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Finalizando a minissérie iniciada no post Sobre Texto e Informação, seguida por O
Resumo, esta postagem tratará da famigerada sinopse, texto que tem pouquíssima
literatura relacionada disponível e muita informação desencontrada. Aqui, com base em
uma monografia que fiz para minha especialização há alguns anos, busquei reunir
alguma teoria e algumas análises para ajudar quem busca saber mais e mesmo aprender
a escrever uma sinopse.
A Sinopse
Apesar de muito parecida com o resumo indicativo, a sinopse ganha características e
aplicações um pouco diferentes. Falaremos mais sobre isso agora.
Segundo definições de dicionários, como Houaiss e Michaelis, este tipo de redução da
informação trata de uma visão geral ou síntese de uma ideia ou teoria, um sumário
daquilo que outro texto, seu original mais extenso e completo, apresenta.
Uma definição acadêmica pode descrever a sinopse como um texto breve dos
resultados da revisão, claramente redigido e dirigido aos consumidores e leitores não-
especialistas. A sinopse é um produto adicional que não substitui o resumo.
Apesar de vastamente utilizada, a sinopse não possui regulamentação ou delimitações
estéticas para a sua construção. Sabe-se, todavia, que é um texto bastante sucinto, por
isso comparado com o resumo, especialmente o indicativo. Esta modalidade de texto é
destinada a leitores que desconhecem o tema ou objeto de síntese, funcionando muitas
vezes como o primeiro contato com a informação que está sendo apresentada.
Por essa natureza, as escolhas lexicais e sintáticas são mais genéricas, considerando as
variações mais simples do idioma e buscando se manter o mais claro e objetivo possível
com relação ao conteúdo e à compreensão e absorção do máximo da informação.
Resumo X Sinopse
O ato de construir uma sinopse é diferente da produção de um resumo em certos
aspectos.
Pode-se determinar como pontos comuns entre as duas modalidades de redução de
informação a obrigatoriedade de se manter a fidelidade ao original, a exclusão de
opinião particular no plano das ideias e a limitação da extensão do texto,
necessariamente curto. Entretanto, há diferenças importantes a serem destacadas entre o
resumo e a sinopse.
No caso do resumo, a ABNT recomenda tempos verbais, ordem das frases e forma
como o texto deve ser apresentado, o que serve de padrão para a produção do resumo
em praticamente todos os seus campos de aplicação.
Já a sinopse usufrui certa liberdade estética, já que tem função diferente do resumo.
Por se tratar de um texto que é de consumo comum a diversos tipos de público e que
pode ser encontrado em diferentes veículos de comunicação, é necessário que a sinopse
possua mais flexibilidade em sua forma e conteúdo, adequando-se ao leitor e ao meio a
que se destine. É possível dizer que a sinopse possui estrutura similar à de um texto
narrativo-descritivo, por exemplo, dependendo do seu original.
A estética da sinopse
Sinopses de livros, filmes, peças de teatro e afins devem ter características similares aos
seus originais, ou seja, a sinopse de um livro ou de um filme, por exemplo, possuirá
uma estrutura narrativa como predominante, podendo até mesmo contar uma história,
se for o caso.
Quando o original é uma reportagem, entrevista, documento ou outro tipo de texto com
características diferentes da narrativa, a estrutura da sinopse passa a ser
predominantemente descritiva, sem muitos detalhes e de forma simples e direta.
O fenômeno da persuasão
O discurso persuasivo de uma sinopse é parte fundamental do seu processo de
construção, já que o texto circulará como fonte de informação constante e atingirá
diversos tipos de público. Portanto, por ser parte de um discurso persuasivo, a sinopse
faz parte de um conjunto maior, de uma grande formação discursiva, como a mídia,
mais precisamente o marketing e a propaganda.
Seguindo a lógica da persuasão, além da escolha estratégica de palavras que funcionem
como gatilhos para alcançar o leitor, uma sinopse também exerce função de
convencimento, que provocará em que a lê a realização de determinada ação, e é aqui
que o marketing atua, e isso será assunto de outras conversas.
Além disso, tais gatilhos plantados ao longo do texto em uma sinopse deverão ser o
mais genéricos possível, inseridos no contexto em que o público-alvo do conteúdo
original pretenda alcançar.
A sinopse bem-sucedida é aquele que cumpre tanto a função informativa quanto a
persuasiva.
BIBLIOGRAFIA
ABREU, Antônio Suárez. A Arte de Argumentar. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009.
_____________________. Curso de Redação. São Paulo: Ática, 2002.
BARROS, Diana Luz Pessoa de. Estudos do Discurso, In FIORIN, José Luiz (org.)
BLIKSTEIN, Izidoro. Técnicas de Comunicação Escrita. São Paulo: Ática, 2003.
CITELLI, Adilson. Linguagem e Persuasão. São Paulo: Ática, 2007.
CHARAUDEAU, Patrick. Discurso das mídias. São Paulo: Contexto, 2006.
___________________. Linguagem e Discurso. São Paulo: Contexto, 2008.
DIJK, Teun Adrianus van. Cognição, Discurso e Interação. São Paulo: Contexto, 2010.
GUIMARÃES, Elisa. A Articulação do Texto. São Paulo: Ática, 2005.
HOUAISS, Antonio. Dicionário Houaiss Eletrônico. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
KOCH, Ingedore Villaça. O Texto e a Construção dos Sentidos. São Paulo: Contexto,
2009.
