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III Seminário de Pesquisa da APA Itupararanga:
Água e Saneamento, desafios à conservação

28 e 29 de Novembro de 2012

Sorocaba - SP
_______________________________________________________

  Deslocamento reprodutivo da ictiofauna migradora do rio Sorocaba,
                         São Paulo, Brasil
                                               Andréia Camargo Portella (Universidade Paulista)
                                                    Graduanda do Curso de Ciências Biológicas
                                                                  andreia_portella@hotmail.com
                                           Anderson Dalmolin Arsentales (Universidade Paulista)
                                                    Graduando do Curso de Ciências Biológicas
                                                                 a_arsentales-bio@hotmail.com
                       Welber Senteio Smith (Universidade Paulista e Universidade de Sorocaba)
                            Professor dos Cursos de Ciências Biológicas e Engenharia Ambiental
                                                                      welber_smith@uol.com.br

Resumo
O estudo do processo reprodutivo é elemento fundamental, visto que de seu sucesso dependem o
recrutamento e, consequentemente, a manutenção de populações viáveis mantendo o equilíbrio
ambiental. Com isso este trabalho tem como objetivos estudar os aspectos relacionados à
reprodução de espécies reofilicas do rio Sorocaba, tais como. As amostragens foram realizadas
mensalmente durante o período de setembro de 2010 a setembro de 2012, em dois pontos do rio
Sorocaba, um na cidade de Sorocaba, na Cachoeira dos Guimarães, e o outro na cidade de
Cerquilho, numa escadaria de peixes. As capturas foram realizadas com a utilização de tarrafas e
cada exemplar capturado foi marcado com miçangas coloridas, Após esse procedimento os
exemplares foram soltos no local de captura. Alguns dos exemplares capturados foram levados
para laboratório onde foram obtidos os dados biométricos e biológicos. Para os peixes migradores
do rio Sorocaba foram identificadas 7 espécies: Astyanax altiparanae, Astyanax fasciatus,
Leporinus obtusidens, Parodon nasus, Prochilodus lineatus, Salminus hilarii e Triportheus
nematurus. Dessas espécies verificou-se que a maioria dos indivíduos capturados na estação
chuvosa apresentavam as gônadas em maturação ou maduras, indicando a possível época
reprodutiva. A proporção sexual mostrou-se não significativa para nenhuma espécie, já que todas
apresentaram o valor de       em níveis de 5% abaixo de 3,84. As espécies reofílicas do rio
Sorocaba apresentam um padrão de sazonalidade reprodutiva, tendo os a estação chuvosa como
período de maior atividade. A proporção sexual mostrou-se equilibrada, não ocorrendo predomínio
de fêmeas ou machos.


Palavras-Chave: Marcação e recaptura, peixes migradores, rio Sorocaba.
Introdução
O estudo do processo reprodutivo é elemento fundamental, visto que de seu sucesso dependem o
recrutamento e, consequentemente, a manutenção de populações viáveis mantendo o equilíbrio
ambiental (Esper et al., 2000). Segundo Vazzoler (1996), o sucesso alcançado pelos peixes nos
mais diversos ambientes aquáticos está relacionado ao número diverso de estratégias
reprodutivas desenvolvidas pelo grupo.

As espécies migradoras desenvolveram estratégias próprias, envolvendo perdas mínimas de
energia quando migram em direção à nascente do rio para realizar seu ciclo reprodutivo (Souza,
2006). Essas espécies se incluem num grupo que estão sob forte pressão das condições
ambientais em que vivem (Godinho et al., 2010), como as alterações do regime hidrológico que
controla amplamente a diversidade de peixes em rios de planície de inundação. Variações na
duração, época e magnitude das cheias afetam as espécies de maneira diferenciada, visto que as
exigências ecológicas e a cronologia dos processos vitais, como a reprodução, alimentação,
maturidade e crescimento, são distintas entre as espécies (Agostinho et al., 1997). Segundo
Vazzoler (1996), conhecer as estratégias e táticas do ciclo de vida dos peixes permite
compreender melhor como esses se adaptam ao ambiente e como interagem com os fatores
bióticos e abióticos do meio em que vivem.

Contudo, as estratégias desenvolvidas pelos peixes muitas vezes são afetadas por alterações no
ambiente, como barramentos dos cursos d’água para as formações dos reservatórios
transformando ambientes lóticos em ambientes lênticos acarretando em alterações significativas
nas características físicas, químicas e biológicas (Giamas et al., 2004), fazendo com que as
comunidades bióticas da sua área de influência tenham que se adaptar às novas condições para
não serem eliminadas do ecossistema (Braga 2001). Segundo Letcher et al., (2007), as
modificações no habitat, principalmente por meio de represamentos, diminui a variabilidade
genética das espécies, reduz as taxas de crescimento populacional e aumenta o risco de extinção.

