratoriais.


INDICAÇÕES DA LAVAGEM DAS MÃOS


             Existe uma gama enorme de momentos, durante o trabalho, que a lavagem das
mãos está indicada. Mesmo que, durante os procedimentos, as luvas sejam utilizadas, após
a retirada das luvas as mãos devem ser lavadas. A luva irá proteger de uma contaminação
grosseira              de            matéria           orgânica,             porém              a
microporosidade da luva, a sua fragilidade que ocasiona furos e a possível contaminação na
sua retirada, indica que ocorreu contato de microrganismos na pele das mãos. Sendo assim,
mesmo com o uso de luvas, as mãos devem ser lavadas após a sua retirada. Suas
indicações são:




                                                                                              16
-   após tocar fluidos, secreções e itens contaminados;
           -   após a retirada das luvas;
           -   antes de procedimentos no paciente;
           -   entre contatos com pacientes;
           -   entre procedimentos num mesmo paciente;
           -   antes e depois de atos fisiológicos;
           -   antes do preparo de soros e medicações.


           Para a realização da lavagem das mãos necessitamos das seguintes instalações
físicas:


           -   pia;
           -   dispensador de solução degermante com acionamento automático ou por
               pedal, com uma rotina de limpeza semanal;
           -   toalheiro com toalhas de papel ou ar quente (preferível);
           -   torneira com abertura e fechamento automático, preferivelmente.


           Ao lavar as mãos estabelecer uma seqüência de esfregação das partes da mão
com maior concentração microbiana, que são: as pontas dos dedos, meio dos dedos e
polegares. Veja a técnica da lavagem das mãos:
           -   posicionar-se sem encostar na pia;
           -   abrir a torneira;
           -   passar a solução degermante nas mãos;
           -   friccionar as mãos dando atenção às unhas, meio dos dedos, polegar, palmas
               e dorso das mãos (tempo aproximado de 15 segundos);
           -   enxaguar as mãos deixando a torneira aberta;
           -   enxugar as mãos com papel toalha ou jato de ar quente;
           -   fechar a torneira com a mão protegida com papel toalha, caso não tenha
               fechamento automático.


           É importante lembrar que para melhor remoção da microbiota as mãos devem
estar sem anéis e com as unhas curtas, caso contrário, uma carga microbiana ficará retida
nestes locais sendo passíveis de proliferação e transmissão. Na lavagem rotineira das mãos
o uso de sabão neutro é o suficiente para a remoção da sujeira, da microbiota transitória e
parte da microbiota residente.




                                                                                        17
4.2 - Normas de Biossegurança coletiva para desempenho de atividades.


           Os equipamentos de proteção coletiva são dispositivos utilizados no ambiente
laboral com o objetivo de proteger os trabalhadores dos riscos inerentes aos processos.
Normalmente os EPCs envolvem facilidades para os processos industriais colaborando no
aumento de produtividade e minimizando os efeitos de perdas em função de melhorias nos
ambientes de trabalho (BRASIL, 1994).


Os EPCs devem:
           -    ser do tipo adequado em relação ao risco que irão neutralizar;
           -    depender o menos possível da atuação do homem para atender suas
                finalidades;
           -    ser resistentes às agressividades de impactos, corrosão, desgastes, etc., a
                que estiverem sujeitos;
           -    permitir serviços e acessórios como limpeza, lubrificação e manutenção;
           -    não criar outros tipos de riscos, principalmente mecânicos como obstrução de
                passagens, cantos vivos, etc. (BRASIL, 1994).


           Todos     os   funcionários    devem   receber   treinamento   para   uso   destes
equipamentos, que devem estar em locais de fácil acesso e sinalizados.
           Extintores de incêndio – poderão ser de água pressurizada, pó químico seco ou
gás carbônico. A área localizada logo abaixo deste equipamento, deve estar sinalizada e
desobstruída.
           Chuveiro de emergência – deve estar localizado próximo a área laboratorial e
possuir jato de água forte para remoção imediata de substâncias, reduzindo os danos ao
professor, aluno ou técnico atingidos pelo agente nocivo. A alavanca de acionamento deve
ser de fácil alcance.
           Lava-olhos – sua instalação é próxima ao chuveiro ou as pias. Em caso de
acidentes, o jato de água deve ser forte para remover a substância da mucosa ocular.


Equipamentos complementares:
           Balde com areia ou substâncias absorventes granuladas - sempre que forem
derramados sobre o piso ou sobre bancadas substâncias perigosas, deve-se jogar areia ou
absorvente granulado para impedir o escoamento.
           •    Mantas ou cobertores;
           •    botas de borracha;
           •    baldes e esfregões;


                                                                                          18
•   pinças para recolher cacos;
•   material para primeiros socorros;
•   toalhas felpudas.




                                        19
5. NORMAS E CONDUTAS NO AMBIENTE LABORATORIAL.


           O ambiente de laboratório deve ser projetado, dimensionado ou adequado
devidamente de modo a oferecer condições confortáveis e seguras de trabalho. As áreas de
trabalho devem ser definidas com a finalidade de separar as de maior risco (manipulação de
produtos químicos e biológicos) daquelas que apresentam menor probabilidade de
acidentes (áreas administrativas).
           As áreas do ambiente de laboratório devem ser adequadamente sinalizadas de
forma a facilitar a orientação dos usuários; advertir quanto aos riscos existentes e restringir o
acesso de pessoas não autorizadas (PIMENTA, 2003).
           As instalações laboratoriais designam-se por:
           Laboratório de base – Nível 1 de segurança biológica;
           Laboratório de base – Nível 2 de segurança biológica,
           Laboratório de confinamento – Nível 3 de segurança biológica,
           Laboratório de confinamento máximo – Nível 4 de segurança biológica.
           Estas designações baseiam-se num conjunto de características de concepção,
estruturas de confinamento, equipamento, práticas e normas operacionais necessárias para
trabalhar com agentes de diversos grupos de risco (Anexo 1).
           Os líquidos biológicos e os sólidos que são manuseados nos laboratórios são,
quase sempre, fonte de contaminação. Os cuidados que se devem ter para não haver
contaminação cruzada dos materiais, não contaminar o pessoal do laboratório, da limpeza,
os equipamentos, o meio ambiente através de aerossóis e os cuidados com o descarte
destes materiais fazem parte das Boas Práticas em Laboratório Clinico (BPLC), seguindo as
regras da Biossegurança. Para cada procedimento há uma regra já definida em Manuais,
Resoluções, Normas ou Instruções Normativas.
           Nenhum laboratório clínico ou hospitalar dispõe de controle perfeito sobre as
amostras que recebe; portanto, o pessoal de laboratório pode sofrer exposição ocasional e
inesperada a germes que pertencem a grupos de risco mais elevados. Esta possibilidade
precisa ser considerada quando da adoção de planos e normas de segurança.


Níveis de Biossegurança
           A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) normatizou os níveis
de Biossegurança em NB-1, NB-2, NB-3 e NB-4, crescentes no maior grau de contenção e
complexidade do nível de proteção. O nível de biossegurança de um experimento será
determinado segundo o organismo de maior classe de risco envolvido no mesmo. Estão
definidos nessa instrução normativa os ambientes, os equipamentos necessários, os




                                                                                              20
cuidados no manuseio e a eliminação final dos resíduos, assim como os microrganismos
classificados nos quatro níveis.


NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA (NB-1) – Anexo 2
           O Nível de Biossegurança 1 é adequado ao trabalho que envolva agentes bem
caracterizados e conhecidos por não provocarem doença em seres humanos e que
possuam mínimo risco ao pessoal do laboratório e ao meio ambiente. O laboratório não está
separado das demais dependências do edifício. O trabalho é conduzido, em geral, em
bancada, com adoção das boas práticas laboratoriais (BPL). Equipamentos específicos de
proteção ou características especiais de construção não são geralmente usados ou
exigidos. O pessoal do laboratório deverá ter treinamento específico nos procedimentos
realizados no laboratório e deverão ser supervisionados por um cientista com treinamento
em microbiologia geral ou ciência correlata.
           Padrões e práticas especiais, equipamento de segurança e instalações que
deverão ser aplicados aos agentes designados ao Nível de Biossegurança 1:


- Práticas Padrões em Microbiologia:
           •   O acesso ao laboratório deverá ser limitado ou restrito de acordo com a
               definição do responsável pelo laboratório quando estiverem sendo realizados
               experimentos ou trabalhos com culturas e amostras.
           •   As pessoas deverão lavar as mãos após o manuseio de materiais viáveis,
               após remoção das luvas e antes de saírem do laboratório.
           •   Não é permitido comer, beber, fumar, manusear lentes de contato, aplicar
               cosméticos ou armazenar alimentos para consumo nas áreas de trabalho. As
               pessoas que usam lentes de contato em laboratórios deverão usar também
               óculos de proteção ou protetores faciais. Os alimentos deverão ser guardados
               fora das áreas de trabalho em armários ou geladeiras específicos para este
               fim.
           •   É proibida a pipetagem com a boca; devem ser utilizados dispositivos
               mecânicos.
           •   Devem ser instituídas normas para o manuseio de agulhas.
           •   Todos os procedimentos devem ser realizados cuidadosamente a fim de
               minimizar a criação de borrifos ou aerossóis.
           •   As superfícies de trabalho devem ser descontaminadas, pelo menos, uma vez
               ao dia e sempre depois de qualquer derramamento de material viável.




                                                                                        21
•   Todas as culturas e outros resíduos deverão ser descontaminados antes de
              serem descartados através de um método aprovado como, por exemplo,
              esterilização por calor úmido (autoclave). Os materiais que forem ser
              descontaminados fora do laboratório deverão ser colocados em recipientes
              inquebráveis, à prova de vazamentos e hermeticamente fechados para serem
              transportados ao local desejado. Os materiais que forem enviados para
              descontaminação fora da instituição deverão também ser embalados de
              acordo com os regulamentos locais, estaduais e federais, antes de serem
              removidos das dependências do laboratório.
          •   O símbolo de “Risco Biológico” deverá ser colocado na entrada do laboratório
              em qualquer momento em que o agente infeccioso estiver presente no local.
              Este sinal de alerta deverá indicar o agente manipulado e o nome e número
              do telefone do pesquisador.
          •   Deve ser providenciado um programa rotineiro de controle de insetos e
              roedores.

- Equipamento de Segurança (Barreiras Primárias)
          •   Os equipamentos especiais de contenção, tais como as cabines de
              segurança biológica, não são geralmente exigidas para manipulações de
              agentes de classe de risco 1.
          •   É recomendado o uso de jalecos, aventais ou uniformes próprios, para evitar
              a contaminação ou sujeira de vestimentas.
          •   Recomenda-se o uso de luvas para os casos de rachaduras ou ferimentos na
              pele das mãos. Algumas alternativas como o uso de luvas de látex com talco
              deverão ser avaliadas.
          •   Óculos protetores deverão ser usados na execução de procedimentos que
              produzam borrifos de microrganismos ou materiais perigosos.


-Instalações Laboratoriais (Barreiras Secundárias)
          •   Os laboratórios deverão possuir portas para controle do acesso
          •   Cada laboratório deverá conter uma pia para lavagem das mãos.
          •   O laboratório deve ser projetado de modo a permitir fácil limpeza. Carpetes e
              tapetes não são apropriados para laboratórios.
          •   É recomendável que a superfície das bancadas seja impermeável à água e
              resistente ao calor moderado e aos solventes orgânicos, ácidos, álcalis e
              químicos usados para a descontaminação da superfície de trabalho e do
              equipamento.


                                                                                        22
•   Os móveis do laboratório deverão ser capazes de suportar cargas e usos
              previstos. Os espaços entre as bancadas, cabines e equipamento deverão
              ser suficientes de modo a permitir fácil acesso para limpeza.
          •   Se o laboratório possuir janelas que se abram para o exterior, estas deverão
              conter telas de proteção contra insetos.


NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA 2 (NB-2)
          O Nível de Biossegurança 2 é semelhante ao nível de Biossegurança 1 e é
adequado ao trabalho que envolva agentes de risco moderado para as pessoas e para o
meio ambiente. Difere do NB-1 nos seguintes aspectos: (1) O pessoal de laboratório deverá
ter um treinamento especifico no manejo de agentes patogênicos e devem ser
supervisionados por cientistas competentes; (2) O acesso ao laboratório deve ser limitado
durante os procedimentos operacionais; (3) Precauções externas serão tomadas em relação
a objetos cortantes infectados; e (4) Determinados procedimentos nos quais exista
possibilidade de formação de aerossóis e borrifos infecciosos devem ser conduzidos em
cabines de segurança biológica ou outros equipamentos de contenção física.


          Os seguintes padrões e práticas especiais, equipamentos de segurança e
instalações são aplicáveis aos agentes designados para o nível de Biossegurança 2:


          •   O acesso ao laboratório deverá ser limitado ou restrito de acordo com a
              definição do responsável pelo laboratório quando estiverem sendo realizados
              experimentos.
          •   As pessoas devem lavar as mãos após a manipulação de materiais viáveis,
              após a remoção das luvas e antes de saírem do laboratório.
          •   É proibido comer, beber, fumar, manusear lentes de contato, aplicar
              cosméticos nas áreas de trabalho. Os alimentos deverão ser guardados fora
              das áreas de trabalho em armários ou geladeiras específicos para este fim.
          •   É proibida a pipetagem com a boca; devem ser utilizados dispositivos
              mecânicos.
          •   Devem ser instituídas normas para o manuseio de agulhas.
          •   Todos os procedimentos devem ser realizados cuidadosamente a fim de
              minimizar a criação de borrifos ou aerossóis.
          •   As superfícies de trabalho devem ser descontaminadas com desinfetantes
              que sejam eficazes contra os agentes manipulados, ao final do trabalho ou no
              final do dia e após qualquer vazamento ou borrifada de material viável.



                                                                                           23
•   Todas as culturas, colônias e outros resíduos deverão ser descontaminados
               antes de serem descartados através de um método de descontaminação
               aprovado como, por exemplo, esterilização pelo calor úmido (autoclave). Os
               materiais que forem ser descontaminados fora do próprio laboratório deverão
               ser colocados em recipientes inquebráveis, à prova de vazamentos e
               hermeticamente fechados para serem transportados ao local desejado.
           •   Deve ser providenciado um programa rotineiro de controle de insetos e
               roedores.


NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB-3)
           As práticas, o equipamento de segurança, o planejamento e construção das
dependências são aplicáveis para laboratórios clínicos, de diagnósticos, laboratório escola,
de pesquisa ou de produções. Nestes locais realiza-se o trabalho com agentes nativos ou
exóticos que possuam um potencial de transmissão via respiratória e que podem causar
infecções sérias e potencialmente fatais. Os riscos primários causados aos trabalhadores
que lidam com estes agentes incluem a auto-inoculação, a ingestão e a exposição aos
aerossóis infecciosos.
           No nível de Biossegurança 3, enfatizar mais as barreiras primárias e secundárias
para proteger os funcionários de áreas contíguas, a comunidade e o meio ambiente contra a
exposição aos aerossóis potencialmente infecciosos. Por exemplo, todas as manipulações
laboratoriais deverão ser realizadas em uma CSB (Cabine de Segurança Biológica) ou em
um outro equipamento de contenção como uma câmara hermética de geração de aerossóis.
As barreiras secundárias para este nível incluem o acesso controlado ao laboratório e
sistemas de ventilação que minimizam a liberação de aerossóis infecciosos do laboratório
(BRASIL, 2004).


NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB-4) - Anexo 2
           As práticas, o equipamento de segurança, o planejamento e construção das
dependências são aplicáveis para trabalhos que envolvam agentes exóticos perigosos que
representam um alto risco por provocarem doenças fatais em indivíduos. Estes agentes
podem ser transmitidos via aerossóis e até o momento não há nenhuma vacina ou terapia
disponível. Os agentes que possuem uma relação antigênica próxima ou idêntica aos dos
agentes do nível de Biossegurança 4 também deverão ser manuseados neste nível.
           Os riscos primários aos trabalhadores que manuseiam agentes de Nível de
Biossegurança 4 incluem a exposição respiratória aos aerossóis infecciosos, exposição da
membrana mucosa e⁄ou da pele lesionada as gotículas infecciosas e a auto-inoculação.
Todas as manipulações de materiais de diagnóstico potencialmente infecciosos, substâncias


                                                                                         24
isoladas e animais naturalmente ou experimentalmente infectados apresentam um alto risco
de exposição e infecção aos funcionários de laboratório, a comunidade e ao meio ambiente.
          O completo isolamento dos trabalhadores de laboratórios em relação aos
materiais infecciosos aerossolizados é realizada primariamente em cabines de segurança
biológica Classe III ou com um macacão individual suprido com pressão de ar positivo. A
instalação do Nível de Biossegurança 4 é geralmente construída em um prédio separado ou
em uma zona completamente isolada com uma complexa e especializada ventilação e
sistemas de gerenciamento de lixo que evitem uma liberação de agentes viáveis no meio
ambiente (BRASIL, 2004).