LEITE, Marli Quadros. Resumo. São Paulo: Paulistana, 2006.

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A sinopse

  • 1. Finalizando a minissérie iniciada no post Sobre Texto e Informação, seguida por O Resumo, esta postagem tratará da famigerada sinopse, texto que tem pouquíssima literatura relacionada disponível e muita informação desencontrada. Aqui, com base em uma monografia que fiz para minha especialização há alguns anos, busquei reunir alguma teoria e algumas análises para ajudar quem busca saber mais e mesmo aprender a escrever uma sinopse. A Sinopse Apesar de muito parecida com o resumo indicativo, a sinopse ganha características e aplicações um pouco diferentes. Falaremos mais sobre isso agora. Segundo definições de dicionários, como Houaiss e Michaelis, este tipo de redução da informação trata de uma visão geral ou síntese de uma ideia ou teoria, um sumário daquilo que outro texto, seu original mais extenso e completo, apresenta. Uma definição acadêmica pode descrever a sinopse como um texto breve dos resultados da revisão, claramente redigido e dirigido aos consumidores e leitores não- especialistas. A sinopse é um produto adicional que não substitui o resumo. Apesar de vastamente utilizada, a sinopse não possui regulamentação ou delimitações estéticas para a sua construção. Sabe-se, todavia, que é um texto bastante sucinto, por isso comparado com o resumo, especialmente o indicativo. Esta modalidade de texto é destinada a leitores que desconhecem o tema ou objeto de síntese, funcionando muitas vezes como o primeiro contato com a informação que está sendo apresentada. Por essa natureza, as escolhas lexicais e sintáticas são mais genéricas, considerando as variações mais simples do idioma e buscando se manter o mais claro e objetivo possível com relação ao conteúdo e à compreensão e absorção do máximo da informação. Resumo X Sinopse O ato de construir uma sinopse é diferente da produção de um resumo em certos aspectos. Pode-se determinar como pontos comuns entre as duas modalidades de redução de informação a obrigatoriedade de se manter a fidelidade ao original, a exclusão de opinião particular no plano das ideias e a limitação da extensão do texto, necessariamente curto. Entretanto, há diferenças importantes a serem destacadas entre o resumo e a sinopse. No caso do resumo, a ABNT recomenda tempos verbais, ordem das frases e forma como o texto deve ser apresentado, o que serve de padrão para a produção do resumo em praticamente todos os seus campos de aplicação.
  • 2. Já a sinopse usufrui certa liberdade estética, já que tem função diferente do resumo. Por se tratar de um texto que é de consumo comum a diversos tipos de público e que pode ser encontrado em diferentes veículos de comunicação, é necessário que a sinopse possua mais flexibilidade em sua forma e conteúdo, adequando-se ao leitor e ao meio a que se destine. É possível dizer que a sinopse possui estrutura similar à de um texto narrativo-descritivo, por exemplo, dependendo do seu original. A estética da sinopse Sinopses de livros, filmes, peças de teatro e afins devem ter características similares aos seus originais, ou seja, a sinopse de um livro ou de um filme, por exemplo, possuirá uma estrutura narrativa como predominante, podendo até mesmo contar uma história, se for o caso. Quando o original é uma reportagem, entrevista, documento ou outro tipo de texto com características diferentes da narrativa, a estrutura da sinopse passa a ser predominantemente descritiva, sem muitos detalhes e de forma simples e direta. O fenômeno da persuasão O discurso persuasivo de uma sinopse é parte fundamental do seu processo de construção, já que o texto circulará como fonte de informação constante e atingirá diversos tipos de público. Portanto, por ser parte de um discurso persuasivo, a sinopse faz parte de um conjunto maior, de uma grande formação discursiva, como a mídia, mais precisamente o marketing e a propaganda. Seguindo a lógica da persuasão, além da escolha estratégica de palavras que funcionem como gatilhos para alcançar o leitor, uma sinopse também exerce função de convencimento, que provocará em que a lê a realização de determinada ação, e é aqui que o marketing atua, e isso será assunto de outras conversas. Além disso, tais gatilhos plantados ao longo do texto em uma sinopse deverão ser o mais genéricos possível, inseridos no contexto em que o público-alvo do conteúdo original pretenda alcançar. A sinopse bem-sucedida é aquele que cumpre tanto a função informativa quanto a persuasiva. BIBLIOGRAFIA ABREU, Antônio Suárez. A Arte de Argumentar. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009. _____________________. Curso de Redação. São Paulo: Ática, 2002. BARROS, Diana Luz Pessoa de. Estudos do Discurso, In FIORIN, José Luiz (org.) BLIKSTEIN, Izidoro. Técnicas de Comunicação Escrita. São Paulo: Ática, 2003. CITELLI, Adilson. Linguagem e Persuasão. São Paulo: Ática, 2007.
  • 3. CHARAUDEAU, Patrick. Discurso das mídias. São Paulo: Contexto, 2006. ___________________. Linguagem e Discurso. São Paulo: Contexto, 2008. DIJK, Teun Adrianus van. Cognição, Discurso e Interação. São Paulo: Contexto, 2010. GUIMARÃES, Elisa. A Articulação do Texto. São Paulo: Ática, 2005. HOUAISS, Antonio. Dicionário Houaiss Eletrônico. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. KOCH, Ingedore Villaça. O Texto e a Construção dos Sentidos. São Paulo: Contexto, 2009. LEITE, Marli Quadros. Resumo. São Paulo: Paulistana, 2006.