Apesar do interesse que as espécies migradoras despertam há várias décadas e das pesquisas já
realizadas, poucos trabalhos investigaram aspectos biológicos, em especial as estratégias
reprodutivas, das espécies reofílicas presentes no rio Sorocaba (Takahashi, 2006). Contudo, esse
tipo de estudo é de fundamental importância para a compreensão dos aspectos ecológicos de
vida dos peixes. Segundo Vieira (1994) a análise do comportamento das espécies revela-se de
suma importância, pois é a migração reprodutiva que garante a renovação dos estoques
populacionais e assegura também a preservação de tais espécies. Sendo assim, a realização de
estudos sobre a dinâmica da população de peixes reveste-se de importância tanto científica
quanto econômica e social.

Com isso este trabalho tem como objetivos estudar os aspectos relacionados à reprodução de
espécies reofilicas do rio Sorocaba, procurando identificar as espécies migradoras, época de
reprodução, proporção sexual e estágio de maturação gonadal.
Material e Métodos
A bacia do rio Sorocaba (Figura 1A) situa-se na subárea conhecida por médio Tietê, da qual é a
segunda maior bacia hidrográfica. Está localizada no trecho superior do planalto Atlântico e parte
na depressão periférica. A bacia possui área de drenagem de 5269 km2, abrangendo 22
municípios onde residem cerca de 1,2 milhões de habitantes. A declividade média é de 0,28%,
indicando, baixa velocidade de escoamento. O rio Sorocaba é o afluente mais importante da
margem esquerda do rio Tiête, possuindo 180km de extensão em linha reta e 270km de
considerado em leiro em trajeto natural. No decorrer do seu percurso sofre dois represamentos, o
primeiro em Votorantim, para o aproveitamento energético do salto de Itupararanga e o segundo
em Cerquilho, na antiga usina San Juan, onde há uma escada para a subida dos peixes (Smith et
al., 2009).

O trecho em estudo localiza-se no rio Sorocaba, nos municípios de Sorocaba (RSS) (Figura 1B),
na Cachoeira dos Guimarães e em Cerquilho (RSC) (Figura 1C), na escadaria de peixes na Usina
San Juan, onde foram realizadas coletas mensais em um ponto do rio em cada município durante
o período de setembro de 2010 a setembro de 2012.

A captura dos exemplares foi realizada com a utilização de tarrafas, as quais foram utilizadas
durante um intervalo de tempo de 3 horas em cada local de coleta. Os exemplares capturados
foram marcados logo abaixo da nadadeira dorsal com miçangas coloridas, cuja cor e quantidade
determinou o código do exemplar. Foram obtidos os dados biométricos (comprimento padrão e
peso total) e realizada a sexagem por meio das características do dimorfismo sexual presente nas
espécies em estudo. Após esse procedimento, esses exemplares foram soltos no local da captura.

Alguns dos exemplares capturados foram levados para laboratório onde foram obtidos os dados
biométricos (comprimento padrão e peso total) e biológicos (estádio de maturação gonadal e
sexo). O estágio gonadal foi determinado utilizando um microscópio ou quando possível,
macroscopicamente, considerando as seguintes características: cor, transparência, os vasos
sanguíneos superficiais, e aspecto dos ovócitos. De acordo com uma escala previamente
estabelecida, estádios gonadais foram classificados em quatro categorias: A = imaturo, B = em
maturação, C = maduro e D = vazio (Vazzoler, 1996).

Posteriormente, esses exemplares foram fixados em formalina 10% e conservados em álcool
70%. Todo o material foi devidamente identificado com data de coleta, local e tipo de aparelho
utilizado. A identificação das espécies foi feita através de chaves de identificação apropriadas, e
posteriormente confirmada por especialistas. O trabalho possui a licença permanente para coleta
de material zoológico ICMBIO n. 24151-1 emitida em 21/06/2010.
Figura 1: A) Mapa esquemático da bacia do rio Sorocaba, SP; B) Ponto de coleta no Município de Sorocaba
(RSS); C) Ponto de coleta no município de Cerquilho (RSC) D) Exemplar de Astyanax fasciatus marcado
(Modificado de Takahashi, 2006).
Resultados
Através dos dados de índice pluviométrico e de temperatura obtidos durante o estudo, foram
identificadas duas estações: seca (maio a outubro) e chuvosa (novembro a abril). Na Figura 2,
pode-se verificar que os parâmetros estudados estão diretamente relacionados, tendo a estação
chuvosa com as maiores temperaturas, e a estação de seca com as menores temperaturas.

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                                           nov/10
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                                                                                                       mai/11




                                                                                                                                                                              dez/11



                                                                                                                                                                                                           mar/12


                                                                                                                                                                                                                                mai/12
                                  out/10




                                                                                                                                                        out/11
                                                                                             Nível Pluviométrico                                                              Temperatura

Figura 2. Distribuição dos valores médios mensais da temperatura do ar e dos valores médios de
precipitação (setembro 2010 a setembro de 2012).