                                                                                       25
6. MANEJO DAS AMOSTRAS NO LABORATÓRIO
6.1. Recipientes para as Amostras.
           Os recipientes utilizados para o armazenamento e transporte das amostras ao
laboratório podem ser constituídos de diversos materiais, a saber:
               •    Urina – frasco plástico (para E.A.S.); vidro âmbar com tampa plástica de
                    rosca ou cortiça (para E.A.S. e ⁄ ou Urocultura); frascos plásticos estéreis,
                    contendo ou não conservantes tipo acido bórico.
               •    Fezes – frasco plástico munido de pequena pá (também plástica) para a
                    manipulação da amostra, usados tanto para Exame Parasitológico de Fezes
                    (EPF), quanto para Coprocultura;
               •    Escarro – frasco plástico estéril, de boca larga, com tampa de rosca;
               •    Líquidos biológicos (líquor, líquidos ascíticos, pleural, sinovial,
                    pericárdico, sêmen, etc.); frascos de vidro estéreis com tampa de
                    borracha e ⁄ ou com tampa plástica de rosca, com ou sem meio de cultura;
               •    Secreções diversas: frascos de vidro estéreis com tampa plástica de
                    rosca, com ou sem meio de cultura;
               •    Sangue para realização de hemoculturas: frascos próprios.


6.2. Transporte para o Laboratório.
           O transporte do material para o laboratório deve ser feito em recipientes
secundários (caixas de papelão e caixas térmicas), contendo, preferencialmente, divisões
internas, para que o material a ser examinado permaneça em pé.
           O transporte para o setor de microbiologia deve ser realizado em bandejas
plásticas ou de aço inoxidável resistentes; também podem ser utilizadas caixas de papelão
resistente para este fim.


6.3. Recebimento e estocagem das Amostras.
           As amostras recebidas para análise deverão ser separadas em uma parte
específica da bancada e separadas de acordo com o tipo de exame a ser realizado. Nesta
etapa, todos os cuidados necessários para se evitar contaminação do pessoal envolvido (e
também das amostras) devem ser rigorosamente seguidos.
           Os materiais a serem processados deverão ser analisados imediatamente ou
estocados sob certas condições, caso necessário. Para a estocagem, deve-se seguir os
seguintes critérios:
           •       Urina para urocultura: estocagem em temperatura de 6-8°C por, no máximo,
                   2 (duas) horas antes da semeadura nos meios específicos;



                                                                                              26
•   Fezes para coprocultura: estocagem em temperatura de 6-8°C por, no
               máximo, 3 (três) horas antes da semeadura nos meios específicos;
           •   Secreções enviadas em preparações tipo Swab em meios de transporte:
               estocagem em temperatura ambiente (25°C) por, no máximo, 24 (vinte e
               quatro) horas antes da semeadura nos meios específicos;
           Os demais materiais a serem analisados não devem ser estocados, isto é, torna-
se obrigatória sua análise imediata.




                                                                                      27
7. NORMAS E CONDUTAS PARA O AMBIENTE CLÍNICO/LABORATORIAL
7.1- Definição das Normas de Segurança e de Prevenção de Riscos Biológicos nos
Laboratórios


      Todo pessoal de laboratório deve:


         •     Conhecer as regras para o trabalho com agente patogênico;
         •     Conhecer os riscos biológicos, químicos, radioativos, tóxicos e ergonômicos
               com os quais se tem contato no laboratório;
         •     Ser treinado e aprender as precauções e procedimentos de biossegurança;
         •     Seguir as regras de biossegurança; evitar trabalhar sozinho com material
               infeccioso: uma segunda pessoa deve estar acessível para auxiliar em caso
               de acidente;
         •     Ser protegido por imunização apropriada quando disponível;
         •     Manter o laboratório limpo e arrumado, devendo evitar o armazenamento de
               materiais não pertinentes ao trabalho do laboratório;
         •     Limitar o acesso aos laboratórios, restringindo-o nos laboratórios de níveis de
               contenção 3 e 4. Não permitir crianças no laboratório. Esclarecer mulheres
               grávidas ou indivíduos imunocomprometidos que trabalham ou entram no
               laboratório quanto aos riscos biológicos;
         •     Usar roupas protetoras de laboratório (uniformes, aventais, jalecos,
               máscaras) que devem estar disponíveis e ser usados inclusive por visitantes;
         •     Usar luvas sempre que manusear material biológico. Luvas devem ser
               usadas em todos os procedimentos que envolverem o contato direto da pele
               com toxinas, sangue, materiais infecciosos ou animais infectados. Anéis ou
               outros adereços de mão que interferem com o uso da luva devem ser
               retirados. As luvas devem ser removidas com cuidado para evitar a formação
               de aerossóis e descontaminadas antes de serem descartadas. Trocar de
               luvas ao trocar de material. Não tocar o rosto com as luvas de trabalho. Não
               tocar com as luvas de trabalho em nada que possa ser manipulado sem
               proteção, tais como maçanetas, interruptores, etc.;
         •     Usar sempre avental ou jaleco ao manipular material sabidamente ou
               potencialmente patogênico. Retirar o jaleco ou avental antes de sair do
               laboratório. Não usar sapatos abertos;
         •     Utilizar protetores de face e/ou olhos quando necessário proteger-se de
               respingos, substâncias tóxicas, luz UV ou outras irradiações;




                                                                                           28
•   Não aplicar cosméticos. Não retirar canetas ou qualquer outro instrumento do
              laboratório sem descontaminar antes. Não mastigar lápis/caneta e não roer
              as unhas;
          •   Evitar o uso de lentes de contato. Se houver necessidade de usá-las, proteja
              os olhos com óculos de segurança. Cabelos compridos devem estar presos
              durante o trabalho. O uso de jóias ou bijouterias deve ser evitado;
          •   Lavar as mãos sempre após manipulação com materiais sabidamente ou com
              suspeita de contaminação. Lavar as mãos sempre após remoção das luvas,
              do avental ou jaleco e antes de sair do laboratório;
          •   Nunca pipetar com a boca. Usar pêra ou pipetador automático;
          •   Restringir o uso de agulhas, seringas e outros objetos pérfuro-cortantes.
              Extremo cuidado deve ser tomado quando da manipulação de agulhas para
              evitar a autoinoculação e a produção de aerossóis durante o uso e descarte.
              Nunca tente recapear agulhas. As agulhas ou qualquer outro instrumento
              perfurante e/ou cortante devem ser desprezados em recipiente resistente,
              inquebrável, de abertura larga. Quando os recipientes estiverem cheios,
              devem ser autoclavados ou incinerados;
          •   Não transitar nos corredores com material patogênico a não ser que esteja
              acondicionado conforme normas de biossegurança.
          •   Não fumar, não comer, não beber no local de trabalho onde há qualquer
              agente patogênico. Não estocar comida ou bebida no laboratório;
          •   Nunca usar vidraria quebrada ou trincada;
          •   Descontaminar a superfície de trabalho. A descontaminação da bancada e
              dos materiais utilizados deve ser feita ao término do trabalho ou, no mínimo,
              diariamente;
          •   Descontaminar todo material líquido ou sólido antes de reusar ou descartar.
          •   Todos os procedimentos técnicos devem ser realizados com o mínimo de
              produção de aerossóis (BRASIL, FIOCRUZ, 1996).


7.2 Técnicas para o uso de pipetas e de dispositivos auxiliares de pipetagem.


          1. Sempre deverão ser utilizados dispositivos auxiliares para as pipetagens. O
              uso de pipetas com a boca é proibido.
          2. Todas as pipetas de vidro devem possuir rolhas de algodão, com a finalidade
              de reduzir o risco de contaminação dos dispositivos de pipetagem e do
              operador.




                                                                                        29
3. Os materiais infecciosos não devem ser misturados soprando e aspirando-se,
   alternadamente, através da pipeta.
4. Os líquidos não devem ser eliminados das pipetas a força;
5. A superfície da mesa de trabalho deve estar coberta por um pano ou papel
   absorvente embebido em desinfetante, com o objetivo de evitar a dispersão
   do material infeccioso, caso este caia acidentalmente da pipeta; o pano ou o
   papel utilizado devem ser autoclavados após o uso;
6. Convém dar preferência as pipetas com graduação superior e inferior, visto
   que este tipo de pipeta não exige a eliminação da última gota; dar preferência
   também as pipetas automáticas (micropipetas) para volumes inferior a 1mL
   para se evitar risco de contaminação, tanto do material a ser investigado
   quanto do operador;
7. As pipetas de vidro e as ponteiras (no caso de utilização de micropipetas
   automáticas) contaminadas devem ser mergulhadas por completo em um
   recipiente inquebrável contendo desinfetante apropriado (hipoclorito de sódio
   [com 5% de cloro ativo]: 50-100 mL⁄litro de água), por tempo não inferior a 12
   horas;




                                                                              30
8. BOAS PRÁTICAS NO LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA
          Embora algumas das precauções descritas neste manual possam parecer
desnecessárias a alguns laboratórios, é desejável que sejam implementadas com objetivo
de treinamento dos funcionários, para o desempenho de técnica microbiológica segura.
          A prática correta destas técnicas é o fundamento da BIOSSEGURANÇA.
Equipamentos de proteção individual complementam a função da prática microbiológica
segura, mas nunca a substituem.
          O cumprimento à risca das “regras” descritas abaixo deve ser estimulado pelas
chefias competentes, visando sua incorporação mais ágil às rotinas de cada setor.
          1. O símbolo internacional de biossegurança deve estar fixado na entrada dos
              laboratórios que manipulam microrganismos de risco 2 ou maior.
          2. Os funcionários devem lavar suas mãos após manipular material infectante e
              antes de sair do laboratório.
          3. Não pipetar com a boca.
          4. Não fumar, comer, beber, mascar chicletes, guardar alimentos ou aplicar
              cosméticos dentro do laboratório.
          5. Não lamber etiquetas ou colocar qualquer material na boca (p.ex. canetas).
          6. Manter o laboratório limpo, organizado e livre de materiais não pertinentes ao
              trabalho ali desempenhado.
          7. Desinfecção das bancadas de trabalho sempre que houver contaminação com
              material infectante e no final do dia, de acordo com as rotinas estabelecidas
              no manual de limpeza e desinfecção.
          8. Todos os procedimentos técnicos devem ser realizados de modo a minimizar a
              formação de aerossol e gotículas.
          9. Aventais devem ter seu uso restrito ao laboratório. Não devem ser usados em
              áreas não laboratoriais tais como áreas administrativas, biblioteca, cantina,
              etc.
          10. Não usar sandálias.
          11. Não guardar aventais em armários onde são guardadas roupas de rua.
          12. Usar óculos de segurança, visores ou outros equipamentos de proteção
              sempre que houver risco de espirrar material infectante ou de contusão com
              algum objeto.
          13. Não permitir a entrada de pessoas que desconheçam riscos potenciais de
              exposição, crianças e animais. Manter as portas do laboratório fechadas
              durante o trabalho.




                                                                                          31
14. O uso de seringas e agulhas deve ser restrito às injeções parenterais e à
   coleta de sangue. Não usar para aspirar fluido de frascos. Pipetas devem
   estar disponíveis para tal fim.
15. Usar luvas em todos os procedimentos com risco de exposição a material
   infectante. Não descartar luvas em lixeiras de áreas administrativas,
   banheiros, etc. Não atender ao telefone com luvas.
16. Os acidentes com exposição do funcionário ou do ambiente a material
   infectante deve ser imediatamente comunicado à chefia. Esta, por sua vez,
   deverá encaminhar a notificação de acidente ao Grupo de Controle de
   Infecção (impresso disponível nas áreas) para as providências cabíveis.




                                                                             32
9. CONDUTAS BÁSICAS PARA PESQUISA ENVOLVENDO ANIMAIS
           Este documento não substitui cursos ou treinamento para o trabalho com
animais. Exige-se para este tipo de trabalho, que as pessoas sejam qualificadas. Qualquer
dúvida ou problema em relação aos animais destinados a trabalhos de laboratório, procurar
o professor responsável pelo biotério.
           O texto utilizou informações extraídas do “International Guiding Principles for
Biomedical Reserch Involving Animals” Cimios, Suíça (1984) apud BRASIL, 1991.


9.1 - Ética e Legislação
           A experimentação animal deve ser desenvolvida apenas após profunda
consideração de sua relevância para a saúde humana, animal e para o avanço do
conhecimento científico.
           Os animais selecionados para uma experiência devem ser de uma espécie
apropriada e apresentar boas condições de saúde, utilizando-se o número mínimo
necessário para obter resultados confiáveis. Para tanto devem ser utilizados, sempre que
possível, estatística de pequenos números com auto-controle.
           Os procedimentos com animais, que possam causar dor ou angústia devem ser
desenvolvidos com sedação, analgesia ou anestesia, sempre que possível. Os
procedimentos invasivos e drogas paralisantes nunca devem ser empregados sem a
administração de agentes anestésicos.
           Experiências crônicas nas quais haverá sobrevida pós-cirúrgica devem prever
cuidados com assepsia e prevenção de infecções. Nas experiências cirúrgicas agudas o
animal deve ser mantido inconsciente durante toda a duração.
           Naquelas experiências que requerem a imobilização física e/ou privação
alimentar ou hídrica, deve ser dada atenção especial no sentido de minimizar o desconforto
ou estresse e de manter as condições gerais de saúde. A imobilização deve ser mantida a
um mínimo absolutamente necessário e ser precedida por um período de adaptação.
           Ao término da experiência, os animais devem ser sacrificados de maneira
adequada à espécie, à idade e ao número, de forma rápida e indolor.
           O uso de animais em procedimentos experimentais pressupõe a disponibilidade
de alojamento que proporcione condições de vida adequadas às espécies.
           O transporte, a acomodação, a alimentação e os cuidados com os animais
criados ou usados para fins biomédicos devem ser realizados por técnico qualificado sob a
supervisão de um veterinário.
           As experiências devem ser realizadas ou diretamente supervisionadas por
pessoas com níveis apropriados de experiência e treinamento para exercer procedimentos



                                                                                       33
em animais vivos. Deve-se criar condições para o treinamento de pessoal no local de
trabalho, incluindo aspectos do trato e uso humanitário dos animais de laboratório.
           Extraído de “Princípios éticos na experimentação animal”, Colégio Brasileiro de
Experimentação Animal. (COBEA), Brasil, 1991.


9.2 - Condições do Biotério
           O Biotério pode ser uma pequena sala ou uma grande unidade com complexa
divisão interna. Independente do tamanho, os objetivos são os mesmos e para mantê-los há
necessidades básicas que devem ser consideradas para garantir a boa qualidade de
trabalho. Estas normas têm como diretriz evitar situações de contaminação que não só
constituem perigo aos animais como também a saúde do homem. São elas:
           ·   paredes laváveis (tinta a óleo, epóxi) e não azulejadas, pois ranhuras não
               permitem uma boa limpeza.
           ·   no caso de haver janelas elas devem ter telas e os vidros pintados para que a
               luz solar não interfira na iluminação artificial.
           ·   forro lavável e com bom isolamento.
           ·   interruptores protegidos.
           ·   piso lavável e anti-derrapante (granilite).
           ·   cantos das paredes arredondados para evitar quinas que abrigam sujeira e
               contaminação, rodapé com 15cm de altura para evitar danificação das
               paredes por rodas de carrinhos.
           ·   as portas devem ser dimensionadas de forma a permitir a passagem de
               carrinhos.
           ·   não devem existir degraus.
           ·   não é permitido a entrada de pessoas estranhas ao trabalho.


