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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC

                                  UMA HCE

                        ARTES VISUAIS – BACHAREL




                          ESTÉTICA ROSENFIELD




                                                    BARBARA SAVI MONDO



    Segundo Kathrin H. Rosenfield a estética nada mais é que uma sensação,
um sentimento. Ela analisa o complexo das sensações e dos sentimentos,
investiga sua relação nas atividades físicas e mentais do homem. Partindo
dessa definição, algumas questões, conforme propõe Kathrin Rosenfield,
despontam no campo da estética, a saber: nossos juízos de valor quanto às
coisas sensíveis são meramente subjetivas e arbitrárias? As regras do gosto
seriam meras convenções, normas impostas pela autoridade individual ou
coletiva? Haveria no gosto um elemento racional ou uma capacidade autônoma
de perceber e julgar?

              A maioria dos manuais de estética parte (consciente ou
inconscientemente) de um pressuposto sem caráter científico e instrumental
compartilhado com as histórias da arte. Supõe-se que haveria uma 'origem' da
arte: os restos arqueológicos de instrumentos e obras (por exemplo, pinturas
rupestres) pré-históricos comprovariam interesses ou finalidades praticas
dessas produções 'artísticas'. Nessa visão, a experiência estética e a arte não
teriam um estatuto autônomo, e sim preencheriam uma função determinada por
necessidades alheias à arte. A disciplina acadêmica da estética começa
somente no século XVIII, com a investigação do filósofo Alexander
Baumgarten.

       Durante muito tempo, a história da arte se confundiu com a história da
cultura, as coisas belas estavam juntas aos cultos religiosos, políticos e sociais,
também ás práticas da vida cotidiana e as técnicas que sustentavam a
sobrevivência. A arte preencheu funções importantes como da construção do
espaço urbano á vestimenta, dos hábitos culinários ao armamento. Os objetos
da arte primitiva são indissociáveis da magia, da religião e dos rituais;
esculturas, armas ou jóias arcaicas que expressam claramente o prestígio
social e político dos seus proprietários.

       Sócrates, o mestre do Platão, diz que há um problema da estética que
terá grande futuro no neoplatismo cristão e que persiste, de modo leve, até
hoje. Ele pensa sobre a tradição popular tipicamente grega que junta
diretamente o belo e o bem e reformula essa tradição com duas proposições
comparável que apontam essa ligação como uma junção natural entre a beleza
e a bondade: o indivíduo que tem valor ético é capaz de agir belamente, e,
vice-versa, o indivíduo belo tem a possibilidade de atos moralmente bons.

     A mesma idéia aparece nos diálogos socráticos, que nos mostram quanto
os cidadãos gregos tiveram apego á beleza concreta, as diferentes coisas
belas em todos os sentidos bons ou não. Toda a educação grega estava
fundamentada no belo, como mitos e relatos épicos, ritos e cerimônias
envolvendo objetos como estátuas ou danças. Platão que parte desses
costumes, que ao mesmo tempo são religiosos, políticos e lingüísticos e
sintetizam as diversas facetas semânticas do termo “belo”. Seus diálogos
submetem o belo a uma investigação filosófica que separa os diversos
conceitos e, assim, permite pensar a idéia abstrata de “belo”, independente dos
fenômenos particulares nos quais essa idéia se realize. O belo surge como
conseqüência da emoção, e esta, inferior á clareza racional, produz uma
representação somente obscura e confusa da perfeição.

        A estética surgiu como disciplina quando a arte ainda parecia fonte
privilegiada de sabedoria e conhecimento ético. Esse horizonte, no entanto,
mudou nos últimos duzentos anos, com a afirmação do pensamento científico e
tecnológico; tomando base às idéias de pensadores como Aristóteles, Platão,
Kant e Hegel apresentando os conceitos fundamentais da estética e os
problemas que eles colocam hoje.

          Para Kant (1724-1804) O grande mérito da estética está na sua
capacidade de livrar-se da maioria dos pressupostos históricos e dos conceitos
culturais que pesam sobre o belo e a arte. A ampliação de seu enfoque
abrange tanto o belo natural quanto o belo artístico e mantém-se na análise da
sensibilidade, o conhecimento e a razão prática.       O prazer estético é algo
diferente da satisfação sensível (biológica) e da cognitiva. O uso que fazemos
da palavra “beleza” ou “belo” prova que o sentimento do belo não surge do
entendimento, enquanto este subsume os dados da experiência aos esquemas
categoriais que permitem formar conceitos (dos verdadeiros, do útil, do
agradável e do bom).O poeta pode considerar a beleza como bela aparência,
que tem a consistência de uma sombra.

       Já para o pensador Hegel (1770-1831) ele enfoca a beleza realçando
precisamente os interesses ético e cognitivo que a arte “efetua”. Hegel vê o
belo através do prisma do objeto particular, eventual e sensível, embora ele
seja, durante longos séculos, o procurador do movimento do espírito.

