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Museu Nacional – UFRJ
Programa de Pós-Graduação em
Ciências Biológicas (Zoologia)
MacroinvertebradosMacroinvertebrados
dede
Água DoceÁgua Doce
Profª Drª Tatiana Chrysostomo SantosProfª Drª Tatiana Chrysostomo Santos
Parastacus sp.
Características GeraisCaracterísticas Gerais
 Organismos geralmente bentônicos com tamanho
superior a 0,5 mm, portanto, visíveis a olho nu
(PÉREZ, 1996).
 Em geral se situam-se numa posição intermediária na
cadeia alimentar, tendo como principal alimentação
algas e microinvertebrados, sendo os peixes e outros
vertebrados seus principais predadores (SILVEIRA,
2004).
 Constituem o grupo de organismos mais
freqüentemente utilizado no estudo de
monitoramento de águas correntes.
 Representam 95% da fauna de águas doces.
Classificação Ecológica dosClassificação Ecológica dos
Macroinvertebrados de Água DoceMacroinvertebrados de Água Doce
 Os macroinvertebrados de água doce apresentam forma de vida
errante ou séssil. Podem ser encontrados compondo as
comunidades descritas a seguir:
 plâncton - organismos de vida errante, que ocupam a camada
superior da coluna d.água e ocorrem, principalmente, em
águas estagnadas.
 bentos - organismos sésseis ou móveis, que dependem de
substrato para se desenvolver e ocorrem no fundo dos corpos
d’água.
 plêuston - organismos que vivem associados a raízes de
plantas flutuantes.
 perifiton - organismos que vivem aderidos a vegetais ou a
outros substratos suspensos.
 nêuston - organismos que nadam ou caminham sobre o filme
de tensão superficial da água.
 sêston – é um termo adotado recentemente e se aplica à
mistura de organismos vivos ou não vivos que flutuam sobre
as água.
Classificação Ecológica dosClassificação Ecológica dos
Macroinvertebrados de Água DoceMacroinvertebrados de Água Doce
Bentos: a Comunidade mais importanteBentos: a Comunidade mais importante
 Os macroinvertebrados bentônicos participam, de
forma decisiva, dos processos de fragmentação e
decomposição da matéria orgânica.
 São os principais elementos da cadeia alimentar
detritívora e dos processos de sucessão ecológica
heterotrófica que ocorrem em represas.
 Ambientes com maior variedade de substratos
tendem a apresentar maior número de espécies
(Gray 1981, Fresi et al. 1983). Portanto, a
abundância e diversidade de macroinvertebrados
estão associadas à disponibilidade de substrato.
 Têm sido utilizados no monitoramento de qualidade
de água e também como indicadores biológicos.
Vantagens de serem utilizados comoVantagens de serem utilizados como
bioindicadoresbioindicadores
 Segundo Shimizu & Kulmann apud Bicudo (2004) os
invertebrados bentônicos constam entre os organismos
mais utilizados nas avaliações de impactos antrópicos
sobre ecossistemas aquáticos.
 A preferência da utilização destes organismos como
bioindicadores por parte dos pesquisadores se dá
devido:
 ao seu tamanho (visíveis a olho nu);
 à simplicidade para as coletas (não requerem
equipamentos onerosos e
 apresentam ciclo de desenvolvimento longo o suficiente
para detectar qualquer alteração.
Índices Biológicos: a ferramenta paraÍndices Biológicos: a ferramenta para
Biomonitoramento utilizando-seBiomonitoramento utilizando-se
Macroinvertebrados de Água DoceMacroinvertebrados de Água Doce
 Constituem importante ferramenta no controle de
poluição para o biomonitoramento.
 São utilizados para implementação dos planos de
recursos hídricos em países desenvolvidos.
 A adaptação de índices utilizando-se
macroinvertebrados é relativamente simples.
 Consistem na atribuição de valores numéricos (scores)
aos táxons, em nível de Família, conforme seu grau de
tolerância aos impactos ambientais.
Países que incorporam biomonitoramento àPaíses que incorporam biomonitoramento à
legislação, com aplicação de Índices Biológicoslegislação, com aplicação de Índices Biológicos
U.S.A – “Clean Water Act” (1972) – 44 Estados.