9.3 - Normas de trabalho
           Estas normas não substituem a necessidade de treinamento para trabalhos com
microrganismos.
           Os cuidados a serem tomados visam à higiene nos biotérios para evitar a
propagação de doenças nos animais e no homem. Há muitos casos de zoonoses, infecções
transmissíveis entre animais e o homem como, por exemplo, teníase, leptospirose, etc. Os
cuidados a serem tomados são os seguintes:
           ·   é obrigatório lavar as mãos antes e depois do trabalho no biotério.
           ·   é obrigatório o uso de avental de algodão. Recomenda-se o uso de máscaras
               e luvas em determinados trabalhos e em trabalhos prolongados. Sempre que
               possível deve-se tomar um banho após o trabalho no biotério. A lavagem do


                                                                                         34
rosto e posterior uso de máscaras previne contaminações existentes que são
              carregadas pelo ar.
          ·   algumas regras que nos parecem à primeira vista, excessivamente rígidas,
              são fruto de observações e pesquisas no decorrer de muitos anos de criação
              e experimentação animal. O uso de bijuterias e jóias é proibido no biotério,
              porque não podem ser desinfectados continuamente.
          ·   Quanto aos cosméticos, também devem ter seu uso restrito, pois podem
              alojar microrganismos. Seu odor pode excitar e confundir os animais.


9.4 - Descarte de animais
          Abaixo estão apresentados 3 métodos diferentes para o descarte de animais com
suas respectivas vantagens e limitações.
          ·   Lisofórmio - o animal de porte pequeno a médio é colocado em saco de
              plástico e tratado com lisofórmio. O saco é fechado e o material é descartado
              no lixo urbano. Este método só é bom para pequenos animais em que o
              clorofórmio penetra, sendo que animais de maior porte o processo de
              desinfecção é duvidoso, motivo pelo qual recomenda-se a incineração.
          ·   Autoclavação - serve para animais de pequeno e médio porte. O animal é
              envolvido em plástico e é autoclavado. O tempo a ser utilizado, está em
              função do volume do animal. A desvantagem do método é o odor
              desagradável que é produzido.
          ·   Incineração - animal de qualquer porte pode ser incinerado. Coloca-se o
              animal em saco plástico e queima-se no incinerador. A Universidade Federal
              do Piauí tem um incinerador em funcionamento. É necessário procurar o
              responsável para combinar a possibilidade de uso.
          Observação: animais contaminados com radioatividade devem ter seu descarte
obedecendo às normas da Conselho Nacional de Energia Nuclear - CNEN. Em caso de
animais tratados com produtos tóxicos (por ex.: cancerígenos), deve-se avaliar a
periculosidade da situação e organizar o descarte de acordo.




                                                                                        35
10. SEGURANÇA EM RELAÇÃO A INCÊNDIO E ELETRICIDADE


10.1 - Incêndio
CUIDADOS PARA EVITAR
          ·   Assegurar o bom estado dos quadros da rede elétrica.
          ·   Assegurar o uso adequado das tomadas conforme recomendações
              especificadas no capítulo “normas básicas para uso de equipamento elétrico”.
          ·   Armazenamento dos bujões de gás em local bem ventilado fora do prédio.
              Tolera-se o uso de bujões de até 13 kg no interior do prédio em áreas
              seguras.
          ·   Solventes químicos não podem ser armazenados próximos a fornos, estufas
              e locais aquecidos.
          ·   Presença de vigilantes, câmeras de vigilância ou preferencialmente sensores
              de incêndio e/ou instalações de sprinkler ( chuveiro automático para extinção
              de incêncio) em todos os corredores da FACID. Embora esta não seja a
              realidade atual, este controle é essencial, visto que quando os acidentes
              ocorrem durante o expediente eles são mais facilmente controláveis, pois a
              atuação do pessoal é imediata.
          ·   Os laboratórios devem ser fechados adequadamente, porém, permitindo o
              acesso a brigada de incêndio, visto que o incêndio pode se alastrar e
              ameaçar a Instituição como um todo.



EQUIPAMENTOS PARA CONTROLAR INCÊNDIOS
          Extintores de incêndio para produtos químicos (extintores PQS de pó),
eletricidade (extintores de CO2) e para papéis (extintores de água pressurizada), deverão
estar sempre disponíveis. Em instalações que utilizam muito equipamento elétrico, deve-se
ter um maior número de extintores para eletricidade, enquanto em locais que contenham
muitos produtos químicos, deverão haver mais extintores PQS. Os dois podem ser utilizados
em ambos os casos, porém procurando sempre utilizar o mais adequado.
          ·   Os extintores devem estar dentro do prazo de validade e fixados em locais de
              fácil acesso, como por exemplo, nos corredores, especialmente em locais de
              maior periculosidade, havendo um extintor a cada 10 metros. Recomenda-se
              ainda a colocação de extintores dentro dos laboratórios que contenham
              muitos solventes ou equipamentos elétricos.




                                                                                        36
·    Deverá haver à disposição, mangueiras com seus respectivos engates, as
                quais devem ser periodicamente vistoriadas quanto à integridade e
                funcionalidade.

COMO PROCEDER EM CASO DE INCÊNDIO


           Notando indícios de incêndio (fumaça, cheiro de queimado, estalidos, etc.),
aproxime-se a uma distância segura para ver o que está queimando e a extensão do fogo.
Acione o alarme mais próximo disponível, bem como transmita o alerta ao Serviço de
Vigilância, Administração do Prédio e Corpo de Bombeiro (tel: 193).
           Caso não saiba combater o fogo, ou não puder dominá-lo, saia do local,
fechando todas as portas e janelas atrás de si, mas sem trancá-las, desligando a
eletricidade, alertando os demais ocupantes do andar e informando aos laboratórios vizinhos
da ocorrência do incêndio.
           Não perca tempo tentando salvar objetos, salve sua vida.
           Mantenha-se vestido, pois a roupa protege o corpo contra o calor e a
desidratação.
           Procure alcançar o térreo ou as saídas de emergência do prédio, sem correr,
jamais use o elevador, pois a energia é normalmente cortada, e ele poderá ficar parado,
sem contar que existe o risco dele abrir justamente no andar em chamas.
           OBS: É da responsabilidade de cada chefe de laboratório conhecer o armário e
os disjuntores de suas instalações.


CLASSES DE INCÊNDIOS COM SEUS RESPECTIVOS CONTROLES


                •   Classe “A” - Materiais que queimam em superfície e em profundidade.
                    Ex.: Madeira, papel, tecido.
                •   Classe “B” - Os líquidos inflamáveis. Queimam na superfície. Ex.: Álcool,
                    gasolina, querosene,
                •   Classe “C” - Equipamentos elétricos e eletrônicos energizados. Ex.:
                    Computadores, TV, motores,
                •   Classe “D” - Materiais que requerem agentes extintores específicos. Ex.:
                    Pó de zinco, Sódio, magnésio,




                                                                                          37
USO APROPRIADO DOS EXTINTORES DE INCÊNDIO


   •    EXTINTOR DE ÁGUA PRESSURIZADA ÁGUA-GÁS
           Indicado com ótimo resultado para incêndios de Classe “A”. Contra indicado para
as Classes “B” e “C”.
           Modo de usar :
           Pressurizado: Rompa o lacre e aperte o gatilho, dirigindo o jato para a base do
fogo.
           Água-gás: Este tipo possui uma pequena ampola de ar comprimido. Abra o
registro da ampola de gás e dirija o jato para a base do fogo.
           Processo de extinção: Resfriamento.


   •    EXTINTOR DE ESPUMA
           Indicado com ótimo resultado para incêndios de classe “B” e com bom resultado
para a classe “A”. Contra indicado para a classe “C”.
           Modo de usar: Aproxime-se com segurança do líquido em chamas, inverta a
posição do extintor (posicione-o de cabeça para baixo) e dirija o jato para um anteparo, de
modo que a espuma gerada cubra o líquido como uma manta.
           Processo de extinção: Abafamento. Um processo secundário é o resfriamento
(umidificação).



   •    EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO SECO
           Indicado com ótimo resultado para incêndios de classe “C” e sem grande
eficiência para a classe “A”. Não possui contra-indicação.
           Modo de usar:
           Pressurizado: Rompa o lacre e aperte o gatilho, dirigindo o jato para base do
fogo.
           Processo de extinção: Abafamento.

   •    EXTINTOR DE GÁS CARBÔNICO
           Indicado para incêndios de classe “C” e sem grande eficiência para a classe “A”.
Não possui contra indicação.
           Modo de usar: Rompa o lacre e aperte o gatilho, dirigindo o difusor para a base
do fogo. Não toque no difusor, pois com a passagem de gás por ele, ele poderá gelar e
agarrar a pele ao ser tocado.
           Processo de extinção: Abafamento.




                                                                                        38
Obs.: Incêndios de classe “D” requerem extintores específicos podendo em
alguns casos serem utilizados o de Gás Carbônico (CO2) ou pó químico seco (PQS).


           ATENÇÃO : Vapores podem ser a fonte de explosões e incêndios. Por exemplo,
éter, utilizado para anestesiar e sacrificar animais, libera vapores potencialmente explosivos.
Em laboratórios que costumam guardar na geladeira,           carcaças de animais em formol,
podem também ocorrer explosões, como conseqüência de faíscas geradas dentro da
geladeira fechada.
           a) Fumaça inalada pode causar problemas graves e até fatais.
           b) Produtos de laboratório, são em muitos casos, inflamáveis e/ou explosivos.
               Eles podem agravar um incêndio de origem elétrica, tanto ao espalhar as
               chamas quanto ao provocar ferimentos por estilhaços.
           c) Incêndios podem ser gerados por reações químicas como, por exemplo, a
               neutralização de ácidos fortes por bases fortes. Recomenda-se que materiais
               passíveis de reagirem entre si, sejam guardados em armários separados..


10.2 Normas básicas para uso de equipamentos elétricos


           •   Verifique sempre a tensão da tomada na qual deseja ligar o seu equipamento
               e a voltagem/freqüência na qual o aparelho deve operar.
           •   Antes de ligar, veja se o equipamento está realmente em condições de uso.
               Caso ocorra alguma alteração durante o seu uso, comunique imediatamente
               ao responsável e/ou coloque um aviso, em local visível, para servir de alerta a
               outros usuários do equipamento.
           •   Em caso de dúvida quanto ao funcionamento de um equipamento, procure o
               responsável pelo mesmo. Tenha sempre em mãos os procedimentos básicos
               de operação do aparelho. É indispensável que o manual de uso esteja
               sempre à disposição.
           •   Evite ligar mais de um aparelho por tomada. Solicite ao responsável pelo
               setor, a adequação da instalação elétrica para a quantidade de equipamentos
               utilizados.
           •   Toda instalação elétrica tem um limite de capacidade em função do quadro de
               força e do tipo de fiação. Para fins práticos, a tabela abaixo permite identificar
               se a fiação usada na instalação de uma tomada é adequada para um
               determinado tipo de aparelho.




                                                                                              39
CORRENTE
                        FIO
                                               MÁXIMA
          14 AWG ( 2,08 mm² - 1,62 mm )         15A
          12 AWG ( 3,31 mm² - 2,05 mm )         20A
          10 AWG ( 5,26 mm² - 2,58 mm )         30A
          08 AWG ( 8,37 mm² - 3,26 mm )         40A
          06 AWG ( 13,30 mm² - 14,11 mm)        55A
          04 AWG ( 21,15 mm² - 15,18 mm)        70A
          02 AWG ( 33,63 mm² - 6,54 mm )        95A


•   Ao término do expediente, verifique se todos os equipamentos foram
    desligados inclusive luzes e aparelhos de ar condicionado. Deixe ligado
    somente o que for realmente necessário.




                                                                        40
11. PROCESSAMENTO DE ARTIGOS E SUPERFÍCIES EM SERVIÇOS DE
SAÚDE
11.1 Esterilização de artigos.
           A esterilização é o processo que visa destruir ou eliminar todas as formas de vida
microbiana presentes, por meio de processos físicos ou químicos.
           Os processos de esterilização indicados são:
           a) Físicos:
                •   Vapor saturado sob pressão (autoclave);
                •   Ar quente (estufas);
                •   Radiações (raios gama);
                •   Filtração (soluções termolábeis – filtros e membranas)
           b) Químicos:
                •   Líquidos (Soluções de glutaraldeído a 2%);
                •   Gases (óxido de etileno).


           Destaca-se que os artigos metálicos deverão ser esterilizados por processo físico
visto serem termorresistentes. A esterilização química deve ser utilizada em artigos
termossensíveis apenas quando não houver outro método que a substitua.


PROCESSO FISICO.
I – VAPOR SATURADO SOB PRESSAO.
           Realizado em autoclave, onde os microorganismos são destruídos pela ação
combinadada temperatura, pressão e umidade, que promove a termocoagulação e a
desnaturação das proteínas. Atualmente, existem três tipos de autoclave disponíveis no
mercado:
           •   gravitacional: o ar é removido por gravidade, sendo que o ar frio, mais denso,
               tende a sair por um ralo colocado na parte inferior da câmara, quando o vapor
               é admitido. No Brasil, as autoclaves destinadas à Odontologia funcionam, em
               quase sua totalidade, pela forma de deslocamento por gravidade;
           •   pré-vácuo: o ar é removido com o uso de bombas de vácuo, podendo ser um
               único pulso (alto vácuo) ou seguidas injeções e retiradas rápidas de vapor
               (pulsos de pressurização).
           •   ciclo flash: recomendado para esterilização apenas em situações de uso
               imediato   do     artigo,   seja   acidentalmente   contaminado   durante   um
               procedimento ou na ausência de artigo de reposição.




                                                                                           41
Os padrões de tempo, temperatura e pressão para esterilização pelo vapor
variam de acordo com o aparelho e encontram-se dentro de: 121° C a 127° C (1 atm
pressão) por 15 a 30 minutos e 132° C a 134° C (2 atm pressão) por quatro a sete minutos
de esterilização.
           O material, devidamente embalado, deve ser colocado na câmara da autoclave
desligada, não ultrapassando 2/3 de sua capacidade total e sem encostar-se às laterais,
dispondo-se os pacotes de modo que o vapor possa circular livremente e atinja todas as
superfícies do material. Embalagens compostas por papel e filme devem ser colocadas com
o papel para baixo. Deve-se fechar o equipamento e selecionar o ciclo desejado, caso seja
possível. Após a conclusão do ciclo, deve-se abrir o equipamento e aguardar que a
temperatura caia a 60º C para a retirada do material. Nesta etapa, o profissional deve utilizar
todos os EPIs.
           Atualmente, a esterilização em estufas (calor seco) é recomendada por
organismos nacionais e internacionais apenas para óleos e pós na área médica e para
alguns tipos de brocas e alicates ortodônticos na Odontologia (CDC, 2003). Estas
indicações se justificam pelo fato de o processo exigir longo período de tempo e altas
temperaturas, podendo ocorrer falhas no processo de esterilização.
           Os equipamentos utilizados deverão estar sob rígido controle de verificação de
eficácia de esterilização. Existem dois métodos de controle de qualidade: químico e
biológico. O método químico faz-se através do emprego de fitas indicadoras que têm a sua
coloração modificada em determinadas faixas de temperatura, correspondentes àquelas
indicadas para o processo de esterilização. O método biológico é realizado utilizando-se
amostras de bactérias esporuladas (Bacillus stereatothermophilus          e Bacillus subtilis)
devidamente acondicionadas, que são colocados junto aos materiais a serem esterilizados,
tendo sua viabilidade observada ao término do processo.


11.2 Limpeza e desinfeccao de superfícies


           Preconiza-se a limpeza com água e sabão líquido - detergente de todas as áreas
hospitalares, e havendo presença de matéria orgânica na superfície inanimada, remove-se a
sujidade utilizando meios mecânicos, realiza-se a limpeza e na seqüência a desinfecção
com a solução preconizada. Exemplo: hipoclorito de sódio a 1% ou solução cloro orgânico.


           → Limpeza concorrente: entende-se por limpeza concorrente a higienização
                 diária de todas as áreas dos setores de saúde, com o objetivo da manutenção
                 do asseio, reposição de materiais de consumo como: sabão líquido, papel
                 toalha, papel higiênico, saco para lixo. Inclui:


                                                                                            42
•   Limpeza de piso, remoção de poeira do mobiliário e peitoril, limpeza
                  completa do sanitário;
              •   Limpeza de todo o mobiliário da unidade (bancadas, mesa, cadeira),
                  realizada pela equipe da unidade (ou pela equipe da higienização, quando
                  devidamente orientada).


