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O Resumo
O processo de redução da informação é amplamente utilizado no meio acadêmico, como
método de estudo, como técnica de ensino e até como avaliação de desempenho. Nesse
contexto surge o resumo.
Apesar de uma prática comum e, aparentemente, sem regras, o resumo possui diversas
formas de apresentação e de aplicação, tanto que a Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) emitiu a NBR 6028, norma que classifica o resumo em três tipos –
crítico, indicativo e informativo – e indica as regras para a redação de cada um.
O resumo denominado pela norma como sendo indicativo é o mais "resumido" de
todos, apresentando apenas as ideias principais do texto, sem aprofundamento ou
detalhamento de qualquer informação. É esse o tipo de texto que aparece como o
resumo, simplesmente.
Quando o resumo é mais crítico, a norma o batiza de resenha e o texto deve ter a
opinião de um especialista ou fazer juízo de valor, por exemplo.
O terceiro e último modelo de resumo da NBR 6028 é o informativo e costuma
aproveitar mais o conteúdo informativo do original, sintetiza de forma completa as
informações do texto-base e assume função de novo original para o leitor, dada a
fidelidade que consegue manter da matriz informativa. Seria o mais indicado para
estudar ou fazer um fichamento, por exemplo. Quase uma paráfrase.
A norma vai além de apontar os tipos de resumo e dá orientações sobre a forma como o
texto deve se apresentar, incluindo as referências bibliográficas do original, escolha de
palavras-chave para classificação do texto e os pontos principais que a forma reduzida
do original deve conter (objetivo, método, resultados e conclusões da matriz). Algo bem
acadêmico e, talvez, um pouco distante do cotidiano do estudante.
A NBR 6028 chega a indicar a voz verbal – preferencialmente ativa e na terceira pessoa
do singular –, o não uso de tópicos ou itens que enumerem o texto e as construções
verbais que não façam parte do conhecimento ou uso comum. E que o resumo deve ser
composto por frases afirmativas.
Acreditem, também há limitação de palavras para os textos indicativos e informativos,
dependendo de sua destinação. Os indicativos são os menores e devem, pela ABNT,
conter de 50 a 100 palavras. Já os informativos possuem duas variações, uma composta
por uma média entre 150 e 500 palavras quando o resumo for parte de trabalhos
acadêmicos ou relatórios técnico-científicos, e entre 100 e 250 palavras quando se tratar
de um artigo de periódico. Recomenda-se, por fim, que um resumo de qualquer tipo se
limite a apenas um parágrafo. Algo bem raro, na minha modesta opinião.
No âmbito escolar, na prática, há poucas regras a serem seguidas e muitas delas se
restringem às escolhas pedagógicas de cada instituição e cada professor. Geralmente, os
resumos são aplicados como forma de exercício para verificação de leitura. Muitas
vezes, também são indicados como forma de estudo para aprimorar a memorização e a
assimilação de conteúdo.
Só é possível resumir aquilo que compreendemos
Considerando os conceitos de ancoragem, links e macroestruturas, conceitos já
apresentados na postagem "Sobre texto e informação", é importante atentar para os
núcleos de informação que cada texto possui.
Qualquer ato comunicativo, seja por expressão verbal ou escrita, é composto por
palavras selecionadas por critérios individuais, considerando-se inúmeras variáveis.
Cada escolha lexical feita, de modo consciente ou não pelos interlocutores, resulta em
pontos de referência para o cérebro processar as informações apresentadas durante a
comunicação.
Esses pontos de referência são fundamentais para a redução da informação durante o
processo cognitivo, que realiza, a partir deles, a seleção dos itens que serão
armazenados e a parte da informação que o cérebro de cada indivíduo considera
irrelevante e que será simplesmente “apagada” da memória.
O processo mental de exclusão de partes que o cérebro considera desnecessárias faz
parte de uma estratégia denominada seleção, que trabalha o conceito de cópia e
apagamento, ou seja, as partes da informação que são registradas e gravadas pelo
cérebro, eliminando o restante do processo de armazenamento.
Outra estratégia comum é a construção, que consiste na substituição da sequência de
informação dada por outra. Este processo pode ser realizado de duas formas: por meio
da generalização (troca das informações consideradas genéricas por outras de
conhecimento específico do interlocutor) ou da construção (estabelecendo relações da
informação nova com as antigas por meio da associação de significados).
O sucesso de qualquer uma dessas estratégias varia de acordo com o indivíduo,
estabelecendo uma relação direta entre os processos cognitivos e os métodos práticos de
produção de resumos.
BIBLIOGRAFIA
ABREU, Antônio Suárez. A Arte de Argumentar. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009.
_____________________. Curso de Redação. São Paulo: Ática, 2002.
BARROS, Diana Luz Pessoa de. Estudos do Discurso, In FIORIN, José Luiz (org.)
BLIKSTEIN, Izidoro. Técnicas de Comunicação Escrita. São Paulo: Ática, 2003.
CITELLI, Adilson. Linguagem e Persuasão. São Paulo: Ática, 2007.
CHARAUDEAU, Patrick. Discurso das mídias. São Paulo: Contexto, 2006.
___________________. Linguagem e Discurso. São Paulo: Contexto, 2008.
DIJK, Teun Adrianus van. Cognição, Discurso e Interação. São Paulo: Contexto, 2010.
GUIMARÃES, Elisa. A Articulação do Texto. São Paulo: Ática, 2005.
HOUAISS, Antonio. Dicionário Houaiss Eletrônico. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
KOCH, Ingedore Villaça. O Texto e a Construção dos Sentidos. São Paulo: Contexto, 2009.