     A estética subdivide-se em três partes, a primeira sobre o belo artístico e o
ideal; a segunda, sobre o desdobramento do ideal em três formas concretas; a
terceira, sobre o sistema (lógico) das artes.

      Para Hegel, é belo apenas aquilo que surge do espírito e para o espírito.
Em outras palavras, Hegel concebe a arte como trabalho do espírito. A beleza
verdadeira da obra de arte concilia a cota e a particularidade das coisas
naturais e materiais com o movimento espiritual.

     As três formas de arte: a simbólica, a clássica e a romântica. Hegel mostra
como os três momentos lógicos do movimento (dialético) do espírito aparecem
nas figurações históricas das “Formas de arte simbólica, clássica e romântica”.
Essas três formas ritmam a evolução histórica da arte efetuando o trabalho
dialético do conceito que medeia a representação e a apresentação.
A “forma de arte simbólica” coincide com as religiões naturais. Nesse
estágio, o trabalho do conceito “atravessa-trabalhando” a materialidade
resistente dos objetos encontrados. As rochas da escultura primitiva “põem”,
numa relação puramente exterior, o símbolo do absoluto que permanece
inacessível e abstrato num além. Na arquitetura, manifesta-se o processo de
mediação que traz a exterioridade abstrata para dentro de uma habitação
escultural. Mesmo assim, o templo unifica, de modo meramente simbólico, os
dois lados, ao passo que o antropomorfismo da arte clássica anuncia a
autonomia de um corpo que tem todos os traços da espiritualidade. Na arte
romântica, aparece, finalmente, a liberdade do espírito que reconhece a
contingência de todo e qualquer suporte representacional. O símbolo coloca
para si a tarefa espiritual da autointerpretação, diz Hegel.

        E para Aristóteles que parte das estéticas implícitas de Platão e de
Górgias, um dos mestres da retórica que enriqueceram graças á sua arte.
Assim, ele já dispõe do vocabulário e das grandezas conceituais que seguram
aspectos essenciais da imitação artística e os seus efeitos abusivos.
Aristóteles associa a arte no contexto dos fenômenos cósmicos, concedendo á
mímesis um status paralelo. Nesse sentido, a arte ganha ao ser nivelada com
os outros fenômenos naturais, razão pela qual Aristóteles concebe a história da
arte como um avanço comparável ao crescimento orgânico.

        No entanto as reflexões sobre a arte e a experiência da beleza são
desenvolvidas, em grande parte, pelos próprios artistas.
REFERÊCIA BIBLIOGRÁFICA:

ROSENFIELD, Kathrin H. Estética, 2 ed. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2009.
p.07-62