          A Limpeza Concorrente Inicia do local mais limpo para o local mais sujo ou do
local menos contaminado de acordo com o “provável nível de sujidade ou contaminação”.
          1º BALDE: Spray com detergente → 1º pano utilizado para limpeza.
          2º BALDE: Água → enxágüe → 2º pano utilizado para remoção do detergente.
          3º BALDE: Solução desinfetante → para desinfecção se necessário.


MACAS E CADEIRAS:
          Materiais: Baldes, panos e solução apropriada.
          Técnica:
              •   Embeber o pano em solução apropriada;
              •   Esfregar a área a ser limpa sempre no mesmo sentido do mais limpo ao
                  mais sujo;
              •   Molhar o outro pano em água limpa (2º balde) e enxaguar;
              •   Molhar com o 3º pano no álcool e aplicar na superfície, deixar secar;
              •   Friccionar com o 4º pano por 15’’ em cada ponto;
              •   Limpar e guardar o material.


          OBS:
          A limpeza de portas e paredes só será realizada se houver alguma sujidade;
          A limpeza das superfícies horizontais deve ser repetida durante o dia, pois há
acúmulo de partículas existentes no ar ou pela movimentação de pessoas.


          → Limpeza terminal: entende-se por limpeza terminal a higienização completa
              das áreas de trabalho e, às vezes, a desinfecção para a diminuição da
              sujidade e redução da população microbiana. É realizada de acordo com uma
              rotina pré-estabelecida, habitualmente, uma vez por semana ou quando
              necessário.      Além   da   limpeza   da   unidade,   outros   mobiliários   e
              equipamentos que têm contato direto com o paciente também devem ser
              limpos sempre que utilizados (cadeira de rodas, maca e outros).




                                                                                            43
PRODUTOS SANEANTES A SEREM UTILIZADOS:

          → Sabões-Detergentes: São produtos solúveis em água que contém
              tensoativos em sua formulação, com a finalidade de emulsificar e facilitar a
              limpeza, levando à dispersão, suspensão e emulsificação da sujeira.
          → Germicidas:     São    agentes      químicos    que   inibem   ou   destroem   os
              microorganismos, podendo ou não destruir esporos. É obrigatório o uso de
              equipamentos de proteção individual (EPI) na diluição e manipulação dos
              germicidas e em ambiente arejado.         São classificados em: esterilizantes,
              desinfetantes e anti-sépticos.


              •   Esterilizantes: São soluções químicas capazes de destruir todas as
                  formas de microorganismos inclusive esporos. Ex: glutaraldeído a 2%.
              •   Desinfetantes: São germicidas dotados de nível intermediário de ação,
                  ou seja, em geral não são esporicidas e tem ação viricida incompleta. Ex:
                  Hipoclorito de sódio 1% por 30 minutos.
              •   Antissépticos: São soluções germicidas pouco irritantes, utilizadas em
                  pele e mucosa. Alguns têm efeito bactericida, porém a maioria tem ação
                  bacteriostática. Ex: PVPI, clorexidina 2%, álcool à 70%.


          → Desodorizante: Formulações que contém em sua composição substâncias
              bactericidas, capazes de controlar odores desagradáveis.


          A Limpeza Terminal pode ser feita de duas maneiras:



                                                Enxágüe com água.
                  1º TIPO
                                                Desinfecção com hipoclorito de sódio a
    Limpeza com solução detergente.
                                               1%.

                  2º TIPO
    Limpeza e desinfecção com Cloro             Enxágüe com água.
             Orgânico a 3%.


          Materiais: Rodo comum, vasculho (rodo com cabo comprido), balde (limpeza de
paredes, mobiliários e chão), sistema mop e embalagem para lixo, hipoclorito de sódio ou
cloro orgânico, máquinas lavadoras de pisos e esponjas dupla face.