Austrália e Nova Zelândia – “Australian Quality
Guidelines” – Instituído pelo “Australian and New Zeland
Environmental and Conservation” – (ANZEE, 1995).
Canadá – “Ontário Water Act” – 1996.
 Reino Unido – UK National Water Council (1981),
intstituíu o BMWP (Biological Monitoring Working Party =
Grupo Biológico para Trabalho de Monitoramento):
índice mais utilizado atualmente.
Utilização do BMWP no BrasilUtilização do BMWP no Brasil
 O índice BMWP foi adaptado por LOYOLA (2000) para os
rios do Estado do Paraná a partir de dados levantados em
projeto de monitoramento da qualidade da água de
afluentes da margem esquerda do reservatório da Itaipu.
 LOYOLA incluiu 12 famílias, umas por equivalência
ecológica e outras por semelhança quanto ao nível de
tolerância à poluição.
 O protocolo BMWP, corroborando com SILVA (2007),
revelou ser uma ferramenta útil, simples e relativamente
pouco onerosa para avaliação de qualidade de água.
 A utilização do BMWP requer cuidado, uma vez que o
índice leva em consideração apenas a presença ou a
ausência dos organismos para a atribuição da pontuação.
.
Tabela para aplicação do índice BMWPTabela para aplicação do índice BMWP
Famílias Score
Siphionuridae, Heptageniidae, leptophlebiidae, Ephemerellidae, Potamanthidae,
Ephemeridae, Taeniopterygidae, Leuctridae, Capniidae, Perlodidae, Perlidae,
Chloroperlidae, Aphelocheiridae, Phryganeidae, Molannidae, Beraidae,
Odontoceridae, Leptoceridae, Lepidostomatidae, Goeridae, Brachycentridae,
Sericostomatidae.
10
Astacidae, Lestidae, Agriidae, Gomphidae, Cordulegasteridae, Aeshnidae,
Corduliidae, Libellulidae, Psychomyiidae, Philopotamidae, 8
Caenidae, Nemoiridae, Rhyacophilidae, Polycentropodidae, Limnephilidae. 7
Neritidae, Viviparidae, Ancylidade, Hydroptilidae, Unionidae, Corophiidae,
Gammaridae, Platycnimidae, Coenagrionidae. 6
Mesoveliidae, Hydrometridae, Guerridae, Nepidae, Neocoridae, Notonectidae,
Plaidae, Corixidae, Aliplidae, Hygrobidae, Dytiscidae, Gyrinidae,
Hidrophilidae,Clambidae, Helodiidae, Dreopidae, Elminthidae, Chrysomelidae,
Curculionidae, Hydropsychidae, Tipulidae, Simulidae, Planariidae,
Dendrocolellidae.
5
Baetidae, Sialidae, Piscolidae. 4
Valvatidae, Hydrobiidae, Lymnaeidae, Physidae, Planorbidae, Spharidae,
Glossiphonidae, Hirudidae, Erpobdellidae, Asellidae. 3
Chironomidae, 2
Oligochaeta (Whole class). 1
Fonte: Armitage, 1.983.
Classes de qualidade, significado dosClasses de qualidade, significado dos
valores BMWP e utilização cartográficavalores BMWP e utilização cartográfica
Fonte: ALBA-TERCEDOR (1996).
Classe Faixa de “Score” Qualidade Significado Cor
> 150 Águas muito limpas1
101-120 Excelente Sem contaminação ou alteração de
modo sensível
Azul
2 61-100 Boa alguns efeitos de contaminação Verde
3 36-60 Regular Contaminadas Amarelo
4 16-35 Ruim Muito contaminadas Laranja
5 < 16 Péssima Fortemente contaminada Vermelho
Distribuição de macroinvertebradosDistribuição de macroinvertebrados
de acordo com o Sistema Sapróbicode acordo com o Sistema Sapróbico
 O sistema sapróbico (=sapróbio) de Kolwitz &
Marsson (1909) enfatiza que a
presença/ausência e abundância de
organismos nas áreas poluídas ocorrem por
características fisiológicas e
comportamentais que lhes permitem tolerar
tais condições.
