O documento discute as semelhanças e diferenças entre resumo e resenha. Ambos são gêneros textuais importantes na vida acadêmica. Um resumo condensa as ideias principais de um texto de forma concisa e objetiva, enquanto uma resenha fornece uma análise crítica de uma obra e pode incluir uma recomendação. Embora resumos foquem na síntese das informações, resenhas avaliam o texto de forma qualitativa.
1. RESUMO E RESENHA: SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS
Estamos vivendo em plena sociedade do conhecimento e alguns gêneros
textuais como o Resumo e a Resenha fazem parte do nosso contexto sócio-cultural,
especialmente, da vida escolar e acadêmica. Além disso, tais textos são muito
procurado por leitores que pretendem ter uma visão geral de uma obra ou consideram
a opinião crítica especializada antes de decidir por um espetáculo, um livro, um
evento, um artigo científico para leitura, por exemplo. Embora, muito presentes em
nosso meio, ainda há dúvidas com relação às suas principais semelhanças e/ou
diferenças.
Primeiramente, gostaria de destacar que a EXCELÊNCIA de um Resumo ou
de uma Resenha está diretamente ligada à prática de leitura do autor, pois quanto
maior for sua experiência com leitura e escrita, maior a qualidade do trabalho. Sendo
assim, para se fazer um RESUMO ou uma RESENHA é necessário que se faça
primeiramente uma boa leitura. Para um melhor entendimento de um texto, sugere-
se que se faça a leitura em duas etapas:
1ª) ler para se ter a visão do conjunto do tema e/ou obra;
2ª) retomar a leitura com maior atenção, recorrer a diferentes estratégias de
leitura, sinalizar tópicos frasais de maior relevância.
O passo seguinte é a organização destas ideias em forma de texto, ou seja, éa
redação do resumo com base nesses pontos chave. Então, depois de realizada a
leitura, conforme a necessidade, se fará RESUMO ou uma RESENHA, com atenção
às suas DIFERENÇAS.
Resumo é uma condensação fiel das ideias ou dos fatos contidos no texto.
Quem resume deve sintetizar as informações, por isso não cabem comentários ou
julgamentos. Síntese significa uma composição ou arranjo simplificado, uma
descrição abreviada de um texto como um resumo, sumário, sinopse, reunindo as
diversas partes em um todo unificado, conciso. Por esse motivo não deve-se
reproduzir frases ou partes de frases do texto original, construindo uma espécie de
“colagem”. Uma “colcha de retalhos textuais” perde o sentido da unificação e a
coerência entre as partes. Resumir um texto significa reduzi-lo ao seu esqueleto
essencial, sintetizá-lo, seguindo algumas recomendações:
a) Escolher e destacar com cuidado e critério apenas o que é mais importante,
cada uma das partes essenciais do texto;
b) Respeitar a progressão em que as ideias centrais se sucedem, mantendo a
organização original e a correlação entre as partes.
Para resumir você deve apresentar com suas próprias palavras, as ideias
principais do texto, de modo fidedigno, a partir da compreensão global da essência
deste escrito original. Por isso, a sugestão anterior de que se faça a leitura em duas
etapas. Evite ir resumindo a partir de uma primeira leitura.
2. As resenhas têm como objetivo guiar o leitor pelo emaranhado da produção
cultural ou acadêmica, que cresce a cada dia e que tende a confundir até os mais
familiarizados com todo esse conteúdo. As resenhas acadêmicas podem pertencer a
tipos diferentes, crítica, descritiva ou temática. A Resenha Crítica é um gênero
discursivo no qual a pessoa que lê e aquela que escreve têm objetivos convergentes:
uma busca e a outra fornece uma análise crítica sobre determinado livro, artigo,
software de computador, filme, dentre outros. Possui um teor avaliativo e informativo.
Nesse sentido, ela terá sempre que ser escrita por outra pessoa, que emitirá uma
análise crítica acerca das ideias e conclusões contidas no texto-base.
Como uma síntese, a resenha deve ir direto ao ponto, momentos de descrição,
semelhantemente ao resumo, porém diferenciando-se deste na etapa de crítica
direta. O resenhista que conseguir equilibrar perfeitamente esses dois pontos terá
escrito a resenha ideal.
Segundo Désirré Motta-Roth e Grasiela Henges, no livro “Produção textual na
Universidade”, publicada pela Parábola Editorial, em 2010, a estrutura retórica de uma
resenha poderia ser sistematizada em 4 partes: apresentar; descrever; avaliar e
recomendar (ou não) a obra.
No entanto, sendo um gênero necessariamente breve, é perigoso cometer o
erro de ser superficial demais. Desta forma, o texto precisa mostrar ao leitor as
principais características da obra, sejam elas boas ou ruins. A parte analítica deve
conter argumentos técnicos, bem embasados e estruturados e não opiniões
superficialmente construídas sobre julgamentos de valor. Nunca use expressões
como “Eu gostei” ou “Eu não gostei” e considere que todo texto é determinado pela
sua finalidade, pela época em que foi escrito, pelo público para o qual se dirige e pelo
veículo de comunicação em que irá circular.
Espero que estas dicas sejam relevantes aos nossos leitores e escritores, que
mais uma vez me veem destacar a importância do ler para escrever!
adriana-lau@uergs.edu.br
sippert.luciane@gmail.com