                                                                                            44
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Biossegurança FACID

  • 1. FACULDADE INTEGRAL DIFERENCIAL – FACID COMISSÃO DE BIOSSEGURANÇA MANUAL DE BIOSSEGURANÇA DOS SERVIÇOS DE SAÚDE DA FACID TERESINA - 2007
  • 2. SUMÁRIO 1 - INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 5 2 - OBJETIVOS .............................................................................................................. 6 3. APLICAÇÃO DAS NORMAS DE BIOSSEGURANÇA................................................ 7 4. BIOSSEGURANÇA INDIVIDUAL: ............................................................................ 12 4.2 - Normas de Biossegurança coletiva para desempenho de atividades.............. 18 5. NORMAS E CONDUTAS NO AMBIENTE LABORATORIAL. .................................. 20 6. MANEJO DAS AMOSTRAS NO LABORATÓRIO.................................................... 26 6.1. Recipientes para as Amostras........................................................................... 26 6.2. Transporte para o Laboratório. .......................................................................... 26 6.3. Recebimento e estocagem das Amostras. ........................................................ 26 7. NORMAS E CONDUTAS PARA O AMBIENTE CLÍNICO/LABORATORIAL ........... 28 7.1- Definição das Normas de Segurança e de Prevenção de Riscos Biológicos nos Laboratórios.............................................................................................................. 28 7.2 Técnicas para o uso de pipetas e de dispositivos auxiliares de pipetagem. ...... 29 8. BOAS PRÁTICAS NO LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA ............................... 31 9. CONDUTAS BÁSICAS PARA PESQUISA ENVOLVENDO ANIMAIS ..................... 33 9.1 - Ética e Legislação ............................................................................................ 33 9.2 - Condições do Biotério ...................................................................................... 34 9.3 - Normas de trabalho .......................................................................................... 34 9.4 - Descarte de animais......................................................................................... 35 10. SEGURANÇA EM RELAÇÃO A INCÊNDIO E ELETRICIDADE............................ 36 10.1 - Incêndio .......................................................................................................... 36 10.2 Normas básicas para uso de equipamentos elétricos ...................................... 39 11. PROCESSAMENTO DE ARTIGOS E SUPERFÍCIES EM SERVIÇOS DE SAÚDE41 11.1 Esterilização de artigos..................................................................................... 41 11.2 Limpeza e desinfecao de superficies................................................................ 42 12. EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL ............................................................................... 46 13. CONDUTAS APÓS ACIDENTE ............................................................................. 54 13.1 – Cuidados locais ............................................................................................. 54 13.2 – Notificação ..................................................................................................... 54 13.3 – Avaliação do Acidente ................................................................................... 54 13.4 – Quimioprofilaxia ............................................................................................. 56 14. DESTINO DOS RESÍDUOS DE SAÚDE................................................................ 59 14.1 Resíduos biológicos.......................................................................................... 59 14.2 Resíduos químicos. .......................................................................................... 60 15. BIOSSEGURANÇA NAS CLÍNICAS DE ODONTOLOGIA..................................... 62 15.1. Ambientes clínicos........................................................................................... 62 15.2 - Classificação dos ambientes .......................................................................... 62 15.3 - Classificação dos artigos, segundo spaulding................................................ 63 15.4 - Classificação dos procedimentos clínicos ...................................................... 63 15.5 Esterilização por processo físico - Resolução 374, de 15/12/95, da S.S.S.P... 63 15.5.1 - Vapor saturado sob pressão.................................................................... 63 15.5.2 - Calor seco ............................................................................................... 64 15.6 - Limpeza do instrumental ................................................................................ 64 15.7 - Acondicionamento .......................................................................................... 64 15.8 - Tempo e temperatura de esterilização ........................................................... 64 15.8.1 - Autoclave ................................................................................................. 64 15.8.2 - Calor seco ............................................................................................... 65 15.9 - Prazo de validade........................................................................................... 65 15.10 - Preparo de material a ser esterilizado na central de esterilização ............... 65 15.10.1 Limpeza ................................................................................................... 65 15.10.2 Acondicionamento ................................................................................... 65 2
  • 3. 15.10.3 Entrega .................................................................................................... 66 15.10.4 Retirada ................................................................................................... 66 15.10.5 Validade ................................................................................................... 66 15.10. 6 Sugestões para a lista de material.......................................................... 66 15.10.7 Cuidados com as peças de mão ............................................................. 67 15.11 Técnica para empacotamento de material e instrumental .............................. 69 15.12 Agentes químicos ........................................................................................... 69 15.12.1 - Escolha do agente químico ................................................................... 69 15.12.2 - Esterilizantes químicos .......................................................................... 71 15.12.3 - Etapas da esterilização química ............................................................ 72 15.12.4 - Desvantagens da esterilização química ................................................ 72 15.12.5 - Desinfetantes de nível intermediário ..................................................... 72 15.13 - Desinfecções ................................................................................................ 76 15.13.1 - Descontaminação de instrumentos ....................................................... 76 15.13.2 - Desinfecção de instrumentos ................................................................ 76 15.13.3 - Desinfecção de superfícies.................................................................... 76 15.13.4 - Desinfecção de moldes ......................................................................... 77 15.13.5 - Desinfecção de próteses ....................................................................... 78 15.14 - Uso de barreiras nas superfícies.................................................................. 78 15.14.1 - Barreiras ................................................................................................ 78 15.15 - Proteção da equipe de saúde...................................................................... 79 15.15.1 - Barreiras pessoais ................................................................................. 79 15.15.2 - Lavagem e cuidado das mãos............................................................... 84 15.15.3 - Lavagem das mãos ............................................................................... 84 15.15.4 - Lavagem e antissepsia das mãos ......................................................... 85 15.15.5 - Antissepsia cirúrgica das mãos ............................................................. 86 15.15.6 - Cuidados com as mãos ......................................................................... 87 16. ACIDENTES DE TRABALHO (MS,1999) ............................................................... 88 16.1 - Prevenção de acidentes ................................................................................. 88 16.2 - Conduta após exposição acidental (SESSP,1999) ........................................ 89 16.3 Conduta após acidente com instrumental pérfuro-cortante na FACID ............. 89 17. CUIDADOS EM RADIOLOGIA ............................................................................... 91 18. CUIDADOS NO LABORATÓRIO DE GESSO (Miller; Pallenik) ............................. 92 19. MANEJO DE BIÓPSIAS ......................................................................................... 93 20. MANEJO DE DENTES EXTRAÍDOS ..................................................................... 94 21. CUIDADOS COM O LIXO ...................................................................................... 95 22. CUIDADOS COM A ÁGUA E O AR........................................................................ 96 22.1 - Caixas d'água ................................................................................................. 96 22.2 - Cuidados com o sistema "flush" ..................................................................... 97 22.3 - Ar .................................................................................................................... 98 23. NORMAS DE PREVENÇÃO NA CLÍNICA ............................................................. 99 24. NORMATIZAÇÃO DA LIMPEZA DAS CLÍNICAS ................................................ 101 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 104 ANEXOS .........................................................................................................109 3
  • 4. APRESENTAÇÃO Este Manual foi pensado e elaborado a partir da constatação, por parte da Comissão de Biossegurança da FACID de que os laboratórios e clínicas da faculdade demonstram necessidade de procedimentos específicos para minimizar os riscos de acidentes pessoais e de contaminação ambiental. A FACID visando otimizar e regulamentar as ações desenvolvidas nos laboratórios e clínicas, preocupou-se com a elaboração deste Manual onde serão abordados temas sobre medidas de Biossegurança para que se torne seguro todas as atividades executadas nestes setores com pleno controle de infecção. Objetivando a prevenção, eliminação ou minimização destes riscos a FACID compôs uma comissão de Biossegurança que é responsável pelas ações inerentes à aplicação das normas de Biossegurança nas atividades desenvolvidas na Instituição. COMISSÃO DE BIOSSEGURANÇA DA FACID • Prof. Ms. Julio Cesar de Paulo Cravinhos • Profa. Mestranda Maria Josecí Lima Cavalcante Vale • Profª Ms. Divana Maria Martins Parente Lira • Profª Ms. Helena Maria Reinaldo Lima • Profª Ms. Maria do Rosário Conceição Moura Nunes • Prof.a Esp. Bruna Andrade Medeiros 4
  • 5. 1 - INTRODUÇÃO Ambientes laboratoriais e clínicas geralmente são locais que podem expor as pessoas que nele trabalham ou circulam, a riscos de várias origens. Os riscos de agravo à saúde (ex. radiação, calor, frio, substâncias químicas, estresse, agentes infecciosos, ergonômicos etc.) podem ser variados e cumulativos. Por suas características, encontram- se nos serviços de saúde exemplos de todos os tipos de risco, agravados por problemas administrativos e financeiros (ex. falta de manutenção de equipamentos) e alguns decorrentes de falhas na adaptação de estruturas antigas a aparelhos de última geração. Quando o enfoque é o da biossegurança, além dos cuidados normais de boas práticas de laboratório, são necessários procedimentos específicos para minimizar os riscos de acidentes pessoais e de contaminação ambiental. A biossegurança é um processo funcional e operacional de fundamental importância em serviços de saúde. Aborda medidas de Controle de Infecção para proteção da equipe de assistência e usuários em saúde, e tem um papel fundamental na promoção da consciência sanitária na comunidade onde atua. É importante para a preservação do meio ambiente, orientando a manipulação e o descarte de resíduos químicos, tóxicos e infectantes, tendo como principal objetivo a redução geral de riscos à saúde e acidentes ocupacionais. Os princípios e boas práticas de laboratórios serão discutidos com o objetivo de delinear todos os possíveis acidentes e contaminações que podem ocorrer em ambientes clínicos e laboratoriais. Ademais, vislumbrando manter o controle de infecção em todos os ambientes, elaborou-se uma estratégia abrangendo desde a constituição da Comissão de Biossegurança, composta por docentes de disciplinas básicas e profissionais dos cursos da área de saúde, culminando com a elaboração do Manual de Biossegurança da FACID, padronizando condutas e normas para funcionamento dos laboratórios e clínicas desta Instituição de Ensino Superior. 5
  • 6. 2 - OBJETIVOS Instituir normas e medidas que reduzam ao máximo a exposição a riscos que afetam a saúde de todos que trabalham em laboratório e clínicas com equipamentos, substâncias químicas e espécimes biológicos, além de providenciar a destinação do material poluente ou biológico de alta periculosidade. 6
  • 7. 3. APLICAÇÃO DAS NORMAS DE BIOSSEGURANÇA. A lógica da construção do conceito de biossegurança teve seu inicio na década de 70 na reunião de Asilomar na Califórnia, onde a comunidade científica iniciou a discussão sobre os impactos da engenharia genética na sociedade. Esta reunião, segundo Goldim (1997) "é um marco na história da ética aplicada a pesquisa, pois foi a primeira vez que se discutiu os aspectos de proteção aos pesquisadores e demais profissionais envolvidos nas áreas onde se realiza o projeto de pesquisa". A partir daí o termo biossegurança, vem, ao longo dos anos, sofrendo alterações. Na década de 70, a Organização Mundial da Saúde (WHO, 1993) a definia como "práticas preventivas para o trabalho com agentes patogênicos para o homem". O foco de atenção voltava-se para a saúde do trabalhador frente aos riscos biológicos no ambiente ocupacional. Já na década de 80, a própria OMS (WHO, 1993) incorporou a essa definição os chamados riscos periféricos presentes em ambientes laboratoriais que trabalhavam com agentes patogênicos para o homem, como os riscos químicos, físicos, radioativos e ergonômicos. Nos anos 90, verificamos que a definição de biossegurança sofreu mudanças significativas. Em seminário realizado no Instituto Pasteur em Paris (INSERM, 1991), observamos a inclusão de temas como ética em pesquisa, meio ambiente, animais e processos envolvendo tecnologia de DNA recombinante, em programas de biossegurança. Outra definição nessa linha diz que "a biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados" (TEIXEIRA e VALLE, 1996). Este foco de atenção retorna ao ambiente ocupacional e amplia-se para a proteção ambiental e a qualidade. Uma definição centrada no ambiente ocupacional encontramos em Teixeira e Valle (1996), onde consta no prefácio "segurança no manejo de produtos e técnicas biológicas". Outra definição, baseada na cultura da engenharia de segurança e da medicina do trabalho é encontrada em Costa (1996), onde aparece "conjunto de medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas e psicológicas, empregadas para prevenir acidentes em ambientes biotecnológicos". Está centrada na prevenção de acidentes em ambientes ocupacionais. 7
  • 8. Fontes et al. (1998) já apontam para "os procedimentos adotados para evitar os riscos das atividades da biologia". Embora seja uma definição vaga, sub-entende-se que estejam incluidos a biologia clássica e a biologia do DNA recombinante. Estas definições mostram que a biossegurança envolve as seguintes relações: tecnologia – risco – homem agente biológico - risco -homem tecnologia - risco – sociedade biodiversidade - risco – economia. Assim, normas de biossegurança englobam todas as medidas que visam evitar riscos físicos (radiação ou temperatura), ergonômicos (posturais), químicos (substâncias tóxicas), biológicos (agentes infecciosos) e psicológicos (estresse). No ambiente hospitalar encontram-se exemplos de todos estes tipos de riscos ocupacionais para o trabalhador de saúde (CAVALCANTE et al., 2003). Diante destes fatos, há necessidade que os laboratórios, sob o ponto de vista das instalações, da capacitação dos recursos humanos e da dinâmica de trabalho, estejam perfeitamente adequados e permitam a eliminação ou minimização desses riscos para o trabalhador e para o ambiente. A transmissão de diversos tipos de agentes virais como os vírus da hepatite B (HBV), hepatite C (HCV), o da síndrome da imunodeficiência humana adquirida (HIV) e bacterianos, como Mycobacterium tuberculosis, já foi documentada após acidente pérfuro- cortante, sendo o sangue humano uma das principais fontes de contágio. A via aérea representa outra forma importante de transmissão, seja pela inalação de aerossóis com o risco de aquisição de varicela, sarampo ou tuberculose, ou pela inalação de partículas maiores, associadas a doenças como difteria e doença meningocócica. A doença infecciosa é uma manifestação clínica de um desequilíbrio no sistema parasito-hospedeiro-ambiente, causada pelo aumento da patogenicidade do parasita em relação aos mecanismos de defesa antiinfecciosa do hospedeiro, ou seja, quebra-se a relação harmoniosa entre as defesas do nosso corpo e o número e virulência dos germes, propiciando a invasão deles nos órgãos do corpo. Alguns microrganismos possuem virulência elevada podendo causar infecção no primeiro contato, independente das nossas defesas. Outros, usualmente encontrados na nossa microbiota normal, não são tão virulentos, mas podem infectar o nosso organismo se diminuímos a nossa capacidade de defesa. O risco atual de aquisição do HIV após acidente percutâneo ou exposição de mucosa é de 0,3% (variação de 0,2 a 0,5%) e de 0,09% (variação de 0,006 a 0,5%) respectivamente. Existem vários fatores que podem contribuir para aquisição da infecção como: 8
  • 9. combinação de fatores relacionados ao acidente: via, profundidade, tamanho e condições do inóculo, tempo de contato entre a fonte e o profissional; • fonte de infecção: grau de viremia, uso de anti-retrovirais e estágio da doença; • características do profissional acidentado: tipo de antígenos HLA, presença de doenças de base; • atendimento inicial após o acidente: assistência recomendada para cada situação específica. O risco de aquisição após acidente com material pérfuro-cortante, contendo sangue de paciente com HBV varia de 6 a 30%, se nenhuma medida profilática for adotada. O uso de vacina contra HBV ou imunoglobulina específica reduz o risco de aquisição do HBV em 70 a 75%. Com relação ao HCV o risco de aquisição após exposição percutânea é de aproximadamente 1,8%. A possibilidade de complicações na evolução da doença é 4 a 10 vezes maior que para o HBV. Entre 75 a 85% dos infectados por HCV podem evoluir para doença crônica. A ausência de medidas preventivas (vacinas) e a ineficácia do uso de imunoglobulinas agravam o risco em relação à aquisição profissional deste agente etiológico. Sabe-se que o risco de aquisição de tuberculose é maior entre profissionais que realizam ou assistem necropsias, em locais de procedimentos que estimulam a tosse (sala de inaloterapia, broncoscopia, etc.) ou entre profissionais que trabalham com pacientes sintomáticos respiratórios (clínicas de pneumologia, infectologia) sem as devidas medidas de proteção. Existe uma série de procedimentos e protocolos que devem ser adotados quando há ocorrência destes acidentes. A Instituição deverá ter seu protocolo especifico de acordo com as atividades desenvolvidas em suas clinicas e laboratórios. O Ministério do Trabalho, através da Portaria 3214 (de 8/6/1978), estabelece as Normas Regulamentadoras (NR). São aqui destacadas apenas as que enfocam prioritariamente a área de Biossegurança: • NR4 – A organização dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) tem a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador em seu local de trabalho; o dimensionamento dos SESMT, o número de funcionários e a graduação de risco (atividades de atenção à saúde tem risco 3); • NR5 – Regulamenta a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), que deverá manter contato estreito e permanente com o SESMT; 9