LEITE, Marli Quadros. Resumo. São Paulo: Paulistana, 2006.

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  • 1. O Resumo O processo de redução da informação é amplamente utilizado no meio acadêmico, como método de estudo, como técnica de ensino e até como avaliação de desempenho. Nesse contexto surge o resumo. Apesar de uma prática comum e, aparentemente, sem regras, o resumo possui diversas formas de apresentação e de aplicação, tanto que a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) emitiu a NBR 6028, norma que classifica o resumo em três tipos – crítico, indicativo e informativo – e indica as regras para a redação de cada um. O resumo denominado pela norma como sendo indicativo é o mais "resumido" de todos, apresentando apenas as ideias principais do texto, sem aprofundamento ou detalhamento de qualquer informação. É esse o tipo de texto que aparece como o resumo, simplesmente. Quando o resumo é mais crítico, a norma o batiza de resenha e o texto deve ter a opinião de um especialista ou fazer juízo de valor, por exemplo. O terceiro e último modelo de resumo da NBR 6028 é o informativo e costuma aproveitar mais o conteúdo informativo do original, sintetiza de forma completa as informações do texto-base e assume função de novo original para o leitor, dada a fidelidade que consegue manter da matriz informativa. Seria o mais indicado para estudar ou fazer um fichamento, por exemplo. Quase uma paráfrase. A norma vai além de apontar os tipos de resumo e dá orientações sobre a forma como o texto deve se apresentar, incluindo as referências bibliográficas do original, escolha de palavras-chave para classificação do texto e os pontos principais que a forma reduzida do original deve conter (objetivo, método, resultados e conclusões da matriz). Algo bem acadêmico e, talvez, um pouco distante do cotidiano do estudante. A NBR 6028 chega a indicar a voz verbal – preferencialmente ativa e na terceira pessoa do singular –, o não uso de tópicos ou itens que enumerem o texto e as construções verbais que não façam parte do conhecimento ou uso comum. E que o resumo deve ser composto por frases afirmativas. Acreditem, também há limitação de palavras para os textos indicativos e informativos, dependendo de sua destinação. Os indicativos são os menores e devem, pela ABNT, conter de 50 a 100 palavras. Já os informativos possuem duas variações, uma composta por uma média entre 150 e 500 palavras quando o resumo for parte de trabalhos acadêmicos ou relatórios técnico-científicos, e entre 100 e 250 palavras quando se tratar de um artigo de periódico. Recomenda-se, por fim, que um resumo de qualquer tipo se limite a apenas um parágrafo. Algo bem raro, na minha modesta opinião. No âmbito escolar, na prática, há poucas regras a serem seguidas e muitas delas se restringem às escolhas pedagógicas de cada instituição e cada professor. Geralmente, os resumos são aplicados como forma de exercício para verificação de leitura. Muitas vezes, também são indicados como forma de estudo para aprimorar a memorização e a assimilação de conteúdo.
  • 2. Só é possível resumir aquilo que compreendemos Considerando os conceitos de ancoragem, links e macroestruturas, conceitos já apresentados na postagem "Sobre texto e informação", é importante atentar para os núcleos de informação que cada texto possui. Qualquer ato comunicativo, seja por expressão verbal ou escrita, é composto por palavras selecionadas por critérios individuais, considerando-se inúmeras variáveis. Cada escolha lexical feita, de modo consciente ou não pelos interlocutores, resulta em pontos de referência para o cérebro processar as informações apresentadas durante a comunicação. Esses pontos de referência são fundamentais para a redução da informação durante o processo cognitivo, que realiza, a partir deles, a seleção dos itens que serão armazenados e a parte da informação que o cérebro de cada indivíduo considera irrelevante e que será simplesmente “apagada” da memória. O processo mental de exclusão de partes que o cérebro considera desnecessárias faz parte de uma estratégia denominada seleção, que trabalha o conceito de cópia e apagamento, ou seja, as partes da informação que são registradas e gravadas pelo cérebro, eliminando o restante do processo de armazenamento. Outra estratégia comum é a construção, que consiste na substituição da sequência de informação dada por outra. Este processo pode ser realizado de duas formas: por meio da generalização (troca das informações consideradas genéricas por outras de conhecimento específico do interlocutor) ou da construção (estabelecendo relações da informação nova com as antigas por meio da associação de significados). O sucesso de qualquer uma dessas estratégias varia de acordo com o indivíduo, estabelecendo uma relação direta entre os processos cognitivos e os métodos práticos de produção de resumos. BIBLIOGRAFIA ABREU, Antônio Suárez. A Arte de Argumentar. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009. _____________________. Curso de Redação. São Paulo: Ática, 2002. BARROS, Diana Luz Pessoa de. Estudos do Discurso, In FIORIN, José Luiz (org.) BLIKSTEIN, Izidoro. Técnicas de Comunicação Escrita. São Paulo: Ática, 2003. CITELLI, Adilson. Linguagem e Persuasão. São Paulo: Ática, 2007. CHARAUDEAU, Patrick. Discurso das mídias. São Paulo: Contexto, 2006. ___________________. Linguagem e Discurso. São Paulo: Contexto, 2008. DIJK, Teun Adrianus van. Cognição, Discurso e Interação. São Paulo: Contexto, 2010. GUIMARÃES, Elisa. A Articulação do Texto. São Paulo: Ática, 2005. HOUAISS, Antonio. Dicionário Houaiss Eletrônico. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. KOCH, Ingedore Villaça. O Texto e a Construção dos Sentidos. São Paulo: Contexto, 2009. LEITE, Marli Quadros. Resumo. São Paulo: Paulistana, 2006.