 A distribuição de organismos no ecossistema
aquático depende, basicamente, de sua
valência ecológica.
(Fonte: MARQUES & BARBOSA, 2001)(Fonte: MARQUES & BARBOSA, 2001)
Valência ecológica
Caracterização de um rio de acordo com o sistemaCaracterização de um rio de acordo com o sistema
SapróbicoSapróbico
Valência EcológicaValência Ecológica
 Capacidade de uma espécie de povoar
ambientes caracterizados por grandes variações
ecológicas (fatores bióticos e abitóticos).
 Em função da valência ecológica as espécies
podem ser divididas em:
 Euriécias – grande valência ecológica, podendo
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 Estenoécias – pequena valência ecológica,
suportando pequenas variações de valores
ecológicos e restritas a determinados ambientes.
Composição da Fauna DulçaquícolaComposição da Fauna Dulçaquícola
 Microinvertebrados:
 organismos geralmente planctônicos, alguns
bentônicos;
 maioria < 0,5 mm;
 mais abundantes no plâncton lacustre;
 representados basicamente pelos protozoários,
rotíferos, alguns nematódeos, platelmintos,
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Copepoda Ostracoda Cladocera Nemata
Microinvertebrados de Água DoceMicroinvertebrados de Água Doce
Gastotricha
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Tardigrada Tardigrada
Microinvertebrados de Água DoceMicroinvertebrados de Água Doce
Reino Protista: Filo EuglenidaReino Protista: Filo Euglenida
Tanques de bromélias
EpibiontesEpibiontes
Epibionte Basibionte ou hospedeiro
Vantagens Desvantagens Vantagens Desvantagens
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Epibiontes de OligochaetaEpibiontes de Oligochaeta
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Macroinvertebrados de água doce

  • 1. Museu Nacional – UFRJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Zoologia) MacroinvertebradosMacroinvertebrados dede Água DoceÁgua Doce Profª Drª Tatiana Chrysostomo SantosProfª Drª Tatiana Chrysostomo Santos Parastacus sp.
  • 2. Características GeraisCaracterísticas Gerais  Organismos geralmente bentônicos com tamanho superior a 0,5 mm, portanto, visíveis a olho nu (PÉREZ, 1996).  Em geral se situam-se numa posição intermediária na cadeia alimentar, tendo como principal alimentação algas e microinvertebrados, sendo os peixes e outros vertebrados seus principais predadores (SILVEIRA, 2004).  Constituem o grupo de organismos mais freqüentemente utilizado no estudo de monitoramento de águas correntes.  Representam 95% da fauna de águas doces.
  • 3. Classificação Ecológica dosClassificação Ecológica dos Macroinvertebrados de Água DoceMacroinvertebrados de Água Doce  Os macroinvertebrados de água doce apresentam forma de vida errante ou séssil. Podem ser encontrados compondo as comunidades descritas a seguir:  plâncton - organismos de vida errante, que ocupam a camada superior da coluna d.água e ocorrem, principalmente, em águas estagnadas.  bentos - organismos sésseis ou móveis, que dependem de substrato para se desenvolver e ocorrem no fundo dos corpos d’água.  plêuston - organismos que vivem associados a raízes de plantas flutuantes.  perifiton - organismos que vivem aderidos a vegetais ou a outros substratos suspensos.  nêuston - organismos que nadam ou caminham sobre o filme de tensão superficial da água.  sêston – é um termo adotado recentemente e se aplica à mistura de organismos vivos ou não vivos que flutuam sobre as água.
  • 4. Classificação Ecológica dosClassificação Ecológica dos Macroinvertebrados de Água DoceMacroinvertebrados de Água Doce
  • 5. Bentos: a Comunidade mais importanteBentos: a Comunidade mais importante  Os macroinvertebrados bentônicos participam, de forma decisiva, dos processos de fragmentação e decomposição da matéria orgânica.  São os principais elementos da cadeia alimentar detritívora e dos processos de sucessão ecológica heterotrófica que ocorrem em represas.  Ambientes com maior variedade de substratos tendem a apresentar maior número de espécies (Gray 1981, Fresi et al. 1983). Portanto, a abundância e diversidade de macroinvertebrados estão associadas à disponibilidade de substrato.  Têm sido utilizados no monitoramento de qualidade de água e também como indicadores biológicos.
