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um dos mais ameaçados pelos processos contínuos
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original (FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA,
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tem sido sugerido como um meio eficiente para se
investigar o quanto esse ecossistema está sendo
afetado pelas atividades antrópicas (FREITAS et al.,
2003). Insetos possuem ciclo de vida curto e
respondem de forma rápida e significativa às
alterações ocorridas no seu meio, podendo
representar os outros organismos presentes no
ecossistema (BROWN, 1997). Neste contexto,
alguns grupos de insetos deveriam ser escolhas
prioritárias como indicadores biológicos, devido a
grande diversidade de habitats que ocupam, como
é o caso de Coleoptera (COSTA, 1999).
OBJETIVO
O objetivo do presente trabalho foi avaliar
Matusinhosa callosicollis e M. atripennis
(Coleoptera: Oedemeridae) como bioindicadores de
perturbação antrópica em Floresta Atlântica, por
meio de variação na abundância populacional.
MATERIAL E MÉTODOS
A amostragem foi realizada em três unidades de
conservação (UC) de Floresta Atlântica, em três
períodos distintos: Parque Estadual da Serra do Mar
- Núcleo Santa Virgínia (NSV - 2004/2005); Estação
Biológica de Boracéia (EBB - 2005/2006) e Reserva
Biológica do Alto da Serra de Paranapiacaba (RBP
- 2006/2007). A unidade amostral (UA) constituiu-
se de 5 armadilhas de filó cilíndricas com funil
interno (veja Uehara-Prado et al., 2007), instaladas
ao longo de 12 trilhas em cada UC, sendo 6 delas
em partes conservadas e 6 em partes perturbadas
da área de estudo. Uma mistura de banana
amassada com caldo de cana, fermentada no
mínimo por 48 horas, foi utilizada como atrativo.
As iscas foram substituídas a cada revisão, feita a
cada 48 horas. As coletas foram feitas durante 8
dias por mês, de novembro a maio de cada período.
Para verificar se havia diferença na abundância
dos besouros nos diferentes regimes de
perturbação, utilizou-se uma análise de variância
hierárquica. Para avaliar a diferença na razão
sexual dos insetos dentro de cada UC foi utilizado
o teste de qui-quadrado.
Resultados e discussão
Foram coletados 213 indivíduos das duas espécies
no NSV (166 na área conservada e 47 na
perturbada); 1207 na EBB (593 na área conservada
e 614 na perturbada) e 247 na RBP (147 na área
conservada e 100 na perturbada). As duas espécies
de Matusinhosa apresentaram distribuição
temporal parcialmente disjunta nos três anos de
amostragem, sendo o pico populacional de M.
callosicollis em dezembro, decrescendo até
fevereiro, quando ocorre o aumento na população
de M. atripennis. A razão sexual foi desviada para
machos apenas na EBB (1,5:1, ² = 42,641, p < 0,05),
devido a maior abundância de machos no mês de
dezembro de 2005. A diferença na abundância de
M. callosicollis foi significativa tanto na comparação
entre as diferentes UCs quanto entre locais com
diferentes regimes de perturbação (UCs: F = 3,90
p = 0,02; perturbação: F = 31,84 p < 0,001). Quando
as comparações a posteriori foram feitas para
regimes de perturbação, houve diferença na
abundância apenas no NSV, com mais indivíduos
na parte conservada. Para M. atripennis a
abundância também diferiu nas duas UCs
analisadas e entre locais com diferentes regimes
de perturbação (UCs: F = 7,81, p = 0,01;
perturbação: F = 26,83, p < 0,001). No entanto,
foram observados mais indivíduos na parte
conservada tanto no NSV quanto na EBB. Na RBP
apenas 11 indivíduos de M. atripennis foram
capturados, todos na parte preservada.
2Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil, 23 a 28 de Setembro de 2007, Caxambu - MG
CONCLUSÃO
Os resultados indicam que a abundância das
espécies de Matusinhosa é influenciada de maneira
diferente pelo grau de conservação nas unidades
de conservação estudadas, e que M. atripennis pode
ser uma opção adequada à bioindicação em Floresta
Atlântica.