            Com relação aos os peixes migradores, foram capturados 391 indivíduos, distribuídos em 7
espécies, 4 famílias e uma ordem. Desse total de indivíduos migradores capturados 254
exemplares foram marcados e soltos no local de captura e 137 foram levados ao laboratório para
a obtenção dos dados biométricos e biológicos. As espécies são: Astyanax altiparanae, Astyanax
fasciatus, Leporinus obtusidens, Parodon nasus, Prochilodus lineatus, Salminus hilarii e
Triportheus nematurus. Do total de indivíduos marcados, obteve a recaptura de 5 indivíduos
(1,96%) sendo dois P. nasus e três P. lineatus, no mesmo local onde tinham sido capturados
anteriormente.

Como pode ser observado na Figura 3, o maior índice de capturas das espécies reofílicas ocorreu
nos meses de janeiro à março de 2011 e dezembro à março de 2012, estando então relacionadas
com os meses em que o índice pluviométrico e a temperatura estavam mais elevados.

 50

 40

 30

 20

 10

  0
          set/10


                                nov/10
                                           dez/10
                                                    jan/11
                                                               fev/11




                                                                                                                jun/11
                                                                                                                          jul/11
                                                                                                                                      ago/11
                                                                                                                                                    set/11




                                                                                                                                                                                                                                                              jun/12
                                                                                                                                                                                                                                                                         jul/12
                                                                                                                                                                                                                                                                                  ago/12
                                                                                                                                                                                                                                                                                            set/12
                                                                            mar/11




                                                                                                                                                                             nov/11
                                                                                                                                                                                       dez/11
                                                                                                                                                                                                  jan/12
                                                                                                                                                                                                              fev/12
                                                                                                                                                                                                                            mar/12
                                                                                          abr/11
                                                                                                      mai/11




                                                                                                                                                                                                                                                    mai/12
                                                                                                                                                                                                                                         abr/12
                   out/10




                                                                                                                                                                 out/11




Figura 3. Número de indivíduos de espécies migradoras capturados durante de setembro 2010 a setembro
de 2012.
De acordo com a Tabela 1, a maior frequência de espécies capturadas encontrava-se com as
gônadas no estágio B (em maturação) ou no estágio C (maduras), já que a maioria dos indivíduos
foram capturados durante a piracema, quando os fatores abióticos (temperatura e nível
pluviométrico) encontravam-se mais elevados favorecendo a maturação gonadal das espécies
migradoras.


Tabela 1. Frequência dos estágios de maturação gonadal das espécies capturadas durante o período
amostral (N= número de indivíduos capturados,%A= percentagem de indivíduos com gônadas imaturas, %B
= percentual de indivíduos com gônadas em maturação, %C = percentual de indivíduos com gônadas
maduras, %D = percentagem de indivíduos com gônadas esvaziadas).
                                                         Estágio de Maturação Gonadal
              Espécie                  N
                                                  %A            %B            %C          %D
 Astyanaz fasciatus                    44         9,09         31,81         38,63       20,45
 Astyanax altiparanae                  37        10,81         35,13         32,43       21,62
 Parodon nasus                         31        12,90         41,93         29,03       16,12
 Prochilodus lineatus                  10          10           40             40          10
 Salminus hilarii                       9        11,11         55,55         33,33          0
 Leporinus obtusidens                   5           0            0            100           0
 Triportheus nematurus                  1           0            0            100           0


Conforme a Tabela 2, verifica-se que, das espécies estudadas, as fêmeas predominaram em 3
espécies - A. altiparanae, P.lineatus e S. hilarii. Já para A. fasciatus e P. nasus verificou-se um
equilíbrio na proporção sexual, não ocorrendo, então, o predomínio de fêmeas ou machos. Porém
pela análise estatística, através do teste do Qui-Quadrado (X2), verifica-se que não houve
predomínio de machos ou fêmeas para nenhuma espécie, já que todas apresentaram o valor de
    em níveis de 5% (α=0,05) abaixo de 3,84. Para piava e sardinha devido a pequena
amostragem não foi possível determinar a proporção sexual.

Tabela 2. Proporção Sexual de machos e fêmeas e resultado do teste do Qui-quadrado, com a correção de
Yates, durante o período de setembro/2010 a setembro/2012.
                                                 Sexo
           Espécies                  Machos               Fêmeas            Total            0,05
                                  N.º        %         N.º       %
 Astyanax fasciatus               68       46,25       79      53,74         147           0,68
 Astyanax altiparanae             34        42,5       46       57,5          80           1,51
 Parodon nasus                    36       46,15       42      53,84          78           0,32
 Prochilodus lineatus             20       42,55       27      57,44          47           0,76
 Salminus hilarii                 14       42,42       19      57,57          33           0,48