  • 10. NR6 – Regulamenta os Equipamentos de Proteção Individual (EPI), conceituados como todo dispositivo de uso individual destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador no local de trabalho; • NR7 – Estabelece o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Refere-se à obrigatoriedade de exames médicos periódicos por ocasião de admissão, demissão, mudança de cargo/função ou setor e retorno às atividades, após afastamento por mais de 30 dias por motivo de saúde, inclusive gestação; • NR9 – Estabelece o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). São considerados riscos ambientais os agentes agressivos físicos, químicos e biológicos que possam trazer ou ocasionar danos à saúde do trabalhador em ambientes de trabalho, em função da natureza, concentração, intensidade e tempo de exposição ao agente. Estas duas importantes Normas Regulamentadoras – NR-7 e NR-9, que cuidam da saúde do funcionário e controle do ambiente, foram alteradas pela Portaria nº. 24 de 29.12.94. • NR15 – Conceitua as atividades ou operações insalubres, assegurando ao trabalhador, nestes casos, remuneração adicional (incidente sobre o salário mínimo regional); • NR32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde, entendendo-se como serviços de saúde qualquer edificação destinada à prestação de assistência à saúde da população, e todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde, em qualquer nível de complexidade. Assim sendo, busca-se no desempenho das atividades clinicas - laboratoriais, aplicar todas as normas e legislações vigentes para o bom cumprimento das mesmas. Conhecer os riscos, quais os seus tipos, onde são maiores e estabelecer um mapeamento dos mesmos, é indispensável para podermos interceptá-los. Neste manual, faz-se referência aos perigos relativos de microrganismos infecciosos, por grupos de risco (Grupos de Risco 1, 2, 3 e 4 da Organização Mundial da Saúde - OMS). Esta classificação só deve ser utilizada em trabalho laboratorial. A seguir descrevem-se os grupos de risco. Classificação dos agentes biológicos (segundo NR32): Classe de risco 1: baixo risco individual para o trabalhador e para a coletividade, com baixa probabilidade de causar doença ao ser humano. 10
  • 11. Classe de risco 2 : risco individual moderado para o trabalhador e com baixa probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças ao ser humano, para as quais existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento. Classe de risco 3 : risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças e infecções graves ao ser humano, para as quais nem sempre existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento. Classe de risco 4 : risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade elevada de disseminação para a coletividade. Apresenta grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro. Podem causar doenças graves ao ser humano, para as quais não existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento (NR32, Portaria n°.485 de 11.11.2005). Com referência a segurança nos laboratórios, utiliza-se o termo contenção aos métodos de segurança utilizados na manipulação de materiais infecciosos em um meio laboratorial onde estão sendo manejados ou contidos. A contenção objetiva reduzir ou eliminar a exposição da equipe de um laboratório, de outras pessoas e do ambiente em geral aos agentes potencialmente perigosos. Na contenção primária a proteção da equipe do laboratório e do meio de trabalho contra exposição aos agentes infecciosos, é proporcionada por uma boa técnica de microbiologia e pelo uso de equipamento de proteção adequado. As vacinas podem fornecer elevado nível de proteção individual. Na contenção secundária a proteção do meio ambiente externo ao laboratório contra exposição aos materiais infecciosos, é proporcionada pela combinação de um projeto de instalações e das práticas operacionais. Assim sendo, os três elementos de contenção compreendem a prática e a técnica laboratorial, o equipamento de segurança e o projeto da instalação. A avaliação do risco de trabalho a ser realizado com um agente especifico, determinará a combinação adequada destes três elementos (BRASIL, 2000). 11
  • 12. 4. BIOSSEGURANÇA INDIVIDUAL: 4.1 – Normas de Biossegurança individual para acesso e permanência em laboratórios e clínicas da FACID (docentes, alunos de graduação, pós-graduação, bolsistas de iniciação cientifica, pesquisadores e funcionários). Terão acesso às clínicas e laboratórios da Instituição todos aqueles que estejam no desempenho de suas funções, no horário normal de expediente ou aqueles com autorização prévia. Nos horários fora do expediente normal e⁄ou fora do horário de aula, o acesso às dependências dos laboratórios de saúde só será permitido mediante autorização emitida pelo pessoal da recepção e assinatura no livro de presença destacando identificação e tempo de permanência no local. É proibida a permanência de pessoas estranhas ao serviço, nas áreas de risco dos laboratórios de ensino, pesquisa e clinicas. É proibido trabalhar sozinho nos laboratórios e clínicas em atividades que envolvam elevados riscos de acidente. Os membros da Comissão de Biossegurança, no exercício de suas funções, têm acesso livre a todas as dependências dos laboratórios de saúde. É obrigatório o uso de jaleco fechado, longo, de mangas compridas com logomarca da FACID sobre a roupa; é recomendado o uso de óculos de segurança, sapatos fechados e calça comprida nas atividades que envolvam riscos, realizados nos laboratórios de ensino da FACID. Nas clinicas torna-se obrigatório o uso de jaleco com logomarca da FACID e nome do curso. Os equipamentos de proteção individual têm o seu uso regulamentado pelo Ministério Trabalho e Emprego, em sua Norma Regulamentadora n°.6 (NR n°.6). Esta norma define que equipamento de proteção individual é todo dispositivo de uso individual, destinado a proteger a integridade física do trabalhador. Ela preconiza que a empresa está obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: - sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não oferecerem completa proteção aos riscos de acidentes do trabalho e/ou doenças profissionais; - enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas, para atender a situações de emergência (BRASIL, 1994). 12
  • 13. De acordo com a NR-32 de 16.11.05 O empregador deve vedar: a) a utilização de pias de trabalho para fins diversos dos previstos; b) o ato de fumar, o uso de adornos e o manuseio de lentes de contato nos postos de trabalho; c) o consumo de alimentos e bebidas nos postos de trabalho; d) a guarda de alimentos em locais não destinados para este fim; e) o uso de calçados abertos. Vestuário: O equipamento e a roupa de proteção individual podem servir de barreira, minimizando o risco de exposição a aerossóis, salpicos e inoculação acidental. A roupa e o equipamento escolhido dependem da natureza do trabalho a ser realizado. Deve vestir-se roupa de proteção quando se trabalha no laboratório. Antes de sair do laboratório, deve tirar- se a roupa de proteção e lavar as mãos. Batas, jalecos e aventais de laboratório: Batas e jalecos devem ser de mangas compridas e fechadas atrás para dar melhor proteção, sendo preferidos nos laboratórios de microbiologia e quando se trabalha com câmaras de segurança biológica. Quando necessário, podem usar-se aventais por cima das batas, a fim de dar uma proteção adicional contra o derrame de produtos químicos ou biológicos, tais como sangue ou fluidos de culturas. Devem-se usar preferencialmente calças compridas, para melhor proteção das pernas. Como norma a ser instituída nas clínicas e laboratórios da FACID, os alunos, quando em atividades práticas, deverão trajar de manga comprida, de cor branca ou avental descartável que, ao término da atividade, deverá ser depositado no recipiente destinado ao armazenamento de lixo infectante. Os docentes e funcionários deverão utilizar avental branco, com identificação no avental. 13
  • 14. Sapatos: Os calçados indicados para o ambiente com sujeira orgânica são aqueles fechados de preferência impermeáveis (couro ou sintético). Evita-se os de tecido que umedecem e retém a sujeira. Escolha os calçados cômodos e do tipo anti-derrapante. Se o local tiver muita umidade, como em lavanderias, usar botas de borracha. Devem ser de material não poroso e resistente para evitar lesões nos pés com material pérfuro-cortante, químicos ou contaminados. Gorro: Deve ser de uso obrigatório nas áreas de controle microbiológico, produção, manipulação e almoxarifado, devendo os cabelos estarem permanentemente presos na sua totalidade. Jóias e bijuterias: Brincos, anéis, pulseiras e colares podem servir de depósitos para agentes biológicos e químicos, portanto não devem ser utilizados nas áreas laboratoriais. Maquiagem: Por conter glicerina, mica, titânio entre outros, pode liberar partículas que podem servir de veículo para propagação de agentes biológicos e químicos. Unhas: Devem ser curtas, bem cuidadas e não podem ultrapassar a ponta dos dedos. Preferencialmente sem conter esmalte, pois libera microfraturas. Óculos de proteção, óculos de segurança e viseiras de proteção facial. A escolha do equipamento para proteger os olhos e o rosto contra salpicos e impactos de objetos depende da manobra a realizar. Óculos normais ou graduados podem ser fabricados com uma armação especial que permita inserir lentes na frente da armação, utilizando um material inquebrável 14
  • 15. acompanhando o formato do rosto, ou ser equipados com proteções laterais (óculos de segurança). Os óculos de segurança não fornecem, porém uma proteção adequada contra salpicos, mesmo quando acompanhados de proteção lateral. Nesse caso, devem utilizar-se óculos de proteção (tipo óculos de soldador) que protegem contra salpicos e impactos, usar por cima dos óculos graduados ou lentes de contato (que não oferecem proteção contra perigos biológicos ou químicos). As viseiras de proteção facial são feitas de plástico inquebrável, ajustam-se ao rosto e são seguras à cabeça por tiras ou por uma touca. Óculos de proteção, de segurança e viseiras não devem ser utilizados fora do laboratório. Lentes de contato: Não manuseá-las nas áreas de trabalho. Em caso indispensável do ajuste das mesmas, isto deverá ser feito após lavagem das mãos, fora do ambiente de atividade prática. Respiradores: Ao realizar trabalhos de alto risco (por exemplo: limpeza de um derrame de material infeccioso) pode ser necessário utilizar material de proteção respiratória. A escolha do respirador depende do tipo de perigo(s). Existem respiradores com filtros permutáveis: proteção contra gazes, vapores, partículas e microrganismos; é imprescindível que o filtro escolhido corresponda ao tipo apropriado de respirador. Para assegurar a proteção ideal, o respirador deve ser instalado na face do operador e testado. Os respiradores auto- suficientes, com abastecimento de ar integral, asseguram uma proteção total. Deve solicitar- se o conselho de uma pessoa devidamente qualificada, por exemplo, um higienista profissional, para escolher o respirador adequado. As máscaras utilizadas em cirurgia foram concebidas para a proteção dos doentes e não asseguram a proteção respiratória dos operadores. Alguns respiradores descartáveis (ISO 13.340.30) foram concebidos para assegurar a proteção contra a exposição a agentes biológicos. Os respiradores não devem ser utilizados fora das áreas laboratoriais. 15
  • 16. Luvas: Durante certas manipulações laboratoriais pode ocorrer a contaminação das mãos. Estas são igualmente vulneráveis a ferimentos causados por objetos cortantes. No trabalho normal de laboratório e no manuseamento de agentes infecciosos, sangue e fluidos corporais, usa-se geralmente luvas descartáveis de látex, vinil ou nitrila, microbiologicamente aprovados, semelhantes às utilizadas em cirurgia. Segundo a NR-32 32.2.4.3.2 O uso de luvas não substitui o processo de lavagem das mãos, o que deve ocorrer, no mínimo, antes e depois do uso das mesmas. 32.2.4.4 Os trabalhadores com feridas ou lesões nos membros superiores só podem iniciar suas atividades após avaliação médica obrigatória com emissão de documento de liberação para o trabalho. Devem tirar-se as luvas e lavar bem as mãos, após manusear materiais infecciosos, trabalhar em câmaras de segurança biológica e antes de sair do laboratório. Depois de utilizadas, as luvas descartáveis devem ser eliminadas com os resíduos laboratoriais infectados. Reações alérgicas como dermatite e hipersensibilidade imediata têm sido assinaladas em laboratórios e entre outros trabalhadores que utilizam luvas de látex, particularmente nas que contêm pó. Devem estar disponíveis alternativas às luvas de látex com pó, como exemplo, as luvas de nitrila. Devem utilizar-se luvas de malha de aço inoxidável, sempre que existir a probabilidade de exposição a instrumentos cortantes, como nas autópsias. Estas luvas protegem contra cortes, mas não contra perfurações. Não devem utilizar-se luvas fora das áreas laboratoriais. INDICAÇÕES DA LAVAGEM DAS MÃOS Existe uma gama enorme de momentos, durante o trabalho, que a lavagem das mãos está indicada. Mesmo que, durante os procedimentos, as luvas sejam utilizadas, após a retirada das luvas as mãos devem ser lavadas. A luva irá proteger de uma contaminação grosseira de matéria orgânica, porém a microporosidade da luva, a sua fragilidade que ocasiona furos e a possível contaminação na sua retirada, indica que ocorreu contato de microrganismos na pele das mãos. Sendo assim, mesmo com o uso de luvas, as mãos devem ser lavadas após a sua retirada. Suas indicações são: 16
  • 17. - após tocar fluidos, secreções e itens contaminados; - após a retirada das luvas; - antes de procedimentos no paciente; - entre contatos com pacientes; - entre procedimentos num mesmo paciente; - antes e depois de atos fisiológicos; - antes do preparo de soros e medicações. Para a realização da lavagem das mãos necessitamos das seguintes instalações físicas: - pia; - dispensador de solução degermante com acionamento automático ou por pedal, com uma rotina de limpeza semanal; - toalheiro com toalhas de papel ou ar quente (preferível); - torneira com abertura e fechamento automático, preferivelmente. Ao lavar as mãos estabelecer uma seqüência de esfregação das partes da mão com maior concentração microbiana, que são: as pontas dos dedos, meio dos dedos e polegares. Veja a técnica da lavagem das mãos: - posicionar-se sem encostar na pia; - abrir a torneira; - passar a solução degermante nas mãos; - friccionar as mãos dando atenção às unhas, meio dos dedos, polegar, palmas e dorso das mãos (tempo aproximado de 15 segundos); - enxaguar as mãos deixando a torneira aberta; - enxugar as mãos com papel toalha ou jato de ar quente; - fechar a torneira com a mão protegida com papel toalha, caso não tenha fechamento automático. É importante lembrar que para melhor remoção da microbiota as mãos devem estar sem anéis e com as unhas curtas, caso contrário, uma carga microbiana ficará retida nestes locais sendo passíveis de proliferação e transmissão. Na lavagem rotineira das mãos o uso de sabão neutro é o suficiente para a remoção da sujeira, da microbiota transitória e parte da microbiota residente. 17
  • 18. 4.2 - Normas de Biossegurança coletiva para desempenho de atividades. Os equipamentos de proteção coletiva são dispositivos utilizados no ambiente laboral com o objetivo de proteger os trabalhadores dos riscos inerentes aos processos. Normalmente os EPCs envolvem facilidades para os processos industriais colaborando no aumento de produtividade e minimizando os efeitos de perdas em função de melhorias nos ambientes de trabalho (BRASIL, 1994). Os EPCs devem: - ser do tipo adequado em relação ao risco que irão neutralizar; - depender o menos possível da atuação do homem para atender suas finalidades; - ser resistentes às agressividades de impactos, corrosão, desgastes, etc., a que estiverem sujeitos; - permitir serviços e acessórios como limpeza, lubrificação e manutenção; - não criar outros tipos de riscos, principalmente mecânicos como obstrução de passagens, cantos vivos, etc. (BRASIL, 1994). Todos os funcionários devem receber treinamento para uso destes equipamentos, que devem estar em locais de fácil acesso e sinalizados. Extintores de incêndio – poderão ser de água pressurizada, pó químico seco ou gás carbônico. A área localizada logo abaixo deste equipamento, deve estar sinalizada e desobstruída. Chuveiro de emergência – deve estar localizado próximo a área laboratorial e possuir jato de água forte para remoção imediata de substâncias, reduzindo os danos ao professor, aluno ou técnico atingidos pelo agente nocivo. A alavanca de acionamento deve ser de fácil alcance. Lava-olhos – sua instalação é próxima ao chuveiro ou as pias. Em caso de acidentes, o jato de água deve ser forte para remover a substância da mucosa ocular. Equipamentos complementares: Balde com areia ou substâncias absorventes granuladas - sempre que forem derramados sobre o piso ou sobre bancadas substâncias perigosas, deve-se jogar areia ou absorvente granulado para impedir o escoamento. • Mantas ou cobertores; • botas de borracha; • baldes e esfregões; 18
  • 19. pinças para recolher cacos; • material para primeiros socorros; • toalhas felpudas. 19
  • 20. 5. NORMAS E CONDUTAS NO AMBIENTE LABORATORIAL. O ambiente de laboratório deve ser projetado, dimensionado ou adequado devidamente de modo a oferecer condições confortáveis e seguras de trabalho. As áreas de trabalho devem ser definidas com a finalidade de separar as de maior risco (manipulação de produtos químicos e biológicos) daquelas que apresentam menor probabilidade de acidentes (áreas administrativas). As áreas do ambiente de laboratório devem ser adequadamente sinalizadas de forma a facilitar a orientação dos usuários; advertir quanto aos riscos existentes e restringir o acesso de pessoas não autorizadas (PIMENTA, 2003). As instalações laboratoriais designam-se por: Laboratório de base – Nível 1 de segurança biológica; Laboratório de base – Nível 2 de segurança biológica, Laboratório de confinamento – Nível 3 de segurança biológica, Laboratório de confinamento máximo – Nível 4 de segurança biológica. Estas designações baseiam-se num conjunto de características de concepção, estruturas de confinamento, equipamento, práticas e normas operacionais necessárias para trabalhar com agentes de diversos grupos de risco (Anexo 1). Os líquidos biológicos e os sólidos que são manuseados nos laboratórios são, quase sempre, fonte de contaminação. Os cuidados que se devem ter para não haver contaminação cruzada dos materiais, não contaminar o pessoal do laboratório, da limpeza, os equipamentos, o meio ambiente através de aerossóis e os cuidados com o descarte destes materiais fazem parte das Boas Práticas em Laboratório Clinico (BPLC), seguindo as regras da Biossegurança. Para cada procedimento há uma regra já definida em Manuais, Resoluções, Normas ou Instruções Normativas. Nenhum laboratório clínico ou hospitalar dispõe de controle perfeito sobre as amostras que recebe; portanto, o pessoal de laboratório pode sofrer exposição ocasional e inesperada a germes que pertencem a grupos de risco mais elevados. Esta possibilidade precisa ser considerada quando da adoção de planos e normas de segurança. Níveis de Biossegurança A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) normatizou os níveis de Biossegurança em NB-1, NB-2, NB-3 e NB-4, crescentes no maior grau de contenção e complexidade do nível de proteção. O nível de biossegurança de um experimento será determinado segundo o organismo de maior classe de risco envolvido no mesmo. Estão definidos nessa instrução normativa os ambientes, os equipamentos necessários, os 20