(Agradecimentos: a Fapesp, proc. nº 98/05101-8 e
04/05269-9, ao CNPq, proc. nº 140116-2004-4 (MU-
P), ao IBAMA e ao IF)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Brown JR, K. S. Insetos como rápidos e sensíveis
indicadores de uso sustentável de recursos
naturais. Pp. 143-155. In: Martos, H. L. & Maia,
N. B. (eds). Indicadores Ambientais. Sorocaba:
PUC / Shell Brasil. 1997.
COSTA, C. Ordem Coleoptera. Cap.12. In:
Biodiversidade do Estado de São Paulo: Síntese
do conhecimento ao final do século XX. V. 5:
Invertebrados Terrestres. São Paulo: BIOTA/
FAPESP. 1999.
DEAN, W. A Ferro e Fogo: A História e a
Devastação da Mata Atlântica Brasileira. São
Paulo: Companhia das Letras, 484 p. 1996.
FREITAS, A.V.L.; FRANCINI, R.B.; BROWN, K.
S. JR. Insetos como Indicadores ambientais. Pp.
125-151. In: Cullen Jr, L.; Rudran, R.; Valladares-
Padua, C. (org). Métodos de Estudos em Biologia
da Conservação e Manejo da Vida Silvestre.
Curitiba: UFPR. 2003.
FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA. Mata
Atlântica. Disponível em: <http://
w w w . s o s m a t a a t l a n t i c a . o r g . b r /
index.php?section=info&action=mata>. Acesso
em: 6 mar. 2007.
UEHARA-PRADO, M., BROWN, K.S. JR. &
FREITAS, A.V.L. Species richness, composition
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Brazilian Atlantic Forest: comparison between
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Indicadores Coleópteros

  • 1. 1Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil, 23 a 28 de Setembro de 2007, Caxambu - MG BESOUROS OEDEMERIDAE COMO INDICADORES DE PERTURBAÇÃO ANTRÓPICA EM TRÊS ÁREAS DE FLORESTA ATLÂNTICA Huang Shih Fang1 (shih_fang@hotmail.com) & Marcio Uehara-Prado2 1 Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”- Instituto de Biociências/ Rio Claro2 PPG - Ecologia, Universidade Estadual de Campinas INTRODUÇÃO A Floresta Atlântica é um ecossistema rico em biodiversidade e endemismo, e ao mesmo tempo, um dos mais ameaçados pelos processos contínuos de devastação desde o início da colonização (DEAN, 1996), restando hoje, menos de 10% da sua área original (FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA, 2007). O uso de insetos como indicadores biológicos tem sido sugerido como um meio eficiente para se investigar o quanto esse ecossistema está sendo afetado pelas atividades antrópicas (FREITAS et al., 2003). Insetos possuem ciclo de vida curto e respondem de forma rápida e significativa às alterações ocorridas no seu meio, podendo representar os outros organismos presentes no ecossistema (BROWN, 1997). Neste contexto, alguns grupos de insetos deveriam ser escolhas prioritárias como indicadores biológicos, devido a grande diversidade de habitats que ocupam, como é o caso de Coleoptera (COSTA, 1999). OBJETIVO O objetivo do presente trabalho foi avaliar Matusinhosa callosicollis e M. atripennis (Coleoptera: Oedemeridae) como bioindicadores de perturbação antrópica em Floresta Atlântica, por meio de variação na abundância populacional. MATERIAL E MÉTODOS A amostragem foi realizada em três unidades de conservação (UC) de Floresta Atlântica, em três períodos distintos: Parque Estadual da Serra do Mar - Núcleo Santa Virgínia (NSV - 2004/2005); Estação Biológica de Boracéia (EBB - 2005/2006) e Reserva Biológica do Alto da Serra de Paranapiacaba (RBP - 2006/2007). A unidade amostral (UA) constituiu- se de 5 armadilhas de filó cilíndricas com funil interno (veja Uehara-Prado et al., 2007), instaladas ao longo de 12 trilhas em cada UC, sendo 6 delas em partes conservadas e 6 em partes perturbadas da área de estudo. Uma mistura de banana amassada com caldo de cana, fermentada no mínimo por 48 