Discussão
De acordo com Lowe-McConnel (1999) em ambientes tropicais, é evidente a relação entre as
variações no nível pluviométrico e os deslocamentos migratórios dos peixes, associados à maior
atividade reprodutiva durante as cheias (Vazzoler, 1996). Em estudo realizado por Vazzoler e
Menezes (1992), para os Characiformes da bacia do Paraná, o período reprodutivo inicia-se em
outubro, quando a temperatura é elevada e o nível da água começa a subir, atingindo o pico em
dezembro-janeiro, quando o nível de chuvas é alta. Essa relação entre fatores abióticos e
maturação gonadal foi evidenciada durante o estudo, tendo dezembro de 2011 e janeiro de 2012
como os meses com maior atividade reprodutiva. De acordo com Vazzoler (1996) a maioria das
espécies exibe uma periodicidade no seu processo de reprodução, começando o seu
desenvolvimento gonadal em um tempo anterior ao da reprodução, e completando a sua
maturação gonadal, quando as condições ambientais são apropriadas para a fecundação e
descendentes de desenvolvimento. Porém nem todos os anos apresentam uniformidade climática.
Chuvas atrasam ou adiantam em anos distintos e isso pode alterar os processos biológicos de
reprodução (Takahashi 2006).

Sobre a avaliação dos resultados, verificamos que a obtenção de 5 recapturas, correspondente a
1,96%, mostrou-se semelhante a outros resultados históricos sobre o assunto. Por exemplo,
Godoy (1959) obteve 2.726 (10%) recapturas de 27.000 peixes marcados em seus estudos sobre
avaliação migratória a locais e origem no Mogi Guaçu (quase 12 anos de estudos). Também,
Paiva & Bastos (1982) em estudos sobre migração no rio São Francisco, obtiveram 30 (1,06%)
retornos de um total de 2.828 peixes marcados. Alves (2007) nos estudos migratórios efetuados
no rio Paraopeba marcou um total de 3.642 indivíduos e obteve retorno de 5,75% considerando
um período de até quatro anos após a marcação. Finalmente, cabe considerar os resultados
obtidos por Antonio et al., (2007) que relata a obtenção de 188 retornos de 6.604 indivíduos
marcados (2,84%) no rio Paraná, nas imediações da barragem da UHE Engenheiro Sergio Motta.

As espécies migradoras amostradas não apresentaram diferenças significativas na razão sexual,
considerando todo o período de coleta. Quando a proporção esperada não ocorre, fatores como
predação e variação nas condições ambientais locais podem estar envolvidos (Garcia et
al., 2004). De acordo com Vazzoler (1996), a proporção sexual dos peixes pode variar ao longo do
seu ciclo de vida, sendo a mortalidade e o crescimento os fatores que atuam diferencialmente
sobre os sexos, nas diferentes fases de crescimento.

Conclusão
As espécies reofílicas do rio Sorocaba apresentam um padrão de sazonalidade reprodutiva, tendo
os a estação chuvosa como período de maior atividade reprodutiva. A proporção sexual mostrou-
se equilibrada, não ocorrendo predomínio de fêmeas ou machos. Devido ao pequeno número de
recapturas não foi possível determinar a efetividade da migração.

Referências
AGOSTINHO AA, JULIO JÚNIOR HF, GOMES LC, BINI ML, AGOSTINHO SC. A planície de
Inundação do alto rio Paraná: aspectos físicos, biológicos e sócios - econômicos. Maringá:
Universidade Estadual de Maringá; 1997.

ALVES, C. B. M. 2007. Evaluation of fish passage through the Igarapé Dam fish ladder (rio
Paraopeba, Brazil), using marking and recapture. Neotropical Ichthyology, 5(2):233-236

ANTONIO, R. R., AGOSTINHO, A. A., PELICICE, F. M., BAILLY, D., OKADA, E. K. & DIAS, J. H.
P. 2007. Blockage of migration routes by dam A migração construction: can migratory fish find
alternative routes? Neotropical Ichthyology, 5(2):177-184.

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Desafios à reprodução de peixes migradores no rio Sorocaba