  • 6. Vantagens de serem utilizados comoVantagens de serem utilizados como bioindicadoresbioindicadores  Segundo Shimizu & Kulmann apud Bicudo (2004) os invertebrados bentônicos constam entre os organismos mais utilizados nas avaliações de impactos antrópicos sobre ecossistemas aquáticos.  A preferência da utilização destes organismos como bioindicadores por parte dos pesquisadores se dá devido:  ao seu tamanho (visíveis a olho nu);  à simplicidade para as coletas (não requerem equipamentos onerosos e  apresentam ciclo de desenvolvimento longo o suficiente para detectar qualquer alteração.
  • 7. Índices Biológicos: a ferramenta paraÍndices Biológicos: a ferramenta para Biomonitoramento utilizando-seBiomonitoramento utilizando-se Macroinvertebrados de Água DoceMacroinvertebrados de Água Doce  Constituem importante ferramenta no controle de poluição para o biomonitoramento.  São utilizados para implementação dos planos de recursos hídricos em países desenvolvidos.  A adaptação de índices utilizando-se macroinvertebrados é relativamente simples.  Consistem na atribuição de valores numéricos (scores) aos táxons, em nível de Família, conforme seu grau de tolerância aos impactos ambientais.
  • 8. Países que incorporam biomonitoramento àPaíses que incorporam biomonitoramento à legislação, com aplicação de Índices Biológicoslegislação, com aplicação de Índices Biológicos U.S.A – “Clean Water Act” (1972) – 44 Estados. Austrália e Nova Zelândia – “Australian Quality Guidelines” – Instituído pelo “Australian and New Zeland Environmental and Conservation” – (ANZEE, 1995). Canadá – “Ontário Water Act” – 1996.  Reino Unido – UK National Water Council (1981), intstituíu o BMWP (Biological Monitoring Working Party = Grupo Biológico para Trabalho de Monitoramento): índice mais utilizado atualmente.
  • 9. Utilização do BMWP no BrasilUtilização do BMWP no Brasil  O índice BMWP foi adaptado por LOYOLA (2000) para os rios do Estado do Paraná a partir de dados levantados em projeto de monitoramento da qualidade da água de afluentes da margem esquerda do reservatório da Itaipu.  LOYOLA incluiu 12 famílias, umas por equivalência ecológica e outras por semelhança quanto ao nível de tolerância à poluição.  O protocolo BMWP, corroborando com SILVA (2007), revelou ser uma ferramenta útil, simples e relativamente pouco onerosa para avaliação de qualidade de água.  A utilização do BMWP requer cuidado, uma vez que o índice leva em consideração apenas a presença ou a ausência dos organismos para a atribuição da pontuação.
  • 10. . Tabela para aplicação do índice BMWPTabela para aplicação do índice BMWP Famílias Score Siphionuridae, Heptageniidae, leptophlebiidae, Ephemerellidae, Potamanthidae, Ephemeridae, Taeniopterygidae, Leuctridae, Capniidae, Perlodidae, Perlidae, Chloroperlidae, Aphelocheiridae, Phryganeidae, Molannidae, Beraidae, Odontoceridae, Leptoceridae, Lepidostomatidae, Goeridae, Brachycentridae, Sericostomatidae. 10 Astacidae, Lestidae, Agriidae, Gomphidae, Cordulegasteridae, Aeshnidae, Corduliidae, Libellulidae, Psychomyiidae, Philopotamidae, 8 Caenidae, Nemoiridae, Rhyacophilidae, Polycentropodidae, Limnephilidae. 7 Neritidae, Viviparidae, Ancylidade, Hydroptilidae, Unionidae, Corophiidae, Gammaridae, Platycnimidae, Coenagrionidae. 6 Mesoveliidae, Hydrometridae, Guerridae, Nepidae, Neocoridae, Notonectidae, Plaidae, Corixidae, Aliplidae, Hygrobidae, Dytiscidae, Gyrinidae, Hidrophilidae,Clambidae, Helodiidae, Dreopidae, Elminthidae, Chrysomelidae, Curculionidae, Hydropsychidae, Tipulidae, Simulidae, Planariidae, Dendrocolellidae. 5 Baetidae, Sialidae, Piscolidae. 4 Valvatidae, Hydrobiidae, Lymnaeidae, Physidae, Planorbidae, Spharidae, Glossiphonidae, Hirudidae, Erpobdellidae, Asellidae. 3 Chironomidae, 2 Oligochaeta (Whole class). 1 Fonte: Armitage, 1.983.