horas, foi utilizada como atrativo. As iscas foram substituídas a cada revisão, feita a cada 48 horas. As coletas foram feitas durante 8 dias por mês, de novembro a maio de cada período. Para verificar se havia diferença na abundância dos besouros nos diferentes regimes de perturbação, utilizou-se uma análise de variância hierárquica. Para avaliar a diferença na razão sexual dos insetos dentro de cada UC foi utilizado o teste de qui-quadrado. Resultados e discussão Foram coletados 213 indivíduos das duas espécies no NSV (166 na área conservada e 47 na perturbada); 1207 na EBB (593 na área conservada e 614 na perturbada) e 247 na RBP (147 na área conservada e 100 na perturbada). As duas espécies de Matusinhosa apresentaram distribuição temporal parcialmente disjunta nos três anos de amostragem, sendo o pico populacional de M. callosicollis em dezembro, decrescendo até fevereiro, quando ocorre o aumento na população de M. atripennis. A razão sexual foi desviada para machos apenas na EBB (1,5:1, ² = 42,641, p < 0,05), devido a maior abundância de machos no mês de dezembro de 2005. A diferença na abundância de M. callosicollis foi significativa tanto na comparação entre as diferentes UCs quanto entre locais com diferentes regimes de perturbação (UCs: F = 3,90 p = 0,02; perturbação: F = 31,84 p < 0,001). Quando as comparações a posteriori foram feitas para regimes de perturbação, houve diferença na abundância apenas no NSV, com mais indivíduos na parte conservada. Para M. atripennis a abundância também diferiu nas duas UCs analisadas e entre locais com diferentes regimes de perturbação (UCs: F = 7,81, p = 0,01; perturbação: F = 26,83, p < 0,001). No entanto, foram observados mais indivíduos na parte conservada tanto no NSV quanto na EBB. Na RBP apenas 11 indivíduos de M. atripennis foram capturados, todos na parte preservada.
  • 2. 2Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil, 23 a 28 de Setembro de 2007, Caxambu - MG CONCLUSÃO Os resultados indicam que a abundância das espécies de Matusinhosa é influenciada de maneira diferente pelo grau de conservação nas unidades de conservação estudadas, e que M. atripennis pode ser uma opção adequada à bioindicação em Floresta Atlântica. (Agradecimentos: a Fapesp, proc. nº 98/05101-8 e 04/05269-9, ao CNPq, proc. nº 140116-2004-4 (MU- P), ao IBAMA e ao IF) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Brown JR, K. S. Insetos como rápidos e sensíveis indicadores de uso sustentável de recursos naturais. Pp. 143-155. In: Martos, H. L. & Maia, N. B. (eds). Indicadores Ambientais. Sorocaba: PUC / Shell Brasil. 1997. COSTA, C. Ordem Coleoptera. Cap.12. In: Biodiversidade do Estado de São Paulo: Síntese do conhecimento ao final do século XX. V. 5: Invertebrados Terrestres. São Paulo: BIOTA/ FAPESP. 1999. DEAN, W. A Ferro e Fogo: A História e a Devastação da Mata Atlântica Brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 484 p. 1996. FREITAS, A.V.L.; FRANCINI, R.B.; BROWN, K. S. JR. Insetos como Indicadores ambientais. Pp. 125-151. In: Cullen Jr, L.; Rudran, R.; Valladares- Padua, C. (org). Métodos de Estudos em Biologia da Conservação e Manejo da Vida Silvestre. Curitiba: UFPR. 2003. FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA. Mata Atlântica. Disponível em: <http:// w w w . s o s m a t a a t l a n t i c a . o r g . b r / index.php?section=info&action=mata>. Acesso em: 6 mar. 2007. UEHARA-PRADO, M., BROWN, K.S. JR. & FREITAS, A.V.L. Species richness, composition and abundance of fruit-feeding butterflies in the Brazilian Atlantic Forest: comparison between a fragmented and a continuous landscape. Global Ecology and Biogeography 16: 43-54. 2007.