  • 1. III Seminário de Pesquisa da APA Itupararanga: Água e Saneamento, desafios à conservação 28 e 29 de Novembro de 2012 Sorocaba - SP _______________________________________________________ Deslocamento reprodutivo da ictiofauna migradora do rio Sorocaba, São Paulo, Brasil Andréia Camargo Portella (Universidade Paulista) Graduanda do Curso de Ciências Biológicas andreia_portella@hotmail.com Anderson Dalmolin Arsentales (Universidade Paulista) Graduando do Curso de Ciências Biológicas a_arsentales-bio@hotmail.com Welber Senteio Smith (Universidade Paulista e Universidade de Sorocaba) Professor dos Cursos de Ciências Biológicas e Engenharia Ambiental welber_smith@uol.com.br Resumo O estudo do processo reprodutivo é elemento fundamental, visto que de seu sucesso dependem o recrutamento e, consequentemente, a manutenção de populações viáveis mantendo o equilíbrio ambiental. Com isso este trabalho tem como objetivos estudar os aspectos relacionados à reprodução de espécies reofilicas do rio Sorocaba, tais como. As amostragens foram realizadas mensalmente durante o período de setembro de 2010 a setembro de 2012, em dois pontos do rio Sorocaba, um na cidade de Sorocaba, na Cachoeira dos Guimarães, e o outro na cidade de Cerquilho, numa escadaria de peixes. As capturas foram realizadas com a utilização de tarrafas e cada exemplar capturado foi marcado com miçangas coloridas, Após esse procedimento os exemplares foram soltos no local de captura. Alguns dos exemplares capturados foram levados para laboratório onde foram obtidos os dados biométricos e biológicos. Para os peixes migradores do rio Sorocaba foram identificadas 7 espécies: Astyanax altiparanae, Astyanax fasciatus, Leporinus obtusidens, Parodon nasus, Prochilodus lineatus, Salminus hilarii e Triportheus nematurus. Dessas espécies verificou-se que a maioria dos indivíduos capturados na estação chuvosa apresentavam as gônadas em maturação ou maduras, indicando a possível época reprodutiva. A proporção sexual mostrou-se não significativa para nenhuma espécie, já que todas apresentaram o valor de em níveis de 5% abaixo de 3,84. As espécies reofílicas do rio Sorocaba apresentam um padrão de sazonalidade reprodutiva, tendo os a estação chuvosa como período de maior atividade. A proporção sexual mostrou-se equilibrada, não ocorrendo predomínio de fêmeas ou machos. Palavras-Chave: Marcação e recaptura, peixes migradores, rio Sorocaba.
  • 2. Introdução O estudo do processo reprodutivo é elemento fundamental, visto que de seu sucesso dependem o recrutamento e, consequentemente, a manutenção de populações viáveis mantendo o equilíbrio ambiental (Esper et al., 2000). Segundo Vazzoler (1996), o sucesso alcançado pelos peixes nos mais diversos ambientes aquáticos está relacionado ao número diverso de estratégias reprodutivas desenvolvidas pelo grupo. As espécies migradoras desenvolveram estratégias próprias, envolvendo perdas mínimas de energia quando migram em direção à nascente do rio para realizar seu ciclo reprodutivo (Souza, 2006). Essas espécies se incluem num grupo que estão sob forte pressão das condições ambientais em que vivem (Godinho et al., 2010), como as alterações do regime hidrológico que controla amplamente a diversidade de peixes em rios de planície de inundação. Variações na duração, época e magnitude das cheias afetam as espécies de maneira diferenciada, visto que as exigências ecológicas e a cronologia dos processos vitais, como a reprodução, alimentação, maturidade e crescimento, são distintas entre as espécies (Agostinho et al., 1997). Segundo Vazzoler (1996), conhecer as estratégias e táticas do ciclo de vida dos peixes permite compreender melhor como esses se adaptam ao ambiente e como interagem com os fatores bióticos e abióticos do meio em que vivem. Contudo, as estratégias desenvolvidas pelos peixes muitas vezes são afetadas por alterações no ambiente, como barramentos dos cursos d’água para as formações dos reservatórios transformando ambientes lóticos em ambientes lênticos acarretando em alterações significativas nas características físicas, químicas e biológicas (Giamas et al., 2004), fazendo com que as comunidades bióticas da sua área de influência tenham que se adaptar às novas condições para não serem eliminadas do ecossistema (Braga 2001). Segundo Letcher et al., (2007), as modificações no habitat, principalmente por meio de represamentos, diminui a variabilidade genética das espécies, reduz as taxas de crescimento populacional e aumenta o risco de extinção. Apesar do interesse que as espécies migradoras despertam há várias décadas e das pesquisas já realizadas, poucos trabalhos investigaram aspectos biológicos, em especial as estratégias reprodutivas, das espécies reofílicas presentes no rio Sorocaba (Takahashi, 