  • 11. Classes de qualidade, significado dosClasses de qualidade, significado dos valores BMWP e utilização cartográficavalores BMWP e utilização cartográfica Fonte: ALBA-TERCEDOR (1996). Classe Faixa de “Score” Qualidade Significado Cor > 150 Águas muito limpas1 101-120 Excelente Sem contaminação ou alteração de modo sensível Azul 2 61-100 Boa alguns efeitos de contaminação Verde 3 36-60 Regular Contaminadas Amarelo 4 16-35 Ruim Muito contaminadas Laranja 5 < 16 Péssima Fortemente contaminada Vermelho
  • 12. Distribuição de macroinvertebradosDistribuição de macroinvertebrados de acordo com o Sistema Sapróbicode acordo com o Sistema Sapróbico  O sistema sapróbico (=sapróbio) de Kolwitz & Marsson (1909) enfatiza que a presença/ausência e abundância de organismos nas áreas poluídas ocorrem por características fisiológicas e comportamentais que lhes permitem tolerar tais condições.  A distribuição de organismos no ecossistema aquático depende, basicamente, de sua valência ecológica.
  • 13. (Fonte: MARQUES & BARBOSA, 2001)(Fonte: MARQUES & BARBOSA, 2001) Valência ecológica Caracterização de um rio de acordo com o sistemaCaracterização de um rio de acordo com o sistema SapróbicoSapróbico
  • 14. Valência EcológicaValência Ecológica  Capacidade de uma espécie de povoar ambientes caracterizados por grandes variações ecológicas (fatores bióticos e abitóticos).  Em função da valência ecológica as espécies podem ser divididas em:  Euriécias – grande valência ecológica, podendo povoar ambientes variados ou  Estenoécias – pequena valência ecológica, suportando pequenas variações de valores ecológicos e restritas a determinados ambientes.
  • 15. Composição da Fauna DulçaquícolaComposição da Fauna Dulçaquícola  Microinvertebrados:  organismos geralmente planctônicos, alguns bentônicos;  maioria < 0,5 mm;  mais abundantes no plâncton lacustre;  representados basicamente pelos protozoários, rotíferos, alguns nematódeos, platelmintos, gastóstricos, tardígrados, microcrustáceos e briozoários.
  • 16. Rotifera Copepoda Ostracoda Cladocera Nemata Microinvertebrados de Água DoceMicroinvertebrados de Água Doce Gastotricha Protozoa
  • 17. Turbellaria Bryozoa Tardigrada Tardigrada Microinvertebrados de Água DoceMicroinvertebrados de Água Doce
  • 18. Reino Protista: Filo EuglenidaReino Protista: Filo Euglenida
  • 19.
  • 20.
  • 22. EpibiontesEpibiontes Epibionte Basibionte ou hospedeiro Vantagens Desvantagens Vantagens Desvantagens transporte para regiões com mais podem ser predados pelo comer o epibionte decréscimo na fecundidade alimento, e mais oxigenadas zooplâcton epibionte menos atraente decréscimo na sobrevivência locais com codição físico-químicas lesões e doenças mais apropriadas alteração na locomoção sucetibilidade predação competição por alimento demanda energética Epistylis niagaraeon Astacus leptodactylus
  • 24. Epibiontes de Pomacea lineata (Spix, 1827) (Mollusca, Gastropoda) Epibiontes de Pomacea lineata (Spix, 1827) (Mollusca, Gastropoda)