  • 21. cuidados no manuseio e a eliminação final dos resíduos, assim como os microrganismos classificados nos quatro níveis. NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA (NB-1) – Anexo 2 O Nível de Biossegurança 1 é adequado ao trabalho que envolva agentes bem caracterizados e conhecidos por não provocarem doença em seres humanos e que possuam mínimo risco ao pessoal do laboratório e ao meio ambiente. O laboratório não está separado das demais dependências do edifício. O trabalho é conduzido, em geral, em bancada, com adoção das boas práticas laboratoriais (BPL). Equipamentos específicos de proteção ou características especiais de construção não são geralmente usados ou exigidos. O pessoal do laboratório deverá ter treinamento específico nos procedimentos realizados no laboratório e deverão ser supervisionados por um cientista com treinamento em microbiologia geral ou ciência correlata. Padrões e práticas especiais, equipamento de segurança e instalações que deverão ser aplicados aos agentes designados ao Nível de Biossegurança 1: - Práticas Padrões em Microbiologia: • O acesso ao laboratório deverá ser limitado ou restrito de acordo com a definição do responsável pelo laboratório quando estiverem sendo realizados experimentos ou trabalhos com culturas e amostras. • As pessoas deverão lavar as mãos após o manuseio de materiais viáveis, após remoção das luvas e antes de saírem do laboratório. • Não é permitido comer, beber, fumar, manusear lentes de contato, aplicar cosméticos ou armazenar alimentos para consumo nas áreas de trabalho. As pessoas que usam lentes de contato em laboratórios deverão usar também óculos de proteção ou protetores faciais. Os alimentos deverão ser guardados fora das áreas de trabalho em armários ou geladeiras específicos para este fim. • É proibida a pipetagem com a boca; devem ser utilizados dispositivos mecânicos. • Devem ser instituídas normas para o manuseio de agulhas. • Todos os procedimentos devem ser realizados cuidadosamente a fim de minimizar a criação de borrifos ou aerossóis. • As superfícies de trabalho devem ser descontaminadas, pelo menos, uma vez ao dia e sempre depois de qualquer derramamento de material viável. 21
  • 22. Todas as culturas e outros resíduos deverão ser descontaminados antes de serem descartados através de um método aprovado como, por exemplo, esterilização por calor úmido (autoclave). Os materiais que forem ser descontaminados fora do laboratório deverão ser colocados em recipientes inquebráveis, à prova de vazamentos e hermeticamente fechados para serem transportados ao local desejado. Os materiais que forem enviados para descontaminação fora da instituição deverão também ser embalados de acordo com os regulamentos locais, estaduais e federais, antes de serem removidos das dependências do laboratório. • O símbolo de “Risco Biológico” deverá ser colocado na entrada do laboratório em qualquer momento em que o agente infeccioso estiver presente no local. Este sinal de alerta deverá indicar o agente manipulado e o nome e número do telefone do pesquisador. • Deve ser providenciado um programa rotineiro de controle de insetos e roedores. - Equipamento de Segurança (Barreiras Primárias) • Os equipamentos especiais de contenção, tais como as cabines de segurança biológica, não são geralmente exigidas para manipulações de agentes de classe de risco 1. • É recomendado o uso de jalecos, aventais ou uniformes próprios, para evitar a contaminação ou sujeira de vestimentas. • Recomenda-se o uso de luvas para os casos de rachaduras ou ferimentos na pele das mãos. Algumas alternativas como o uso de luvas de látex com talco deverão ser avaliadas. • Óculos protetores deverão ser usados na execução de procedimentos que produzam borrifos de microrganismos ou materiais perigosos. -Instalações Laboratoriais (Barreiras Secundárias) • Os laboratórios deverão possuir portas para controle do acesso • Cada laboratório deverá conter uma pia para lavagem das mãos. • O laboratório deve ser projetado de modo a permitir fácil limpeza. Carpetes e tapetes não são apropriados para laboratórios. • É recomendável que a superfície das bancadas seja impermeável à água e resistente ao calor moderado e aos solventes orgânicos, ácidos, álcalis e químicos usados para a descontaminação da superfície de trabalho e do equipamento. 22
  • 23. Os móveis do laboratório deverão ser capazes de suportar cargas e usos previstos. Os espaços entre as bancadas, cabines e equipamento deverão ser suficientes de modo a permitir fácil acesso para limpeza. • Se o laboratório possuir janelas que se abram para o exterior, estas deverão conter telas de proteção contra insetos. NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA 2 (NB-2) O Nível de Biossegurança 2 é semelhante ao nível de Biossegurança 1 e é adequado ao trabalho que envolva agentes de risco moderado para as pessoas e para o meio ambiente. Difere do NB-1 nos seguintes aspectos: (1) O pessoal de laboratório deverá ter um treinamento especifico no manejo de agentes patogênicos e devem ser supervisionados por cientistas competentes; (2) O acesso ao laboratório deve ser limitado durante os procedimentos operacionais; (3) Precauções externas serão tomadas em relação a objetos cortantes infectados; e (4) Determinados procedimentos nos quais exista possibilidade de formação de aerossóis e borrifos infecciosos devem ser conduzidos em cabines de segurança biológica ou outros equipamentos de contenção física. Os seguintes padrões e práticas especiais, equipamentos de segurança e instalações são aplicáveis aos agentes designados para o nível de Biossegurança 2: • O acesso ao laboratório deverá ser limitado ou restrito de acordo com a definição do responsável pelo laboratório quando estiverem sendo realizados experimentos. • As pessoas devem lavar as mãos após a manipulação de materiais viáveis, após a remoção das luvas e antes de saírem do laboratório. • É proibido comer, beber, fumar, manusear lentes de contato, aplicar cosméticos nas áreas de trabalho. Os alimentos deverão ser guardados fora das áreas de trabalho em armários ou geladeiras específicos para este fim. • É proibida a pipetagem com a boca; devem ser utilizados dispositivos mecânicos. • Devem ser instituídas normas para o manuseio de agulhas. • Todos os procedimentos devem ser realizados cuidadosamente a fim de minimizar a criação de borrifos ou aerossóis. • As superfícies de trabalho devem ser descontaminadas com desinfetantes que sejam eficazes contra os agentes manipulados, ao final do trabalho ou no final do dia e após qualquer vazamento ou borrifada de material viável. 23
  • 24. Todas as culturas, colônias e outros resíduos deverão ser descontaminados antes de serem descartados através de um método de descontaminação aprovado como, por exemplo, esterilização pelo calor úmido (autoclave). Os materiais que forem ser descontaminados fora do próprio laboratório deverão ser colocados em recipientes inquebráveis, à prova de vazamentos e hermeticamente fechados para serem transportados ao local desejado. • Deve ser providenciado um programa rotineiro de controle de insetos e roedores. NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB-3) As práticas, o equipamento de segurança, o planejamento e construção das dependências são aplicáveis para laboratórios clínicos, de diagnósticos, laboratório escola, de pesquisa ou de produções. Nestes locais realiza-se o trabalho com agentes nativos ou exóticos que possuam um potencial de transmissão via respiratória e que podem causar infecções sérias e potencialmente fatais. Os riscos primários causados aos trabalhadores que lidam com estes agentes incluem a auto-inoculação, a ingestão e a exposição aos aerossóis infecciosos. No nível de Biossegurança 3, enfatizar mais as barreiras primárias e secundárias para proteger os funcionários de áreas contíguas, a comunidade e o meio ambiente contra a exposição aos aerossóis potencialmente infecciosos. Por exemplo, todas as manipulações laboratoriais deverão ser realizadas em uma CSB (Cabine de Segurança Biológica) ou em um outro equipamento de contenção como uma câmara hermética de geração de aerossóis. As barreiras secundárias para este nível incluem o acesso controlado ao laboratório e sistemas de ventilação que minimizam a liberação de aerossóis infecciosos do laboratório (BRASIL, 2004). NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB-4) - Anexo 2 As práticas, o equipamento de segurança, o planejamento e construção das dependências são aplicáveis para trabalhos que envolvam agentes exóticos perigosos que representam um alto risco por provocarem doenças fatais em indivíduos. Estes agentes podem ser transmitidos via aerossóis e até o momento não há nenhuma vacina ou terapia disponível. Os agentes que possuem uma relação antigênica próxima ou idêntica aos dos agentes do nível de Biossegurança 4 também deverão ser manuseados neste nível. Os riscos primários aos trabalhadores que manuseiam agentes de Nível de Biossegurança 4 incluem a exposição respiratória aos aerossóis infecciosos, exposição da membrana mucosa e⁄ou da pele lesionada as gotículas infecciosas e a auto-inoculação. Todas as manipulações de materiais de diagnóstico potencialmente infecciosos, substâncias 24
  • 25. isoladas e animais naturalmente ou experimentalmente infectados apresentam um alto risco de exposição e infecção aos funcionários de laboratório, a comunidade e ao meio ambiente. O completo isolamento dos trabalhadores de laboratórios em relação aos materiais infecciosos aerossolizados é realizada primariamente em cabines de segurança biológica Classe III ou com um macacão individual suprido com pressão de ar positivo. A instalação do Nível de Biossegurança 4 é geralmente construída em um prédio separado ou em uma zona completamente isolada com uma complexa e especializada ventilação e sistemas de gerenciamento de lixo que evitem uma liberação de agentes viáveis no meio ambiente (BRASIL, 2004). 25
  • 26. 6. MANEJO DAS AMOSTRAS NO LABORATÓRIO 6.1. Recipientes para as Amostras. Os recipientes utilizados para o armazenamento e transporte das amostras ao laboratório podem ser constituídos de diversos materiais, a saber: • Urina – frasco plástico (para E.A.S.); vidro âmbar com tampa plástica de rosca ou cortiça (para E.A.S. e ⁄ ou Urocultura); frascos plásticos estéreis, contendo ou não conservantes tipo acido bórico. • Fezes – frasco plástico munido de pequena pá (também plástica) para a manipulação da amostra, usados tanto para Exame Parasitológico de Fezes (EPF), quanto para Coprocultura; • Escarro – frasco plástico estéril, de boca larga, com tampa de rosca; • Líquidos biológicos (líquor, líquidos ascíticos, pleural, sinovial, pericárdico, sêmen, etc.); frascos de vidro estéreis com tampa de borracha e ⁄ ou com tampa plástica de rosca, com ou sem meio de cultura; • Secreções diversas: frascos de vidro estéreis com tampa plástica de rosca, com ou sem meio de cultura; • Sangue para realização de hemoculturas: frascos próprios. 6.2. Transporte para o Laboratório. O transporte do material para o laboratório deve ser feito em recipientes secundários (caixas de papelão e caixas térmicas), contendo, preferencialmente, divisões internas, para que o material a ser examinado permaneça em pé. O transporte para o setor de microbiologia deve ser realizado em bandejas plásticas ou de aço inoxidável resistentes; também podem ser utilizadas caixas de papelão resistente para este fim. 6.3. Recebimento e estocagem das Amostras. As amostras recebidas para análise deverão ser separadas em uma parte específica da bancada e separadas de acordo com o tipo de exame a ser realizado. Nesta etapa, todos os cuidados necessários para se evitar contaminação do pessoal envolvido (e também das amostras) devem ser rigorosamente seguidos. Os materiais a serem processados deverão ser analisados imediatamente ou estocados sob certas condições, caso necessário. Para a estocagem, deve-se seguir os seguintes critérios: • Urina para urocultura: estocagem em temperatura de 6-8°C por, no máximo, 2 (duas) horas antes da semeadura nos meios específicos; 26
  • 27. Fezes para coprocultura: estocagem em temperatura de 6-8°C por, no máximo, 3 (três) horas antes da semeadura nos meios específicos; • Secreções enviadas em preparações tipo Swab em meios de transporte: estocagem em temperatura ambiente (25°C) por, no máximo, 24 (vinte e quatro) horas antes da semeadura nos meios específicos; Os demais materiais a serem analisados não devem ser estocados, isto é, torna- se obrigatória sua análise imediata. 27
  • 28. 7. NORMAS E CONDUTAS PARA O AMBIENTE CLÍNICO/LABORATORIAL 7.1- Definição das Normas de Segurança e de Prevenção de Riscos Biológicos nos Laboratórios Todo pessoal de laboratório deve: • Conhecer as regras para o trabalho com agente patogênico; • Conhecer os riscos biológicos, químicos, radioativos, tóxicos e ergonômicos com os quais se tem contato no laboratório; • Ser treinado e aprender as precauções e procedimentos de biossegurança; • Seguir as regras de biossegurança; evitar trabalhar sozinho com material infeccioso: uma segunda pessoa deve estar acessível para auxiliar em caso de acidente; • Ser protegido por imunização apropriada quando disponível; • Manter o laboratório limpo e arrumado, devendo evitar o armazenamento de materiais não pertinentes ao trabalho do laboratório; • Limitar o acesso aos laboratórios, restringindo-o nos laboratórios de níveis de contenção 3 e 4. Não permitir crianças no laboratório. Esclarecer mulheres grávidas ou indivíduos imunocomprometidos que trabalham ou entram no laboratório quanto aos riscos biológicos; • Usar roupas protetoras de laboratório (uniformes, aventais, jalecos, máscaras) que devem estar disponíveis e ser usados inclusive por visitantes; • Usar luvas sempre que manusear material biológico. Luvas devem ser usadas em todos os procedimentos que envolverem o contato direto da pele com toxinas, sangue, materiais infecciosos ou animais infectados. Anéis ou outros adereços de mão que interferem com o uso da luva devem ser retirados. As luvas devem ser removidas com cuidado para evitar a formação de aerossóis e descontaminadas antes de serem descartadas. Trocar de luvas ao trocar de material. Não tocar o rosto com as luvas de trabalho. Não tocar com as luvas de trabalho em nada que possa ser manipulado sem proteção, tais como maçanetas, interruptores, etc.; • Usar sempre avental ou jaleco ao manipular material sabidamente ou potencialmente patogênico. Retirar o jaleco ou avental antes de sair do laboratório. Não usar sapatos abertos; • Utilizar protetores de face e/ou olhos quando necessário proteger-se de respingos, substâncias tóxicas, luz UV ou outras irradiações; 28
  • 29. Não aplicar cosméticos. Não retirar canetas ou qualquer outro instrumento do laboratório sem descontaminar antes. Não mastigar lápis/caneta e não roer as unhas; • Evitar o uso de lentes de contato. Se houver necessidade de usá-las, proteja os olhos com óculos de segurança. Cabelos compridos devem estar presos durante o trabalho. O uso de jóias ou bijouterias deve ser evitado; • Lavar as mãos sempre após manipulação com materiais sabidamente ou com suspeita de contaminação. Lavar as mãos sempre após remoção das luvas, do avental ou jaleco e antes de sair do laboratório; • Nunca pipetar com a boca. Usar pêra ou pipetador automático; • Restringir o uso de agulhas, seringas e outros objetos pérfuro-cortantes. Extremo cuidado deve ser tomado quando da manipulação de agulhas para evitar a autoinoculação e a produção de aerossóis durante o uso e descarte. Nunca tente recapear agulhas. As agulhas ou qualquer outro instrumento perfurante e/ou cortante devem ser desprezados em recipiente resistente, inquebrável, de abertura larga. Quando os recipientes estiverem cheios, devem ser autoclavados ou incinerados; • Não transitar nos corredores com material patogênico a não ser que esteja acondicionado conforme normas de biossegurança. • Não fumar, não comer, não beber no local de trabalho onde há qualquer agente patogênico. Não estocar comida ou bebida no laboratório; • Nunca usar vidraria quebrada ou trincada; • Descontaminar a superfície de trabalho. A descontaminação da bancada e dos materiais utilizados deve ser feita ao término do trabalho ou, no mínimo, diariamente; • Descontaminar todo material líquido ou sólido antes de reusar ou descartar. • Todos os procedimentos técnicos devem ser realizados com o mínimo de produção de aerossóis (BRASIL, FIOCRUZ, 1996). 7.2 Técnicas para o uso de pipetas e de dispositivos auxiliares de pipetagem. 1. Sempre deverão ser utilizados dispositivos auxiliares para as pipetagens. O uso de pipetas com a boca é proibido. 2. Todas as pipetas de vidro devem possuir rolhas de algodão, com a finalidade de reduzir o risco de contaminação dos dispositivos de pipetagem e do operador. 29
  • 30. 3. Os materiais infecciosos não devem ser misturados soprando e aspirando-se, alternadamente, através da pipeta. 4. Os líquidos não devem ser eliminados das pipetas a força; 5. A superfície da mesa de trabalho deve estar coberta por um pano ou papel absorvente embebido em desinfetante, com o objetivo de evitar a dispersão do material infeccioso, caso este caia acidentalmente da pipeta; o pano ou o papel utilizado devem ser autoclavados após o uso; 6. Convém dar preferência as pipetas com graduação superior e inferior, visto que este tipo de pipeta não exige a eliminação da última gota; dar preferência também as pipetas automáticas (micropipetas) para volumes inferior a 1mL para se evitar risco de contaminação, tanto do material a ser investigado quanto do operador; 7. As pipetas de vidro e as ponteiras (no caso de utilização de micropipetas automáticas) contaminadas devem ser mergulhadas por completo em um recipiente inquebrável contendo desinfetante apropriado (hipoclorito de sódio [com 5% de cloro ativo]: 50-100 mL⁄litro de água), por tempo não inferior a 12 horas; 30
  • 31. 8. BOAS PRÁTICAS NO LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA Embora algumas das precauções descritas neste manual possam parecer desnecessárias a alguns laboratórios, é desejável que sejam implementadas com objetivo de treinamento dos funcionários, para o desempenho de técnica microbiológica segura. A prática correta destas técnicas é o fundamento da BIOSSEGURANÇA. Equipamentos de proteção individual complementam a função da prática microbiológica segura, mas nunca a substituem. O cumprimento à risca das “regras” descritas abaixo deve ser estimulado pelas chefias competentes, visando sua incorporação mais ágil às rotinas de cada setor. 1. O símbolo internacional de biossegurança deve estar fixado na entrada dos laboratórios que manipulam microrganismos de risco 2 ou maior. 2. Os funcionários devem lavar suas mãos após manipular material infectante e antes de sair do laboratório. 3. Não pipetar com a boca. 4. Não fumar, comer, beber, mascar chicletes, guardar alimentos ou aplicar cosméticos dentro do laboratório. 5. Não lamber etiquetas ou colocar qualquer material na boca (p.ex. canetas). 6. Manter o laboratório limpo, organizado e livre de materiais não pertinentes ao trabalho ali desempenhado. 7. Desinfecção das bancadas de trabalho sempre que houver contaminação com material infectante e no final do dia, de acordo com as rotinas estabelecidas no manual de limpeza e desinfecção. 8. Todos os procedimentos técnicos devem ser realizados de modo a minimizar a formação de aerossol e gotículas. 9. Aventais devem ter seu uso restrito ao laboratório. Não devem ser usados em áreas não laboratoriais tais como áreas administrativas, biblioteca, cantina, etc. 10. Não usar sandálias. 11. Não guardar aventais em armários onde são guardadas roupas de rua. 12. Usar óculos de segurança, visores ou outros equipamentos de proteção sempre que houver risco de espirrar material infectante ou de contusão com algum objeto. 13. Não permitir a entrada de pessoas que desconheçam riscos potenciais de exposição, crianças e animais. Manter as portas do laboratório fechadas durante o trabalho. 31
  • 32. 14. O uso de seringas e agulhas deve ser restrito às injeções parenterais e à coleta de sangue. Não usar para aspirar fluido de frascos. Pipetas devem estar disponíveis para tal fim. 15. Usar luvas em todos os procedimentos com risco de exposição a material infectante. Não descartar luvas em lixeiras de áreas administrativas, banheiros, etc. Não atender ao telefone com luvas. 16. Os acidentes com exposição do funcionário ou do ambiente a material infectante deve ser imediatamente comunicado à chefia. Esta, por sua vez, deverá encaminhar a notificação de acidente ao Grupo de Controle de Infecção (impresso disponível nas áreas) para as providências cabíveis. 32