2006). Contudo, esse tipo de estudo é de fundamental importância para a compreensão dos aspectos ecológicos de vida dos peixes. Segundo Vieira (1994) a análise do comportamento das espécies revela-se de suma importância, pois é a migração reprodutiva que garante a renovação dos estoques populacionais e assegura também a preservação de tais espécies. Sendo assim, a realização de estudos sobre a dinâmica da população de peixes reveste-se de importância tanto científica quanto econômica e social. Com isso este trabalho tem como objetivos estudar os aspectos relacionados à reprodução de espécies reofilicas do rio Sorocaba, procurando identificar as espécies migradoras, época de reprodução, proporção sexual e estágio de maturação gonadal.
  • 3. Material e Métodos A bacia do rio Sorocaba (Figura 1A) situa-se na subárea conhecida por médio Tietê, da qual é a segunda maior bacia hidrográfica. Está localizada no trecho superior do planalto Atlântico e parte na depressão periférica. A bacia possui área de drenagem de 5269 km2, abrangendo 22 municípios onde residem cerca de 1,2 milhões de habitantes. A declividade média é de 0,28%, indicando, baixa velocidade de escoamento. O rio Sorocaba é o afluente mais importante da margem esquerda do rio Tiête, possuindo 180km de extensão em linha reta e 270km de considerado em leiro em trajeto natural. No decorrer do seu percurso sofre dois represamentos, o primeiro em Votorantim, para o aproveitamento energético do salto de Itupararanga e o segundo em Cerquilho, na antiga usina San Juan, onde há uma escada para a subida dos peixes (Smith et al., 2009). O trecho em estudo localiza-se no rio Sorocaba, nos municípios de Sorocaba (RSS) (Figura 1B), na Cachoeira dos Guimarães e em Cerquilho (RSC) (Figura 1C), na escadaria de peixes na Usina San Juan, onde foram realizadas coletas mensais em um ponto do rio em cada município durante o período de setembro de 2010 a setembro de 2012. A captura dos exemplares foi realizada com a utilização de tarrafas, as quais foram utilizadas durante um intervalo de tempo de 3 horas em cada local de coleta. Os exemplares capturados foram marcados logo abaixo da nadadeira dorsal com miçangas coloridas, cuja cor e quantidade determinou o código do exemplar. Foram obtidos os dados biométricos (comprimento padrão e peso total) e realizada a sexagem por meio das características do dimorfismo sexual presente nas espécies em estudo. Após esse procedimento, esses exemplares foram soltos no local da captura. Alguns dos exemplares capturados foram levados para laboratório onde foram obtidos os dados biométricos (comprimento padrão e peso total) e biológicos (estádio de maturação gonadal e sexo). O estágio gonadal foi determinado utilizando um microscópio ou quando possível, macroscopicamente, considerando as seguintes características: cor, transparência, os vasos sanguíneos superficiais, e aspecto dos ovócitos. De acordo com uma escala previamente estabelecida, estádios gonadais foram classificados em quatro categorias: A = imaturo, B = em maturação, C = maduro e D = vazio (Vazzoler, 1996). Posteriormente, esses exemplares foram fixados em formalina 10% e conservados em álcool 70%. Todo o material foi devidamente identificado com data de coleta, local e tipo de aparelho utilizado. A identificação das espécies foi feita através de chaves de identificação apropriadas, e posteriormente confirmada por especialistas. O trabalho possui a licença permanente para coleta de material zoológico ICMBIO n. 24151-1 emitida em 21/06/2010.
  • 4. Figura 1: A) Mapa esquemático da bacia do rio Sorocaba, SP; B) Ponto de coleta no Município de Sorocaba (RSS); C) Ponto de coleta no município de Cerquilho (RSC) D) Exemplar de Astyanax fasciatus marcado (Modificado de Takahashi, 2006).
  • 5. Resultados Através dos dados de índice pluviométrico e de temperatura obtidos durante o estudo, foram identificadas duas estações: seca (maio a outubro) e chuvosa (novembro a abril). Na Figura 2, pode-se verificar que os parâmetros estudados estão diretamente relacionados, tendo a estação chuvosa com as maiores temperaturas, e a estação de seca com as menores temperaturas. 