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Ensaio estética

  • 1. UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC UMA HCE ARTES VISUAIS – BACHAREL ESTÉTICA ROSENFIELD BARBARA SAVI MONDO Segundo Kathrin H. Rosenfield a estética nada mais é que uma sensação, um sentimento. Ela analisa o complexo das sensações e dos sentimentos, investiga sua relação nas atividades físicas e mentais do homem. Partindo dessa definição, algumas questões, conforme propõe Kathrin Rosenfield, despontam no campo da estética, a saber: nossos juízos de valor quanto às coisas sensíveis são meramente subjetivas e arbitrárias? As regras do gosto seriam meras convenções, normas impostas pela autoridade individual ou coletiva? Haveria no gosto um elemento racional ou uma capacidade autônoma de perceber e julgar? A maioria dos manuais de estética parte (consciente ou inconscientemente) de um pressuposto sem caráter científico e instrumental compartilhado com as histórias da arte. Supõe-se que haveria uma 'origem' da arte: os restos arqueológicos de instrumentos e obras (por exemplo, pinturas rupestres) pré-históricos comprovariam interesses ou finalidades praticas dessas produções 'artísticas'. Nessa visão, a experiência estética e a arte não teriam um estatuto autônomo, e sim preencheriam uma função determinada por necessidades alheias à arte. A disciplina acadêmica da estética começa
  • 2. somente no século XVIII, com a investigação do filósofo Alexander Baumgarten. Durante muito tempo, a história da arte se confundiu com a história da cultura, as coisas belas estavam juntas aos cultos religiosos, políticos e sociais, também ás práticas da vida cotidiana e as técnicas que sustentavam a sobrevivência. A arte preencheu funções importantes como da construção do espaço urbano á vestimenta, dos hábitos culinários ao armamento. Os objetos da arte primitiva são indissociáveis da magia, da religião e dos rituais; esculturas, armas ou jóias arcaicas que expressam claramente o prestígio social e político dos seus proprietários. Sócrates, o mestre do Platão, diz que há um problema da estética que terá grande futuro no neoplatismo cristão e que persiste, de modo leve, até hoje. Ele pensa sobre a tradição popular tipicamente grega que junta diretamente o belo e o bem e reformula essa tradição com duas proposições comparável que apontam essa ligação como uma junção natural entre a beleza e a bondade: o indivíduo que tem valor ético é capaz de agir belamente, e, vice-versa, o indivíduo belo tem a possibilidade de atos moralmente bons. A mesma idéia aparece nos diálogos socráticos, que nos mostram quanto os cidadãos gregos tiveram apego á beleza concreta, as diferentes coisas belas em todos os sentidos bons ou não. Toda a educação grega estava fundamentada no belo, como mitos e relatos épicos, ritos e cerimônias envolvendo objetos como estátuas ou danças. Platão que parte desses costumes, que ao mesmo tempo são religiosos, políticos e lingüísticos e sintetizam as diversas facetas semânticas do termo “belo”. Seus diálogos submetem o belo a uma investigação filosófica que separa os diversos conceitos e, assim, permite pensar a idéia abstrata de “belo”, independente dos fenômenos particulares nos quais essa idéia se realize. O belo surge como conseqüência da emoção, e esta, inferior á clareza racional, produz uma representação somente obscura e confusa da perfeição. A estética surgiu como disciplina quando a arte ainda parecia fonte privilegiada de sabedoria e conhecimento ético. Esse horizonte, no entanto, mudou nos últimos duzentos anos, com a afirmação do pensamento científico e
  • 3. tecnológico; tomando base às idéias de pensadores como Aristóteles, Platão, Kant e Hegel apresentando os conceitos fundamentais da estética e os problemas que eles colocam hoje. Para Kant (1724-1804) O grande mérito da estética está na sua capacidade de livrar-se da maioria dos pressupostos históricos e dos conceitos culturais que pesam sobre o belo e a arte. A ampliação de seu enfoque abrange tanto o belo natural quanto o belo artístico e mantém-se na análise da sensibilidade, o conhecimento e a razão prática. O prazer estético é algo diferente da satisfação sensível (biológica) e da cognitiva. O uso que fazemos da palavra “beleza” ou “belo” prova que o sentimento do belo não surge do entendimento, enquanto este subsume os dados da experiência aos esquemas categoriais que permitem formar conceitos (dos verdadeiros, do útil, do agradável e do bom).O poeta pode considerar a beleza como bela aparência, que tem a consistência de uma sombra. Já para o pensador Hegel (1770-1831) ele enfoca a beleza realçando precisamente os interesses ético e cognitivo que a arte “efetua”. Hegel vê o belo através do prisma do objeto particular, eventual e sensível, embora ele seja, durante longos séculos, o procurador do movimento do espírito. A estética subdivide-se em três partes, a primeira sobre o belo artístico e o ideal; a segunda, sobre o desdobramento do ideal em três formas concretas; a terceira, sobre o sistema (lógico) das artes. Para Hegel, é belo apenas aquilo que surge do espírito e para o espírito. Em outras palavras, Hegel concebe a arte como trabalho do espírito. A beleza verdadeira da obra de arte concilia a cota e a particularidade das coisas naturais e materiais com o movimento espiritual. As três formas de arte: a simbólica, a clássica e a romântica. Hegel mostra como os três momentos lógicos do movimento (dialético) do espírito aparecem nas figurações históricas das “Formas de arte simbólica, clássica e romântica”. Essas três formas ritmam a evolução histórica da arte efetuando o trabalho dialético do conceito que medeia a representação e a apresentação.
  • 4. A “forma de arte simbólica” coincide com as religiões naturais. Nesse estágio, o trabalho do conceito “atravessa-trabalhando” a materialidade resistente dos objetos encontrados. As rochas da escultura primitiva “põem”, numa relação puramente exterior, o símbolo do absoluto que permanece inacessível e abstrato num além. Na arquitetura, manifesta-se o processo de mediação que traz a exterioridade abstrata para dentro de uma habitação escultural. Mesmo assim, o templo unifica, de modo meramente simbólico, os dois lados, ao passo que o antropomorfismo da arte clássica anuncia a autonomia de um corpo que tem todos os traços da espiritualidade. Na arte romântica, aparece, finalmente, a liberdade do espírito que reconhece a contingência de todo e qualquer suporte representacional. O símbolo coloca para si a tarefa espiritual da autointerpretação, diz Hegel. E para Aristóteles que parte das estéticas implícitas de Platão e de Górgias, um dos mestres da retórica que enriqueceram graças á sua arte. Assim, ele já dispõe do vocabulário e das grandezas conceituais que seguram aspectos essenciais da imitação artística e os seus efeitos abusivos. Aristóteles associa a arte no contexto dos fenômenos cósmicos, concedendo á mímesis um status paralelo. Nesse sentido, a arte ganha ao ser nivelada com os outros fenômenos naturais, razão pela qual Aristóteles concebe a história da arte como um avanço comparável ao crescimento orgânico. No entanto as reflexões sobre a arte e a experiência da beleza são desenvolvidas, em grande parte, pelos próprios artistas.
  • 5. REFERÊCIA BIBLIOGRÁFICA: ROSENFIELD, Kathrin H. Estética, 2 ed. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2009. p.07-62