Filosofia Grega Clássica ao Helenismo-Prof.Altair Aguilar.
Filosofia, Retórica e Democracia
1. Escola Secundária Abel Salazar
Filosofia 11ºano
Ano lectivo 2011/2012
Filosofia, Retórica e Democracia
Ana Catarina Fernandes – nº3 11ºF
Gonçalo Lopes – nº16 11ºF
2. Índice
A Retórica........................................................................................................... 3
Técnicas de persuasão ................................................................................... 3
Os Sofistas ......................................................................................................... 4
Os mais importantes ....................................................................................... 4
Concepção de verdade e Finalidade da retórica para os Sofistas .................. 5
Platão ................................................................................................................. 5
Concepção de Retórica................................................................................... 5
Concepção de Verdade .................................................................................. 5
Filosofia, Retórica e Democracia........................................................................ 6
Argumentação, Verdade e Ser ........................................................................... 6
NetGrafia ............................................................................................................ 7
3. A Retórica
A retórica surgiu na antiga Grécia, ligada é democracia e á necessidade de prepara os
cidadãos para uma intervenção activa na cidade. Esta não passava de um conjunto de
técnicas de bem falar e de persuasão, para serem usadas nas discussões politicas.
Para Aristóteles, a retórica é uma arte que trata de questões que são do domínio do
conhecimento comum e para as quais não existe nenhuma arte especifica, isto é,
questões que não tem uma resposta cientifica e podem ser objecto de deliberação por
parte de um auditório. Este auditório é por norma, constituído por pessoas simples,
facilmente influenciáveis, e incapazes de ver muitas coisas ao mesmo tempo, ou de
seguir longas cadeias de raciocínio. Por conseguinte, é a natureza das questões e do
auditório que tornam a retórica necessária. A retórica, é a arte que estuda os meios de
persuasão, contudo isso não significa que o seu objectivo seja apenas teórico. Aquele
que conhece estes meios é também aquele que está em melhores condições de se
aplicar.
Técnicas de persuasão
As provas técnicas são aquelas que podem ser preparadas pelo orador (ethos,
pathos e logos).
Ehtos – as que residem no caracter moral do orador;
Pathos – as que se encontram no modo como se dispõe no auditório;
Logos – as que residem no próprio discurso, pelo que este demonstra (ou parece
demonstrar).
4. Os Sofistas
Os sofistas eram indivíduos tradicionalmente considerados mestres do saber, que
ensinavam a arte da erística e da retórica. O desenvolvimento da sofística ocorreu
durante o séc. V a. C., altura em quem se consolidou o regime democrático em
Atenas. Aspirando a uma formação voltada para a intervenção activa no governo da
Pólis, grande parte dos cidadãos começou a recorrer ao ensino de mestres que lhes
propiciavam o domínio de técnicas apuradas nas áreas da retórica e da erística.
Proclamando um saber enciclopédico e a aptidão para o colocar ao serviço dos
interessados, os sofistas dedicaram-se a suprir esse ensejo, leccionando em troca de
uma remuneração.Estes voltaram essencialmente a sua atenção para a análise da
estrutura do real, segundo, contudo, uma óptica mais direccionada com as respectivas
consequências antropológicas e gnosiológicas, nomeadamente com o estatuto do
discurso, o fundamento da justiça e a oposição entre a lei natural e a lei por
convenção.
Os mais importantes
De entre os sofistas mais conhecidos, destacamos:
Protágoras Górgias Pródico Hípias
5. Concepção de verdadee Finalidade da retórica para os Sofistas
Estes assumiam uma perspectiva empirista e céptica quanto à origem e possibilidade
de conhecimento, com base na imperfeição e falibilidade (possibilidade de falhar) das
nossas faculdades e na inexistência de uma realidade estável que pudesse ser objecto
de conhecimento.
De vários aspectos e características que os sofistas partilhavam, existem dois para os
quais é necessário ter em conta. São o facto de todos os sofistas ensinarem a retorica
e de todos partilharem um ponto de vista céptico, de acordo com o qual o
conhecimento é relativo ao sujeito.
Assim, estas duas coisas estão directamente ligadas, pois a segunda fornece
justificação para a primeira: se a verdade é relativa e particular e não absoluta e
universal, todo o conhecimento se reduz às crenças e às opiniões de que os homens
podem ser persuadidos. Em suma, os sofistas “transmitiam, enfim, um jogo de
palavras, raciocínios e concepções que seria utilizado na arte de convencer as
pessoas, driblando as teses dos adversários. A parir dessas concepções, não haveria
uma verdade única ou absoluta. Tudo seria relativo ao homem, ao momento, a um
conjunto de factores e circunstâncias. Esta relação próxima entre cepticismo e
retórica, juntamente com as pretensões pedagógicas dos sofistas a ensinarem a
virtude politica, foram objecto de forte oposição de filósofos como Sócrates e Platão.
Platão
Platão (427-347 a.C.) filósofo grego que, juntamente com Sócrates, seu mestre, e
Aristóteles, seu discípulo, é umas das figuras mais importantes da filosofia ocidental.
Concepção de Retórica
Para Platão, a retorica não é uma arte, mas uma forma de actividade empírica que tem
por fim produzir no auditório um sentimento de agrado e de prazer. Platão, designa a
essa actividade empírica adulação. Uma vez que não está comprometida com a
verdade objectiva, o poder persuasivo da retorica pode facilmente transformar-se em
manipulação.
Concepção de Verdade
Em linhas gerais, Platão desenvolveu a noção de que o homem está em contacto
permanente com dois tipos de realidade: a inteligível e a sensível. A primeira é a
realidade imutável, igual a si mesma. A segunda são todas as coisas que nos afectam
os sentidos, são realidades dependentes, mutáveis e são imagens da realidade
inteligível.
6. Filosofia, Retórica e Democracia
Nas sociedades democráticas, o regime político tem por base no diálogo e na
procura colectiva das melhores soluções para os problemas humanos. Tal como na
democracia o poder obtém-se, através da palavra usada com persuasão, nas
assembleias. Os sofistas eram tradicionalmente considerados mestres do saber, que
ensinavam a arte da erística e da retórica. Assim, a democracia depende da retórica,
visto que através do confronto de ideias e da persuasão, chega-se a um consenso que
permite assim resolver os problemas das sociedades.
Argumentação, Verdade e Ser
Um argumento dedutivamente forte é não somente válido (formalmente correcto, cuja
deriva necessariamente das premissas) como também constituído por premissas e
conclusão de facto verdadeiras. A validade é uma das condições necessárias para que
os nossos argumentos sejam sólidos. Contudo, não é uma condição suficiente porque
a forma lógica correcta ter de ser acompanhada de proposições com conteúdo de
facto verdadeiro. O estudo da logica é, em termos gerais, importante porque
aprendemos a argumentar de forma consequente e rigorosa, a avaliar argumentos e a
construir bons argumentos. Os problemas filosóficos são problemas conceptuais e, por
esse motivo, os filósofos não podem, como os cientistas, recorrer à experiencia para
testar as suas teorias. Assim, a única alternativa que tem é utilizar a argumentação. A
logica é indispensável para o exercício da actividade filosófica, pois esta permite-nos
distinguir argumentos de não-argumentos; permite-nos clarificar argumentos; ensina-
nos a pensar de forma consequente; ensina-nos a avaliar criticamente argumentos;
como a actividade filosófica consiste essencialmente na discussão de ideias, mediante
a lógica tornamo-nos mais capazes de apresentar argumentos a favor de uma ideia ou
de contra-argumentos, isto é, de apresentar argumentos que a refutem.