30 400 25 300 20 (mm) (ºC) 15 200 10 100 5 0 0 abr/11 abr/12 ago/11 ago/12 set/10 jan/11 fev/11 jun/11 jun/12 nov/10 dez/10 mar/11 jul/11 set/11 nov/11 jan/12 fev/12 jul/12 set/12 mai/11 dez/11 mar/12 mai/12 out/10 out/11 Nível Pluviométrico Temperatura Figura 2. Distribuição dos valores médios mensais da temperatura do ar e dos valores médios de precipitação (setembro 2010 a setembro de 2012). Com relação aos os peixes migradores, foram capturados 391 indivíduos, distribuídos em 7 espécies, 4 famílias e uma ordem. Desse total de indivíduos migradores capturados 254 exemplares foram marcados e soltos no local de captura e 137 foram levados ao laboratório para a obtenção dos dados biométricos e biológicos. As espécies são: Astyanax altiparanae, Astyanax fasciatus, Leporinus obtusidens, Parodon nasus, Prochilodus lineatus, Salminus hilarii e Triportheus nematurus. Do total de indivíduos marcados, obteve a recaptura de 5 indivíduos (1,96%) sendo dois P. nasus e três P. lineatus, no mesmo local onde tinham sido capturados anteriormente. Como pode ser observado na Figura 3, o maior índice de capturas das espécies reofílicas ocorreu nos meses de janeiro à março de 2011 e dezembro à março de 2012, estando então relacionadas com os meses em que o índice pluviométrico e a temperatura estavam mais elevados. 50 40 30 20 10 0 set/10 nov/10 dez/10 jan/11 fev/11 jun/11 jul/11 ago/11 set/11 jun/12 jul/12 ago/12 set/12 mar/11 nov/11 dez/11 jan/12 fev/12 mar/12 abr/11 mai/11 mai/12 abr/12 out/10 out/11 Figura 3. Número de indivíduos de espécies migradoras capturados durante de setembro 2010 a setembro de 2012.
  • 6. De acordo com a Tabela 1, a maior frequência de espécies capturadas encontrava-se com as gônadas no estágio B (em maturação) ou no estágio C (maduras), já que a maioria dos indivíduos foram capturados durante a piracema, quando os fatores abióticos (temperatura e nível pluviométrico) encontravam-se mais elevados favorecendo a maturação gonadal das espécies migradoras. Tabela 1. Frequência dos estágios de maturação gonadal das espécies capturadas durante o período amostral (N= número de indivíduos capturados,%A= percentagem de indivíduos com gônadas imaturas, %B = percentual de indivíduos com gônadas em maturação, %C = percentual de indivíduos com gônadas maduras, %D = percentagem de indivíduos com gônadas esvaziadas). Estágio de Maturação Gonadal Espécie N %A %B %C %D Astyanaz fasciatus 44 9,09 31,81 38,63 20,45 Astyanax altiparanae 37 10,81 35,13 32,43 21,62 Parodon nasus 31 12,90 41,93 29,03 16,12 Prochilodus lineatus 10 10 40 40 10 Salminus hilarii 9 11,11 55,55 33,33 0 Leporinus obtusidens 5 0 0 100 0 Triportheus nematurus 1 0 0 100 0 Conforme a Tabela 2, verifica-se que, das espécies estudadas, as fêmeas predominaram em 3 espécies - A. altiparanae, P.lineatus e S. hilarii. Já para A. fasciatus e P. nasus verificou-se um equilíbrio na proporção sexual, não ocorrendo, então, o predomínio de fêmeas ou machos. Porém pela análise estatística, através do teste do Qui-Quadrado (X2), verifica-se que não houve predomínio de machos ou fêmeas para nenhuma espécie, já que todas apresentaram o valor de em níveis de 5% (α=0,05) abaixo de 3,84. Para piava e sardinha devido a pequena amostragem não foi possível determinar a proporção sexual. Tabela 2. Proporção Sexual de machos e fêmeas e resultado do teste do Qui-quadrado, com a correção de Yates, durante o período de setembro/2010 a setembro/2012. Sexo Espécies Machos Fêmeas Total 0,05 N.º % N.º % Astyanax fasciatus 68 46,25 79 53,74 147 0,68 Astyanax altiparanae 34 42,5 46 57,5 80 1,51 Parodon nasus 36 46,15 42 53,84 78 0,32 Prochilodus lineatus 20 42,55 27 57,44 47 0,76 Salminus hilarii 14 42,42 19 57,57 33 0,48 Discussão De acordo com Lowe-McConnel (1999) em ambientes tropicais, é evidente a relação entre as variações no nível pluviométrico e os deslocamentos migratórios dos peixes, associados à maior atividade reprodutiva durante as cheias (Vazzoler, 1996). Em estudo realizado por Vazzoler e Menezes (1992), para os Characiformes da bacia do Paraná, o período reprodutivo inicia-se em outubro, quando a temperatura é elevada e o nível da água começa a subir, atingindo o pico em dezembro-janeiro, quando o nível de chuvas é alta. Essa relação entre fatores abióticos e maturação gonadal foi evidenciada durante o estudo, tendo dezembro de 2011 e janeiro de 2012 como os meses com maior atividade reprodutiva. De acordo com Vazzoler (1996) a maioria das espécies exibe uma periodicidade no seu processo de reprodução, começando o seu
  • 7. desenvolvimento gonadal em um tempo anterior ao da reprodução, e completando a sua maturação gonadal, quando as condições ambientais são apropriadas para a fecundação e descendentes de desenvolvimento. Porém nem todos os anos apresentam uniformidade climática. Chuvas atrasam ou adiantam em anos distintos e isso pode alterar os processos biológicos de reprodução (Takahashi 2006). Sobre a avaliação dos resultados, verificamos que a obtenção de 5 recapturas, correspondente a 1,96%, mostrou-se semelhante a outros resultados históricos sobre o assunto. Por exemplo, Godoy (1959) obteve 2.726 (10%) recapturas de 27.000 peixes marcados em seus estudos sobre avaliação migratória a locais e origem no Mogi Guaçu (quase 12 anos de estudos). Também, Paiva & Bastos (1982) em estudos sobre migração no rio São Francisco, obtiveram 30 (1,06%) retornos de