  • 33. 9. CONDUTAS BÁSICAS PARA PESQUISA ENVOLVENDO ANIMAIS Este documento não substitui cursos ou treinamento para o trabalho com animais. Exige-se para este tipo de trabalho, que as pessoas sejam qualificadas. Qualquer dúvida ou problema em relação aos animais destinados a trabalhos de laboratório, procurar o professor responsável pelo biotério. O texto utilizou informações extraídas do “International Guiding Principles for Biomedical Reserch Involving Animals” Cimios, Suíça (1984) apud BRASIL, 1991. 9.1 - Ética e Legislação A experimentação animal deve ser desenvolvida apenas após profunda consideração de sua relevância para a saúde humana, animal e para o avanço do conhecimento científico. Os animais selecionados para uma experiência devem ser de uma espécie apropriada e apresentar boas condições de saúde, utilizando-se o número mínimo necessário para obter resultados confiáveis. Para tanto devem ser utilizados, sempre que possível, estatística de pequenos números com auto-controle. Os procedimentos com animais, que possam causar dor ou angústia devem ser desenvolvidos com sedação, analgesia ou anestesia, sempre que possível. Os procedimentos invasivos e drogas paralisantes nunca devem ser empregados sem a administração de agentes anestésicos. Experiências crônicas nas quais haverá sobrevida pós-cirúrgica devem prever cuidados com assepsia e prevenção de infecções. Nas experiências cirúrgicas agudas o animal deve ser mantido inconsciente durante toda a duração. Naquelas experiências que requerem a imobilização física e/ou privação alimentar ou hídrica, deve ser dada atenção especial no sentido de minimizar o desconforto ou estresse e de manter as condições gerais de saúde. A imobilização deve ser mantida a um mínimo absolutamente necessário e ser precedida por um período de adaptação. Ao término da experiência, os animais devem ser sacrificados de maneira adequada à espécie, à idade e ao número, de forma rápida e indolor. O uso de animais em procedimentos experimentais pressupõe a disponibilidade de alojamento que proporcione condições de vida adequadas às espécies. O transporte, a acomodação, a alimentação e os cuidados com os animais criados ou usados para fins biomédicos devem ser realizados por técnico qualificado sob a supervisão de um veterinário. As experiências devem ser realizadas ou diretamente supervisionadas por pessoas com níveis apropriados de experiência e treinamento para exercer procedimentos 33
  • 34. em animais vivos. Deve-se criar condições para o treinamento de pessoal no local de trabalho, incluindo aspectos do trato e uso humanitário dos animais de laboratório. Extraído de “Princípios éticos na experimentação animal”, Colégio Brasileiro de Experimentação Animal. (COBEA), Brasil, 1991. 9.2 - Condições do Biotério O Biotério pode ser uma pequena sala ou uma grande unidade com complexa divisão interna. Independente do tamanho, os objetivos são os mesmos e para mantê-los há necessidades básicas que devem ser consideradas para garantir a boa qualidade de trabalho. Estas normas têm como diretriz evitar situações de contaminação que não só constituem perigo aos animais como também a saúde do homem. São elas: · paredes laváveis (tinta a óleo, epóxi) e não azulejadas, pois ranhuras não permitem uma boa limpeza. · no caso de haver janelas elas devem ter telas e os vidros pintados para que a luz solar não interfira na iluminação artificial. · forro lavável e com bom isolamento. · interruptores protegidos. · piso lavável e anti-derrapante (granilite). · cantos das paredes arredondados para evitar quinas que abrigam sujeira e contaminação, rodapé com 15cm de altura para evitar danificação das paredes por rodas de carrinhos. · as portas devem ser dimensionadas de forma a permitir a passagem de carrinhos. · não devem existir degraus. · não é permitido a entrada de pessoas estranhas ao trabalho. 9.3 - Normas de trabalho Estas normas não substituem a necessidade de treinamento para trabalhos com microrganismos. Os cuidados a serem tomados visam à higiene nos biotérios para evitar a propagação de doenças nos animais e no homem. Há muitos casos de zoonoses, infecções transmissíveis entre animais e o homem como, por exemplo, teníase, leptospirose, etc. Os cuidados a serem tomados são os seguintes: · é obrigatório lavar as mãos antes e depois do trabalho no biotério. · é obrigatório o uso de avental de algodão. Recomenda-se o uso de máscaras e luvas em determinados trabalhos e em trabalhos prolongados. Sempre que possível deve-se tomar um banho após o trabalho no biotério. A lavagem do 34
  • 35. rosto e posterior uso de máscaras previne contaminações existentes que são carregadas pelo ar. · algumas regras que nos parecem à primeira vista, excessivamente rígidas, são fruto de observações e pesquisas no decorrer de muitos anos de criação e experimentação animal. O uso de bijuterias e jóias é proibido no biotério, porque não podem ser desinfectados continuamente. · Quanto aos cosméticos, também devem ter seu uso restrito, pois podem alojar microrganismos. Seu odor pode excitar e confundir os animais. 9.4 - Descarte de animais Abaixo estão apresentados 3 métodos diferentes para o descarte de animais com suas respectivas vantagens e limitações. · Lisofórmio - o animal de porte pequeno a médio é colocado em saco de plástico e tratado com lisofórmio. O saco é fechado e o material é descartado no lixo urbano. Este método só é bom para pequenos animais em que o clorofórmio penetra, sendo que animais de maior porte o processo de desinfecção é duvidoso, motivo pelo qual recomenda-se a incineração. · Autoclavação - serve para animais de pequeno e médio porte. O animal é envolvido em plástico e é autoclavado. O tempo a ser utilizado, está em função do volume do animal. A desvantagem do método é o odor desagradável que é produzido. · Incineração - animal de qualquer porte pode ser incinerado. Coloca-se o animal em saco plástico e queima-se no incinerador. A Universidade Federal do Piauí tem um incinerador em funcionamento. É necessário procurar o responsável para combinar a possibilidade de uso. Observação: animais contaminados com radioatividade devem ter seu descarte obedecendo às normas da Conselho Nacional de Energia Nuclear - CNEN. Em caso de animais tratados com produtos tóxicos (por ex.: cancerígenos), deve-se avaliar a periculosidade da situação e organizar o descarte de acordo. 35
  • 36. 10. SEGURANÇA EM RELAÇÃO A INCÊNDIO E ELETRICIDADE 10.1 - Incêndio CUIDADOS PARA EVITAR · Assegurar o bom estado dos quadros da rede elétrica. · Assegurar o uso adequado das tomadas conforme recomendações especificadas no capítulo “normas básicas para uso de equipamento elétrico”. · Armazenamento dos bujões de gás em local bem ventilado fora do prédio. Tolera-se o uso de bujões de até 13 kg no interior do prédio em áreas seguras. · Solventes químicos não podem ser armazenados próximos a fornos, estufas e locais aquecidos. · Presença de vigilantes, câmeras de vigilância ou preferencialmente sensores de incêndio e/ou instalações de sprinkler ( chuveiro automático para extinção de incêncio) em todos os corredores da FACID. Embora esta não seja a realidade atual, este controle é essencial, visto que quando os acidentes ocorrem durante o expediente eles são mais facilmente controláveis, pois a atuação do pessoal é imediata. · Os laboratórios devem ser fechados adequadamente, porém, permitindo o acesso a brigada de incêndio, visto que o incêndio pode se alastrar e ameaçar a Instituição como um todo. EQUIPAMENTOS PARA CONTROLAR INCÊNDIOS Extintores de incêndio para produtos químicos (extintores PQS de pó), eletricidade (extintores de CO2) e para papéis (extintores de água pressurizada), deverão estar sempre disponíveis. Em instalações que utilizam muito equipamento elétrico, deve-se ter um maior número de extintores para eletricidade, enquanto em locais que contenham muitos produtos químicos, deverão haver mais extintores PQS. Os dois podem ser utilizados em ambos os casos, porém procurando sempre utilizar o mais adequado. · Os extintores devem estar dentro do prazo de validade e fixados em locais de fácil acesso, como por exemplo, nos corredores, especialmente em locais de maior periculosidade, havendo um extintor a cada 10 metros. Recomenda-se ainda a colocação de extintores dentro dos laboratórios que contenham muitos solventes ou equipamentos elétricos. 36
  • 37. · Deverá haver à disposição, mangueiras com seus respectivos engates, as quais devem ser periodicamente vistoriadas quanto à integridade e funcionalidade. COMO PROCEDER EM CASO DE INCÊNDIO Notando indícios de incêndio (fumaça, cheiro de queimado, estalidos, etc.), aproxime-se a uma distância segura para ver o que está queimando e a extensão do fogo. Acione o alarme mais próximo disponível, bem como transmita o alerta ao Serviço de Vigilância, Administração do Prédio e Corpo de Bombeiro (tel: 193). Caso não saiba combater o fogo, ou não puder dominá-lo, saia do local, fechando todas as portas e janelas atrás de si, mas sem trancá-las, desligando a eletricidade, alertando os demais ocupantes do andar e informando aos laboratórios vizinhos da ocorrência do incêndio. Não perca tempo tentando salvar objetos, salve sua vida. Mantenha-se vestido, pois a roupa protege o corpo contra o calor e a desidratação. Procure alcançar o térreo ou as saídas de emergência do prédio, sem correr, jamais use o elevador, pois a energia é normalmente cortada, e ele poderá ficar parado, sem contar que existe o risco dele abrir justamente no andar em chamas. OBS: É da responsabilidade de cada chefe de laboratório conhecer o armário e os disjuntores de suas instalações. CLASSES DE INCÊNDIOS COM SEUS RESPECTIVOS CONTROLES • Classe “A” - Materiais que queimam em superfície e em profundidade. Ex.: Madeira, papel, tecido. • Classe “B” - Os líquidos inflamáveis. Queimam na superfície. Ex.: Álcool, gasolina, querosene, • Classe “C” - Equipamentos elétricos e eletrônicos energizados. Ex.: Computadores, TV, motores, • Classe “D” - Materiais que requerem agentes extintores específicos. Ex.: Pó de zinco, Sódio, magnésio, 37
  • 38. USO APROPRIADO DOS EXTINTORES DE INCÊNDIO • EXTINTOR DE ÁGUA PRESSURIZADA ÁGUA-GÁS Indicado com ótimo resultado para incêndios de Classe “A”. Contra indicado para as Classes “B” e “C”. Modo de usar : Pressurizado: Rompa o lacre e aperte o gatilho, dirigindo o jato para a base do fogo. Água-gás: Este tipo possui uma pequena ampola de ar comprimido. Abra o registro da ampola de gás e dirija o jato para a base do fogo. Processo de extinção: Resfriamento. • EXTINTOR DE ESPUMA Indicado com ótimo resultado para incêndios de classe “B” e com bom resultado para a classe “A”. Contra indicado para a classe “C”. Modo de usar: Aproxime-se com segurança do líquido em chamas, inverta a posição do extintor (posicione-o de cabeça para baixo) e dirija o jato para um anteparo, de modo que a espuma gerada cubra o líquido como uma manta. Processo de extinção: Abafamento. Um processo secundário é o resfriamento (umidificação). • EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO SECO Indicado com ótimo resultado para incêndios de classe “C” e sem grande eficiência para a classe “A”. Não possui contra-indicação. Modo de usar: Pressurizado: Rompa o lacre e aperte o gatilho, dirigindo o jato para base do fogo. Processo de extinção: Abafamento. • EXTINTOR DE GÁS CARBÔNICO Indicado para incêndios de classe “C” e sem grande eficiência para a classe “A”. Não possui contra indicação. Modo de usar: Rompa o lacre e aperte o gatilho, dirigindo o difusor para a base do fogo. Não toque no difusor, pois com a passagem de gás por ele, ele poderá gelar e agarrar a pele ao ser tocado. Processo de extinção: Abafamento. 38
  • 39. Obs.: Incêndios de classe “D” requerem extintores específicos podendo em alguns casos serem utilizados o de Gás Carbônico (CO2) ou pó químico seco (PQS). ATENÇÃO : Vapores podem ser a fonte de explosões e incêndios. Por exemplo, éter, utilizado para anestesiar e sacrificar animais, libera vapores potencialmente explosivos. Em laboratórios que costumam guardar na geladeira, carcaças de animais em formol, podem também ocorrer explosões, como conseqüência de faíscas geradas dentro da geladeira fechada. a) Fumaça inalada pode causar problemas graves e até fatais. b) Produtos de laboratório, são em muitos casos, inflamáveis e/ou explosivos. Eles podem agravar um incêndio de origem elétrica, tanto ao espalhar as chamas quanto ao provocar ferimentos por estilhaços. c) Incêndios podem ser gerados por reações químicas como, por exemplo, a neutralização de ácidos fortes por bases fortes. Recomenda-se que materiais passíveis de reagirem entre si, sejam guardados em armários separados.. 10.2 Normas básicas para uso de equipamentos elétricos • Verifique sempre a tensão da tomada na qual deseja ligar o seu equipamento e a voltagem/freqüência na qual o aparelho deve operar. • Antes de ligar, veja se o equipamento está realmente em condições de uso. Caso ocorra alguma alteração durante o seu uso, comunique imediatamente ao responsável e/ou coloque um aviso, em local visível, para servir de alerta a outros usuários do equipamento. • Em caso de dúvida quanto ao funcionamento de um equipamento, procure o responsável pelo mesmo. Tenha sempre em mãos os procedimentos básicos de operação do aparelho. É indispensável que o manual de uso esteja sempre à disposição. • Evite ligar mais de um aparelho por tomada. Solicite ao responsável pelo setor, a adequação da instalação elétrica para a quantidade de equipamentos utilizados. • Toda instalação elétrica tem um limite de capacidade em função do quadro de força e do tipo de fiação. Para fins práticos, a tabela abaixo permite identificar se a fiação usada na instalação de uma tomada é adequada para um determinado tipo de aparelho. 39
  • 40. CORRENTE FIO MÁXIMA 14 AWG ( 2,08 mm² - 1,62 mm ) 15A 12 AWG ( 3,31 mm² - 2,05 mm ) 20A 10 AWG ( 5,26 mm² - 2,58 mm ) 30A 08 AWG ( 8,37 mm² - 3,26 mm ) 40A 06 AWG ( 13,30 mm² - 14,11 mm) 55A 04 AWG ( 21,15 mm² - 15,18 mm) 70A 02 AWG ( 33,63 mm² - 6,54 mm ) 95A • Ao término do expediente, verifique se todos os equipamentos foram desligados inclusive luzes e aparelhos de ar condicionado. Deixe ligado somente o que for realmente necessário. 40
  • 41. 11. PROCESSAMENTO DE ARTIGOS E SUPERFÍCIES EM SERVIÇOS DE SAÚDE 11.1 Esterilização de artigos. A esterilização é o processo que visa destruir ou eliminar todas as formas de vida microbiana presentes, por meio de processos físicos ou químicos. Os processos de esterilização indicados são: a) Físicos: • Vapor saturado sob pressão (autoclave); • Ar quente (estufas); • Radiações (raios gama); • Filtração (soluções termolábeis – filtros e membranas) b) Químicos: • Líquidos (Soluções de glutaraldeído a 2%); • Gases (óxido de etileno). Destaca-se que os artigos metálicos deverão ser esterilizados por processo físico visto serem termorresistentes. A esterilização química deve ser utilizada em artigos termossensíveis apenas quando não houver outro método que a substitua. PROCESSO FISICO. I – VAPOR SATURADO SOB PRESSAO. Realizado em autoclave, onde os microorganismos são destruídos pela ação combinadada temperatura, pressão e umidade, que promove a termocoagulação e a desnaturação das proteínas. Atualmente, existem três tipos de autoclave disponíveis no mercado: • gravitacional: o ar é removido por gravidade, sendo que o ar frio, mais denso, tende a sair por um ralo colocado na parte inferior da câmara, quando o vapor é admitido. No Brasil, as autoclaves destinadas à Odontologia funcionam, em quase sua totalidade, pela forma de deslocamento por gravidade; • pré-vácuo: o ar é removido com o uso de bombas de vácuo, podendo ser um único pulso (alto vácuo) ou seguidas injeções e retiradas rápidas de vapor (pulsos de pressurização). • ciclo flash: recomendado para esterilização apenas em situações de uso imediato do artigo, seja acidentalmente contaminado durante um procedimento ou na ausência de artigo de reposição. 41
  • 42. Os padrões de tempo, temperatura e pressão para esterilização pelo vapor variam de acordo com o aparelho e encontram-se dentro de: 121° C a 127° C (1 atm pressão) por 15 a 30 minutos e 132° C a 134° C (2 atm pressão) por quatro a sete minutos de esterilização. O material, devidamente embalado, deve ser colocado na câmara da autoclave desligada, não ultrapassando 2/3 de sua capacidade total e sem encostar-se às laterais, dispondo-se os pacotes de modo que o vapor possa circular livremente e atinja todas as superfícies do material. Embalagens compostas por papel e filme devem ser colocadas com o papel para baixo. Deve-se fechar o equipamento e selecionar o ciclo desejado, caso seja possível. Após a conclusão do ciclo, deve-se abrir o equipamento e aguardar que a temperatura caia a 60º C para a retirada do material. Nesta etapa, o profissional deve utilizar todos os EPIs. Atualmente, a esterilização em estufas (calor seco) é recomendada por organismos nacionais e internacionais apenas para óleos e pós na área médica e para alguns tipos de brocas e alicates ortodônticos na Odontologia (CDC, 2003). Estas indicações se justificam pelo fato de o processo exigir longo período de tempo e altas temperaturas, podendo ocorrer falhas no processo de esterilização. Os equipamentos utilizados deverão estar sob rígido controle de verificação de eficácia de esterilização. Existem dois métodos de controle de qualidade: químico e biológico. O método químico faz-se através do emprego de fitas indicadoras que têm a sua coloração modificada em determinadas faixas de temperatura, correspondentes àquelas indicadas para o processo de esterilização. O método biológico é realizado utilizando-se amostras de bactérias esporuladas (Bacillus stereatothermophilus e Bacillus subtilis) devidamente acondicionadas, que são colocados junto aos materiais a serem esterilizados, tendo sua viabilidade observada ao término do processo. 11.2 Limpeza e desinfeccao de superfícies Preconiza-se a limpeza com água e sabão líquido - detergente de todas as áreas hospitalares, e havendo presença de matéria orgânica na superfície inanimada, remove-se a sujidade utilizando meios mecânicos, realiza-se a limpeza e na seqüência a desinfecção com a solução preconizada. Exemplo: hipoclorito de sódio a 1% ou solução cloro orgânico. → Limpeza concorrente: entende-se por limpeza concorrente a higienização diária de todas as áreas dos setores de saúde, com o objetivo da manutenção do asseio, reposição de materiais de consumo como: sabão líquido, papel toalha, papel higiênico, saco para lixo. Inclui: 42
  • 43. Limpeza de piso, remoção de poeira do mobiliário e peitoril, limpeza completa do sanitário; • Limpeza de todo o mobiliário da unidade (bancadas, mesa, cadeira), realizada pela equipe da unidade (ou pela equipe da higienização, quando devidamente orientada). A Limpeza Concorrente Inicia do local mais limpo para o local mais sujo ou do local menos contaminado de acordo com o “provável nível de sujidade ou contaminação”. 1º BALDE: Spray com detergente → 1º pano utilizado para limpeza. 2º BALDE: Água → enxágüe → 2º pano utilizado para remoção do detergente. 3º BALDE: Solução desinfetante → para desinfecção se necessário. MACAS E CADEIRAS: Materiais: Baldes, panos e solução apropriada. Técnica: • Embeber o pano em solução apropriada; • Esfregar a área a ser limpa sempre no mesmo sentido do mais limpo ao mais sujo; • Molhar o outro pano em água limpa (2º balde) e enxaguar; • Molhar com o 3º pano no álcool e aplicar na superfície, deixar secar; • Friccionar com o 4º pano por 15’’ em cada ponto; • Limpar e guardar o material. OBS: A limpeza de portas e paredes só será realizada se houver alguma sujidade; A limpeza das superfícies horizontais deve ser repetida durante o dia, pois há acúmulo de partículas existentes no ar ou pela movimentação de pessoas. → Limpeza terminal: entende-se por limpeza terminal a higienização completa das áreas de trabalho e, às vezes, a desinfecção para a diminuição da sujidade e redução da população microbiana. É realizada de acordo com uma rotina pré-estabelecida, habitualmente, uma vez por semana ou quando necessário. Além da limpeza da unidade, outros mobiliários e equipamentos que têm contato direto com o paciente também devem ser limpos sempre que utilizados (cadeira de rodas, maca e outros). 43
  • 44. PRODUTOS SANEANTES A SEREM UTILIZADOS: → Sabões-Detergentes: São produtos solúveis em água que contém tensoativos em sua formulação, com a finalidade de emulsificar e facilitar a limpeza, levando à dispersão, suspensão e emulsificação da sujeira. → Germicidas: São agentes químicos que inibem ou destroem os microorganismos, podendo ou não destruir esporos. É obrigatório o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) na diluição e manipulação dos germicidas e em ambiente arejado. São classificados em: esterilizantes, desinfetantes e anti-sépticos. • Esterilizantes: São soluções químicas capazes de destruir todas as formas de microorganismos inclusive esporos. Ex: glutaraldeído a 2%. • Desinfetantes: São germicidas dotados de nível intermediário de ação, ou seja, em geral não são esporicidas e tem ação viricida incompleta. Ex: Hipoclorito de sódio 1% por 30 minutos. • Antissépticos: São soluções germicidas pouco irritantes, utilizadas em pele e mucosa. Alguns têm efeito bactericida, porém a maioria tem ação bacteriostática. Ex: PVPI, clorexidina 2%, álcool à 70%. → Desodorizante: Formulações que contém em sua composição substâncias bactericidas, capazes de controlar odores desagradáveis. A Limpeza Terminal pode ser feita de duas maneiras: Enxágüe com água. 1º TIPO Desinfecção com hipoclorito de sódio a Limpeza com solução detergente. 1%. 2º TIPO Limpeza e desinfecção com Cloro Enxágüe com água. Orgânico a 3%. Materiais: Rodo comum, vasculho (rodo com cabo comprido), balde (limpeza de paredes, mobiliários e chão), sistema mop e embalagem para lixo, hipoclorito de sódio ou cloro orgânico, máquinas lavadoras de pisos e esponjas dupla face. 44