O documento discute a formação de professores de língua portuguesa no Brasil. Argumenta que os currículos de formação devem ser políticos e ideológicos, reconhecendo que a educação é culturalmente construída. Também enfatiza a importância da reflexão e da ação do professor em formação para que se desenvolva como agente autônomo de seu processo de aprendizagem.
2. SILVA, Jane Quintiliano Guimarães et. Alli.
Formação de professores de língua materna:
algumas apostas. In: VÓVIO, Claudia; SITO,
Luanda; GRANDE, Paula de (orgs.).
Letramentos. Rupturas, deslocamentos e
repercussões de pesquisas em Linguística
Aplicada. Campinas, SP: Mercado de Letras,
2010. p. 179-199
3. FORMAÇÃO DE PROFESSORES
DE LÍNGUA MATERNA: algumas
apostas
Jane Quintiliano Guimarães Silva
Juliana Alves Assis
Maria Ângela Paulino Teixeira
Lopes
Maria Aparecida da Maia
4. O que o currículo
dos cursos de
formação de
professores NÃO é?
17. A educação não se origina
da natureza e sim da
cultura que é feita e
refeita, construída, fruto
de negociações na
interação humana.
As práticas formativas
são ao mesmo tempo
o lugar de encontros,
conflitos, diferenças e
diversidades.
QUANTO À EDUCAÇÃO E ÀS PRÁTICAS
FORMATIVAS
18. QUANTO AO PROFESSOR
Kleiman (2006) propõe que sejam revistas as
representações de professor como mediador
ou agente de letramento. Segundo a autora a
representação de professor como ”agente de
letramento” possibilita que este seja
considerado como um sujeito “mobilizador
dos sistemas de conhecimento pertinentes,
dos recursos, das capacidades dos membros
da comunidade.”
19. Quando se pensa na formação do professor
de língua materna a partir da teoria e
prática, baseada na postura reflexiva, que
constrói não somente o docente, mas o
investigador de práticas de linguagens, um
aspecto merece ser considerado: o das
representações de professor na
sociedade contemporânea brasileira.
20. A AÇÃO NO DISCURSO DO PROFESSOR EM
FORMAÇÃO
• Em um projeto político pedagógico de
formação de professores da educação básica,
é imprescindível a ação reflexiva do futuro
profissional, de modo que ele se constitua, de
fato, como agente de seu processo formativo.
21. Para Ricoeur ( 1977) e Bronckart(2008):
qualquer ação implica um agente, que, ao
fazer uma intervenção no mundo, mobiliza
determinadas capacidades mentais e
comportamentais que ele sabe que tem (um
poder fazer), determinados motivos ou razões
que ele assume( o porquê do fazer) e
determinadas intenções ( os efeitos esperados
do fazer)sendo que estes últimos parâmetros
(capacidades, motivos e intenções) definem a
responsabilidade assumida pelo agente em
sua intervenção ou em sua ação.
22. A reflexão sobre a ação no discurso
do professor em formação
• Professor deve colocar-se como sujeito/ator
na construção de sentidos sobre si mesmo e
suas ações nas diferentes atividades em que
se engaja ao longo da sua formação.
• É imprescindível efetivar a ação reflexiva do
futuro profissional, de modo que ele se
constitua, de fato, como agente de seu
percurso formativo.
23. OS GÊNEROS MEMORIAL E DIÁRIO DE LEITURA
COMO RECURSOS FACILITADORES DA
REFLEXÃO DO SUJEITO SOBRE SI, SOBRE SEU
LUGAR, SEU PAPEL E SUA POSIÇÃO SOCIAL
24. Exemplos destas reflexões:
1. “ Em Letras descobri, descobri a Linguística,
segmento tão instigante que me fez pensar
sobre minha relações com a própria língua
seja ela falada ou escrita. Descobri que a
gramática não é a rainha majestosa como
pregada a tanto tempo. Ela deve estar em
função da pessoa e não esta em função dela.
Descobri uma outra visão sobre a literatura
também. Nenhuma obra mexeu mais comigo
que...” (M5)
25. 2. “ Para nós futuros professores, é muito
importante conhecer este processo de
leitura para entender o nosso aluno e
respeitá-lo, pois devemos ter consciência
de que ele não fala do mesmo lugar que
nós e entendendo esse aluno se torna
mais fácil lapidar a sua leitura sem
desconstruir aquilo que ele traz consigo...”
(DL 35 )
27. Considerações finais
• Através do gênero entrevista foi possível pela
fala dos sujeitos que estes refletem sobre sua
tarefa de avaliar textos colocando-se ora no
papel de aluno, ora no papel de professor,
posições construídas e projetadas nos
processos de socialização vivenciados,
sobretudo, na esfera escolar.
28. Flagra-se no discurso dos
professores entrevistados um
movimento dialógico
dicotômico(o professor que
sou x o professor que não sou;
o professor que quero ser x o
professor que não quero ser).