um total de 2.828 peixes marcados. Alves (2007) nos estudos migratórios efetuados no rio Paraopeba marcou um total de 3.642 indivíduos e obteve retorno de 5,75% considerando um período de até quatro anos após a marcação. Finalmente, cabe considerar os resultados obtidos por Antonio et al., (2007) que relata a obtenção de 188 retornos de 6.604 indivíduos marcados (2,84%) no rio Paraná, nas imediações da barragem da UHE Engenheiro Sergio Motta. As espécies migradoras amostradas não apresentaram diferenças significativas na razão sexual, considerando todo o período de coleta. Quando a proporção esperada não ocorre, fatores como predação e variação nas condições ambientais locais podem estar envolvidos (Garcia et al., 2004). De acordo com Vazzoler (1996), a proporção sexual dos peixes pode variar ao longo do seu ciclo de vida, sendo a mortalidade e o crescimento os fatores que atuam diferencialmente sobre os sexos, nas diferentes fases de crescimento. Conclusão As espécies reofílicas do rio Sorocaba apresentam um padrão de sazonalidade reprodutiva, tendo os a estação chuvosa como período de maior atividade reprodutiva. A proporção sexual mostrou- se equilibrada, não ocorrendo predomínio de fêmeas ou machos. Devido ao pequeno número de recapturas não foi possível determinar a efetividade da migração. Referências AGOSTINHO AA, JULIO JÚNIOR HF, GOMES LC, BINI ML, AGOSTINHO SC. A planície de Inundação do alto rio Paraná: aspectos físicos, biológicos e sócios - econômicos. Maringá: Universidade Estadual de Maringá; 1997. ALVES, C. B. M. 2007. Evaluation of fish passage through the Igarapé Dam fish ladder (rio Paraopeba, Brazil), using marking and recapture. Neotropical Ichthyology, 5(2):233-236 ANTONIO, R. R., AGOSTINHO, A. A., PELICICE, F. M., BAILLY, D., OKADA, E. K. & DIAS, J. H. P. 2007. Blockage of migration routes by dam A migração construction: can migratory fish find alternative routes? Neotropical Ichthyology, 5(2):177-184. ESPER M de LP, MENEZES M.S de, ESPER W. Escala de desenvolvimento gonadal e tamanho de primeira maturação de fêmeas de Mugil platanus Günther, 1880 da Baía de Paranaguá, Paraná, Brasil. Acta Biol. Par. v.29, n.1, 2, 3, 4, 2000.
  • 8. GARCIA A.M, VIEIRA J.P, WINEMILLER K.O, RASEIRA M.B. Reproductive cicle and spational temporal variation in abundance of the one-sided livebear Jenynsia multidentada, in Patos Lagos, Brazil. Hydrobiologia. v. 515, p. 39-48, 2004. GIAMAS, M. T. D., CAMPOS, E. C., CÂMARA, J. J. C., VERMULM JR, HARRY & BARBIERI, G. A ictiofauna da represa de Ponte Nova, Salesópolis (São Paulo) – bacia do alto Tietê. Bol. Inst. de Pesca, 30: 25-34, 2004. GODINHO, A.L.; LAMAS, I.R.; GODINHO, H.P. Reproductive ecology of Brazilian freshwater fishes. Environ Biol Fish, v.87, n.2, p.143-162, 2010. GODOY, M.P. Age, growth, sexual maturity, behavior, migration, tagging and transplantation of curimbatá (Prochilodus scrofa Steindachner, 1881) og Mogi Guassú river, São Paulo State, Brasil. Anais da Academia Brasileira de Ciências, São Paulo, v. 31, p. 447-477, 1959. LETCHER B., NISLOW K., COOMBS J.A, O’DONNELL M.J, DUBREUIL T.L. Population response to habitat fragmentation in a stream dwelling brook trout population. PlosOne, v.2, n.1, 2007. LOWE-McCONNELL RH. Estudos ecológicos em comunidades de peixes tropicais. São Paulo: USP, 1999. PAIVA, M. P. & S. A. BASTOS. Marcações de peixes nas regiões do alto e médio São Francisco (Brasil). Ciência e Cultura, 34:1362–1365. 1982. SMITH WS, PETRERE JR M, BARRELLA W. The fish community of the Sorocaba River Basin in different habitats (State of São Paulo, Brazil). Braz. J. Biol. v.69, n.4, 2009 SOUZA L de LG. Ecologia Reprodutiva do Peixe- Donzela em Arrecifes Rochosos da Praia de Búzios, Rio Grande do Norte, Brasil. [dissertação de mestrado] Natal: Curso de Bioecologia Aquática do Centro de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2006. TAKAHASHI ELH. Ciclo reprodutivo da tabarana, Salminus hilarii (Valenciennes, 1849) (Characidae, Salmininae) na região do Baixo rio Sorocaba, SP. [dissertação de mestrado]. Jaboticabal: Curso de Aquicultura da Universidade Estadual Paulista, 2006. VAZZOLER, A.E.A.M. Biologia da reprodução de peixes teleósteos: teoria e prática. Maringá - PR: EDUEM, 1996. VAZZOLER, A.E.A.M. & MENEZES, N.A. Síntese de conhecimento sobre comportamento reprodutivo de Characiformes da América do Sul (Teleostei, Ostariophysi). Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology, vol. 52, no. 4, p. 627-640, 1992. VIEIRA LJS. Aspectos bionômicos de Eleotris pisonis (Gmelin, 1789) e Dormitator maculatus (Bloch, 1790) (Perciformes, Eleotridae) do rio Pium, Município de Paranamirim (RN). [dissertação de mestrado] Curso de Ecologia e Recursos Naturais- Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 1994.